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Apostila- Análise das Demonstrações Contábeis

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
 
 
Prof. Tatiane Rodrigues 
Tatianerodrigues88@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ENSINO 
 
Objetivo 
 
Apresentar as demonstrações contábeis dentro de um processo de análise 
com suas limitações com eficientes índices, referente ao processo contábil, dotando 
o aluno de uma visão abrangente em relação às técnicas, diagnósticos econômico e 
financeiro sobre as demonstrações contábeis. 
 
 Ementa 
 
Demonstrações contábeis, coeficientes, índices e quocientes. Análise 
vertical e horizontal. Análise da estrutura de capital, análise de liquidez e solvência. 
Análise de atividades ou rotação. Análise de rentabilidade e de produtividade. Fluxo 
de caixa, demonstração de origens e aplicações de recursos, demonstração das 
mutações do patrimônio líquido, instrumento auxiliar da análise de balanços. 
Integração das técnicas de análise. 
 
 Metodologia 
 
Exposição oral, estudo dirigido, estudos de casos e utilização de software. 
 
 Programa 
 
 1 Conceitos iniciais 
1.1 Objetivo e aplicações 
1.2 Padronização e sintetização da estrutura das Demonstrações Contábeis 
1.3 Principais reclassificações dos itens das Demonstrações Contábeis 
1.4 Confiabilidade das informações. 
 
2 Análise vertical e horizontal: balanço patrimonial e demonstração do 
resultado do exercício 
2.1 Análise Vertical: objetivo, metodologia e aplicações. 
2.3 Integração das Análises Vertical e Horizontal 
 
3 Análise por meio de índices 
3.1 Análise do endividamento 
3.2 Análise da imobilização de recursos 
3.3 Análise da capacidade de pagamento por meio dos índices de liquidez 
3.4 Análise da rentabilidade do ativo total e operacional 
3.5 Análise da rentabilidade do patrimônio líquido 
3.6 Desdobramento da análise de rentabilidade – modelo “Dupont’ e evolução 
3.7 Índices- padrão: utilização de modelos estatísticos. 
 
4 Avaliação relativa de ações 
 4.1 Noções de mercado de capitais 
4.2 Principais índices para avaliação relativa das ações 
4.2.1 Valor patrimonial das ações 
4.2.2 Lucro por ação 
4.2.3 Preço-lucro 
4.2.4 Rentabilidade da Ação: lucro-preço 
4.2.5 Dividendo por Ação 
4.2.6 Retorno de Caixa: dividendo-preço 
4.2.7 Relação Retorno de Caixa: Rentabilidade das Ações 
4.2.8 Preço-Receita de Vendas. 
 
5 Demonstração do fluxo de caixa 
5.1 Conceito e objetivo 
5.2 Classificação das movimentações de caixa e equivalentes-caixa 
5.3 Método direto 
5.3.1 Técnica de elaboração 
5.3.2 Forma de apresentação 
5.4 Método indireto 
5.4.1 Técnica de elaboração 
5.4.2 Forma de apresentação 
5.5 Considerações especiais 
5.5.1 Notas explicativas das transações de investimento e financiamento que não 
afetam o caixa 
5.5.2 Juros pagos, juros recebidos e dividendos recebidos 
5.5.3 Títulos descontados 
5.5.4 Pagamento de investimento adquirido a prazo 
5.6 Análise da demonstração do fluxo de caixa 
5.6.1 Geração bruta de caixa e sua utilização 
5.6.2 Geração operacional de caixa e sua utilização 
5.6.3 Análise vertical e horizontal da DFC. 
 
6 Tópicos especiais em análise das demonstrações financeiras 
6.1 Interpretação dos índices de liquidez 
6.1.1 Liquidez x fluxo de caixa 
6.1.2 Falácias da liquidez 
6.2 Análise do endividamento bancário. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRAGA, Hugo Rocha. Análise das demonstrações contábeis: livro texto. São 
Paulo: Atlas, 2000. 
 
_________. Análise das demonstrações contábeis: livro de exercícios. São Paulo: 
Atlas, 2000. 
 
FIPECAFI. Avaliação de empresas. São Paulo: Atlas, 2001. 
 
MATARAZZO, Dante. Análise das demonstrações financeiras. 3 ed. São Paulo: 
Atlas, 1996. 
 
SILVA, José Pereira de. Análise financeira das empresas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
1996. 
 
FERREIRA, Ricardo J. Análise das demonstrações contábeis. Rio de Janeiro: 
Ferreira, 2010. 
CRUZ S. Sóstenes José. Análise Financeira de Balanços: Um enfoque prático á 
elaboração de relatórios para tomada de decisão em pequenas, médias e granes 
empresas. 2 ed. São Paulo: Respel Ltda., 2015. 
BRAGA, Hugo Rocha. Análise das demonstrações contábeis: livro texto. São 
Paulo: Atlas, 2017. 
 
Análise das Demonstrações Contábeis (Pereira) Disponível em: 
https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/553569 
Análise das Demonstrações Contábeis - Vol.2 (Sousa e Martins) Disponível em: 
https://canal.cecierj.edu.br/recurso/6830 
https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/553569
https://canal.cecierj.edu.br/recurso/6830
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 12 
1.1 Os problemas..................................................................................... 12 
1.2 Demonstrações contábeis................................................................. 14 
1.2.1 Período contábil................................................................................... 14 
1.2.2 Elaboração das demonstrações contábeis.......................................... 14 
1.3 Detalhes das peças das demonstrações contábeis....................... 15 
1.3.1 O balanço patrimonial.......................................................................... 15 
1.3.2 Ajuste de contas................................................................................... 17 
2 PRINCIPAIS MUDANÇAS NAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS..................................................................................... 
 
19 
2.1 Ativo circulante................................................................................... 19 
2.2 Ativo não circulante........................................................................... 20 
2.3 Ativo realizável a longo prazo........................................................... 20 
2.4 Investimentos..................................................................................... 20 
2.5 Imobilizado.......................................................................................... 21 
2.6 Intangível............................................................................................. 21 
2.7 Passivo circulante.............................................................................. 21 
2.8 Passivo não – circulante................................................................... 21 
2.9 Patrimônio liquído.............................................................................. 22 
3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO..................... 23 
3.1 A MP 449 e a lei 11.991/2009: principais mudanças....................... 23 
3.1.1 Demonstração do resultado de exercício............................................. 23 
4 LUCRO CONTÁBIL x FLUXO DE CAIXA........................................... 25 
5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS............................. 27 
5.1 Análise vertical ou de estrutura........................................................ 27 
5.2 Análise horizontal ou de evolução................................................... 28 
6 INDICES FINANCEIROS..................................................................... 32 
6.1 Índices de atividades (eficiência operacional)................................ 33 
6.2 Índices de endividamento.................................................................. 35 
6.3 Índices de rentabilidade..................................................................... 36 
7 MERCADO DE CAPITAIS................................................................... 41 
7.1 Introdução........................................................................................... 41 
7.2 O que é mercado de capitais?.......................................................... 41 
7.3 Mercado de capitais: porque e como investir................................. 41 
7.4 Ativos privados de renda variável (alguns exemplos)................... 42 
7.4.1 Ações.................................................................................................... 42 
7.4.2 Ativos privados de renda fixa(alguns exemplos)................................. 45 
8 A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA..................................... 47 
8.1 Atividade operacional........................................................................ 47 
8.2 Atividade de investimentos............................................................... 47 
8.3 Atividade de financiamentos............................................................. 48 
8.4 Transações de investimentos e financiamentos sem efeito de 
caixa.................................................................................................... 
48 
9 CONCLUSÃO...................................................................................... 52 
 
