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Aula 1 – Economia criativa: Um caminho sem volta. Atividade 1 - Qual a importância da economia criativa atualmente no mundo? A economia criativa é uma nova forma de se pensar o mercado de trabalho e é importante, porque, além de gerar empregos, a criatividade passa a ser uma fonte de recurso; dessa maneira, podemos criar formas de resolver problemas e questões essenciais para nossa sobrevivência como saneamento, habitação etc. A economia nos anos 1980 estava cristalizada devido aos produtos limitados e escassos. Com a criatividade como produto, podemos impulsionar e reinventar a economia, a fim de melhorar nossa qualidade de vida, utilizando uma forma de produção econômica, ilimitada, sustentável e diversificada. 2 - Como a tecnologia impulsionou o desenvolvimento da indústria criativa e como ela se relaciona com a economia criativa? O avanço da tecnologia permitiu a combinação de diversas mídias e atividades ao mesmo tempo e possibilitou a conexão de produções simbólicas, ou seja, uma nova forma de pensar a economia e o mercado de trabalho e seus produtos e serviço. Este universo agora passa a ser dinâmico, mutante e interativo. A tecnologia se relaciona com a economia acelerando também seu crescimento e estabelecendo a criatividade como forma efetiva de alavancar a economia como um todo. 3 - Discrimine os produtos ou serviços que podem ser considerados bens culturais: I. Obras de artes II. Edição de livros III. Peças de teatro IV. Televisão IV. Jogos de vídeos a) I e II b) I, III e V c) III e IV d) II, IV e V 4 - Quais afirmações abaixo você considera falsa (F) ou verdadeira (V)? a) Os estados que concentram as maiores participações da indústria criativa nos PIBs estão no Nordeste. a) Verdadeiro b) Falso Justificativa: estão no Sudeste. b) Quando consideramos evolução do número de trabalhadores formais da economia criativa, tanto pelo critério ocupacional quanto pelo setorial podemos afirmar que a informal é mais expressiva. a) Verdadeiro b) Falso Justificativa: são iguais. c) Apenas 21% das cidades brasileiras possuem salas de teatro e só 9% possuem salas de cinema. a) Verdadeiro b) Falso d) O Brasil não figura entre os 10 primeiros países em desenvolvimento, produtores e exportadores de bens e serviços criativos, nas pesquisas internacionais. a) Verdadeiro b) Falso Aula 1: Introdução à Epidemiologia Observações: Quais são os objetivos específicos da Epidemiologia? Identificar a etiologia ou causa da doença e os fatores de risco relevantes—isto é, fatores que aumentam o risco da doença para a pessoa. Queremos saber como a doença é transmitida de uma pessoa para outra ou de um reservatório não humano para uma população humana. Nosso maior objetivo é intervir para reduzir a morbidade e a mortalidade das doenças. Queremos desenvolver uma base racional para programas de prevenção. Se pudermos identificar a etiologia ou os fatores causais da doença e reduzir ou eliminar a exposição a esses fatores, poderemos desenvolver uma base para problemas preventivos. Determinar a extensão da doença encontrada na comunidade. Qual é o grau de importância da doença na comunidade? Esta é uma questão crítica para o planejamento de serviços e instalações de saúde e para o treinamento de futuros agentes de saúde. Estudar a história natural e os prognósticos da doença. Evidentemente, certas doenças são mais graves que outras. Algumas podem ser rapidamente letais, enquanto outras podem apresentar maior tempo de sobrevivência. Outras podem não ser fatais. Queremos definir a história natural da doença quantitativamente, a fim de podermos desenvolver novos modelos de intervenção, através de tratamentos ou de abordagens preventivas, podendo comparar seus resultados com os dados de referência para determinar se foram realmente efetivos. Avaliar medidas preventivas e terapêuticas e modelos de assistência à saúde novos ou existentes. Por exemplo, o rastreamento do câncer de próstata utilizando-se o antígeno prostático específico (PSA), melhora a sobrevida dos homens com câncer de próstata? O implemento de medidas e novas abordagens no cuidado à saúde tiveram impacto nos pacientes e em sua qualidade de vida? Atenção! Prevenção e terapia são frequentemente vistas como atividades excludentes. Fica claro, entretanto, que a prevenção não somente integra a saúde pública, como também a prática clínica. O papel dos profissionais da Saúde é de manter a saúde tanto. Desse modo, muito da dicotomia entre terapia e prevenção é uma ilusão. Terapia envolve prevenção secundária e terciária. Esta última denota a prevenção de complicações, como uma deficiência. Às vezes, também envolve prevenção primária. Sendo assim, o espectro completo da prevenção deve ser visto de forma integral tanto para a saúde pública como para a prática clínica. Epidemiologia é um instrumento, imprescindível para o fornecimento de bases racionais, para que programas de prevenção efetivos possam ser planejados e implementados e para conduzir investigações clínicas que contribuam com o controle de doenças e minimizem o sofrimento humano associado a elas. Atividade 1. John Snow, médico inglês do Século XIX, deu grande contribuição à Epidemiologia por seus estudos sobre a epidemia de: a) Cólera b) Peste c) Sarampo d) Rubéola e) Varíola Justificativa: Por seus trabalhos e estudos sobre epidemias de cólera, nos quais demonstrou o brilhantismo de seu raciocínio e inteligência, foi considerado o pai da Epidemiologia. 2. A primeira tentativa de buscar uma explicação matemática para o fenômeno epidêmico foi efetuada por: a) William Petty b) John Snow c) John Graunt d) Rudolf Virchow e) William Farr Justificativa: O pai da Estatística, quem pela primeira vez tentou buscar uma explicação matemática para o fenômeno epidemiológico. 3. A relação entre a cólera e as águas contaminadas postulada por John Snow encontrou a forte oposição de: a) Adam Smith b) Chadwick c) Edward Jenner d) Joseph Lister e) William Farr Justificativa: Farr atribuía o cólera em Londres ao movimento das marés do Rio Tâmisa e apresentou dados com os quais pretendeu mostrar que, a mais baixo nível, a incidência do cólera era maior, devido à influência mais manifesta das marés. 4. Propôs o termo medicina social, que serve para designar genericamente modos de tomar coletivamente a questão de saúde: a) Alexander Fleming b) Pierre-Charles Alexandre Louis c) Johann Peter Franck. d) Joseph Goldberger e) Gehard Domagk Justificativa: Louis conduziu outro trabalho pré-epidemiológico semelhante, dividindo os pacientes em grupos expostos/afetados versus não expostos/não afetados para determinar relações semelhantes entre doença e etiologia, deduzindo, por exemplo, a natureza hereditária do enfisema. 5. O termo Epidemiologia foi empregado pela primeira vez como título de um trabalho sobre a peste, escrito por: a) Tucídides b) Homero c) Angelerio d) Juan de Villalba e) Camus Justificativa: Angelerio empregou esse termo pela primeira vez na Espanha. Aula 02: Conceitos básicos em epidemiologia 1. É o período preliminar ao aparecimento da doença no homem. a) Período pré-patogênico. b) Fase de patogênese. c) Período patogênico. d) Período pós-patogênico. e) Nenhuma das respostas. Justificativa: O agente de doenças ainda não entrou no homem, mas os fatores que favorecem sua interação com o hospedeiro humano já existem no ambiente. 2. Com relação à história natural da doença, é INCORRETO afirmar que: a) Tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: o patológico e o epidemiológico. b) No período epidemiológico, o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente. c) No período patológico, interessam as modificações que se passam no organismo vivo. d) Abrange dois domíniosinteragentes, consecutivos e mutuamente exclusivos, que se completam. e) O meio ambiente é onde ocorrem as pré-condições, enquanto o meio interno é o lócus da doença. Justificativa: A história natural da doença, portanto, desenvolve-se em dois períodos sequenciados: o período epidemiológico e o período patológico. No primeiro, o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente; no segundo, o que interessa são as modificações que se passam no organismo vivo. Abrange, dessa forma, dois domínios interagentes, consecutivos e mutuamente exclusivos, que se completam: o meio ambiente, onde ocorrem as pré-condições, e o meio interno lócus da doença, onde se processaria, de forma progressiva, uma série de modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas, próprias de determinada enfermidade. 3. A principal ênfase na epidemiologia ocupacional e ambiental tem sido dada aos estudos sobre: a) Causalidade das doenças. b) Avaliação de medidas preventivas específicas. c) Impacto dos serviços de saúde ocupacional. d) Mudanças gerais no ambiente. e) Custos econômicos da prevenção. Justificativa: Todo processo epidemiológico ocorre por meio do processo de causa e efeito. 