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Princípios Básicos em Epidemiologia

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@resumosdamed_ 1 
PRINCÍPIOS BÁSICOS EM 
EPIDEMIOLOGIA 
EPIDEMIOLOGIA - DEFINIC ̧ÕES 
ROUQUAYROL (1994): 
“(...) ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades 
humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das 
enfermidades, danos à saúde e evento associados à saúde coletiva, 
propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de 
doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao 
planejamento, administração e avaliação das ações humanas” 
PEREIRA (2002): 
“(...) é entendida, no sentido amplo, como o estudo do comportamento da 
saúde e da doença” 
AIE, OMS (1973): 
“o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das 
doenças nas coletividades humanas. Enquanto a clínica dedica-se ao 
estudo da doença no indivíduo, analisando caso a caso, a epidemiologia 
debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas, às vezes 
grupos pequenos, na maioria das vezes envolvendo populações 
numerosas”. 
ORIGENS DA EPIDEMIOLOGIA 
Epidemiologia: a palavra deriva do grego, onde: epi (sobre) + demos (povo) 
+ logos (ciência) àà Etimologicamente, epidemiologia significa ciência do 
que ocorre com o povo. 
John Snow, é pioneiro na procura sistemática dos determinantes das 
epidemias. Seu ensaio sobre a maneira de transmissão da cólera, publicado 
em 1855, apresenta memorável estudo a respeito de duas epidemias de 
cólera ocorridas em Londres em 1849 e 1854 
Suas anotações sistemáticas sobre os casos levaram a desenvolver a ideia 
de que a epidemia da cólera era ocasionada por parasitas invisíveis e não 
por miasmas. Elaborou hipóteses sobre a qualidade da água como meio 
principal de contágio. 
É a partir do final da Segunda Guerra Mundial que assistimos ao intenso 
desenvolvimento da metodologia epidemiológica, com a ampla 
incorporação da estatística, propiciada em boa parte pelo aparecimento 
dos computadores. 
A aplicação da epidemiologia passa a cobrir um largo espectro de agravos 
à saúde. 
EXEMPLO: Os estudos de Doll e Hill (1954), estabelecendo associação entre 
o tabagismo e o câncer de pulmão, e os estudos de doenças 
cardiovasculares desenvolvidas na população da cidade de Framingham, 
Estados Unidos, são dois exemplos da aplicação do método epidemiológico 
em doenças crônicas. 
OBJETIVOS 
Três os principais objetivos da epidemiologia: 
I. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das 
populações humanas. 
II. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e 
avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das 
doenças, bem como para estabelecer prioridades. 
@resumosdamed_ 2 
III. Identuficar fatores etiológicos na gênese das enfermidades. 
 
TERMOS FREQUENTEMENTE UTILIZADOS EM EPIDEMIOLOGIA 
 
 
USOS DA EPIDEMIOLOGIA 
 
MÉTODO NA PRÁTICA DA EPIDEMIOLOGIA 
Descrituva: estuda a variabilidade da frequencia das doenças ao nível 
coletivo, em função das variáveis ligadas ao tempo, ao espaço e à pessoa. 
Refere-se a circunstâncias em que as doenças e agravos à saúde ocorrem 
nas coletividades. 
Analítica: ocupa-se a testar hipóteses entre possíveis causas e determinados 
efeitos. 
 
