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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Prof. Tatiane Rodrigues Tatianerodrigues88@gmail.com ENSINO Objetivo Apresentar as demonstrações contábeis dentro de um processo de análise com suas limitações com eficientes índices, referente ao processo contábil, dotando o aluno de uma visão abrangente em relação às técnicas, diagnósticos econômico e financeiro sobre as demonstrações contábeis. Ementa Demonstrações contábeis, coeficientes, índices e quocientes. Análise vertical e horizontal. Análise da estrutura de capital, análise de liquidez e solvência. Análise de atividades ou rotação. Análise de rentabilidade e de produtividade. Fluxo de caixa, demonstração de origens e aplicações de recursos, demonstração das mutações do patrimônio líquido, instrumento auxiliar da análise de balanços. Integração das técnicas de análise. Metodologia Exposição oral, estudo dirigido, estudos de casos e utilização de software. Programa 1 Conceitos iniciais 1.1 Objetivo e aplicações 1.2 Padronização e sintetização da estrutura das Demonstrações Contábeis 1.3 Principais reclassificações dos itens das Demonstrações Contábeis 1.4 Confiabilidade das informações. 2 Análise vertical e horizontal: balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício 2.1 Análise Vertical: objetivo, metodologia e aplicações. 2.3 Integração das Análises Vertical e Horizontal 3 Análise por meio de índices 3.1 Análise do endividamento 3.2 Análise da imobilização de recursos 3.3 Análise da capacidade de pagamento por meio dos índices de liquidez 3.4 Análise da rentabilidade do ativo total e operacional 3.5 Análise da rentabilidade do patrimônio líquido 3.6 Desdobramento da análise de rentabilidade – modelo “Dupont’ e evolução 3.7 Índices- padrão: utilização de modelos estatísticos. 4 Avaliação relativa de ações 4.1 Noções de mercado de capitais 4.2 Principais índices para avaliação relativa das ações 4.2.1 Valor patrimonial das ações 4.2.2 Lucro por ação 4.2.3 Preço-lucro 4.2.4 Rentabilidade da Ação: lucro-preço 4.2.5 Dividendo por Ação 4.2.6 Retorno de Caixa: dividendo-preço 4.2.7 Relação Retorno de Caixa: Rentabilidade das Ações 4.2.8 Preço-Receita de Vendas. 5 Demonstração do fluxo de caixa 5.1 Conceito e objetivo 5.2 Classificação das movimentações de caixa e equivalentes-caixa 5.3 Método direto 5.3.1 Técnica de elaboração 5.3.2 Forma de apresentação 5.4 Método indireto 5.4.1 Técnica de elaboração 5.4.2 Forma de apresentação 5.5 Considerações especiais 5.5.1 Notas explicativas das transações de investimento e financiamento que não afetam o caixa 5.5.2 Juros pagos, juros recebidos e dividendos recebidos 5.5.3 Títulos descontados 5.5.4 Pagamento de investimento adquirido a prazo 5.6 Análise da demonstração do fluxo de caixa 5.6.1 Geração bruta de caixa e sua utilização 5.6.2 Geração operacional de caixa e sua utilização 5.6.3 Análise vertical e horizontal da DFC. 6 Tópicos especiais em análise das demonstrações financeiras 6.1 Interpretação dos índices de liquidez 6.1.1 Liquidez x fluxo de caixa 6.1.2 Falácias da liquidez 6.2 Análise do endividamento bancário. REFERÊNCIAS BRAGA, Hugo Rocha. Análise das demonstrações contábeis: livro texto. São Paulo: Atlas, 2000. _________. Análise das demonstrações contábeis: livro de exercícios. São Paulo: Atlas, 2000. FIPECAFI. Avaliação de empresas. São Paulo: Atlas, 2001. MATARAZZO, Dante. Análise das demonstrações financeiras. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1996. SILVA, José Pereira de. Análise financeira das empresas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1996. FERREIRA, Ricardo J. Análise das demonstrações contábeis. Rio de Janeiro: Ferreira, 2010. CRUZ S. Sóstenes José. Análise Financeira de Balanços: Um enfoque prático á elaboração de relatórios para tomada de decisão em pequenas, médias e granes empresas. 2 ed. São Paulo: Respel Ltda., 2015. BRAGA, Hugo Rocha. Análise das demonstrações contábeis: livro texto. São Paulo: Atlas, 2017. Análise das Demonstrações Contábeis (Pereira) Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/553569 Análise das Demonstrações Contábeis - Vol.2 (Sousa e Martins) Disponível em: https://canal.cecierj.edu.br/recurso/6830 https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/553569 https://canal.cecierj.edu.br/recurso/6830 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 12 1.1 Os problemas..................................................................................... 12 1.2 Demonstrações contábeis................................................................. 14 1.2.1 Período contábil................................................................................... 14 1.2.2 Elaboração das demonstrações contábeis.......................................... 14 1.3 Detalhes das peças das demonstrações contábeis....................... 15 1.3.1 O balanço patrimonial.......................................................................... 15 1.3.2 Ajuste de contas................................................................................... 17 2 PRINCIPAIS MUDANÇAS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS..................................................................................... 19 2.1 Ativo circulante................................................................................... 19 2.2 Ativo não circulante........................................................................... 20 2.3 Ativo realizável a longo prazo........................................................... 20 2.4 Investimentos..................................................................................... 20 2.5 Imobilizado.......................................................................................... 21 2.6 Intangível............................................................................................. 21 2.7 Passivo circulante.............................................................................. 21 2.8 Passivo não – circulante................................................................... 21 2.9 Patrimônio liquído.............................................................................. 22 3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO..................... 23 3.1 A MP 449 e a lei 11.991/2009: principais mudanças....................... 