 
 
 
12 
1 INTRODUÇÃO 
 
A CONTABILIDADE E A TOMADA DE DECISÃO 
O SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NO 
PROCESSO DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE 
 
 
O Mundo está mudando, e as empresas precisam urgentemente se 
adequar à nova realidade para sua sobrevivência. 
A competitividade e a modernidade de uma maior rapidez caso exista um 
sistema de informações confiáveis, capaz de levar a todos os níveis hierárquicos da 
administração ferramentas importantes para tomadas de decisões que produzam 
resultados eficientes e eficazes, para se atingir a qualidade por excelência. A busca 
de tal caminho, que certamente levará a melhores resultados econômico-financeiros, 
inegavelmente passa por um sistema de informações oportuno, flexível e íntegro. 
Sem uma informação bem elaborada, torna-se difícil fixarem objetivos e 
avaliar resultados, impossibilitando o conhecimento da direção correta a ser seguida. 
A informação útil e relevante é o “painel de controle” de todo o processo 
de qualidade e modernização da empresa. 
Se uma das principais funções do administrador é fazer com que as 
pessoas sejam eficientes, para isto é preciso sempre buscar a informação. Uma 
ação gerencial deve ser praticada com base em dados e fatos reais, pois não se 
decide a partir de suposições. Por este motivo, a informação contábil é fundamental 
para que decisões futuras sejam acertadas e produzam bons resultados para a 
empresa. 
 
1.1 Os Problemas 
 
No entanto, são grandes as dificuldades na geração de informações para 
fins gerenciais, entre os quais podemos citar: 
 
a) O problema tributário 
 
13 
A elevada carga tributária e a interferência da legislação fiscal é tão forte 
no Brasil, que a contabilidade está deixando de ser um sistema de informações para 
se transformar num mecanismo de controle para pagamento de menos tributos. 
Aliado a alguns princípios contábeis completamente nocivos à qualidade da 
informação gerencial, vem-se priorizando hoje um modelo de contabilidade com 
pouca utilidade para a empresa. Os sistemas de contabilidade não podem atender 
somente ao usuário Governo, deixando de lado seu usuário mais importante: o 
acionista (majoritário) e a sua administração. 
 
b) O problema inflacionário 
 
Os efeitos inflacionários constituem outro problema que pode levar à falta 
de confiabilidade na informação contábil para fins internos da empresa. É importante 
então que a contabilidade registre todos os fatos de uma administração e que os 
evidencie em moeda de poder aquisitivo constante. Trazendo todos os itens 
monetários a valor presente, com base num indexador que reflita a realidade 
inflacionária, a contabilidade pode fornecer elementos seguros para que a análise 
seja correta e a tomada de decisão seja acertada. 
Não podemos ficar restritos somente às informações internas, na medida 
em que as informações externas (mercados, produtos, fornecedores, clientes, 
cenários, tendências) são também extremamente importantes para futuro das 
atividades empresariais. 
Nesses dois fluxos de informações reside o ponto de sucesso para uma 
administração moderna e eficaz. 
Por todos estes aspectos abordados é que se faz necessária a utilização 
de novos modelos de contabilidade, mais voltados para finalidades internas da 
empresa. 
Precisamos nos aprimorar, adaptando novas técnicas voltadas para a 
elaboração de informações com vistas ao planejamento de ações relevantes, como 
na administração de recursos financeiros. 
Dentro desse cenário é que a Contabilidade Financeira deve fornecer 
informações importantes, não somente para os usuários externos, mas 
principalmente na tomada de decisão do administrador. 
 
14 
1.2 Demonstrações contábeis 
 
1.2.1 Período contábil 
 
A Lei das Sociedades Anônimas diz que o Exercício Social terá a duração 
de 1 ano e a data do término será fixada em estatuto. Por força da Legislação Fiscal 
a totalidade das Empresas tem o seu exercício encerrado em 31 de dezembro. 
Algumas Multinacionais encerram em outros meses e tem praticamente dois 
períodos de encerramento, um societário e outro fiscal. 
Ao longo dos anos, com a necessidade dos Administradores em conhecer 
a evolução das atividades econômicas e financeiras das empresas em períodos 
menores, podemos dizer, que o período contábil hoje é mensal, até por força da 
Legislação Tributária em bases correntes cuja apuração do lucro real para fins de 
Imposto de Renda exige períodos menores que o da Publicação, que continua 
sendo anual. 
 
1.2.2 Elaboração das demonstrações 
 
Uma vez concluídos os trabalhos de escrituração, já há condições para 
confeccionar as demonstrações de final de exercício. O balancete de verificação, 
onde estão as contas devedoras e credoras com seus respectivos saldos extraídos 
do Livro Razão, é o Relatório básico e indispensável para se preparar as seguintes 
demonstrações contábeis, que devem exprimir com clareza a situação do 
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
a) Balanço Patrimonial; 
b) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
c) Demonstrações do Resultado do Exercício e; 
d) Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (substituída 
pela DFC); 
e) DVA – Demonstração do Valor Adicionado 
 
Demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com a indicação 
dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. 
15 
Nas demonstrações, as contas semelhantes podem ser agrupadas, os 
pequenos saldos podem ser agregados, desde que indicada a sua natureza, mas é 
vedada a utilização de designações genéricas como “Diversas Contas” ou “Contas 
Correntes”. 
As demonstrações são transcritas no Livro Diário e a seguir assinadas 
pelos responsáveis da empresa - Diretores e Contador. Concluídos os trabalhos, 
todos os documentos utilizados na elaboração e ajuste das contas, conciliações 
bancárias, etc., bem como os relatórios anteriormente mencionados e 
convenientemente datilografados são arquivados em pastas e submetidos à 
apreciação dos responsáveis pela Empresa, Conselho de Administração, Conselho 
Fiscal, Auditores para parecer e aprovação das Contas do exercício. 
A esse conjunto de documentos é que se denomina demonstrações 
contábeis. 
 