VARIÁVEIS EM EPIDEMIOLOGIA 
@resumosdamed_ 3 
• Os princípios para o estudo da distribuição dos eventos de saúde se 
referem ao uso das três variáveis clássicas da epidemiologia: tempo, 
lugar e pessoa. 
Quando? Onde? e Quem? 
São três perguntas básicas que o epidemiologista tem que se fazer 
sistematicamente para poder organizar as características e 
comportamentos das doenças e outros eventos de saúde em função das 
dimensões temporal, espacial e populacional que orientam o enfoque 
epidemiológico. 
PESSOA – fatores demográficos como idade, sexo, etnia, ocupação, estado 
civil, classe social, procedência, bem como variáveis ligadas ao estilo de 
vida, tais como práticas alimentares, consumo de álcool e de certas 
medicações ou drogras ilícitas, hábito de fumar, atividades físicas, entre 
outras. 
TEMPO – podem ser exploradas as variações cíclicas e sazonais, bem como 
comparar a frequencia atual de doença com a de 5, 10, 50 ou 100 anos 
atrás. 
EXEMPLO 
As doenças infecciosas costumam ser agudas e algumas como a influenza 
tem sazonalidade (um padrão regular de variação entre as estações do 
ano), o que permite antecipar sua ocorrência e adotar medidas 
preventivas. 
A identificação dos eventos que ocorrem antes e depois de um aumento 
na taxa de doenças permite identificar fatores de risco. 
Também é conveniente registrar a ocorrência de doenças através de vários 
anos para descrever e predizer seus ciclos (um padrão regular de variação 
em períodos maiores de um ano), assim como a sua tendência secular (seu 
padrão de variação ou comportamento no tempo). 
Usar gráficos da frequência de doenças através do tempo é um recurso 
muito útil para conhecer a velocidade de transmissão de uma doença. 
A curva epidêmica e o canal endêmico são exemplos disso. 
Por outro lado, a variável tempo é de especial relevância para a avaliação 
do impacto das intervenções na saúde, particularmente para determinar o 
momento oportuno para medir o efeito da intervenção, que pode não ser 
imediato. 
A análise numérica e gráfica da frequência de casos de doenças no tempo, 
antes e depois de realizar uma intervenção, permitirá avaliar sua 
efetividade. 
LUGAR – distribuição geográfica das doenças, incluindo variações entre 
países, regiões, municípios, bairros ou entre zona urbana e rural. 
EXEMPLO 
• A localização geográfica dos problemas de saúde é fundamental para 
conhecer sua extensão e velocidade de disseminação. 
• A unidade geográfica pode ser o domicílio, a rua, o bairro, a localidade, 
o distrito, o município, o estado ou outro nível de agregação geopolítica, e 
o lugar também pode ser um estabelecimento de saúde, um hospital, a 
área de trabalho, a área rural ou urbana, o lugar de nascimento ou outro 
espaço de interesse. 
• A análise do lugar quanto a suas características físicas e biológicas 
permitem gerar hipóteses sobre possíveis fatores de risco e de transmissão. 
EXEMPLO 
A utilidade da localização geográfica da doença é ilustrada claramente 
na clássica pesquisa de John Snow sobre a epidemia de cólera em Londres 
em 1849. Ele rastreou a origem da fonte de infecção até uma bomba de 
água e, ao fechá-la, terminou com a epidemia. 
@resumosdamed_ 4 
O advento dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) permitiu a 
possibilidade de enriquecer significativamente o tratamento analítico da 
variável lugar. 
Os métodos e técnicas para a análise espacial de dados epidemiológicos 
podem facilitar a integração de informação sobre diferentes determinantes 
da saúde desde o nível individual até o nível ambiental e identificar 
conglomerados de casos, áreas de predição de risco e necessidades 
básicas na saúde, com referência específica a uma população 
geograficamente definida. 
CAUSALIDADE 
No enfoque epidemiológico, não só interessa a descrição dos eventos em 
saúde e a quem atinge, onde e quando, senão, também, está orientado 
para procurar explicações do porquê acontecem esses eventos. 
É o processo de busca da causalidade que permite essas aproximações, 
com a finalidade de orientar as medidas de 
intervenção adequadas e a posterior avaliação de sua efetividade. 
ENFOQUE EPIDEMIOLÓGICO 
O enfoque epidemiológico considera que a doença na população: 
i) não ocorre por acaso; 
ii) não está distribuída de forma homogênea; 
iii) têm fatores associados que, para serem causais, cumprem com os 
seguintes critérios: a temporalidade (toda causa precede a seu efeito, 
o chamado princípio do determinismo causal), a força de associação, 
a consistência da observação, a especifidade da causa, o gradiente 
biológico (efeito dose-resposta) e a plausibilidade biológica (Hill, 1965). 
O enfoque epidemiológico também consideraque a doença na 
população é um fenômeno dinâmico e sua propagação depende da 
interação entre a exposição e a suscetibilidade dos indivíduos e grupos 
constituintes da dita população aos fatores determinantes da presença da 
doença. 
MODELO DE CAUSALIDADE 
De acordo com esse foco, existem dois modelos de causalidade em 
epidemiologia amplamente aceitos: 
TRIÁDE EPIDEMIOLÓGICA 
Modelo tradicional de causalidade das doenças transmissíveis; nesse, a 
doença é o resultado da interação entre o agente, o hospedeiro suscetível 
e o ambiente. 
 
