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1 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO 
APRESENTANDO CHOQUE HIPOVOLÊMICO: VISÃO INTRA HOSPITALAR 
 
NURSING PATIENT ASSISTANCE POLYTRAUMA PRESENTING HYPOVOLEMIC 
SHOCK: VISION INTRA HOSPITAL 
 
RESUMO 
 
Estudos realizados por Andrade et al (2001) dão conta de que o trauma provoca a 
morte de mais de 90 mil pessoas por ano no Brasil e faz com que mais de 200 mil 
apresentem sequelas. Um risco muito comum aos pacientes politraumatizados é o 
choque hipovolêmico, o qual deve ser reconhecido de imediato pelos profissionais 
de enfermagem e todas as medidas tomadas para que o mesmo seja freado. Para 
tanto, necessário se faz que estes profissionais saibam de todos os sintomas, bem 
como dos procedimentos a serem adotados para sanar o problema. Este artigo tem 
por objetivo, através de um estudo estritamente bibliográfico, demonstrar como se 
dá a assistência de enfermagem ao paciente politraumatizado apresentando choque 
hipovolêmico. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: POLITRAUMATIZADO. CHOQUE HIPOVOLÊMICO. 
ENFERMAGEM. 
 
 
ABSTRACT 
 
Studies by Andrade et al (2001) note that the trauma causes the death of over 
90,000 people per year in Brazil and causes more than 200,000 present 
consequences. A common risk to patients with multiple trauma is the hypovolemic 
shock, which must be recognized immediately by nursing professionals and all 
measures taken so that it is braked. To this end, we have to these professionals 
know all the symptoms as well as the procedures to be adopted to remedy the 
problem. This article aims, through a strictly bibliographical study, demonstrate how 
is the nursing care for polytrauma patient with hypovolemic shock. 
 
 
KEYWORDS: POLYTRAUMA. HYPOVOLEMIC SHOCK. NURSING. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Epidemiologicamente falando o trauma representa atualmente a terceira 
causa de morte mundial, estando tais dados diretamente relacionados com as 
2 
 
explosões demográficas e os altos índices de violência e falta de cuidado, 
principalmente no trânsito. 
Toda vítima de trauma é considerado parcialmente grave, uma vez que 
rapidamente várias partes do corpo poderão ser afetadas de forma rápida, 
colocando o paciente em risco de morte. 
Observa-se que apesar dos esforços no atendimento a vítimas 
politraumatizadas há um enorme índice de morbidade, principalmente se ocorrer 
choque hipovolêmico no decorrer do atendimento. 
Para que o atendimento aos pacientes politraumatizados seja feito de forma 
eficaz, necessário se faz que o profissional de enfermagem saiba exatamente o que 
deverá ser feito, principalmente nos casos de choque hipovolêmico. 
Conhecendo todo o processo os profissionais de enfermagem serão capazes 
de reconhecer e intervir em situações que representem risco iminente para as 
vítimas. 
 
1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
De acordo com Peduzzi (2001), a Sistematização da Assistência de 
Enfermagem (SAE) configura-se como uma metodologia para organizar e 
sistematizar o cuidado, com base nos princípios do método científico. Tem como 
objetivos identificar as situações de saúde-doença e as necessidades de cuidados 
de enfermagem, bem como subsidiar as intervenções de promoção, prevenção, 
recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade. 
Ainda para o autor, ao se desdobrar em diferentes categorias profissionais, a 
enfermagem gera dificuldades para definição de um processo de trabalho único, 
tendo em vista que cada trabalhador executa uma parcela de trabalho com 
peculiaridades de desempenho. 
Meier (2004, p. 168) afirma ser o processo de enfermagem uma tecnologia, 
assim: 
Tecnologia de enfermagem compreende o conhecimento humano (científico 
e empírico) sistematizado, requer a presença humana, visa à qualidade de 
vida e se concretiza no ato de cuidar, considerando a questão Ética e o 
processo reflexivo. Os materiais e equipamentos requerem conhecimentos 
agregados para sua aplicação, sendo assim considerados, tecnologia de 
Enfermagem. 
3 
 
 
A avaliação cuidadosa e a intervenção imediata auxiliam o paciente no 
retorno rápido, seguro e o mais confortável possível para as suas atividades 
normais, cuidados contínuos na comunidade, por meio dos cuidados domiciliares, 
visitas clínicas, visitas de consultório ou acompanhamento telefônico, facilita uma 
recuperação sem complicações. 
 
