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Estatuto da Criança e do Adolescente - E.C.A
Aula 5: Da política e entidades de atendimento socioeducativo
e das medidas de proteção
Apresentação
Estudaremos as políticas de atendimento e suas linhas de ação, bem como as entidades de atendimento socioeducativo e
seus regimes. Além disso, trataremos das medidas protetivas. Estas se caracterizam por serem ações ou programas de
caráter assistencial, aplicados isolada ou cumulativamente, quando a criança ou o adolescente estiver em situação de
risco ou quando praticar algum ato infracional.
Objetivos
Identi�car as políticas de atendimento e suas linhas de ação;
Examinar as entidades de atendimento socioeducativo e seus regimes;
Analisar as medidas protetivas de caráter assistencial, quando a criança ou o adolescente estiver em situação de
risco ou praticar algum ato infracional.
Atendimento socioeducativo e medidas protetivas à criança e ao
adolescente
A redemocratização do Estado favoreceu a consolidação dos direitos civis, políticos e sociais, bem como a noção de direitos
das crianças e dos adolescentes.
A adoção da doutrina de proteção integral à criança e ao adolescente, com ênfase na prevenção e na prioridade absoluta
destes indivíduos, requer a existência de mecanismos articulados; de políticas públicas, nos diversos níveis de governo e de
poder; e da participação da sociedade, de modo a que se promova efetivamente a solução dos inúmeros problemas
enfrentados pelo grupo infantojuvenil, seja no aspecto individual, seja no aspecto coletivo.
Para isso, são necessárias medidas protetivas, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Essas
ações são aplicáveis diante de lesão, violação ou ameaça de violação dos direitos das crianças e dos adolescentes, seja por
ação ou omissão da sociedade ou do Estado; por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis; ou mesmo pela conduta
infracional do menor, carecendo de uma atuação rápida das entidades e dos órgãos voltados à proteção deste.
 (Fonte: ESB Professional / Shutterstock)
Da política e entidades de atendimento socioeducativo
O ECA, no artigo 86, estabelece a necessidade de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, e
nem poderia ser diferente, pois é de responsabilidade de todos a promoção da defesa da criança e do adolescente, sendo
necessária, portanto, uma ação conjunta do poder público e da sociedade organizada para a efetividade da proteção integral.
Ainda que a diretriz mencione a municipalização, não há como afastar a responsabilidade da União e dos estados, uma vez que
compete a eles prestarem todo o apoio técnico necessário, bem como o apoio �nanceiro, para que os municípios possam
implementar os programas de proteção às crianças e aos adolescentes. Nessa diretriz, já se manifestou o Poder Judiciário:
"MANDADO DE SEGURANÇA. NECESSIDADE DE EXAME. 
DIREITO À SAÚDE. COMPETÊNCIA COMUM DOS ENTES FEDERADOS.
De acordo com o art. 6° da Constituição Federal, a saúde é um direito
social, e, ainda, segundo o disposto no art. 196, direito de todos e dever
do Estado, estando a vida humana acima de qualquer outro direito, até
porque, para exercer qualquer um deles, é necessário, primeiramente,
que ela exista. Dentre as diretrizes do Sistema Único de Saúde, está o
atendimento integral à saúde, seja ele para evitar ou resolver o
problema. A omissão Estatal importa em grave lesão ao direito do
impetrante, que não encontrou outra solução para seu caso, a não ser
recorrer ao Poder Judiciário."
- TJMG. 5ª C. Cív. Ap. Cív. n° 1.0145.06.307429-1/001. Rel. Des. Maria Elza. J. em 13/12/2007
Em 2010, foi publicado um artigo cientí�co abordando as políticas de atendimento à criança e ao adolescente, vislumbrando a
contextualização histórica do atendimento da infância e da adolescência no período de 1985 a 2006. Perez e Passone
sistematizaram as principais normatizações acerca do tema e suas características.
 Principais normatizações
 Clique no botão acima.
