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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PROF.A MA. ELISABETE CAMILO Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica: Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Fernando Sachetti Bomfim Marta Yumi Ando Simone Barbosa Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Cristiane Alves © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................5 1. OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...........................................................................6 1.1 PRINCIPAIS ATIVIDADES DO GESTOR FINANCEIRO .......................................................................................6 1.1.1 ANÁLISE E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ......................................................................................................6 1.1.2 DECISÕES DE INVESTIMENTO .........................................................................................................................6 1.1.3 DECISÕES DE FINANCIAMENTO .....................................................................................................................6 1.2 FINANÇAS E AS DEMAIS ATIVIDADES DA EMPRESA ......................................................................................7 2. AMBIENTE ECONÔMICO E FINANCEIRO DAS EMPRESAS ...............................................................................7 2.1 AS EMPRESAS NO AMBIENTE ECONÔMICO ....................................................................................................7 2.1.1 POLÍTICAS ECONÔMICAS .................................................................................................................................8 2.2 AS EMPRESAS NO AMBIENTE FINANCEIRO ....................................................................................................9 CONCEITO, OBJETIVO E ATIVIDADES DA GESTÃO FINANCEIRA PROF.A MA. ELISABETE CAMILO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 4WWW.UNINGA.BR 2.2.1 MERCADO MONETÁRIO ....................................................................................................................................9 2.2.2 MERCADO DE CRÉDITO ...................................................................................................................................9 2.2.3 MERCADO DE CAPITAIS ...................................................................................................................................9 2.2.4 MERCADO CAMBIAL ........................................................................................................................................9 2.3 FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS.........................................................................................................................9 2.3.1 FATORES DETERMINANTES NO CUSTO DE CAPITAL DAS FONTES DE RECURSOS .................................10 3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................................................................... 11 3.1 OBRIGATORIEDADE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................. 11 3.2 CONCEITUAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................................14 3.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL (BP) ........................................................................................................................14 3.2.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ...........................................................................18 3.2.3 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS ................................................................. 20 3.2.4 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) ..............................................................................................22 3.2.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) ...................................................................................... 26 3.2.6 NOTAS EXPLICATIVAS .....................................................................................................................................27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 28 5WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Todas as organizações (independentemente do porte, do ramo de atividade, da localização, do número de funcionários e demais itens que farão parte da empresa ao longo de sua existência) necessitam de informações para o processo de tomada de decisão. Essas informações precisam ser con� áveis e surgir no momento oportuno. Para isso, a ciência da Contabilidade possui, registrado em livros cobertos de normas e regulamentos, todas as informações que operacionalizaram a empresa no seu dia a dia. Tais informações estão consolidadas nas demonstrações contábeis. O objetivo deste material é evidenciar como e quando as demonstrações contábeis são úteis e utilizadas pelos diversos usuários que interagem com a empresa e em quais momentos se poderão buscar essas informações. 6WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A gestão � nanceira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos, envolvendo o planejamento, a análise e o controle das atividades � nanceiras da empresa, objetivando maximizar os resultados econômicos e � nanceiros decorrentes de suas atividades operacionais. Dentre eles, os resultados econômicos referem-se à relação entre o retorno do investimento e o custo da captação. A agregação de valor econômico em uma empresa somente se veri� ca quando o lucro operacional, apurado em determinado momento, superar o custo total de capital da empresa. Já os resultados � nanceiros referem-se à sincronização entre a capacidade de geração de caixa dos negócios e o � uxo de desembolsos exigidos pelos passivos. O equilíbrio � nanceiro de uma empresa pressupõe uma interdependência de prazos entre ativos e passivos, ou seja, a maturidade das decisões de investimento deve ser compatível com a das decisões de � nanciamento. Diante disso, as principais atividades de um gestor � nanceirosão: (1) realizar análises e planejamento � nanceiro; (2) tomar decisões de investimento; e (3) tomar decisões de � nanciamento. 1.1 Principais Atividades do Gestor Financeiro 1.1.1 Análise e planejamento financeiro Essa atividade refere-se a(à): (1) análise econômica e � nanceira da empresa do ponto de vista de sua liquidez, atividade, endividamento e lucratividade; (2) avaliação da necessidade de se aumentar (ou reduzir) a capacidade de produção da empresa; (3) determinações de aumentos (ou reduções) dos � nanciamentos requeridos. 1.1.2 Decisões de investimento Essas decisões determinam a combinação e o tipo de ativos constantes do balanço patrimonial da empresa. A combinação diz respeito ao total de recursos aplicados em ativos circulante, realizável a longo prazo e permanente. Estabelecidas essas proporções, o gestor � nanceiro deve � xar e tentar alcançar certos níveis ótimos para cada tipo de ativo, objetivando atingir a melhor relação custo/benefício para a empresa. 1.1.3 Decisões de financiamento Dentre essas decisões, o gestor � nanceiro busca primeiramente uma combinação mais apropriada (risco x retorno) entre as fontes de � nanciamento de curto e longo prazos. Na sequência, a atenção do gestor se volta para determinar quais fontes individuais de recursos (curto ou longo prazo) são melhores em um dado instante. 7WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2 Finanças e as Demais Atividades da Empresa É responsabilidade da administração de marketing conhecer e atender as necessidades das pessoas dentro do seu mercado de atuação. Nesse sentido, o administrador de marketing propõe o aperfeiçoamento de produtos (ou serviços) já oferecidos e/ou o desenvolvimento de novos produtos (ou serviços) com o objetivo de atender a essa demanda existente, de acordo com o planejamento estratégico da empresa. Com a projeção de demanda pelos produtos, mercadorias ou serviços da empresa, os administradores de marketing e � nanças, juntos, estabelecem políticas de preços, prazos de pagamento, políticas de descontos, margens de lucro e políticas de crédito, além de procurarem criar e manter a boa imagem da empresa no mercado. De acordo com a projeção de demanda (marketing), recursos disponíveis (� nanças) e a política de estoques (marketing, � nanças e produção), a administração da produção organiza a capacidade de produção da empresa, buscando a melhor relação possível entre as suas capacidades humana e instalada de produção, de acordo com os objetivos organizacionais. Nesse sentido, a administração de recursos humanos deve se organizar para atender as necessidades de pessoal técnico, operacional e gerencial para atuar nos projetos em estudo. A área de pesquisa e desenvolvimento (doravante, P&D) discute com a área � nanceira o nível de gastos com desenvolvimento de novas tecnologias e as possíveis formas de � nanciamento para as suas atividades. 