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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NOS CUIDADOS DO IDOSO EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA

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22
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NOS CUIDADOS DO IDOSO EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA 
RESUMO
Trata-se de um estudo descritivo, de natureza quantitativa. A pesquisa foi realizada em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, no município no interior do Estado de São Paulo. Os participantes do estudo foram profissionais que atuavam no cuidado direto aos idosos (cuidadores e técnicos de enfermagem). Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos, sendo um para a caracterização do perfil de trabalho e o outro, para a avaliação da qualidade de vida do profissional com base no questionario SF-36. Os resultados indicaram que os profissionais exerciam uma carga horária 12 por 36 horas e eram responsáveis pelos cuidados de seis idosos ou mais. O trabalho na Instituição de Longa Permanência para Idosos foi apontado como a principal fonte de renda por todos os profissionais. Em relação à avaliação da qualidade de vida, após os resultados dos oitos dominios, dentre eles, limites aspectos físicos, dor, aspectos sociais, limite aspecto emocionais e saúde mental tiveram uma pontuação intermediaria os destaques foram para o domínio estado geral de saúde que apresentou a menor pontuação (57,5), seguido pelo domínio vitalidade (62,0), ao passo que o domínio que apresentou maior pontuação foi à capacidade funcional (90,7). Conclui-se que os profissionais apresentaram o domínio estado geral de saúde com a pior média, entretanto, o domínio capacidade funcional apresentou maior média. Faz-se necessário o desenvolvimento e direcionamento de estratégias para a manutenção da saúde física, mental e social dos profissionais, que refletirá em uma melhora na qualidade de vida e em sua prática na assistência. 
Palavras chaves: qualidade de vida, cuidadores, Instituições, idosos.
ABSTRACT
This is a descriptive study of a quantitative nature. The research was carried out in a Long-Term Care Institution for the Elderly, in the city in the interior of the State of São Paulo. The study participants were professionals who worked in direct care for the elderly (caregivers and nursing technicians). For data collection, two instruments were used, one for the characterization of the work profile and the other for the assessment of the professional's quality of life based on the SF-36 questionnaire. The results indicated that the professionals worked 12 hours for 36 hours and were responsible for the care of six elderly people or more. The work at the Long Term Care Facility for the Elderly was identified as the main source of income by all professionals. Regarding the evaluation of quality of life, after the results of the eight domains, among them, physical aspects limits, pain, social aspects, emotional aspects limits and mental health had an intermediate score. the lowest score (57.5), followed by the vitality domain (62.0), while the domain with the highest score was functional capacity (90.7). It is concluded that the professionals presented the general health status domain with the worst average, however, the functional capacity domain presented the highest average. It is necessary to develop and direct strategies to maintain the physical, mental and social health of professionals, which will reflect in an improvement in the quality of life and in their practice in assistance.
Keywords: quality of life, caregivers, Institutions, elderly.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 	7
2. OBJETIVO 	10
2.1 Objetivo geral 	10
2.2 Objetivo especifico 	10
3. METODOLOGIA 	11
3.1 TIPO DE ESTUDO 	11
3.2 LOCAL DO ESTUDO 	11
3.3 PARTICIPANTES 	11
3.4 CRITÉRIO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 	11
3.5. PERÍODO DE REALIZAÇÃO 	12
3.6. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 	12
3.7. COLETA DE DADOS 	12
3.8. ANÁLISE DOS DADOS 	13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 	16
5. CONCLUSÃO 	20
REFERÊNCIAS	21
APÊNDICE	25
ANEXO 	26
10
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento faz parte do ciclo natural da vida do ser humano, é inevitável e caracterizado por alterações fisiológicas, psicológicas e cognitivas (GERBER, 2013). 
A alteração no perfil demográfico da população mundial vem modificando-se ao longo dos anos e, no Brasil, teve início na década de 70 (MIRANDA, MENDES, SILVA; 2016). De acordo com estimativas elaboradas e divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de idosos deverá aumentar. Por volta do ano de 2050, haverá, no Brasil, 73 idosos para cada 100 crianças. O estudo divulgou ainda que no ano de 2050 a população brasileira será de aproximadamente 215 milhões de habitantes (FREITAS, 2019)
