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Estudo Epidemiologia e Bioestatística

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Aula 1 – Economia criativa: Um caminho sem volta. 
Atividade 
1 - Qual a importância da economia criativa atualmente no mundo? 
A economia criativa é uma nova forma de se pensar o mercado de trabalho e é importante, 
porque, além de gerar empregos, a criatividade passa a ser uma fonte de recurso; dessa maneira, 
podemos criar formas de resolver problemas e questões essenciais para nossa sobrevivência 
como saneamento, habitação etc. A economia nos anos 1980 estava cristalizada devido aos 
produtos limitados e escassos. Com a criatividade como produto, podemos impulsionar e 
reinventar a economia, a fim de melhorar nossa qualidade de vida, utilizando uma forma de 
produção econômica, ilimitada, sustentável e diversificada. 
2 - Como a tecnologia impulsionou o desenvolvimento da indústria criativa e como ela se 
relaciona com a economia criativa? 
O avanço da tecnologia permitiu a combinação de diversas mídias e atividades ao mesmo tempo 
e possibilitou a conexão de produções simbólicas, ou seja, uma nova forma de pensar a 
economia e o mercado de trabalho e seus produtos e serviço. Este universo agora passa a ser 
dinâmico, mutante e interativo. A tecnologia se relaciona com a economia acelerando também 
seu crescimento e estabelecendo a criatividade como forma efetiva de alavancar a economia 
como um todo. 
3 - Discrimine os produtos ou serviços que podem ser considerados bens culturais: 
I. Obras de artes 
II. Edição de livros 
III. Peças de teatro 
IV. Televisão 
IV. Jogos de vídeos 
 
a) I e II 
b) I, III e V 
c) III e IV 
d) II, IV e V 
4 - Quais afirmações abaixo você considera falsa (F) ou verdadeira (V)? 
a) Os estados que concentram as maiores participações da indústria criativa nos PIBs estão no 
Nordeste. 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
Justificativa: estão no Sudeste. 
b) Quando consideramos evolução do número de trabalhadores formais da economia criativa, 
tanto pelo critério ocupacional quanto pelo setorial podemos afirmar que a informal é mais 
expressiva. 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
Justificativa: são iguais. 
 
c) Apenas 21% das cidades brasileiras possuem salas de teatro e só 9% possuem salas de 
cinema. 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
d) O Brasil não figura entre os 10 primeiros países em desenvolvimento, produtores e 
exportadores de bens e serviços criativos, nas pesquisas internacionais. 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
Aula 1: Introdução à Epidemiologia 
Observações: Quais são os objetivos específicos da Epidemiologia? 
 Identificar a etiologia ou causa da doença e os fatores de risco relevantes—isto é, fatores 
que aumentam o risco da doença para a pessoa. Queremos saber como a doença é 
transmitida de uma pessoa para outra ou de um reservatório não humano para uma 
população humana. Nosso maior objetivo é intervir para reduzir a morbidade e a 
mortalidade das doenças. Queremos desenvolver uma base racional para programas de 
prevenção. Se pudermos identificar a etiologia ou os fatores causais da doença e reduzir 
ou eliminar a exposição a esses fatores, poderemos desenvolver uma base para 
problemas preventivos. 
 Determinar a extensão da doença encontrada na comunidade. Qual é o grau de 
importância da doença na comunidade? Esta é uma questão crítica para o planejamento 
de serviços e instalações de saúde e para o treinamento de futuros agentes de saúde. 
 Estudar a história natural e os prognósticos da doença. Evidentemente, certas doenças 
são mais graves que outras. Algumas podem ser rapidamente letais, enquanto outras 
podem apresentar maior tempo de sobrevivência. Outras podem não ser fatais. 
Queremos definir a história natural da doença quantitativamente, a fim de podermos 
desenvolver novos modelos de intervenção, através de tratamentos ou de abordagens 
preventivas, podendo comparar seus resultados com os dados de referência para 
determinar se foram realmente efetivos. 
 Avaliar medidas preventivas e terapêuticas e modelos de assistência à saúde novos ou 
existentes. Por exemplo, o rastreamento do câncer de próstata utilizando-se o antígeno 
prostático específico (PSA), melhora a sobrevida dos homens com câncer de próstata? 
O implemento de medidas e novas abordagens no cuidado à saúde tiveram impacto nos 
pacientes e em sua qualidade de vida? 
 
Atenção! 
Prevenção e terapia são frequentemente vistas como atividades excludentes. 
Fica claro, entretanto, que a prevenção não somente integra a saúde pública, como também a 
prática clínica. O papel dos profissionais da Saúde é de manter a saúde tanto. 
Desse modo, muito da dicotomia entre terapia e prevenção é uma ilusão. Terapia envolve 
prevenção secundária e terciária. Esta última denota a prevenção de complicações, como uma 
deficiência. Às vezes, também envolve prevenção primária. 
Sendo assim, o espectro completo da prevenção deve ser visto de forma integral tanto para a 
saúde pública como para a prática clínica. Epidemiologia é um instrumento, imprescindível 
para o fornecimento de bases racionais, para que programas de prevenção efetivos possam ser 
planejados e implementados e para conduzir investigações clínicas que contribuam com o 
controle de doenças e minimizem o sofrimento humano associado a elas. 
 
 
Atividade 
1. John Snow, médico inglês do Século XIX, deu grande contribuição à Epidemiologia por seus 
estudos sobre a epidemia de: 
a) Cólera 
b) Peste 
c) Sarampo 
d) Rubéola 
e) Varíola 
Justificativa: Por seus trabalhos e estudos sobre epidemias de cólera, nos quais demonstrou o 
brilhantismo de seu raciocínio e inteligência, foi considerado o pai da Epidemiologia. 
 
2. A primeira tentativa de buscar uma explicação matemática para o fenômeno epidêmico foi 
efetuada por: 
a) William Petty 
b) John Snow 
c) John Graunt 
d) Rudolf Virchow 
e) William Farr 
Justificativa: O pai da Estatística, quem pela primeira vez tentou buscar uma explicação 
matemática para o fenômeno epidemiológico. 
 
3. A relação entre a cólera e as águas contaminadas postulada por John Snow encontrou a forte 
oposição de: 
a) Adam Smith 
b) Chadwick 
c) Edward Jenner 
d) Joseph Lister 
e) William Farr 
Justificativa: Farr atribuía o cólera em Londres ao movimento das marés do Rio Tâmisa e 
apresentou dados com os quais pretendeu mostrar que, a mais baixo nível, a incidência do cólera 
era maior, devido à influência mais manifesta das marés. 
 
4. Propôs o termo medicina social, que serve para designar genericamente modos de tomar 
coletivamente a questão de saúde: 
a) Alexander Fleming 
b) Pierre-Charles Alexandre Louis 
c) Johann Peter Franck. 
d) Joseph Goldberger 
e) Gehard Domagk 
Justificativa: Louis conduziu outro trabalho pré-epidemiológico semelhante, dividindo os 
pacientes em grupos expostos/afetados versus não expostos/não afetados para determinar 
relações semelhantes entre doença e etiologia, deduzindo, por exemplo, a natureza hereditária 
do enfisema. 
 
5. O termo Epidemiologia foi empregado pela primeira vez como título de um trabalho sobre a 
peste, escrito por: 
a) Tucídides 
b) Homero 
c) Angelerio 
d) Juan de Villalba 
e) Camus 
Justificativa: Angelerio empregou esse termo pela primeira vez na Espanha. 
 
Aula 02: Conceitos básicos em epidemiologia 
1. É o período preliminar ao aparecimento da doença no homem. 
a) Período pré-patogênico. 
b) Fase de patogênese. 
c) Período patogênico. 
d) Período pós-patogênico. 
e) Nenhuma das respostas. 
Justificativa: O agente de doenças ainda não entrou no homem, mas os fatores que favorecem 
sua interação com o hospedeiro humano já existem no ambiente. 
 
2. Com relação à história natural da doença, é INCORRETO afirmar que: 
a) Tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: o patológico e o epidemiológico. 
b) No período epidemiológico, o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente. 
c) No período patológico, interessam as modificações que se passam no organismo vivo. 
d) Abrange dois domíniosinteragentes, consecutivos e mutuamente exclusivos, que se 
completam. 
e) O meio ambiente é onde ocorrem as pré-condições, enquanto o meio interno é o lócus da 
doença. 
Justificativa: A história natural da doença, portanto, desenvolve-se em dois períodos 
sequenciados: o período epidemiológico e o período patológico. No primeiro, o interesse é 
dirigido para as relações suscetível-ambiente; no segundo, o que interessa são as modificações 
que se passam no organismo vivo. Abrange, dessa forma, dois domínios interagentes, 
consecutivos e mutuamente exclusivos, que se completam: o meio ambiente, onde ocorrem as 
pré-condições, e o meio interno lócus da doença, onde se processaria, de forma progressiva, 
uma série de modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas, próprias de determinada 
enfermidade. 
 
 
3. A principal ênfase na epidemiologia ocupacional e ambiental tem sido dada aos estudos 
sobre: 
a) Causalidade das doenças. 
b) Avaliação de medidas preventivas específicas. 
c) Impacto dos serviços de saúde ocupacional. 
d) Mudanças gerais no ambiente. 
e) Custos econômicos da prevenção. 
Justificativa: Todo processo epidemiológico ocorre por meio do processo de causa e efeito. 
 
