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Análise das Demonstrações Contábeis - EAD

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ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
PROF.A MA. ELISABETE CAMILO
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................5
1. OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...........................................................................6
1.1 PRINCIPAIS ATIVIDADES DO GESTOR FINANCEIRO .......................................................................................6
1.1.1 ANÁLISE E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ......................................................................................................6
1.1.2 DECISÕES DE INVESTIMENTO .........................................................................................................................6
1.1.3 DECISÕES DE FINANCIAMENTO .....................................................................................................................6
1.2 FINANÇAS E AS DEMAIS ATIVIDADES DA EMPRESA ......................................................................................7
2. AMBIENTE ECONÔMICO E FINANCEIRO DAS EMPRESAS ...............................................................................7
2.1 AS EMPRESAS NO AMBIENTE ECONÔMICO ....................................................................................................7
2.1.1 POLÍTICAS ECONÔMICAS .................................................................................................................................8
2.2 AS EMPRESAS NO AMBIENTE FINANCEIRO ....................................................................................................9
CONCEITO, OBJETIVO E ATIVIDADES 
DA GESTÃO FINANCEIRA
PROF.A MA. ELISABETE CAMILO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
4WWW.UNINGA.BR
2.2.1 MERCADO MONETÁRIO ....................................................................................................................................9
2.2.2 MERCADO DE CRÉDITO ...................................................................................................................................9
2.2.3 MERCADO DE CAPITAIS ...................................................................................................................................9
2.2.4 MERCADO CAMBIAL ........................................................................................................................................9
2.3 FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS.........................................................................................................................9
2.3.1 FATORES DETERMINANTES NO CUSTO DE CAPITAL DAS FONTES DE RECURSOS .................................10
3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................................................................... 11
3.1 OBRIGATORIEDADE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................. 11
3.2 CONCEITUAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................................14
3.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL (BP) ........................................................................................................................14
3.2.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ...........................................................................18
3.2.3 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS ................................................................. 20
3.2.4 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) ..............................................................................................22
3.2.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) ...................................................................................... 26
3.2.6 NOTAS EXPLICATIVAS .....................................................................................................................................27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 28
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Todas as organizações (independentemente do porte, do ramo de atividade, da localização, 
do número de funcionários e demais itens que farão parte da empresa ao longo de sua existência) 
necessitam de informações para o processo de tomada de decisão. Essas informações precisam ser 
con� áveis e surgir no momento oportuno. Para isso, a ciência da Contabilidade possui, registrado 
em livros cobertos de normas e regulamentos, todas as informações que operacionalizaram a 
empresa no seu dia a dia. Tais informações estão consolidadas nas demonstrações contábeis. 
O objetivo deste material é evidenciar como e quando as demonstrações contábeis são 
úteis e utilizadas pelos diversos usuários que interagem com a empresa e em quais momentos se 
poderão buscar essas informações.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A gestão � nanceira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos, envolvendo 
o planejamento, a análise e o controle das atividades � nanceiras da empresa, objetivando 
maximizar os resultados econômicos e � nanceiros decorrentes de suas atividades operacionais. 
Dentre eles, os resultados econômicos referem-se à relação entre o retorno do 
investimento e o custo da captação. A agregação de valor econômico em uma empresa somente 
se veri� ca quando o lucro operacional, apurado em determinado momento, superar o custo total 
de capital da empresa. Já os resultados � nanceiros referem-se à sincronização entre a capacidade 
de geração de caixa dos negócios e o � uxo de desembolsos exigidos pelos passivos. O equilíbrio 
� nanceiro de uma empresa pressupõe uma interdependência de prazos entre ativos e passivos, 
ou seja, a maturidade das decisões de investimento deve ser compatível com a das decisões de 
� nanciamento.
Diante disso, as principais atividades de um gestor � nanceirosão: (1) realizar análises 
e planejamento � nanceiro; (2) tomar decisões de investimento; e (3) tomar decisões de 
� nanciamento. 
1.1 Principais Atividades do Gestor Financeiro 
1.1.1 Análise e planejamento financeiro
Essa atividade refere-se a(à): (1) análise econômica e � nanceira da empresa do ponto de 
vista de sua liquidez, atividade, endividamento e lucratividade; (2) avaliação da necessidade de 
se aumentar (ou reduzir) a capacidade de produção da empresa; (3) determinações de aumentos 
(ou reduções) dos � nanciamentos requeridos.
1.1.2 Decisões de investimento
Essas decisões determinam a combinação e o tipo de ativos constantes do balanço 
patrimonial da empresa. A combinação diz respeito ao total de recursos aplicados em ativos 
circulante, realizável a longo prazo e permanente. Estabelecidas essas proporções, o gestor 
� nanceiro deve � xar e tentar alcançar certos níveis ótimos para cada tipo de ativo, objetivando 
atingir a melhor relação custo/benefício para a empresa.
1.1.3 Decisões de financiamento 
Dentre essas decisões, o gestor � nanceiro busca primeiramente uma combinação mais 
apropriada (risco x retorno) entre as fontes de � nanciamento de curto e longo prazos. Na 
sequência, a atenção do gestor se volta para determinar quais fontes individuais de recursos 
(curto ou longo prazo) são melhores em um dado instante.
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1.2 Finanças e as Demais Atividades da Empresa
É responsabilidade da administração de marketing conhecer e atender as necessidades 
das pessoas dentro do seu mercado de atuação. Nesse sentido, o administrador de marketing 
propõe o aperfeiçoamento de produtos (ou serviços) já oferecidos e/ou o desenvolvimento de 
novos produtos (ou serviços) com o objetivo de atender a essa demanda existente, de acordo com 
o planejamento estratégico da empresa. Com a projeção de demanda pelos produtos, mercadorias 
ou serviços da empresa, os administradores de marketing e � nanças, juntos, estabelecem 
políticas de preços, prazos de pagamento, políticas de descontos, margens de lucro e políticas de 
crédito, além de procurarem criar e manter a boa imagem da empresa no mercado. De acordo 
com a projeção de demanda (marketing), recursos disponíveis (� nanças) e a política de estoques 
(marketing, � nanças e produção), a administração da produção organiza a capacidade de produção 
da empresa, buscando a melhor relação possível entre as suas capacidades humana e instalada 
de produção, de acordo com os objetivos organizacionais. Nesse sentido, a administração de 
recursos humanos deve se organizar para atender as necessidades de pessoal técnico, operacional 
e gerencial para atuar nos projetos em estudo.
A área de pesquisa e desenvolvimento (doravante, P&D) discute com a área � nanceira o 
nível de gastos com desenvolvimento de novas tecnologias e as possíveis formas de � nanciamento 
para as suas atividades.
2. AMBIENTE ECONÔMICO E FINANCEIRO DAS EMPRESAS
O gestor � nanceiro necessita conhecer a estrutura de mercado em que sua empresa está 
inserida para cumprir melhor as suas principais atividades.
2.1 As Empresas no Ambiente Econômico
As empresas compram, vendem, prestam serviços, pagam impostos, tomam recursos 
emprestados, en� m, interagem com outros agentes econômicos no País e, por vezes, no exterior. 
Essas relações ocorrem sob a vigência de normas legais, � scais, � tossanitárias, dentre outras. As 
empresas, além de serem pressionadas por seus clientes (que exigem melhores serviços e menores 
preços), são � scalizadas por diversos órgãos governamentais. Muitas vezes, estão sujeitas a 
variações em suas condições de operação, ou seja: demanda de seus produtos e serviços, custo do 
dinheiro, alterações nas leis regulatórias do setor de atuação, mudanças tributárias e variações na 
conjuntura internacional. Esse conjunto de fatores caracteriza o ambiente econômico no qual a 
empresa está inserida.
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2.1.1 Políticas econômicas
As políticas econômicas referem-se às ações do governo no sentido de controlar e regular 
a atividade econômica. 
