Buscar

Seminário - Trabalho Escrito Bartleby

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Faculdades João Paulo II 
Curso de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo 
Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania 
 
Prof.: Alexandre G. Maluf 
Acadêmicos: Bruna Lopes, Diego Prates, Gabriela Schramm, Thalya Ghisio, Ingridh 
Dier. 
 
 
Sumário 
 
Introdução ......................................................................................................................... 1 
Biografia do autor ............................................................................................................. 2 
Contexto histórico ............................................................................................................. 2 
Estilo literário ................................................................................................................... 2 
Análise de Bartleby (a negação) ....................................................................................... 3 
Análise do advogado (a compaixão) ................................................................................ 4 
 
 
Introdução 
O escrevente trata-se de um conto remetendo ao estilo literário absurdista 
referindo-se às ideias e preposições sem sentido. O conto traz a história de um simples e 
confiável escritório de advocacia situado na famosa Wall Street, comandado pelo 
advogado e que é o narrador da história que emprega dois copistas, Nippers e Turkey, e 
o officie boy Ginger Nut. Mesmo com a divisão de trabalho entre seus funcionários, com 
a demanda de cópias a serem feitas o trabalho aumenta levando o advogado a publicar 
um anúncio procurando um terceiro copista, é quando Bartebly aparece disposto a assumir 
o cargo. O advogado aparentemente desesperado, o contrata. De início Bartebly 
demonstra-se um funcionário excelente, executando suas tarefas com calma e maestria, 
trabalhando pelo dois outros copistas, por assim dizer, revelando-se eficiente e 
interessado, como se tivesse sede de trabalho. Certo dia, o narrador pede a Bartebly que 
o ajudasse a conferir alguns documentos, quando o jovem simplesmente responde: 
“Preferia não”, sendo essa a primeira de muitas recusas de pedidos que a ele foram 
solicitados sempre seguido da mesma resposta “Preferia não”. 
 
Biografia do autor 
Herman Melville nasceu em 1º de agosto de 1819 em Nova York, em uma 
família de origens inglesas e holandesa, em 1830 o pai de Melville veio a falecer e ele 
teve que largar os estudos aos 15 anos para auxiliar no sustento da família, tendo várias 
ocupações como bancário, vendedor de peles na loja de seu irmão, professor e colono. 
Passou 5 anos da sua vida em viagens, trabalhando em navios e escrevendo alguns livros, 
sendo entre eles. As histórias de aventura de Taipi (sua primeira obra) que lhe rendeu 
sucesso imediato e um vasto público. Em 1847 casou-se e mudou-se para uma fazenda, 
no estado norte-americano de Massachusetts, onde começou a escrever Moby Dick, 
considerado por inúmeros estudiosos como um dos romances mais importantes da 
literatura ocidental. Nos seus últimos anos de vida, Melville abandonou a escrita em prosa 
(assim como abandonara a ideia de uma carreira bem-sucedida de escritor), dedicando-se 
apenas a versos, incluindo poemas sobre busca religiosa. Morreu em Nova York, sua 
cidade natal, em 28 de setembro de 1891, deixando alguns manuscritos incompletos. 
 
Contexto histórico 
A história se passa em nova Iorque, na metade do século 19, ano 1850, em uma 
rua chamada Wall Street (rua de muro), que é um lugar um tanto quanto estranho, pois ao 
mesmo tempo que é uma rua cheia de pessoas obcecadas pelo trabalho, é também o 
símbolo do capitalismo financeiro. Naquela época era comum o emprego de pessoas que 
faziam cópias a mão de documentos, pois não existiam máquinas copiadoras. Bartleby 
trabalha nessa rua de lógica torta: a rua que possibilitou que tantos ricos preferissem não 
fazer mais as coisas, não mais lidar com funcionários, não mais produzir. O advogado do 
conto chega a dizer que "nada irrita mais uma pessoa honesta do que a resistência 
passiva", e por conta dessa resistência, alguns críticos chegam a comprá-lo a Gandhi 
(principal personalidade da independência da Índia, então colônia britânica. Ganhou 
destaque na luta contra os ingleses por meio do seu projeto de não violência) 
 