4. Quando o homem não trata bem a natureza, a natureza não trata bem o homem. Essa 
afirmativa reitera a necessária interação das diferentes espécies. Depreende-se dessa imagem: 
( F ) a) A responsabilidade do homem na manutenção da biodiversidade. 
( F ) b) Atuação do homem na clonagem de animais pré-históricos. 
( F ) c) Exclusão do homem na ameaça efetiva à sobrevivência do planeta. 
( V ) d) Ingerência do homem na reprodução de espécies em cativeiro. 
( F ) e) Mutação das espécies pela ação predatória do homem. 
Gabarito: D 
 
Observações: Segundo Tambellini, 1988, “saúde é um bem coletivo que deve ser compartilhado 
individualmente por todos os cidadãos. Comporta duas dimensões essenciais: a dimensão do 
indivíduo e a dimensão da coletividade”. A saúde passou a ser também um critério de cidadania. 
Assim, podemos afirmar que todos os cidadãos são responsáveis pela manutenção da sua saúde 
(citado por Rouquayrol). 
 
 
 
Atenção Primária à Saúde 
Realizada no período pré-patogênico. Compreende a aplicação de medidas dirigidas a 
determinado agravo à saúde. 
Objetivos: 
 Promoção da saúde e prevenção de doenças; 
 Interceptar as causas patológicas antes que atinjam o indivíduo. Exemplos de medidas de 
proteção específica: imunização, quimioprofilaxia para certas doenças, proteção contra 
acidentes, controle de vetores, aconselhamento genético, o autocuidado em saúde 
(alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, higiene). 
Atenção Secundária à Saúde 
Realizada no indivíduo sob ação do agente patogênico, isto é, quando o período pré-patogênico 
já foi ultrapassado e o processo patológico foi desencadeado. 
As medidas preventivas nesse nível incluem: diagnóstico precoce, tratamento imediato e 
limitação da incapacidade. 
Atenção Terciária à Saúde 
Corresponde às medidas adotadas após as consequências da doença, representadas pela 
instalação de deficiências funcionais. 
Objetivo: 
 Consiste em alcançar a recuperação total ou parcial do paciente por meio dos processos de 
reabilitação e de aproveitamento da capacidade funcional remanescente. 
 As medidas mais frequentemente utilizadas nesse nível são: prática de exercício físico com 
auxílio de profissionais de Educação Física e Fisioterapia; reeducação alimentar, terapia 
ocupacional e readaptação à vida normal. 
 
Paradigmas explicativos dos modelos saúde-doença no âmbito das sociedades 
Por meio do conceito de coletivo, o que importa é a determinação social do processo saúde-
doença. “Não se trata de indivíduos, mas de sujeitos sociais, de grupos, de classes sociais e de 
relações sociais referidas ao processo saúde-doença”. 
 
 
 
 
Definição de 
Saúde 
Agente Local 
“Ausência de 
doença” 
Médico Hospital 
“Bem-estar 
físico, mental 
e social” 
Equipe 
multiprofissional 
de saúde 
Sistema 
de Saúde 
“Preservação 
da vida” 
Cidadão Sociedade 
 
Entende-se como processo saúde-doença a forma como interagem os fatores ambientais, sociais 
e próprios do indivíduo. Esse processo causa dois tipos de impacto: 
INDIVIDUAL 
Doença / sofrimento / dor. 
SOCIAL 
Representação da doença, problema de saúde pública. 
As causas das doenças, ou os fatores etiológicos, podem se dar por meio da 
multifatorialidade (vários fatores de ordem individual e coletiva que interferem e são 
determinantes no processo saúde-doença). 
 
Esse processo pode ser de origem: 
ENDÓGENA 
Intrínseca/genética – ambiente humano. 
EXÓGENA 
Extrínseca – fatores sociais + fatores ambientais (agressores físico-químicos e 
biológicos). 
Os principais usos do WHOQOL-100 são: 
 Prática clínica para melhorar a relação médico-paciente e avaliar o resultado do tratamento; 
 Pesquisas; 
 Construção e implementação de políticas de saúde. 
As principais características do WHOQOL-100 são: 
 Disponibilidade em 20 idiomas. 
 Desenvolvimento transcultural. 
 Ênfase na percepção do indivíduo. 
 
Aula 03: Noções básicas de Estatística 
Atividade 
1. As medidas estatísticas adotadas na construção de diagrama de controle das doenças são: 
a) Desvio médio e desvio. 
b) Mediana e desvio padrão. 
c) Média, mediana e desvio padrão. 
d) Média e desvio padrão. 
e) Média, moda e amplitude de variação. 
Justificativa: Para elaboração de um diagrama de controle das doenças, empregam-se a média 
dos coeficientes e o desvio padrão dos coeficientes específicos da doença, por mês ou grupos 
de semana epidemiológicas, em uma série temporal de anos não epidêmicos. 
 
2. Foi estabelecido que o tempo de duração de todos os casos de uma doença era: 2, 4, 3, 5, 3, 
6, 7, 5, 5 e 4 dias. Então, a média aritmética, a mediana e a moda (em dias) para a duração da 
doença são respectivamente: 
a) 4,4 - 4,5 e 5 
b) 4,4 - 4,5 e 4 
c) 4,3 - 4 e 5 
d) 4,5 - 4,5 e 5 
e) Nenhuma das respostas. 
Justificativa: 
Dados: os dias {2, 4, 3, 5, 3, 6, 7, 5, 5,4}; 
Média aritmética: 2 + 4 + 3 + 5 + 3 + 6 + 7 + 5 + 5 + 4/10 = 44/10 = 4,4 
Mediana: {2, 3, 3, 4, 4, 5, 5, 5, 6,7} 
Mediana= 4 + 5/2 = 4,5 
Observação: Como essa amostra é formada por 10 elementos, que é um número par, a 
mediana será igual a média dos elementos centrais. 
Moda: 5 é o número que mais aparece. 
 
3. Na ___________, utilizamos abordagens com intervalos de confiança, podendo utilizar testes 
de hipóteses que gerem probabilidades. Estamos falando da: 
a) Estatística descritiva. 
b) Estatística inferencial. 
c) Estatística simples. 
d) Estatística matemática. 
e) Nenhuma das respostas. 
Justificativa: A estatística inferencial utiliza testes de hipóteses e probabilidades. 
 
 
 
Estatística Descritiva 
Observações: Na estatística descritiva, a análise incide sobre as características relevantes dos 
elementos que constituem as amostras e as populações. Cada característica é normalmente uma 
variável, uma vez que os elementos podem ter diferentes posicionamentos relativos a essa 
característica. 
 
Média Aritmética 
Trata-se do protótipo das medidas de tendência central definido como o quociente entre a soma 
de todos os valores da variável e o número de elementos desta. Ela representa a abscissa do 
centro de gravidade do sistema formado pelos valores da variável com massas iguais às 
respectivas frequências absolutas. Geralmente, é um valor que não pertence ao conjunto original 
de dados, podendo não ter existência real. É simbolizado pela variável encimada por uma barra. 
Vantagens do emprego da média 
aritmética 
 Como faz uso de todos os dados para o 
seu cálculo, pode ser determinada com 
precisão matemática. 
 Pode ser determinada quando somente o 
valor total e o número de elementos 
forem conhecidos. 
 
Desvantagens do emprego da média 
aritmética 
Não pode ser empregada para dados 
qualitativos. 
 Como a média é calculada a partir de 
todos os valores observados, apresenta o 
inconveniente de se tornar muito sensível 
a valores aberrantes ou outeliers, 
podendo, em alguns casos, não 
representar a série de forma satisfatória. 
 Em distribuições de frequência em que o 
limite inferior da primeira classe ou o 
limite superior da última classe não forem 
definidos, a média não poderá ser 
calculada. 
 
 
Moda 
Como o próprio nome indica, é o valor que ocorre com maior frequência em um conjunto de 
valores. Em outras palavras, é o valor que está na moda. As distribuições que apresentam uma 
moda única são chamadas de unimodais; duas modas, bimodais; mais de duas modas, 
multimodais. Existem ainda distribuições que não apresentam nenhuma moda, as chamadas 
amodais. 
Vantagens do emprego da moda 
 É de uso prático. Exemplificando: os 
empregadores geralmente adotam a 
referência modal de salário, ou seja, o 
salário pago por muitos outros 
empregadores. Além disso, carros e 
roupas são produzidos tomando como 
referência o tamanho modal. 
 Pode ser empregada para dados 
qualitativos. 
 A moda é geralmente um valor 
verdadeiro e, por conseguinte, pode se 
mostrar mais real e coerente. 
 
Desvantagens do emprego da moda 
 Não inclui todos os valores de uma 
distribuição. 
 Mostra-se ineficiente quando a 
distribuição é largamente dispersa. 
 
 
Mediana 
A mediana é o valor que centra um conjunto de valores ordenados, isto é, que o divide em duas 
partes de frequências iguais. 
Para fazermos o cálculo da mediana, precisamos considerar três casos: 
A variável em estudo é 
discreta, e n (número de 
termos) é ímpar. Nesse caso, 
a mediana será o valor da 
variável que ocupa o posto de 
ordem. 
n + 1/2 
 
A variável em estudo é 
discreta, e n (número de 
termos) é par. Nesse caso, 
não existirá no conjunto 
ordenado um valor que ocupe 
o valor central, isto é, a 
mediana será indeterminada, 
pois qualquer valor 
compreendido entre os 
valores que ocupem os 
postos de ordem 
 
 n/2 e n+2/2 
 
A variável é contínua. Em tal 
caso, a mediana é calculada 
sem levar em consideração se 
o número de termos da 
distribuição é par ou ímpar. A 
fórmula empregada para seu 
cálculo é a mesma utilizada 
para os percentis. 
 
pode ser considerado o 
centro da ordenação. Dessa 
forma, por definição, a 
mediana será a média 
aritmética dos valores que 
ocupam os referidos postos. 
 