23 3.1.1 Demonstração do resultado de exercício............................................. 23 4 LUCRO CONTÁBIL x FLUXO DE CAIXA........................................... 25 5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS............................. 27 5.1 Análise vertical ou de estrutura........................................................ 27 5.2 Análise horizontal ou de evolução................................................... 28 6 INDICES FINANCEIROS..................................................................... 32 6.1 Índices de atividades (eficiência operacional)................................ 33 6.2 Índices de endividamento.................................................................. 35 6.3 Índices de rentabilidade..................................................................... 36 7 MERCADO DE CAPITAIS................................................................... 41 7.1 Introdução........................................................................................... 41 7.2 O que é mercado de capitais?.......................................................... 41 7.3 Mercado de capitais: porque e como investir................................. 41 7.4 Ativos privados de renda variável (alguns exemplos)................... 42 7.4.1 Ações.................................................................................................... 42 7.4.2 Ativos privados de renda fixa(alguns exemplos)................................. 45 8 A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA..................................... 47 8.1 Atividade operacional........................................................................ 47 8.2 Atividade de investimentos............................................................... 47 8.3 Atividade de financiamentos............................................................. 48 8.4 Transações de investimentos e financiamentos sem efeito de caixa.................................................................................................... 48 9 CONCLUSÃO...................................................................................... 52 12 1 INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE E A TOMADA DE DECISÃO O SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE O Mundo está mudando, e as empresas precisam urgentemente se adequar à nova realidade para sua sobrevivência. A competitividade e a modernidade de uma maior rapidez caso exista um sistema de informações confiáveis, capaz de levar a todos os níveis hierárquicos da administração ferramentas importantes para tomadas de decisões que produzam resultados eficientes e eficazes, para se atingir a qualidade por excelência. A busca de tal caminho, que certamente levará a melhores resultados econômico-financeiros, inegavelmente passa por um sistema de informações oportuno, flexível e íntegro. Sem uma informação bem elaborada, torna-se difícil fixarem objetivos e avaliar resultados, impossibilitando o conhecimento da direção correta a ser seguida. A informação útil e relevante é o “painel de controle” de todo o processo de qualidade e modernização da empresa. Se uma das principais funções do administrador é fazer com que as pessoas sejam eficientes, para isto é preciso sempre buscar a informação. Uma ação gerencial deve ser praticada com base em dados e fatos reais, pois não se decide a partir de suposições. Por este motivo, a informação contábil é fundamental para que decisões futuras sejam acertadas e produzam bons resultados para a empresa. 1.1 Os Problemas No entanto, são grandes as dificuldades na geração de informações para fins gerenciais, entre os quais podemos citar: a) O problema tributário 13 A elevada carga tributária e a interferência da legislação fiscal é tão forte no Brasil, que a contabilidade está deixando de ser um sistema de informações para se transformar num mecanismo de controle para pagamento de menos tributos. Aliado a alguns princípios contábeis completamente nocivos à qualidade da informação gerencial, vem-se priorizando hoje um modelo de contabilidade com pouca utilidade para a empresa. Os sistemas de contabilidade não podem atender somente ao usuário Governo, deixando de lado seu usuário mais importante: o acionista (majoritário) e a sua administração. b) O problema inflacionário Os efeitos inflacionários constituem outro problema que pode levar à falta de confiabilidade na informação contábil para fins internos da empresa. É importante então que a contabilidade registre todos os fatos de uma administração e que os evidencie em moeda de poder aquisitivo constante. Trazendo todos os itens monetários a valor presente, com base num indexador que reflita a realidade inflacionária, a contabilidade pode fornecer elementos seguros para que a análise seja correta e a tomada de decisão seja acertada. Não podemos ficar restritos somente às informações internas, na medida em que as informações externas (mercados, produtos, fornecedores, clientes, cenários, tendências) são também extremamente importantes para futuro das atividades empresariais. Nesses dois fluxos de informações reside o ponto de sucesso para uma administração moderna e eficaz. Por todos estes aspectos abordados é que se faz necessária a utilização de novos modelos de contabilidade, mais voltados para finalidades internas da empresa. Precisamos nos aprimorar, adaptando novas técnicas voltadas para a elaboração de informações com vistas ao planejamento de ações relevantes, como na administração de recursos financeiros. Dentro desse cenário é que a Contabilidade Financeira deve fornecer informações importantes, não somente para os usuários externos, mas principalmente na tomada de decisão do administrador. 14 1.2 Demonstrações contábeis 1.2.1 Período contábil A Lei das Sociedades Anônimas diz que o Exercício Social terá a duração de 1 ano e a data do término será fixada em estatuto. Por força da Legislação Fiscal a totalidade das Empresas tem o seu exercício encerrado em 31 de dezembro. Algumas Multinacionais encerram em outros meses e tem praticamente dois períodos de encerramento, um societário e outro fiscal. Ao longo dos anos, com a necessidade dos Administradores em conhecer a evolução das atividades econômicas e financeiras das empresas em períodos menores, podemos dizer, que o período contábil hoje é mensal, até por força da Legislação Tributária em bases correntes cuja apuração do lucro real para fins de Imposto de Renda exige períodos menores que o da Publicação, que continua sendo anual. 