1.3 Detalhes das peças das demonstrações contábeis 
 
1.3.1 O balanço patrimonial 
 
a) Classificação das contas 
 
O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial 
da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática 
como sendo a fotografia da empresa naquela data/momento. 
Conforme a Lei, “no balanço as contas serão classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que as registrem e, agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. 
Conforme as instituições da lei, o Balanço é composto por três elementos 
básicos. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 | 
 Ativo | Passivo 
 | Patrimônio Líquido 
 
 
 
16 
 Ativo - compreende os bens e direitos, 
 Passivo - compreende as exigibilidades / obrigações / dividas; 
 Patrimônio Líquido - representa a diferença entre o Ativo e Passivo, ou 
seja, o valor líquido da empresa.Portanto é importante que as contas sejam classificadas no balanço de 
forma ordenada e uniforme para permitir aos usuários uma adequada análise e 
interpretação da situação patrimonial e financeira. Visando atender a esse objetivo, a 
Lei definiu como deve ser a disposição de tais contas, seguindo para o Ativo a 
classificação em ordem decrescente de grau de liquidez e, para o Passivo em ordem 
decrescente de prioridade de pagamento das exigibilidades, ou seja: 
 
 no ativo são apresentadas em primeiro lugar as contas mais 
rapidamente conversíveis em disponibilidades, iniciando com o 
disponível (caixa e bancos), contas a receber, estoques e assim 
sucessivamente; 
 no passivo classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade 
ocorre antes. 
 
Dentro desse conceito geral, a Lei determina a segregação do Ativo e do 
Passivo nos seguintes grupos: 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 | 
 ATIVO | PASSIVO 
 | 
 Circulante | Circulante 
 Não Circulante Não Circulante 
- Realizável a Longo Prazo - Exigível a Longo Prazo 
 - Investimentos Patrimônio Líquido 
 - Imobilizado | - Capital Social 
 - Intangível | - Reservas de Capital 
 | - Ajuste de Avaliação Patrimonial 
 | - Reservas de Lucros 
 | - Prejuízos Acumulados 
 
 
17 
Como se verifica, os grupos de contas acima foram dispostos dentro do 
critério do grau de liquidez mencionado. Dentro de cada grupo, a ordem de liquidez 
e exigibilidade também deve ser mantida. 
 
1.3.2 Ajuste das contas 
 
Esta etapa constitui-se sem menor dúvida, no trabalho técnico-contábil 
mais importante no levantamento do balanço. Os demonstrativos finais devem 
mostrar, o mais corretamente possível, sob o aspecto contábil, a situação 
patrimonial da empresa e o resultado do período. Para alcançar estes objetivos são 
necessários lançamentos de ajuste de complementação e de saneamento das 
contas que aparecem no balancete de verificação, a fim de que todos eles indiquem 
os seus justos valores. 
Muito facilitará, no ajustamento das contas, o inventário de todos os 
elementos patrimoniais na base dos custos históricos. Os vários inventários 
convenientemente relacionados e assinados pelos responsáveis serão anexados ao 
balancete de verificação para a qual deverão coincidir. Apreciada conta por conta, 
dentro da sua função, proceder-se-á a todos os ajustes que se fizerem necessários. 
 
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
 
 
USUÁRIOS 
 
OBJETIVOS 
 
INFORMAÇÃO 
 
CONTABILIDADE 
 
LEGISLAÇÃO 
 
ADMINISTRÇÃO OU 
ACIONISTAS 
MAJORITÁRIOS 
EXTRAIR DADOS 
CONFIÁVEIS 
PARA QUE A 
TOMADA DE 
DECISÃO SEJA 
EFICAZ 
 
RELATÓRIOS 
INTERNOS 
GERENCIAIS 
 
GERENCIAL 
OU 
EMPRESARIAL 
 
NÃO EXISTE. 
CRITÉRIOS 
PRÓPRIOS DA 
EMPRESA 
 
GOVERNO 
 
ARRECADAÇÃO 
TRIBUTÁRIA 
LALUR e 
DECLARAÇÃO 
DO IR-PJ 
FISCAL 
OU 
TRIBUTÁRIA 
REGULAMENTO 
DO IR E 
MAJUR 
 
OUTROS 
(FORNECEDORES 
BANCOS etc...) 
 
PADRONIZAÇÃO 
VIA PRINCÍPIOS 
CONTÁBEIS 
 
DEMONSTRA 
ÇÕES 
CONTÁBEIS 
 
SOCIETÁRIA 
OU 
FINANCEIRA 
LEI DAS 
SOCIEDADES 
ANÔNIMAS E 
INSTRUÇÕES 
DA CVM 
 
 
 
18 
EXERCÍCIOS 
 
1) Em relação as informações contábeis, quais os principais objetivos das 
mesmas para os acionistas e para o governo. 
 
2) Cite as principais demonstrações obrigatórias exigidas, de acordo com a nova 
redação do art.176 da lei 6.404/76 e relate a sua importância para a 
contabilidade. 
 
3) Quais os aspectos que as informações produzidas pelas demonstrações 
contábeis fornecem a uma entidade. 
 
4) Em relação as sociedades de grande porte, as particularidades exigidas pela 
lei 6.404/76 são as mesmas que para as sociedades anônimas? 
 
5) Diante do problema “aspecto tributário”, que tipo de situações presenciamos 
hoje na ciência contábil em relação a tal assunto? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
2 PRINCIPAIS MUDANÇAS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
NOVA ESTRUTURA DO 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, 
qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e 
financeira da Entidade. 
No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. 
Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o 
Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. 
O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de 
recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos 
futuros, originados de eventos ocorridos. 
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas 
obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos 
para a sua liquidação. 
O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e 
seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o 
valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a 
Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por 
Passivo a Descoberto. 
 
2.1 Ativo circulante 
 
O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social 
subsequente. Assim, por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 
de dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2006, 
deverá classificar no Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de 
dezembro de 2007. 
Na empresa cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício 
social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo. 
Raramente, porém, é usado esta classificação mais extensa, de forma que, como 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/lei6404_1976.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/passivodescoberto.htm
20 
padrão, pode-se adotar a classificação das contas como circulante se forem 
realizáveis ou exigíveis no prazo de 1 (um) ano. 
 
2.2 Ativo não circulante 
 
São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, 
destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim 
como os direitos exercidos com essa finalidade. 
O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos: 
a) Ativo Realizável a Longo Prazo; 
b) Investimentos; 
c) Imobilizado; 
d) Intangível 
 
2.3 Ativo realizável a longo prazo 
 
De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo 
contas da mesma natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua 
realização certa ou provável após o término do exercício seguinte, o que, 
normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio 
balanço. 
As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são 
classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo. 
Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro 
da empresa, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da 
empresa, serão classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo. 
 
2.4 Investimentos 
 
No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser 
classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as 
importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação 
societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o 
21 
controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte 
permanente de renda. 
 
2.5 Imobilizado 
 
O Ativo Imobilizado é formadopelo conjunto de bens e direitos 
necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por 
apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, 
também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. 
 
2.6 Intangível 
 
Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive 
o fundo de comércio adquirido. 
Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da 
vigência da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas 
com bens corpóreos de uso permanente. 
 Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços 
públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, 
softwares e o fundo de comércio adquirido. 
 
2.7 Passivo circulante 
 
Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive 
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se 
vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter 
duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse 
ciclo. 
 
2.8 Passivo não circulante 
 
Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive 
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei11638_2007.htm
22 
vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter 
duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse 
ciclo. 
 
2.9 Patrimônio líquido 
 
É a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É constituído por 
Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de 
Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. 
 