Desvio Padrão 
O desvio padrão é o protótipo das medidas de dispersão em virtude de suas propriedades 
matemáticas e de seu uso na teoria da amostragem. A expressão matemática para o desvio 
padrão para dados não agrupados é dada por: 
 
 
Para dados agrupados, a expressão matemática para o desvio padrão assume a forma: 
 
 
 
Onde corresponde ao número de observação da série. 
Analisando a fórmula proposta para o cálculo do desvio padrão, torna-se possível concluir que: 
Quanto menor for o desvio 
padrão, mais aproximados 
estarão os valores da variável 
de sua média; 
Se o desvio padrão for zero, 
então todos os valores da 
variável serão iguais; 
Se o desvio padrão for 
grande, os valores da variável 
estarão muito afastados de 
sua média. 
 
Estatística Inferencial 
Observações: Na estatística inferencial, deveremos utilizar as abordagens de estimativa dos 
resultados que são apresentados com intervalos de confiança e utilizar o teste de hipóteses, no 
qual os resultados são apresentados como valores de P (P de probabilidade) por meio de testes 
estatísticos. 
 
Teste estatístico de hipóteses 
A importância do teste estatístico de hipóteses é reconhecida pelos pesquisadores que aplicam 
o método científico hipotético-dedutivo em busca de evidências, por meio da observação do 
fenômeno da natureza na construção do conhecimento científico, em favor de uma hipótese ou 
contra. Se houver evidências em favor da hipótese testada, usando as informações provenientes 
de amostras, então ela não será rejeitada; caso contrário, será descartada. 
O método estatístico de testar hipóteses considera que as amostras sofrem a influência de fatores 
casuais, aleatórios, que, por mais que sejam pouco influentes, fazem com que os dados 
observados apresentem alguma variação. 
O teste estatístico de hipótese baseia-se na avaliação de distribuições de probabilidade 
provocadas pela variabilidade do fenômeno e representa um critério não subjetivo de encontrar 
evidências para falsear ou não a hipótese testada. Como tal avaliação é probabilística, as 
decisões podem incorrer em erros, como rejeitar uma hipótese que não deveria ser rejeitada ou 
não rejeitar uma hipótese que deveria ser rejeitada. Ex: temos os testes auxiliares de 
diagnóstico, que podem incorrer em desfechos indevidos, como nos casos a seguir: em uma 
prova tuberculínica, o resultado do exame foi negativo, mas, na verdade, o indivíduo era 
portador de tuberculose – erro tipo falso-negativo; em outra, o resultado do exame foi 
positivo, mas o indivíduo estava sadio – erro tipo falso-positivo. 
Se o estudo quer verificar se 
há associação entre o 
consumo de álcool (fato de 
exposição), em gramas 
diárias, e incidência de 
câncer de esôfago (doença), 
então H0 seria “não há 
associação entre a incidência 
de câncer de esôfago e o 
consumo de álcool”; 
Se o estudo pretende 
comparar o efeito de dois 
medicamentos, A e B, sobre 
a glicemia de pacientes com 
diabetes, então H0 seria “a 
média de glicemia de A é 
igual à de B”; 
Se um estudo epidemiológico 
pretende comparar os 
coeficientes de mortalidade 
infantil padronizados de duas 
cidades, então H0 seria “os 
coeficientes são iguais”. 
 
Nesses exemplos, as hipóteses nulas partem da condição de igualdade, da nulidade de efeitos, 
que serão rejeitadas se houver evidências contrárias. No caso de haver a rejeição da hipótese 
nula, uma hipótese alternativa (H1) deve ser adotada. Nos exemplos anteriores, em: 
 
H1 seria “a incidência da doença está associada à presença do fator de exposição”; 
H1 seria “a média de glicemia do medicamento A difere da de B”; 
H1 seria “os coeficientes não são iguais”. 
 
A estatística, como instrumento do processo de decisão não subjetiva sobre essas hipóteses, tem 
como objetivo o conhecimento das medidas de probabilidade desses erros. Das combinações 
possíveis entre a hipótese nula e a decisão do investigador, podem resultar dois acertos e dois 
erros. 
Os acertos seriam a rejeição de H0H0 falsa e a não rejeição de uma H0H0 verdadeira; ou 
detecção de associação quando ela existe e rejeição de associação quando ela não existe. Por 
outro lado, pode ocorrer de H0H0 ser verdadeira e o investigador rejeitá-la, o que caracteriza o 
erro do tipo I, cuja probabilidade de ocorrência é dada por α, sendo conhecido como nível de 
significância, cujo valor é definido no planejamento do estudo de forma arbitrária. 
Por convenção, o valor de α praticado na literatura é 5% (α = 0,05). Atualmente, 
com as facilidades computacionais, é comum encontrar publicações que mostrem 
o valor exato observado dessa medida de probabilidade, dando origem ao termo 
“valor p” (p-value). 
 
Aplicação dos conceitos do software Excel 
Para criarmos um gráfico no Excel, primeiro inserimos os dados em uma planilha e, 
depois, criamos o gráfico. 
Termos do gráfico: Você deve estar familiarizado com a terminologia do gráfico para 
saber o nome do objeto que deseja modificar / adicionar etc. Um estilo típico de gráfico 
teria um eixo X (horizontal) e um eixo Y (vertical). 
 
Abaixo, encontram-se algumas diretrizes gerais para selecionar o melhor tipo de gráfico para 
os dados que você deseja apresentar. 
 Coluna – mostra alterações de dados durante determinado período ou ilustra 
comparações entre itens. 
 Linha – mostra tendências nos dados em intervalos iguais. 
 Torta – mostra o tamanho proporcionaldos itens que compõem uma série de dados; 
mostra apenas 1 série de dados. 
 Barra – ilustra comparações entre itens individuais. 
 Área – enfatiza a magnitude da mudança ao longo do tempo. 
 XY (dispersão) – mostra relações entre valores numéricos em várias séries de dados ou 
plota dois grupos de números como uma série de coordenadas XY. 
 Estoque – mede o volume e possui dois eixos; um para medir o volume e o outro para 
medir o preço das ações. 
 Superfície – mostra combinações ideais entre dois conjuntos de dados (como um mapa 
topográfico). 
 Rosquinha – mostra o relacionamento das partes com um todo, como uma torta, mas 
pode conter > 1 série de dados. 
 Bolha – tipo de gráfico de dispersão; compara 3 conjuntos de valores com o terceiro 
exibido no tamanho de uma bolha. 
 Radar – cada categoria tem seu próprio eixo de valor irradiando do ponto central. 
 Cone, cilindro e pirâmide – criam os efeitos especificados usando marcadores de dados 
modelados em gráficos 3D de colunas e barras. 
Diretrizes para você criar um gráfico 
Diferentes tipos de gráficos são adequados para exibir diferentes conjuntos de dados. Por 
exemplo, um gráfico de pizza exibe apenas uma série de dados e, portanto, seria inadequado 
para tentar comparar mais de um intervalo de dados. 
De modo geral, algo mais simples é melhor. Organizar um gráfico com dados desnecessários 
ou muitos objetos adicionais pode diluir a mensagem que você está tentando apresentar com 
um gráfico. 
Pode ser necessário consolidar alguns dos seus dados para apresentá-los efetivamente em um 
gráfico. Por exemplo, você pode apresentar subtotais para suas categorias em vez de plotar itens 
de dados individuais. O uso do recurso de subtotais interno do Excel (guia Dados, subtotais) 
geralmente pode ser útil para resumir os dados antes de plotá-los. 
Os gráficos podem ser criados no Excel e colados em outros aplicativos, como PowerPoint ou 
Word. Por padrão, o gráfico é colado como um link, para que, caso os dados sejam alterados 
no Excel, a visualização do gráfico seja atualizada em qualquer outro aplicativo no qual foi 
colado. 
Aula 4 – Metodologia Epidemiológica 
Método 
Pode ser conceituado como um modelo a partir do qual observamos, medimos e tomamos 
conhecimento dos fatos e dos acontecimentos da vida. 
 
Epidemiologia 
Assim como acontece em outras áreas do conhecimento, tem o seu método próprio para 
reconhecer, medir e avaliar o seu objeto de trabalho. 
 
Investigação epidemiológica 
Envolve a coleta, o manejo e o tratamento dos dados epidemiológicos que devem ser 
realizados a partir do método. 
Observações: 
Medidas de promoção da saúde também determinam a problemática da Epidemiologia. 
Dentro desse contexto, é imprescindível destacar que a solução de um problema epidemiológico 
pode representar a vida e a sobrevivência de indivíduos e coletividades. 
O método epidemiológico 
O método epidemiológico foi especialmente desenvolvido para ser aplicado à investigação do 
processo saúde-doença em populações humanas e compreende as seguintes etapas: 
 Observação: Caracterização do problema em estudo, por meio de instrumentos de 
medição. 
 Formulação de hipótese: Tentativa de explicação para um fenômeno observado, uma 
proposição que necessita ser verificada. O conhecimento prévio que se obtém do 
fenômeno observado é o que vai orientar a formulação da hipótese. 
 Conclusões: Momento da interpretação dos resultados. As conclusões servirão para a 
construção de novas teorias ou para a complementação e verificação das teorias 
existentes. 
 Interpretação: Realizada por meio de informações (censos, histórias clínicas, 
estatísticas, bibliografia, entrevistas etc.) 
 Verificação de hipótese: Momento da análise e processamento dos dados 
epidemiológicos. 
 Problematização na pesquisa epidemiológica: Estratégias de problematização 
propiciam o crescimento da capacidade humana em conhecer a realidade e transcender 
o seu universo. Criar problemas? Sim, é exatamente essa a ideia da problematização na 
pesquisa epidemiológica. E pode ser que criar problemas não seja tão difícil quanto 
resolvê-los. 
 