1.2.2 Elaboração das demonstrações Uma vez concluídos os trabalhos de escrituração, já há condições para confeccionar as demonstrações de final de exercício. O balancete de verificação, onde estão as contas devedoras e credoras com seus respectivos saldos extraídos do Livro Razão, é o Relatório básico e indispensável para se preparar as seguintes demonstrações contábeis, que devem exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: a) Balanço Patrimonial; b) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; c) Demonstrações do Resultado do Exercício e; d) Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (substituída pela DFC); e) DVA – Demonstração do Valor Adicionado Demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. 15 Nas demonstrações, as contas semelhantes podem ser agrupadas, os pequenos saldos podem ser agregados, desde que indicada a sua natureza, mas é vedada a utilização de designações genéricas como “Diversas Contas” ou “Contas Correntes”. As demonstrações são transcritas no Livro Diário e a seguir assinadas pelos responsáveis da empresa - Diretores e Contador. Concluídos os trabalhos, todos os documentos utilizados na elaboração e ajuste das contas, conciliações bancárias, etc., bem como os relatórios anteriormente mencionados e convenientemente datilografados são arquivados em pastas e submetidos à apreciação dos responsáveis pela Empresa, Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Auditores para parecer e aprovação das Contas do exercício. A esse conjunto de documentos é que se denomina demonstrações contábeis. 1.3 Detalhes das peças das demonstrações contábeis 1.3.1 O balanço patrimonial a) Classificação das contas O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática como sendo a fotografia da empresa naquela data/momento. Conforme a Lei, “no balanço as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que as registrem e, agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. Conforme as instituições da lei, o Balanço é composto por três elementos básicos. BALANÇO PATRIMONIAL | Ativo | Passivo | Patrimônio Líquido 16 Ativo - compreende os bens e direitos, Passivo - compreende as exigibilidades / obrigações / dividas; Patrimônio Líquido - representa a diferença entre o Ativo e Passivo, ou seja, o valor líquido da empresa.Portanto é importante que as contas sejam classificadas no balanço de forma ordenada e uniforme para permitir aos usuários uma adequada análise e interpretação da situação patrimonial e financeira. Visando atender a esse objetivo, a Lei definiu como deve ser a disposição de tais contas, seguindo para o Ativo a classificação em ordem decrescente de grau de liquidez e, para o Passivo em ordem decrescente de prioridade de pagamento das exigibilidades, ou seja: no ativo são apresentadas em primeiro lugar as contas mais rapidamente conversíveis em disponibilidades, iniciando com o disponível (caixa e bancos), contas a receber, estoques e assim sucessivamente; no passivo classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre antes. Dentro desse conceito geral, a Lei determina a segregação do Ativo e do Passivo nos seguintes grupos: BALANÇO PATRIMONIAL | ATIVO | PASSIVO | Circulante | Circulante Não Circulante Não Circulante - Realizável a Longo Prazo - Exigível a Longo Prazo - Investimentos Patrimônio Líquido - Imobilizado | - Capital Social - Intangível | - Reservas de Capital | - Ajuste de Avaliação Patrimonial | - Reservas de Lucros | - Prejuízos Acumulados 17 Como se verifica, os grupos de contas acima foram dispostos dentro do critério do grau de liquidez mencionado. Dentro de cada grupo, a ordem de liquidez e exigibilidade também deve ser mantida. 1.3.2 Ajuste das contas Esta etapa constitui-se sem menor dúvida, no trabalho técnico-contábil mais importante no levantamento do balanço. Os demonstrativos finais devem mostrar, o mais corretamente possível, sob o aspecto contábil, a situação patrimonial da empresa e o resultado do período. Para alcançar estes objetivos são necessários lançamentos de ajuste de complementação e de saneamento das contas que aparecem no balancete de verificação, a fim de que todos eles indiquem os seus justos valores. Muito facilitará, no ajustamento das contas, o inventário de todos os elementos patrimoniais na base dos custos históricos. Os vários inventários convenientemente relacionados e assinados pelos responsáveis serão anexados ao balancete de verificação para a qual deverão coincidir. Apreciada conta por conta, dentro da sua função, proceder-se-á a todos os ajustes que se fizerem necessários. USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL USUÁRIOS OBJETIVOS INFORMAÇÃO CONTABILIDADE LEGISLAÇÃO ADMINISTRÇÃO OU ACIONISTAS MAJORITÁRIOS EXTRAIR DADOS CONFIÁVEIS PARA QUE A TOMADA DE DECISÃO SEJA EFICAZ RELATÓRIOS INTERNOS GERENCIAIS GERENCIAL OU EMPRESARIAL NÃO EXISTE. CRITÉRIOS PRÓPRIOS DA EMPRESA GOVERNO ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA LALUR e DECLARAÇÃO DO IR-PJ FISCAL OU TRIBUTÁRIA REGULAMENTO DO IR E MAJUR OUTROS (FORNECEDORES BANCOS etc...) PADRONIZAÇÃO VIA PRINCÍPIOS CONTÁBEIS DEMONSTRA ÇÕES CONTÁBEIS SOCIETÁRIA OU FINANCEIRA LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS E INSTRUÇÕES DA CVM 18 EXERCÍCIOS 1) Em relação as informações contábeis, quais os principais objetivos das mesmas para os acionistas e para o governo. 2) Cite as principais demonstrações obrigatórias exigidas, de acordo com a nova redação do art.176 da lei 6.404/76 e relate a sua importância para a contabilidade. 3) Quais os aspectos que as informações produzidas pelas demonstrações contábeis fornecem a uma entidade. 4) Em relação as sociedades de grande porte, as particularidades exigidas pela lei 6.404/76 são as mesmas que para as sociedades anônimas? 5) Diante do problema “aspecto tributário”, que tipo de situações presenciamos hoje na ciência contábil em relação a tal assunto? 19 2 PRINCIPAIS MUDANÇAS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NOVA ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. 