• Política monetária: são ações do governo, decididas pelo Conselho Monetário Nacional 
(CMN) e operacionalizadas pelo Banco Central para controlar a liquidez da moeda. Os 
instrumentos clássicos de política monetária são:
- operações de mercado aberto – open market.
- emissão e recompra de títulos públicos (letras, notas e bônus do tesouro nacional e 
Banco Central).
- depósito compulsório: é o percentual dos depósitos à vista e a prazo, efetuado por 
correntistas nos bancos comerciais e que deve ser recolhido ao Banco Central.
- taxa de redesconto: é a taxa cobrada dos bancos comerciais para o Banco Central 
descontar seus títulos. Quando, ao � nal do dia, determinada instituição � nanceira 
está com di� culdades para fechar seu caixa, precisa solicitar empréstimos a outras 
instituições � nanceiras, os chamados empréstimos interbancários. Quando ainda 
faltam recursos, a instituição precisa vender ao Banco Central parte dos seus títulos 
em carteira. A taxa que o Bacen cobra é a taxa de redesconto.
• Política � scal: compreende as decisões dos governos federal, estadual e municipal 
referentes à tributação. Podem atuar como reguladores e incentivadores da atividade 
econômica e, ainda, facilitar políticas de distribuição de rendas.
• Política cambial: refere-se às ações do governo para controle da taxa de câmbio e das 
condições de ingresso e saída de capitais externos no País. No Brasil, a taxa de câmbio 
� utua de acordo com as ações do Banco Central e com o comportamento do mercado 
� nanceiro internacional, pois, atualmente, o País trabalha com câmbio livre.
• Política de rendas: são medidas tomadas pelo governo no sentido de prover renda mínima 
aos trabalhadores e aposentados (salário mínimo), incentivar a produção e consumo de 
determinados produtos (agricultura/preço mínimo/subsídios) e fortalecer determinado 
setor ou região (incentivos � scais). O programa Fome Zero é exemplo da política de 
rendas. A obrigatoriedade da destinação de 2% dos recursos captados pelos bancos por 
meio de depósitos à vista para operações de microcrédito, estabelecida na Resolução 
Bacen 31/09/03, também é uma forma de destinar recursos às camadas mais carentes da 
população, no caso, os microempreendedores.
Diante disso, é importante o gestor � nanceiro estar atento a essas políticas para aproveitar, 
por exemplo: (1) a oportunidade de realizar investimentos com captação de recursos de longo 
prazo mais acessíveis; (2) fazer hedge cambial para proteger operações internacionais; (3) a 
existência de incentivos � scais (postergação ou isenção de impostos) para instalação de novas 
plantas industriais; (4) oportunidades para exportar.
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2.2 As Empresas no Ambiente Financeiro
O mercado � nanceiro é a reunião das instituições � nanceiras capazes de intermediar 
recursos. Sua principal atividade é captar recursos dos agentes superavitários a que remuneram e 
aplicar os recursos, por meio de empréstimos/� nanciamentos, aos agentes de� citários dos quais 
recebem juros. 
O mercado � nanceiro é subdividido em quatro grandes segmentos de intermediação 
� nanceira: (1) o mercado monetário; (2) o mercado de crédito; (3) o mercado de capitais; e (4) o 
mercado de câmbio.
2.2.1 Mercado monetário
No mercado monetário, são realizadas as operações de curto prazo, que permitem o 
controle da liquidez monetária da economia. São negociados nesse mercado, principalmente, os 
papéis emitidos pelo Banco Central, destinados à execução da política monetária do governo, e 
aqueles emitidos pelo Tesouro Nacional com o intuito de � nanciar as necessidades orçamentárias 
da União, além de diversostítulos emitidos pelos estados e municípios.
2.2.2 Mercado de crédito
O mercado de crédito é constituído, em sua essência, pelos bancos comerciais. O objetivo 
básico desse mercado é o de suprir as necessidades de recursos de curto e médio prazos dos diversos 
agentes econômicos, seja pela concessão de créditos às pessoas físicas, seja por modalidades de 
empréstimos e � nanciamentos às empresas.
2.2.3 Mercado de capitais
Esse mercado é a grande fonte de recursos para investimentos da economia, assumindo 
um papel relevante no processo de desenvolvimento econômico. Apresenta forte ligação entre 
os agentes superavitários que possuem capacidade de poupança e os investidores carentes de 
recursos de longo prazo. A atuação do mercado de capitais se processa por diversas modalidades 
de � nanciamentos a longo prazo para giro e capital � xo. O mercado de capitais atua também com 
operações de prazo indeterminado, como aquelas que envolvem emissão e subscrição de ações.
2.2.4 Mercado cambial
Nesse mercado, ocorrem as diversas operações de compra e venda de moedas estrangeiras 
conversíveis. Ele engloba todos os agentes econômicos com motivos para realizar operações com 
o exterior, como importadores e exportadores, investidores e instituições � nanceiras.
2.3 Formação da Taxa de Juros
A alocação de capital entre poupadores e investidores é determinada, em uma economia 
de mercado, pelas taxas de juros. O juro pode ser entendido como o preço pago pelo aluguel do 
dinheiro, ou seja, o valor que deve ser pago pelo empréstimo de um capital.
Para o tomador de empréstimos no Brasil, é ainda importante lembrar que, sobre 
as operações de crédito, incidem as taxas de abertura de crédito (TAC) ou de manutenção de 
cadastro, cobradas pelas instituições � nanceiras, e os impostos sobre operações � nanceiras (IOF).
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As empresas e o governo brasileiros, quando contratam empréstimos no exterior ou vendem 
títulos nos mercados externos, são obrigados a pagar taxas maiores em função da classi� cação 
de risco do País. Para o mercado interno brasileiro, o Comitê de Política Monetária do Banco 
Central (COPOM) estabelece a taxa de juros básica da economia, a Selic, considerando os fatores 
externo e interno. Dentre os fatores externos, o COPOM considera taxa de juros do mercado 
americano, variações nos índices das bolsas americanas (Dow Jones e Nasdaq, principalmente) e 
nas cotações do petróleo, além da imagem do País no exterior. Quanto aos fatores internos, são 
analisados os saldos da balança comercial, balanço de pagamentos, dívida pública e decisões de 
política econômica para manutenção da estabilidade de preços.
Com isso, as demais taxas praticadas pelas instituições � nanceiras tomam a Selic por base 
e, a ela, agregam os fatores de risco mencionados anteriormente.
2.3.1 Fatores determinantes no custo de capital das fontes de recursos
Existem quatro fatores que determinam o custo de capital:
- Condições gerais da economia. Existem muitas variáveis que determinam a demanda e 
oferta de recursos, sendo importante citar: nível do produto interno bruto, políticas econômicas, 
nível de emprego, in� ação, taxas de juros e outros. A empresa precisa acompanhá-las e avaliar 
seus efeitos sobre seu custo de capital.
- Condições de mercado. Os agentes do mercado � nanceiro e de capitais são muito 
sensíveis às mudanças da economia, adequando continuamente suas políticas e práticas 
de negócios. Em épocas de turbulência, é comum, por exemplo, os bancos retraírem a 
oferta de crédito e elevarem as taxas de juros e spreads (taxa de intermediação cobrada 
pelos bancos). Da mesma forma, os investidores atuais e potenciais da empresa mudam 
sua disposição quanto ao risco que desejam assumir e quanto ao prêmio que cobram por 
assumir esse risco. Evidentemente, essas condições determinam o melhor momento para 
captação de recursos, seja de empréstimos ou de subscrição de novas ações.
- Decisões operacionais e � nanceiras da empresa. O risco de negócio (empresa/
mercado) é medido pela variabilidade dos retornos dos ativos e é afetado pela política de 
investimentos da empresa. O risco � nanceiro é medido pela variabilidade dos retornos 
das ações ordinárias e é afetado pelas políticas de � nanciamento e de dividendos da 
empresa. Essas políticas e as decisões que as cercam, em princípio, estão sob o controle da 
empresa e têm grande impacto na credibilidade junto ao mercado de crédito e de capitais. 