Hipóteses epidemiológicas 
Um dos momentos do raciocínio epidemiológico voltado para a explicação de um problema é 
o levantamento de hipóteses. 
Uma hipótese epidemiológica compreende uma explicação para algum fenômeno, como a 
distribuição ou a determinação do surgimento de doenças e/ou indivíduos doentes em 
populações, através de relações estabelecidas entre as variáveis que representam risco, fatores 
de risco e vulnerabilidade às doenças. 
A hipótese orienta e determina a natureza dos dados a serem coletados e a metodologia 
da coleta. 
A formulação de hipóteses é indispensável em toda investigação epidemiológica, estudo 
epidemiológico e pesquisa científica, seja de ordem experimental ou observacional. As 
hipóteses geradas objetivam dar explicação aos padrões de distribuição segundo pessoa, tempo 
e lugar, podendo identificar os fatores de risco associados. A correta produção de hipóteses e a 
busca de solução para os problemas identificados são os maiores desafios para a ciência 
epidemiológica. A formulação de hipóteses é a etapa fundamental em qualquer pesquisa 
científica. 
Observações: Existe um movimento liderado pela pesquisadora Trisha Greenhalgh, que 
se chama Medicina Baseada em Evidências (MBE). A MBE é o uso cuidadoso, explícito e 
sábio da melhor evidência existente na tomada de decisões sobre o cuidado de pacientes 
individuais. Nesse caminho, a saúde e suas áreas do conhecimento têm se preocupado em 
atuar baseando-se em evidências. 
Epidemiologia descritiva 
A formulação de hipóteses é uma etapa imprescindível. É preciso saber qual ou quais as 
hipóteses mais prováveis para a explicação da associação entre causa (variável dependente) e 
efeito (variável independente). 
A Epidemiologia descritiva usa princípios básicos de outras ciências, como: 
A Sociologia. 
 
A Antropologia. 
 
As Ciências Públicas. 
 
Além disso, utiliza as ferramentas da estatística, objetivando revelar os problemas de saúde-
doença em nível coletivo, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico da população 
com vistas à promoção da saúde. No enfoque temporal, a Epidemiologia descritiva pode estudar 
o estado atual, a tendência histórica ou a tendência prospectiva dos agravos à saúde. 
Variáveis Epidemiológicas 
As variáveis são os elementos do processo saúde-doença que se quer estudar. 
Os métodos e as técnicas da Epidemiologia são utilizados para detectar uma associação entre 
uma doença ou agravo e características de pessoa, tempo e lugar. Portanto, o primeiro passo 
para o entendimento de um problema de saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo por 
meio de variáveis de pessoa, tempo e lugar. 
 
As pessoas incluídas nos estudos são diferenciadas entre si por atributos tais como: Gênero, 
religião, peso ou altura, que são as variáveis. 
 
Variáreis qualitativas 
Estão relacionadas às diferenças essenciais, por exemplo, a variável gênero, que inclui as 
categorias feminino e masculino, a variável situação conjugal, ocupação, entre outras. 
 
Variáveis quantitativas 
Referem-se às propriedades que mantêm a mesma natureza e podem ser manifestadas em 
termos numéricos, como temperatura, pressão sanguínea, peso e estatura. Na prática 
epidemiológica, busca-se evidenciar as relações entre as variáveis. 
 
Risco e vulnerabilidade 
O termo vulnerabilidade tem sido usado em vários estudos epidemiológicos, principalmente 
focalizado para a perspectiva de risco. Munõz Sánchez e Bertolozzi (2007), demonstraram que 
o modelo de vulnerabilidade deve ser analisado de acordo com a relação entre a vulnerabilidade 
individual/social/programática em diferentes populações. 
Vulnerabilidade individual 
Refere-se ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem sobre os problemas 
de saúde, sua elaboração e aplicaçãode tratamentos na prática. 
Vulnerabilidade social 
Avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de 
recursos cognitivos e materiais, o poder de participar de decisões políticas e em instituições. 
Vulnerabilidade pragmática 
É a avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, do grau e qualidade 
de compromisso das instituições, dos recursos, da gerência e do monitoramento dos programas 
nos diferentes níveis de atenção. 
Observações de Vulnerabilidade: Vale a pena ressaltar que a determinação social da doença é 
destacada através desse modelo de vulnerabilidade que interliga os aspectos individuais, sociais 
e programáticos. Para intervir em situações de vulnerabilidade é imprescindível o 
desenvolvimento de ações que envolvam a transdisciplinaridade, o que é fundamental quando 
se trata de questões de saúde. 
Dentro desse contexto, o novo conceito de vulnerabilidade, em processo de construção, supera 
o caráter individualizante e probabilístico do clássico conceito de risco, tradicionalmente 
empregado no âmbito da Epidemiologia Clássica, pois este, segundo Ayres et al. citados por 
Munõz Sánchez e |Bertolozzi (2007), designa chances probabilísticas de susceptibilidade, 
atribuíveis a um indivíduo qualquer de grupos populacionais particularizados, delimitados em 
função da exposição a agentes (agressores ou protetores) de interesse técnico ou científico. 
A vulnerabilidade é vista como um conjunto de aspectos que vai além do individual, 
abrangendo caracteres coletivos, contextuais, que levam à suscetibilidade às doenças ou 
agravos, levando em conta, também, aspectos que dizem respeito à disponibilidade ou à 
carência de recursos destinados à proteção das pessoas, na medida em que incorpora práticas 
cuja essência é o cuidado com o indivíduo coletivo, a possibilidade de apoiar os sujeitos sociais 
no que diz respeito aos seus direitos, fato que, na atual conjuntura de saúde e de 
desenvolvimento do país, se constitui como um desafio a ser perseguido e concretizado. 
A operacionalização do conceito de vulnerabilidade pode contribuir para renovar as práticas de 
saúde coletiva, nas quais o cuidado às pessoas, como já estudamos anteriormente, deve ser 
responsabilidade de diferentes setores da sociedade. 
Principais desenhos de pesquisa em Epidemiologia 
Os desenhos de pesquisa representam conjuntos formados por indivíduos, particularizados um 
a um (individuados) ou agregados por algum critério. 
Para a melhor compreensão do funcionamento dos vários desenhos de estudo, observe o quadro 
abaixo e leia as informações subsequentes: 
Tipo 
operativo 
Posição do investigador Referência temporal Denominações correntes 
Agregado Observacional 
Intervenção 
Transversal 
Longitudinal 
Longitudinal 
Estudos Ecológicos 
Estudos de Tendências 
Ensaios Comunitários 
Individuado Observacional 
Intervenção 
Transversal 
Longitudinal 
Longitudinal 
Inquéritos 
Coortes 
Caso-controle 
Ensaios Clínicos 
 
Com base nos conceitos atuais, onde todas as profissões das áreas da Saúde estão cientes da 
importância de haver a prática clínica baseada em evidência científica, é sempre importante 
considerar os níveis de evidência científica quando decidimos embasar a atividade clínica em 
pacientes. 
Segundo Jardim (2016), existem vários tipos de artigos científicos sendo publicados, de relatos 
de casos às revisões sistemáticas. Milhares de artigos são publicados todo mês e quem se 
mantiver atualizado precisa saber o que está lendo. Mas, se você quer pesquisar se um tipo de 
tratamento é útil para seu paciente, como saber a que tipo de artigo recorrer? Uma dica: Use a 
Pirâmide de Evidência Científica! 
Pirâmide da evidência 
 
(Fonte: Adaptada de SUNY – 2001) 
 
Atividade 
1. Os delineamentos de pesquisa que apresentam menor validade científica são os estudos: 
a) De série de casos. 
b) De casos e controles. 
c) Ecológicos. 
d) De coorte. 
e) Transversais. 
Justificativa: Os estudos de série de casos foram de grande utilidade no passado, mas hoje são 
considerados superados por não serem controlados e por serem fortemente sujeitos a vícios. 
 
2. Os estudos epidemiológicos que têm menor potencial de introdução de vícios são os: 
a) De coorte. 
b) De casos e controles. 
c) Ensaios clínicos randomizados. 
d) Transversais. 
e) De série de casos. 
Justificativa: Os ensaios clínicos randomizados, por sua natureza aleatória e seu caráter 
experimental, são os que têm menor potencial de introdução de vícios. 
 
3. Um estudo analisou todas as 4.452 pessoas com mais de 15 anos que viviam em uma pequena 
cidade de Massachusetts. Cada participante completou um questionário e submeteu-se a um 
exame que incluiu história médica, exame físico e testes sanguíneos. A presença de artrite 
reumática foi definida por critérios específicos em uso corrente. Na população estudada, foram 
encontrados 4 casos de artrite reumatoide por 1.000. 
O desenho do estudo é: 
a) Longitudinal. 
b) Prospectivo. 
c) Retrospectivo. 
d) Transversal. 
e) Nenhuma das respostas. 
Justificativa: A prevalência da doença é medida pela análise de um grupo de pessoas, algumas 
das quais estão doentes naquele ponto no tempo enquanto outras estão sadias. As avaliações 
fotográficas ou levantamentos de uma população de indivíduos, incluindo casos, são chamados 
de estudos de prevalência ou de estudos transversais, porque as pessoas são estudadas em um 
ponto no tempo. 
 
4. Qual tipo de estudo é considerado como estando no topo da evidência científica? 
a) Revisões sistemáticas e metanálises. 
b) Coortes. 
c) Caso e controle. 
d) Transversais. 
e) Ensaio clínicos. 
Justificativa: Esses estudos podem oferecer melhores informações sobre como encontrar a 
melhor forma para se tomar uma decisão. 
 
Aula 05: Indicadores Epidemiológicos 
Endemia, epidemia e pandemia 
Endemia 
É definida como a presença habitual de uma doença em uma determinada área 
geográfica. Pode, também, referir-se à ocorrência usual de uma determinada doença, 
dentro de uma área. 
 
Epidemia 
É definida como a ocorrência em uma comunidade ou região, de um grupo de doenças 
de natureza similar, excedendo claramente a expectativa normal, derivada de uma 
fonte comum de propagação. 
 
Pandemia 
Refere-se a uma epidemia de dimensões mundiais. 
 