2.1 Ativo circulante O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social subsequente. Assim, por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2006, deverá classificar no Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2007. Na empresa cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo. Raramente, porém, é usado esta classificação mais extensa, de forma que, como http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/lei6404_1976.htm http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/passivodescoberto.htm 20 padrão, pode-se adotar a classificação das contas como circulante se forem realizáveis ou exigíveis no prazo de 1 (um) ano. 2.2 Ativo não circulante São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos: a) Ativo Realizável a Longo Prazo; b) Investimentos; c) Imobilizado; d) Intangível 2.3 Ativo realizável a longo prazo De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço. As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo. Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da empresa, serão classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo. 2.4 Investimentos No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o 21 controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda. 2.5 Imobilizado O Ativo Imobilizado é formadopelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. 2.6 Intangível Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos de uso permanente. Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido. 2.7 Passivo circulante Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. 2.8 Passivo não circulante Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei11638_2007.htm 22 vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. 2.9 Patrimônio líquido É a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. Vejamos a nova estrutura: Cabe observar que, apesar de não trazer detalhamento sobre as contas que devem compor o Passivo Não-Circulante, este grupo evidenciará todas as obrigações cujo vencimento ocorra após o último dia do exercício social seguinte. As principais modificações que impactaram a estrutura e avaliação dos elementos que compõem o Balanço Patrimonial são: 23 3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 3.1 A MP 449 e lei 11.941/2009: principais mudanças 3.1.1 Demonstração do resultado do exercício Ao extinguir a Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures, trouxe a obrigação de esse prêmio ser tratado como receita na DRE. Essa receita deve ser apropriada por regime de competência e não de forma integral quando recebida em dinheiro. As modificações na DRE estão relacionadas principalmente à eliminação da segregação das receitas e despesas como não operacionais e a contabilização das participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa. Vejamos a estrutura: DRE 0 – FATURAMENTO BRUTO 1 – RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS - RBV 2 – RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS - RLV 3 – LUCRO BRUTO / RESULTADO OPERACIONAL BRUTO– LB / ROB ___(-) DESPESAS OPERACIONAIS ___(-) DESP. C/ VENDAS ___(-) DESP. C/ PESSOAL ___(-) DESP. FINANCEIRAS ______(+) RECEIT. FINANCEIRAS ___(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS ___(-) OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS 4 – LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO / RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO – LOL / ROL ___(+) OUTRAS RECEITAS (ANTIGAS NÃO-OPERACIONAIS) 24 ___(-) OUTRAS DESPESAS (ANTIGAS NÃO-OPERACIONAIS) 5 – RESULTADO DO EXERCÍCIO (ANTES DA CSLL) ___(-) CSLL 6 – RESULTADO DO EXERCÍCIO (ANTES DO IR) ___(-) PIR 7 – RESULTADO DO EXERCÍCIO (ANTES DAS PARTICIP.) ___(-) PARTICIPAÇÕES 8 – LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO – LLEX EXERCÍCIOS 1) A lei 11.638/07 e a mp 449/2008 (lei 11.941/2009), representam as grandes mudanças ocorridas na lei 6.404/76, lei esta que já possui mais de 03 décadas de existência. de forma resumida, relate um pouco, alguns pontos relevantes que essas duas bases legais trouxeram para a nossa contabilidade aqui no Brasil e cite alguns dos órgãos que estão envolvidos. 2) a partir dos dados abaixo, confeccione a dre e apure o irpj (15%) e a cssl (9%): devoluções: r$ 3.000,00 serviços prestados: r$ 15.000,00 icms/iss: r$ 1.500,00 vendas: 10.000,00 descontos: r$ 1.000,00 receita alugueis: 8.000,00 despesas operacionais: r$ 3.000,00 pis/cofins: 2.400,00 25 4 LUCRO CONTÁBIL x FLUXO DE CAIXA Capital e lucro são dois dos conceitos fundamentais na contabilidade de uma empresa. Ambos dependem, em última instância, dos fluxos de caixa dessa entidade. No final das contas, portanto, os fluxos de caixa que entram e saem da empresa são os eventos fundamentais nos quais se baseiam as mensurações contábeis. O item caixa adquire sua importância na relação entre capital e lucro porque representa poder de compra ou de pagamento e u lucro contábil não. O conceito de fluxo de caixa, conforme é conhecido, não coincide normalmente com e resultado contábil da empresa, apurado pelo regime de competência. Enquanto o fluxo de caixa é mensurado de acordo com as efetivas movimentações de todas as entradas e saídas da empresa, o lucro contábil é mensurado por competência. a) Fatos que poderão contribuir para a diferença entre o resultado econômico (lucro) e o resultado financeiro (geração de caixa) Utilização do regime de competência. Concessão de prazos para recebimento de vendas clientes, Concessão de prazos pelos fornecedores para pagamento de compras, Provisões diversas Depreciação e amortização Atualização monetária Exemplo: A Cia. Thomas, no ano em que findou, realizou uma venda no montante de R$ 100.000 de mercadorias adquiridas durante o ano por R4 80.000. Embora a companhia tenha pago integralmente pelas mercadorias durante o ano, ainda tem a receber do cliente ao qual a venda foi feita, no fim do ano. A perspectiva contábil baseada na competência dos exercícios e a perspectiva financeira baseada no fluxo de caixa para o desempenho da empresa durante o ano são 26 representadas pelas Demonstrações de Resultado e do Fluxo de Caixa. Perspectiva Contábil Cia. Thomas Demonstrativo de Resultado para o Ano findo em 31/12 (+) Receitas de Vendas R$ 100.000 (- ) Custo da Mercadoria R$ 80.000 (=) Lucro Líquido R$ 20.000 Perspectiva Financeira Cia. Thomas Demonstrativo do Fluxo de Caixa para o Ano findo em 31/12 (+) Entrada de Caixa R$ 0.00 (- ) Saída de Caixa R$ 80.000 (=) Fluxo Líquido de Caixa R$(80.000) Estudo de caso A Cia. Acre, teve durante o exercício social de 2006 a seguinte movimentação: 1)Compra de um equipamento por R$ 100.000, tendo pago no exercício 70% do valor devido. 