1.1 Etapas da sistematização 
 
De acordo com Almeida e Rocha (1993) a primeira etapa é a investigação ou 
coleta de dados, onde é feita uma investigação sobre o estado de saúde do paciente 
e a partir daí será possível fazer os diagnósticos de enfermagem (DE). Ela é de 
suma importância para o processo de enfermagem e constitui base para as demais 
etapas. A Investigação é dividida em duas subfases: coleta de dados e exame físico. 
É a partir da investigação que pode-se ter acesso de forma rápida às 
informações sobre o indivíduo que está sob os cuidados de enfermagem, auditar a 
prática de enfermagem e com isso identificar os acertos e erros no processo, 
qualificando a assistência prestada, bem como pesquisar em enfermagem pois, há 
qualidade e quantidade nos dados descritos. É o meio de comunicar as informações 
sobre o paciente aos outros profissionais da saúde (ALMEIDA E ROCHA, 1993). 
A segundo etapa, segundo Almeida e Rocha (1993) é o diagnóstico de 
enfermagem, o qual é reconhecido na definição da North American Nursing 
Diagnosis Association (NANDA) como “um julgamento clínico acerca das respostas 
do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas reais ou potenciais de 
saúde ou processos de vida”. 
 No entender de Ursi e Galvão (2006, p. 395), “os diagnósticos de 
enfermagem (DE) constituem a base para a seleção de intervenções de 
enfermagem, para que se encontre os resultados pelos quais a enfermagem é 
responsável”. 
A terceira etapa é o diagnóstico de enfermagem, que segundo Almeida e 
Rocha (1993, p. 54) é “uma forma de expressar as necessidades de cuidados que 
identificamos naqueles de quem cuidamos”. 
4 
 
Em 1973 a NANDA publicou sua primeira lista de diagnósticos. A 
classificação proposta pela NANDA não é a única existente. Surgiram nas últimas 
décadas várias outras classificações, em diversos países, porém, no Brasil, é sobre 
ela que existem mais estudos e bibliografias publicadas (ALMEIDA E ROCHA, 
1993). 
A quarta etapa é o planejamento da assistência de enfermagem, onde de 
acordo com Souza e Souza (2005) o planejamento de enfermagem pode ser 
descrito como a determinação do que pode ser feito para ajudar o paciente. Envolve 
metas e objetivos, o julgamento de prioridades e o desenvolvimento de métodos 
para a solução de problemas reais ou potenciais. 
O estabelecimento de metas e objetivos derivam dos DE e são estabelecidos 
para cada um dos diagnósticos listados. O plano é um documento redigido para as 
ações de enfermagem, com o objetivo de auxiliar o cuidador a prestar o cuidado de 
qualidade ao paciente. Deve ser discutido com o cliente e sua família as metas e 
objetivos, buscando assim alcançar os resultados traçados (SOUZA E SOUZA, 
2005). 
Para Souza e Souza (2005), as metas podem ser pertinentes à reabilitação, à 
prevenção, à capacidade do cliente para adaptar-se aos estressores, entre outras. 
Os objetivos são determinados pelas metas e devem ser declarados em termos de 
comportamentos observáveis. Os comportamentos em questão referem-se às 
atividades psicológicas, fisiológicas, sociais, culturais, intelectuais ou outras, cujas 
respostas possam ser observadas. 
É importante ressaltar que o planejamento dever ser descrito em frases, 
levando em consideração as metas e objetivos, e estas frases devem conter um 
realizador (paciente), um realizado ( a ação) e uma mudança de comportamento a 
ser atingida ( objetivo). O plano de cuidados de enfermagem lida com problemas 
(DE) reais ou potenciais. As ações são baseadas em princípios científicos e em 
teorias de enfermagem.O planejamento nada mais é do que a prescrição dos 
cuidados de enfermagem, identificados pela enfermeira nos DE (SOUZA E SOUZA, 
2005). 
O plano de ação é necessário porque ajuda no uso do tempo de maneira 
eficiente e organizada. Orienta a equipe para o cuidado qualificado, direcionado ao 
alcance das metas pré-definidas e contínuo a quem presta o cuidado. 
5 
 