Através de uma vigilância permanente, podemos determinar quais são os níveis usuais ou 
esperados. No que se refere ao excesso, às vezes um teste interocular pode ser convincente: A 
diferença é tão clara que lhe golpeia entre os olhos. 
 
Doença endêmica versus epidêmica. 
Por exemplo, em dezembro de 1952, um denso nevoeiro desceu sobre Londres. De 6 a 9 de 
dezembro, a névoa se tornou tão densa que a visibilidade foi reduzida a cerca de 9 metros em 
partes de Londres. 
Os pedestres tinham dificuldades para acharem seus caminhos, mesmo em áreas conhecidas. 
Por vezes, as pessoas não conseguiam ver suas próprias mãos e seus pés. 
 
Mortalidade semanal aproximada e concentração de SO2 na Grande Londres, 1952-1953. 
 
Veja, na figura, as tendências, na época, nas taxas de mortalidade e os níveis de dióxido de 
enxofre (SO2). O nível de SO2 serve como um indicativo útil de níveis gerais de poluição 
atmosférica. Como visto na figura 2, o nevoeiro foi acompanhado de um rápido aumento na 
taxa de mortalidade, excedendo claramente as taxas normais. Essa taxa permaneceu elevada 
por algum tempo após a névoa se dissipar. Mais de 4.000 mortes foram atribuídas ao nevoeiro. 
Recentemente, análises adicionais sugeriram que cerca de 12.000 mortes além do esperado 
ocorreram de dezembro de 1952 até fevereiro de 1953. Muitas dessas mortes ocorreram em 
pessoas que já sofriam de doenças crônicas pulmonares ou cardiovasculares. 
O desastre do Nevoeiro Londrino, ou A Grande Névoa, como ficou conhecido, desencadeou a 
formulação de leis, incluindo o Clean Air Actsde 1956 e 1968, que baniu as emissões de fumaça 
negra e exigiu que residentes de áreas urbanas operadores de fábrica convertessem suas 
máquinas de combustíveis para produzirem menos fumaça. 
Prevalência (doenças) 
Na linguagem comum, o verbo prevalecer conota a ideia de destaque sobre os fatos ou 
acontecimentos circundantes. Como conceito derivado, prevalência denota uma propriedade 
dos acontecimentos, fazendo com que estes se destaquem da circunstância. Como termo usado 
pela ciência epidemiológica, prevalência denota, aí, a frequência de casos de morbidade ou 
outra condição qualquer que se destaca por sua casuística em valores maiores que zero sobre os 
eventos de saúde ou não doença, especialmente, destacando-se sobre os demais casos passados, 
coincidentes com eles no tempo e no espaço, e que já não são mais casos, por terem 
desaparecido ou evoluído para morte ou cura. 
Observações: As medidas mais simples para prevalência são as contagens absolutas e 
frequências absolutas de total de casos da doença segundo as variáveis independentes entre os 
doentes (por exemplo, a contagem total de 300 casos existentes distribuídos na frequência de 
200 casos em adultos e 100 casos em crianças). 
Superiores a essas, por seu valor descritivo da probabilidade da doença na população, existem 
os coeficientes de prevalência, medidas secundárias que possibilitam comparar a probabilidade 
de existência de uma dada doença no tempo e no espaço e todas as demais variáveis referentes 
à população: Idade ou grupo etário, sexo, ocupação, etnia, entre outras. 
 
Operacionalmente, o coeficiente de prevalência pode ser calculado pela divisão entre o número 
de casos conhecidos de uma dada doença e o número de indivíduos da população, multiplicando 
o resultado pela base referencial da população que é potência de 10, usualmente 1.000, 10.000 
ou 100.000, de livre escolha, conforme a conveniência ou a tradição: 
 
 Coeficiente de Prevalência =
Nº de casos conhecidos de uma dada doença
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜
 𝑋 10𝑛 
 
Deve ficar bem estabelecido que número de casos conhecidos de uma dada doença mede os 
casos que subsistem, isto é, mede a soma dos casos anteriormente conhecidos e que ainda existe 
com os casos novos que foram diagnosticados desde a data da computação anterior. 
Incidência (morbidade) 
Os conceitos dos termos prevalecer e incidir contêm em comum, como ideia central, a ação de 
acontecer. Assim, por prevalecer deve ser compreendida a sequência das ações de acontecer e 
permanecer existindo em um momento considerado, enquanto incidir denota simplesmente a 
ação de acontecer. 
A incidência de doenças é medida, grosso modo, pela contagem de casos emergentes e pela 
frequência absoluta de casos relacionados à unidade de intervalo de tempo—dia, semana, 
mês ou ano. Assim, as sentenças três casos novos por dia ou 300 casos por ano são relações 
que expressam a incidência, ou seja, a intensidade com que estão surgindo casos novos, 
seja por dia, seja por ano, tomados esses intervalos como unidade de tempo. 
 
Para efeito de relativização da medida e de sua aplicação ao estudo comparativo do risco de 
incidência de doenças numa mesma população em épocas diferentes, ou em populações 
diversas numa mesma época, usa-se o coeficiente de incidência. Este, na realidade, é um 
coeficiente por habitante e por unidades de tempo, tal qual foi referido no parágrafo anterior 
para a frequência absoluta de incidência, porém tomado em relação ao total de indivíduos sob 
risco na população. 
 
Operacionalmente, o coeficiente de incidência é definido como a razão entre o número de casos 
novos de uma doença que incide em uma comunidade em um intervalo de tempo determinado 
e o número de habitantes de uma população expostos durante o mesmo período multiplicado o 
resultado por potência de 10, que é base referencial da população: 
 Nº de casos novos de uma doença. 
 Incidentes numa população durante um intervalo de tempo. 
 Coeficiente de incidência= X 10 de uma doença. 
 Nº de pessoas suscetíveis à doença. 
 Expostas ao risco da doença durante o referido intervalo de tempo. 
 
Visto por esse prisma, o coeficiente de incidência é uma variação de crescimento tomada no 
tempo, correspondendo a uma velocidade de crescimento. O coeficiente de incidência mediria 
a velocidade com que os novos casos de doença são agregados ao contingente dos que no 
passado adquiriram a doença e que, à data do cálculo do coeficiente de incidência, permanecem 
doentes. 
 
Indicadores demográficos e de mortalidade 
A necessidade de uma medida que pudesse expressar o padrão de vida ou índice de vida levou 
a Organização das Nações Unidas, em 1952, a convocar um grupo de trabalho encarregado de 
estudar métodos satisfatórios para definir e avaliar o nível de vida das coletividades humanas. 
 
De lá para cá, houve avanços conceituais sobre vida e saúde que trouxeram a consciência de 
que é preciso olhar mais para a estrada da vida, atentos à interação com os demais viajantes, 
aos relacionamentos coletivos e ao espaço para desempenho de função sociais. Apesar disso, 
na saúde pública, ainda não se aprendeu a pensar na saúde como sendo o caminho que se quer 
construir para tornar a vida uma viagem fácil, boa e longa. 
 
Prevalecem dominando nos indicadores básicos da Saúde no Brasil medidas de vida que, em 
grande proporção, estão limitadas à dimensão da vida biológica. Pouco ou quase nenhuma 
avaliação é feita de maneira sistemática da dimensão do eixo do desempenho de papéis pelo 
indivíduo, quanto ao desempenho de atitude cívica na coletividade e postura ética na sociedade. 
Dos três eixos de dimensões da vida, o eixo de desenvolvimento, relativo à evolução do corpo, 
é o que tem sido mais bem estudado. Aqui, trata-se de descrever medidas de desenvolvimento 
que aludam aos eventos de maior interesse para a saúde pública, eventos referentes, as 
ocorrências mórbidas e o óbito. 
Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios – PNAD 
O sistema de pesquisas domiciliares, implantado progressivamente no Brasil a partir de 1967, 
com a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios— PNAD, tem como finalidade 
a produção de informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País. 
Trata-se de um sistema de pesquisas por amostra de domicílios que, por ter propósitos 
múltiplos, investiga diversas características socioeconômicas e demográficas, umas de caráter 
permanente nas pesquisas, como as características gerais da população, de educação, trabalho, 
rendimento e habitação, e outras com periodicidade variável, como as características sobre 
migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, segurança alimentar e outros temas que são 
incluídos no sistema de acordo com as necessidades de informação para o País. 
 
A PNAD teve início no segundo trimestre de 1967, sendo os seus resultados apresentados com 
periodicidade trimestral até o primeiro trimestre de 1970. A partir de 1971, os levantamentos 
passaram a ser anuais com realização no último trimestre. 
 
A pesquisa foi interrompida para a realização do Censo Demográfico 1970, 1980, 1991, 2000 
e 2010. No período 1974-1975, foi levada a efeito uma pesquisa especial, denominada Estudo 
Nacional da Despesa Familiar— Endef que, além dos temas anteriormente pesquisados pela 
PNAD, investigou consumo alimentar e orçamentos familiares. 
 
Durante a realização do Endef, o levantamento básico da PNAD foi interrompido. Em 1994, 
por razões excepcionais, a PNAD não foi realizada. A partir de 2004, os resultados da pesquisa 
passaram a agregar informações das áreas urbana e rural para todas as unidades da Federação, 
grandes regiões e Brasil. 
 
As notas técnicas do PNAD apresentam os conceitos e definições utilizados na pesquisa e 
trazem considerações de natureza metodológica que permitem conhecer os principais aspectos 
de sua evolução histórica. Em complementoa essas informações, consolida os tópicos 
investigados na PNAD desde 1992, relativamente às seguintes características: Unidade 
domiciliar, dados gerais dos moradores, migração, educação, trabalho das crianças de 5 a 9 anos 
de idade, trabalho e fecundidade. 
 