4. Quando o homem não trata bem a natureza, a natureza não trata bem o homem. Essa afirmativa reitera a necessária interação das diferentes espécies. Depreende-se dessa imagem: ( F ) a) A responsabilidade do homem na manutenção da biodiversidade. ( F ) b) Atuação do homem na clonagem de animais pré-históricos. ( F ) c) Exclusão do homem na ameaça efetiva à sobrevivência do planeta. ( V ) d) Ingerência do homem na reprodução de espécies em cativeiro. ( F ) e) Mutação das espécies pela ação predatória do homem. Gabarito: D Observações: Segundo Tambellini, 1988, “saúde é um bem coletivo que deve ser compartilhado individualmente por todos os cidadãos. Comporta duas dimensões essenciais: a dimensão do indivíduo e a dimensão da coletividade”. A saúde passou a ser também um critério de cidadania. Assim, podemos afirmar que todos os cidadãos são responsáveis pela manutenção da sua saúde (citado por Rouquayrol). Atenção Primária à Saúde Realizada no período pré-patogênico. Compreende a aplicação de medidas dirigidas a determinado agravo à saúde. Objetivos: Promoção da saúde e prevenção de doenças; Interceptar as causas patológicas antes que atinjam o indivíduo. Exemplos de medidas de proteção específica: imunização, quimioprofilaxia para certas doenças, proteção contra acidentes, controle de vetores, aconselhamento genético, o autocuidado em saúde (alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, higiene). Atenção Secundária à Saúde Realizada no indivíduo sob ação do agente patogênico, isto é, quando o período pré-patogênico já foi ultrapassado e o processo patológico foi desencadeado. As medidas preventivas nesse nível incluem: diagnóstico precoce, tratamento imediato e limitação da incapacidade. Atenção Terciária à Saúde Corresponde às medidas adotadas após as consequências da doença, representadas pela instalação de deficiências funcionais. Objetivo: Consiste em alcançar a recuperação total ou parcial do paciente por meio dos processos de reabilitação e de aproveitamento da capacidade funcional remanescente. As medidas mais frequentemente utilizadas nesse nível são: prática de exercício físico com auxílio de profissionais de Educação Física e Fisioterapia; reeducação alimentar, terapia ocupacional e readaptação à vida normal. Paradigmas explicativos dos modelos saúde-doença no âmbito das sociedades Por meio do conceito de coletivo, o que importa é a determinação social do processo saúde- doença. “Não se trata de indivíduos, mas de sujeitos sociais, de grupos, de classes sociais e de relações sociais referidas ao processo saúde-doença”. Definição de Saúde Agente Local “Ausência de doença” Médico Hospital “Bem-estar físico, mental e social” Equipe multiprofissional de saúde Sistema de Saúde “Preservação da vida” Cidadão Sociedade Entende-se como processo saúde-doença a forma como interagem os fatores ambientais, sociais e próprios do indivíduo. Esse processo causa dois tipos de impacto: INDIVIDUAL Doença / sofrimento / dor. SOCIAL Representação da doença, problema de saúde pública. As causas das doenças, ou os fatores etiológicos, podem se dar por meio da multifatorialidade (vários fatores de ordem individual e coletiva que interferem e são determinantes no processo saúde-doença). Esse processo pode ser de origem: ENDÓGENA Intrínseca/genética – ambiente humano. EXÓGENA Extrínseca – fatores sociais + fatores ambientais (agressores físico-químicos e biológicos). Os principais usos do WHOQOL-100 são: Prática clínica para melhorar a relação médico-paciente e avaliar o resultado do tratamento; Pesquisas; Construção e implementação de políticas de saúde. As principais características do WHOQOL-100 são: Disponibilidade em 20 idiomas. Desenvolvimento transcultural. Ênfase na percepção do indivíduo. Aula 03: Noções básicas de Estatística Atividade 1. As medidas estatísticas adotadas na construção de diagrama de controle das doenças são: a) Desvio médio e desvio. b) Mediana e desvio padrão. c) Média, mediana e desvio padrão. d) Média e desvio padrão. e) Média, moda e amplitude de variação. Justificativa: Para elaboração de um diagrama de controle das doenças, empregam-se a média dos coeficientes e o desvio padrão dos coeficientes específicos da doença, por mês ou grupos de semana epidemiológicas, em uma série temporal de anos não epidêmicos. 2. Foi estabelecido que o tempo de duração de todos os casos de uma doença era: 2, 4, 3, 5, 3, 6, 7, 5, 5 e 4 dias. Então, a média aritmética, a mediana e a moda (em dias) para a duração da doença são respectivamente: a) 4,4 - 4,5 e 5 b) 4,4 - 4,5 e 4 c) 4,3 - 4 e 5 d) 4,5 - 4,5 e 5 e) Nenhuma das respostas. Justificativa: Dados: os dias {2, 4, 3, 5, 3, 6, 7, 5, 5,4}; Média aritmética: 2 + 4 + 3 + 5 + 3 + 6 + 7 + 5 + 5 + 4/10 = 44/10 = 4,4 Mediana: {2, 3, 3, 4, 4, 5, 5, 5, 6,7} Mediana= 4 + 5/2 = 4,5 Observação: Como essa amostra é formada por 10 elementos, que é um número par, a mediana será igual a média dos elementos centrais. Moda: 5 é o número que mais aparece. 3. Na ___________, utilizamos abordagens com intervalos de confiança, podendo utilizar testes de hipóteses que gerem probabilidades. Estamos falando da: a) Estatística descritiva. b) Estatística inferencial. c) Estatística simples. d) Estatística matemática. e) Nenhuma das respostas. Justificativa: A estatística inferencial utiliza testes de hipóteses e probabilidades. Estatística Descritiva Observações: Na estatística descritiva, a análise incide sobre as características relevantes dos elementos que constituem as amostras e as populações. Cada característica é normalmente uma variável, uma vez que os elementos podem ter diferentes posicionamentos relativos a essa característica. Média Aritmética Trata-se do protótipo das medidas de tendência central definido como o quociente entre a soma de todos os valores da variável e o número de elementos desta. Ela representa a abscissa do centro de gravidade do sistema formado pelos valores da variável com massas iguais às respectivas frequências absolutas. Geralmente, é um valor que não pertence ao conjunto original de dados, podendo não ter existência real. É simbolizado pela variável encimada por uma barra. Vantagens do emprego da média aritmética Como faz uso de todos os dados para o seu cálculo, pode ser determinada com precisão matemática. Pode ser determinada quando somente o valor total e o número de elementos forem conhecidos. Desvantagens do emprego da média aritmética Não pode ser empregada para dados qualitativos. Como a média é calculada a partir de todos os valores observados, apresenta o inconveniente de se tornar muito sensível a valores aberrantes ou outeliers, podendo, em alguns casos, não representar a série de forma satisfatória. Em distribuições de frequência em que o limite inferior da primeira classe ou o limite superior da última classe não forem definidos, a média não poderá ser calculada. Moda Como o próprio nome indica, é o valor que ocorre com maior frequência em um conjunto de valores. Em outras palavras, é o valor que está na moda. As distribuições que apresentam uma moda única são chamadas de unimodais; duas modas, bimodais; mais de duas modas, multimodais. Existem ainda distribuições que não apresentam nenhuma moda, as chamadas amodais. Vantagens do emprego da moda É de uso prático. Exemplificando: os empregadores geralmente adotam a referência modal de salário, ou seja, o salário pago por muitos outros empregadores. Além disso, carros e roupas são produzidos tomando como referência o tamanho modal. Pode ser empregada para dados qualitativos. A moda é geralmente um valor verdadeiro e, por conseguinte, pode se mostrar mais real e coerente. Desvantagens do emprego da moda Não inclui todos os valores de uma distribuição. Mostra-se ineficiente quando a distribuição é largamente dispersa. Mediana A mediana é o valor que centra um conjunto de valores ordenados, isto é, que o divide em duas partes de frequências iguais. Para fazermos o cálculo da mediana, precisamos considerar três casos: A variável em estudo é discreta, e n (número de termos) é ímpar. Nesse caso, a mediana será o valor da variável que ocupa o posto de ordem. n + 1/2 A variável em estudo é discreta, e n (número de termos) é par. Nesse caso, não existirá no conjunto ordenado um valor que ocupe o valor central, isto é, a mediana será indeterminada, pois qualquer valor compreendido entre os valores que ocupem os postos de ordem n/2 e n+2/2 A variável é contínua. Em tal caso, a mediana é calculada sem levar em consideração se o número de termos da distribuição é par ou ímpar. A fórmula empregada para seu cálculo é a mesma utilizada para os percentis. pode ser considerado o centro da ordenação. Dessa forma, por definição, a mediana será a média aritmética dos valores que ocupam os referidos postos. Desvio Padrão O desvio padrão é o protótipo das medidas de dispersão em virtude de suas propriedades matemáticas e de seu uso na teoria da amostragem. A expressão matemática para o desvio padrão para dados não agrupados é dada por: Para dados agrupados, a expressão matemática para o desvio padrão assume a forma: Onde corresponde ao número de observação da série. Analisando a fórmula proposta para o cálculo do desvio padrão, torna-se possível concluir que: Quanto menor for o desvio padrão, mais aproximados estarão os valores da variável de sua média; Se o desvio padrão for zero, então todos os valores da variável serão iguais; Se o desvio padrão for grande, os valores da variável estarão muito afastados de sua média. Estatística Inferencial Observações: Na estatística inferencial, deveremos utilizar as abordagens de estimativa dos resultados que são apresentados com intervalos de confiança e utilizar o teste de hipóteses, no qual os resultados são apresentados como valores de P (P de probabilidade) por meio de testes estatísticos. Teste estatístico de hipóteses A importância do teste estatístico de hipóteses é reconhecida pelos pesquisadores que aplicam o método científico hipotético-dedutivo em busca de evidências, por meio da observação do fenômeno da natureza na construção do conhecimento científico, em favor de uma hipótese ou contra. Se houver evidências em favor da hipótese testada, usando as informações provenientes de amostras, então