São fundamentais na negociação de captação de recursos.
- Volume de recursos a serem � nanciados. À medida que a empresa necessita de mais 
recursos e vai buscá-los no mercado, como já vimos anteriormente, o custo de capital 
tende a subir devido à percepção que os investidores podem ter quanto ao aumento de 
risco da empresa. A busca de novos recursos sempre é uma indicação para o mercado, de 
ameaças ou de oportunidades.
No Brasil, a obtenção de empréstimos de curto prazo normalmente é feita nas instituições 
� nanceiras, ressaltando que as empresas maiores podem recorrer à emissão de commercial 
papers. Para recursos de longo prazo, é possível recorrer às linhas de � nanciamento do governo, 
repassadas por alguns bancos comerciais, BNDES, BRDE ou Agências de Fomento Estaduais, por 
exemplo. Para as grandes empresas, tem-se, ainda, o mercado de capitais.
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3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
3.1 Obrigatoriedade das Demonstrações Contábeis
A obrigatoriedade das demonstrações contábeis está prevista nas Normas Brasileiras de 
Contabilidade. São ferramentas informativas para os administradores no processo de tomada de 
decisão. As normas contábeis aqui descritas pelo Conselho Federal de Contabilidade (doravante, 
CFC) estabelecem que: pela atualização ocorrida em 16/07/2018 pelo CFC, a interpretação técnica 
ITG 2000 (R1), aprovada pela Resolução CFC 1330/11, determina a necessidade de inclusão das 
demonstrações contábeis no Livro Diário. Com relação às demonstrações contábeis obrigatórias, 
como regra, destacamos o conjunto completo previsto no item 10 da NBC TG 26 (R5) - (Res. 
CFC 1.185/09):
(a) balanço patrimonial ao � nal do período;
(b) demonstração do resultado do período;
(c) demonstração do resultado abrangente do período;
(d) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
(e) demonstração dos � uxos de caixa do período;
(f) demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 09 – Demonstração 
do Valor Adicionado, se exigida legalmente, por algum órgão regulador ou mesmo se 
apresentada voluntariamente;
(g) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis signi� cativas e outras 
informações elucidativas; (Alterada pela NBC TG 26 (R3)) 
(h) informações comparativas com o período anterior, conforme especi� cado nos itens 
38 e 38A; (Incluída pela NBC TG 26 (R1))
(i) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, 
quando a Organizações aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede à 
reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando procede 
à reclassi� cação de itens de suas demonstrações contábeis de acordo com os itens 40A a 
40D. (Alterada pela NBC TG 26 (R1)).
A Organizações pode usar outros títulos nas demonstrações ao invés daqueles usados 
nesta norma desde que não contrariem a legislação societária brasileira vigente. A demonstração 
do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das 
mutações do patrimônio líquido (alterado pela NBC TG 26 (R1)).
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A Organizações pode, se permitido legalmente, apresentar uma única demonstração 
do resultado do período e outros resultados abrangentes, com a demonstraçãodo resultado e 
outros resultados abrangentes apresentados em duas seções. As seções devem ser apresentadas 
juntas, com o resultado do período apresentado em primeiro lugar, seguido pela seção de outros 
resultados abrangentes.
A Organizações pode apresentar a demonstração do resultado como uma demonstração 
separada. Nesse caso, a demonstração separada do resultado do período precederá imediatamente 
a demonstração que apresenta o resultado abrangente, que se inicia com o resultado do período 
(Incluído pela NBC TG 26 (R1)).
Quando da aprovação dessa norma, a legislação societária brasileira requer que seja 
apresentada a demonstração do resultado do período como uma seção separada (incluído pela 
NBC TG 26 (R1)). A Organizações deve apresentar, com igualdade de importância, todas as 
demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações contábeis.
As  Pequenas e Médias Empresas  (PMEs) podem, por opção, adotar a NBCT G 
1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. A citada norma, no que se refere às 
demonstrações contábeis, apresenta como conjunto completo das demonstrações contábeis 
aquelas de� nidas no item 3.17 e 3.18 desta norma:
3.17 - O conjunto completo de demonstrações contábeis da Organizações deve incluir 
todas as seguintes demonstrações:
(a) balanço patrimonial ao � nal do período;
(b) demonstração do resultado do período de divulgação;
(c) demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. A demonstração do 
resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro 
das mutações do patrimônio líquido. A demonstração do resultado abrangente, quando 
apresentada separadamente, começa com o resultado do período e se completa com os 
itens dos outros resultados abrangentes; 
(d) demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de divulgação;
(e) demonstração dos � uxos de caixa para o período de divulgação;
(f) notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis signi� cativas e 
outras informações explanatórias.
3.18 - Se as únicas alterações no patrimônio líquido durante os períodos para os quais as 
demonstrações contábeis são apresentadas derivarem do resultado, de distribuição de lucro, de 
correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de políticas contábeis, a Organizações 
pode apresentar uma única demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados no lugar da 
demonstração do resultado abrangente e da demonstração das mutações do patrimônio líquido.
(Observação: De� nição e alcance da NBCT G 1000 – vide item P7 e 1.2 a 1.6 – resolução 
CFC 1.255/09 R1).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ainda com relação a quais demonstrações contábeis são obrigatórias, ressaltamos que 
tratamento diferenciado pode ser observado pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, 
isso considerando a resolução do CFC 1.418/12, que aprovou a ITG 1000.
A ITG 1000 de� ne como obrigatória a elaboração do Balanço Patrimonial, a Demonstração 
do Resultado e as Notas Explicativas ao � nal de cada exercício social.
Apesar de não serem obrigatórias, para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, 
a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Resultado Abrangente 
e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido são estimuladas pelo CFC e também 
muito utilizadas para a elaboração de planejamento � nanceiro e para o processo de tomada de 
decisão.
Destaque-se que Microempresa e Empresa de Pequeno Porte tratam-se da sociedade 
empresária, da sociedade simples, da empresa individual de responsabilidade limitada ou do 
empresário a que se refere o Art. 966 da Lei n.º 10.406/02, que tenha auferido, no ano calendário 
anterior, receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei Complementar 
n.º 123/06.
De modo geral, podemos sintetizar no Quadro 1 o conjunto completo das demonstrações 
contábeis por situação e natureza empresarial.
Demonstração Contábil ME e EPP ITG 1000 PMEs NBC TG 1000 Regra
B.P. Obrigatório Obrigatório Obrigatório
D.R. Obrigatório Obrigatório Obrigatório
D.R.A. Facultativa Obrigatório *1 Obrigatório
D.L.P.A. Facultativa Facultativa *2 Facultativa
D.M.P.L. Facultativa Obrigatório *1 Obrigatório
D.F.C. Facultativa Obrigatório Obrigatório
N.E. Obrigatório Obrigatório Obrigatório
D.V.A. Facultativa Facultativa Obrigatório *3
Quadro 1 - Resumo das demonstrações contábeis obrigatórias. Fonte: A autora.
*1 Vide item 3.18 da NBC TG 1000 (R1), que trata da possibilidade de apresentação da DLPA.
*2 Torna-se demonstração contábil obrigatória quando adotado o item 3.18 da NBC TG 1000 (R1) por 
ocasião da não elaboração da DRA e DMPL.
*3 Trata-se de demonstração contábil obrigatória se exigida legalmente ou por algum órgão regulador 
(letra “a” do item 10 da NBC TG 26 R5) ou, nos demais casos, pode ser apresentada voluntariamente.