Estilo literário: Absurdismo 
O absurdo é o termo literário usado para definir o que fica depois de nós nos 
perguntamos qual o sentido da existência, este termo está relacionado com 
existencialismo francês- que para os filósofos existencialistas prega que o ser humano 
possui liberdade incondicional- essa linha filosófica diz que há uma tendência humana de 
buscar o significado da vida, gerando um conflito, já que seria “humanamente 
impossível” de encontra-lo. Ele é ao contrário, resultado da contrariedade inerte ao 
convívio do espírito com o mundo. Contando com alguns principais escritores que 
aderiram a essa teoria absurdista para escrever suas obras, entre eles estão: Albert Camus, 
escritor, filósofo e romancista, famoso por sua obra “O estrangeiro” seu trabalho baseava-
se na consciência do absurdo da condição humana e na revolta como uma resposta para 
esse absurdo. O universo de Camus, é um mundo feito de despropósitos, onde nada tem 
valor ou sentido. Franz Krafka, que para ele o absurdo consistia na incomunicabilidade 
do homem com o homem, formando relações pessoais “sem” sentido impostas por 
circunstâncias alheias ao homem. 
O sentido da vida: De acordo com o absurdismo, os homens têm tentado 
encontrar o sentido para suas vidas ao longo de toda a sua história. Esta busca costumava 
a resultar um uma das duas conclusões: ou que a vida não tem sentido, ou a vida contém 
nela um propósito definido por uma força maior, uma crença em Deus, ou a aderência a 
alguma religião ou outro conceito absurdo. 
Ilusão: Camus percebe que se preencher a falta de alguma crença é um ato e 
ilusão; isto é, evitar contornar ao invés de reconhecer e abraçar o absurdo. Para Camus a 
ilusão é uma falha fundamental na religião, no existencialismo. Se o indivíduo escapa do 
absurdo, então ele não poderá confronta-lo. 
Deus: Camus, sugere que acreditar em Deus é “negar um dos termos de 
contradição’’ entre a humanidade e o universo (portanto não-absurdo). Sentido pessoal: 
Para Camus, é a beleza que as pessoas encontram na vida que a faz valer a pena. As 
pessoas podem criar um sentido para suas vidas, que não pode ter um sentido 
filosoficamente objetivo, mas ainda assim pode prover algo pelo que lutar. Entretanto, 
que deve sempre manter uma distância entre esse significado inventado e o conhecimento 
do absurdo, de formaque o significado não tome o lugar do absurdo. 
 
Análises de Bartleby 
Bartleby era um sujeito misterioso, sem pistas sobre o seu passado. Tudo o que sabemos 
sobre ele é o que o narrador nos apresenta, baseando-se no que viu e conheceu dele. Ao 
abrir uma oportunidade de emprego para o cargo de copista em seu escritório, o narrador 
recebe a candidatura de “um jovem quieto […], figura pouco arrumada, apresentada de 
forma lamentável […] um homem cujo aspecto era de uma sobriedade tão particular 
[…]”. 
No decorrer da trama, Bartleby muda de um estado produtivo de trabalho para um estado 
gradativo de recusa das atividades, com a simples frase: “prefiro não fazer”. Com o 
aprofundamento do processo, o narrador acaba por se afastar fisicamente de Bartleby. 
Com o tempo, Bartleby é designado à prisão, e, por fim, vem a falecer. No final da trama, 
o narrador relata um boato que veio a escutar sobre o passado do escrivão: ele era um ex-
funcionário de um departamento de “cartas perdidas” e, através dele, muitas histórias, 
sem encontrar seu destino, se perdiam para sempre. 
Neste contexto, Carolina Ponzi traz uma reflexão importante sobre dois estados 
patológicos da mente humana, onde a analogia com a obra de Melville ajuda no processo 
de compreensão dos mesmos.O primeiro estado seria a melancolia, transtorno conhecido desde Hipócrates, porém de 
difícil identificação, podendo ser confundido com depressão ou estado de luto. Para 
Freud, as principais demonstrações sintomáticas da Melancolia são desânimo, perda de 
interesse pelo mundo externo, o que envolve a cessação e quaisquer atividades; perda da 
capacidade de amar, diminuição dos sentimentos de autoestima. 
O segundo estado seria a Síndrome de Cotard, descrita em 1880 pelo psiquiatra Jules 
Cotard. Também conhecida como Delírio de Negação, possui como sintomas são a 
negação do corpo, seus órgãos são descritos como inexistentes, podres ou extraídos, 
usualmente; dos objetos fora do campo de visão do paciente; ou também do mundo a sua 
volta, é comum que afirmem a inexistência de amigos, familiares ou de quaisquer outros 
objetos ligados ao mundo externo. 
Conforme relato do narrador: “Imagine um homem que é, por natureza ou má sorte, 
sujeito a uma triste desesperança; poderia algum emprego parecer mais adequado para 
aumentá-las [...]” 
 