Principais normatizações
Período
Redemocratização e Estatuto da Criança e do Adolescente (1985 – 2006)
Principais normatizações e legislações
Constituição da República Federativa do Brasil (1988);
Adoção da Convenção Internacional dos Direitos das Crianças (Decreto Legislativo nº 28 de 1990);
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069 de 1990);
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.242 de 1991);
Lei Orgânica da Saúde;
Lei Orgânica da Assistência Social (Lei nº 8.742 de 1993);
Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (Medida Provisória nº 813 de 1995);
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394 de 1996);
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Portaria nº 458 de 2001);
Criação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (Lei nº 10.683 de 2003);
Criação do Programa Bolsa-Família (Lei nº 10.683 de 2003);
Substituição do Ministério da Previdência e Assistência Social pelo Ministério de Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (Lei nº 10.869 de 2004);
Política Nacional de Assistência Social (Resolução CNAS nº 145 de 2004);
Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (Resolução CNAS nº 130 de 2005);
Lei Orgânica de Segurança Alimentar (Lei nº 11.246 de 2006);
Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
Comunitária (Resolução nº 1 de 2006/Conanda).
Principais características
Novo padrão político, jurídico e social;
Institucionalização da infância e da adolescência como sujeito de direitos;
Descentralização, municipalização, controle e participação social;
Consolidação de um sistema de proteção social (saúde, previdência, educação, assistência e desenvolvimento
social, trabalho);
Reestruturação do aparato de controle e policiamento.
Fonte: (PEREZ; PASSONE, 2010, p. 25)
Cabe salientar que a criação de ações e mecanismos direcionados à proteção da criança e do adolescente compete
primordialmente aos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, os quais são caracterizados pela formação em pé de
igualdade entre governo e sociedade.
Acerca da atuação do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente, Digiácomo e Digiácomo a�rmam que:
"[...] sob a coordenação dos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente os mais diversos serviços públicos (a exemplo dos
prestados pelos CREAS, CRAS, CAPS etc.), assim como programas de
atendimento executados por órgãos e entidades governamentais e não
governamentais, devem se articular, estabelecendo “protocolos” de
atendimento interinstitucional, de�nindo �uxos e “referenciais”, que
permitam a rápida identi�cação dos setores e pro�ssionais que
deverão ser acionados sempre que surgir determinada situação de
ameaça ou violação de direitos de crianças e adolescentes, que
deverão agir de forma integrada, na perspectiva de que o problema seja
solucionado da forma mais rápida e e�caz possível (cf. arts. 1º; 4º; 100,
par. único, inciso VI e 259. par. único, do ECA). Fundamental, também, o
compartilhamento de informações entre os diversos integrantes da
“rede de proteção” à criança e ao adolescente local, preferencialmente
por intermédio de um sistema informatizado que permita o registro e a
visualização das ações/intervenções efetuadas por todos os agentes
corresponsáveis pelo atendimento."
- DIGIÁCOMO, 2010, p. 125
Nesse contexto, fundamentado no princípio da dignidade humana, a política de atendimento prevista no ECA articulada e
implementada no Brasil pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios possuem o principal objetivo de
proporcionar concretamente o direito a uma vida saudável, de forma que possibilite o crescimento e o desenvolvimento físico,
mental, social, moral e espiritual da criança e do adolescente, pois se tratam de sujeitos de direitos em desenvolvimento.
Para tanto, foram estipuladas diversas linhas de ação, como políticas sociais básicas:
Prevenção à violação dos direitos. Proteção jurídico social.
Programas que estimulem a guardae a adoção. Serviços especiais de atendimento médico e psicológico para
crianças e adolescentes que tenham sido submetidos a maus-
tratos, violência sexual, exploração e crueldade.
Programas destinados a reduzir o tempo de afastamento da
convivência familiar.
Serviço de identi�cação e localização dos pais ou
responsáveis, bem como de crianças e adolescentes
desaparecidos.
Observemos que as políticas estão voltadas a todas as áreas, e não apenas à jurídica ou à assistencial, corroborando a teoria
de que todas as ações voltadas à proteção integral da criança e do adolescente participam de um conjunto articulado de
medidas voltadas à sua efetividade. Porém, como ressaltam Perez e Passone, é possível identi�car quatro linhas básicas da
política de atendimento:
"a) as políticas sociais básicas de caráter universal, como saúde,
educação, alimentação, moradia etc. (art. 87, item I);
b) as políticas e programas de assistência social (art. 87, item II), de
caráter supletivo, para aqueles de que delas necessitem; 
c) as políticas de proteção, que representam serviços especiais de
atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
tratos, exploração, abuso e opressão (art. 87, item III); os serviços de
identi�cação e localização de pais, responsáveis, crianças e
adolescentes desaparecidos (art. 87, IV); 
d) as políticas de garantias de direitos, que representam as entidades e
os aparatos jurídicos e sociais de proteção dos direitos individuais e
coletivos da infância e juventude (art. 87, item V)."