Vejamos a nova estrutura: 
 
 
 
Cabe observar que, apesar de não trazer detalhamento sobre as contas 
que devem compor o Passivo Não-Circulante, este grupo evidenciará todas as 
obrigações cujo vencimento ocorra após o último dia do exercício social seguinte. 
As principais modificações que impactaram a estrutura e avaliação dos 
elementos que compõem o Balanço Patrimonial são: 
 
 
 
 
 
 
 
23 
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
3.1 A MP 449 e lei 11.941/2009: principais mudanças 
 
3.1.1 Demonstração do resultado do exercício 
 
Ao extinguir a Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures, trouxe a 
obrigação de esse prêmio ser tratado como receita na DRE. Essa receita deve ser 
apropriada por regime de competência e não de forma integral quando recebida em 
dinheiro. 
As modificações na DRE estão relacionadas principalmente à eliminação 
da segregação das receitas e despesas como não operacionais e a contabilização 
das participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesa. 
Vejamos a estrutura: 
 
DRE 
 
0 – FATURAMENTO BRUTO 
1 – RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS - RBV 
2 – RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS - RLV 
3 – LUCRO BRUTO / RESULTADO OPERACIONAL BRUTO– LB / ROB 
___(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
___(-) DESP. C/ VENDAS 
___(-) DESP. C/ PESSOAL 
___(-) DESP. FINANCEIRAS 
______(+) RECEIT. FINANCEIRAS 
___(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 
___(-) OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS 
4 – LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO / RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO – 
LOL / ROL 
___(+) OUTRAS RECEITAS (ANTIGAS NÃO-OPERACIONAIS) 
24 
___(-) OUTRAS DESPESAS (ANTIGAS NÃO-OPERACIONAIS) 
5 – RESULTADO DO EXERCÍCIO (ANTES DA CSLL) 
___(-) CSLL 
6 – RESULTADO DO EXERCÍCIO (ANTES DO IR) 
___(-) PIR 
7 – RESULTADO DO EXERCÍCIO (ANTES DAS PARTICIP.) 
___(-) PARTICIPAÇÕES 
8 – LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO – LLEX 
 
EXERCÍCIOS 
 
1) A lei 11.638/07 e a mp 449/2008 (lei 11.941/2009), representam as grandes 
mudanças ocorridas na lei 6.404/76, lei esta que já possui mais de 03 décadas de 
existência. de forma resumida, relate um pouco, alguns pontos relevantes que essas 
duas bases legais trouxeram para a nossa contabilidade aqui no Brasil e cite alguns 
dos órgãos que estão envolvidos. 
 
2) a partir dos dados abaixo, confeccione a dre e apure o irpj (15%) e a cssl (9%): 
 
devoluções: r$ 3.000,00 
serviços prestados: r$ 15.000,00 
icms/iss: r$ 1.500,00 
vendas: 10.000,00 
descontos: r$ 1.000,00 
receita alugueis: 8.000,00 
despesas operacionais: r$ 3.000,00 
pis/cofins: 2.400,00 
 
 
 
 
 
 
 
25 
4 LUCRO CONTÁBIL x FLUXO DE CAIXA 
 
Capital e lucro são dois dos conceitos fundamentais na contabilidade de 
uma empresa. Ambos dependem, em última instância, dos fluxos de caixa dessa 
entidade. No final das contas, portanto, os fluxos de caixa que entram e saem da 
empresa são os eventos fundamentais nos quais se baseiam as mensurações 
contábeis. 
O item caixa adquire sua importância na relação entre capital e lucro 
porque representa poder de compra ou de pagamento e u lucro contábil não. 
O conceito de fluxo de caixa, conforme é conhecido, não coincide 
normalmente com e resultado contábil da empresa, apurado pelo regime de 
competência. Enquanto o fluxo de caixa é mensurado de acordo com as efetivas 
movimentações de todas as entradas e saídas da empresa, o lucro contábil é 
mensurado por competência. 
 
a) Fatos que poderão contribuir para a diferença entre o resultado 
econômico (lucro) e o resultado financeiro (geração de caixa) 
 
 Utilização do regime de competência. 
 Concessão de prazos para recebimento de vendas clientes, 
 Concessão de prazos pelos fornecedores para pagamento de compras, 
 Provisões diversas 
 Depreciação e amortização 
 Atualização monetária 
 
 Exemplo: A Cia. Thomas, no ano em que findou, realizou uma venda 
no montante de R$ 100.000 de mercadorias adquiridas durante o ano 
por R4 80.000. Embora a companhia tenha pago integralmente pelas 
mercadorias durante o ano, ainda tem a receber do cliente ao qual a 
venda foi feita, no fim do ano. A perspectiva contábil baseada na 
competência dos exercícios e a perspectiva financeira baseada no 
fluxo de caixa para o desempenho da empresa durante o ano são 
26 
representadas pelas Demonstrações de Resultado e do Fluxo de 
Caixa. 
 
Perspectiva Contábil 
Cia. Thomas 
Demonstrativo de Resultado para o Ano findo em 31/12 
 
(+) Receitas de Vendas R$ 100.000 
(- ) Custo da Mercadoria R$ 80.000 
(=) Lucro Líquido R$ 20.000 
 
Perspectiva Financeira 
Cia. Thomas 
Demonstrativo do Fluxo de Caixa para o Ano findo em 31/12 
 
(+) Entrada de Caixa R$ 0.00 
(- ) Saída de Caixa R$ 80.000 
(=) Fluxo Líquido de Caixa 
 R$(80.000) 
 
Estudo de caso 
 
A Cia. Acre, teve durante o exercício social de 2006 a seguinte movimentação: 
 
1)Compra de um equipamento por R$ 100.000, tendo pago no exercício 70% do 
valor devido. 
 
2) Venda a crédito de produtos no valor de R$ 200.000 com recebimento no 
exercício de 80% do total. 
 
3) Compra de matérias-primas a crédito no valor de R$ 120.000, tendo pago no 
decorrer do exercício 90% do total. 
 
27 
4) Venda de um equipamento a crédito no valor de por R$ 80.000 a ser recebido no 
exercício seguinte. 
 
Com base nos dados apresentados, prepare um demonstrativo de resultado e um 
demonstrativo de fluxo de caixa. 
 
Demonstrativo de Resultado Demonstrativo de Fluxo de Caixa 
 (Visão do Contador) (Visão do Adm. Financeiro) 
 
5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
a) Objetivos: Colher informações sobre: Liquidez, Eficiência Operacional, 
Endividamento, Rentabilidade e Evolução 
 Liquidez: Saber se a empresa está em condições de honrar os 
compromissos assumidos, nas datas de seus vencimentos. 
 Eficiência operacional: Saber se os prazos de recebimentosde vendas, 
estocagem e pagamentos a fornecedores estão dentro de padrões 
aceitáveis. 
 Endividamento: Saber se o nível de endividamento da empresa é 
compatível com os seus investimentos. 
 Rentabilidade: Saber se a atividade operacional está gerando o retorno 
desejado pelos sócios ou acionistas. 
 Evolução: Saber se a evolução histórica do desempenho da empresa 
projeta tendências satisfatórias. 
 