2) Venda a crédito de produtos no valor de R$ 200.000 com recebimento no exercício de 80% do total. 3) Compra de matérias-primas a crédito no valor de R$ 120.000, tendo pago no decorrer do exercício 90% do total. 27 4) Venda de um equipamento a crédito no valor de por R$ 80.000 a ser recebido no exercício seguinte. Com base nos dados apresentados, prepare um demonstrativo de resultado e um demonstrativo de fluxo de caixa. Demonstrativo de Resultado Demonstrativo de Fluxo de Caixa (Visão do Contador) (Visão do Adm. Financeiro) 5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS a) Objetivos: Colher informações sobre: Liquidez, Eficiência Operacional, Endividamento, Rentabilidade e Evolução Liquidez: Saber se a empresa está em condições de honrar os compromissos assumidos, nas datas de seus vencimentos. Eficiência operacional: Saber se os prazos de recebimentosde vendas, estocagem e pagamentos a fornecedores estão dentro de padrões aceitáveis. Endividamento: Saber se o nível de endividamento da empresa é compatível com os seus investimentos. Rentabilidade: Saber se a atividade operacional está gerando o retorno desejado pelos sócios ou acionistas. Evolução: Saber se a evolução histórica do desempenho da empresa projeta tendências satisfatórias. 5.1 Análise vertical ou de estrutura Denominamos de análise vertical aquela participação percentual ou de estrutura dos elementos dos Demonstrativos Contábeis. Assume-se como 100% um determinado elemento patrimonial, que, a princípio, deve ser o mais importante, e se faz uma relação percentual de todos os demais elementos sobre ele. Para o Balanço Patrimonial convencionou-se adotar como 100% o total do ativo e do passivo. Para a demonstração de resultado convencionou-se adotar como 28 100% o valor da receita de vendas, líquida dos impostos, denominada legalmente de Receita operacional Líquida. A análise vertical da DRE muito mais significativa do que a do BP, pois, pelo fato de atribuir 100% à receita operacional, permite uma visão da estrutura de custos e despesas da empresa, em termos de média sobre as vendas. Balanço Patrimonial 19X1 % 19X2 % Ativo Circulante Disponível 1.230 22,65 1.300 20,31 Duplicatas a Receber 1.800 33.15 2.200 34,38 Estoques 2.400 44,20 2.900 45,31 Total 5.430 100% 6.400 100% Demonstrativo do Resultado do Exercício 19X1 19X2 Vendas 58.000 100% 67.000 100% Lucro Bruto 32.000 55,17% 37.000 55,22% Lucro Operacional 6.000 10,34% 9.000 13,43% A análise vertical propicia ao administrador financeiro uma maior facilidade na comparação dos valores apresentados, face a padronização percentual. 5.2 Análise horizontal ou de evolução A finalidade da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica dos valores apresentados nos demonstrativos contábeis. 29 É uma análise de crescimento (ou de variação). Tomam-se como 100% todas as contas de um determinado período e se faz uma relação percentual sobre os dados desse período. O novo número relativo indica o quanto o dado do período subseqüente é maior ou menor do que o dado do período anterior. Como é comum se utilizar vários períodos, a variação seqüencial e consecutiva acaba indicando uma tendência de crescimento (ou diminuição). Balanço Patrimonial 19X1 19X2 Evolução Ativo Circulante Disponível 1.230 1.300 5,69% Duplicatas a Receber 1.800 2.200 22,22% Estoques 2.400 2.900 20,83% Total 5.430 6.400 17,86% 30 EXERCÍCIO Fazer análise vertical e horizontal para os balanços patrimoniais dos últimos três anos da Cia. Alfa, abaixo, tomando-se como base para a AH o ano de 19X5. Cia. Alfa Balanço Patrimonial 19X5 AV% AH% 19X6 AV % AH% 19X7 AV % AH% ATIVO Circulante Disponível 27.640 44.422 21.853 Estoques 124.638 331.053 340.428 Duplicatas a receber 144.116 269.084 399.229 Total do Circulante 296.394 644.559 761.510 Realiz. a Longo Prazo Diversos 36.702 29.680 31.705 Permanente Investimentos 75.113 130.028 224.656 Imobilizado 60.781 62.652 107.540 Diferido 9.330 60.587 25.669 Total do Permanente 145.224 253.267 357.865 TOTAL DO ATIVO 478.320 927.506 1.151.080 PASSIVO Circulante Contas a pagar 72.021 456.209 565.751 Exigível a L. Prazo Diversos 226.273 161.293 130.776 Patrimônio Líquido Capital 70.000 87.500 131.250 Reservas 110.026 222.504 323.303 Total do PL 180.026 310.004 454.553 TOTAL DO PASSIVO 478.320 927.506 1.151.080 31 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 19X6 AV% AH% 19X7 AV% AH% VENDAS 921.995 1.476.551 CUSTO DAS VENDAS 640.676 774.031 LUCRO BRUTO 281.319 702.520 Despesas Operacionais Despesas de Vendas 158.144 487.482 Despesas Administrativas 42.781 74.255 Outras Despesas 2.353 2.687 Despesas Financeiras 17.936 4.452 Total Despesas 221.214 568.876 LUCRO OPERACIONAL 60.105 133.644 Rec. E Desp. Não Operacionais Rec. Não Operacional 43.545 34.719 Desp. Não Operacional 5.732 1.787 Outras Despesas 8.790 15.482 Total não Operacional 29.023 17.450 LUCRO ANTES DO IR 89.128 151.094 Provisão para o IR 2.333 6.930 LUCRO LÍQ. DO EXERCÍCIO 86.795 144.164 32 6 ÍNDICES FINANCEIROS Os índices financeiros têm como função medir o desempenho da empresa no que se refere a sua liquidez, o seu ciclo operacional, ao seu grau de endividamento e a sua rentabilidade. O seu cálculo é feito a partir das informações financeiras apresentadas no BP e na DRE da empresa em análise. Os índices financeiros freqüentemente utilizados pelas empresas são: a) Índices de liquidez: Liquidez Imediata: Disponibilidades _ , onde: Passivo Circulante Disponibilidades = Caixa + Bancos + Aplicações de Liquidez Imediata Este índice representa a relação de quanto dispomos imediatamente com as nossas dívidas de curto prazo. É preciso considerar que a composição etária do numerador e denominador é completamente distinta. Liquidez Corrente : ___Ativo Circulante___ Passivo Circulante Relaciona quanto dispomos e poderemos dispor a curto prazo em dinheiro, com as dívidas a curto prazo. É preciso observar que no numerador estão incluídos itens diversos, que