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MAX WEBER

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ESTUDOS SOCIOANTROPOLÓGICOS
Prof. Antônio Batista Fernandes
(1864-1920)
“ Sociologia significa uma ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la em seu curso e efeitos”
Max Weber
Sobre Weber...
Ele nasceu em 21 de abril de 1864, na Alemanha, como primogênito de 8 filhos e herdeiro do nome do pai, um jurista e político geralmente descrito como homem pragmático e acomodado. 
Sua formação acadêmica foi muito ampla, concentrada nos estudos de Direito, mas com profundas incursões pela história, a Economia, a Filosofia e mesmo a Teologia. 
A maior parte de sua produção que lhe deu fama foi realizada em três períodos de quatro anos cada – de 1903 a 1906; de 1911 a 1913; de 1916 a 1920. 
Principais obras:
A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904-1905: 1ª e 2ª parte);
A ciência como vocação (1917);
A política como vocação (1919);
Economia e sociedade (1920 – publicação póstuma).
TEORIA SOCIOLÓGICA
Weber orienta sua produção sociológica com base no sujeito.
O indivíduo é o elemento fundante na explicação da realidade social atravessa a produção epistemológica e metodológica do autor, operando uma verdadeira revolução nas ciências sociais.
Teoria sociológica compreensiva.
A especificidade das ciências sociais
Weber se distancia da visão positivista da ciência, mas não aceita totalmente a separação radical entre ciências da natureza e as ciências do espírito ou ciências humanas sociais.
Ele não concorda com a ideia positivista de que toda realidade social pode ser explicada mediante a descoberta de um sistema de ‘leis’ inerentes ao funcionamento da sociedade.
 Para o autor, a ideia de causalidade e os procedimentos explicativos (método generalizante), que são centrais nas ciências naturais, também são um recurso essencial para o entendimento dos fenômenos sociais.
O sociólogo deve saber integrar a sua pesquisa esses dois métodos: individualizante/compreensivo e generalizante/explicativo.
Com o método individualizante, o cientista social seleciona os dados da realidade que deseja pesquisar, destacando a singularidade dos fatos que definem o objeto.
Através do método generalizante, busca o principio de causalidade que estabelece relações entre os fenômenos, evidenciando que determinados eventos podem ser explicados a partir de determinadas causas que geram esse fenômeno.
Tipos ideais
A teoria dos “tipos ideias” de Max Weber representa, no campo lógico, uma síntese dos métodos individualizantes (ou compreensivo) e generalizante (ou explicativo), considerados pelo autor as bases do pensamento social.
Para Weber os conceitos são constituídos a partir do sujeito. 
Os conceitos típico-ideias são apenas um meio que o pesquisador possui para organizar a realidade de forma lógica, no plano do pensamento, sem a pretensão de traduzir exatamente a estrutura do mundo.
O tipo ideal é sempre uma construção mental elaborada pelo sujeito.
Essa seleção é feita pelo pesquisador, tendo em vista seus interesses e os problemas que ele quer aprofundar.
Seu ponto de partida não é o objeto ou a própria realidade, mas o próprio sujeito e suas preocupações.
Importante ter claro que os tipos ideias não reproduzem ou refletem a realidade tal como ela é em si mesma. Os tipos ideais nos ajudam a dar um forma lógica à realidade, que está sempre para além da compreensão de todo intelecto humano.
Os tipos ideias são um maneira do pesquisado aproximasse da realidade d e forma objetiva. Esses tipos ideais tem como finalidade compreender a realidade.
Os tipos ideais de Weber estão diretamente relacionados a seu conceito de ação social. Os tipos de ação social nada amis são do que conceitos de tipos ideais, ou seja, construções mentais que não se ação de forma pura na realidade.
No comportamento real dos agentes sociais, estas formas de ação podem aparecer juntas.
A compreensão dos traços típicos que permitem entendê-los e, por fim, a construção de hipóteses que nos permitem medir as diferenças e proximidades entre a elaboração conceitual e a realidade pesquisada.
Individualismo metódico
Para Weber o ponto de partida para a explicação sociológica da realidade é o indivíduo.
“Em geral, para a sociologia, conceitos como “Estado”, “associação”, “feudalismo” e outros semelhantes designam certas categorias de interação humana. Daí ser tarefa da sociologia reduzir esses conceitos à ação compreensível, isto é, sem exceção, aos atos dos indivíduos participantes” (WEBER, Economia e Sociedade, p. 74).
A constituição da sociedade somente se realiza pela ação e interação recíproca entre os agentes sociais.
O objeto de análise da sociologia não pode ser definido a partir de um conceito de referência coletiva. O ponto de partida da análise sociológica é a ação de indivíduos que é individualista quanto ao método. 