Lembramos que, em todos os casos, quando obrigatórias, as demonstrações contábeis 
deverão ser apresentadas comparativamente, ou seja, pelo menos em duas colunas (ano de 
apresentação e ano anterior), com os valores correspondentes de cada exercício. Essa importância 
também se dá no momento de realizar uma análise das demonstrações contábeis para avaliar os 
índices contábeis e, pela análise série-temporal, veri� car o andamento das contas ao longo do 
tempo e avaliar se a organização está melhorando ou não em termos de situação econômico-
� nanceira. 
Fundamentação legal:
Res. CFC 1.330/11 – ITG 2000 (R1)
Res. CFC 1.255/09, item 3.17 - NBC TG 1000 (R1)
Res. CFC 1.185/09, item 10 - NBC TG 26 (R5)
Res. CFC 1.418/12, item 26 a 39 - ITG 1000.
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3.2 Conceituação das Demonstrações Contábeis
Segundo o CFC, o objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações da 
situação econômica e � nanceira das organizações a todos os usuários, que são aqueles que, direta 
ou indiretamente, possuem interesse nos resultados apurados pelas demonstrações contábeis. 
Quando se fala em posição patrimonial e � nanceira, essa informação remete aos diversos usuários 
a que chamaremos de stakeholders. Segundo Freeman e Reed (1983), há duas abordagens a 
respeito da teoria dos stakeholders: em sentido amplo, stakeholders são “[...] qualquer grupo ou 
indivíduo, identi� cável e que possa afetar a consecução dos objetivos de uma organização ou 
que é afetado pela consecução dos objetivos de uma organização” (FREEMAN; REED, 1983). 
O desempenho e as mudanças na posição � nanceira da organização são úteis a um grande 
número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica, que são: colaboradores, 
fornecedores, clientes, concorrentes, governo, sindicatos etc. Nesse sentido, as demonstrações 
contábeis possuem o maior interesse em apresentar os resultados da gestão da organização e sua 
capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram con� ados. 
Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação das organizações podem recorrer às 
informações que estão nas demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial (BP), que traz 
informações sobre valores que me afetam enquanto fornecedor quando se analisa a capacidade de 
pagamento da organização. Ainda, podem recorrer à Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE), em que a análise e a leitura das demonstrações contábeis indicam o desempenho de vendas, 
de custos e de despesas, além das mudanças na posição � nanceira, fornecidas nas demonstrações 
contábeis por meio de uma demonstração em separado, tal como a de � uxos de caixa, mutações 
do patrimônio líquido etc. En� m, todas as demonstrações contábeis auxiliam no processo de 
tomada de decisão.
3.2.1 Balanço patrimonial (BP)
Uma das demonstrações contábeis mais importantes para toda e qualquer organização, 
além de ser obrigatória para todas elas, é o balanço patrimonial, queconcentra informações 
sobre os resultados das atividades que a organização desenvolveu ao longo de um determinado 
período. É uma demonstração obrigatória, que deve publicar pelo menos uma vez a cada 12 
meses. Deve estar sintetizada para avaliação ou, ainda, de forma analítica conforme a exigência 
de cada órgão controlador das atividades e partes interessadas. O balanço patrimonial sintético 
possui os saldos das contas que foram transacionadas ao longo do período, e sua forma analítica 
demonstra todas as movimentações ocorridas em cada conta. 
Segundo a NBC T 1 – A Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, o balanço patrimonial deve conter como ativo, passivo e patrimônio 
líquido itens que satisfaçam as de� nições apresentadas na Resolução 686/90 e Norma NBCT 
XX no item 9. As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de liquidez dos 
elementos nela registrados, e as contas do passivo devem ser dispostas em ordem crescente dos 
prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os 
grupos e subgrupos. São classi� cados em grupos do circulante os ativos e passivos desde que os 
prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, 
situem-se até o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. Na organização 
em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classi� cação no circulante 
ou não circulante deve ter por base o prazo desse ciclo. São classi� cados, respectivamente, em 
grupos de Ativo Não Circulante e de Passivo Não Circulante os ativos e passivos desde que os 
prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidos ou esperados 
situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. 
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Os saldos devedores ou credores de todas as contas reti� cadoras devem ser apresentados como 
valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes deram origem. As receitas antecipadas 
por conta de produtos ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros são denominadas 
“receita diferida” e devem ser classi� cadas, deduzidas dos custos diferidos correspondentes, no 
Passivo Não Circulante. Os elementos de mesma natureza e os saldos de reduzido valor, quando 
agrupados e indicada a sua natureza, não devem ultrapassar, no total, um décimo do valor do 
respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricos como “diversas contas” 
ou “contas correntes”.
Balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e 
quantitativamente, em determinada data, a posição patrimonial e � nanceira da organização. Os 
elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial � nanceira são: 
ativo, passivo e patrimônio líquido. 
O ativo é constituído pelos bens e direitos das organizações. É um recurso controlado 
pela organização como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros 
benefícios econômicos, além de seu potencial de contribuir, direta ou indiretamente, para o � uxo 
de caixa ou equivalentes de caixa para a organização. 
O ativo é composto pelos grupos circulante e não circulante. O ativo circulante, conforme 
de� nido nos itens 12 a 14, compõe-se de: 
(a) Disponível: são os recursos � nanceiros que se encontram à disposição imediata da 
organização, compreendendo os meios de pagamento em moeda corrente nacional e 
outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata.
(b) Crédito: são os títulos de crédito, valores mobiliários e outros direitos.
(c) Estoque: são os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em 
elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento 
e outros valores relacionados às atividades-� m da organização.
(d) Despesa antecipada: são as aplicações em gastos, que tenham realização no curso do 
período subsequente à data do balanço patrimonial.
(e) Outros valores e bens: são os não relacionados às atividades-� m da organização. 
O ativo não circulante, conforme de� nido nos itens 14 e 15, compõe-se de: 
(a) Realizável a longo prazo: são os ativos referidos no item 20, alíneas (b), (c), (d) e (e), 
cujos prazos esperados de realização situem-se após o término do exercício subsequente 
à data do balanço patrimonial.
(b) Investimento: são as participações permanentes em outras sociedades, além dos bens 
e direitos que não se destinem à manutenção das atividades-� m da organização.
(c) Imobilizado: são os bens e direitos corpóreos, utilizados na consecução das atividades-
� m da organização, inclusive os decorrentes de operações que trans� ram à organização 
os benefícios, riscos e controle desses bens.
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(d) Intangível: são os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados 
à manutenção da organização ou exercidos com essa � nalidade, inclusive o fundo de 
comércio adquirido.
O passivo é constituído pelas obrigações para com terceiros que as organizações possuem. 
É uma obrigação presente da organização, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se 
espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos. 
Segundo a Resolução 686/90 e a Norma 686/90, o passivo é composto pelos grupos 
circulante e não circulante. 
No passivo circulante, são registradas as obrigações conhecidas e os encargos estimados, 
cujos prazos estabelecidos ou esperados situam-se no curso do exercício subsequente à data do 
balanço patrimonial conforme de� nido nos itens 12 a 14. 
No passivo não circulante, são registradas as obrigações conhecidas e os encargos 
estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados situem-se após o término do exercício 
subsequente à data do balanço patrimonial conforme de� nido nos itens 14 e 15.
O patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da organização depois de deduzidos 
todos os seus passivos. Passivo a descoberto é a diferença entre o ativo e o passivo, quando o 
passivo for maior que o ativo.
As contas constantes do balanço patrimonial estão reguladas por lei e, portanto, 
possuirão uma estrutura regulamentada, que não pode ser alterada. As contas do ativo estão do 
lado esquerdo do balanço patrimonial e serão dispostas de forma decrescente de liquidez, como 
é o caso da subconta Caixa. Os de menor liquidez aparecem em último lugar, como é o caso da 
conta Máquinas e Equipamentos. Eles têm uma liquidez menor, encontrando-se classi� cados 
mais abaixo, pois não possuem o mesmo potencial que a conta Caixa para serem convertidos em 
dinheiro. 