- PEREZ; PASSONE, 2010, p. 135
Diversos são os órgãos que participam dessa rede de proteção à criança e ao adolescente, como os Centros de
Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) e os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que
devem ser criados pelos municípios e estão voltados não apenas ao atendimento da criança ou do adolescente mas
também das famílias destes. Esses órgãos são caracterizados pela celeridade no tratamento dado ao problema
vivenciado, para que se evite a majoração do problema ou a permanência da exposição infanto-juvenil.
Em 2009 foi publicada a Lei nº 12.127, a qual cria o Cadastro Nacional de Crianças Desaparecidas. Ela determina que o
registro do desaparecido seja realizado logo após a comunicação do desaparecimento, contendo informações
su�cientes que possam identi�car a criança ou o adolescente. Ela também determina que a informação seja levada a
conhecimento público, nos municípios e estados, possibilitando a localização da criança ou do adolescente no menor
lapso temporal possível. Pelo Cadastro Nacional de Desaparecidos se pretende reduzir a possibilidade de trá�co de
crianças e adolescentes, bem como evitar que estes sejam afastados do convívio da família.
 (Fonte: Mama Belle and the kids / Shutterstock)
Ainda sobre as diretrizes da política de atendimento, sempre pautado na doutrina da proteção integral e do melhor interesse, o
ECA estabelece a municipalização da implementação de programas que atendam ao grupo infanto-juvenil. Porém, para isso, a
criação de órgãos e conselhos que possibilitem a efetiva proteção da criança e do adolescente decorre da articulação entre
município, estado e União, e não apenas de um órgão especí�co.
 (Fonte: Janos Levente / Shutterstock)
Compete ao Conselho de Direitos a prerrogativa de determinar e decidir quais políticas de atendimento serão implementadas
visando a proteção e o desenvolvimento da criança e do adolescente.
A deliberação terá natureza vinculativa, de modo que o administrador está impedido de discutir o mérito, a conveniência e a
oportunidade da política a ser implementada.
Em 2012, foi publicada a Lei nº 12.594 que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), com o �m
de desenvolver ações socioeducativas embasadas no princípio da dignidade humana e nos direitos humanos – direitos estes
inerentes a toda criança e todo adolescente.
Observe, no esquema, que o SINASE “constitui-se de uma política pública destinada à inclusão do adolescente em con�ito com
a lei que se correlaciona e demanda iniciativas dos diferentes campos das políticas públicas e sociais” (BRASIL, 2006-B, p. 16);
atuando sempre norteado pelo princípio da dignidade humana, da responsabilidade solidária da família, da criança e do
adolescente como sujeitos de direito em desenvolvimento e da prioridade absoluta de ambos.
Visando ao atendimento da criança e do adolescente, poderão
participar entidades governamentais e não governamentais, sendo
responsáveis pelas próprias unidades, e deverão se adequar à política
de atendimento determinada pelo Conselho Municipal de Direitos da
Criança e do Adolescente, sendo possível, inclusive, a realização de
parcerias e convênios entre o poder público e as entidades.
Nesse sentido, prevê o ECA, no artigo 90, que as entidades poderão ser criadas em
regime de orientação e apoio sociofamiliar e socioeducativo, em meio aberto,
colocação familiar, acolhimento institucional, prestação de serviços à comunidade,
liberdade assistida, semiliberdade e internação.
A título de �scalização, tanto no que se refere a entidades governamentais como a
entidades não governamentais, esta será realizada pelo Ministério Público,
apoiado pelos Conselhos Tutelares, pelo Juizado da Infância e Juventude e por
outros órgãos, como a Vigilância Sanitária e a Secretaria de Assistência Social,
entre outros.