O declínio biológico, acompanhado pelas doenças e dificuldades consequentes da idade, além da alteração do arranjo familiar e as dificuldades de manter e cuidar do idoso no ambiente domiciliar vem favorecendo a procura por Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI). (ALVES-SILVA, SCORSOLINI-COMIM, SANTOS; 2013)
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2005), as ILPI são definidas como:
Instituições governamentais ou não-governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania.
É preciso preservar a autonomia e independência do idoso, para que ele possa interagir sem a necessidade de depender de cuidados específicos a todo estante. Caso não seja possível, procurar atender ao máximo suas necessidades, afim de amenizar as modificações que ocorrerá durante o processo de envelhecimento como: perdas motoras, interação consigo mesmo, com outras pessoas. (RAMOS, 2003; ROSA et al., 2005).
Diante deste perfil, as ILPI contam com profissionais que auxiliam nos cuidados destes idosos, entre eles os cuidadores, auxiliares e/ou técnicos de enfermagem, enfermeiro e equipe multidisciplinar. De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), os cuidadores são pessoas responsáveis pelos cuidados aos idosos, a partir de “objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida” (CBO, 2019). Vale ressaltar que dentre os cuidados que fazem parte da saúde do idoso, alguns procedimentos e/ou técnicas não podem ser realizados pelos cuidadores e sim, apenas por profissões legalmente estabelecidas, como auxiliares e/ou técnicos de enfermagem e enfermeiros (BRASIL, 2008).
O ato de cuidar é complexo e exige do profissional que atua diretamente no cuidado, atividades que garantam a qualidade e eficácia da assistência prestada ao idoso, principalmente dentro de uma ILPI (BRASIL, 2008; RODRIGUES et al., 2016). Desse modo, o ato de cuidar tem sido conceituado como importante fator estressor e, somado ao caráter crônico e sem um tempo definido para a sua duração, encontra-se associado a repercussões negativas do cuidar, provocando interferências na saúde física e psicológica de quem cuida (NARDI, SAWADA; SANTOS, 2013).
O enfermeiro é um dos profissionais de saúde que precisa estar presente em uma ILPI. Além de realizar o acolhimento, integrar os novos moradores que chegam à instituição e de prestar os cuidados competentes a sua função, ele é o responsável por gerenciar e coordenar a equipe que presta os cuidados específicos para os idosos institucionalizados (SANTOS et al, 2008). De acordo com Mariano et al (2013), a organização do trabalho na ILPI também exerce influência na saúde física e mental dos trabalhadores e no cuidado realizado.
Um dos fatores responsáveis pela sobrecarga gerada no trabalho está diretamente relacionado ao grau de dependência do idoso. Tal esforço pode acarretar no comprometimento da saúde destes profissionais, contribuindo para o desenvolvimento de sintomas psiquiátricos como: estresse, ansiedade, depressão fadiga e cansaço, hipertensão, levando inclusive ao uso de medicamentos psicotrópicos, e, consequentemente, à diminuição da qualidade de vida e também, falta de condiçõespara prestar assistência ao idoso (GRATÃO et al, 2013). 
Segundo a OMS, entende-se por qualidade de vida:
É a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente. 
 Conforme abordado por Buss (2000), que mostram a contribuição da saúde, além de componentes da vida social para uma boa qualidade de vida e para que se alcance um perfil elevado de saúde. 
A qualidade de vida é indispensável para que haja uma boa capacidade para o trabalho. As condições que deflagram os profissionais da enfermagem precisa ser melhor investigada, poucos dados a respeito da qualidade de vida desses trabalhadores(SILVA, 2006). Entretanto, quando abordados em cuidadores de ILPI, abordam apenas QV relacionadas à cuidados específicos, como por exemplo, lidar com idosos com demências. São escassos os estudos com a avaliação da qualidade de vida com os cuidadores direto. 
 Diante deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo, avaliar a qualidade de vida de profissionais que atuam no cuidado direto de idosos de uma ILPI. 
2. OBJETIVO
2.1 Objetivo geral 
Avaliar a qualidade de vida de profissionais que atuam no cuidado direto aos idosos de uma ILPI
2.2 Objetivo especifico 
· Caracterizar perfil de trabalho do profissional que atua no cuidado direto aos idosos.
· Avaliar a qualidade de vida dos profissionais com base no instrumento Short-Form Health Survey (SF-36).
3. METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
 Tratou-se de um estudo descritivo, de natureza quantitativa. O enfoque quantitativo utiliza a coleta de dados para testar hipóteses com base na medição numérica e na análise estatística para estabelecer padrões de comportamento (SAMPIERI, COLLADO, LUCIO; 2010).
3.2 Local do estudo
 