possuem prazos de conversibilidade também diversos. No denominador estão incluídas as dívidas e obrigações de curto prazo que, por sua vez, também possuem prazos de vencimento diversos. Portanto, a relação dos prazos de recebimento e de pagamento deverá ser considerada na análise deste índice. Liquidez Seca: Ativo Circulante – Estoques Passivo Circulante 33 Trata-se de uma análise conservadora da situação de liquidez da empresa. A eliminação dos estoques do numerador retira uma fonte de incerteza. Além disso, estamos eliminando as influências e distorções que a adoção deste ou daquele critério de avaliação de estoques poderia acarretar. Liquidez Geral: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo Serve para detectar a saúde financeira, no que se refere à liquidez de longo prazo. Mais uma vez o problema dos prazos deve ser devidamente considerado. Às vezes acontece que os índices de liquidez corrente e seco se apresentam razoáveis em decorrência de vultosos empréstimos a longo prazo. 6.1 Índices de atividades (eficiência operacional) a) Giro de duplicatas a receber: ______ Vendas _____________ Duplicatas a Receber (Média) Indica quantas vezes a empresa renova seu nível de duplicatas a receber no período. b) Prazo médio de recebimento de vendas Clientes_____________ Valor liquido x 365 Indica quantos dias a empresa leva em média para receber uma duplicata. 34 b) Giro dos estoques Custo da Mercadoria Vendida (CMV) Estoques (Média) Indica quantasvezes a empresa renova seus estoques no decorrer do período d) Prazo médio dos estoques Estoque_____________________- CMV x 365 Indica quantos dias em média, um item fica nos estoques da empresa no decorrer do período em análise. e) Giro de duplicatas a pagar _ Compras_____ Fornecedores (Média) Para cálculo do índice é necessário primeiramente calcularmos o valor de compras, que pode ser obtido através da seguinte equação: Compras = CMV (-) Estoque Inicial (+) Estoque Final Este índice indica o nº de vezes que a empresa renova suas duplicatas a pagar durante o período. f) Prazo médio de pagamento _______ fornecedor________- Compras x 365 35 Indica quanto tempo, em dias, a empresa demora para pagar seus fornecedores no período. 6.2 Índices de endividamento a) Grau de Endividamento Passivo Exigível Total Ativo Total Mostra a parcela dos ativos comprometida com endividamento a terceiros. b) Garantia de capital de terceiros Passivo Exigível Total Patrimônio Líquido Indica a situação do Capital de Terceiros em relação ao capital próprio da empresa. c) Composição de endividamento Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago curto prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações totais. COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO CE = Passivo Circulante / Passivo Circulante + Passivo Exig. Longo Prazo 36 d) Imobilização de recursos permanentes Revela a porcentagem dos recursos passivos a longo prazo (permanentes) que se encontra imobilizada em itens ativos, ou seja, aplicados no ativo permanente. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS PERMANENTES IRP = Ativo Permanente / Passivo Exig. Longo Prazo + Patrimônio Líquido Se esse índice apresentar resultado superior a 1 (100%), tal fato indica que os recursos permanentes da empresa não são suficientes para financiarem sua aplicações de permanentes, sendo utilizados nessa situação fundos provenientes do passivo circulante em reflexos negativos sobre o capital de giro. 6.3 Índices de rentabilidade Medem o retorno que a empresa consegue em relação às suas vendas e ao seu investimento em ativos. a) Rentabilidade das Vendas (Margem Líquida) __Lucro Líquido__ Vendas Líquidas Mostra a capacidade da empresa em gerar lucros através de suas vendas. b) Rentabilidade do patrimônio líquido ___Lucro Líquido___x100_ Patrimônio Líquido 37 Determina o percentual de lucro em comparação ao Patrimônio Líquido c) Giro do ativo __ Vendas___ Ativo Total Indica a eficiência com que a empresa utiliza seus ativos para gerar vendas. d) Retorno sobre investimentos Margem Líquida Giro do Ativo Mostra a eficiência da empresa em utilizar seus ativos para gerar lucro A Análise financeira dos demonstrativos contábeis, para ter credibilidade no tocante a tomada de decisões por parte dos administradores financeiros, deve ser processada em um período que englobe vários exercícios, para que possa ser criada uma perspectiva histórica. Além disso, deve também ser comparada a estudos setoriais da economia, onde o administrador financeiro poderá avaliar se a empresa está atuando dentro dos padrões apresentados pelo conjunto das empresas do mesmo segmento. 38 EXERCÍCIO PRÁTICO BALANÇO PATRIMONIAL – CIA. AMAPÁ 19X1 19X2 Ativo Ativo Circulante Disponível Caixa 30 40 Bancos 1.200 1.260 Total 1.230 1.300 Diplicata a Receber 2.600 2.800 (-) Duplicatas Descontadas 800 600 Total 1.800 2.200 Estoques Produtos acabados 400 600 Produtos em elaboração 300 400 Matérias Primas 1.700 1.900 Total 2.400 2.900 Total do Ativo Circulante 5.430 6.400 Realizável a Longo Prazo Adiantamento a coligadas 300 400 Adiantamento aos diretores 180 200 Total do Realizável a Longo Prazo 480 600 Ativo Permanente Investimentos 700 900 Imobilizado 9.800 11.000 Diferido 300 500 Total do Ativo Permanente 10.800 12.400 TOTAL DO ATIVO 16.710 19.400 39 BALANÇO PATRIMONIAL – CIA. AMAPÁ 19X1 19X2 PASSIVO Passivo Circulante Fornecedores 1.800 1.990 Impostos a pagar 180 180 Empréstimos bancários 2.600 2.800 Provisões 620 820 Total do Passivo Circulante 5.200 7.790 Exigível a longo Prazo Empréstimos Bancários 1.800 2.200 Debêntures 1.200 1.200 Total do Exigível a L. Prazo 3.000 3.400 Patrimônio Líquido Capital Social 7.610 8.510 Lucros acumulados 900 1.710 Total do Patrimônio Líquido 8.510 10.210 TOTAL DO PASSIVO 16.710 19.400 40 Demonstrativo de Resultado do Exercício Cia. Amapá 19X1 19X2 Vendas Brutas 58.000 67.000 (-) Deduções Impostos 7.000 8.000 Abatimentos?dev. 1.000 2.000 Vendas Líquidas 50.000 57.000 (-) CPV 18.000 20.000 Lucro Bruto 32.000 37.000 (-) Despesas Operacionais Vendas 6.000 8.000 Administrativas 12.000 13.000 Financeiras(desp-rec) 8.000 7.000 Lucro Operacional 6.000 9.000 (-) Despesas Não Operacionais Venda Imobilizado c/prej. 3.000 0,00 Lucro Antes do Imposto de Redá 3.000 9.000 (-) Provisão para IR 900 2.700 Lucro depois do IR 2.100 6.300 (-) Partic. do Empregados (10%) 210 630 (-) Partic. dos Administ. (10%) 210 630 Lucro Líquido 1.680 5.040 41 7 Mercado de Capitais 7.1 Introdução Com o processo de globalização, que resultou em um intenso intercâmbio entre os países, cada vez mais o mercado acionário vem adquirindo uma crescente importância no cenário financeiro internacional. Seguindo essa tendência mundial, os países em desenvolvimento procuram abrir suas economias para poder receber investimentos externos. Assim, quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais. Por ser um canal fundamental na captação de recursos que permitem o desenvolvimento das empresas, gerando novos empregos e contribuindo para o progresso do País, o mercado acionário também se constitui em uma importante opção de investimento para pessoas e instituições. 