5.1 Análise vertical ou de estrutura 
 
Denominamos de análise vertical aquela participação percentual ou de 
estrutura dos elementos dos Demonstrativos Contábeis. Assume-se como 100% um 
determinado elemento patrimonial, que, a princípio, deve ser o mais importante, e se 
faz uma relação percentual de todos os demais elementos sobre ele. 
Para o Balanço Patrimonial convencionou-se adotar como 100% o total do 
ativo e do passivo. Para a demonstração de resultado convencionou-se adotar como 
28 
100% o valor da receita de vendas, líquida dos impostos, denominada legalmente de 
Receita operacional Líquida. 
A análise vertical da DRE muito mais significativa do que a do BP, pois, 
pelo fato de atribuir 100% à receita operacional, permite uma visão da estrutura de 
custos e despesas da empresa, em termos de média sobre as vendas. 
 
Balanço Patrimonial 
 
19X1 % 19X2 % 
Ativo Circulante 
Disponível 1.230 22,65 1.300 20,31 
Duplicatas a Receber 1.800 33.15 2.200 34,38 
Estoques 2.400 44,20 2.900 45,31 
 
Total 5.430 100% 6.400 100% 
 
 
Demonstrativo do Resultado do Exercício 
 
19X1 19X2 
 
Vendas 58.000 100% 67.000 100% 
Lucro Bruto 32.000 55,17% 37.000 55,22% 
Lucro Operacional 6.000 10,34% 9.000 13,43% 
 
A análise vertical propicia ao administrador financeiro uma maior 
facilidade na comparação dos valores apresentados, face a padronização 
percentual. 
 
5.2 Análise horizontal ou de evolução 
 
A finalidade da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica 
dos valores apresentados nos demonstrativos contábeis. 
29 
É uma análise de crescimento (ou de variação). Tomam-se como 100% 
todas as contas de um determinado período e se faz uma relação percentual sobre 
os dados desse período. O novo número relativo indica o quanto o dado do período 
subseqüente é maior ou menor do que o dado do período anterior. Como é comum 
se utilizar vários períodos, a variação seqüencial e consecutiva acaba indicando uma 
tendência de crescimento (ou diminuição). 
 
Balanço Patrimonial 
 
19X1 19X2 Evolução 
 
 Ativo Circulante 
 Disponível 1.230 1.300 5,69% 
 Duplicatas a Receber 1.800 2.200 22,22% 
 Estoques 2.400 2.900 20,83% 
 
 Total 5.430 6.400 17,86% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
EXERCÍCIO 
 
Fazer análise vertical e horizontal para os balanços patrimoniais dos últimos três 
anos da Cia. Alfa, abaixo, tomando-se como base para a AH o ano de 19X5. 
Cia. Alfa 
Balanço Patrimonial 
 19X5 AV% AH% 19X6 AV % AH% 19X7 AV % AH% 
ATIVO 
Circulante 
Disponível 27.640 44.422 21.853 
Estoques 124.638 331.053 340.428 
Duplicatas a receber 144.116 269.084 399.229 
 
Total do Circulante 296.394 644.559 761.510 
 
Realiz. a Longo Prazo 
Diversos 36.702 29.680 31.705 
 
Permanente 
Investimentos 75.113 130.028 224.656 
Imobilizado 60.781 62.652 107.540 
Diferido 9.330 60.587 25.669 
Total do Permanente 145.224 253.267 357.865 
 
TOTAL DO ATIVO 478.320 927.506 1.151.080 
 
PASSIVO 
Circulante 
Contas a pagar 72.021 456.209 565.751 
 
Exigível a L. Prazo 
Diversos 226.273 161.293 130.776 
 
Patrimônio Líquido 
Capital 70.000 87.500 131.250 
Reservas 110.026 222.504 323.303 
Total do PL 180.026 310.004 454.553 
TOTAL DO PASSIVO 478.320 927.506 1.151.080 
31 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
 19X6 AV% AH% 19X7 AV% AH% 
VENDAS 921.995 1.476.551 
CUSTO DAS VENDAS 640.676 774.031 
LUCRO BRUTO 281.319 702.520 
Despesas Operacionais 
 Despesas de Vendas 158.144 487.482 
 Despesas Administrativas 42.781 74.255 
Outras Despesas 2.353 2.687 
Despesas Financeiras 17.936 4.452 
Total Despesas 221.214 568.876 
LUCRO OPERACIONAL 60.105 133.644 
 Rec. E Desp. Não 
Operacionais 
 Rec. Não Operacional 43.545 34.719 
 Desp. Não Operacional 5.732 1.787 
 Outras Despesas 8.790 15.482 
Total não Operacional 29.023 17.450 
 
LUCRO ANTES DO IR 89.128 151.094 
 Provisão para o IR 2.333 6.930 
LUCRO LÍQ. DO 
EXERCÍCIO 86.795 144.164 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
6 ÍNDICES FINANCEIROS 
 
Os índices financeiros têm como função medir o desempenho da empresa 
no que se refere a sua liquidez, o seu ciclo operacional, ao seu grau de 
endividamento e a sua rentabilidade. O seu cálculo é feito a partir das informações 
financeiras apresentadas no BP e na DRE da empresa em análise. Os índices 
financeiros freqüentemente utilizados pelas empresas são: 
 
a) Índices de liquidez: 
 Liquidez Imediata: Disponibilidades _ , onde: 
 Passivo Circulante 
 
 Disponibilidades = Caixa + Bancos + Aplicações de Liquidez Imediata 
 
Este índice representa a relação de quanto dispomos imediatamente com 
as nossas dívidas de curto prazo. É preciso considerar que a composição etária do 
numerador e denominador é completamente distinta. 
 
 
 Liquidez Corrente : ___Ativo Circulante___ 
 Passivo Circulante 
 
Relaciona quanto dispomos e poderemos dispor a curto prazo em 
dinheiro, com as dívidas a curto prazo. É preciso observar que no numerador estão 
incluídos itens diversos, que possuem prazos de conversibilidade também diversos. 
No denominador estão incluídas as dívidas e obrigações de curto prazo que, por sua 
vez, também possuem prazos de vencimento diversos. Portanto, a relação dos 
prazos de recebimento e de pagamento deverá ser considerada na análise deste 
índice. 
 
 Liquidez Seca: Ativo Circulante – Estoques 
 Passivo Circulante 
 
33 
Trata-se de uma análise conservadora da situação de liquidez da 
empresa. A eliminação dos estoques do numerador retira uma fonte de incerteza. 
Além disso, estamos eliminando as influências e distorções que a adoção deste ou 
daquele critério de avaliação de estoques poderia acarretar. 
 
 Liquidez Geral: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo 
 Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 
 
Serve para detectar a saúde financeira, no que se refere à liquidez de 
longo prazo. Mais uma vez o problema dos prazos deve ser devidamente 
considerado. Às vezes acontece que os índices de liquidez corrente e seco se 
apresentam razoáveis em decorrência de vultosos empréstimos a longo prazo. 
 
6.1 Índices de atividades (eficiência operacional) 
 
a) Giro de duplicatas a receber: 
 
______ Vendas _____________ 
Duplicatas a Receber (Média) 
 
Indica quantas vezes a empresa renova seu nível de duplicatas a receber 
no período. 
 
b) Prazo médio de recebimento de vendas 
 
 Clientes_____________ 
 Valor liquido x 365 
 
 Indica quantos dias a empresa leva em média para receber uma 
duplicata. 
 