A pesquisa foi realizada em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), em um município no interior do estado de São Paulo. 
Tratava-se de uma ILPI particular, com capacidade para acolher 26 idosos. No período da coleta dos dados, a instituição estava atuando com sua capacidade máxima de idosos. Quanto o grau de dependência destes, a instituição apresentava 				variações 95% dos idosos estavam acometidas com algum tipo de demência. Para o atendimento a esta demanda, a ILPI possuía dezenove profissionais em seu quadro de funcionários para os cuidados diretos a este idoso. Dentre eles 18 participaram da pesquisa. Havia uma profissional afastada no período da coleta.
3.3 PARTICIPANTES
 Os participantes do estudo foram profissionais que atuavam no cuidado direto aos idosos (cuidadores e técnicos de enfermagem) na ILPI.
3.4 Critério de inclusão e exclusão
 
Os critérios de inclusão foram: profissionais que trabalhavam na ILP sob o regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), independente do tempo de trabalho na instituição, que eram responsáveis pelo cuidado do idoso e aceitaram participar da pesquisa, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
Os critérios de exclusão foram: profissionais que não trabalhem no regime CLT e os quais estevam de licença ou férias.
3.5. Período de realização
 
A pesquisa foi realizada no período de julho a dezembro de 2018.
3.6. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
 
Para a caracterização do perfil de trabalho do profissional da ILPI, foi aplicado um questionário composto por sete questões fechadas (Apêndice 1), que levantaram informação relacionadas a carga horária, tempo de trabalho na ILPI, experiência e satisfação na função.
Para avaliação da qualidade de vida em saúde, foi utilizado o questionário SF-36 (Anexo 1). Trata-se de um instrumento traduzido para o português, adaptado e validado por Ciconelli (1997). Optou-se por este instrumento, pois, segundo Pinto et al. (2009), é um instrumento de fácil aplicação e compreensão. 
De acordo com Ciconelli (1997) (Tese Doutorado e Medicina), o SF-36 é composto por 36 questões que avaliam oito domínios: capacidade funcional (dez itens); aspectos físicos (quatro itens); dor (dois itens); estado geral da saúde (cinco itens); vitalidade (quatro itens); aspectos sociais (dois itens); aspectos emocionais (três itens); e saúde mental (cinco itens). Além de apresentar uma questão que avalia as condições de saúde atual e ade um ano atrás. 
Este instrumento fornece um índice para cada domínio com score final variando de zero a 100, obtido por meio de cálculo do Raw Scale, representando, respectivamente, o pior e o melhor estado de saúde (CICONELLI, 1997). Além disso, ele é considerado um instrumento multidimensional que avalia diferentes aspectos relacionados à saúde. (PINTO et al. 2009).
Ambos os instrumentos não possuíam informações que permitissem a identificação dos sujeitos (estes eram identificados por número sequencial, de acordo com a ordem da abordagem). 
3.7. Coleta de Dados
 