A quinta etapa diz respeito à implementação da assistência de enfermagem, 
onde de acordo com Almeida e Rocha (1993) refere-se às ações iniciadas para a 
obtenção das metas e objetivos definidos. Ou seja, é a prestação dos cuidados de 
enfermagem, colocando em ação o plano de cuidados previamente definido e 
prescrito. A fase de implementação engloba todas as ações de enfermagem 
dirigidas à resolução dos problemas e as necessidades de assistência de saúde do 
paciente. 
As ações de enfermagem podem ser realizadas pela enfermeira que 
desenvolveu o planejamento, por outras enfermeiras, por auxiliares e técnicos de 
enfermagem e ainda pelo paciente ou sua família. 
 Para Almeida e Rocha (1993) ao planejar e implementar as ações de 
enfermagem, é importante considerar o conjunto de consequências, que podem ser 
tanto positivas quanto negativas. O conhecimento das consequências é um aspecto 
importante nessa fase, a qual está completa quando as ações de enfermagem são 
finalizadas e os resultados são registrados em relação a cada diagnóstico e seu 
devido planejamento. Não é necessário que o resultado obtido seja definitivo, isto é, 
depende do tempo que foi estipulado no planejamento, para o cumprimento das 
metas. 
A sexta etapa é a avaliação, onde de acordo com Almeida e Rocha (1993) é 
a estimativa das modificações comportamentais do paciente resultante das ações de 
cuidado. 
 Apesar da avaliação ser considerada a fase final, ela frequentemente não 
termina o processo, podendo levar a reinvestigação, replanejamento, que pode 
resultar em um novo processo de enfermagem, não na sua integridade, mas em 
parte dele onde não houveram mudanças comportamentais significativas às ações 
planejadas ou implementadas (ALMEIDA E ROCHA, 1993). 
As questões a serem levantadas na avaliação são: Foram preenchidas as 
metas e os objetivos? Houveram modificações visíveis no comportamento do 
cliente/paciente? Sim. Por quê? Não. Por que não? 
De acordo com Almeida e Rocha (1993) essas questões ajudam a enfermeira 
determinar se foram resolvidos os problemas e quais ainda devem ser 
reinvestigados ou replanejados. A enfermeira e o paciente são responsáveis pela 
avaliação dos resultados. 
 
6 
 
2 POLITRAUMATISMO 
 
De acordo com Andrade et al (2001), no Brasil o trauma provoca a morte de 
mais de 90 mil pessoas por ano e faz com que mais de 200 mil apresentem 
sequelas, uma vez que em pessoas com menos de 45 anos de idade é a primeira 
causa de mortalidade. 
Segundo Farage et al (2002), o trauma pode ser descrito como “qualquer 
agressão que acarrete lesão anatômica, comprometimento funcional ou ambos”. Por 
envolver o córtex cerebral, o tronco cerebral ou os nervos cranianos o mesmo causa 
problemas motores, falta de coordenação motora, ataxia, espasticidade ou 
hipertonia, rigidez, dentre outros. 
Costa (2009, p. 52) define paciente politraumatizado como: 
 
 
O indivíduo vítima de traumatismo de média e grande intensidade 
que atinja no mínimo dois compartimentos corporais representados 
por crânio, tórax, abdome, coluna vertebral e extremidades exigindo 
necessidade imperiosa de intervenção cirúrgica com objetivo de 
salvar a vida ou recuperar funções orgânicas bem como do aparelho 
locomotor. 
 