 (Fonte: Ministério da Mulher, Família e dos Direitos
Humanos)
Constatada a presença de irregularidades praticadas pelas entidades de atendimento, a legislação prevê a imposição de
penalidades as quais vão desde a mera advertência até o fechamento da unidade e a cassação de registro, quando não
governamental, como bem estabelece o artigo 97 do ECA:
javascript:void(0);
"São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que
descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos: 
 
I - às entidades governamentais: 
a) advertência; 
b) afastamento provisório de seus dirigentes; 
c) afastamento de�nitivo de seus dirigentes; 
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; 
 
II - às entidades não-governamentais: 
a) advertência; 
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas; 
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; 
d) cassação do registro."
- BRASIL, 1990, on-line
Cabe ressaltar que é viável a responsabilização administrativa e civil de entidades que participem da política de atendimento da
criança e do adolescente, bem como de seus representantes, diante do descumprimento das normas e direitos daqueles
indivíduos. Será devida, inclusive, indenização por dano moral em face de ação ou omissão que venha a lesar os interesses
infantojuvenis.
A função de membro do Conselho Nacional e dos Conselhos Estaduais e
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente é considerada de
interesse público relevante e, portanto, não será remunerada.
A seguir, vamos conhecer o sistema CNCA e os Conselhos dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
 Sistema CNCA e Conselhos dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes
 Clique no botão acima.
Sistema CNCA e Conselhos dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes
O sistema CNCA (Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas) foi desenvolvido com o objetivo de criar um sistema on-
line contendo dados das entidades de acolhimento e de crianças/adolescentes acolhidos. O objetivo do CNCA é
integrar, via web, as informações de todos os órgãos e entidades de proteção envolvidos com a medida protetiva de
acolhimento, como os Juízos de Direito da Infância e da Juventude, as Promotorias de Justiça da Infância e da
Juventude, os Conselhos Tutelares, as instituições de acolhimento, entre outros, na busca pela garantia do direito de
crianças e adolescentes de serem criados no seio de uma família.
Foram criados também os Conselhos dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, por meio de leis municipais,
estaduais e federais, no âmbito dasrespectivas competências, destinados à discussão e à formulação de políticas
públicas voltadas para a população infanto-juvenil, ao controle das ações e programas das entidades governamentais
e não governamentais no âmbito federal, estadual, municipal e distrital e, por �m, à gestão dos recursos do fundo dos
direitos da criança e do adolescente. Vale ressaltar que a atuação dos membros é considerada de interesse público e,
portanto, é não remunerada.
Segundo Campos:
Os Municípios passam a ser responsáveis pela organização e manutenção dos serviços básicos nas áreas da saúde,
educação e assistência social. Sendo assim, para cumprir a determinação legal do artigo 88, inciso I, do ECA, o
Município deve, por meio de lei municipal:
a. Estabelecer as diretrizes básicas do atendimento infanto-juvenil;
b. Atender às peculiaridades locais;
c. Organizar as estruturas adequadas para aplicar o Estatuto;
d. Criar o Conselho Municipal dos Direitos, o Fundo Municipal e o Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
Inerente à nova gestão da política de atendimento à infância e à juventude, como forma de ampliar a democratização
da sociedade brasileira, a municipalização, vale ressaltar, descentraliza as decisões e permite a participação ativa da
comunidade nos planos e gastos locais. Preferencialmente, em parceria com as entidades não governamentais, os
Municípios �cam responsáveis pela coordenação local e a execução das políticas e programas destinados à criança e
ao adolescente.
(CAMPOS, 2009, p. 38)
Por meio de leis estaduais, foi criado o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA) e, por
meio de lei municipal, criaram-se os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Estes
são encarregados de executar as diretrizes de atendimento dos direitos das crianças e dos adolescentes. Ambos os
Conselhos foram criados com a função primordial de levar a efeito o princípio da proteção integral.
Atividade
1. “O ECA traz em seu texto diversas obrigações inerentes às entidades que participam da política de atendimento à criança e
ao adolescente, as quais desenvolvem programas de internação.” De acordo com esta assertiva, assinale a alternativa que
corresponde a uma obrigação inerente às entidades mencionadas:
a) Não comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos
familiares.
b) Diligenciar promovendo o restabelecimento e a preservação dos vínculos familiares.
c) Oferecer à criança e ao adolescente apenas cuidados médicos e odontológicos.
d) Não informar, periodicamente, ao adolescente internado a situação processual deste.
e) Publicar os dados pessoais das crianças e dos adolescentes que estejam submetidos ao regime de internação.