 
 
 
34 
b) Giro dos estoques 
 Custo da Mercadoria Vendida (CMV) 
 Estoques (Média) 
 
Indica quantasvezes a empresa renova seus estoques no decorrer do 
período 
 
d) Prazo médio dos estoques 
 
 Estoque_____________________- 
 CMV x 365 
 
Indica quantos dias em média, um item fica nos estoques da empresa no 
decorrer do período em análise. 
 
e) Giro de duplicatas a pagar 
 
 _ Compras_____ 
 Fornecedores (Média) 
 
Para cálculo do índice é necessário primeiramente calcularmos o valor de 
compras, que pode ser obtido através da seguinte equação: 
 
 Compras = CMV (-) Estoque Inicial (+) Estoque Final 
 
Este índice indica o nº de vezes que a empresa renova suas duplicatas a 
pagar durante o período. 
 
f) Prazo médio de pagamento 
 
 _______ fornecedor________- 
 Compras x 365 
 
35 
Indica quanto tempo, em dias, a empresa demora para pagar seus 
fornecedores no período. 
 
6.2 Índices de endividamento 
 
a) Grau de Endividamento 
 
Passivo Exigível Total 
Ativo Total 
 
Mostra a parcela dos ativos comprometida com endividamento a terceiros. 
 
b) Garantia de capital de terceiros 
 
 
Passivo Exigível Total 
Patrimônio Líquido 
 
Indica a situação do Capital de Terceiros em relação ao capital próprio da 
empresa. 
 
c) Composição de endividamento 
 
Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago curto prazo, isto 
é, as obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações totais. 
 
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO 
CE = Passivo Circulante / Passivo Circulante + Passivo Exig. Longo Prazo 
 
 
 
36 
d) Imobilização de recursos permanentes 
 
Revela a porcentagem dos recursos passivos a longo prazo 
(permanentes) que se encontra imobilizada em itens ativos, ou seja, aplicados no 
ativo permanente. 
 
IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS PERMANENTES 
IRP = Ativo Permanente / Passivo Exig. Longo Prazo + Patrimônio Líquido 
 
 Se esse índice apresentar resultado superior a 1 (100%), tal fato indica 
que os recursos permanentes da empresa não são suficientes para financiarem sua 
aplicações de permanentes, sendo utilizados nessa situação fundos provenientes do 
passivo circulante em reflexos negativos sobre o capital de giro. 
 
6.3 Índices de rentabilidade 
 
Medem o retorno que a empresa consegue em relação às suas vendas e 
ao seu investimento em ativos. 
 
a) Rentabilidade das Vendas (Margem Líquida) 
 
__Lucro Líquido__ 
Vendas Líquidas 
 
Mostra a capacidade da empresa em gerar lucros através de suas vendas. 
 
b) Rentabilidade do patrimônio líquido 
 
 
___Lucro Líquido___x100_ 
Patrimônio Líquido 
 
37 
Determina o percentual de lucro em comparação ao Patrimônio Líquido 
 
c) Giro do ativo 
__ Vendas___ 
Ativo Total 
 
Indica a eficiência com que a empresa utiliza seus ativos para gerar 
vendas. 
 
d) Retorno sobre investimentos 
 
 Margem Líquida 
 Giro do Ativo 
 
Mostra a eficiência da empresa em utilizar seus ativos para gerar lucro 
 
A Análise financeira dos demonstrativos contábeis, para ter credibilidade 
no tocante a tomada de decisões por parte dos administradores financeiros, deve 
ser processada em um período que englobe vários exercícios, para que possa ser 
criada uma perspectiva histórica. Além disso, deve também ser comparada a 
estudos setoriais da economia, onde o administrador financeiro poderá avaliar se a 
empresa está atuando dentro dos padrões apresentados pelo conjunto das 
empresas do mesmo segmento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
EXERCÍCIO PRÁTICO 
BALANÇO PATRIMONIAL – CIA. AMAPÁ 
 19X1 19X2 
Ativo 
Ativo Circulante 
Disponível 
Caixa 30 40 
Bancos 1.200 1.260 
 Total 1.230 1.300 
 
Diplicata a Receber 2.600 2.800 
(-) Duplicatas Descontadas 800 600 
Total 1.800 2.200 
 
Estoques 
 Produtos acabados 400 600 
 Produtos em elaboração 300 400 
 Matérias Primas 1.700 1.900 
 Total 2.400 2.900 
 
Total do Ativo Circulante 5.430 6.400 
 
Realizável a Longo Prazo 
 Adiantamento a coligadas 300 400 
 Adiantamento aos diretores 180 200 
 
Total do Realizável a Longo Prazo 480 600 
Ativo Permanente 
Investimentos 700 900 
 Imobilizado 9.800 11.000 
 Diferido 300 500 
Total do Ativo Permanente 10.800 12.400 
 
TOTAL DO ATIVO 16.710 19.400 
39 
BALANÇO PATRIMONIAL – CIA. AMAPÁ 
 
 19X1 19X2 
 
PASSIVO 
Passivo Circulante 
 Fornecedores 1.800 1.990 
 Impostos a pagar 180 180 
 Empréstimos bancários 2.600 2.800 
 Provisões 620 820 
 
Total do Passivo Circulante 5.200 7.790 
 
Exigível a longo Prazo 
 Empréstimos Bancários 1.800 2.200 
 Debêntures 1.200 1.200 
 
Total do Exigível a L. Prazo 3.000 3.400 
 
Patrimônio Líquido 
 Capital Social 7.610 8.510 
 Lucros acumulados 900 1.710 
 
Total do Patrimônio Líquido 8.510 10.210 
 
 
TOTAL DO PASSIVO 16.710 19.400 
 
 
 
 
 
 
 
40 
Demonstrativo de Resultado do Exercício 
Cia. Amapá 
 
 19X1 19X2 
 
Vendas Brutas 58.000 67.000 
(-) Deduções 
 Impostos 7.000 8.000 
 Abatimentos?dev. 1.000 2.000 
 
Vendas Líquidas 50.000 57.000 
 
(-) CPV 18.000 20.000 
 
Lucro Bruto 32.000 37.000 
 
(-) Despesas Operacionais 
 Vendas 6.000 8.000 
 Administrativas 12.000 13.000 
 Financeiras(desp-rec) 8.000 7.000 
 
Lucro Operacional 6.000 9.000 
(-) Despesas Não Operacionais 
 Venda Imobilizado c/prej. 3.000 0,00 
Lucro Antes do Imposto de Redá 3.000 9.000 
 
(-) Provisão para IR 900 2.700 
Lucro depois do IR 2.100 6.300 
(-) Partic. do Empregados (10%) 210 630 
(-) Partic. dos Administ. (10%) 210 630 
 
Lucro Líquido 1.680 5.040 
 
 
41 
7 Mercado de Capitais 
 
7.1 Introdução 
 
Com o processo de globalização, que resultou em um intenso intercâmbio 
entre os países, cada vez mais o mercado acionário vem adquirindo uma crescente 
importância no cenário financeiro internacional. Seguindo essa tendência mundial, 
os países em desenvolvimento procuram abrir suas economias para poder receber 
investimentos externos. Assim, quanto mais desenvolvida é uma economia, mais 
ativo é o seu mercado de capitais. 
Por ser um canal fundamental na captação de recursos que permitem o 
desenvolvimento das empresas, gerando novos empregos e contribuindo para o 
progresso do País, o mercado acionário também se constitui em uma importante 
opção de investimento para pessoas e instituições. 
 