Atividade 
1. Endemia significa que a doença: 
a) Ocorre claramente em excesso com relação à expectativa de normalidade. 
b) Está habitualmente presente em populações humanas. 
c) Afeta um grande número de países simultaneamente. 
d) Exibe um padrão sazonal. 
e) É prevalente entre animais. 
Justificativa: Endemia é definida como a presença habitual de uma doença em uma 
determinada área geográfica. Pode, também, referir-se à ocorrência usual de uma determinada 
doença, dentro de uma área. 
 
2. É uma alteração, espacial e temporalmente delimitada, do estado de saúde-doença de uma 
população, caracterizada por uma elevação progressivamente crescente, inesperada e 
descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando e reiterando 
valores acima do limiar epidêmico preestabelecido. Esta definição aplica-se a: 
 
a) Pandemia 
b) Epidemia 
c) Surto epidêmico 
d) Endemia 
e) Nenhuma das respostas 
Justificativa: A definição contempla os principais aspectos que caracterizam a epidemia, como 
delimitação temporal e espacial e o excedente de risco da doença. 
 
3. Vamos supor que, em janeiro de 1996, 1.000 adultos residentes em uma comunidade 
aceitaram o convite para serem examinados para hipotireoidismo em uma clínica local. Oito 
pessoas foram diagnosticadas com a doença. Destas, cinco já vinham fazendo tratamento, mas 
três não sabiam da existência da doença. O mesmo grupo de pessoas foi examinado novamente 
em janeiro de 1998 e foram descobertos, então, seis casos novos de hipotireoidismo. Destes, 
dois tiveram sintomas meses antes e já haviam sido diagnosticados e tratados por um médico. 
Registrou-se também que das oito pessoas diagnosticadas no exame de 1996, uma havia 
suspendido a medicação e morrido em 1997 de doença cardíaca mixedematosa. Fora isso, todas 
as pessoas examinadas em 1996 compareceram ao exame de 1998. 
Qual foi a prevalência de hipotireoidismo para o período de dois anos? 
a) 7/1.000 
b) 8/1.000 
c) 9/1.000 
d) 13/1.000 
e) 14/1.000 
Justificativa: A prevalência para o período de dois anos foi 14/1.000, ou 0,014. 
 
4. Uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente delimitado: Colégio, quartel, 
edifício de apartamento, bairro etc. é dita: 
a) Surto endêmico 
b) Surto epidêmico 
c) Epidemia focal 
d) Epidemia de contágio 
e) Nenhuma das respostas 
Justificativa: É a definição do surto epidêmico, usualmente apenas chamado de surto. 
 
5. Das seguintes afirmativas sobre epidemia por fonte comum: 
1. O seu critério diferenciador é a inexistência de um mecanismo de transmissão de hospedeiro 
a hospedeiro. 
2. O fator extrínseco é veiculado pela água, alimento, ar ou introduzido por inoculação. 
3. Não existe propagação da doença pessoa a pessoa: Todos os afetados devem ter tido acesso 
direto ao veículo disseminador, necessariamente ao mesmo tempo e no mesmo lugar. 
4. Trata-se geralmente de uma epidemia explosiva e bastante localizada em relação às variáveis 
tempo, espaço e pessoa. 
Estão corretas: 
a) Somente 1 e 3. 
b) Somente 2 e 4 
c) Somente 1, 2 e 4 
d) Somente 1, 3 e 4 
e) Todas (1 a 4) 
Justificativa: Letra C. 
Aula 06 – Estudos observacionais 
Segundo Rothman, Greenland e Lash (2011), os estudos epidemiológicos ocorrem por meio de 
ensaios experimentais e não experimentais. Não se pode falar de atividade científica sem que 
se mencionem os primeiros. 
Mas, o que é um experimento? Para a maioria das pessoas, ele diz respeito a qualquer ensaio 
ou teste. Segundo os autores, um professor, ao introduzir novos métodos de ensino em sala de 
aula, está executando um experimento. E quanto aos cientistas? Qual é o significado de 
experimento para eles? 
Para Rothman, Greenland e Lash, na visão mais específica da ciência, 
"[...] experimento é um conjunto de observações conduzidas sob circunstâncias 
controladas, no qual o cientista manipula as condições para averiguar que efeito, se é que 
há algum, tal manipulação tem sobre as observações. Alguns poderiam ampliar essa 
definição, para incluir observações controladas sem manipulação das condições. " 
ROTHMAN; GREENLAND; LASH, 2011, p. 107 
 
Com relação aos estudos não experimentais, existem dois tipos deles: 
Estudo de coorte: Também chamado de estudo de seguimento ou estudo de incidência, 
sendo um estudo análogo direto do experimento. Nesse estudo, grupos de exposição diferentes 
são comparados, mas o pesquisador seleciona apenas os sujeitos a observar, e apenas classifica 
esses sujeitos pelo status de exposição, em vez de alocá-los em grupos de exposição; 
Estudo de caso-controle de incidência: Ou simplesmente estudo de caso-controle, usa um 
passo extra de amostragem da população-fonte para os casos: Enquanto um estudo coorte 
incluiria todas as pessoas na população, dando origem aos casos do estudo, um estudo de caso-
controle seleciona somente uma amostra dessas pessoas, e escolhe quem incluir, em parte com 
base no status de doença. 
Variáveis relacionadas com o tempo 
As variáveis relacionadas com o tempo são aquelas ligadas à distribuição dos casos 
de uma doença em função da forma, como as ligadas às pessoas e ao lugar: O tripé da 
epidemiologia descritiva. A organização adequada de dados sobre doenças ou agravos 
pode oferecer um diagnóstico dinâmico sobre eles em determinada população. 
Estudo de coorte 
No estudo de coorte paradigmático, o pesquisador define dois ou mais grupos de 
pessoas que estão livres de doença, as quais diferem de acordo com a extensão da 
exposição a uma causa potencial de doença. Esses grupos são referidos como 
as coortes do estudo. 
Quando dois grupos são estudados, pensa-se em um, usualmente, como a coorte 
exposta, ou índice – aqueles indivíduos que experimentaram a suposta exposição 
causal ou condição –, e pensa-se no outro, então, como a coorte não exposta, ou 
de referência. Pode haver mais do que apenas duas coortes, mas cada uma 
representaria um grupo com um nível, ou tipo, diferente de exposição. 
Muitos estudos de coorte começam com uma única coorte, que é heterogênea com relação à 
história de exposição. Comparações de experiência de doenças são feitas dentro da coorte, por 
meio de subgrupos definidos por uma ou mais exposições. Os exemplos incluem estudos de 
coortes definidos a partir de listas de filiação a unidades administrativas ou sociais, tais como 
coorte de médicos ou de enfermeiras; ou coortes definidas por meio de registros de empregos, 
tais como coortes de operários de fábricas. 
Estudos de caso-controle 
Os estudos de caso-controle são mais bem compreendidos e conduzidos pela definição de uma 
população-fonte no início, o que representa uma população de estudo hipotética na qual um 
estudo de coorte poderia ter sido realizado. 
Em um estudo de caso-controle, esses mesmos casos são identificados, e seu status de exposição 
é determinado exatamente como um estudo de coorte, mas os denominadores, a partir dos quais 
as taxas poderiam ser calculadas, não são mensurados. Em vez disso, um grupo de controle de 
sujeito do estudo é tirado como uma amostra da população-fonte total, que deu origem aos 
casos. O propósito desse grupo controle é determinar o tamanho relativo dos denominadores de 
expostos e não expostos na população-fonte. 
Estudo transversal 
Um estudo transversal é geralmente referido como aquele que inclui como sujeitos 
todas as pessoas na população, ao tempo da averiguação, ou uma amostra 
representativa de todas essas pessoas, selecionadas sem levarem consideração o estado 
de exposição ou de doença. 
Um estudo transversal conduzido para estimar prevalência é denominado estudo de 
prevalência. Em geral, a exposiçãoé averiguada simultaneamente com a doença, e 
subpopulações com exposições diferentes são comparadas em relação à prevalência de 
doença. Esses estudos não precisam ter objetivos etiológicos. 
https://portaldoaluno.webaula.com.br/cursos_graduacao/go0302/aula6.html
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Estudo ecológico 
Todos os tipos de estudos descritos até aqui compartilham a característica de que as observações 
feitas são pertinentes a indivíduos. É possível, e algumas vezes necessário, conduzir uma 
pesquisa na qual a unidade de observação é um grupo de pessoas, em vez de um indivíduo. Essa 
pesquisa é chamada de estudo ecológico ou estudo agregado. 
Os grupos podem ser turmas de uma escola, fábricas, cidades ou mesmo uma 
nação. O único requisito é que as informações sobre as populações estudadas 
estejam disponíveis para a mensuração das distribuições de exposição e de doença 
em cada grupo. 
Instrumentos de coleta de dados 
Instrumentos de coleta de dados representam o agrupamento de todas as variáveis 
envolvidas no estudo de modo a operacionalizar o registro de todas elas. Grosso modo, os 
instrumentos de coleta de dados incluem: questionários e roteiros de entrevistas e de 
observação. 
 Com o advento dos computadores e mídias eletrônicas disponíveis no mercado, outras formas 
de coleta de dados têm sido utilizadas, como gravadores de som, filmadoras digitais, 
desenhos, ou mesmo softwares que gravam ações de usuários em tempo real. A escolha do 
tipo de instrumento dependerá, obviamente, da questão de pesquisa e, em última instância, 
das variáveis a serem registradas. 
 Existem recomendações gerais para a laboração de instrumentos de coleta de dados que 
incluem aspectos de formatação e redação. Para a formatação de um instrumento de coleta de 
dados, as questões devem estar divididas em grupos temáticos, cabeçalhos devem ser 
inseridos em cada seção, perguntas emocionalmente neutras devem ser as primeiras a serem 
apresentadas, deixando as questões pessoais ou delicadas para o final. A redação das questões 
deve ser clara e específica, utilizando palavras simples e comuns, e evitando juízos de valor. 
Essas recomendações básicas ajudam no registro e evitam dados dúbios e incorretos ou 
mesmo incongruentes. 
 Em geral, as questões que compõem os instrumentos de coleta de dados são classificadas em 
dois tipos: Abertas e fechadas. As questões fechadas incluem um leque de respostas 
previamente selecionadas, sendo mais rápidas e mais fáceis de tabular. Esse leque deve ser 
preferentemente exaustivo ou incluir a opção outras (especificar) ou nenhuma das 
alternativas anteriores, em caso contrário. 
 Se o objetivo for a obtenção de uma resposta única, o conjunto de alternativas deverá ser 
mutuamente exclusivo, e isso deverá estar explícito na questão. Esse tipo de questão é 
utilizado, principalmente, em questionários e roteiros de observação. Questões abertas, por 
sua vez, permitem mais liberdade ao respondente, mas exigem método qualitativo de 
codificação, consumindo mais tempo e necessitando de mais julgamento subjetivo. 
Risco Absoluto 
A incidência de uma doença na população é chamada de risco absoluto. Este pode indicar a 
magnitude do risco em um grupo de pessoas com certa exposição. Como não considera o risco 
de doença em indivíduos não expostos, ele não indica se a exposição está associada com um 
aumento do risco à doença. 
Em epidemiologia, as comparações são fundamentais. Entretanto, o risco absoluto pode 
apresentar implicações significativas tanto na clínica quanto nas políticas de saúde pública. 
Uma mulher que contrai rubéola no primeiro trimestre de gestação e pergunta ao médico qual 
o risco de o filho dela apresentar malformação. Será dado a ela certo número como resposta. 
Com base nessa informação, ela pode decidir interromper a gravidez. Ela não estará, 
explicitamente, comparando dados, mas uma comparação implícita está, em geral, sendo feita: 
 
