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Evolução do Pensamento Científico

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A partir das transformações no campo 
científico ocorridas na passagem do século 
XIX para o século XX, muitas certezas 
foram abaladas, fazendo surgir novos 
questionamentos e reavaliações dos 
critérios de verdade e da validade dos 
métodos e das teorias científicas. 
Uma polêmica que inaugurou a 
epistemologia contemporânea foi 
desenvolvida entre os pensadores ingleses 
William Whewell e John Stuart Mill sobre o 
papel da indução na ciência. 
Para Stuart Mill, a indução é simplesmente 
uma generalização que parte de fatos 
assegurados pela experiência sensível. Já 
Whewell defendia que, além dos sentidos, a 
indução se norteia também por ideias inatas 
(próprias da mente humana) que organizam 
e relacionam as experiências. 
Nessa polêmica, o que estava em jogo era 
se a indução dava ou não conta de incluir 
em suas conclusões outros elementos 
particulares que não foram tratados na 
pesquisa. 
Um grupo de cientistas chamado Círculo de 
Viena, formado na década de 1920 (principais 
representantes: Moritz Schlick; Hans Hahn; 
Rudolf Carnap; Otto Neurath). 
O Círculo de Viena desenvolveu o 
neopositivismo, também denominado de 
 
 
positivismo lógico ou ainda empirismo lógico, 
que pretendeu formar uma concepção 
científica do mundo isenta de qualquer 
especulação. 
Em suas reflexões acerca do procedimento 
científico, os pensadores do Círculo de 
Viena enfatizaram as exigências de clareza 
e precisão e propuseram o critério de 
verificabilidade para validar uma teoria 
científica. 
Karl Popper criticou o critério da 
verificabilidade e propôs como única 
possibilidade para o saber científico o critério 
da refutabilidade ou da falseabilidade. 
De acordo com esse critério, uma teoria 
mantém-se como verdadeira até que seja 
refutada, isto é, até que sejam 
demonstrados sua falsidade, suas brechas, 
seus limites. Para Popper, nenhuma teoria 
científica pode ser verificada empiricamente 
pelo método indutivo. 
Popper indicou a condição transitória da 
validade de uma teoria, ou seja, determinada 
teoria é válida até o momento em que é 
refutada, mostrando-se sua falsidade. 
Somente a falsidade de uma teoria pode ser 
provada, mas nunca sua veracidade absoluta. 
Isso significa que a ciência possui apenas 
conjeturas ( hipóteses) sobre a realidade, e 
não certezas definitivas. Mas o 
conhecimento científico pode progredir em 
sua busca de explicar o real. 
Outro ponto que Popper destacou em suas 
reflexões foi que a mente não é uma “tábula 
rasa”, para ele, não existe observação pura, 
pois todas as são sempre realidades à luz 
de pressupostos e de teorias prévias que 
o cientista traz consigo. 
Gaston Bachelard que destacou a 
importância do estudo da história da ciência 
como instrumento de análise da própria 
racionalidade. Nessa pesquisa, a atividade 
científica é entendida como parte de um 
processo histórico amplo e que possui um 
caráter social. 
De acordo com a análise do filósofo, a 
ciência progride por rupturas 
epistemológicas quando supera obstáculos 
epistemológicos. Isso quer dizer que caminha 
por saltos que se caracteriza pela recusa 
dos pressupostos e métodos que 
orientavam a pesquisa anterior, pois esses 
pressupostos e métodos atuavam como 
obstáculos, como entraves ao avanço do 
conhecimento. 
Bachelard destacou também o papel da 
imaginação e da criatividade como 
elementos imprescindíveis à prática 
científica. 
Thomas Kuhn, desenvolveu sua teoria 
acerca da história da ciência entendendo-a 
não como um processo linear e evolutivo, 
mas como uma sucessão de paradigmas 
que se confrontam entre si. Paradigma, em 
sua definição, é um conjunto de normas e 
tradições dentro do qual a ciência se move, 
durante determinado período e em certo 
contexto cultural. 
Em determinados momentos, porém, o 
paradigma se altera, provocando uma 
revolução que abre o caminho para um 
novo tipo de desenvolvimento científico. De 
acordo com o filósofo, é como se ocorresse 
uma reorientação da visão científica, na qual 
os elementos de um problema são 
concebidos em novas relações. Nesse 
momentos coexistem dois tipos de ciência: 
- a ciência normal – aquela que se 
desenvolve dentro de certo paradigma 
aceito pela maior parte da comunidade 
científica, acumulando dados e instrumentos 
em seu interior; 
- a ciência extraordinária- aquela que surge 
nos momentos de crise de um paradigma. 
Surge como nova ciência, questionando os 
fundamentos e pressupostos da ciência 
anterior e propondo um novo paradigma. 
Novos paradigmas da pós-modernidade 
-Complexidade- adota-se a perspectiva de 
uma realidade complexa; 
-Variabilidade e instabilidade – admite-se a 
existência de leis distintas para níveis da 
realidade distintos; 
-Relacionamento- valoriza-se a perspectiva 
da relação entre as partes; 
-Intersubjetividade- entende-se que o 
observador integra o fenômeno que estuda.

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