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FILOSOFIA DA CIENCIA AULA 08

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Filoso�a da Ciência
Aula 8: Epistemologia contemporânea: Popper, Kuhn e
Bachelard
Apresentação
Nesta aula, iremos através do critério da veri�cabilidade de Karl Popper, da questão dos paradigmas de Thomas S. Kuhn e
Epistemologia histórica de Bachelard, traçar uma linha de crítica ao Positivismo, que reclama que a compreensão da
racionalidade implica no reconhecimento do valor da própria História da Ciência. A análise dessa história irá mostrar que a
ciência não evolui linearmente, mas ao contrário se dá por rupturas epistemológicas. Tais rupturas ocorrem quando são
superados os obstáculos epistemológicos.
Objetivos
Reconhecer o contexto do pensamento de Popper e distinguir os problemas principais tratados pelo pensamento de
Popper;
Entender a noção de paradigma e a discussão entre Popper e Kuhn;
Compreender o conceito de obstáculos epistemológicos de Bachelard.
 Introdução
O cientista observa o mundo à sua volta e percebe padrões e regularidades, daí tenta elaborar uma teoria que dê conta do
fenômeno estudado. Correto? Não na acepção de ciência de Karl Popper.
 (Fonte: Shutterstock).
As preocupações de Popper dizem respeito aos problemas clássicos da indução, onde duas questões são elucidadas:
1
Como é possível a elaboração de uma teoria cientí�ca a partir
de observações em número sempre �nito?
2
Como é possível o estabelecimento da verdade de uma teoria,
apoiando-se apenas em bases observacionais?
Sua preocupação epistemológica diz respeito à elucidação do valor das teorias cientí�cas, isto é, ao grau de con�ança que
podemos depositá-las, em função dos dados empíricos de que podemos dispor. Karl Popper indica a transitoriedade de toda
teoria cientí�ca, pois uma teoria permanece sendo verdadeira até que sua falsidade seja demonstrada, daí todo cientista ter de
considerar que a resistência a uma refutação é reforçadora da teoria.
Como a ciência não é um corpo de conhecimentos, nem um sistema de
hipóteses, conjecturas ou antecipações para declará-lo verdadeira é
necessário eliminar as teorias concorrentes.
Karl Popper
Karl Popper indica a transitoriedade de toda teoria cientí�ca,
pois uma teoria permanece sendo verdadeira até que sua
falsidade seja demonstrada, daí todo cientista ter de
considerar que a resistência a uma refutação é reforçadora
da teoria.
Como a ciência não é um corpo de conhecimentos,
nem um sistema de hipóteses, conjecturas ou antecipações,
para declará-lo verdadeira é necessário eliminar as teorias
concorrentes.
Popper destaca tal problemática, que é promovida pelos
indutivistas, então, ao fazer sua crítica ao método indutivo,
que não garante a sobrevivência da mais provável teoria ou
da que deveria ser a verdadeira.
1
 Advogado de terno (Fonte: Shutterstock).
Popper formula por dois motivos para isso:
Motivo 1
O número de teorias concorrentes é
potencialmente in�nito. 
Motivo 2
A possibilidade de existir enunciados
estritamente universais, verdadeiros, que
apresentam caráter acidental e não o
caráter de verdadeiras leis universais da
natureza.
Exemplo
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon202/aula8.html
Um exemplo disso é observação de que todos os cisnes são brancos, pois o cientista começou sua observação em um zoológico
determinado, onde todos eram brancos. Será que factível conhecer todos os cisnes e inferir mesmo que sem conhecer a todos
que todos eles são os brancos?
Saiba mais
Para mais informações sobre as ideias de Karl Popper, clique aqui e leia o texto.
Historicidade das descobertas cientí�cas e Revoluções Cientí�cas
O termo “Revoluções Cientí�cas” �cou associado ao físico e �lósofo
Thomas Khun, desde a publicação de seu livro: A Estrutura das
Revoluções Cientí�cas.
javascript:void(0);
Identi�cando que toda ciência é orientada por "paradigmas",
Khun não aceita que o desenvolvimento da ciência tenha
sido impulsionado pelo ideal da refutação. Ao contrário,
enquanto uma ciência se consolida e desenvolve, a
comunidade cientí�ca dessa ciência permanece em torno
de um 'paradigma' que determina um conjunto de
elementos tais como: métodos aceites; teorias
compartilhadas; tipos de problemas a serem investigados
etc.