ela não será rejeitada; caso contrário, será descartada. O método estatístico de testar hipóteses considera que as amostras sofrem a influência de fatores casuais, aleatórios, que, por mais que sejam pouco influentes, fazem com que os dados observados apresentem alguma variação. O teste estatístico de hipótese baseia-se na avaliação de distribuições de probabilidade provocadas pela variabilidade do fenômeno e representa um critério não subjetivo de encontrar evidências para falsear ou não a hipótese testada. Como tal avaliação é probabilística, as decisões podem incorrer em erros, como rejeitar uma hipótese que não deveria ser rejeitada ou não rejeitar uma hipótese que deveria ser rejeitada. Ex: temos os testes auxiliares de diagnóstico, que podem incorrer em desfechos indevidos, como nos casos a seguir: em uma prova tuberculínica, o resultado do exame foi negativo, mas, na verdade, o indivíduo era portador de tuberculose – erro tipo falso-negativo; em outra, o resultado do exame foi positivo, mas o indivíduo estava sadio – erro tipo falso-positivo. Se o estudo quer verificar se há associação entre o consumo de álcool (fato de exposição), em gramas diárias, e incidência de câncer de esôfago (doença), então H0 seria “não há associação entre a incidência de câncer de esôfago e o consumo de álcool”; Se o estudo pretende comparar o efeito de dois medicamentos, A e B, sobre a glicemia de pacientes com diabetes, então H0 seria “a média de glicemia de A é igual à de B”; Se um estudo epidemiológico pretende comparar os coeficientes de mortalidade infantil padronizados de duas cidades, então H0 seria “os coeficientes são iguais”. Nesses exemplos, as hipóteses nulas partem da condição de igualdade, da nulidade de efeitos, que serão rejeitadas se houver evidências contrárias. No caso de haver a rejeição da hipótese nula, uma hipótese alternativa (H1) deve ser adotada. Nos exemplos anteriores, em: H1 seria “a incidência da doença está associada à presença do fator de exposição”; H1 seria “a média de glicemia do medicamento A difere da de B”; H1 seria “os coeficientes não são iguais”. A estatística, como instrumento do processo de decisão não subjetiva sobre essas hipóteses, tem como objetivo o conhecimento das medidas de probabilidade desses erros. Das combinações possíveis entre a hipótese nula e a decisão do investigador, podem resultar dois acertos e dois erros. Os acertos seriam a rejeição de H0H0 falsa e a não rejeição de uma H0H0 verdadeira; ou detecção de associação quando ela existe e rejeição de associação quando ela não existe. Por outro lado, pode ocorrer de H0H0 ser verdadeira e o investigador rejeitá-la, o que caracteriza o erro do tipo I, cuja probabilidade de ocorrência é dada por α, sendo conhecido como nível de significância, cujo valor é definido no planejamento do estudo de forma arbitrária. Por convenção, o valor de α praticado na literatura é 5% (α = 0,05). Atualmente, com as facilidades computacionais, é comum encontrar publicações que mostrem o valor exato observado dessa medida de probabilidade, dando origem ao termo “valor p” (p-value). Aplicação dos conceitos do software Excel Para criarmos um gráfico no Excel, primeiro inserimos os dados em uma planilha e, depois, criamos o gráfico. Termos do gráfico: Você deve estar familiarizado com a terminologia do gráfico para saber o nome do objeto que deseja modificar / adicionar etc. Um estilo típico de gráfico teria um eixo X (horizontal) e um eixo Y (vertical). Abaixo, encontram-se algumas diretrizes gerais para selecionar o melhor tipo de gráfico para os dados que você deseja apresentar. Coluna – mostra alterações de dados durante determinado período ou ilustra comparações entre itens. Linha – mostra tendências nos dados em intervalos iguais. Torta – mostra o tamanho proporcionaldos itens que compõem uma série de dados; mostra apenas 1 série de dados. Barra – ilustra comparações entre itens individuais. Área – enfatiza a magnitude da mudança ao longo do tempo. XY (dispersão) – mostra relações entre valores numéricos em várias séries de dados ou plota dois grupos de números como uma série de coordenadas XY. Estoque – mede o volume e possui dois eixos; um para medir o volume e o outro para medir o preço das ações. Superfície – mostra combinações ideais entre dois conjuntos de dados (como um mapa topográfico). Rosquinha – mostra o relacionamento das partes com um todo, como uma torta, mas pode conter > 1 série de dados. Bolha – tipo de gráfico de dispersão; compara 3 conjuntos de valores com o terceiro exibido no tamanho de uma bolha. Radar – cada categoria tem seu próprio eixo de valor irradiando do ponto central. Cone, cilindro e pirâmide – criam os efeitos especificados usando marcadores de dados modelados em gráficos 3D de colunas e barras. Diretrizes para você criar um gráfico Diferentes tipos de gráficos são adequados para exibir diferentes conjuntos de dados. Por exemplo, um gráfico de pizza exibe apenas uma série de dados e, portanto, seria inadequado para tentar comparar mais de um intervalo de dados. De modo geral, algo mais simples é melhor. Organizar um gráfico com dados desnecessários ou muitos objetos adicionais pode diluir a mensagem que você está tentando apresentar com um gráfico. Pode ser necessário consolidar alguns dos seus dados para apresentá-los efetivamente em um gráfico. Por exemplo, você pode apresentar subtotais para suas categorias em vez de plotar itens de dados individuais. O uso do recurso de subtotais interno do Excel (guia Dados, subtotais) geralmente pode ser útil para resumir os dados antes de plotá-los. Os gráficos podem ser criados no Excel e colados em outros aplicativos, como PowerPoint ou Word. Por padrão, o gráfico é colado como um link, para que, caso os dados sejam alterados no Excel, a visualização do gráfico seja atualizada em qualquer outro aplicativo no qual foi colado. Aula 4 – Metodologia Epidemiológica Método Pode ser conceituado como um modelo a partir do qual observamos, medimos e tomamos conhecimento dos fatos e dos acontecimentos da vida. Epidemiologia Assim como acontece em outras áreas do conhecimento, tem o seu método próprio para reconhecer, medir e avaliar o seu objeto de trabalho. Investigação epidemiológica Envolve a coleta, o manejo e o tratamento dos dados epidemiológicos que devem ser realizados a partir do método. Observações: Medidas de promoção da saúde também determinam a problemática da Epidemiologia. Dentro desse contexto, é imprescindível destacar que a solução de um problema epidemiológico pode representar a vida e a sobrevivência de indivíduos e coletividades. O método epidemiológico O método epidemiológico foi especialmente desenvolvido para ser aplicado à investigação do processo saúde-doença em populações humanas e compreende as seguintes etapas: Observação: Caracterização do problema em estudo, por meio de instrumentos de medição. Formulação de hipótese: Tentativa de explicação para um fenômeno observado, uma proposição que necessita ser verificada. O conhecimento prévio que se obtém do fenômeno observado é o que vai orientar a formulação da hipótese. Conclusões: Momento da interpretação dos resultados. As conclusões servirão para a construção de novas teorias ou para a complementação e verificação das teorias existentes. Interpretação: Realizada por meio de informações (censos, histórias clínicas, estatísticas, bibliografia, entrevistas etc.) Verificação de hipótese: Momento da análise e processamento dos dados epidemiológicos. Problematização na pesquisa epidemiológica: Estratégias de problematização propiciam o crescimento da capacidade humana em conhecer a realidade e transcender o seu universo. Criar problemas? Sim, é exatamente essa a ideia da problematização na pesquisa epidemiológica. E pode ser que criar problemas não seja tão difícil quanto resolvê-los. Hipóteses epidemiológicas Um dos momentos do raciocínio epidemiológico voltado para a explicação de um problema é o levantamento de hipóteses. Uma hipótese epidemiológica compreende uma explicação para algum fenômeno, como a distribuição ou a determinação do surgimento de doenças e/ou indivíduos doentes em populações, através de relações estabelecidas entre as variáveis que representam risco, fatores de risco e vulnerabilidade às doenças. A hipótese orienta e determina a natureza dos dados a serem coletados e a metodologia da coleta. A formulação de hipóteses é indispensável em toda investigação epidemiológica, estudo epidemiológico e pesquisa científica, seja de ordem experimental ou observacional. As hipóteses geradas objetivam dar explicação aos padrões de distribuição segundo pessoa, tempo e lugar, podendo identificar os fatores de risco associados. A correta produção de hipóteses e a busca de solução para os problemas identificados são os maiores desafios para a ciência epidemiológica. A formulação de hipóteses é a etapa fundamental em qualquer pesquisa científica. Observações: Existe um movimento liderado pela pesquisadora Trisha Greenhalgh, que se chama Medicina Baseada em Evidências (MBE). A MBE é o uso cuidadoso, explícito e sábio da melhor evidência existente na tomada de decisões sobre o cuidado de pacientes individuais. Nesse caminho, a saúde e suas áreas do conhecimento têm se preocupado em atuar baseando-se em evidências. Epidemiologia descritiva A formulação de hipóteses é uma etapa imprescindível. É preciso saber qual ou quais as hipóteses mais prováveis para a explicação da associação entre causa (variável dependente) e efeito (variável independente). A Epidemiologia descritiva usa princípios básicos