 
Ainda de acordo com o autor, para um atendimento eficaz necessário se faz 
que haja uma avaliação rápida e sistemática das lesões, sendo as medidas 
terapêuticas aplicadas de imediato. 
Andrade et al (2001) afirma que a avaliação inicial deve consistir de: exame 
primário ou reanimação, medidas auxiliares ao exame primário e reanimação, exame 
secundário, reavaliação e cuidados definitivos. 
No exame primário devem ser priorizados: vias aéreas com proteção da 
coluna cervical, respiração e ventilação, circulação com controle da hemorragia, 
avaliação neurológica e exposição controle ambiente (ANDRADE et al, 2001). 
Os passos a serem seguidos, de acordo com os autores chamam-se ABCD 
do trauma, sendo que as primeiras letras definem cada passo do procedimento com 
os nomes em inglês, assim, de acordo com o quadro abaixo pode-se observar: 
 
PASSOS DEFINIÇÃO 
Passo A (Airway) Avaliação de vias aéreas com controle cervical 
7 
 
Passo B (Breathing) Avaliação da respiração (existência de qualidade) 
Passo C (Circulation) Avaliação da circulação com controle de hemorragias 
Passo D (Disability) Avaliação do estado neurológico 
Passo E (Exposure) 
Quadro 1: Passos da abordagem primária ABCD 
Fonte: Manual de defesa civil do estado do Paraná, 2007. 
 
 
 
A reanimação é descrita por Beserra et al (2008) como sendo o momento de 
identificar os riscos o mais rápido possível e monitorá-los, observando se há indícios 
de parada respiratória e se preciso for fazer compressões no tórax. 
A avaliação secundária de acordo com os autores é a que tem por finalidade 
verificar se há lesões por todo o corpo, os quais não foram vistos no exame primário, 
devendo o mesmo ter início logo após a finalização da abordagem primária. O 
tratamento definitivo é desenvolvido em unidade hospitalar logo após a identificação 
das lesões e tratamento emergencial das mesmas. 
 
3 CHOQUE HIPOVOLÊMICO E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
De acordo com dados do Ministério da Saúde (2012), a maioria dos indivíduos 
atendidos em urgência e emergência com politraumatismo evoluíram com choque 
hipovolêmico e foram a óbito sem que o mesmo fosse identificado. 
Cecil (2008, p. 48) descreve o choque hipovolêmico como sendo: 
 
Uma condição clínica em que o sistema cardiovascular fica impossibilitado 
de manter a perfusão tecidual adequada, causando graves danos ao 
metabolismo celular. A demora no seu reconhecimento e tratamento 
predispõe a falência múltipla dos órgãos e a morte. 
 
 
Assim sendo, necessário se faz que o profissional de enfermagem tenha 
conhecimentos suficientes para que o mesmo seja capaz de identificar tal situação, 
fazendo com que a vida do paciente seja preservada. 
Para Cecil (2008, p. 438) a hemorragia é a maior causa de choques 
hipovolêmicos, principalmente nos órgãos internos, já o choque não hemorrágico 
“pode ocorrer por diarréia de difícil controle, poliúria, queimaduras extensas e 
desidratação”. 
8 
 
Afirma o autor que para um atendimento eficaz é necessário identificar o 
choque precocemente e fazer uma estabilização hemodinâmica, sendo de suma 
importância que o profissional de enfermagem faça a compressão da lesão e alinhe 
o membro em caso de fraturas para assim controlar o sangramento, evitando o 
choque. 
Cecil (2008) atenta para o fato de que a gravidade do choque será 
determinada pela quantidade de sangue perdido, devendo-se observar a perda 
sanguínea e dar início ao tratamento adequado, bem como avaliar a resposta 
volêmica. 
Andrade et al (2001) registra a importância do profissional de enfermagem em 
identificar os sinais de choque hipovolêmico, onde devem ser observados se o 
paciente encontra-se em estado de ansiedade, seguido de confusão mental. No 
caso de hemorragias observar se a pele está pálida e fria, o que seria um sinal de 
que os mecanismos compensatórios do organismo do paciente estariam reagindo, 
no intuito de garantir a condução de sangue para órgão como o coração, cérebro e 
pulmão. 
Igualmente importante de acordo com Andrade et al (2001) é observar a 
sensibilidade à isquemia, caso ocorra e o processo não seja revertido o paciente 
apresentará queda de pressão, aumento da retenção de sódio e água pelos rins. 
Para o autor: 
 