COMPONENTES DA TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA: 
• Os agentes podem ser infecciosos ou não infecciosos e são 
necessários, mas nem sempre suficientes, para causar a doença. 
• Os agentes não infecciosos podem ser químicos ou físicos. 
• Os fatores do hospedeiro são os que determinam a exposição de um 
indivíduo, sua suscetibilidade e capacidade de resposta e suas 
características de idade, grupo étnico, constituição genética, 
gênero, situação socioeconômica e estilo de vida. 
• Os fatores ambientais englobam o ambiente social, físico e 
biológico. Nesse modelo se baseia a cadeia de infecção. 
MODELO DE CAUSAS COMPONENTES 
@resumosdamed_ 5 
O Modelo de Componentes Causais é um modelo de multicausalidade que 
se aplica a todo tipo de doenças (Rothman, 1981). 
A doença se produz por um conjunto mínimo de condições que agem em 
sintonia. Todas as possíveis condições ou eventos são denominados causas 
componentes 
Por exemplo: (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J) O conjunto mínimo de condições que 
age em sintonia e causa a doença é denominado causa suficiente. Desse 
modo, uma causa suficiente é um conjunto de causas componentes, 
nenhuma das quais é supérflua. Uma causa suficiente representa um 
mecanismo causal de doença: a doença inicia-se quando se completa 
uma causa suficiente. 
O Modelo de Componentes Causais é um modelo de multicausalidade que 
se aplica a todo tipo de doenças (Rothman, 1981). 
A doença se produz por um conjunto mínimo de condições que agem em 
sintonia. Todas as possíveis condições ou eventos são denominados causas 
componentes 
Por exemplo: (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J). 
O conjunto mínimo de condições que age em sintonia e causa a doença é 
denominado causa suficiente. 
Desse modo, uma causa suficiente é um conjunto de causas componentes, 
nenhuma das quais é supérflua. 
Uma causa suficiente representa um mecanismo causal de doença: a 
doença inicia-se quando se completa uma causa suficiente. 
 
Uma doença pode ter várias causas suficientes, cada uma “suficiente” para 
produzi-la. 
Na Figura estão esquematizadas três causas suficientes. As causas 
componentes podem atuar em um, dois ou três mecanismos causais. 
A causa componente cuja presença é imprescindível em todos os 
mecanismos causais da doença é chamada causa necessária 
(componente A) 
Os fatores que representam causas componentes de doença incluem os 
fatores do agente, hospedeiro e ambiente da tríade epidemiológica, assim 
como também do modelo de determinantes da saúde. 
Segue exemplo para a aplicação do modelo. Suponhamos que a figura 
esquematiza as causas da tuberculose. 
Assim, a tuberculose teria três causas suficientes, cada uma delas suficiente 
para produzi-la, representadas por três “pizzas”. 
Cada causa suficiente, por sua vez, tem um conjunto mínimo de 5 fatores 
que a compõem, isto é, suas causas componentes. 
Nesta analogia, o componente A está presente em cada uma das três 
causas suficientes, portanto, é uma causa necessária para produzir a 
tuberculose: corresponde ao Mycobacterium tuberculosis, já que precisa 
estar presente para que ocorra a doença (mas, como se ilustra na figura, 
não basta para produzir a tuberculose). 
@resumosdamed_ 6 
O componente B poderia ser, por exemplo, a desnutrição que não é causa 
necessária para que ocorra a tuberculose, e não está incluída na terceira 
“pizza”, já que pode existir a tuberculose na ausência de desnutrição. 
Os modelos de causalidade têm importantes implicações para a 
prevenção de doenças. 
Em termos gerais, não é necessário identificar todos os componentes de 
uma causa suficiente para efetuar uma prevenção eficaz, já que a 
remoção de um só dos seus componentes bloqueia a interação com os 
outros e previne a ocorrência do efeito, isto é, da doença. 
Não obstante, a doença na população pode continuar produzindo-se pela 
ação de outras causas suficientes. 
 
MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO 
Buscam responder se existe uma associação entre uma exposição e um 
desfecho. São medidas do tipo razão que comparam duas medidas de 
frequência e medem a força da relação estatística entre uma variável e a 
frequência da doença. 
Incidência indica o número de casos novos ocorridos em um certo período 
de tempo em uma população específica, enquanto prevalência refere-se 
ao número de casos (novos e velhos) encontrados em uma população 
definida em um determinado ponto no tempo. 
Estas são, fundamentalmente, as diferentes formas de medir a ocorrência 
de doenças nas populações. 
A relação entre incidência e prevalência varia entre as doenças. 
Uma mesma doença pode apresentar baixa incidência e alta prevalência 
– como no diabetes – ou alta incidência e baixa prevalência – como no 
resfriado comum. 
Isso implica dizer que o resfriado ocorre mais frequentemente do que o 
diabetes, mas por um curto período, enquanto o diabetes aparece menos 
frequentemente, mas por um longo período. 
PREVALÊNCIA 
Prevalência é a fração de um grupo de pessoas que possuem uma 
determinada condição clínica em um dado período de tempo. 
É obtida através de uma população pré-definida contendo pessoas sadias 
e com a condição em questão, em um único momento. 
INCIDE ̂NCIA 
Incidência é a fração de um grupo que inicialmente não possuía a Doença 
e que a desenvolve em um determinado período de tempo. A incidência 
então se refere aos novos casos da doença que aparecem em uma 
população inicialmente sadia. 
O grupo de pessoas utilizado na medida de incidência é um grupo 
suscetível à doença em questão. 
 
REFERÊCIAS 
@resumosdamed_ 7 
1. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_principios_epi
demiologia_1.pdf 
2. epidemiologia básica

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