7.2 O que é mercado de capitais? 
 
 O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores 
mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de 
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de 
valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. No 
mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do 
capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via mercado, por 
empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial 
papers” —, que permitema circulação de capital para custear o desenvolvimento 
econômico. 
O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e 
recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e 
demais derivativos autorizados à negociação. 
 
7.3 Mercado de capitais: porque e como investir? 
 
Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em 
novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu 
42 
processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. O 
investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também 
é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição 
de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. Essa é a mecânica da 
democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros. 
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o 
investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na 
qual funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos 
e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo 
aplicador. Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado 
primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora 
de valores mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas. 
À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para 
investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a 
fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos 
são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, 
com conseqüente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante. 
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de 
desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de 
mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de: empréstimos de terceiros; 
reinvestimentos de lucros; participação de acionistas. As duas primeiras fontes de 
recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua 
atividade operacional. 
Mas é pela participação de novos sócios — os acionistas — que uma 
empresa ganha condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida 
à participação no seu capital. 
 
7.4 Ativos privados de renda variável (alguns exemplos) 
 
7.4.1 Ações 
 
Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que 
representam a menor fração do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais 
ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor em ações é um co-
43 
proprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus 
resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela 
negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão. 
 
a) Tipos 
 Ordinárias: Proporcionam participação nos resultados da empresa e 
conferem ao acionista o direito de voto em assembléias gerais. 
 Preferenciais: Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de 
dividendos (geralmente em percentual mais elevado do que o atribuído 
às ações ordinárias) e no reembolso de capital, no caso de dissolução 
da sociedade. 
 
b) Formas 
 Nominativas: cautelas ou certificados que apresentam o nome do 
acionista, cuja a transferência é feita com a entrega da cautela e a 
averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente, 
identificando novo acionista. 
 Escriturais: Ações que não são representadas por cautelas ou 
certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual os valores 
são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não havendo 
movimentação física dos documentos. 
 
c) Rentabilidade 
 
É variável. Parte dela, composta de dividendos ou participação nos 
resultados e benefícios concedidos pela empresa, advém da posse da ação; outra 
parte advém do eventual ganho de capital na venda da ação. 
 
d) Dividendos 
 
A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a forma de 
distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido pela empresa, 
de acordo com os seus resultados, referentes ao período correspondente ao direito. 
Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio, que destina parte 
44 
deste lucro para reinvestimentos, parte para reservas e parte para pagamento de 
dividendos. 
 
e) Juros sobre o capital próprio 
 
As empresas, na distribuição de resultados aos seus acionistas, podem 
optar por remunerá-los por meio do pagamento de juros sobre o capital próprio, em 
vez de distribuir dividendos, desde que sejam atendidas determinadas condições 
estabelecidas em regulamentação específica. 
 
f) Bonificação em ações 
 
Advém do aumento de capital de uma sociedade, mediante a 
incorporação de reservas e lucros, quando são distribuídas gratuitamente novas 
ações a seus acionistas, em número proporcional às já possuídas. 
 
g) Bonificações em dinheiro 
 
Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá conceder 
a seus acionistas uma participação adicional nos lucros, por meio de uma 
bonificação em dinheiro. 
 
h) Direitos de subscrição 
 
É o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas — com 
preferência na subscrição — em quantidade proporcional às possuídas, em 
contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa. 
 
 Venda de direitos de subscrição 
 
Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas 
ações, o acionista poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detém. 
 
 
45 
7.4.2 Ativos privados de renda fixa (alguns exemplos) 
 
a) Debêntures e debêntures conversíveis em ações 
 
Títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de 
empréstimo contraído pela emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos, 
garantidos pelo ativo da empresa. No caso de debêntures não conversíveis, o 
empréstimo é liquidado normalmente no prazo previsto. Quanto às debêntures 
conversíveis em ações, o investidor poderá, em prazos determinados e sob 
condições previamente definidas, optar pela conversão de seu valor em ações, 
incorporando-o ao capital da sociedade emitente. Todas as condições pertinentes à 
emissão, prazos, resgates, rendimentos, conversão em ações e vencimento de 
debêntures são obrigatoriamente fixados em assembléia geral de acionistas. 
 
b) Commercial papers 
 
Títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos de 
dívida de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias). 
 
c) Cadernetas de poupança 
 
Emitidas nominativamente por sociedade de crédito imobiliário, 
associações de poupança e empréstimos e caixas econômicas estaduais e federal, 
com o objetivo de captar recursos para o financiamento de construtores e 
adquirentes de imóveis. As aplicações são corrigidas a cada período de 30 dias pela 
Taxa Referencial (TR) do período, e remuneradas com uma taxa de juros de 0,5% 
ao mês. Podem ser resgatadas sem perda da remuneração a cada “aniversário” de 
30 dias, a partir da data da aplicação. 
 
 
 
 
 
 
46 
INDICADORES DE MERCADO/BOLSA 
 
ÍDICES FÓRMULAS OBJETIVOS INTER- 
PRETAÇÃO 
VALOR PATRIMO- 
NIAL DA AÇÃO 
PL 
Nº TOTAL AÇOES 
Valor de cada 
fração do Capital 
QUANTO 
LUCRO POR AÇÃO LL 
Nº TOTAL AÇÕES 
Parcela do Lucro 
atribuída a cada 
ação 
MAIOR 
DIVIDENDOS POR 
AÇÃO 
DIVIDENDOS 
Nº TOTAL AÇÕES 
Dividendo a ser 
pago por ação 
MELHOR 
P/L 
PREÇO/LUCRO 
COTAÇÃO DA 
AÇÃO 
LUCRO P/AÇÃO 
Tempo necessário 
para Retorno do 
Capital Empregado 
PL baixo 
Ação barata 
PL alto 
Ação cara 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1) O que você entende por mercado de capitais? 
2) Quais as vantagens de investir em mercados de capitais e que vantagens o 
investidor pode ter? 
3) Cite exemplos de ativos privados de rendafixa e variável que investidores 
podem ter acesso no mercado de capitais. 
4) Quais os tipos de ações que existem e diferencie-as. 
5) Com base nos dados abaixo, calcule através dos indicadores de mercado, 
valor patrimonial da ação, o lucro/ação, dividendos por ação e o retorno do 
capital empregado. 
 