2. AMBIENTE ECONÔMICO E FINANCEIRO DAS EMPRESAS O gestor � nanceiro necessita conhecer a estrutura de mercado em que sua empresa está inserida para cumprir melhor as suas principais atividades. 2.1 As Empresas no Ambiente Econômico As empresas compram, vendem, prestam serviços, pagam impostos, tomam recursos emprestados, en� m, interagem com outros agentes econômicos no País e, por vezes, no exterior. Essas relações ocorrem sob a vigência de normas legais, � scais, � tossanitárias, dentre outras. As empresas, além de serem pressionadas por seus clientes (que exigem melhores serviços e menores preços), são � scalizadas por diversos órgãos governamentais. Muitas vezes, estão sujeitas a variações em suas condições de operação, ou seja: demanda de seus produtos e serviços, custo do dinheiro, alterações nas leis regulatórias do setor de atuação, mudanças tributárias e variações na conjuntura internacional. Esse conjunto de fatores caracteriza o ambiente econômico no qual a empresa está inserida. 8WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.1.1 Políticas econômicas As políticas econômicas referem-se às ações do governo no sentido de controlar e regular a atividade econômica. • Política monetária: são ações do governo, decididas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e operacionalizadas pelo Banco Central para controlar a liquidez da moeda. Os instrumentos clássicos de política monetária são: - operações de mercado aberto – open market. - emissão e recompra de títulos públicos (letras, notas e bônus do tesouro nacional e Banco Central). - depósito compulsório: é o percentual dos depósitos à vista e a prazo, efetuado por correntistas nos bancos comerciais e que deve ser recolhido ao Banco Central. - taxa de redesconto: é a taxa cobrada dos bancos comerciais para o Banco Central descontar seus títulos. Quando, ao � nal do dia, determinada instituição � nanceira está com di� culdades para fechar seu caixa, precisa solicitar empréstimos a outras instituições � nanceiras, os chamados empréstimos interbancários. Quando ainda faltam recursos, a instituição precisa vender ao Banco Central parte dos seus títulos em carteira. A taxa que o Bacen cobra é a taxa de redesconto. • Política � scal: compreende as decisões dos governos federal, estadual e municipal referentes à tributação. Podem atuar como reguladores e incentivadores da atividade econômica e, ainda, facilitar políticas de distribuição de rendas. • Política cambial: refere-se às ações do governo para controle da taxa de câmbio e das condições de ingresso e saída de capitais externos no País. No Brasil, a taxa de câmbio � utua de acordo com as ações do Banco Central e com o comportamento do mercado � nanceiro internacional, pois, atualmente, o País trabalha com câmbio livre. • Política de rendas: são medidas tomadas pelo governo no sentido de prover renda mínima aos trabalhadores e aposentados (salário mínimo), incentivar a produção e consumo de determinados produtos (agricultura/preço mínimo/subsídios) e fortalecer determinado setor ou região (incentivos � scais). O programa Fome Zero é exemplo da política de rendas. A obrigatoriedade da destinação de 2% dos recursos captados pelos bancos por meio de depósitos à vista para operações de microcrédito, estabelecida na Resolução Bacen 31/09/03, também é uma forma de destinar recursos às camadas mais carentes da população, no caso, os microempreendedores. Diante disso, é importante o gestor � nanceiro estar atento a essas políticas para aproveitar, por exemplo: (1) a oportunidade de realizar investimentos com captação de recursos de longo prazo mais acessíveis; (2) fazer hedge cambial para proteger operações internacionais; (3) a existência de incentivos � scais (postergação ou isenção de impostos) para instalação de novas plantas industriais; (4) oportunidades para exportar. 9WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.2 As Empresas no Ambiente Financeiro O mercado � nanceiro é a reunião das instituições � nanceiras capazes de intermediar recursos. Sua principal atividade é captar recursos dos agentes superavitários a que remuneram e aplicar os recursos, por meio de empréstimos/� nanciamentos, aos agentes de� citários dos quais recebem juros. O mercado � nanceiro é subdividido em quatro grandes segmentos de intermediação � nanceira: (1) o mercado monetário; (2) o mercado de crédito; (3) o mercado de capitais; e (4) o mercado de câmbio. 2.2.1 Mercado monetário No mercado monetário, são realizadas as operações de curto prazo, que permitem o controle da liquidez monetária da economia. São negociados nesse mercado, principalmente, os papéis emitidos pelo Banco Central, destinados à execução da política monetária do governo, e aqueles emitidos pelo Tesouro Nacional com o intuito de � nanciar as necessidades orçamentárias da União, além de diversostítulos emitidos pelos estados e municípios. 2.2.2 Mercado de crédito O mercado de crédito é constituído, em sua essência, pelos bancos comerciais. O objetivo básico desse mercado é o de suprir as necessidades de recursos de curto e médio prazos dos diversos agentes econômicos, seja pela concessão de créditos às pessoas físicas, seja por modalidades de empréstimos e � nanciamentos às empresas. 2.2.3 Mercado de capitais Esse mercado é a grande fonte de recursos para investimentos da economia, assumindo um papel relevante no processo de desenvolvimento econômico. Apresenta forte ligação entre os agentes superavitários que possuem capacidade de poupança e os investidores carentes de recursos de longo prazo. A atuação do mercado de capitais se processa por diversas modalidades de � nanciamentos a longo prazo para giro e capital � xo. O mercado de capitais atua também com operações de prazo indeterminado, como aquelas que envolvem emissão e subscrição de ações. 2.2.4 Mercado cambial Nesse mercado, ocorrem as diversas operações de compra e venda de moedas estrangeiras conversíveis. Ele engloba todos os agentes econômicos com motivos para realizar operações com o exterior, como importadores e exportadores, investidores e instituições � nanceiras. 2.3 Formação da Taxa de Juros A alocação de capital entre poupadores e investidores é determinada, em uma economia de mercado, pelas taxas de juros. O juro pode ser entendido como o preço pago pelo aluguel do dinheiro, ou seja, o valor que deve ser pago pelo empréstimo de um capital. Para o tomador de empréstimos no Brasil, é ainda importante lembrar que, sobre as operações de crédito, incidem as taxas de abertura de crédito (TAC) ou de manutenção de cadastro, cobradas pelas instituições � nanceiras, e os impostos sobre operações � nanceiras (IOF). 10WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA As empresas e o governo brasileiros, quando contratam empréstimos no exterior ou vendem títulos nos mercados externos, são obrigados a pagar taxas maiores em função da classi� cação de risco do País. Para o mercado interno brasileiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) estabelece a taxa de juros básica da economia, a Selic, considerando os fatores externo e interno. Dentre os fatores externos, o COPOM considera taxa de juros do mercado americano, variações nos índices das bolsas americanas (Dow Jones e Nasdaq, principalmente) e nas cotações do petróleo, além da imagem do País no exterior. Quanto aos fatores internos, são analisados os saldos da balança comercial, balanço de pagamentos, dívida pública e decisões de política econômica para manutenção da estabilidade de preços. Com isso, as demais taxas praticadas pelas instituições � nanceiras tomam a Selic por base e, a ela, agregam os fatores de risco mencionados anteriormente. 2.3.1 Fatores determinantes no custo de capital das fontes de recursos Existem quatro fatores que determinam o custo de capital: - Condições gerais da economia. Existem muitas variáveis que determinam a demanda e oferta de recursos, sendo importante citar: nível do produto interno bruto, políticas econômicas, nível de emprego, in� ação, taxas de juros e outros. A empresa precisa acompanhá-las e avaliar seus efeitos sobre seu custo de capital. - Condições de mercado. Os agentes do mercado � nanceiro e de capitais são muito sensíveis às mudanças da economia, adequando continuamente suas políticas e práticas de negócios. Em épocas de turbulência, é comum, por exemplo, os bancos retraírem a oferta de crédito e elevarem as taxas de juros e spreads (taxa de intermediação cobrada pelos bancos). Da mesma forma, os investidores atuais e potenciais da empresa mudam sua disposição quanto ao risco que desejam assumir e quanto ao prêmio que cobram por assumir esse risco. Evidentemente, essas condições determinam o melhor momento para captação de recursos, seja de empréstimos ou de subscrição de novas ações. - Decisões operacionais e � nanceiras da empresa. O risco de negócio (empresa/ mercado) é medido pela variabilidade dos retornos dos ativos e é afetado pela política de investimentos da empresa. O risco � nanceiro é medido pela variabilidade dos retornos das ações ordinárias e é afetado pelas políticas de � nanciamento e de dividendos da empresa. Essas políticas e as decisões que as cercam, em princípio, estão sob o controle da empresa e têm grande impacto na credibilidade junto ao mercado de crédito e de capitais. São fundamentais na negociação de captação de recursos. - Volume de recursos a serem � nanciados. À medida que a empresa necessita de mais recursos e vai buscá-los no mercado, como já vimos anteriormente, o custo de capital tende a subir devido à percepção que os investidores podem ter quanto ao aumento de risco da empresa. A busca de novos recursos sempre é uma indicação para o mercado, de ameaças ou de oportunidades. No Brasil, a obtenção de empréstimos de curto prazo normalmente é feita nas instituições � nanceiras, ressaltando que as empresas maiores podem recorrer à emissão de commercial papers. Para recursos de longo prazo, é possível recorrer às linhas de � nanciamento do governo, repassadas por alguns bancos comerciais, BNDES, BRDE ou Agências de Fomento Estaduais, por exemplo. Para as grandes empresas, tem-se, ainda, o mercado de capitais. 11WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 3.1 Obrigatoriedade das Demonstrações Contábeis A obrigatoriedade das demonstrações contábeis está prevista nas Normas Brasileiras de Contabilidade. São ferramentas informativas para os administradores no processo de tomada de decisão. As normas contábeis aqui descritas pelo Conselho Federal de Contabilidade (doravante, CFC) estabelecem que: pela atualização ocorrida em 16/07/2018 pelo CFC, a interpretação técnica ITG 2000 (R1), aprovada pela Resolução CFC 1330/11, determina a necessidade de inclusão das demonstrações contábeis no Livro Diário. Com relação às demonstrações contábeis obrigatórias, como regra, destacamos o conjunto completo previsto no item 10 da NBC TG 26 (R5) - (Res. CFC 1.185/09): (a) balanço patrimonial ao � nal do período; (b) demonstração do resultado do período; (c) demonstração do resultado abrangente do período; (d) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; (e) demonstração dos � uxos de caixa do período; (f) demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado, se exigida legalmente, por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; (g) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis signi� cativas e outras informações elucidativas; (Alterada pela NBC TG 26 (R3)) (h) informações comparativas com o período anterior, conforme especi� cado nos itens 38 e 38A; (Incluída pela NBC TG 26 (R1)) (i) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a Organizações aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando procede à reclassi� cação de itens de suas demonstrações contábeis de acordo com os itens 40A a 40D. (Alterada pela NBC TG 26 (R1)). A Organizações pode usar outros títulos nas demonstrações ao invés daqueles usados nesta norma desde que não contrariem a legislação societária brasileira vigente. A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido (alterado pela NBC TG 26 (R1)). 12WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A Organizações pode, se permitido legalmente, apresentar uma única demonstração do resultado do período e outros resultados abrangentes, com a demonstraçãodo resultado e outros resultados abrangentes apresentados em duas seções. As seções devem ser apresentadas juntas, com o resultado do período apresentado em primeiro lugar, seguido pela seção de outros resultados abrangentes. A Organizações pode apresentar a demonstração do resultado como uma demonstração separada. Nesse caso, a demonstração separada do resultado do período precederá imediatamente a demonstração que apresenta o resultado abrangente, que se inicia com o resultado do período (Incluído pela NBC TG 26 (R1)). Quando da aprovação dessa norma, a legislação societária brasileira requer que seja apresentada a demonstração do resultado do período como uma seção separada (incluído pela NBC TG 26 (R1)). A Organizações deve apresentar, com igualdade de importância, todas as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações contábeis. As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) podem, por opção, adotar a NBCT G 1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. A citada norma, no que se refere às demonstrações contábeis, apresenta como conjunto completo das demonstrações contábeis aquelas de� nidas no item 3.17 e 3.18 desta norma: 3.17 - O conjunto completo de demonstrações contábeis da Organizações deve incluir todas as seguintes demonstrações: (a) balanço patrimonial ao � nal do período; (b) demonstração do resultado do período de divulgação; (c) demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido. A demonstração do resultado abrangente, quando apresentada separadamente, começa com o resultado do período e se completa com os itens dos outros resultados abrangentes; (d) demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de divulgação; (e) demonstração dos � uxos de caixa para o período de divulgação; (f) notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis signi� cativas e outras informações explanatórias. 3.18 - Se as únicas alterações no patrimônio líquido durante os períodos para os quais as demonstrações contábeis são apresentadas derivarem do resultado, de distribuição de lucro, de correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de políticas contábeis, a Organizações pode apresentar uma única demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados no lugar da demonstração do resultado abrangente e da demonstração das mutações do patrimônio líquido. (Observação: De� nição e alcance da NBCT G 1000 – vide item P7 e 1.2 a 1.6 – resolução CFC 1.255/09 R1). 13WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ainda com relação a quais demonstrações contábeis são obrigatórias, ressaltamos que tratamento diferenciado pode ser observado pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, isso considerando a resolução do CFC 1.418/12, que aprovou a ITG 1000. A ITG 1000 de� ne como obrigatória a elaboração do Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e as Notas Explicativas ao � nal de cada exercício social. Apesar de não serem obrigatórias, para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido são estimuladas pelo CFC e também muito utilizadas para a elaboração de planejamento � nanceiro e para o processo de tomada de decisão. Destaque-se que Microempresa e Empresa de Pequeno Porte tratam-se da sociedade empresária, da sociedade simples, da empresa individual de responsabilidade limitada ou do empresário a que se refere o Art. 966 da Lei n.º 10.406/02, que tenha auferido, no ano calendário anterior, receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei Complementar n.º 123/06. De modo geral, podemos sintetizar no Quadro 1 o conjunto completo das demonstrações contábeis por situação e natureza empresarial. Demonstração Contábil ME e EPP ITG 1000 PMEs NBC TG 1000 Regra B.P. Obrigatório Obrigatório Obrigatório D.R. Obrigatório Obrigatório Obrigatório D.R.A. Facultativa Obrigatório *1 Obrigatório D.L.P.A. Facultativa Facultativa *2 Facultativa D.M.P.L. Facultativa Obrigatório *1 Obrigatório D.F.C. Facultativa Obrigatório Obrigatório N.E. Obrigatório Obrigatório Obrigatório D.V.A. Facultativa Facultativa Obrigatório *3 Quadro 1 - Resumo das demonstrações contábeis obrigatórias. Fonte: A autora. *1 Vide item 3.18 da NBC TG 1000 (R1), que trata da possibilidade de apresentação da DLPA. *2 Torna-se demonstração contábil obrigatória quando adotado o item 3.18 da NBC TG 1000 (R1) por ocasião da não elaboração da DRA e DMPL. *3 Trata-se de demonstração contábil obrigatória se exigida legalmente ou por algum órgão regulador (letra “a” do item 10 da NBC TG 26 R5) ou, nos demais casos, pode ser apresentada voluntariamente. Lembramos que, em todos os casos, quando obrigatórias, as demonstrações contábeis deverão ser apresentadas comparativamente, ou seja, pelo menos em duas colunas (ano de apresentação e ano anterior), com os valores correspondentes de cada exercício. Essa importância também se dá no momento de realizar uma análise das demonstrações contábeis para avaliar os índices contábeis e, pela análise série-temporal, veri� car o andamento das contas ao longo do tempo e avaliar se a organização está melhorando ou não em termos de situação econômico- � nanceira. Fundamentação legal: Res. CFC 1.330/11 – ITG 2000 (R1) Res. CFC 1.255/09, item 3.17 - NBC TG 1000 (R1) Res. CFC 1.185/09, item 10 - NBC TG 26 (R5) Res. CFC 1.418/12, item 26 a 39 - ITG 1000. 14WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3.2 Conceituação das Demonstrações Contábeis Segundo o CFC, o objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações da situação econômica e � nanceira das organizações a todos os usuários, que são aqueles que, direta ou indiretamente, possuem interesse nos resultados apurados pelas demonstrações contábeis. Quando se fala em posição patrimonial e � nanceira, essa informação remete aos diversos usuários a que chamaremos de stakeholders. Segundo Freeman e Reed (1983), há duas abordagens a respeito da teoria dos stakeholders: em sentido amplo, stakeholders são “[...] qualquer grupo ou indivíduo, identi� cável e que possa afetar a consecução dos objetivos de uma organização ou que é afetado pela consecução dos objetivos de uma organização” (FREEMAN; REED, 1983). O desempenho e as mudanças na posição � nanceira da organização são úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica, que são: colaboradores, fornecedores, clientes, concorrentes, governo, sindicatos etc. Nesse sentido, as demonstrações contábeis possuem o maior interesse em apresentar os resultados da gestão da organização e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram con� ados. Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação das organizações podem recorrer às informações que estão nas demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial (BP), que traz informações sobre valores que me afetam enquanto fornecedor quando se analisa a capacidade de pagamento da organização. Ainda, podem recorrer à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), em que a análise e a leitura das demonstrações contábeis indicam o desempenho de vendas, de custos e de despesas, além das mudanças na posição � nanceira, fornecidas nas demonstrações contábeis por meio de uma demonstração em separado, tal como a de � uxos de caixa, mutações do patrimônio líquido etc. En� m, todas as demonstrações contábeis auxiliam no processo de tomada de decisão. 3.2.1 Balanço patrimonial (BP) Uma das demonstrações contábeis mais importantes para toda e qualquer organização, além de ser obrigatória para todas elas, é o balanço patrimonial, queconcentra informações sobre os resultados das atividades que a organização desenvolveu ao longo de um determinado período. É uma demonstração obrigatória, que deve publicar pelo menos uma vez a cada 12 meses. Deve estar sintetizada para avaliação ou, ainda, de forma analítica conforme a exigência de cada órgão controlador das atividades e partes interessadas. O balanço patrimonial sintético possui os saldos das contas que foram transacionadas ao longo do período, e sua forma analítica demonstra todas as movimentações ocorridas em cada conta. Segundo a NBC T 1 – A Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, o balanço patrimonial deve conter como ativo, passivo e patrimônio líquido itens que satisfaçam as de� nições apresentadas na Resolução 686/90 e Norma NBCT XX no item 9. As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de liquidez dos elementos nela registrados, e as contas do passivo devem ser dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos. São classi� cados em grupos do circulante os ativos e passivos desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se até o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. Na organização em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classi� cação no circulante ou não circulante deve ter por base o prazo desse ciclo. São classi� cados, respectivamente, em grupos de Ativo Não Circulante e de Passivo Não Circulante os ativos e passivos desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidos ou esperados situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. 15WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Os saldos devedores ou credores de todas as contas reti� cadoras devem ser apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes deram origem. As receitas antecipadas por conta de produtos ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros são denominadas “receita diferida” e devem ser classi� cadas, deduzidas dos custos diferidos correspondentes, no Passivo Não Circulante. Os elementos de mesma natureza e os saldos de reduzido valor, quando agrupados e indicada a sua natureza, não devem ultrapassar, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricos como “diversas contas” ou “contas correntes”. Balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, em determinada data, a posição patrimonial e � nanceira da organização. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial � nanceira são: ativo, passivo e patrimônio líquido. O ativo é constituído pelos bens e direitos das organizações. É um recurso controlado pela organização como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos, além de seu potencial de contribuir, direta ou indiretamente, para o � uxo de caixa ou equivalentes de caixa para a organização. O ativo é composto pelos grupos circulante e não circulante. O ativo circulante, conforme de� nido nos itens 12 a 14, compõe-se de: (a) Disponível: são os recursos � nanceiros que se encontram à disposição imediata da organização, compreendendo os meios de pagamento em moeda corrente nacional e outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. (b) Crédito: são os títulos de crédito, valores mobiliários e outros direitos. (c) Estoque: são os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades-� m da organização. (d) Despesa antecipada: são as aplicações em gastos, que tenham realização no curso do período subsequente à data do balanço patrimonial. (e) Outros valores e bens: são os não relacionados às atividades-� m da organização. O ativo não circulante, conforme de� nido nos itens 14 e 15, compõe-se de: (a) Realizável a longo prazo: são os ativos referidos no item 20, alíneas (b), (c), (d) e (e), cujos prazos esperados de realização situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. (b) Investimento: são as participações permanentes em outras sociedades, além dos bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades-� m da organização. (c) Imobilizado: são os bens e direitos corpóreos, utilizados na consecução das atividades- � m da organização, inclusive os decorrentes de operações que trans� ram à organização os benefícios, riscos e controle desses bens. 16WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (d) Intangível: são os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da organização ou exercidos com essa � nalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. O passivo é constituído pelas obrigações para com terceiros que as organizações possuem. É uma obrigação presente da organização, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos. Segundo a Resolução 686/90 e a Norma 686/90, o passivo é composto pelos grupos circulante e não circulante. No passivo circulante, são registradas as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados situam-se no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial conforme de� nido nos itens 12 a 14. No passivo não circulante, são registradas as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial conforme de� nido nos itens 14 e 15. O patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da organização depois de deduzidos todos os seus passivos. Passivo a descoberto é a diferença entre o ativo e o passivo, quando o passivo for maior que o ativo. As contas constantes do balanço patrimonial estão reguladas por lei e, portanto, possuirão uma estrutura regulamentada, que não pode ser alterada. As contas do ativo estão do lado esquerdo do balanço patrimonial e serão dispostas de forma decrescente de liquidez, como é o caso da subconta Caixa. Os de menor liquidez aparecem em último lugar, como é o caso da conta Máquinas e Equipamentos. Eles têm uma liquidez menor, encontrando-se classi� cados mais abaixo, pois não possuem o mesmo potencial que a conta Caixa para serem convertidos em dinheiro. As contas do passivo estão do lado direito do balanço patrimonial e serão dispostas em ordem decrescente de exigibilidade, ou seja, a conta de maior exigência é a primeira a ser disposta no passivo. Essas contas são originadas de recursos de terceiros e são classi� cadas de acordo com o seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais rapidamente (curto prazo) aparecem no topo da coluna do passivo, e as que serão pagas em um prazo maior (longo prazo) aparecem mais para o � nal. No patrimônio líquido (doravante, PL), também do lado direito do balanço patrimonial, as contas são originadas de recursos próprios, como investimentos feitos pelos proprietários (dinheiro aplicado) para abertura da empresa, por reserva de lucros, prejuízos ou lucros acumulados etc. Quando o saldo do PL aumenta, isso signi� ca que a empresa � cou mais rica. Quando o saldo do PL diminui, isso signi� ca que ela � cou mais pobre. Segundo a Resolução 686/90 e a Norma NBCT XX, o PL compõe-se de: (a) Capital: são os valores aportados pelo titular, sócio ou acionista e os decorrentes de incorporação de reservas e lucros.(b) Reservas de capital: são contribuições de acionistas por ágio na subscrição de ações, alienação de partes bene� ciárias e bônus de subscrição e outros valores previstos na legislação societária. (c) Ajustes de avaliação patrimonial: são as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, nos casos previstos na legislação societária, enquanto não computados no resultado em obediência ao regime de competência. 17WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (d) Reservas de lucros: são parcelas de lucros destinados à reserva por determinação legal ou estatutária. (e) Ações em tesouraria: são os valores correspondentes a ações da própria organização, por ela adquiridos para posterior destinação, apresentados como parcela redutora do PL; (f) Prejuízos acumulados: são prejuízos ainda não compensados, apresentados como parcela redutora do PL. Sobre a situação patrimonial, veja os esquemas das Figuras 1, 2 e 3. Figura 1 – Situação patrimonial negativa ou passivo a descoberto. Fonte: A autora. Figura 2 – Situação patrimonial positiva. Fonte: A autora. Figura 3 – Situação patrimonial nula. Fonte: A autora. 18WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA De acordo com a Lei nº 11.638/07, MP nº 449/08 e Resolução CFC nº 1.121/08, a nova estrutura do balanço patrimonial passa a ser a seguinte: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Disponibilidades Fornecedores Créditos Obrigações trabalhistas Estoques Empréstimos e fi nanciamentos (CP) Outros créditos Obrigações tributárias Despesas antecipadas Provisões e encargos das provisões Outras obrigações Não Circulante Realizável a longo prazo Não Circulante Investimentos Exigível a longo prazo Imobilizado Intangível Patrimônio Líquido Capital (-) Gastos com Emissão de Ações Reservas de Capital Opções Outorgadas Reconhecidas Reservas de Lucros (-) Ações em tesouraria Ajustes de avaliação patrimonial Ajustes Acumulados de Conversão Prejuízos acumulados TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $ Quadro 2 – Estrutura do balanço patrimonial. Fonte: A autora. Da parte dos gestores e/ou administradores, é de extrema importância o acompanhamento efetivo das situações patrimoniais das organizações. 3.2.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE) Demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado em determinado período de operações da organização. Essa demonstração é uma das ferramentas mais utilizadas pelas organizações no seu dia a dia para planejar estratégica, tática e operacionalmente, tendo em vista sua dinâmica de entrada de receitas e saída de despesas. Ela consiste na movimentação diária das operações das organizações e dá condições de a organização prever suas entradas de recursos a curto e longo prazos. É muito utilizada para a elaboração do orçamento organizacional. A demonstração do resultado deve ser elaborada em conformidade com a NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis –, em especial quanto ao regime de competência, evidenciando a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas. A demonstração do resultado compreende: 19WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (a) as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento, obtidos no curso das atividades ordinárias da organização. (b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas. (c) os ganhos e as perdas extraordinárias ocorridas no período de apuração. É vedada a compensação de receitas, custos e despesas. A demonstração do resultado evidencia, no mínimo e de forma ordenada: (a) as receitas decorrentes da exploração das atividades-� m. (b) os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos incondicionais, as devoluções e os cancelamentos. (c) os custos dos produtos, mercadorias e dos serviços prestados, correspondentes às receitas reconhecidas. (d) o resultado bruto do período. (e) os ganhos e as perdas operacionais. (f) as despesas administrativas com vendas, � nanceiras e as receitas � nanceiras. (g) o resultado operacional. (h) as receitas, despesas, ganhos e perdas não decorrentes das atividades-� m. (i) o resultado antes das participações e dos impostos. (j) as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado. (k) as participações no resultado. (l) o resultado líquido do período. Segue o modelo da DRE: RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Produtos Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas 20WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) CUSTOS DAS VENDAS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Custo dos Serviços Prestados = RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Com Vendas Despesas Administrativas (-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS Despesas Financeiras (-) Receitas Financeiras Variações Monetárias e Cambiais Passivas (-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas OUTRAS RECEITAS E DESPESAS Resultado da Equivalência Patrimonial Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante (-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante = RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO (-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro = LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Bene� ciárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 3.2.3 Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a evidenciar, em determinado período, as mutações nos resultados acumulados da organização. Demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da organização, em determinado período de tempo. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados evidencia: (a) o saldo de prejuízos no início do período. (b) os ajustes de exercícios anteriores. (c) as reversões de reservas. (d) a parcela correspondente à realização de reavaliação, líquida do efeito dos impostos correspondentes. 21WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (e) o resultado líquido do período. (f) a compensação de prejuízos. (g) as destinações do lucro líquido do período. (h) as parcelas de lucros incorporadas ao capital. (i) os lucros distribuídos. (j) a destinação dos lucros remanescentes. (k) o saldo de prejuízos ao � nal do período. Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da mudança de prática contábil ou da reti� cação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes, observado o disposto na NBC T 19.11 – Mudanças nas Práticas Contábeis, nas Estimativas e Correção de Erros. A organização que elaborar a demonstração das mutações do patrimônio líquido não deve elaborar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. A demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia: (a) os saldos no início do período. (b) os ajustes de exercícios anteriores. (c) as reversões e transferências de reservase lucros. (d) os aumentos de capital, discriminando sua natureza. (e) a redução de capital. (f) as destinações do lucro líquido do período. (g) a realização de reserva de reavaliação, líquida do efeito dos impostos correspondentes. (h) o resultado líquido do período. (i) a compensação de prejuízos. (j) os lucros distribuídos. (k) a destinação dos lucros remanescentes. (l) os saldos no � nal do período. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Integralizado Reserva de Capi- tal Reser- vas de Lucros Lucros ou Prejuízos Acumulados Outros Re- sultados Abrangen- tes Patri- mônio Líquido Consoli- dado Saldos Iniciais X 0 Aumento de Ca- pital Ações em Tesou- raria Adquiridas Ações em Tesou- raria Vendidas Dividendos Transações de Capital com os Sócios 22WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ajustes de Ins- trumentos Finan- ceiros Equiv. Patrim. s/ Ganhos Abrang. de Coligadas Ajustes de Con- versão do Perío- do Outros Resulta- dos Abrangentes Ajustes de Ins- trum. Financ. Reclassifi cado p/ Resultado Realização da Reserva Reava- liação Tributos sobre a Realização da Reserva de Rea- valiação Reclassifi cações de Resultados Abrangentes Lucro Líquido do Período Constituição de Reservas Saldos Finais X 1 Quadro 3 - Modelo sugestivo de apresentação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Fonte: Adap- tado de CFC (2011). 3.2.4 Demonstração do fluxo de caixa (DFC) Demonstração dos � uxos de caixa é a demonstração acerca das alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa de uma organização por meio de demonstrativo que classi� que os � uxos de caixa do período por atividades operacionais, de investimento e de � nanciamento. A DFC deve ser elaborada de acordo com a NBC T 3.8 – Demonstração dos Fluxos de Caixa. A DFC fornece informações acerca da movimentação ocorrida nas organizações para um período contábil, evidenciando separadamente as mudanças nas atividades operacionais, nas atividades de investimento e nas atividades de � nanciamento. As informações sobre o � uxo de caixa de uma organização são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a organização gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da organização de utilização desses � uxos de caixa. Essas informações são úteis para o processo de tomada de decisão. Capital Social Integralizado Reserva de Capi- tal Reser- vas de Lucros Lucros ou Prejuízos Acumulados Outros Re- sultados Abrangen- tes Patri- mônio Líquido Consoli- dado 23WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA As decisões econômicas e � nanceiras que são tomadas pelos stakeholders exigem avaliação da capacidade da organização de gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração. Para efeitos de elaboração da DFC, os conceitos de Caixa e Equivalente Caixa são importantes. Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de caixa são aplicações � nanceiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um insigni� cante risco de mudança de valor. A organização deve apresentar a DFC dividida em três grupos: ➢ Atividades Operacionais. ➢ Atividades de Investimento. ➢ Atividades de Financiamento. Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da organização e outras atividades que não são de investimento tampouco de � nanciamento. Atividades de investimentos são as referentes à aquisição e venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de � nanciamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da organização. Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da organização com as vendas de bens e serviços que são realizadas. Portanto, os � uxos de caixa decorrentes das atividades operacionais geralmente derivam de transações e de outros eventos e condições que entram na apuração do resultado. Exemplos de � uxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são: a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços. b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas. c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços. d) pagamentos de caixa a empregados e em conexão com a relação empregatícia. e) pagamentos ou restituição de tributos sobre o lucro, a menos que possam ser especi� camente identi� cados com as atividades de � nanciamento ou de investimento. f) recebimentos e pagamentos de investimento, empréstimos e outros contratos mantidos com a � nalidade de negociação, similares aos estoques adquiridos especi� camente para revenda. Existem operações que transitam pelo resultado, como a venda de item do ativo imobilizado, que não são classi� cadas nas Atividades Operacionais, pois são � uxos de caixa provenientes de atividades de investimentos. Atividades de investimentos são a aquisição ou alienação de ativos de longo prazo e outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Exemplos de � uxos de caixa que decorrem das atividades de investimento são: a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado (incluindo os ativos imobilizados construídos internamente), ativos intangíveis e outros ativos de longo prazo. b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo. c) pagamentos para aquisição de instrumentos de dívida ou patrimoniais de outras organizações e participações societárias em empreendimentos controlados em conjunto (exceto desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação ou venda). 24WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA d) recebimentos de caixa resultantes da venda de instrumentos de dívida ou patrimoniais de outras organizações e participações societárias em empreendimentos controlados em conjunto (exceto recebimentos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação ou venda). e) adiantamentos de caixa e empréstimos concedidos a terceiros. f) recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos e amortização de empréstimos concedidos a terceiros. g) pagamentos de caixa por contratos futuros, contratos a termo, contratos de opção e contratos de swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação ou venda ou os pagamentos forem classi� cados como atividades de � nanciamento. h) recebimentos de caixa derivados de contratos futuros, contratos a termo, contratos de opção e contratos de swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação ou venda ou os recebimentos forem classi� cados como atividades de � nanciamento. Atividades de � nanciamento são as atividades que resultam das alterações no tamanho e na composição do patrimônio líquido e dos empréstimos da organização. Exemplos de � uxos de caixa que decorrem das atividades de � nanciamento são: a) caixa recebido pela emissão de ações ou quotas ou outros instrumentos patrimoniais. b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações ou quotas da organização. c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos. d) pagamentos para amortização de empréstimo. e) pagamentos de caixa por um arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil (leasing) � nanceiro. A apresentação dos � uxos de caixa poderá se dar mediantea utilização de dois modelos: método direto e indireto. O método indireto consiste na apresentação do resultado ajustado pelos efeitos das transações que não envolvem caixa, quaisquer diferimentos ou outros ajustes por competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros, e itens de receita ou despesa associados a � uxos de caixa das atividades de investimento ou de � nanciamento. O método direto demonstra as principais classes de recebimentos brutos de caixa e pagamentos brutos de caixa. Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto Fluxos de caixa das atividades operacionais Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores e empregados Caixa gerado pelas operações Juros pagos Imposto de renda e contribuição social pagos Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos 25WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais Fluxos de caixa das atividades de investimento Compra de ativo imobilizado Recebimento pela venda de equipamento Juros recebidos Dividendos recebidos Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento Fluxos de caixa das atividades de fi nanciamento Recebimento pela emissão de ações Recebimento por empréstimo a longo prazo Pagamento de passivo por arrendamento Dividendos pagos Caixa líquido consumido pelas atividades de fi nanciamento Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa no início do período Caixa e equivalentes de caixa no fi m do período Quadro 4 – Modelo da Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método direto. Fonte: CFC (2008). Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto Fluxos de caixa das atividades operacionais Lucro líquido antes do IR e CSLL Ajustes por: Depreciação Perda cambial Resultado de equivalência patrimonial Despesas de juros Aumento nas contas a receber de clientes e outros Diminuição nos estoques Diminuição nas contas a pagar – fornecedores Caixa gerado pelas operações Juros pagos Imposto de renda e contribuição social pagos Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 26WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Fluxos de caixa das atividades de investimento Compra de ativo imobilizado Recebimento pela venda de equipamento Juros recebidos Dividendos recebidos Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento Fluxos de caixa das atividades de fi nanciamento Recebimento pela emissão de ações Recebimento por empréstimos a longo prazo Pagamento de passivo por arrendamento Dividendos pagos Caixa líquido consumido pelas atividades de fi nanciamento Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa no início do período Caixa e equivalentes de caixa no fi m do período Quadro 5 – Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método indireto. Fonte: CFC (2008). 3.2.5 Demonstração do valor adicionado (DVA) Demonstração do valor adicionado é a demonstração contábil destinada a evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada pela organização em determinado período e sua distribuição. Receita antecipada é a importância recebida antecipadamente pelo contratante ao contratado antes de ter sido concluído o produto ou serviço. A DVA deve ser elaborada de acordo com a NBC T 3.7 – Demonstração do Valor Adicionado. Ela representa um dos elementos componentes do balanço social e tem por � nalidade evidenciar a riqueza criada pela organização e sua distribuição durante determinado período. A DVA obrigatoriamente deverá ser apresentada pelas sociedades anônimas de capital aberto, sendo facultada sua elaboração e apresentação para as demais organizações. A elaboração da DVA deverá evidenciar a distribuição da riqueza criada, no mínimo, da seguinte forma: a) pessoal e encargos. b) impostos, taxas e contribuições. c) juros e aluguéis. d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos. e) lucros retidos/prejuízos do exercício. Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto 27WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DESCRIÇÃO X1 X0 1 – RECEITAS 1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 1.2) Outras receitas 1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos im- postos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.3) Perda / Recuperação de valores ativos 3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1) Resultado de equivalência patrimonial 6.2) Receitas fi nanceiras 6.3) Outras 7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) 8.1) Pessoal 8.1.1 – Remuneração direta 8.1.2 – Benefícios 8.1.3 – FGTS 8.2) Impostos, taxas e contribuições 8.2.1 – Federais 8.2.2 – Estaduais 8.2.3 – Municipais 8.3) Remuneração de capitais de terceiros 8.3.1 – Juros 8.3.2 – Aluguéis 8.3.3 – Outras 8.4) Remuneração de capitais próprios 8.4.1 – Juros sobre o capital próprio 8.4.2 – Dividendos 8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício 8.