A mulher não está questionando apenas qual o risco de o filho dela nascer com uma 
malformação, mas está comparando qual seria esse risco se não tivesse contraído rubéola. 
Embora o risco absoluto não estipule qualquer comparação explícita, uma comparação implícita 
é frequentemente feita quando observamos a incidência de uma doença. Contudo, para avaliar 
a questão da associação, devemos usar abordagens que evolvem comparações explícitas. 
 
Atividades 
1. Assinale, entre as opções a seguir, aquela que representa os delineamentos de pesquisa que 
apresentam menor validade científica. 
a) De série de casos 
b) De coorte 
c) De casos e controles 
d) Transversais 
e) Ecológicos 
Justificativa: Os estudos de série de casos foram de grande utilidade no passado, mas 
atualmente são considerados superados por não serem controlados e por serem fortemente 
sujeitos a vícios. 
 
2. Os tipos mais comuns de delineamentos de pesquisa relatados na literatura nos países 
desenvolvidos são os estudos: 
a) De série de casos 
b) Ecológicos 
c) De prevalência 
d) Analíticos 
e) Experimentais 
Justificativa: Os estudos de prevalência são o tipo mais comum de delineamentos de pesquisa 
relatados na literatura médica, constituindo aproximadamente um terço dos artigos originais em 
grandes periódicos. 
 
3. É um estudo com direção lógica invertida: 
a) Ensaio clínico randomizado 
b) Quase experimento 
c) Estudo de coorte 
d) Estudo de caso-controle 
e) Estudo transversal 
Justificativa: O estudo de caso-controle tem direção lógica invertida; isto é, inicialmente os 
pesquisadores recrutam indivíduos que têm ou não o desfecho clínico, para então determinar 
quem tem ou não o fator em estudo, que supostamente determina esse desfecho clínico. 
 
4. A temporalidade de uma associação entre causa e efeito pode ser observada no estudo: 
a) De coorte 
b) De caso-controle 
c) De prevalência 
d) De série de casos 
e) Transversal 
Justificativa: Dos estudos apresentados como opção de resposta, o de coorte é o único de 
direção lógica natural, ou seja, parte do fator em estudo e busca o desfecho clínico. Com isso, 
a temporalidade da associação entre causa e efeito pode ser identificada. 
 
5. Em estudos sobre risco, os melhores substitutos disponíveis para um experimento verdadeiro 
quando a experimentação não é possível são os: 
a) Ensaios clínicos 
b) Estudos de coortes 
c) Estudos de caso-controle 
d) Estudos seccionais 
e) Estudos ecológicos 
Justificativa: Os estudos de coorte para risco são os melhores substitutos disponíveis para um 
experimento verdadeiro quando a experimentação não é possível. 
 
Aula 07 – Vigilância epidemiológica no Brasil. 
A Vigilância Epidemiológica (VE) está incluída entre as Funções Essenciais de Saúde 
Pública (FESP). O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é um subsistema 
do Sistema Único de Saúde (SUS), baseado na informação-decisão-ação de doenças e agravos 
específicos. Os principais objetivos da VE são elaborar, recomendar e avaliar as medidas de 
controle e de planejamento. Com isso, a VE pode ser definida como uma atividade de 
informação para decisão/ação, desenvolvendo várias funções específicas, como: 
 Coleta de dados e informações 
 Processamento 
 Análise e interpretação dos dados coletados 
 Tomada de decisão 
 Avaliação 
 Divulgação de informações pertinentes 
 Normatização 
Para que a VE possa cumprir o papel que lhe cabe, é necessário que ela disponha de informação, 
que é gerada a partir da coleta, do tratamento e da interpretação de dados. A informação 
constitui um instrumento capaz de estabelecer um processo dinâmico para o desencadeamento 
de medidas de controle pertinentes, o planejamento, a avaliação, a manutenção e o 
aprimoramento das intervenções públicas em saúde. 
Avanços da Vigilância Epidemiológica no Brasil 
Com a criação, em 1991, do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), foi 
impulsionada a ampliaçãoda atuação da VE para além das doenças transmissíveis, 
conforme exigido pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei do SUS), 
indicando a necessidade de atuar sobre determinantes e condicionantes dos problemas 
de saúde das populações (PAIM apud ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011). 
Entre as atividades desenvolvidas pelos serviços de vigilância do país, destacam-se: 
O monitoramento e a prevenção de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT). 
 
A vigilância de óbitos infantis e maternos. 
 
A vigilância de acidentes de trânsito. 
 
Outro marco importante no avanço da VE no Brasil é a Lei nº 9.782, de 27 de janeiro de 1999, 
que dispõe sobre o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e a criação da Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa), que substituiu a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. 
A Anvisa tem por finalidade institucional: 
"[...] promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle 
sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à 
Vigilância Sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das 
tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e 
fronteiras. " BRASIL, 1999, art. 6º 
Este mesmo instrumento define que “[...] as atividades de Vigilância Epidemiológica e de 
controle de vetores relativas a portos, aeroportos e fronteiras, serão executadas pela Agência, 
sob orientação técnica e normativa do Ministério da Saúde” (BRASIL, 1999, art. 7º). 
Outro marco importante no avanço da VE no Brasil é a Lei nº 9.782, de 27 de janeiro de 1999, 
que dispõe sobre Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de 
eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes 
do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse 
da saúde, abrangendo: 
a) O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionam com a 
saúde, compreendidas todas as etapas e os processos, da produção ao consumo. 
b) O controle da prestação de serviços que se relacionam, direta ou indiretamente, com 
a saúde. 
O objetivo da vigilância sanitária é promover, proteger e garantir o acesso à saúde do 
consumidor, do trabalhador e da população. 
Essa mudança segue uma tendência internacional de órgãos como a Organização Mundial de 
Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os quais têm utilizado 
os termos vigilância em saúde ou vigilância em saúde pública para representar, de maneira 
integrada, as atividades de vigilância das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e dos 
agravos não transmissíveis e dos fatores de risco destes; a vigilância ambiental em saúde; e a 
vigilância da situação de saúde (SILVA JUNIOR apud ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011). 
Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis (VEDT) 
A VE foi desenvolvida a partir da necessidade de controle das doenças transmissíveis, 
denominadas anteriormente doenças pestilenciais ou quarentenáveis. Com a evolução 
da VE, vários métodos e práticas vêm sendo aplicados na maioria dos países 
ocidentais. 
Tipos de dados 
 Notificação compulsória 
Representa a principal fonte de informação da VE de doenças transmissíveis. 
A notificação compulsória é a comunicação obrigatória da ocorrência de determinada 
doença ou agravo à saúde feita à autoridade sanitária, por profissionais da saúde ou 
qualquer cidadão, com o intuito de intervenção. 
 Laboratórios 
Os laboratórios de Imunologia, Bacteriologia, Virologia, Micologia, Parasitologia, 
Biologia Molecular e Anatomopatológicos são importantes fontes de dados por 
permitirem detectar casos que não foram conhecidos por meio da notificação. 
Sistema de Informação de Internação Hospitalar (SIH-SUS) 
As internações hospitalares são importantes fontes de notificação em virtude de os 
hospitais serem a porta de entrada para os casos graves. 
 Declaração de Óbitos (DO) – Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) 
Os dados das DOs alimentam o SIM, que é um importante elemento para o Sistema 
Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), tanto como fonte principal de 
dados, quando existem falhas de registro de casos no Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação (Sinan), quanto como fonte complementar, por dispor de 
informações sobre as características de pessoa, tempo e lugar, assistência prestada ao 
paciente, causas básicas e associadas a óbitos, que são extremamente relevantes e 
muito utilizadas no diagnóstico da situação de saúde da população. 
 Investigação epidemiológica 
Essa atividade permite que se obtenham informações complementares sobre os casos 
para que se estabeleçam as fontes e os mecanismos de transmissão e as medidas de 
controle. Isso acrescenta informação aos dados da notificação, no que diz respeito à 
fonte da infecção, ao modo de transmissão e à confirmação diagnóstica, por exemplo. 
 Notificação de surtos e epidemias 
A ocorrência de surtos e epidemias deve ser imediatamente comunicada aos serviços 
de VE, para acompanhamento e adoção de medidas de controle. 
 Imprensa e população 
A imprensa e a população são importantes fontes de informação sobre a ocorrência de 
enfermidades em grupos populacionais, principalmente diante da suspeita de 
epidemias. 
Em 2006, o Brasil adotou mecanismos semelhantes aos presentes no Regulamento 
Sanitário Internacional (RSI) para aumentar a sensibilidade do sistema de detecção, 
passando a buscar mais detalhadamente notícias circulantes nos meios de comunicação 
de massa (televisão, jornais, revistas, rádio e internet), para depois submetê-las à 
verificação pelas autoridades sanitárias locais. 
 Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos 
Esses dados caracterizam muito bem a dinâmica populacional e as condições gerais de 
vida da população. Nos contextos demográfico, ambiental e socioeconômico, 
destacam-se as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE). 
 Processamento, análise e interpretação de dados 
Os dados coletados devem ser consolidados sistematicamente, com periodicidade 
definida de acordo com a apresentação epidemiológica de cada doença/agravo e com 
a disponibilidade de instrumentos de controle. 
A análise dos dados é realizada por meio de cálculos de medidas de frequência, entre 
outras, ou também empregando métodos de análise estatística. Quanto mais precisas 
forem as análises, mais eficiente será o sistema de VE. 
Monitoramento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) 
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), violências e acidentes representam graves 
problemas de saúde pública com alto impacto sobre a morbimortalidade da população. O 
monitoramento de doenças e agravos não transmissíveis tem como objetivo reduzir a incidência 
e a prevalência desses problemas de saúde, prolongando, dessa forma, a vida dos seres 
humanos, com boa qualidade. 
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) 
A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), por intermédio da Coordenação-Geral 
de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis (CGDANT), tem 
trabalhado para coordenar, fomentar e desenvolver estudos e pesquisas para a 
identificação e o monitoramento de fatores de risco, a análise e a avaliação das ações 
de promoção da saúde e a prevenção e o controle das DANT. 
Uma importante estratégia para a prevenção das DANT é a utilização de técnicas 
pedagógicas ou intervenções educativas em saúde capazes de persuadir as pessoas a 
modificarem o estilo de vida. O perfil epidemiológico dessas enfermidades pode ser 
modificado por intervenções de promoção da saúde estimulando o autocuidado em saúde. 
Além das intervenções educativas que mobilizam a população para a adoção de hábitos 
saudáveis, também são necessárias intervenções nos campos regulatório e de políticas públicas 
de promoção da saúde, conforme abordaremos na aula 8, como apromulgação de leis restritivas 
ao consumo de álcool e tabaco e as ações que promovem a prática de exercícios físicos. 
As abordagens metodológicas para estruturar as ações de monitoramento das DANT estão 
centradas na evolução de determinados indicadores relacionados à morbidade e à mortalidade. 
 