A hipoperfusão decorrente mecanismo compensatório muda o metabolismocelular o aeróbico para o anaeróbico, provocando diminuição de energia 
necessária para a atividade celular. A permeabilidade da membrana celular 
fica alterada, favorecendo a entrada de sódio e água na célula, levando 
potássio e ácido lático para o sangue. A partir daí, a acidose metabólica se 
instala, juntamente com o edema celular. A célula comprometida se rompe e 
libera lisozima, esta por sua vez, induz a um processo de autodigestão 
celular, causando a morte celular, e posteriormente, a falência de múltiplos 
órgãos, levando o paciente a morte. 
 
 
É preciso que o profissional de enfermagem atente para o fato de que alguns 
fatores podem confundir a identificação dos sinais de choque, o que poderá provocar 
a morte do paciente, sendo assim necessário se faz que o profissional de 
enfermagem realmente tome consciência de todos os sintomas que podem 
representar perigo para o paciente no que diz respeito ao choque hipovolêmico. 
9 
 
Para Carpenito (2002) no que diz respeito à fisiopatologia, pode-se afirmar 
que quando ocorre a hemorragia o corpo humano ativa quatro sistemas fisiológicos: 
hematológico, cardiovascular, renal e neuroendócrino. Ao fazer isso o sistema 
hematológico contrai os vasos da hemorragia e ativa as plaquetas; o sistema 
cardiovascular estimula o sistema nervoso central, momento em que há um aumento 
da freqüência cardíaca e vasoconstrição periférica; os rins tendem a absorver uma 
maior quantidade de sódio e água; o sistema neuroendócrino faz com que haja um 
aumento de reabsorção de água e sal. 
Não só essas manifestações clínicas são observadas, podendo também de 
acordo com o autor serem observados psiquismo, alterações na pele , circulação e 
respiração. 
Carpenito (2002) atenta para o fato de que no psiquismo observa-se uma 
apatia precedida de angústia e agitação, por parte do paciente. A pele poderá ficar 
fria, principalmente nas extremidades, pálida, com turgor cutâneo diminuído. A 
pulsação fica rápida, fraca e irregular, podendo ocorrer hipotensão sistólica e 
diastólica, bem como pressão venosa central baixa. A respiração torna-se curta, 
irregular e rápida. 
 
 
10 
 
Figura 1: Choque hipovolêmico 
Fonte: Cecil, 2008. 
 
 
 
Segundo Cecil (2008) nos casos de necessidade de sedação do paciente é 
fundamental que o profissional de enfermagem conheça as ações e efeitos 
colaterais da droga a ser utilizada. 
 
 A reposição volêmica é feita por meio da infusão de soluções intravenosas 
como ringer lactato e soro fisiológico 0,9%. Ao instalar os dois acessos 
venosos periféricos, é necessário atentar para o calibre dos cateteres 
periféricos (14G ou 16G), sempre na região antecubital. O controle do 
débito urinário é um parâmetro essencial de resposta ao tratamento do 
choque, sendo importante que o profissional de enfermagem realize a 
sondagem vesical de demora (SVD) assim que possível (CECIL, 2008, p. 
458). 
 