7.2 O que é mercado de capitais? O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial papers” —, que permitema circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação. 7.3 Mercado de capitais: porque e como investir? Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu 42 processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros. Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas. À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com conseqüente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante. Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de: empréstimos de terceiros; reinvestimentos de lucros; participação de acionistas. As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua atividade operacional. Mas é pela participação de novos sócios — os acionistas — que uma empresa ganha condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital. 7.4 Ativos privados de renda variável (alguns exemplos) 7.4.1 Ações Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor em ações é um co- 43 proprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão. a) Tipos Ordinárias: Proporcionam participação nos resultados da empresa e conferem ao acionista o direito de voto em assembléias gerais. Preferenciais: Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em percentual mais elevado do que o atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. b) Formas Nominativas: cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja a transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente, identificando novo acionista. Escriturais: Ações que não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física dos documentos. c) Rentabilidade É variável. Parte dela, composta de dividendos ou participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa, advém da posse da ação; outra parte advém do eventual ganho de capital na venda da ação. d) Dividendos A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido pela empresa, de acordo com os seus resultados, referentes ao período correspondente ao direito. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio, que destina parte 44 deste lucro para reinvestimentos, parte para reservas e parte para pagamento de dividendos. e) Juros sobre o capital próprio As empresas, na distribuição de resultados aos seus acionistas, podem optar por remunerá-los por meio do pagamento de juros sobre o capital próprio, em vez de distribuir dividendos, desde que sejam atendidas determinadas condições estabelecidas em regulamentação específica. f) Bonificação em ações Advém do aumento de capital de uma sociedade, mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são distribuídas gratuitamente novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já possuídas. g) Bonificações em dinheiro Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá conceder a seus acionistas uma participação adicional nos lucros, por meio de uma bonificação em dinheiro. h) Direitos de subscrição É o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas — com preferência na subscrição — em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa. Venda de direitos de subscrição Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas ações, o acionista poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detém. 45 7.4.2 Ativos privados de renda fixa (alguns exemplos) a) Debêntures e debêntures conversíveis em ações Títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de empréstimo contraído pela emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos, garantidos pelo ativo da empresa. No caso de debêntures não conversíveis, o empréstimo é liquidado normalmente no prazo previsto. Quanto às debêntures conversíveis em ações, o investidor poderá, em prazos determinados e sob condições previamente definidas, optar pela conversão de seu valor em ações, incorporando-o ao capital da sociedade emitente. Todas as condições pertinentes à emissão, prazos, resgates, rendimentos, conversão em ações e vencimento de debêntures são obrigatoriamente fixados em assembléia geral de acionistas. b) Commercial papers Títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos de dívida de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias). c) Cadernetas de poupança Emitidas nominativamente por sociedade de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos e caixas econômicas estaduais e federal, com o objetivo de captar recursos para o financiamento de construtores e adquirentes de imóveis. As aplicações são corrigidas a cada período de 30 dias pela Taxa Referencial (TR) do período, e remuneradas com uma taxa de juros de 0,5% ao mês. Podem ser resgatadas sem perda da remuneração a cada “aniversário” de 30 dias, a partir da data da aplicação. 46 INDICADORES DE MERCADO/BOLSA ÍDICES FÓRMULAS OBJETIVOS INTER- PRETAÇÃO VALOR PATRIMO- NIAL DA AÇÃO PL Nº TOTAL AÇOES Valor de cada fração do Capital QUANTO LUCRO POR AÇÃO LL Nº TOTAL AÇÕES Parcela do Lucro atribuída a cada ação MAIOR DIVIDENDOS POR AÇÃO DIVIDENDOS Nº TOTAL AÇÕES Dividendo a ser pago por ação MELHOR P/L PREÇO/LUCRO COTAÇÃO DA AÇÃO LUCRO P/AÇÃO Tempo necessário para Retorno do Capital Empregado PL baixo Ação barata PL alto Ação cara EXERCÍCIOS 1) O que você entende por mercado de capitais? 2) Quais as vantagens de investir em mercados de capitais e que vantagens o investidor pode ter? 3) Cite exemplos de ativos privados de rendafixa e variável que investidores podem ter acesso no mercado de capitais. 