A possibilidade de entender a sociedade e suas instituições passa pela análise do comportamento dos indivíduos.
O individuo é o fundamento da explicação da sociologia.
Sociologia: objeto de estudo e método e análise
Podemos resumir a definição de sociologia de Weber da seguinte forma:
O indivíduo é o fundamento da explicação sociológica. A análise da ação social reque a conjugação de procedimentos explicativos (causais) e compreensivos (hermenêuticos).
SOCIOLOGIA
MÉTODO
OBJETO MATERIAL
Compreender
Ação Social
Explicar
O que devemos entender por Ação social:
AÇÃO: é um comportamento [...] sempre que e na medida em que o agente ou os agentes o relacionem com um sentido objetivo.
AÇÃO SOCIAL: significa uma ação que, quanto a seu sentido visado pelo agente ou pelos agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso.
Indivíduos orientados pela ação de outros indivíduos (Ação social). Os fenômenos sociais são sempre explicados a partir de sujeitos.
O sociólogo busca explicar e compreender a infinita variedade da conduta humana.
Para isso recorre a métodos tipológicos: entender os comportamentos sociais de acordo com critérios diferenciadores.
Como resultado Weber apresenta a teoria dos tipos de ação:
Ação social referente a fins: a ação referente a expectativas. As expectativas funcionam como condições ou meios para alcança fins próprios, ponderados e perseguidos racionalmente, como sucesso. Motivo essencial da ação são os fins utilitários do indivíduo.
Ex.: Buscar a aprovação em um concurso.
b) Ação social referente a valores: crença consciente no valor – ético, estético, religioso ou qualquer que seja sua interpretação – absoluto e inerente a determinado comportamento como tal, independente do resultado. São princípios do indivíduo.
Ex.: Ir a Igreja; a escolha de um partido político.
c) Ação social afetiva: ação determinada de modo afetivo, especialmente emocional: afetos ou estados emocionais atuais. Envolve sempre a satisfação imediata do impulso.
Ex.: Comemorar a vitória de um time. Vingar a morte de alguém.
d) Ação social tradicional: a ação é determinada pelo costume arraigado. É a maior parte de nossas ações cotidianas habituais, de nossos deveres, executadas quase de modo irrefletido.
Ex.: relaxar aos domingos; utilização de talheres.
Para Weber, quando mais as ações se desenvolve conforme o primeiro modelo, maior o seu grau de racionalidade.
Por outro lado as ações podem ser complexas, exemplo:
No caso do PROFESSOR...
Ação com relação a fins: receber salário;
Ação relacionada a valores: importância atribuída a educação;
Ação tradicional: presença de um grande número de professores na família.
Ação afetiva: prazer em ensinar seus alunos:
Relação social
Quando um determinado agente social organiza sua ação com base na expectativa de que outros orientem a sua conduta pelo mesmo conteúdo de sentido, temos o que Weber chama de relação social:
“Por relação social entendemos o comportamento reciprocamente referido quanto a seu conteúdo de sentido por uma pluralidade de agentes e que se orienta por essa referência”
Cada agente social orienta o sentido
de sua conduta levando em consideração o sentido da ação de outros atores sociais.
Essas relações podem ser efêmeras e transitórias, mas podem adquirir um aspecto regular e permanente. 
Estrutura social
Weber se preocupa também em determinar a origem dos agrupamentos coletivos.
Temos as relações comunitárias – nas quais existe o sentimento subjetivo de pertencimento ao grupo – dão origem a diversos tipos de comunidade.
As relações societárias – nas quais se perseguem interesses comuns – dão origem as sociedades.
Essas integração dos atores sociais em comunidades ou sociedades pode ser aberta ou fechada.
No primeiro caso todos podem participar; no segundo, existem regras e limites.
Do segundo caso nasce as associações e organizações sociais.
Chama-se associações uma relação social fechada para fora cujo o regulamento limita a participação quando a observação de sua ordem está garantida pelo comportamento de determinadas pessoas (dirigente ou quadro administrativo).
Principais conceitos do esquema sociológico de Economia e sociedade:
AÇÃO SOCIAL
RELAÇÃO SOCIAL
ORDEM LEGÍTIMA
ASSOCIAÇÃO
Ação
Ação Social
Tipos de ação
Uso
Costume
Situaçãode interesse
Luta
Rel. Social fechada
Rel. Comunitária
Rel. societária
Solidariedade
Representação
Poder
Dominação
Legitimidade da ordem
Convenção
Direito
Ordem estatuída
Ordem administrativa
Ordem reguladora
Empresa
União
Associação
Instituto
ssoc./ política
Ssoc/hierocrática
Estado

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