de outras ciências, como: A Sociologia. A Antropologia. As Ciências Públicas. Além disso, utiliza as ferramentas da estatística, objetivando revelar os problemas de saúde- doença em nível coletivo, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico da população com vistas à promoção da saúde. No enfoque temporal, a Epidemiologia descritiva pode estudar o estado atual, a tendência histórica ou a tendência prospectiva dos agravos à saúde. Variáveis Epidemiológicas As variáveis são os elementos do processo saúde-doença que se quer estudar. Os métodos e as técnicas da Epidemiologia são utilizados para detectar uma associação entre uma doença ou agravo e características de pessoa, tempo e lugar. Portanto, o primeiro passo para o entendimento de um problema de saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo por meio de variáveis de pessoa, tempo e lugar. As pessoas incluídas nos estudos são diferenciadas entre si por atributos tais como: Gênero, religião, peso ou altura, que são as variáveis. Variáreis qualitativas Estão relacionadas às diferenças essenciais, por exemplo, a variável gênero, que inclui as categorias feminino e masculino, a variável situação conjugal, ocupação, entre outras. Variáveis quantitativas Referem-se às propriedades que mantêm a mesma natureza e podem ser manifestadas em termos numéricos, como temperatura, pressão sanguínea, peso e estatura. Na prática epidemiológica, busca-se evidenciar as relações entre as variáveis. Risco e vulnerabilidade O termo vulnerabilidade tem sido usado em vários estudos epidemiológicos, principalmente focalizado para a perspectiva de risco. Munõz Sánchez e Bertolozzi (2007), demonstraram que o modelo de vulnerabilidade deve ser analisado de acordo com a relação entre a vulnerabilidade individual/social/programática em diferentes populações. Vulnerabilidade individual Refere-se ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem sobre os problemas de saúde, sua elaboração e aplicaçãode tratamentos na prática. Vulnerabilidade social Avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de recursos cognitivos e materiais, o poder de participar de decisões políticas e em instituições. Vulnerabilidade pragmática É a avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, do grau e qualidade de compromisso das instituições, dos recursos, da gerência e do monitoramento dos programas nos diferentes níveis de atenção. Observações de Vulnerabilidade: Vale a pena ressaltar que a determinação social da doença é destacada através desse modelo de vulnerabilidade que interliga os aspectos individuais, sociais e programáticos. Para intervir em situações de vulnerabilidade é imprescindível o desenvolvimento de ações que envolvam a transdisciplinaridade, o que é fundamental quando se trata de questões de saúde. Dentro desse contexto, o novo conceito de vulnerabilidade, em processo de construção, supera o caráter individualizante e probabilístico do clássico conceito de risco, tradicionalmente empregado no âmbito da Epidemiologia Clássica, pois este, segundo Ayres et al. citados por Munõz Sánchez e |Bertolozzi (2007), designa chances probabilísticas de susceptibilidade, atribuíveis a um indivíduo qualquer de grupos populacionais particularizados, delimitados em função da exposição a agentes (agressores ou protetores) de interesse técnico ou científico. A vulnerabilidade é vista como um conjunto de aspectos que vai além do individual, abrangendo caracteres coletivos, contextuais, que levam à suscetibilidade às doenças ou agravos, levando em conta, também, aspectos que dizem respeito à disponibilidade ou à carência de recursos destinados à proteção das pessoas, na medida em que incorpora práticas cuja essência é o cuidado com o indivíduo coletivo, a possibilidade de apoiar os sujeitos sociais no que diz respeito aos seus direitos, fato que, na atual conjuntura de saúde e de desenvolvimento do país, se constitui como um desafio a ser perseguido e concretizado. A operacionalização do conceito de vulnerabilidade pode contribuir para renovar as práticas de saúde coletiva, nas quais o cuidado às pessoas, como já estudamos anteriormente, deve ser responsabilidade de diferentes setores da sociedade. Principais desenhos de pesquisa em Epidemiologia Os desenhos de pesquisa representam conjuntos formados por indivíduos, particularizados um a um (individuados) ou agregados por algum critério. Para a melhor compreensão do funcionamento dos vários desenhos de estudo, observe o quadro abaixo e leia as informações subsequentes: Tipo operativo Posição do investigador Referência temporal Denominações correntes Agregado Observacional Intervenção Transversal Longitudinal Longitudinal Estudos Ecológicos Estudos de Tendências Ensaios Comunitários Individuado Observacional Intervenção Transversal Longitudinal Longitudinal Inquéritos Coortes Caso-controle Ensaios Clínicos Com base nos conceitos atuais, onde todas as profissões das áreas da Saúde estão cientes da importância de haver a prática clínica baseada em evidência científica, é sempre importante considerar os níveis de evidência científica quando decidimos embasar a atividade clínica em pacientes. Segundo Jardim (2016), existem vários tipos de artigos científicos sendo publicados, de relatos de casos às revisões sistemáticas. Milhares de artigos são publicados todo mês e quem se mantiver atualizado precisa saber o que está lendo. Mas, se você quer pesquisar se um tipo de tratamento é útil para seu paciente, como saber a que tipo de artigo recorrer? Uma dica: Use a Pirâmide de Evidência Científica! Pirâmide da evidência (Fonte: Adaptada de SUNY – 2001) Atividade 1. Os delineamentos de pesquisa que apresentam menor validade científica são os estudos: a) De série de casos. b) De casos e controles. c) Ecológicos. d) De coorte. e) Transversais. Justificativa: Os estudos de série de casos foram de grande utilidade no passado, mas hoje são considerados superados por não serem controlados e por serem fortemente sujeitos a vícios. 2. Os estudos epidemiológicos que têm menor potencial de introdução de vícios são os: a) De coorte. b) De casos e controles. c) Ensaios clínicos randomizados. d) Transversais. e) De série de casos. Justificativa: Os ensaios clínicos randomizados, por sua natureza aleatória e seu caráter experimental, são os que têm menor potencial de introdução de vícios. 3. Um estudo analisou todas as 4.452 pessoas com mais de 15 anos que viviam em uma pequena cidade de Massachusetts. Cada participante completou um questionário e submeteu-se a um exame que incluiu história médica, exame físico e testes sanguíneos. A presença de artrite reumática foi definida por critérios específicos em uso corrente. Na população estudada, foram encontrados 4 casos de artrite reumatoide por 1.000. O desenho do estudo é: a) Longitudinal. b) Prospectivo. c) Retrospectivo. d) Transversal. e) Nenhuma das respostas. Justificativa: A prevalência da doença é medida pela análise de um grupo de pessoas, algumas das quais estão doentes naquele ponto no tempo enquanto outras estão sadias. As avaliações fotográficas ou levantamentos de uma população de indivíduos, incluindo casos, são chamados de estudos de prevalência ou de estudos transversais, porque as pessoas são estudadas em um ponto no tempo. 4. Qual tipo de estudo é considerado como estando no topo da evidência científica? a) Revisões sistemáticas e metanálises. b) Coortes. c) Caso e controle. d) Transversais. e) Ensaio clínicos. Justificativa: Esses estudos podem oferecer melhores informações sobre como encontrar a melhor forma para se tomar uma decisão. Aula 05: Indicadores Epidemiológicos Endemia, epidemia e pandemia Endemia É definida como a presença habitual de uma doença em uma determinada área geográfica. Pode, também, referir-se à ocorrência usual de uma determinada doença, dentro de uma área. Epidemia É definida como a ocorrência em uma comunidade ou região, de um grupo de doenças de natureza similar, excedendo claramente a expectativa normal, derivada de uma fonte comum de propagação. Pandemia Refere-se a uma epidemia de dimensões mundiais. Através de uma vigilância permanente, podemos determinar quais são os níveis usuais ou esperados. No que se refere ao excesso, às vezes um teste interocular pode ser convincente: A diferença é tão clara que lhe golpeia entre os olhos. Doença endêmica versus epidêmica. Por exemplo, em dezembro de 1952, um denso nevoeiro desceu sobre Londres. De 6 a 9 de dezembro, a névoa se tornou tão densa que a visibilidade foi reduzida a cerca de 9 metros em partes de Londres. Os pedestres tinham dificuldades para acharem seus caminhos, mesmo em áreas conhecidas. Por vezes, as pessoas não conseguiam ver suas próprias mãos e seus pés. Mortalidade semanal aproximada e concentração de SO2 na Grande Londres, 1952-1953. Veja, na figura, as tendências, na época, nas taxas de mortalidade e os níveis de dióxido de enxofre (SO2). O nível de SO2 serve como um indicativo útil de níveis gerais de poluição atmosférica. Como visto na figura 2, o nevoeiro foi acompanhado de um rápido aumento na taxa de mortalidade, excedendo claramente as taxas normais. Essa taxa permaneceu elevada por algum tempo após a névoa se dissipar. Mais de 4.000 mortes foram atribuídas ao nevoeiro. Recentemente, análises adicionais sugeriram que cerca de 12.000 mortes além do esperado ocorreram de dezembro de 1952 até fevereiro de 1953. Muitas dessas mortes ocorreram em pessoas que já sofriam de doenças crônicas pulmonares ou cardiovasculares. O desastre do Nevoeiro Londrino, ou A Grande Névoa, como ficou