4) Quais os tipos de ações que existem e diferencie-as. 5) Com base nos dados abaixo, calcule através dos indicadores de mercado, valor patrimonial da ação, o lucro/ação, dividendos por ação e o retorno do capital empregado. * PL: R$ 2.000.000,00 * N.º DE AÇÕES: 3000 unid. * LUCRO LÍQUIDO APURADO (DRE): R$ 350.000,00 * DIVIDENDOS: 15% 47 8 A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Essa demonstração do Fluxo de Caixa substituiu a partir do exercício de 2008, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Todas as duas são de natureza financeira. Analisando, a Demonstração do Fluxo de Caixa é importantíssima para investidores, credores e demais usuários porque: avalia a capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa; a capacidade de a empresa gerar seus compromissos; a liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa; a taxa de conversão de lucro em caixa; o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa; os efeitos sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de financiamento. A Demonstração do fluxo de caixa mostra as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos; 8.1 Atividade operacional Este grupo compreende todas as transações que envolvem o sistema operacional da empresa. Podemos usar como exemplos: recebimento de uma venda, pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento dos funcionários, etc. Os desembolsos de caixa efetuados em investimentos com intenção de revenda devem ser classificados como atividade operacional. 8.2 Atividade de investimentos Compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objetivo social da entidade. As atividades 48 de investimentos não compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda. 8.3 Atividade de financiamentos Diz respeito a todas as captações de recursos junto a acionistas e cotistas ou junto a terceiros. 8.4 Transações de investimentos e financiamentos sem efeito no caixa São todas as transações entre ativos e passivos, mas que não afetam o caixa, devendo ser evidenciados em notas explicativas. Temos como exemplos: dívida convertida em aumento de capital, aquisição de imobilizados via contrato de arrendamento mercantil, bem obtido por doação (que não seja dinheiro), etc. a) Existem dois Métodos para elaboração do Fluxo de Caixa: Direto obtido a partir dos Recebimentos e Pagamentos efetuados no período. Consideramos este o modelo gerencial, pois ele é imprescindível a área financeira das empresas, ao Tesoureiro ou Gerente Financeiro. Indireto obtido a partir da conciliação entre o Caixa e o lucro ou prejuízo do período, é o modelo externo que consideramos o melhor para a análise do usuário de fora da empresa. b) Notas explicativas As demonstrações financeiras devem ser completadas por notas explicativas, quadros analíticos ou outras demonstrações contábeis necessárias à plena avaliação da situação e da evolução patrimonial da empresa. A lei enumera o mínimo dessas notas e induz à sua ampliação quando for necessário para o devido “esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”. Nesse mínimo inclui-se a descrição dos critérios de avaliação dos elementos patrimoniais e das práticas contábeis adotadas, dos ajustes dos 49 exercícios anteriores, reavaliações, ônus sobre ativos, detalhamentos da dívida de longo prazo, do capital e dos investimentos relevantes em outras empresas, eventos subseqüentes importantes após a data do balanço e outros esclarecimentos que nas demais Demonstrações não são possíveis,são explicados detalhadamente em Notas. Exemplos de Demonstração de fluxo de caixa pelo método indireto pelas variações nas contas Balanço Patrimonial 2001 2002 Variação Origem Aplicação ATIVO Circulante 3.000 4.800 - - - Disponível 1.500 2.300 + 800 0 800 Duplicatas a receber 500 1.000 + 500 0 500 Estoques 1.000 1.500 + 500 0 500 Permanente 3.500 6.820 - - - Imobilizado 3.000 4.180 - - - Móveis e utensílios 1.200 1.500 + 300 0 300 ( - ) Depreciação acumulada (200) (320) + 120 120 0 Terrenos 2.000 3.000 + 1.000 0 1.000 Investimentos 500 2.640 - - - Participações 500 2.640 + 2.140 0 2.140 TOTAL DO ATIVO 6.500 11.620 - 120 5.240 2001 2002 Variação Origem Aplicação PASSIVO Circulante 2.000 4.520 - - - Fornecedores 1.000 2.000 + 1000 1.000 0 Empréstimos Bancários 1.000 1.470 + 470 470 0 Prov. p/ Imposto Renda 0 1.050 + 1050 1.050 0 Patrimônio Líquido 4.500 7.100 - - - Capital 4.500 6.000 + 1.500 1.500 0 Lucros acumulados 0 1.100 + 1.100 1.100 0 TOTAL DO PASSIVO 6.500 11.620 - - - 5.120 0 5.240 5.240 50 Demonstração do Resultado do Exercício Receita bruta de vendas 10.000 ( - ) C.P.V. (5.500) = Lucro bruto 4.500 ( - ) Despesas operacionais Com vendas (500) Administrativas (380) Depreciação (120) Outras despesas (500) = Lucro operacional 3.000 ( - ) Provisão para I.R. (1.050) = Lucro líquido 1.950 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados Lucro no início do exercício 0 ( + ) Lucro do exercício 1.950 ( - ) Distribuição de dividendos 850 = Saldo em 31/12/2002 1.100 Demonstração do fluxo de caixa – método indireto – variações nas contas Fluxo das Operações Lucro líquido 1.950,00 Depreciação 120,00 Geração bruta de caixa 2.070,00 Variação no capital de Giro Aumento em duplicatas a receber - 500,00 Aumento em estoques - 500,00 51 Aumento em fornecedores 1.000,00 Aumento em empréstimos 470,00 Aumento em provisão I.R. 1.050,00 Variação total do capital de giro 1.520,00 Fluxo operacional 3.590,00 Fluxo de investimentos Aumento em móveis e utensílios - 300,00 Depreciação acumulada 0 Terrenos - 1.000,00 Participações - 2.140,00 Fluxo dos investimentos - 3.440,00 Fluxo dos financiamentos Não houve variação nessas contas Fluxo dos financiamentos 0 Fluxo dos acionistas Aumento em capital 1.500,00 Aumento de lucros acumulados 0 Dividendos - 850,00 Fluxo dos acionistas 650,00 Fluxo líquido de caixa 800,00 52 9 CONCLUSÃO A demonstração do fluxo de caixa desde de 2008, é exigida por lei no Brasil, e seu objetivo é gerencial, ou seja, prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um determinado período. Não existe um modelo consagrado para ser seguido, assim como na D.R.E., D.L.P.A., D.O.A.R., D.M.P.L. Enfim, a D.F.C. faz uma análise de um determinado período, das variações de caixa de um ano para outro. 53
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