A coleta de dados foi iniciada apenas após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Metodista de Piracicaba e pela ILPI (protocolo CAAE: 1427646663271168).
Os sujeitos foram abordados no próprio local de trabalho (refeitório), durante o período de descanso dos profissionais. O pesquisador esclareceu os objetivos e aspectos éticos do projeto. Os sujeitos que aceitaram participar assinaram o TCLE em duas vias, ficando uma com eles e outra com o pesquisador.
Após a assinatura do TCLE, o pesquisador entregou para os profissionais o primeiro instrumento, para a caracterização do perfil de trabalho do profissional. Em seguida, era entregue o instrumento SF-36, para avaliação da qualidade de vida. Ambos os instrumentos foram preenchidos pelos profissionais. 
3.8. Análise dos Dados
 
Os dados foram tabulados em uma planilha do Microsoft Excel. Os dados relacionados à caracterização do perfil de trabalho foram analisados e apresentados em forma de frequência, porcentagem. Os scores resultantes do SF-36 foram analisados com base nos critérios traduzidos e validados por Ciconelli (1997), sendo o cálculo da pontuação realizado em duas etapas. Na primeira etapa, atribui-se um peso para cada resposta, atribuindo-se uma nota para cada domínio avaliado, conforme apresentado na Figura 1 abaixo: 
Figura 1: Ponderação dos dados com base nas respostas dos participantes
 Fonte: Ciconelli (1997)
A segunda fase da análise foi composta pela transformação da pontuação obtida na fase anterior em notas para os oito domínios avaliados pelo instrumento. As notas obtidas podem variar de zero (pior) a 100 (melhor) para cada domínio (CICONELLI, 1997), conforme fórmula abaixo.
Domínio = Valor obtido – Valor mais baixo x 100
 Variação (Score Range)
Os valores do limite inferior e da variação são fixos (CICONELLI, 1997), conforme estipulado na Figura 2:
Figura 2: Cálculo para pontuação final da qualidade de vida, conforme Raw Scale
 Fonte: Ciconelli (1997)
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que diz respeito à carga de trabalho, 16 profissionais relataram ter uma jornada de trabalho de 12 horas trabalhadas por 36 de descanso (Quadro 1). 
Quadro 1: Caracterização do perfil de trabalho dos profissionais que atuam no cuidado direto aos idosos de uma ILPI particular, 2018.
	Variáveis
	%
	Condições de trabalho
	
	12/36 horas diárias
	89
	12 horas diárias
	11
	Quantidade de idosos que cuida na ILPI
	
	1 a 5 idosos
	0
	6 ou mais
	100
	Fez curso para cuidador de idosos
	
	Não
	66
	Sim
	44
	Tempo de trabalho na ILPI
	
	Menos de 1ano
	33
	1-4 anos
	39
	5-9 anos
	28
	Trabalho na ILPI como única fonte de renda
	