* PL: R$ 2.000.000,00 
* N.º DE AÇÕES: 3000 unid. 
* LUCRO LÍQUIDO APURADO (DRE): R$ 350.000,00 
* DIVIDENDOS: 15% 
47 
8 A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
 
Essa demonstração do Fluxo de Caixa substituiu a partir do exercício de 
2008, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Todas as duas são 
de natureza financeira. 
Analisando, a Demonstração do Fluxo de Caixa é importantíssima para 
investidores, credores e demais usuários porque: avalia a capacidade de a empresa 
gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa; a capacidade de a empresa gerar 
seus compromissos; a liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa; a 
taxa de conversão de lucro em caixa; o grau de precisão das estimativas passadas 
de fluxos futuros de caixa; os efeitos sobre a posição financeira da empresa, das 
transações de investimentos e de financiamento. 
A Demonstração do fluxo de caixa mostra as alterações ocorridas, 
durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas 
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: 
a) das operações; 
b) dos financiamentos; e 
c) dos investimentos; 
 
8.1 Atividade operacional 
 
Este grupo compreende todas as transações que envolvem o sistema 
operacional da empresa. Podemos usar como exemplos: recebimento de uma 
venda, pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento dos 
funcionários, etc. 
Os desembolsos de caixa efetuados em investimentos com intenção de 
revenda devem ser classificados como atividade operacional. 
 
8.2 Atividade de investimentos 
 
Compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou 
vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de 
bens ou prestação de serviços ligados ao objetivo social da entidade. As atividades 
48 
de investimentos não compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de 
revenda. 
8.3 Atividade de financiamentos 
 
Diz respeito a todas as captações de recursos junto a acionistas e cotistas 
ou junto a terceiros. 
 
8.4 Transações de investimentos e financiamentos sem efeito no caixa 
 
São todas as transações entre ativos e passivos, mas que não afetam o 
caixa, devendo ser evidenciados em notas explicativas. Temos como exemplos: 
dívida convertida em aumento de capital, aquisição de imobilizados via contrato de 
arrendamento mercantil, bem obtido por doação (que não seja dinheiro), etc. 
 
a) Existem dois Métodos para elaboração do Fluxo de Caixa: 
 
 Direto obtido a partir dos Recebimentos e Pagamentos efetuados no 
período. Consideramos este o modelo gerencial, pois ele é 
imprescindível a área financeira das empresas, ao Tesoureiro ou 
Gerente Financeiro. 
 Indireto obtido a partir da conciliação entre o Caixa e o lucro ou 
prejuízo do período, é o modelo externo que consideramos o melhor 
para a análise do usuário de fora da empresa. 
 
b) Notas explicativas 
 
 As demonstrações financeiras devem ser completadas por notas 
explicativas, quadros analíticos ou outras demonstrações contábeis necessárias à 
plena avaliação da situação e da evolução patrimonial da empresa. 
A lei enumera o mínimo dessas notas e induz à sua ampliação quando for 
necessário para o devido “esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados 
do exercício”. Nesse mínimo inclui-se a descrição dos critérios de avaliação dos 
elementos patrimoniais e das práticas contábeis adotadas, dos ajustes dos 
49 
exercícios anteriores, reavaliações, ônus sobre ativos, detalhamentos da dívida de 
longo prazo, do capital e dos investimentos relevantes em outras empresas, eventos 
subseqüentes importantes após a data do balanço e outros esclarecimentos que nas 
demais Demonstrações não são possíveis,são explicados detalhadamente em 
Notas. 
Exemplos de Demonstração de fluxo de caixa pelo método indireto pelas 
variações nas contas 
Balanço Patrimonial 
 2001 2002 Variação Origem Aplicação 
ATIVO 
 Circulante 3.000 4.800 - - - 
 Disponível 1.500 2.300 + 800 0 800 
 Duplicatas a receber 500 1.000 + 500 0 500 
 Estoques 1.000 1.500 + 500 0 500 
 Permanente 3.500 6.820 - - - 
 
Imobilizado 
 3.000 4.180 - - - 
 Móveis e utensílios 1.200 1.500 + 300 0 300 
( - ) Depreciação acumulada (200) (320) + 120 120 0 
 Terrenos 2.000 3.000 + 1.000 0 1.000 
 
Investimentos 
 500 2.640 - - - 
 Participações 500 2.640 + 2.140 0 2.140 
TOTAL DO ATIVO 6.500 11.620 - 120 5.240 
 2001 2002 Variação Origem Aplicação 
PASSIVO 
 Circulante 2.000 4.520 - - - 
 Fornecedores 1.000 2.000 + 1000 1.000 0 
 Empréstimos Bancários 1.000 1.470 + 470 470 0 
 Prov. p/ Imposto Renda 0 1.050 + 1050 1.050 0 
 Patrimônio Líquido 4.500 7.100 - - - 
 Capital 4.500 6.000 + 1.500 1.500 0 
 Lucros acumulados 0 1.100 + 1.100 1.100 0 
TOTAL DO PASSIVO 6.500 11.620 - - - 
 5.120 0 
 5.240 5.240 
 
50 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 
Receita bruta de vendas 10.000 
( - ) C.P.V. (5.500) 
= Lucro bruto 4.500 
( - ) Despesas 
operacionais 
 
 Com vendas (500) 
 Administrativas (380) 
 Depreciação (120) 
 Outras despesas (500) 
= Lucro operacional 3.000 
( - ) Provisão para I.R. (1.050) 
= Lucro líquido 1.950 
 
Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados 
 
Lucro no início do exercício 0 
( + ) Lucro do exercício 1.950 
( - ) Distribuição de 
dividendos 
850 
= Saldo em 31/12/2002 1.100 
 
Demonstração do fluxo de caixa – método indireto – variações nas contas 
 
Fluxo das Operações 
 Lucro líquido 1.950,00 
 Depreciação 120,00 
 Geração bruta de caixa 2.070,00 
 Variação no capital de Giro 
 Aumento em duplicatas a 
receber 
- 500,00 
 Aumento em estoques - 500,00 
51 
 Aumento em fornecedores 1.000,00 
 Aumento em empréstimos 470,00 
 Aumento em provisão I.R. 1.050,00 
 Variação total do capital de giro 1.520,00 
 Fluxo operacional 3.590,00 
Fluxo de investimentos 
 Aumento em móveis e 
utensílios 
- 300,00 
 Depreciação acumulada 0 
 Terrenos - 1.000,00 
 Participações - 2.140,00 
 Fluxo dos investimentos - 3.440,00 
Fluxo dos 
financiamentos 
 
 Não houve variação nessas 
contas 
 
 Fluxo dos financiamentos 0 
Fluxo dos acionistas 
 Aumento em capital 1.500,00 
 Aumento de lucros acumulados 0 
 Dividendos - 850,00 
 Fluxo dos acionistas 650,00 
Fluxo líquido de caixa 800,00 
 
 
 
 
 
 
 
52 
9 CONCLUSÃO 
 
A demonstração do fluxo de caixa desde de 2008, é exigida por lei no 
Brasil, e seu objetivo é gerencial, ou seja, prover informações relevantes sobre os 
pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um 
determinado período. Não existe um modelo consagrado para ser seguido, assim 
como na D.R.E., D.L.P.A., D.O.A.R., D.M.P.L. 
Enfim, a D.F.C. faz uma análise de um determinado período, das 
variações de caixa de um ano para outro. 
53

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