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros retidos (só para conso- lidação) Quadro 6 – Modelo de Demonstração do Valor Adicionado Empresas em Geral. Fonte: CFC (2008). 3.2.6 Notas explicativas As notas explicativas oferecem descrições narrativas ou decomposição (detalhamento) de itens apresentados nessas demonstrações e informação acerca de itens que não se quali� cam para serem reconhecidos nas demonstrações contábeis. 28WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao � nal da Unidade 1. Nosso objetivo, por ora, foi demonstrar a utilização das demonstrações contábeis como ferramenta ao processo de tomada de decisão para análise de � nanciamento, de empréstimos e de investimentos. Também mostramos como é a inter-relação da administração � nanceira e as demonstrações contábeis, além de sua relação com as demais funções existentes na empresa, como marketing, RH, produção etc. Conhecemos as principais demonstrações contábeis, as que são obrigatórias e sua estrutura de contas e subcontas, o que parametriza os resultados � nanceiros executados pela empresa. Com isso, podemos ir para a Unidade 2, conhecendo quais são os diversos usuários, quais informações eles utilizam para o processo de tomada de decisão e onde eles encontram essas informações nas demonstrações contábeis. 2929WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................31 1. FERRAMENTA PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ..........................................................32 1.1 PARTES INTERESSADAS .....................................................................................................................................32 1.2 TIPOS DE COMPARAÇÃO DE ÍNDICES ..............................................................................................................32 1.2.1 ANÁLISE CROSS-SECTIONAL ..........................................................................................................................32 1.2.2 ANÁLISE DE SÉRIE-TEMPORAL ......................................................................................................................33 1.2.3 ANÁLISE COMBINADA .....................................................................................................................................331.3 ALGUMAS RECOMENDAÇÕES ...........................................................................................................................34 2. GRUPOS DE ÍNDICES FINANCEIROS ..................................................................................................................34 2.1 ANÁLISE DE LIQUIDEZ ........................................................................................................................................37 2.1.1 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO .....................................................................................................................37 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PROF.A MA. ELISABETE CAMILO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 30WWW.UNINGA.BR 2.1.2 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE .................................................................................................................. 38 2.1.3 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECO ............................................................................................................................ 38 2.2 ANÁLISE DE ATIVIDADE .....................................................................................................................................39 2.2.1 GIRO DOS ESTOQUES ..................................................................................................................................... 40 2.2.2 IDADE MÉDIA DOS ESTOQUES ...................................................................................................................... 40 2.2.3 PERÍODO MÉDIO DE COBRANÇA .................................................................................................................. 40 2.2.4 PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTO ................................................................................................................41 2.2.5 GIRO DO ATIVO PERMANENTE ......................................................................................................................42 2.2.6 GIRO DO ATIVO TOTAL ....................................................................................................................................42 2.3 ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO .........................................................................................................................42 2.3.1 ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL .............................................................................................................43 2.3.2 ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO .........................................................................................43 2.3.3 ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS .............................................................................................................. 44 2.3.4 ÍNDICE DE COBERTURA DE PAGAMENTOS FIXOS ..................................................................................... 44 2.4 ANÁLISE DE LUCRATIVIDADE ........................................................................................................................... 45 2.4.1 MARGEM BRUTA ............................................................................................................................................. 45 2.4.2 MARGEM OPERACIONAL ............................................................................................................................... 46 2.4.3 MARGEM LÍQUIDA .......................................................................................................................................... 46 2.4.4 RETORNO SOBRE O ATIVO TOTAL (ROA – RETURN ON TOTAL ASSETS) ................................................ 46 2.4.5 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ROE – RETURN ON EQUITY) ..............................................47 2.4.6 LUCRO POR AÇÃO ............................................................................................................................................47 2.4.7 ÍNDICE PREÇO/LUCRO ...................................................................................................................................47 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 49 31WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Nesta Unidade 2, iremos conhecer as demonstrações contábeis como ferramenta para o auxílio efetivo ao processo de tomada de decisão pelos diversos usuários da informação contábil. Esta unidade apresenta as diversas partes interessadas nas demonstrações contábeis para que o conhecimento de quais ferramentas a Contabilidade dispõe e quais são as informações que elas poderão disponibilizar a seus usuários. Para uma análise com o objetivo de um planejamento estratégico de longo prazo, a análise série-temporal traz informações da empresa ao longo do tempo e como foi a relação das atividades desenvolvidas pela empresa com os resultados alcançados. Por meio da análise cross- seccional, a empresa pode ainda realizar esse comparativo com os resultados alcançados pelas demais empresas do mesmo segmento e, assim, poder avaliar se os resultados alcançados pela empresa são realmente satisfatórios quando comparados com os demais segmentos. É importante que o usuário da informação constante das demonstrações contábeis saiba como e onde utilizar as informações. Nesta unidade, você conhecerá as principais informações constantes de cada índice construído para a empresa. Isso é importante para que seus usuários possam entender como está a saúde operacional, econômica e � nanceira da empresa ao longo do tempo e ainda em comparação com as demais empresas do segmento se os resultados foram satisfatórios. Bons estudos e um aproveitamento ímpar a você! 32WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. FERRAMENTA PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A análise das demonstrações � nanceiras fornece um ponto inicial para se compreender uma empresa. As informações contidas nessas demonstrações são da maior importância para os acionistas, credores e administradores, os quais normalmente precisam dispor de medidas relativas da e� ciência operacional e da situação da empresa. A palavra-chave aqui é relativa uma vez que a análise das demonstrações � nanceiras é baseada no conhecimento e uso de índices ou valores relativos. Assim, a análise por meio de índices envolve os métodos de cálculo e a interpretação dos índices � nanceiros para avaliar o desempenho e a situação da empresa. Os insumos básicos para a análise baseada em índices são a Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial (BP) da empresa, referentes aos períodos a serem examinados. Entretanto, antes de prosseguir, faz-se necessário descrever as várias partes interessadas e os tipos de comparações de índices. 