 
Igualmente importante de acordo com o autor são os exames laboratoriais, os 
quais devem ser coletados pelo profissional de enfermagem e observados os 
resultados para que não ocorra o agravamento do quadro e consequente morte do 
paciente. 
Outro fator importante para Cecil (2008) é a monitorização dos sinais vitais, 
nível de consciência, aquecimento do paciente e ministrar drogas inotrópicas e 
vasoativas. Como forma de tratamento Carpenito (2002) cita a necessidade de se 
restaurar o volume vascular, redistribuir o volume hídrico e corrigir a causa básica. 
 Cecil (2008) afirma que no tratamento de causa básica a primeira coisa a ser 
feita é interromper a hemorragia o mais rápido possível, senão através da 
compressão do local utilizando-se a cirurgia. Em caso de hipovolemia por diarréia ou 
vômito deverá ser ministrado medicamento. 
Nos casos de reposição hídrica e sanguínea o primeiro passo, de acordo com 
o autor, é colocar dois acessos intravenosos, os quais servirão como meios a serem 
utilizados para administrar líquidos e derivados do sangue. 
 
Ringer lactato e cloreto de sódio: são líquidos cristalóides, isotônicos, que 
se deslocam livremente entre os compartimentos líquidos do corpo, não 
permanecendo no sistema vascular. Colóides: albumina e dextran a 6 %. O 
dextran não é indicado se a causa do choque hipovolêmico for hemorragia, 
pois ele interfere com a agregação plaquetária. E a albumina, expande 
rapidamente o volume plasmático, porém depende de doadores humanos. 
Derivados do sangue: só podem ser usados se a causa do choque for uma 
hemorragia. A papa de hemácia é dada para melhorar a capacidade de 
transporte de oxigênio do paciente e juntamente com outros líquidos que 
11 
 
irão expandir o volume. Auto transfusão: coleta e retransfusão do próprio 
sangue do paciente, e pode ser realizada quando o paciente está 
sangrando para dentro de uma cavidade fechada, como tórax ou abdome 
(CECIL, 2002, p. 479). 
 
 
No que diz respeito à redistribuição de líquidos o paciente deve ser 
posicionado de forma correta, elevando-se as pernas do mesmo, onde o retorno 
venoso será beneficiado, conforme Cecil (2002). 
Em caso de hipovolemia por desidratação deverão ser prescritos 
medicamentos, por exemplo, insulina, bem como medicamentos para diarréia e 
vômito. 
Nos casos de choque hipovolêmico, segundo Cecil (2002), o profissional de 
enfermagem deverá remover imediatamente o que está causando o choque 
hipovolêmico, estancar a hemorragia, repor o volume de líquidos, em caso de 
hemorragia grave fazer transfusões de sangue, fornecer aporte calórico, reposição 
hídrica oral, observar a pressão venosa jugular. 
Cecil (2008), no que diz respeito à resposta hipovolêmica, afirma que são de 
três tipos: resposta rápida, resposta transitória e resposta mínima ou ausente. A 
resposta rápida ocorre com um pequeno número de pacientes, os quais respondem 
rapidamente à reposição volêmica, permanecendo com os sinais vitais normais, 
ocorrendo normalmente com perdas volêmicas menor do que 20%. A resposta 
transitória abrange pacientes que tiveram uma perda volêmica de 20 a 40%, à 
medida que se reduz a velocidade de infusão, a perfusão periférica piora, fazendo 
com que os sinais vitais e a diurese se alterem, o que significa sangramento 
persistente ou reanimação inadequada. No caso da resposta mínima ou ausente, a 
mesma ocorre em uma pequena porcentagem de pacientes, indica um forte 
sangramento ou falência do coração. Para reanimação é necessário intervenção 
cirúrgica. 
Para Cecil (2008), o choque é uma característica grave e denota perigo de 
vida, assim sendo, todo paciente politraumatizado que se encontrar na sala de 
emergência com sintomas de palidez ou frio e com taquicardia, deve ser encarado 
como um paciente em choque e tratado como tal. O tratamento deve se basear no 
Choque Hemorrágico, pois perfaz 90% dos estados de choque, então inicia-se a 
infusão de líquidos em bolo e rapidamente. 
12 
 