As contas do passivo estão do lado direito do balanço patrimonial e serão dispostas em 
ordem decrescente de exigibilidade, ou seja, a conta de maior exigência é a primeira a ser disposta 
no passivo. Essas contas são originadas de recursos de terceiros e são classi� cadas de acordo com 
o seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais rapidamente (curto prazo) 
aparecem no topo da coluna do passivo, e as que serão pagas em um prazo maior (longo prazo) 
aparecem mais para o � nal.
No patrimônio líquido (doravante, PL), também do lado direito do balanço patrimonial, 
as contas são originadas de  recursos próprios, como investimentos feitos pelos proprietários 
(dinheiro aplicado) para abertura da empresa, por reserva de lucros, prejuízos ou lucros 
acumulados etc. Quando o saldo do PL aumenta, isso signi� ca que a empresa � cou mais rica. 
Quando o saldo do PL diminui, isso signi� ca que ela � cou mais pobre.
Segundo a Resolução 686/90 e a Norma NBCT XX, o PL compõe-se de: 
(a) Capital: são os valores aportados pelo titular, sócio ou acionista e os decorrentes de 
incorporação de reservas e lucros.(b) Reservas de capital: são contribuições de acionistas por ágio na subscrição de ações, 
alienação de partes bene� ciárias e bônus de subscrição e outros valores previstos na 
legislação societária. 
(c) Ajustes de avaliação patrimonial: são as contrapartidas de aumentos ou diminuições 
de valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação 
a valor justo, nos casos previstos na legislação societária, enquanto não computados no 
resultado em obediência ao regime de competência.
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(d) Reservas de lucros: são parcelas de lucros destinados à reserva por determinação 
legal ou estatutária. 
(e) Ações em tesouraria: são os valores correspondentes a ações da própria organização, 
por ela adquiridos para posterior destinação, apresentados como parcela redutora do PL;
(f) Prejuízos acumulados: são prejuízos ainda não compensados, apresentados como 
parcela redutora do PL.
Sobre a situação patrimonial, veja os esquemas das Figuras 1, 2 e 3.
Figura 1 – Situação patrimonial negativa ou passivo a descoberto. Fonte: A autora.
Figura 2 – Situação patrimonial positiva. Fonte: A autora.
Figura 3 – Situação patrimonial nula. Fonte: A autora.
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De acordo com a Lei nº 11.638/07, MP nº 449/08 e Resolução CFC nº 1.121/08, a nova 
estrutura do balanço patrimonial passa a ser a seguinte:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
 Disponibilidades Fornecedores
 Créditos Obrigações trabalhistas
 Estoques Empréstimos e fi nanciamentos (CP)
 Outros créditos Obrigações tributárias
 Despesas antecipadas Provisões e encargos das provisões
 Outras obrigações
Não Circulante
 Realizável a longo prazo Não Circulante
 Investimentos Exigível a longo prazo
 Imobilizado
 Intangível Patrimônio Líquido
 Capital
(-) Gastos com Emissão de Ações
 Reservas de Capital
 Opções Outorgadas Reconhecidas
 Reservas de Lucros
(-) Ações em tesouraria
 Ajustes de avaliação patrimonial
 Ajustes Acumulados de Conversão
 Prejuízos acumulados
TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $
Quadro 2 – Estrutura do balanço patrimonial. Fonte: A autora.
Da parte dos gestores e/ou administradores, é de extrema importância o acompanhamento 
efetivo das situações patrimoniais das organizações.
3.2.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE)
Demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a 
composição do resultado formado em determinado período de operações da organização. Essa 
demonstração é uma das ferramentas mais utilizadas pelas organizações no seu dia a dia para 
planejar estratégica, tática e operacionalmente, tendo em vista sua dinâmica de entrada de 
receitas e saída de despesas. Ela consiste na movimentação diária das operações das organizações 
e dá condições de a organização prever suas entradas de recursos a curto e longo prazos. É muito 
utilizada para a elaboração do orçamento organizacional.
A demonstração do resultado deve ser elaborada em conformidade com a NBC T 
1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis 
–, em especial quanto ao regime de competência, evidenciando a formação dos vários níveis 
de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas. A 
demonstração do resultado compreende: 
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(a) as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento, obtidos 
no curso das atividades ordinárias da organização.
(b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a esses 
ganhos e receitas. 
(c) os ganhos e as perdas extraordinárias ocorridas no período de apuração. É vedada a 
compensação de receitas, custos e despesas. 
A demonstração do resultado evidencia, no mínimo e de forma ordenada: 
(a) as receitas decorrentes da exploração das atividades-� m. 
(b) os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos incondicionais, as 
devoluções e os cancelamentos. 
(c) os custos dos produtos, mercadorias e dos serviços prestados, correspondentes às 
receitas reconhecidas. 
(d) o resultado bruto do período. 
(e) os ganhos e as perdas operacionais. 
(f) as despesas administrativas com vendas, � nanceiras e as receitas � nanceiras. 
(g) o resultado operacional. 
(h) as receitas, despesas, ganhos e perdas não decorrentes das atividades-� m.
(i) o resultado antes das participações e dos impostos. 
(j) as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado. 
(k) as participações no resultado. 
(l) o resultado líquido do período.
Segue o modelo da DRE:
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
Devoluções de Vendas 
Abatimentos 
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
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= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos 
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
Despesas Com Vendas 
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Bene� ciárias, 
Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
3.2.3 Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada 
a evidenciar, em determinado período, as mutações nos resultados acumulados da organização. 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar as mudanças, 
em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da organização, em determinado período de 
tempo. 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados evidencia: 
(a) o saldo de prejuízos no início do período. 
(b) os ajustes de exercícios anteriores. 
(c) as reversões de reservas. 
(d) a parcela correspondente à realização de reavaliação, líquida do efeito dos impostos 
correspondentes. 
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(e) o resultado líquido do período. 
(f) a compensação de prejuízos. 
(g) as destinações do lucro líquido do período. 
(h) as parcelas de lucros incorporadas ao capital. 
(i) os lucros distribuídos. 
(j) a destinação dos lucros remanescentes. 
(k) o saldo de prejuízos ao � nal do período. 
Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da mudança de 
prática contábil ou da reti� cação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não 
possam ser atribuídos a fatos subsequentes, observado o disposto na NBC T 19.11 – Mudanças 
nas Práticas Contábeis, nas Estimativas e Correção de Erros. 
A organização que elaborar a demonstração das mutações do patrimônio líquido não 
deve elaborar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia: 
(a) os saldos no início do período.
(b) os ajustes de exercícios anteriores. 
(c) as reversões e transferências de reservase lucros. 
(d) os aumentos de capital, discriminando sua natureza. 
(e) a redução de capital. 
(f) as destinações do lucro líquido do período. 
(g) a realização de reserva de reavaliação, líquida do efeito dos impostos correspondentes. 
(h) o resultado líquido do período. 
(i) a compensação de prejuízos. 
(j) os lucros distribuídos. 
(k) a destinação dos lucros remanescentes.
(l) os saldos no � nal do período.
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 
Integralizado
Reserva 
de Capi-
tal
Reser-
vas de 
Lucros
Lucros ou 
Prejuízos 
Acumulados
Outros Re-
sultados 
Abrangen-
tes
Patri-
mônio 
Líquido 
Consoli-
dado
Saldos Iniciais X 
0
Aumento de Ca-
pital
Ações em Tesou-
raria Adquiridas
Ações em Tesou-
raria Vendidas
Dividendos
Transações de 
Capital com os 
Sócios
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Ajustes de Ins-
trumentos Finan-
ceiros
Equiv. Patrim. s/ 
Ganhos Abrang. 
de Coligadas
Ajustes de Con-
versão do Perío-
do
Outros Resulta-
dos Abrangentes
Ajustes de Ins-
trum. Financ. 