Análises do advogado 
Ao contratar um novo copista para seu escritório, o advogado de sessenta nãos 
não imagina sequer por um segundo como seria confrontado posteriormente, no âmbito 
de suas crenças e valores. Logo na primeira negação que Bartleby faz ao seu chamado, 
ele fica perplexo e consternado, mas teve algo que o impediu de colocar Bartleby para 
fora do escritório. Um sentimento muito estranho e que ele não podia compreender. 
Mesmo que a tarefa a ser desempenhada pelo escrevente fosse legítima se ele a fizesse. 
Na segunda tentativa de obter ajuda de Bartleby, ele começa a duvidar de sua petição (se 
era realmente comum, legítima, aceitável), então convoca os outros funcionários para 
com ele reforçar o tom razoável de seu pedido, e que nada tinha de ofensivo para merecer 
ser recusado. 
Com a atitude Bartleby, o advogado começa a pôr em xeque suas crenças sobre si mesmo, 
se é um homem bom realmente, se ele é contido e não se deixa levar por tentações de 
acessos de raiva. 
Voltando ao escritório quando Bartleby não estava mais lá e examinando como as coisas 
estavam dispostas no escritório, deu-se a entender que o copista havia feito do local de 
trabalho o seu próprio domicílio. O prédio que durante a semana era muito movimentado, 
aos domingos, no entanto, era silencioso e solitário de se ficar, o advogado fica muito 
constrangido e com dó da situação em que Bartleby se encontrava. 
Diante de tamanha calamidade humana, o advogado é tomado por um sentimento jamais 
vivido anteriormente. Naquele momento teve uma afinidade com Bartleby, o advogado 
viu que ambos eram nada mais que humanos, dignos de amor fraterno e compaixão, e viu 
que Bartleby não recebia de ninguém tais sentimentos, talvez fosse este um dos motivos 
de ser assim. 
A partir deste momento, o advogado revela um turbilhão de sentimentos e reflete sobre o 
que sente a respeito de Bartleby: ora melancolia e piedade, ora medo e repulsa. 
Melancolia e piedade por se sensibilizar com a condição quase desumana desse homem 
e medo e repulsa de si mesmo por não conseguir levar uma ajuda efetiva à ele, visto que 
o que se passava com Bartleby o material já não podia suprir, era sua alma que sofria, e 
essa o advogado não conseguia atingir. 
Para pôr um fim aos desconfortáveis boatos que surgiram em decorrência da estadia 
permanente de Bartleby no escritório, o advogado decide deixar o local e alugar uma nova 
sala. 
Essa decisão de “abandonar” o escrevente deixava cada vez mais o advogado com peso 
na consciência. Mas por que razão? Porque a situação de Bartleby incomodava tanto o 
advogado? Por acaso ele ainda era seu empregado ou alguém responsável por ele? O 
escrevente se negava dia após dia se retirar do local. A atitude de ele mesmo se retirar 
parecia razoável, mas a ideia de deixa-lo ali, sem nada ao redor, e sabendo que ele não se 
retiraria por conta própria e ficaria como se fosse o único móvel que havia sido deixado 
para trás, era uma ideia desumana demais. Era esse o peso na consciência do advogado. 
Bartleby não era mais seu empregado, ele era nada além de outro homem, um ser humano. 
O advogado, num ato de compaixão, até cogita levar o escrevente para morar em sua 
própria casa para tirá-lo dessa situação. A maioria de nós não quer se envolver com 
alguém que não significa nada para nós, um estranho. 
Mas existe uma questão: há alguém, realmente, que não signifique nada para nós? O 
advogado recorda uma passagem bíblica que diz “um novo mandamento vos dou: que 
amem uns aos outros”. O significado da história possivelmente seria o de que quando se 
ama o outro é o que faz o homem ser humano de verdade. Essa história é sobre o amor 
que um homem deve ao outro apenas pelo fato de ele ser humano e não um animal. Se 
trata da bondade que muitas vezes podíamos oferecer, mas recusamos. Esse sentimento 
que nos toma quando vemos alguém em apuros, sentimos que devemos ajudar, mas temos 
o impulso de virar as costas para resolver nossos problemas, damos a desculpa de que não 
temos tempo. Este é um problema tremendamente importante, não só para o advogado, 
mas para todos nós. É um dos grandes problemas da humanidade. Este conto reflete o 
desespero e o desprezo pela hipocrisia humana e pelo materialismo que o possuí cada vez 
mais a nossa sociedade. 
Embora dissesse a si mesmo que havia feito de tudo para solucionar o caso de seu antigo 
funcionário, o advogado ao final sente que poderia ter feito mais por ele.

Continue navegando