Atenção: Para monitorar a ocorrência das DANT, é imprescindível que se disponha de dados 
confiáveis e acessíveis, para que sejam realizadas as análises epidemiológicas. Dessa forma, 
os indicadores escolhidos devem captar a conjuntura epidemiológica da doença ou agravo. 
 
O monitoramento das DANT não está condicionado a sistemas de notificação compulsória, pois 
não é necessário o conhecimento de todos os casos para o planejamento e a execução de 
intervenções coletivas ou individuais para a prevenção. 
Sistemas nacionais de informação em saúde 
Conforme abordado anteriormente, o setor da saúde vem incentivando, nos três níveis de gestão, 
o desenvolvimento de pesquisas para identificar e monitorar: 
 A situação epidemiológica; 
 As necessidades no campo de assistência médica; 
 Os fatores de risco; 
 As condições e o estilo de vida que influenciam tanto a incidência das doenças e dos 
agravos quanto a evolução e o prognóstico destes. 
As principais fontes de dados utilizados para a construção de indicadores adequados a essa 
estratégia são os próprios sistemas nacionais de informação em saúde. 
Sistema SUS 
O Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA-SUS) e o Sistema de Informações 
Hospitalares do SUS (SIH-SUS), apesar de não registrarem os atendimentos da rede 
privada não conveniada ao SUS, possuem uma cobertura abrangente, além de fornecerem 
dados sobre vários tipos de procedimentos que, praticamente, só são realizados no SUS, 
como os transplantes de órgãos. 
Seguro de vida individual 
No SIH-SUS é possível obter um conjunto de variáveis significativas para a construção de 
indicadores que são utilizados no monitoramento das DANT, como a causa da internação, os 
dias de permanência e a evolução da doença. 
Todas as internações são codificadas segundo a Classificação Internacional de Doenças 
(CID), contando com a possibilidade de registrar a causa principal, ou seja, a doença que 
motivou a internação, e a secundária, isto é, a doença que contribuiu para a causa 
principal de internação. 
Instituto Nacional do Câncer (Inca) 
Com os dados obtidos a partir desses sistemas é possível construir vários indicadores para 
monitoramento da morbidade, por exemplo, taxas de internação por doenças específicas 
(doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras); taxas de internação por determinados 
procedimentos, como a amputação de membros inferiores, permitindo avaliar as complicações 
do diabetes. 
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) 
O SIM permite o conhecimento do comportamento e das tendências de mortalidade por DANT, 
por meio do cálculo das taxas de mortalidade bruta ou padronizadas para cada doença. 
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 
(Vigitel) 
O Ministério da Saúde vem utilizando a combinação de inquéritos de prevalência de fatores de 
risco para as DCNT de base populacional, com um sistema fundamentado em inquéritos 
telefônicos, o Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por 
Inquérito Telefônico (Vigitel), implantado em 2006. 
É importante destacar que ele, desde que foi implantado, vem cumprindo com grande eficiência 
o objetivo de monitorar a constância e a distribuição dos principais determinantes das DCNT, 
por inquérito telefônico. 
Acidentes de trânsito 
Em se tratando de acidentes de trânsito, estados, municípios e instituições de pesquisa estão 
sendo estimulados a desenvolver estratégias para a redução dessas ocorrências. 
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), proclamou oficialmente, no 
dia 2 de março de 2010, o período compreendido entre os anos de 2011 a 2020 como a Década 
Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito, a fim de estimular esforços no mundo todo, 
para conter e reverter a tendência crescente de fatalidades e ferimentos graves em acidentes no 
trânsito no planeta. 
Os ministérios da saúde e das cidades lançaram, no dia 11 de maio de 2011, o Pacto Nacional 
pela Redução dos Acidentes no Trânsito (Pacto pela Vida). A meta é estabilizar e reduzir o 
número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos 10 anos, como 
adesão ao Plano de Ação da Década de Segurança no Trânsito 2011-2020, lançado na 
mesma data (11 de maio de 2011), pela OMS. 
O Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária para a Década 2011-2020 é 
um conjunto de medidas visando à contribuição para a redução das taxas de mortalidade e lesões 
por acidentes de trânsito no país, por meio da implementação de ações de fiscalização, 
educação, saúde, infraestrutura e segurança veicular, a curto, médio e longo prazos. 
Novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI) 
Em 2005, a 58ª Assembleia Mundial de Saúde aprovou o novo RSI, modificando a 
estratégia anterior para a notificação internacional de problemas de saúde que, até 
então, era restrita a três doenças específicas: Febre amarela, peste e cólera. 
Tal aprovação representou um marco para a Saúde Pública Internacional, estando o RSI mais 
adequado às realidades da comunidade sanitária internacional. 
A abrangência do RSI foi ampliada para a 
"[...] verificação e notificação de todos os EVENTOS URGENTES DE 
IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL, independentemente de sua natureza 
(eventos naturais, acidentais ou intencionais), origem e fontes (biológicas, 
químicas ou radionucleares), com vistas à adoção de medidas temporárias ou 
permanentes que impeçam a propagação de doenças e seus agentes pelo mundo, 
sem criar transtornos desnecessários ao tráfego e ao comércio internacional. " 
BRASIL, 2005, p. 26 
A disseminação da Influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, em território 
nacional, foi um desses eventos recentes. Ela ajudou a demonstrar o desconhecimento de muitos 
setores sobre os papéis das autoridades nacionais bem como os limites e as limitantes do Estado 
frente ao quadro iminente daquele momento, principalmente quanto ao comércio internacional 
e aos direitos individuais dos cidadãos de se locomoverem para além das fronteiras dos países 
de origem e residência. 
Atividades 
1. Em 1991 tivemos a criação do(a) __________________________ que impulsionou a 
ampliação da Vigilância Epidemiológica. Estamos falando do(a): 
a) Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) 
b) Centro Nacional de Pandemia (Cenp) 
c) Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi) 
d) Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) 
e) Nenhuma das opções anteriores 
Justificativa: Com a criação, em 1991, do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), a 
ampliação da atuação da Vigilância Epidemiológica foi impulsionada para além das doenças 
transmissíveis. 
 
2. Em 1999, sendo disposto pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, foi criado(a)o(a) 
___________________________. Estamos falando do(a): 
a) Anvisa 
b) SVS 
c) CDV 
d) OMS 
e) Nenhuma das opções anteriores 
Justificativa: Um marco importante no avanço da vigilância epidemiológica no Brasil foi a 
criação da Lei 9.782, de 27 de janeiro de 1999, que dispõe sobre o Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária e a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
 
3. O Ministério da Saúde e a política pública Saúde da Criança lançaram, em 2011, um projeto 
que tinha como finalidade reduzir o número de morte se de lesões em acidentes de transportes 
terrestres. Estamos falando de: 
a) Pacto na Estrada 
b) Pacto pela Vida 
c) Diminuição das mortes 
d) Redução das lesões 
e) Pacto de Segurança 
Justificativa: Os ministérios da Saúde e das Cidades lançaram, no dia 11 de maio de 2011, o 
Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida. 
Aula