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- -1 INTRODUÇÃO À QUESTÃO SOCIAL O BRASIL FRENTE ÀS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Compreender o papel que o Brasil assume na relação com as transformações ocorridas no mundo do trabalho; 2- Analisar as novas expressões da questão social nas grandes metrópoles contemporâneas; 3- Identificar as expressões das questões na cidade do Rio de Janeiro. A geração de emprego é um dos grandes desafios da era globalizada. Ao mesmo tempo em que os mercados exigem profissionais qualificados e criativos, o emprego formal vai cedendo lugar à prestação de serviços sem vínculo empregatício. Uma outra face do problema é o aumento do trabalho precário, pois se o emprego na sua forma tradicional está diminuindo, isso significa que o trabalho como um todo está desaparecendo. A geração de emprego é um dos grandes desafios da era globalizada. Ao mesmo tempo em que os mercados exigem profissionais qualificados e criativos, o emprego formal vai cedendo lugar à prestação de serviços sem vínculo empregatício. Uma outra face do problema é o aumento do trabalho precário, pois se o emprego na sua forma tradicional está diminuindo, isso significa que o trabalho como um todo está desaparecendo. O que ocorre é que houve uma significativa diminuição do operariado tradicional e o aumento da classe que vive do trabalho. - -3 Essas mudanças se verificam principalmente através da terceirização, com a ampliação do setor de serviços; da heterogeinização, com a maior participação das mulheres em atividades ocupadas por homens; e das relações informais do trabalho sem direitos sociais e trabalhistas previstos em lei. A atual etapa do desenvolvimento do capitalismo é marcada pela predominância do capital financeiro e, na esfera produtiva, viabilizado pela automação microeletrônica. Ele pôde organizar a produção de forma mais flexível para lidar com sua instabilidade sistêmica. Sendo assim, a reação do capital à crise foi reorganizar o processo produtivo, gerando uma alteração de forma no padrão de acumulação, aliado a este novo mecanismo de submissão e controle da classe trabalhadora. No Brasil, as mudanças se intensificam nos anos 90, com a proposta de governo com base no Neoliberalismo. A exclusão social como efeitos da crise, conforme afirma Rauta (2002, p.171), "revela-se com mais evidência no espaço urbano, nas práticas e efeitos desiguais da urbanização, na proliferação das favelas e no reconhecimento da cidade partida, denotando uma separação, uma incongruência entre a ordem legal e a cidade real". - -4 No estudo que realiza sobre a problemática urbana, Kowarick (1979) atribui o processo de exploração do trabalho à "espoliação urbana", definida pelo autor como "ausência e precariedade de serviços de consumo coletivo que, conjuntamente com o acesso à terra, se mostram necessários à reprodução urbana dos trabalhadores". O fenômeno da "espoliação urbana" na cidade do Rio de Janeiro, assim como em outras cidades, tem se revelado através da elevação dos índices de criminalidade, a disseminação do tráfico de drogas decorrentes da exclusão social da violência econômica, social, cultural e espacial. Caldeira (2000) analisa a forma pela qual o crime, o medo à violência e o desrespeito aos direitos de cidadania têm se combinado com as transformações urbanas para produzir um novo padrão de segregação espacial nas - -5 duas últimas décadas. Segundo a autora, a segregação tanto espacial quanto social é uma característica importante das cidades, pois as regras que organizam o espaço urbano são apoiadas basicamente em padrões de diferenciação social e de separação. Raichelis (2006) afirma que as novas formas de segregação e estigmatização espaciais e sociais, a escalada da violência, a crescente presença do narcotráfico e do tráfico de armas nas favelas e nos bairros populares das grandes cidades brasileiras, o isolamento social das elites, a disseminação da "cultura do medo" apontam para a necessidade de aprofundamento de estudos e pesquisas sobre os rebatimentos da presença (ou ausência) do Estado nacional e das instâncias subnacionais na implementação das políticas públicas que tenham como centralidade a (re)significação e a (re)construção do tecido social no território urbano das grandes metrópoles. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Aprendeu sobre o papel que o Brasil assume na relação com as transformações ocorridas no mundo do trabalho; • Conheceu as expressões da questão social no Rio de Janeiro; • Estudou a respeito da cidade como espaço de expressão das desigualdades e das lutas populares. • • •