conhecido, desencadeou a formulação de leis, incluindo o Clean Air Actsde 1956 e 1968, que baniu as emissões de fumaça negra e exigiu que residentes de áreas urbanas operadores de fábrica convertessem suas máquinas de combustíveis para produzirem menos fumaça. Prevalência (doenças) Na linguagem comum, o verbo prevalecer conota a ideia de destaque sobre os fatos ou acontecimentos circundantes. Como conceito derivado, prevalência denota uma propriedade dos acontecimentos, fazendo com que estes se destaquem da circunstância. Como termo usado pela ciência epidemiológica, prevalência denota, aí, a frequência de casos de morbidade ou outra condição qualquer que se destaca por sua casuística em valores maiores que zero sobre os eventos de saúde ou não doença, especialmente, destacando-se sobre os demais casos passados, coincidentes com eles no tempo e no espaço, e que já não são mais casos, por terem desaparecido ou evoluído para morte ou cura. Observações: As medidas mais simples para prevalência são as contagens absolutas e frequências absolutas de total de casos da doença segundo as variáveis independentes entre os doentes (por exemplo, a contagem total de 300 casos existentes distribuídos na frequência de 200 casos em adultos e 100 casos em crianças). Superiores a essas, por seu valor descritivo da probabilidade da doença na população, existem os coeficientes de prevalência, medidas secundárias que possibilitam comparar a probabilidade de existência de uma dada doença no tempo e no espaço e todas as demais variáveis referentes à população: Idade ou grupo etário, sexo, ocupação, etnia, entre outras. Operacionalmente, o coeficiente de prevalência pode ser calculado pela divisão entre o número de casos conhecidos de uma dada doença e o número de indivíduos da população, multiplicando o resultado pela base referencial da população que é potência de 10, usualmente 1.000, 10.000 ou 100.000, de livre escolha, conforme a conveniência ou a tradição: Coeficiente de Prevalência = Nº de casos conhecidos de uma dada doença 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑋 10𝑛 Deve ficar bem estabelecido que número de casos conhecidos de uma dada doença mede os casos que subsistem, isto é, mede a soma dos casos anteriormente conhecidos e que ainda existe com os casos novos que foram diagnosticados desde a data da computação anterior. Incidência (morbidade) Os conceitos dos termos prevalecer e incidir contêm em comum, como ideia central, a ação de acontecer. Assim, por prevalecer deve ser compreendida a sequência das ações de acontecer e permanecer existindo em um momento considerado, enquanto incidir denota simplesmente a ação de acontecer. A incidência de doenças é medida, grosso modo, pela contagem de casos emergentes e pela frequência absoluta de casos relacionados à unidade de intervalo de tempo—dia, semana, mês ou ano. Assim, as sentenças três casos novos por dia ou 300 casos por ano são relações que expressam a incidência, ou seja, a intensidade com que estão surgindo casos novos, seja por dia, seja por ano, tomados esses intervalos como unidade de tempo. Para efeito de relativização da medida e de sua aplicação ao estudo comparativo do risco de incidência de doenças numa mesma população em épocas diferentes, ou em populações diversas numa mesma época, usa-se o coeficiente de incidência. Este, na realidade, é um coeficiente por habitante e por unidades de tempo, tal qual foi referido no parágrafo anterior para a frequência absoluta de incidência, porém tomado em relação ao total de indivíduos sob risco na população. Operacionalmente, o coeficiente de incidência é definido como a razão entre o número de casos novos de uma doença que incide em uma comunidade em um intervalo de tempo determinado e o número de habitantes de uma população expostos durante o mesmo período multiplicado o resultado por potência de 10, que é base referencial da população: Nº de casos novos de uma doença. Incidentes numa população durante um intervalo de tempo. Coeficiente de incidência= X 10 de uma doença. Nº de pessoas suscetíveis à doença. Expostas ao risco da doença durante o referido intervalo de tempo. Visto por esse prisma, o coeficiente de incidência é uma variação de crescimento tomada no tempo, correspondendo a uma velocidade de crescimento. O coeficiente de incidência mediria a velocidade com que os novos casos de doença são agregados ao contingente dos que no passado adquiriram a doença e que, à data do cálculo do coeficiente de incidência, permanecem doentes. Indicadores demográficos e de mortalidade A necessidade de uma medida que pudesse expressar o padrão de vida ou índice de vida levou a Organização das Nações Unidas, em 1952, a convocar um grupo de trabalho encarregado de estudar métodos satisfatórios para definir e avaliar o nível de vida das coletividades humanas. De lá para cá, houve avanços conceituais sobre vida e saúde que trouxeram a consciência de que é preciso olhar mais para a estrada da vida, atentos à interação com os demais viajantes, aos relacionamentos coletivos e ao espaço para desempenho de função sociais. Apesar disso, na saúde pública, ainda não se aprendeu a pensar na saúde como sendo o caminho que se quer construir para tornar a vida uma viagem fácil, boa e longa. Prevalecem dominando nos indicadores básicos da Saúde no Brasil medidas de vida que, em grande proporção, estão limitadas à dimensão da vida biológica. Pouco ou quase nenhuma avaliação é feita de maneira sistemática da dimensão do eixo do desempenho de papéis pelo indivíduo, quanto ao desempenho de atitude cívica na coletividade e postura ética na sociedade. Dos três eixos de dimensões da vida, o eixo de desenvolvimento, relativo à evolução do corpo, é o que tem sido mais bem estudado. Aqui, trata-se de descrever medidas de desenvolvimento que aludam aos eventos de maior interesse para a saúde pública, eventos referentes, as ocorrências mórbidas e o óbito. Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios – PNAD O sistema de pesquisas domiciliares, implantado progressivamente no Brasil a partir de 1967, com a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios— PNAD, tem como finalidade a produção de informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País. Trata-se de um sistema de pesquisas por amostra de domicílios que, por ter propósitos múltiplos, investiga diversas características socioeconômicas e demográficas, umas de caráter permanente nas pesquisas, como as características gerais da população, de educação, trabalho, rendimento e habitação, e outras com periodicidade variável, como as características sobre migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, segurança alimentar e outros temas que são incluídos no sistema de acordo com as necessidades de informação para o País. A PNAD teve início no segundo trimestre de 1967, sendo os seus resultados apresentados com periodicidade trimestral até o primeiro trimestre de 1970. A partir de 1971, os levantamentos passaram a ser anuais com realização no último trimestre. A pesquisa foi interrompida para a realização do Censo Demográfico 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. No período 1974-1975, foi levada a efeito uma pesquisa especial, denominada Estudo Nacional da Despesa Familiar— Endef que, além dos temas anteriormente pesquisados pela PNAD, investigou consumo alimentar e orçamentos familiares. Durante a realização do Endef, o levantamento básico da PNAD foi interrompido. Em 1994, por razões excepcionais, a PNAD não foi realizada. A partir de 2004, os resultados da pesquisa passaram a agregar informações das áreas urbana e rural para todas as unidades da Federação, grandes regiões e Brasil. As notas técnicas do PNAD apresentam os conceitos e definições utilizados na pesquisa e trazem considerações de natureza metodológica que permitem conhecer os principais aspectos de sua evolução histórica. Em complementoa essas informações, consolida os tópicos investigados na PNAD desde 1992, relativamente às seguintes características: Unidade domiciliar, dados gerais dos moradores, migração, educação, trabalho das crianças de 5 a 9 anos de idade, trabalho e fecundidade. Atividade 1. Endemia significa que a doença: a) Ocorre claramente em excesso com relação à expectativa de normalidade. b) Está habitualmente presente em populações humanas. c) Afeta um grande número de países simultaneamente. d) Exibe um padrão sazonal. e) É prevalente entre animais. Justificativa: Endemia é definida como a presença habitual de uma doença em uma determinada área geográfica. Pode, também, referir-se à ocorrência usual de uma determinada doença, dentro de uma área. 2. É uma alteração, espacial e temporalmente delimitada, do estado de saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação progressivamente crescente, inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico preestabelecido. Esta definição aplica-se a: a) Pandemia b) Epidemia c) Surto epidêmico d) Endemia e) Nenhuma das respostas Justificativa: A definição contempla os principais aspectos que caracterizam a epidemia, como delimitação temporal e espacial e o excedente de risco da doença. 