O objetivo do tratamento do Choque é restabelecer a perfusão orgânica e a 
oxigenação tecidual, avaliadas posteriormente pela normalização do débito urinário, 
da função do sistema nervoso central, da cor da pele, da freqüência cardíaca e 
respiratória, e da pressão arterial. 
De acordo com Cecil (2008), quando o doente não responde ao tratamento, 
considere a possibilidade de existir perdas volêmicas não reconhecidas, Choque 
Cardiogênico-Tamponamento Cardíaco, Contusão Miocárdica, IAM ou Pneumotórax 
Hipertensivo; Choque Neurogênico ou Distensão Gástrica. Nestes casos a 
reavaliação do paciente deve ser constante e o diagnóstico do tipo e da gravidade 
do Choque deve ser reconsiderado. 
O choque hipovolêmico pode ser caracterizado por quatro estágios, de acordo 
com Cecil (2008), conforme quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
Quadro 2: Classificação do choque hipovolêmico 
Fonte: Cecil (2008). 
 
 
13 
 
Na classe 1 estão enquadrados os pacientes com perda sanguínea de até 
750 ml, ou seja, até 15%, com freqüência cardíaca menorque 100, pressão arterial 
e preenchimento capilar normais, débito urinário 30 ou mais ml/hora, estado mental 
ligeiramente ansioso, fluidoterapia crislalóide (CECIL, 2008). 
Na classe 2 estão enquadrados os pacientes com perda sanguínea entre 750 
e 1500 ml, ou seja, entre 15 e 30%, com freqüência cardíaca menor que 100, 
pressão arterial normal e preenchimento capilar diminuído, débito urinário entre 20 e 
30 ml/hora, estado mental moderadamente ansioso, fluidoterapia crislalóide (CECIL, 
2008). 
Na classe 3 estão enquadrados os pacientes com perda sanguínea entre 
1500 e 2000 ml, ou seja, entre 30 e 40%, com freqüência cardíaca menor que 120, 
pressão arterial diminuída e preenchimento capilar diminuído, débito urinário entre 5 
e 15 ml/hora, estado mental ansioso confuso, fluidoterapia crislalóide colóide 
(CECIL, 2008). 
Na classe 4 estão enquadrados os pacientes com perda sanguínea maior que 
2000 ml, ou seja, maior que 40%, com freqüência cardíaca menor que 140, pressão 
arterial diminuída e preenchimento capilar diminuído, débito urinário praticamente 
ausente, estado mental confuso letárgico e fluidoterapia crislalóide colóide (CECIL, 
2008). 
 
CONCLUSÃO 
 
Por ser o politraumatismo uma das maiores causas de morbidade mundial, 
necessário se faz que os profissionais de enfermagem tenham conhecimento de 
todo procedimento a ser adotado nestes casos, principalmente quando os mesmos 
envolverem choque hipolovêmico. 
Os pacientes quando recebem atendimento inicial de forma correta e rápida 
têm sua sobrevida aumentada significativamente, onde deve ser utilizado o método 
ABCDE como atendimento pré hospitalar, e posteriormente dar-se-á continuidade à 
assistência através de avaliação secundária da vítima. 
No que diz respeito ao choque hipovolêmico, necessário se faz que os 
profissionais de enfermagem tenham conhecimento suficiente para um atendimento 
eficaz, onde o seu reconhecimento precoce é determinante para corrigir as 
disfunções por ele provocadas e salvar a vida do paciente. 
14 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. C. P.; ROCHA, U. S. Y. O saber da enfermagem e sua dimensão 
prática. São Paulo: Cortez, 1993. 
ANDRADE, A. F., MARINO, R. J., MIURA, F. K., CARVALHAES, C. C., TARICO, M. 
A., LÁZARO, R. S. Diagnóstico e conduta no paciente com traumatismo 
cranioencefálico leve. Sociedade Brasileira de Neurocirurgia; 2001. Projeto 
diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. 
 
BESERRA. R. M. Atendimento sequenciado: às Emergências Pré-hospitalares com 
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