Quando, por um conjunto de não-soluções, esse modelo,
esse paradigma que orienta a ciência, se enfraquece, essa
ciência entra num período de crise e um outro paradigma irá
aparecer.
 (Fonte: Shutterstock).
 (Fonte: Shutterstock).
 Thomas Kuhn
Historicidade das descobertas ciências
Thomas Kuhn destaca a historicidade das descobertas
ciências, mostrando que, em períodos de normalidade da
ciência, a comunidade cientí�ca desenvolve linhas de
pesquisa de forma coletiva e coletiva sob um mesmo
paradigma dominante.
Só haveria uma necessidade de mudança de paradigma em
momentos extraordinários, contrariando seu mestre Karl
Popper, momentos esses de crise do paradigma dominante,
no qual este estaria em cheque por não mais dar conta das
questões abordadas.
Paradigmas, ciência normal e revoluções cientí�cas
Kuhn apresenta os conceitos de paradigma, ciência normal, anomalia, crise e revolução cientí�ca, que representariam as bases
para entender o desenvolvimento da ciência. A seguir, discutem-se cada um dos conceitos para apresentar a proposta do autor.
Segundo Khun, em A Estrutura das Revoluções Cientí�cas:
 Citação
“Os cientistas que compartilham dos mesmos paradigmas
estão comprometidos com as mesmas regras e padrões para
a prática cientí�ca, assim “um paradigma governa, em
primeiro lugar, não um objeto de estudo, mas um grupo de
praticantes da ciência”
- KHUN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas, 1978, p.224.
Saiba mais
Para mais informações sobre as ideias de Thomas Kuhn, clique aquie leia o texto.
 Gaston de Bachelard
“A ciência contemporânea é feita da pesquisa dos fatos
verdadeiros e da síntese das leis verídicas. As leis verídicas
da ciência têm uma fecundidade de verdades, elas
prolongam as verdades de fato por verdades de direito. O
racionalismo, pelas suas sínteses do verdadeiro, abre uma
perspectiva de descobertas. O materialismo racionalista,
depois de ter acumulado os fatos verdadeiros e organizado
as verdades dispersadas, ganhou uma surpreendente força
de previsão. A ordenação das substâncias apaga
progressivamente a contingência de seu ser, ou, em outras
palavras, esta ordenação suscita descobertas que preenchem
as lacunas que faziam acreditar na contingência do ser
material. Apesar de suas riquezas aumentadas, suas riquezas
transbordantes, a química se ordena num vasto domínio de
racionalidade”.
- (Bachelard, 1972: 45-46)
javascript:void(0);
Bachelard, além de questionar os princípios dos �lósofos
que se baseiam na ciência do século XIX (Descartes, Kant e
Comte) discute os pressupostos de seus contemporâneos,
notadamente Meyerson, Sartre, Freud, Bergson e
Brunschvicg.
Esses têm sua obra como inspiração, mas produziram
teorizações próprias, em campos os mais diversos, a
exemplo de Canguilhem, Foucault, Althusser e Bourdieu.
 (Fonte: Shutterstock).
 (Fonte: Shutterstock).
 Obstáculo epistemológico
Conforme aponta Canguilhem (1972a: 52), para Bachelard a
ciência não capta ou captura o real, ela indica a direção e a
organização intelectual, segundo as quais nos asseguramos
que nos aproximamos do real.
É no caminho do verdadeiro que o pensamento encontra o
real; a realidade do mundo está sempre para ser retomada,
sob responsabilidade da razão.
O erro é entendido como necessário e intrínseco ao conhecimento, e
justamente o conceito de obstáculo epistemológico é que funda
positivamente a obrigação de errar (Canguilhem, 1994: 204).