3. Vamos supor que, em janeiro de 1996, 1.000 adultos residentes em uma comunidade aceitaram o convite para serem examinados para hipotireoidismo em uma clínica local. Oito pessoas foram diagnosticadas com a doença. Destas, cinco já vinham fazendo tratamento, mas três não sabiam da existência da doença. O mesmo grupo de pessoas foi examinado novamente em janeiro de 1998 e foram descobertos, então, seis casos novos de hipotireoidismo. Destes, dois tiveram sintomas meses antes e já haviam sido diagnosticados e tratados por um médico. Registrou-se também que das oito pessoas diagnosticadas no exame de 1996, uma havia suspendido a medicação e morrido em 1997 de doença cardíaca mixedematosa. Fora isso, todas as pessoas examinadas em 1996 compareceram ao exame de 1998. Qual foi a prevalência de hipotireoidismo para o período de dois anos? a) 7/1.000 b) 8/1.000 c) 9/1.000 d) 13/1.000 e) 14/1.000 Justificativa: A prevalência para o período de dois anos foi 14/1.000, ou 0,014. 4. Uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente delimitado: Colégio, quartel, edifício de apartamento, bairro etc. é dita: a) Surto endêmico b) Surto epidêmico c) Epidemia focal d) Epidemia de contágio e) Nenhuma das respostas Justificativa: É a definição do surto epidêmico, usualmente apenas chamado de surto. 5. Das seguintes afirmativas sobre epidemia por fonte comum: 1. O seu critério diferenciador é a inexistência de um mecanismo de transmissão de hospedeiro a hospedeiro. 2. O fator extrínseco é veiculado pela água, alimento, ar ou introduzido por inoculação. 3. Não existe propagação da doença pessoa a pessoa: Todos os afetados devem ter tido acesso direto ao veículo disseminador, necessariamente ao mesmo tempo e no mesmo lugar. 4. Trata-se geralmente de uma epidemia explosiva e bastante localizada em relação às variáveis tempo, espaço e pessoa. Estão corretas: a) Somente 1 e 3. b) Somente 2 e 4 c) Somente 1, 2 e 4 d) Somente 1, 3 e 4 e) Todas (1 a 4) Justificativa: Letra C. Aula 06 – Estudos observacionais Segundo Rothman, Greenland e Lash (2011), os estudos epidemiológicos ocorrem por meio de ensaios experimentais e não experimentais. Não se pode falar de atividade científica sem que se mencionem os primeiros. Mas, o que é um experimento? Para a maioria das pessoas, ele diz respeito a qualquer ensaio ou teste. Segundo os autores, um professor, ao introduzir novos métodos de ensino em sala de aula, está executando um experimento. E quanto aos cientistas? Qual é o significado de experimento para eles? Para Rothman, Greenland e Lash, na visão mais específica da ciência, "[...] experimento é um conjunto de observações conduzidas sob circunstâncias controladas, no qual o cientista manipula as condições para averiguar que efeito, se é que há algum, tal manipulação tem sobre as observações. Alguns poderiam ampliar essa definição, para incluir observações controladas sem manipulação das condições. " ROTHMAN; GREENLAND; LASH, 2011, p. 107 Com relação aos estudos não experimentais, existem dois tipos deles: Estudo de coorte: Também chamado de estudo de seguimento ou estudo de incidência, sendo um estudo análogo direto do experimento. Nesse estudo, grupos de exposição diferentes são comparados, mas o pesquisador seleciona apenas os sujeitos a observar, e apenas classifica esses sujeitos pelo status de exposição, em vez de alocá-los em grupos de exposição; Estudo de caso-controle de incidência: Ou simplesmente estudo de caso-controle, usa um passo extra de amostragem da população-fonte para os casos: Enquanto um estudo coorte incluiria todas as pessoas na população, dando origem aos casos do estudo, um estudo de caso- controle seleciona somente uma amostra dessas pessoas, e escolhe quem incluir, em parte com base no status de doença. Variáveis relacionadas com o tempo As variáveis relacionadas com o tempo são aquelas ligadas à distribuição dos casos de uma doença em função da forma, como as ligadas às pessoas e ao lugar: O tripé da epidemiologia descritiva. A organização adequada de dados sobre doenças ou agravos pode oferecer um diagnóstico dinâmico sobre eles em determinada população. Estudo de coorte No estudo de coorte paradigmático, o pesquisador define dois ou mais grupos de pessoas que estão livres de doença, as quais diferem de acordo com a extensão da exposição a uma causa potencial de doença. Esses grupos são referidos como as coortes do estudo. Quando dois grupos são estudados, pensa-se em um, usualmente, como a coorte exposta, ou índice – aqueles indivíduos que experimentaram a suposta exposição causal ou condição –, e pensa-se no outro, então, como a coorte não exposta, ou de referência. Pode haver mais do que apenas duas coortes, mas cada uma representaria um grupo com um nível, ou tipo, diferente de exposição. Muitos estudos de coorte começam com uma única coorte, que é heterogênea com relação à história de exposição. Comparações de experiência de doenças são feitas dentro da coorte, por meio de subgrupos definidos por uma ou mais exposições. Os exemplos incluem estudos de coortes definidos a partir de listas de filiação a unidades administrativas ou sociais, tais como coorte de médicos ou de enfermeiras; ou coortes definidas por meio de registros de empregos, tais como coortes de operários de fábricas. Estudos de caso-controle Os estudos de caso-controle são mais bem compreendidos e conduzidos pela definição de uma população-fonte no início, o que representa uma população de estudo hipotética na qual um estudo de coorte poderia ter sido realizado. Em um estudo de caso-controle, esses mesmos casos são identificados, e seu status de exposição é determinado exatamente como um estudo de coorte, mas os denominadores, a partir dos quais as taxas poderiam ser calculadas, não são mensurados. Em vez disso, um grupo de controle de sujeito do estudo é tirado como uma amostra da população-fonte total, que deu origem aos casos. O propósito desse grupo controle é determinar o tamanho relativo dos denominadores de expostos e não expostos na população-fonte. Estudo transversal Um estudo transversal é geralmente referido como aquele que inclui como sujeitos todas as pessoas na população, ao tempo da averiguação, ou uma amostra representativa de todas essas pessoas, selecionadas sem levarem consideração o estado de exposição ou de doença. Um estudo transversal conduzido para estimar prevalência é denominado estudo de prevalência. Em geral, a exposiçãoé averiguada simultaneamente com a doença, e subpopulações com exposições diferentes são comparadas em relação à prevalência de doença. Esses estudos não precisam ter objetivos etiológicos. https://portaldoaluno.webaula.com.br/cursos_graduacao/go0302/aula6.html https://portaldoaluno.webaula.com.br/cursos_graduacao/go0302/aula6.html Estudo ecológico Todos os tipos de estudos descritos até aqui compartilham a característica de que as observações feitas são pertinentes a indivíduos. É possível, e algumas vezes necessário, conduzir uma pesquisa na qual a unidade de observação é um grupo de pessoas, em vez de um indivíduo. Essa pesquisa é chamada de estudo ecológico ou estudo agregado. Os grupos podem ser turmas de uma escola, fábricas, cidades ou mesmo uma nação. O único requisito é que as informações sobre as populações estudadas estejam disponíveis para a mensuração das distribuições de exposição e de doença em cada grupo. Instrumentos de coleta de dados Instrumentos de coleta de dados representam o agrupamento de todas as variáveis envolvidas no estudo de modo a operacionalizar o registro de todas elas. Grosso modo, os instrumentos de coleta de dados incluem: questionários e roteiros de entrevistas e de observação. Com o advento dos computadores e mídias eletrônicas disponíveis no mercado, outras formas de coleta de dados têm sido utilizadas, como gravadores de som, filmadoras digitais, desenhos, ou mesmo softwares que gravam ações de usuários em tempo real. A escolha do tipo de instrumento dependerá, obviamente, da questão de pesquisa e, em última instância, das variáveis a serem registradas. Existem recomendações gerais para a laboração de instrumentos de coleta de dados que incluem aspectos de formatação e redação. Para a formatação de um instrumento de coleta de dados, as questões devem estar divididas em grupos temáticos, cabeçalhos devem ser inseridos em cada seção, perguntas emocionalmente neutras devem ser as primeiras a serem apresentadas, deixando as questões pessoais ou delicadas para o final. A redação das questões deve ser clara e específica, utilizando palavras simples e comuns, e evitando juízos de valor. Essas recomendações básicas ajudam no registro e evitam dados dúbios e incorretos ou mesmo incongruentes. Em geral, as questões que compõem os instrumentos de coleta de dados são classificadas em dois tipos: Abertas e fechadas. As questões fechadas incluem um leque de respostas previamente selecionadas, sendo mais rápidas e mais fáceis de tabular. Esse leque deve ser preferentemente exaustivo ou incluir a opção outras (especificar) ou nenhuma das alternativas anteriores, em caso contrário. Se o objetivo for a obtenção de uma resposta única, o conjunto de alternativas deverá ser mutuamente exclusivo, e isso deverá estar explícito na questão. Esse tipo de questão é utilizado, principalmente, em questionários e roteiros de observação. Questões abertas, por sua vez, permitem mais liberdade ao respondente, mas exigem método qualitativo de codificação, consumindo mais tempo e necessitando de mais julgamento subjetivo. Risco Absoluto A incidência de uma doença na população é chamada de risco absoluto. Este pode indicar a magnitude do risco em um grupo de pessoas com certa exposição. Como não considera o risco de doença em indivíduos não expostos, ele não indica se a exposição está associada com um aumento do risco à doença. Em epidemiologia, as comparações são fundamentais. Entretanto, o risco absoluto pode apresentar implicações significativas tanto na clínica quanto nas políticas de saúde pública. Uma mulher que contrai rubéola no primeiro trimestre de gestação e pergunta ao médico qual o risco de o filho dela apresentar malformação. Será dado a ela certo número como resposta. Com base nessa informação, ela pode decidir interromper a gravidez. Ela não estará, explicitamente, comparando dados, mas uma comparação implícita está, em geral, sendo feita: A mulher não está questionando apenas qual o risco de o filho dela nascer com uma malformação, mas está comparando qual seria esse risco se não tivesse contraído rubéola. Embora o risco absoluto não estipule qualquer comparação explícita, uma comparação implícita é frequentemente feita quando observamos a incidência de uma doença. Contudo, para avaliar a questão da associação, devemos usar abordagens que evolvem comparações explícitas. Atividades 1. Assinale, entre as opções a seguir, aquela que representa os delineamentos de pesquisa que apresentam menor validade científica. a) De série de casos b) De coorte c) De casos e controles d) Transversais e) Ecológicos Justificativa: Os estudos de série de casos foram de grande utilidade no passado, mas atualmente são considerados superados por não serem controlados e por serem fortemente sujeitos a vícios. 