Reclassifi cado p/ 
Resultado
Realização da 
Reserva Reava-
liação
Tributos sobre 
a Realização da 
Reserva de Rea-
valiação
Reclassifi cações 
de Resultados 
Abrangentes
Lucro Líquido do 
Período
Constituição de 
Reservas
Saldos Finais X 1
Quadro 3 - Modelo sugestivo de apresentação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Fonte: Adap-
tado de CFC (2011).
3.2.4 Demonstração do fluxo de caixa (DFC)
Demonstração dos � uxos de caixa é a demonstração acerca das alterações históricas de 
caixa e equivalentes de caixa de uma organização por meio de demonstrativo que classi� que os 
� uxos de caixa do período por atividades operacionais, de investimento e de � nanciamento. 
A DFC deve ser elaborada de acordo com a NBC T 3.8 – Demonstração dos Fluxos de 
Caixa. A DFC fornece informações acerca da movimentação ocorrida nas organizações para 
um período contábil, evidenciando separadamente as mudanças nas atividades operacionais, nas 
atividades de investimento e nas atividades de � nanciamento. As informações sobre o � uxo de 
caixa de uma organização são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis 
uma base para avaliar a capacidade de a organização gerar caixa e equivalentes de caixa, bem 
como as necessidades da organização de utilização desses � uxos de caixa. Essas informações são 
úteis para o processo de tomada de decisão.
Capital Social 
Integralizado
Reserva 
de Capi-
tal
Reser-
vas de 
Lucros
Lucros ou 
Prejuízos 
Acumulados
Outros Re-
sultados 
Abrangen-
tes
Patri-
mônio 
Líquido 
Consoli-
dado
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As decisões econômicas e � nanceiras que são tomadas pelos stakeholders exigem avaliação 
da capacidade da organização de gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua 
ocorrência e do grau de certeza de sua geração. Para efeitos de elaboração da DFC, os conceitos 
de Caixa e Equivalente Caixa são importantes.
Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. 
Equivalentes de caixa são aplicações � nanceiras de curto prazo, de alta liquidez, que são 
prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um insigni� cante 
risco de mudança de valor. A organização deve apresentar a DFC dividida em três grupos: 
➢ Atividades Operacionais.
➢ Atividades de Investimento.
➢ Atividades de Financiamento.
Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da organização 
e outras atividades que não são de investimento tampouco de � nanciamento. 
Atividades de investimentos são as referentes à aquisição e venda de ativos de longo prazo 
e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. 
Atividades de � nanciamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na 
composição do capital próprio e no capital de terceiros da organização. 
Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da organização 
com as vendas de bens e serviços que são realizadas. Portanto, os � uxos de caixa decorrentes das 
atividades operacionais geralmente derivam de transações e de outros eventos e condições que 
entram na apuração do resultado. 
Exemplos de � uxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são:
a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços.
b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas. 
c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços. 
d) pagamentos de caixa a empregados e em conexão com a relação empregatícia. 
e) pagamentos ou restituição de tributos sobre o lucro, a menos que possam ser 
especi� camente identi� cados com as atividades de � nanciamento ou de investimento. 
f) recebimentos e pagamentos de investimento, empréstimos e outros contratos mantidos 
com a � nalidade de negociação, similares aos estoques adquiridos especi� camente para 
revenda. 
Existem operações que transitam pelo resultado, como a venda de item do ativo 
imobilizado, que não são classi� cadas nas Atividades Operacionais, pois são � uxos de caixa 
provenientes de atividades de investimentos. Atividades de investimentos são a aquisição ou 
alienação de ativos de longo prazo e outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. 
Exemplos de � uxos de caixa que decorrem das atividades de investimento são:
a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado (incluindo os ativos 
imobilizados construídos internamente), ativos intangíveis e outros ativos de longo prazo. 
b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros 
ativos de longo prazo. 
c) pagamentos para aquisição de instrumentos de dívida ou patrimoniais de outras 
organizações e participações societárias em empreendimentos controlados em conjunto 
(exceto desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou 
mantidos para negociação ou venda).
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d) recebimentos de caixa resultantes da venda de instrumentos de dívida ou patrimoniais 
de outras organizações e participações societárias em empreendimentos controlados em 
conjunto (exceto recebimentos referentes a títulos considerados como equivalentes de 
caixa ou mantidos para negociação ou venda). 
e) adiantamentos de caixa e empréstimos concedidos a terceiros. 
f) recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos e amortização de empréstimos 
concedidos a terceiros. 
g) pagamentos de caixa por contratos futuros, contratos a termo, contratos de opção e 
contratos de swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação ou 
venda ou os pagamentos forem classi� cados como atividades de � nanciamento. 
h) recebimentos de caixa derivados de contratos futuros, contratos a termo, contratos de 
opção e contratos de swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação 
ou venda ou os recebimentos forem classi� cados como atividades de � nanciamento. 
Atividades de � nanciamento são as atividades que resultam das alterações no tamanho e 
na composição do patrimônio líquido e dos empréstimos da organização.
Exemplos de � uxos de caixa que decorrem das atividades de � nanciamento são:
a) caixa recebido pela emissão de ações ou quotas ou outros instrumentos patrimoniais. 
b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações ou quotas da 
organização.
c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, títulos de dívida, hipotecas e 
outros empréstimos de curto e longo prazos. 
d) pagamentos para amortização de empréstimo. 
e) pagamentos de caixa por um arrendatário para redução do passivo relativo a 
arrendamento mercantil (leasing) � nanceiro. 
A apresentação dos � uxos de caixa poderá se dar mediantea utilização de dois modelos: 
método direto e indireto.
O método indireto consiste na apresentação do resultado ajustado pelos efeitos das 
transações que não envolvem caixa, quaisquer diferimentos ou outros ajustes por competência 
sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros, e itens de receita ou despesa 
associados a � uxos de caixa das atividades de investimento ou de � nanciamento.
O método direto demonstra as principais classes de recebimentos brutos de caixa e 
pagamentos brutos de caixa. 
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes
Pagamentos a fornecedores e empregados
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
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Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Compra de ativo imobilizado
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de fi nanciamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimo a longo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido consumido pelas atividades de fi nanciamento
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa no fi m do período
Quadro 4 – Modelo da Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método direto. Fonte: CFC (2008).
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do IR e CSLL
Ajustes por:
Depreciação
Perda cambial
Resultado de equivalência patrimonial
Despesas de juros
Aumento nas contas a receber de clientes e outros
Diminuição nos estoques
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto
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Fluxos de caixa das atividades de investimento
Compra de ativo imobilizado
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de fi nanciamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimos a longo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido consumido pelas atividades de fi nanciamento
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa no fi m do período
Quadro 5 – Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método indireto. Fonte: CFC (2008).
3.2.5 Demonstração do valor adicionado (DVA)
Demonstração do valor adicionado é a demonstração contábil destinada a evidenciar, 
de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada pela organização 
em determinado período e sua distribuição. Receita antecipada é a importância recebida 
antecipadamente pelo contratante ao contratado antes de ter sido concluído o produto ou serviço.
A DVA deve ser elaborada de acordo com a NBC T 3.7 – Demonstração do Valor 
Adicionado. Ela representa um dos elementos componentes do balanço social e tem por � nalidade 
evidenciar a riqueza criada pela organização e sua distribuição durante determinado período. 
A DVA obrigatoriamente deverá ser apresentada pelas sociedades anônimas de capital aberto, 
sendo facultada sua elaboração e apresentação para as demais organizações. 
A elaboração da DVA deverá evidenciar a distribuição da riqueza criada, no mínimo, da 
seguinte forma: 
a) pessoal e encargos.
b) impostos, taxas e contribuições. 
c) juros e aluguéis. 
d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos.
e) lucros retidos/prejuízos do exercício.