Questionamentos
Vejamos, a seguir, duas questões que nos ajudam a entender a perspectiva de Bachelard.
Clique nos botões para ver as informações.
É o que Bachelard chamaria de um problema mal posto: como para essa questão não existe uma resposta, trata-se de um
problema não devidamente formulado.
O que é ciência? 
A epistemologia histórica não intenciona estabelecer critérios de demarcação, capazes de deslegitimar alguns saberes
em detrimentode outros, nem tampouco articula um processo de extrair de diferentes práticas cientí�cas, vistas como
uma realidade homogênea, uma essência, a unidade do todo. Igualmente, não objetiva que essa essência seja capaz de se
�exionar sobre si mesma e constituir a ciência da ciência. Tal perspectiva signi�ca anular a concretude das práticas
cientí�cas, por mantê-las descoladas da história real das ciências.
Quais são os critérios de demarcação histórica? 
Epistemologia histórica de Bachelard, em uma linha de crítica ao Positivismo, reclama que a compreensão da racionalidade
implica no reconhecimento do valor da própria História da Ciência. A análise dessa história irá mostrar que a ciência não evolui
linearmente mas, ao contrário, se dá por rupturas epistemológicas. Tais rupturas ocorrem quando são superados os obstáculos
epistemológicos.
Acrescente-se a isso, o fato de que a iniciação ao pensamento
bachelardiano, frequentemente, se fez a partir da leitura da obra de
Althusser 1, seu orientando nos estudos superiores, �cando, pois,
associada ao campo da epistemologia das ciências sociais.
Atos epistemológicos
Bachelard elabora também a noção de atos epistemológicos, em oposição à noção de obstáculos epistemológicos. Os
atos epistemológicos correspondem aos ímpetos do gênio cientí�co que provocam impulsos inesperados no curso do
desenvolvimento cientí�co. 
 
A história do conhecimento cientí�co é, assim, a constante oposição entre os atos epistemológicos que impulsionam o
conhecimento e os obstáculos epistemológicos que entravam esse mesmo conhecimento. Ou seja, uma dialética própria
que estrutura o movimento histórico do conhecimento cientí�co.
 Fonte: Shutterstock.
Atividade
1. Observe o trecho a seguir:
“Popper a�rma que as mudanças cientí�cas são uma consequência da concepção da verdade como coerência teórica. E
propõe que uma teoria cientí�ca seja avaliada pela possibilidade de ser falsa ou falsi�cada. Uma teoria cientí�ca é boa, diz
Popper, quanto mais estiver aberta a fatos novos que possam tornar falsos os princípios e os conceitos em que se baseava.
Assim, o valor de uma teoria não se mede por sua verdade, mas pela possibilidade de ser falsa. A falseabilidade seria o critério
de avaliação das teorias cientí�cas e garantiria a ideia de progresso cientí�co, pois é a mesma teoria que vai sendo corrigida
por fatos novos que a falsi�cam”.
Dê um exemplo de falseabilidade.
Notas
Ciência 1
Como diz Japiassú, sobre a de�nição da Ciência, “mesmo pareça uma questão banal, as respostas são complexas e difíceis,
talvez nem possam ser de�nidas, em geral mais conceituadas do que proprieamente de�nidas, porque de�nir um conceito
consiste em formular um problema e as condições que o tornam formulável.”
Título modal 1
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Referências
BACHELARD, Gaston. Le matérialisme rationnel. Paris: Presses Universitaires de France , 1972. Tradução por Elsa de Laguzzi e
Norma Castrillón. El materialismo racional. Buenos Aires: Paidos, 1976.
CHAUÍ, Marilena Convite à Filoso�a. Rio de janeiro: Ática, 1995 MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filoso�a - Dos pré-
socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
MOUNIER, Emmanuel. Rehacer el Renascimiento. In: Obras Completas I, Salamanca, 1992, p. 169-209
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Compreender que a arqueologia do saber é de�nida através dos discursos.
Analisar os saberes como peças de relações de poder e a genealogia.
Entender que o poder disciplinar se exerce sobre o corpo.
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