2. Os tipos mais comuns de delineamentos de pesquisa relatados na literatura nos países desenvolvidos são os estudos: a) De série de casos b) Ecológicos c) De prevalência d) Analíticos e) Experimentais Justificativa: Os estudos de prevalência são o tipo mais comum de delineamentos de pesquisa relatados na literatura médica, constituindo aproximadamente um terço dos artigos originais em grandes periódicos. 3. É um estudo com direção lógica invertida: a) Ensaio clínico randomizado b) Quase experimento c) Estudo de coorte d) Estudo de caso-controle e) Estudo transversal Justificativa: O estudo de caso-controle tem direção lógica invertida; isto é, inicialmente os pesquisadores recrutam indivíduos que têm ou não o desfecho clínico, para então determinar quem tem ou não o fator em estudo, que supostamente determina esse desfecho clínico. 4. A temporalidade de uma associação entre causa e efeito pode ser observada no estudo: a) De coorte b) De caso-controle c) De prevalência d) De série de casos e) Transversal Justificativa: Dos estudos apresentados como opção de resposta, o de coorte é o único de direção lógica natural, ou seja, parte do fator em estudo e busca o desfecho clínico. Com isso, a temporalidade da associação entre causa e efeito pode ser identificada. 5. Em estudos sobre risco, os melhores substitutos disponíveis para um experimento verdadeiro quando a experimentação não é possível são os: a) Ensaios clínicos b) Estudos de coortes c) Estudos de caso-controle d) Estudos seccionais e) Estudos ecológicos Justificativa: Os estudos de coorte para risco são os melhores substitutos disponíveis para um experimento verdadeiro quando a experimentação não é possível. Aula 07 – Vigilância epidemiológica no Brasil. A Vigilância Epidemiológica (VE) está incluída entre as Funções Essenciais de Saúde Pública (FESP). O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é um subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS), baseado na informação-decisão-ação de doenças e agravos específicos. Os principais objetivos da VE são elaborar, recomendar e avaliar as medidas de controle e de planejamento. Com isso, a VE pode ser definida como uma atividade de informação para decisão/ação, desenvolvendo várias funções específicas, como: Coleta de dados e informações Processamento Análise e interpretação dos dados coletados Tomada de decisão Avaliação Divulgação de informações pertinentes Normatização Para que a VE possa cumprir o papel que lhe cabe, é necessário que ela disponha de informação, que é gerada a partir da coleta, do tratamento e da interpretação de dados. A informação constitui um instrumento capaz de estabelecer um processo dinâmico para o desencadeamento de medidas de controle pertinentes, o planejamento, a avaliação, a manutenção e o aprimoramento das intervenções públicas em saúde. Avanços da Vigilância Epidemiológica no Brasil Com a criação, em 1991, do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), foi impulsionada a ampliaçãoda atuação da VE para além das doenças transmissíveis, conforme exigido pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei do SUS), indicando a necessidade de atuar sobre determinantes e condicionantes dos problemas de saúde das populações (PAIM apud ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011). Entre as atividades desenvolvidas pelos serviços de vigilância do país, destacam-se: O monitoramento e a prevenção de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT). A vigilância de óbitos infantis e maternos. A vigilância de acidentes de trânsito. Outro marco importante no avanço da VE no Brasil é a Lei nº 9.782, de 27 de janeiro de 1999, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que substituiu a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. A Anvisa tem por finalidade institucional: "[...] promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à Vigilância Sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras. " BRASIL, 1999, art. 6º Este mesmo instrumento define que “[...] as atividades de Vigilância Epidemiológica e de controle de vetores relativas a portos, aeroportos e fronteiras, serão executadas pela Agência, sob orientação técnica e normativa do Ministério da Saúde” (BRASIL, 1999, art. 7º). Outro marco importante no avanço da VE no Brasil é a Lei nº 9.782, de 27 de janeiro de 1999, que dispõe sobre Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: a) O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionam com a saúde, compreendidas todas as etapas e os processos, da produção ao consumo. b) O controle da prestação de serviços que se relacionam, direta ou indiretamente, com a saúde. O objetivo da vigilância sanitária é promover, proteger e garantir o acesso à saúde do consumidor, do trabalhador e da população. Essa mudança segue uma tendência internacional de órgãos como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os quais têm utilizado os termos vigilância em saúde ou vigilância em saúde pública para representar, de maneira integrada, as atividades de vigilância das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e dos agravos não transmissíveis e dos fatores de risco destes; a vigilância ambiental em saúde; e a vigilância da situação de saúde (SILVA JUNIOR apud ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011). Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis (VEDT) A VE foi desenvolvida a partir da necessidade de controle das doenças transmissíveis, denominadas anteriormente doenças pestilenciais ou quarentenáveis. Com a evolução da VE, vários métodos e práticas vêm sendo aplicados na maioria dos países ocidentais. Tipos de dados Notificação compulsória Representa a principal fonte de informação da VE de doenças transmissíveis. A notificação compulsória é a comunicação obrigatória da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde feita à autoridade sanitária, por profissionais da saúde ou qualquer cidadão, com o intuito de intervenção. Laboratórios Os laboratórios de Imunologia, Bacteriologia, Virologia, Micologia, Parasitologia, Biologia Molecular e Anatomopatológicos são importantes fontes de dados por permitirem detectar casos que não foram conhecidos por meio da notificação. Sistema de Informação de Internação Hospitalar (SIH-SUS) As internações hospitalares são importantes fontes de notificação em virtude de os hospitais serem a porta de entrada para os casos graves. Declaração de Óbitos (DO) – Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) Os dados das DOs alimentam o SIM, que é um importante elemento para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), tanto como fonte principal de dados, quando existem falhas de registro de casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), quanto como fonte complementar, por dispor de informações sobre as características de pessoa, tempo e lugar, assistência prestada ao paciente, causas básicas e associadas a óbitos, que são extremamente relevantes e muito utilizadas no diagnóstico da situação de saúde da população. Investigação epidemiológica Essa atividade permite que se obtenham informações complementares sobre os casos para que se estabeleçam as fontes e os mecanismos de transmissão e as medidas de controle. Isso acrescenta informação aos dados da notificação, no que diz respeito à fonte da infecção, ao modo de transmissão e à confirmação diagnóstica, por exemplo. Notificação de surtos e epidemias A ocorrência de surtos e epidemias deve ser imediatamente comunicada aos serviços de VE, para acompanhamento e adoção de medidas de controle. Imprensa e população A imprensa e a população são importantes fontes de informação sobre a ocorrência de enfermidades em grupos populacionais, principalmente diante da suspeita de epidemias. Em 2006, o Brasil adotou mecanismos semelhantes aos presentes no Regulamento Sanitário Internacional (RSI) para aumentar a sensibilidade do sistema de detecção, passando a buscar mais detalhadamente notícias circulantes nos meios de comunicação de massa (televisão, jornais, revistas, rádio e internet), para depois submetê-las à verificação pelas autoridades sanitárias locais. Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos Esses dados caracterizam muito bem a dinâmica populacional e as condições gerais de vida da população. Nos contextos demográfico, ambiental e socioeconômico, destacam-se as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Processamento, análise e interpretação de dados Os dados coletados devem ser consolidados sistematicamente, com periodicidade definida de acordo com a apresentação epidemiológica de cada doença/agravo e com a disponibilidade de instrumentos de controle. A análise dos dados é realizada por meio de cálculos de medidas de frequência, entre outras, ou também empregando métodos de análise estatística. Quanto mais precisas forem as análises, mais eficiente será o sistema de VE. Monitoramento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), violências e acidentes representam graves problemas de saúde pública com alto impacto sobre a morbimortalidade da população. O monitoramento de doenças e agravos não transmissíveis tem como objetivo reduzir a incidência e a prevalência desses problemas de saúde, prolongando, dessa forma, a vida dos seres humanos, com boa qualidade. Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), por intermédio da Coordenação-Geral de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis (CGDANT), tem trabalhado para coordenar, fomentar e desenvolver estudos e pesquisas para a identificação e o monitoramento de fatores de risco, a análise e a avaliação das ações de promoção da saúde e a prevenção e o controle das DANT. Uma importante estratégia para a prevenção das DANT é a utilização de técnicas pedagógicas ou intervenções educativas em saúde capazes de persuadir as pessoas a modificarem o estilo de vida. O perfil epidemiológico dessas enfermidades pode ser modificado por intervenções de promoção da saúde estimulando o autocuidado em saúde. Além das intervenções educativas que mobilizam a população para a adoção de hábitos saudáveis, também são necessárias intervenções nos campos regulatório e de políticas públicas de promoção da saúde, conforme abordaremos na aula 8, como apromulgação de leis restritivas ao consumo de álcool e tabaco e as ações que promovem a prática de exercícios físicos. As abordagens metodológicas para estruturar as ações de monitoramento das DANT estão centradas na evolução de determinados indicadores relacionados à morbidade e à mortalidade. Atenção: Para monitorar a ocorrência das DANT, é imprescindível que se disponha de dados confiáveis e acessíveis, para que sejam realizadas as análises epidemiológicas. Dessa forma, os indicadores escolhidos devem captar a conjuntura epidemiológica da doença ou agravo. O monitoramento das DANT não está condicionado a sistemas de notificação compulsória, pois não é necessário o conhecimento de todos os casos para o planejamento e a execução de intervenções coletivas ou individuais para a prevenção. Sistemas nacionais de informação em saúde Conforme abordado anteriormente, o setor da saúde vem incentivando, nos três níveis de gestão, o desenvolvimento de pesquisas para identificar e monitorar: A situação epidemiológica; As necessidades no campo de assistência médica; Os fatores de risco; As condições e o estilo de vida que influenciam tanto a incidência das doenças e dos agravos quanto a evolução e o prognóstico destes. As principais fontes de dados utilizados para a construção de indicadores adequados a essa estratégia são os próprios sistemas nacionais de informação em saúde. Sistema SUS O Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA-SUS) e o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS), apesar de não registrarem os atendimentos da rede privada não conveniada ao SUS, possuem uma cobertura abrangente, além de fornecerem dados sobre vários tipos de procedimentos que, praticamente, só são realizados no SUS, como os transplantes de órgãos. Seguro de vida individual No SIH-SUS é possível obter um conjunto de variáveis significativas para a construção de indicadores que são utilizados no monitoramento das DANT, como a causa da internação, os dias de permanência e a evolução da doença. Todas as internações são codificadas segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), contando com a possibilidade de registrar a causa principal, ou seja, a doença que motivou a internação, e a secundária, isto é, a doença que contribuiu para a causa principal de internação. Instituto Nacional do Câncer (Inca) Com os dados obtidos a partir desses sistemas é possível construir vários indicadores para monitoramento da morbidade, por exemplo, taxas de internação por doenças específicas (doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras); taxas de internação por determinados procedimentos, como a amputação de membros inferiores, permitindo avaliar as complicações do diabetes. Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) O SIM permite o conhecimento do comportamento e das tendências de mortalidade por DANT, por meio do cálculo das taxas de mortalidade bruta ou padronizadas para cada doença. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) O Ministério da Saúde vem utilizando a combinação de inquéritos de prevalência de fatores de risco para as DCNT de base populacional, com um sistema fundamentado em inquéritos telefônicos, o Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), implantado em 2006. É importante destacar que ele, desde que foi implantado, vem cumprindo com grande eficiência o objetivo de monitorar a constância e a distribuição dos principais determinantes das DCNT, por inquérito telefônico. Acidentes de trânsito Em se tratando de acidentes de trânsito, estados, municípios e instituições de pesquisa estão sendo estimulados a desenvolver estratégias para a redução dessas ocorrências. A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), proclamou oficialmente, no dia 2 de março de 2010, o período compreendido entre os anos de 2011 a 2020 como a Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito, a fim de estimular esforços no mundo todo, para conter e reverter a tendência crescente de fatalidades e ferimentos graves em acidentes no trânsito no planeta. Os ministérios da saúde e das cidades lançaram, no dia 11 de maio de 2011, o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito (Pacto pela Vida). A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos 10 anos, como adesão ao Plano de Ação da Década de Segurança no Trânsito 2011-2020, lançado na mesma data (11 de maio de 2011), pela OMS. O Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária para a Década 2011-2020 é um conjunto de medidas visando à contribuição para a redução das taxas de mortalidade e lesões por acidentes de trânsito no país, por meio da implementação de ações de fiscalização, educação, saúde, infraestrutura e segurança veicular, a curto, médio e longo prazos. Novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI) Em 2005, a 58ª Assembleia Mundial de Saúde aprovou o novo RSI, modificando a estratégia anterior para a notificação internacional de problemas de saúde que, até então, era restrita a três doenças específicas: Febre amarela, peste e cólera. Tal aprovação representou um marco para a Saúde Pública Internacional, estando o RSI mais adequado às realidades da comunidade sanitária internacional. A abrangência do RSI foi ampliada para a "[...] verificação e notificação de todos os EVENTOS URGENTES DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL, independentemente de sua natureza (eventos naturais, acidentais ou intencionais), origem e fontes (biológicas, químicas ou radionucleares), com vistas à adoção de medidas temporárias ou permanentes que impeçam a propagação de doenças e seus agentes pelo mundo, sem criar transtornos desnecessários ao tráfego e ao comércio internacional. " BRASIL, 2005, p. 26 A disseminação da Influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, em território nacional, foi um desses eventos recentes. Ela ajudou a demonstrar o desconhecimento de muitos setores sobre os papéis das autoridades nacionais bem como os limites e as limitantes do Estado frente ao quadro iminente daquele momento, principalmente quanto ao comércio internacional e aos direitos individuais dos cidadãos de se locomoverem para além das fronteiras dos países de origem e residência. Atividades 1. Em 1991 tivemos a criação do(a) __________________________ que impulsionou a ampliação da Vigilância Epidemiológica. Estamos falando do(a): a) Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) b) Centro Nacional de Pandemia (Cenp) c) Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi) d) Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e) Nenhuma das opções anteriores Justificativa: Com a criação, em 1991, do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), a ampliação da atuação da Vigilância Epidemiológica foi impulsionada para além das doenças transmissíveis. 2. Em 1999, sendo disposto pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, foi criado(a)o(a) ___________________________. Estamos falando do(a): a) Anvisa b) SVS c) CDV d) OMS e) Nenhuma das opções anteriores Justificativa: Um marco importante no avanço da vigilância epidemiológica no Brasil foi a criação da Lei 9.782, de 27 de janeiro de 1999, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 3. O Ministério da Saúde e a política pública Saúde da Criança lançaram, em 2011, um projeto que tinha como finalidade reduzir o número de morte se de lesões em acidentes de transportes terrestres. Estamos falando de: a) Pacto na Estrada b) Pacto pela Vida c) Diminuição das mortes d) Redução das lesões e) Pacto de Segurança Justificativa: Os ministérios da Saúde e das Cidades lançaram, no dia 11 de maio de 2011, o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida. Aula