	Sim
	100
	Não
	0
	Satisfação em atuarcomo cuidador
	
	Muito satisfeito
	61
	Satisfeito
	39
	Pensa em deixar de ser cuidador de idosos
	
	Não
	89
	Sim 
	11
 
Os dados encontrados neste estudo vão de encontro com o estudo realizado por Oliveira (2015) com os membros das associações de cuidadores, que mostrou que estes profissionais vêm adotando o regime de trabalho 12/36 (12 de trabalho e 36 de descanso), o que em geral é seguido pelos profissionais da saúde.
Todos os profissionais responderam que cuidam de seis ou mais idosos. A sobrecarga de trabalho é uma dificuldade referida na área do cuidado formal a idosos (SANTOS, 2011). 
Os trabalhadores que atuam em ILPI referem a falta de tempo para desempenhar as atividades propostas, o que repercute no atendimento ao idoso, prejudicando esse atendimento assim como a sua própria qualidade de vida. O cansaço, o stress, a preocupação, a ansiedade, o aparecimento de sintomas/doenças e as mudanças no seu cotidiano e autoestima são os sintomas apresentados por quem cuida constantemente de idosos (COLOMÉ et al., 2011).
Segundo Victor et al. (2007 apud COLOMÉ et al., 2011) a presença de profissionais como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, educadores entre outros é importante para a diminuição da sobrecarga dos cuidadores, pois os mesmos desenvolvem estratégias que vão ao encontro do bem-estar, das interações sociais e da autoestima tanto dos idosos com dos próprios cuidadores, através do planejamento e execução de atividades físicas, recreativas e sociais.
Evidenciou-se uma falta de preparo para exercer a função de cuidador. Dentre os profissionais da ILPI, 66% relataram não ter realizado cursos de cuidador de idoso. As diferenças e as experiências individuais do cuidador podem influenciar de forma considerável na forma em que este se adapta às exigências do cuidador (PEREIRA et al, 2013).
Segundo o “Manual do cuidador da pessoa idosa” (BRASIL, 2008), denomina-se como “cuidador formal” o profissional que exerce atividade remunerada e com vínculo contratual para exercer os cuidados a idosos, tanto domiciliares como em ILPI. O fato de estar prestando cuidados à idosos não exclui a necessidade de capacitação para a realização desta tarefa, uma vez que os cuidados a esta população demanda conhecimentos básicos e indispensáveis direcionados para as suas necessidades (BRASIL, 2008). 
Os programas de capacitação para cuidadores tendem a agregar na qualidade do cuidado ao idoso. Porém, o stress e a sobrecarga emocional de quem cuidam, geralmente, são desvalorizados. Neste contexto, Barbosa et al. (2011) complementam que a informação e suporte emocional são os mais eficazes na melhoria das competências dos cuidadores formais e da qualidade dos cuidados prestados. 
Quando o profissional atua sem o devido treinamento/capacitação, não é apenas o cuidado ao idoso que sofre interferência, mas também, a saúde do profissional envolvido neste cuidado, conforme apontado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2008):
Na maioria das vezes é levado pela intuição, pela emoção, sentimentos de amor, carinho. O fato de ter uma história comum com a pessoa cuidada pode tornar mais difícil e estressante realizar os cuidados. Agrava o seu desgaste, sua incerteza de estar agindo corretamente e o pouco domínio de técnicas que permitem cuidar melhor da pessoa idosa, com menor desgaste físico e emocional.
É nesse panorama que o curso específico na formação de cuidadores ganha centralidade com tentativa de produção de um profissional específico, legitimado não apenas pela experiência, mas também por uma formação que o diferencie de outros profissionais (DEBERT, OLIVEIRA; 2015), principalmente para lidar com as condições que podem resultar estes sentimentos.
Quanto à fonte principal de renda, todos os participantes indicaram como principal, o trabalho na ILPI. Além disso, quando questionados quanto à satisfação, 61% relataram que se sentem satisfeito em atuar como cuidador de idosos. Apenas 11% dos profissionais pensam em deixar de exercer a função. 
 Os fatores que atuam como antecedentes da satisfação do trabalho podem ser agrupados em duas categorias: as variáveis situacionais, que estão relacionadas com o próprio trabalho ou ambiente de trabalho e as variáveis individuais, as quais englobam as características sociodemográficas ou disposicionais dos indivíduos (LOPES et al, 2012). 
O domínio de estado geral de saúde apresentou a menor pontuação (57,5), seguido pelo domínio vitalidade (62,0), ao passo que o domínio que apresentou maior pontuação foi à capacidade funcional, (90,7) (Figura 3). O fato do estado geral de saúde ter apresentado um score baixo pode estar relacionado aos domínios: limites aspectos sociais, dor, vitalidade e saúde mental, que apresentaram scores menores que 70,0.
Figura 3 - Avaliação da qualidade de vida dos profissionais que atuam nos cuidados direto aos Idosos Institucionalizados
Os dados encontrados neste estudo estão em consonância com a literatura, visto que, identificaram que cuidadores assumem com mais frequência tarefas desgastantes, como por exemplo, higiene do paciente, além da locomoção quando necessário (PINTO et al., 2009; NICKEL et al., 2010). 
Além disso, cuidar de um idoso em tempo prolongado expõe os profissionais, de forma constante a riscos em sua saúde, pois, estes assumem total responsabilidade diante dos cuidados e, com isso, estão sempre sobrecarregados, principalmente aqueles que atuam como cuidadores únicos (ANTUNES et al., 2012).
Nota-se, com base nos resultados apresentados, que a capacidade funcional dos profissionais que atuam nesta ILPI particular não foi prejudicada, contudo, o estado geral de saúde avaliado teve um score abaixo do esperado, podendo ser consequência de uma sobrecarga na jornada de trabalho.
O processo de cuidar do idoso deflagra sentimentos de angústia, depressão, entre outros. Estes sentimentos podem limitar a vida funcional do cuidador, sendo um risco à sua saúde e bem-estar (PEREIRA et al., 2013), interferindo na sua percepção sobre a qualidade de vida e, consequentemente, gerando uma insatisfação pessoal e improdutividade no trabalho.
5. CONCLUSÃO
 Evidenciou-se que os profissionais exercem uma carga horária 12 por 36 horas e atuam na unidade, sendo responsáveis pelos cuidados de seis idosos ou mais e tendo o trabalho na ILPI como principal fonte de renda. 
Em relação à avaliação da qualidade de vida, evidenciou-se, que os profissionais apresentaram o domínio estado geral de saúde com a pior média, entretanto, o domínio capacidade funcional teve uma boa média. 
Recomenda-se, a partir deste estudo, que a ILPI promova ações que potencializem a saúde física e mental desses profissionais, pois são agentes de promoção, proteção e recuperação dos idosos residentes em ILPIs para os quais prestam cuidados. Além disso, recomenda-se a qualificação dos profissionais que ainda não foram capacitados para cuidarem de idoso, com o intuito de fornecer subsídios para que eles consigam lidar com este público e os sentimentos envolvidos neste processo de cuidar.
 