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto
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DESCRIÇÃO X1 X0
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos im-
postos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas fi nanceiras
6.3) Outras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – FGTS
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras
8.4) Remuneração de capitais próprios
8.4.1 – Juros sobre o capital próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros retidos (só para conso-
lidação)
Quadro 6 – Modelo de Demonstração do Valor Adicionado Empresas em Geral. Fonte: CFC (2008).
3.2.6 Notas explicativas
As notas explicativas oferecem descrições narrativas ou decomposição (detalhamento) de 
itens apresentados nessas demonstrações e informação acerca de itens que não se quali� cam para 
serem reconhecidos nas demonstrações contábeis.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao � nal da Unidade 1. Nosso objetivo, por ora, foi 
demonstrar a utilização das demonstrações contábeis como ferramenta ao processo de tomada de 
decisão para análise de � nanciamento, de empréstimos e de investimentos. Também mostramos 
como é a inter-relação da administração � nanceira e as demonstrações contábeis, além de sua 
relação com as demais funções existentes na empresa, como marketing, RH, produção etc. 
Conhecemos as principais demonstrações contábeis, as que são obrigatórias e sua estrutura de 
contas e subcontas, o que parametriza os resultados � nanceiros executados pela empresa.
Com isso, podemos ir para a Unidade 2, conhecendo quais são os diversos usuários, quais 
informações eles utilizam para o processo de tomada de decisão e onde eles encontram essas 
informações nas demonstrações contábeis.
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................31
1. FERRAMENTA PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ..........................................................32
1.1 PARTES INTERESSADAS .....................................................................................................................................32
1.2 TIPOS DE COMPARAÇÃO DE ÍNDICES ..............................................................................................................32
1.2.1 ANÁLISE CROSS-SECTIONAL ..........................................................................................................................32
1.2.2 ANÁLISE DE SÉRIE-TEMPORAL ......................................................................................................................33
1.2.3 ANÁLISE COMBINADA .....................................................................................................................................331.3 ALGUMAS RECOMENDAÇÕES ...........................................................................................................................34
2. GRUPOS DE ÍNDICES FINANCEIROS ..................................................................................................................34
2.1 ANÁLISE DE LIQUIDEZ ........................................................................................................................................37
2.1.1 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO .....................................................................................................................37
FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
PROF.A MA. ELISABETE CAMILO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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2.1.2 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE .................................................................................................................. 38
2.1.3 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECO ............................................................................................................................ 38
2.2 ANÁLISE DE ATIVIDADE .....................................................................................................................................39
2.2.1 GIRO DOS ESTOQUES ..................................................................................................................................... 40
2.2.2 IDADE MÉDIA DOS ESTOQUES ...................................................................................................................... 40
2.2.3 PERÍODO MÉDIO DE COBRANÇA .................................................................................................................. 40
2.2.4 PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTO ................................................................................................................41
2.2.5 GIRO DO ATIVO PERMANENTE ......................................................................................................................42
2.2.6 GIRO DO ATIVO TOTAL ....................................................................................................................................42
2.3 ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO .........................................................................................................................42
2.3.1 ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL .............................................................................................................43
2.3.2 ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO .........................................................................................43
2.3.3 ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS .............................................................................................................. 44
2.3.4 ÍNDICE DE COBERTURA DE PAGAMENTOS FIXOS ..................................................................................... 44
2.4 ANÁLISE DE LUCRATIVIDADE ........................................................................................................................... 45
2.4.1 MARGEM BRUTA ............................................................................................................................................. 45
2.4.2 MARGEM OPERACIONAL ............................................................................................................................... 46
2.4.3 MARGEM LÍQUIDA .......................................................................................................................................... 46
2.4.4 RETORNO SOBRE O ATIVO TOTAL (ROA – RETURN ON TOTAL ASSETS) ................................................ 46
2.4.5 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ROE – RETURN ON EQUITY) ..............................................47
2.4.6 LUCRO POR AÇÃO ............................................................................................................................................47
2.4.7 ÍNDICE PREÇO/LUCRO ...................................................................................................................................47
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 49
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INTRODUÇÃO
Nesta Unidade 2, iremos conhecer as demonstrações contábeis como ferramenta para o 
auxílio efetivo ao processo de tomada de decisão pelos diversos usuários da informação contábil. 
Esta unidade apresenta as diversas partes interessadas nas demonstrações contábeis para que o 
conhecimento de quais ferramentas a Contabilidade dispõe e quais são as informações que elas 
poderão disponibilizar a seus usuários.
Para uma análise com o objetivo de um planejamento estratégico de longo prazo, a 
análise série-temporal traz informações da empresa ao longo do tempo e como foi a relação das 
atividades desenvolvidas pela empresa com os resultados alcançados. Por meio da análise cross-
seccional, a empresa pode ainda realizar esse comparativo com os resultados alcançados pelas 
demais empresas do mesmo segmento e, assim, poder avaliar se os resultados alcançados pela 
empresa são realmente satisfatórios quando comparados com os demais segmentos.
É importante que o usuário da informação constante das demonstrações contábeis saiba 
como e onde utilizar as informações.
Nesta unidade, você conhecerá as principais informações constantes de cada índice 
construído para a empresa. Isso é importante para que seus usuários possam entender como 
está a saúde operacional, econômica e � nanceira da empresa ao longo do tempo e ainda em 
comparação com as demais empresas do segmento se os resultados foram satisfatórios.
Bons estudos e um aproveitamento ímpar a você!
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1. FERRAMENTA PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
A análise das demonstrações � nanceiras fornece um ponto inicial para se compreender 
uma empresa. As informações contidas nessas demonstrações são da maior importância para 
os acionistas, credores e administradores, os quais normalmente precisam dispor de medidas 
relativas da e� ciência operacional e da situação da empresa. A palavra-chave aqui é relativa uma 
vez que a análise das demonstrações � nanceiras é baseada no conhecimento e uso de índices ou 
valores relativos.
Assim, a análise por meio de índices envolve os métodos de cálculo e a interpretação dos 
índices � nanceiros para avaliar o desempenho e a situação da empresa. Os insumos básicos para 
a análise baseada em índices são a Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) e o Balanço 
Patrimonial (BP) da empresa, referentes aos períodos a serem examinados. Entretanto, antes de 
prosseguir, faz-se necessário descrever as várias partes interessadas e os tipos de comparações de 
índices.
1.1 Partes Interessadas
A análise por meio de índices das demonstrações � nanceiras de uma empresa é do interesse 
dos acionistas, credores e da própria administração da empresa. Os acionistas atuais e potenciais 
estão interessados nos níveis atuais e futuros de risco e retorno da empresa. Essas duas dimensões 
afetam diretamente o preço da ação. Os credores da empresa estão interessados principalmente 
na liquidez de curto prazo da empresa e na sua capacidade de pagamento para cumprir com as 
suas obrigações. Outra preocupação dos credores é com a lucratividade da empresa: eles querem 
estar seguros de que o negócio é saudável e que continuará bem-sucedido. Os administradores, 
da mesma forma que os acionistas, devem estar preocupados com todos os aspectos da situação 
� nanceira da empresa. Desse modo, procuram atuar de forma a produzir índices � nanceiros que 
serão considerados favoráveis por ambos, credores e proprietários. Ademais, os administradores 
usam índices para monitorar o desempenhoda empresa de um período para outro. Quaisquer 
mudanças inesperadas são examinadas a � m de se identi� carem os problemas que estejam se 
desenvolvendo.
1.2 Tipos de Comparação de Índices
A análise por meio de índices não envolve meramente a aplicação de uma fórmula a 
dados � nanceiros para se obter um determinado índice. O mais importante é a interpretação do 
valor do índice. Para responder a questões como “Está muito alto ou muito baixo?” ou “É bom 
ou ruim?”, é necessário dispor de um padrão signi� cativo ou base de comparação. Dois tipos de 
comparação de índices podem ser feitos: análise cross-sectional e análise de série-temporal.