1.1 Partes Interessadas A análise por meio de índices das demonstrações � nanceiras de uma empresa é do interesse dos acionistas, credores e da própria administração da empresa. Os acionistas atuais e potenciais estão interessados nos níveis atuais e futuros de risco e retorno da empresa. Essas duas dimensões afetam diretamente o preço da ação. Os credores da empresa estão interessados principalmente na liquidez de curto prazo da empresa e na sua capacidade de pagamento para cumprir com as suas obrigações. Outra preocupação dos credores é com a lucratividade da empresa: eles querem estar seguros de que o negócio é saudável e que continuará bem-sucedido. Os administradores, da mesma forma que os acionistas, devem estar preocupados com todos os aspectos da situação � nanceira da empresa. Desse modo, procuram atuar de forma a produzir índices � nanceiros que serão considerados favoráveis por ambos, credores e proprietários. Ademais, os administradores usam índices para monitorar o desempenhoda empresa de um período para outro. Quaisquer mudanças inesperadas são examinadas a � m de se identi� carem os problemas que estejam se desenvolvendo. 1.2 Tipos de Comparação de Índices A análise por meio de índices não envolve meramente a aplicação de uma fórmula a dados � nanceiros para se obter um determinado índice. O mais importante é a interpretação do valor do índice. Para responder a questões como “Está muito alto ou muito baixo?” ou “É bom ou ruim?”, é necessário dispor de um padrão signi� cativo ou base de comparação. Dois tipos de comparação de índices podem ser feitos: análise cross-sectional e análise de série-temporal. 1.2.1 Análise cross-sectional A análise cross-sectional envolve a comparação dos índices � nanceiros de diferentes empresas em um mesmo instante. Essa comparação pode ser feita entre a empresa analisada e a líder do seu setor de atuação. Outro tipo muito conhecido de comparação é feito entre os índices da empresa e os índices médios do setor. Esses índices podem ser encontrados em fontes como Melhores e Maiores da revista Exame, Estudos Setoriais Serasa, Lista Platinum/Forbes e Conjuntura Econômica, entre outras. 33WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Contudo, o analista deve reconhecer que as comparações de índices que resultam em um grande desvio em relação ao padrão re� etem somente os sintomas do problema. Uma análise adicional das demonstrações � nanceiras, associada a discussões com os administradores das áreas envolvidas, é normalmente requerida para se detectarem as causas do problema. Uma vez conseguido isso, o administrador � nanceiro e seu(s) par(es) devem desenvolver ações prescritivas para a eliminação de tais causas. O ponto fundamental é que a análise baseada em índices simplesmente dirige o analista às potenciais áreas de preocupação, não fornecendo evidências conclusivas sobre a existência de um problema. Por exemplo: Giro dos estoques = CPV / Estoques Giro dos estoques da empresa XY = 14,8 Giro dos estoques da média do setor de atuação da empresa XY = 9,7 Variação percentual do índice = 52,6% Análise imediata: administração dos estoques signi� cativamente melhor que a média do setor. Análise mais aprofundada: níveis muito baixos de estoques, atrasos na produção e perdas de vendas. 1.2.2 Análise de série-temporal A análise de série-temporal é aplicada quando o analista � nanceiro avalia o desempenho da empresa ao longo do tempo. Uma comparação entre o desempenho atual e o desempenho passado, utilizando a análise por meio de índices, permite determinar se a empresa está progredindo conforme planejado. Como na análise cross-sectional, quaisquer mudanças signi� cativas de ano a ano podem ser avaliadas para se determinar se são sintomas de um problema importante. A teoria que fundamenta a análise de série-temporal é aquela segundo a qual a empresa precisa ser avaliada em relação ao seu desempenho passado, e quaisquer tendências em desenvolvimento devem ser isoladas e mais bem analisadas. Diante disso, se necessário, o administrador � nanceiro deve tomar medidas adequadas para orientar a empresa em direção ao alcance de seus objetivos imediatos e a longo prazo. Muitas vezes, a análise de séries-temporais é útil para avaliar se as demonstrações � nanceiras projetadas são razoáveis. Uma comparação dos índices atuais e passados com os índices resultantes da análise das demonstrações projetadas pode revelar discrepâncias ou um otimismo exagerado por parte da equipe que conduz o orçamento da empresa. 1.2.3 Análise combinada Essa análise combina as duas formas de análise já descritas. Ela permite avaliar a tendência no comportamento do índice da empresa com relação à tendência do comportamento do índice do seu respectivo setor de atuação. 34WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Como exemplo, veja a Tabela 1 e a Figura 1 sobre o período médio de cobrança (PMC). Ano Empresa XY Média do setor 2003 40 dias 45 dias 2004 45 dias 40 dias 2005 53 dias 42 dias 2006 60 dias 47 dias Tabela 1 – Comparação do PMC da empresa XY com a média do setor. Fonte: A autora. Figura 1 – Análise combinada. Fonte: A autora. 1.3 Algumas Recomendações • Somente quando um grupo de índices for usado é que se pode emitir julgamento razoável. • As demonstrações � nanceiras que estão sendo comparadas devem ser da mesma data ou mês de encerramento; caso contrário, os efeitos de sazonalidade podem levar a conclusões e decisões errôneas. • É preferível usar demonstrações � nanceiras auditadas para � ns de análise por índices. • Os dados � nanceiros que estão sendo comparados devem ter sido elaborados com os mesmos critérios. • Quando os índices de uma empresa são comparados com os de outra ou com os da própria empresa ao longo do tempo, os resultados podem ser distorcidos se não for feita a correção monetária dos demonstrativos � nanceiros. 2. GRUPOS DE ÍNDICES FINANCEIROS Os índices � nanceiros podem ser subdivididos em quatro grupos ou categorias básicas: índices de liquidez, índices de atividade, índices de endividamento e índices de lucratividade. Os índices de liquidez, de atividade e de endividamento medem, fundamentalmente, o risco; os índices de lucratividade medem o retorno. 35WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para prazos curtos, os elementos importantes são a liquidez, a atividade e a lucratividade visto que eles fornecem informações críticas para as operações de curto prazo da empresa. Os índices de endividamento são úteis fundamentalmente quando o analista tem certeza de que a empresa será bem-sucedida no curto prazo. As DREs e os BPs de 2018 e 2019 da Empresa XY estão apresentados, respectivamente, nas Tabelas 2, 3 e 4 para demonstrar o cálculo dos índices. 31/12/2018 AV AH 31/12/2019 AV AH Receita de vendas $2.567.000 $3.074.000 (−) C.P.V. 1.711.000 2.088.000 (=) Lucro bruto $856.000 $986.000 (−) Despesas operacionais Despesas de vendas 108.000 100.000 Despesas gerais e administrativas 187.000 194.000 Despesas de leasing 35.000 35.000 Despesas de depreciação 223.000 239.000 Despesas operacionais totais $553.000 $568.000 (=) Lucro operacional (Lajir) $303.000 $418.000 (−) Despesas fi nanceiras 91.000 93.000 (=) Lucro líquido antes do I.R. $212.000 $325.000 (−) Provisão para o I.R. 64.000 94.000 (=) Lucro líquido depois do I.R. $148.000 $231.000 (−) Dividendos para as ações preferenciais 10.000 10.000 (=) Lucro disponível para as ações ordi- nárias $138.000 $221.000 (÷) Nº de ações ordinárias emitidas 76.244 76.262 (=) Lucro por ação (LPA) $1,81 $2,90 Tabela 2 – DRE da Empresa XY. Fonte: A autora. 36WWW.UNINGA.BR AN ÁL IS E DA S DE M ON ST RA ÇÕ ES C ON TÁ BE IS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ativos 31/12/2018 AV AH 31/12/2019 AV AH Ativo Circulante Caixa 288.000 363.000 Títulos negociáveis 51.000 68.000 Duplicatas a receber 365.000 503.000 Estoques 300.000 289.000 Total do ativo circulante $1.004.000 $1.223.000 Ativo permanente bruto (ao custo)a Terrenos e edifícios $1.903.000 2.072.000 Máquinas e equipamentos 1.693.000 1.866.000 Móveis e acessórios fi xos 316.000 358.000 Veículos 314.000 275.000 Outros (inclusive leasing fi nanceiro) 96.000 98.000 Total do ativo permanente bruto (ao custo) $4.322.000 $4.669.000 Menos: Depreciação acumulada 2.056.000 2.295.000 Total do ativo permanente $2.266.000 $2.374.000 Ativo total $3.270.000 $3.597.000 Tabela 3 – BP da empresa XY. Fonte: A autora. Passivo e Patrimônio líquido 31/12/2018 AV AH 31/12/2019 AV AH Passivo circulante Duplicatas a pagar 270.000 382.000 Títulos a pagar 99.000 79.000 Contas a pagar 114.000 159.000 Total do passivo circulante $483.000 $620.000 Exigível a longo prazo (inclusive leasing fi - nanceiro)b 967.000 1.023.000 Total do passivo $1.450.000 $1.643.000
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