REFERÊNCIAS 
ALVES-SILVA, J D; SCORSOLINI-COMIN, F; SANTOS, M A. Idosos em instituições de longa permanência: desenvolvimento, condições de vida e saúde. Psicol. Reflex. Crit.,  Porto Alegre ,  v. 26, n. 4, p. 820-830,  2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722013000400023&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 dez 2019.
ANTUNES, RENATA L.R. et al. Perfil das cuidadoras das instituições de longa permanência para idosos de Itaúna – MG. Conscientiae saúde, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 338-344, 2012. Diponível em: <https://periodicos.uninove.br/index.php?journal=saude&page=article&op=view&path%5B%5D=2985> .Acesso em 13 jan. 2020.
BARBOSA, C.; FIGUEREIDO. M. A. & SOUZA. Cuidar de idosos com demência, dificuldades e necessidades percepcionadas pelos cuidadores formais. Revista Psicologia, Saúde & Doenças, v. 12, p.119-129, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862011000100008>.Acesso em 13 jan. 2020.
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BUSS, P. M. Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p.163-77, 2000. Disponivél em: ˂http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v26n2/07.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2019.
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CICONELLI, R. M. Tradução para o português e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida “Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36)”. Dissertação (doutourado) – Programa de Pós-Graduação em Medicina. Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 1997. Disponível em: <http://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/15360/Tese-3099.pdf?sequence=1&isAllowed=y> . Acesso em 26 nov. 2019.
COLOMÉ, ICS et al. Cuidar de idosos institucionalizados: características e dificuldades dos cuidadores. Revista Eletrónica de Enfermagem, Goiás, v.13, n.2, p.306-312, 2011. Disponível em <https://www.fen.ufg.br/revista/v13/n2/v13n2a17.htm>. Acesso em 13 jan. 2020.
DEBERT, O. A profissionalização da atividade de cuidar de idosos no Brasil Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 13, p. 7-41, 2015. 
Disponível em: ˂http://www.scielo.br/pdf/rbcpol/n18/2178-4884-rbcpol-18-00007.pdf>. Acesso em 21 nov. 2019.
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Média das pontuações
90,7
81,7
64,7
62,0
68,8
69,4
64,8
Capacidade func.	Lim. Asp, fisicos	Dor	Estado geral saude	Vitalidade	Aspectos sociais	Lim./ asp emocionais	Saúde Mental	90.555555555555458	80.555555555555458	63.777777777777779	54.666666666666103	66	.111111111111114	70.833333333333258	88.833333333333258	76	Domínios
Pontuação do escore

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