2. O artigo 90 do ECA trata das inscrições, registros e alterações de entidades governamentais e não governamentais de
atendimento à criança e ao adolescente, perante o Conselho Municipal. Tais entidades, conforme pressuposto legal do referido
artigo, destinam-se a crianças e a adolescentes em regime de:
a) Tutela
b) Conduta legal
c) Internação
d) Situação irregular
e) Correção indispensável
3. O conselheiro tutelar, ao tomar conhecimento de um fato que caracterize uma infração administrativa ou penal contra os
direitos fundamentais da criança ou do adolescente, deve encaminhar a notícia do fato:
a) Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
b) Ao Conselho Regional de Educação.
c) Ao Ministério Público.
d) À Delegacia de Polícia.
e) Ao Ministério da Educação.
Das medidas de proteção
Medidas protetivas, em consonância com o ECA, são as ações aplicáveis diante da
lesão, violação ou ameaça de violação dos direitos das crianças e dos
adolescentes (arts. 3º e 5º), podendo decorrer de ação ou omissão da sociedade
ou do Estado ou por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis, quando
então estarão em condição de vulnerabilidade, ou seja, em situação de risco,
necessitando de uma rápida atuação das entidades e órgãos destinados à
proteção integral do grupo infanto-juvenil ou, então, em razão da conduta do
menor, ou seja, de ele ter praticado algum ato infracional.
É importante ressaltar que, além da prática de ato infracional, também será
possível a aplicação de medidas de proteção em razão da conduta quando
decorrente de distúrbios de comportamento que possam colocar a criança ou o
adolescente em situação de risco.
 (Fonte: Antonina Tsyganko / Shutterstock)
São diversas as medidas de proteção previstas pela legislação (art. 101, ECA), a saber:
1
Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de
responsabilidade.
2
Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
3
Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento o�cial
de ensino fundamental.
4
Inclusão em serviços e programas o�ciais ou comunitários de
proteção, apoio e promoção da família, da criança e do
adolescente.
5
Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico,
em regime hospitalar ou ambulatorial.
6
Inclusão em programa o�cial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
7
Acolhimento institucional.
8
Inclusão em programa de acolhimento familiar.
9
Colocação em família substituta.
Todas as medidas deverão ser adotadas com base nas necessidades pedagógicas, sendo sempre concedida a preferência
para aquelas que estejam voltadas ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Não é su�ciente apenas a
aplicação de alguma medida protetiva, mas sim a aplicação de uma medida que efetivamente resolva o problema no qual se
envolveu a criança ou o adolescente podendo ocorrer a intervenção não somente em face destes, mas também em face da
família.
O objetivo de todas as medidas previstas na legislação se volta ao
princípio da proteção integral, possibilitando o pleno desenvolvimento
da criança e do adolescente até que atinjam a maioridade.
Os Conselhos Tutelares não possuem competência para a aplicação de todas as
medidas protetivas. As medidas protetivas de acolhimento institucional e familiar,
bem como a de colocação em família substituta, é de competência exclusiva do
Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude. Em situações excepcionais e
urgentes, poderá, no entanto, encaminhar a criança ou o adolescente à entidade de
atendimento responsável pela execução de programa de acolhimento institucional,
quando, então, o fato deverá ser comunicado ao juiz no prazo máximo de vinte e
quatro horas (BRASIL, 1990, art. 93).
Considerando a articulação entre os mais diversos órgãos, articulação exigida pelo próprio ECA, como forma de assegurar a
efetividade do princípio da proteção integral, as medidas de proteção não são aplicadas exclusivamente pelo puro arbítrio da
autoridade estatal, mas sim em consonância com as diversas leis, parâmetros e cautelas necessárias para a proteção da
criança e do adolescente. Ela deve, inclusive, em respeito ao princípio da dignidade humana, e considerando a condição de
sujeito de direitos em desenvolvimento, ouvir a criança e o adolescente em sua vontade.