1.2.1 Análise cross-sectional
A análise cross-sectional envolve a comparação dos índices � nanceiros de diferentes 
empresas em um mesmo instante. Essa comparação pode ser feita entre a empresa analisada 
e a líder do seu setor de atuação. Outro tipo muito conhecido de comparação é feito entre os 
índices da empresa e os índices médios do setor. Esses índices podem ser encontrados em fontes 
como Melhores e Maiores da revista Exame, Estudos Setoriais Serasa, Lista Platinum/Forbes e 
Conjuntura Econômica, entre outras.
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Contudo, o analista deve reconhecer que as comparações de índices que resultam em um 
grande desvio em relação ao padrão re� etem somente os sintomas do problema. Uma análise 
adicional das demonstrações � nanceiras, associada a discussões com os administradores das 
áreas envolvidas, é normalmente requerida para se detectarem as causas do problema. Uma vez 
conseguido isso, o administrador � nanceiro e seu(s) par(es) devem desenvolver ações prescritivas 
para a eliminação de tais causas. O ponto fundamental é que a análise baseada em índices 
simplesmente dirige o analista às potenciais áreas de preocupação, não fornecendo evidências 
conclusivas sobre a existência de um problema.
Por exemplo:
Giro dos estoques = CPV / Estoques
Giro dos estoques da empresa XY = 14,8
Giro dos estoques da média do setor de atuação da empresa XY = 9,7
Variação percentual do índice = 52,6%
Análise imediata: administração dos estoques signi� cativamente melhor que a média 
do setor.
Análise mais aprofundada: níveis muito baixos de estoques, atrasos na produção e 
perdas de vendas.
1.2.2 Análise de série-temporal
A análise de série-temporal é aplicada quando o analista � nanceiro avalia o desempenho 
da empresa ao longo do tempo. Uma comparação entre o desempenho atual e o desempenho 
passado, utilizando a análise por meio de índices, permite determinar se a empresa está progredindo 
conforme planejado. Como na análise cross-sectional, quaisquer mudanças signi� cativas de ano a 
ano podem ser avaliadas para se determinar se são sintomas de um problema importante. A teoria 
que fundamenta a análise de série-temporal é aquela segundo a qual a empresa precisa ser avaliada 
em relação ao seu desempenho passado, e quaisquer tendências em desenvolvimento devem ser 
isoladas e mais bem analisadas. Diante disso, se necessário, o administrador � nanceiro deve tomar 
medidas adequadas para orientar a empresa em direção ao alcance de seus objetivos imediatos e 
a longo prazo. Muitas vezes, a análise de séries-temporais é útil para avaliar se as demonstrações 
� nanceiras projetadas são razoáveis. Uma comparação dos índices atuais e passados com os 
índices resultantes da análise das demonstrações projetadas pode revelar discrepâncias ou um 
otimismo exagerado por parte da equipe que conduz o orçamento da empresa.
1.2.3 Análise combinada
Essa análise combina as duas formas de análise já descritas. Ela permite avaliar a tendência 
no comportamento do índice da empresa com relação à tendência do comportamento do índice 
do seu respectivo setor de atuação.
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Como exemplo, veja a Tabela 1 e a Figura 1 sobre o período médio de cobrança (PMC).
Ano Empresa XY Média do setor
2003 40 dias 45 dias
2004 45 dias 40 dias
2005 53 dias 42 dias
2006 60 dias 47 dias
Tabela 1 – Comparação do PMC da empresa XY com a média do setor. Fonte: A autora.
Figura 1 – Análise combinada. Fonte: A autora.
1.3 Algumas Recomendações
• Somente quando um grupo de índices for usado é que se pode emitir julgamento razoável.
• As demonstrações � nanceiras que estão sendo comparadas devem ser da mesma data ou 
mês de encerramento; caso contrário, os efeitos de sazonalidade podem levar a conclusões 
e decisões errôneas.
• É preferível usar demonstrações � nanceiras auditadas para � ns de análise por índices.
• Os dados � nanceiros que estão sendo comparados devem ter sido elaborados com os 
mesmos critérios.
• Quando os índices de uma empresa são comparados com os de outra ou com os da 
própria empresa ao longo do tempo, os resultados podem ser distorcidos se não for feita 
a correção monetária dos demonstrativos � nanceiros.
2. GRUPOS DE ÍNDICES FINANCEIROS
Os índices � nanceiros podem ser subdivididos em quatro grupos ou categorias básicas: 
índices de liquidez, índices de atividade, índices de endividamento e índices de lucratividade. 
Os índices de liquidez, de atividade e de endividamento medem, fundamentalmente, o risco; os 
índices de lucratividade medem o retorno. 
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Para prazos curtos, os elementos importantes são a liquidez, a atividade e a lucratividade visto 
que eles fornecem informações críticas para as operações de curto prazo da empresa. Os índices 
de endividamento são úteis fundamentalmente quando o analista tem certeza de que a empresa 
será bem-sucedida no curto prazo.
As DREs e os BPs de 2018 e 2019 da Empresa XY estão apresentados, respectivamente, 
nas Tabelas 2, 3 e 4 para demonstrar o cálculo dos índices.
31/12/2018 AV AH 31/12/2019 AV AH
Receita de vendas $2.567.000 $3.074.000
(−) C.P.V. 1.711.000 2.088.000
(=) Lucro bruto $856.000 $986.000
(−) Despesas operacionais
Despesas de vendas 108.000 100.000
Despesas gerais e administrativas 187.000 194.000
Despesas de leasing 35.000 35.000
Despesas de depreciação 223.000 239.000
Despesas operacionais totais $553.000 $568.000
(=) Lucro operacional (Lajir) $303.000 $418.000
(−) Despesas fi nanceiras 91.000 93.000
(=) Lucro líquido antes do I.R. $212.000 $325.000
(−) Provisão para o I.R. 64.000 94.000
(=) Lucro líquido depois do I.R. $148.000 $231.000
(−) Dividendos para as ações preferenciais 10.000 10.000
(=) Lucro disponível para as ações ordi-
nárias
$138.000 $221.000
(÷) Nº de ações ordinárias emitidas 76.244 76.262
(=) Lucro por ação (LPA) $1,81 $2,90
Tabela 2 – DRE da Empresa XY. Fonte: A autora.
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Ativos 31/12/2018 AV AH 31/12/2019 AV AH
Ativo Circulante
Caixa 288.000 363.000
Títulos negociáveis 51.000 68.000
Duplicatas a receber 365.000 503.000
Estoques 300.000 289.000
Total do ativo circulante $1.004.000 $1.223.000
Ativo permanente bruto (ao custo)a
Terrenos e edifícios $1.903.000 2.072.000
Máquinas e equipamentos 1.693.000 1.866.000
Móveis e acessórios fi xos 316.000 358.000
Veículos 314.000 275.000
Outros (inclusive leasing fi nanceiro) 96.000 98.000
Total do ativo permanente bruto (ao 
custo)
$4.322.000 $4.669.000
Menos: Depreciação acumulada 2.056.000 2.295.000
Total do ativo permanente $2.266.000 $2.374.000
Ativo total $3.270.000 $3.597.000
Tabela 3 – BP da empresa XY. Fonte: A autora.
Passivo e Patrimônio líquido 31/12/2018 AV AH 31/12/2019 AV AH
Passivo circulante
Duplicatas a pagar 270.000 382.000
Títulos a pagar 99.000 79.000
Contas a pagar 114.000 159.000
Total do passivo circulante $483.000 $620.000
Exigível a longo prazo (inclusive leasing fi -
nanceiro)b
967.000 1.023.000
Total do passivo $1.450.000 $1.643.000

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