Saiba mais
Em 1991 foi criado, pela Lei nº 8.242, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Ele foi
previsto pelo ECA como o principal órgão do sistema de garantia de direitos. Por meio da gestão compartilhada, governo e
sociedade civil de�nem, no âmbito do Conselho, as diretrizes para a Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos
Direitos de Crianças e Adolescentes. Além da de�nição das políticas para a área da infância e da adolescência, o Conanda
também �scaliza as ações executadas pelo poder público no que diz respeito ao atendimento da população infanto-juvenil
(BRASIL, 2019).
Atividade
4. De acordo com as políticas de atendimento à criança e ao adolescente, podemos a�rmar que o ECA estabeleceu diversas
linhas de ação. No que se refere às linhas previstas em lei, assinale a opção correta:
a) São linhas de atendimento à criança e ao adolescenteas políticas sociais básicas e a prevenção à violação dos direitos apenas;
b) São linhas de atendimento à criança e ao adolescente apenas os serviços especiais de atendimento médico e psicológico para aqueles
que tenham sido submetidos a maus-tratos e/ou violência sexual;
c) São linhas de atendimento à criança e ao adolescente apenas o serviço de identificação e localização dos pais ou responsáveis, bem
como de crianças e adolescentes desaparecidos, e proteção jurídica;
d) São linhas de atendimento à criança e ao adolescente as políticas sociais básicas e prevenção à violação dos direitos; os serviços
especiais de atendimento médico e psicológico, para aqueles que tenham sido submetidos a maus-tratos, violência sexual e exploração,
entre outros riscos; o serviço de identificação e localização dos pais ou responsáveis, bem como de crianças e adolescentes desaparecidos;
e proteção jurídico-social;
e) São linhas de atendimento à criança e ao adolescente apenas as políticas sociais básicas, os serviços especiais de atendimento médico e
psicológico, para aqueles que tenham sido submetidos a maus-tratos e/ou violência sexual.
5. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos na Lei nº 8.069/1990
(ECA) forem ameaçados de violação ou forem efetivamente violados. Dessa forma, assinale a opção que aponta de forma
INCORRETA uma medida de proteção:
a) Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, apenas.
b) Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial.
c) Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
d) Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
e) Inserção em família substituta.
6. O ECA (Lei nº 8.069/1990) não apenas regulamenta as conquistas em favor das crianças e dos adolescentes, decorrentes da
redemocratização do Estado e expressas na Constituição Federal, como também promove um importante conjunto de ações
envolvendo áreas da realidade política e social do Brasil, representando um número considerável de mudanças tanto do
conteúdo jurídico como de gestão. Sobre as mudanças decorrentes de conteúdo introduzidas no ECA, analise as ações a
seguir e assinale a opção correta:
I. Conceber a criança e o adolescente como sujeitos de direitos exigíveis com base na lei civil, apenas.
II. Introduzir as garantias fundamentais a serem implementadas considerando o princípio da proteção integral e do melhor
interesse.
III. Reconhecer a criança e o adolescente não como sujeito de direitos, mas como objeto de proteção.
IV. Introduzir uma nova divisão de trabalho social, não só entre os três níveis de governo (União, estado e município), mas
também entre o Estado e a sociedade civil organizada.
a) Estão corretas as ações I, III e IV, apenas.
b) Estão corretas as ações I e IV, apenas.
c) Estão corretas todas as ações.
d) Estão corretas as ações I e II, apenas.
e) Estão corretas as ações II e III, apenas.
Referências
BRASIL. Portal dos direitos da criança e do adolescente. Conanda: o que é. Disponível em: https ://www .direitosdacrianca .gov
.br /conanda. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Lei nº 12.127, de 17 de dezembro de 2009. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_Ato2007 -2010
/2009 /Lei /L12127 .htm. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2008.
BRASIL. Portaria do Ministério da Justiça nº 1.100, de 14 de julho de 2006. Disponível em: https ://www .legisweb .com .br
/legislacao /?id =198529. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE. Brasília, DF: Conanda, 2006-B.
BRASIL. Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /leis /L8242 .htm.
Acesso em: 23 jun. 2019.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
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Próxima aula
Políticas de atendimento e suas linhas de ação;
Entidades de atendimento socioeducativo e seus regimes;
Medidas protetivas de caráter assistencial, aplicadas isolada ou cumulativamente, em casos de situação de risco ou ato
infracional.
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