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Civil VI_Sucessão dos descendentes e ascendentes

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Civil VI 
Sucessão legítima: ordem de vocação hereditária. Formas de suceder e de partilhar. Sucessão em linha reta: sucessão dos descendentes. Herança iure propriu e iure representationis. Sucessão do cônjuge em concorrência com descendentes. 
Exclusão de herdeiros necessários: indignidade e deserdação. Causas, conseqüências, procedimento, representação.
Sucessão legítima. Sucessão dos ascendentes. Sucessão dos cônjuges em concorrência com os ascendentes. Sucessão dos cônjuges sem concorrência. 
VII - VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
		 - DESCENDENTES	HERDEIROS NECESSÁRIOS (art. 1845)
HERDEIROS - ASCENDENTES	 Porque não podem ser excluídos da 
LEGÍTIMOS	 - CÔNJUGE		 sucessão, a não ser por deserção ou
		 - COLATERAIS ATÉ 4° GRAU			 por indignidade
- HERANÇA IURE PROPRIO (art. 1798)
- HERANÇA IURE REPRESENTATIONS: arts. 1852 e 1853
ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (art. 1829)
- A ordem de vocação hereditária é a relação preferencial, estabelecida em lei, das pessoas que são chamadas a suceder o finado. 
- REGRA: A relação da ordem de vocação hereditária é PREFERENCIAL porque a existência de herdeiros de uma classe EXCLUI O CHAMAMENTO À SUCESSÃO DOS HERDEIROS DA CLASSE SUBSEQÜENTE, ressalvada a situação do CÔNJUGE, que concorre com os descendentes e com os ascendentes.
 Portanto, a ordem de vocação hereditária é:
1) Descendentes (concorre com o cônjuge em algumas situações)
2) Ascendentes (concorre com o cônjuge em qq regime de bens)
3) Cônjuge
4) Colateral até 4° grau
- Ex.: Se o de cujus, que não tem cônjuge, deixa descendentes e ascendentes, os primeiros herdam tudo e os últimos nada, pois a existência de herdeiros da classe dos descendentes exclui da sucessão os herdeiros da classe ascendente.
- EXCEÇÕES:
1) Concorrência do cônjuge com herdeiros da 1ª e 2ª classe
2) Outra exceção decorre do art. 17 do Decreto-lei n° 3.200/41, que veio a criar, em favor da mulher brasileira, casada com estrangeiro por outro regime que não o da comunhão universal de bens, um direito sucessório de caráter limitado, simultâneo ao direito conferido aos outros herdeiros de seu marido.
- A SUCESSÃO LEGÍTIMA é aquela que (1) decorre da LEI ou que (2) é aplicada quando o TESTAMENTO é revogado, caduca ou a herança não é integralmente contemplada pelo testamento.
- ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (art. 1829): 
 É a RELAÇÃO PREFERENCIAL, estabelecida pela lei, das pessoas que são chamadas a suceder o finado (Sílvio Rodrigues)
 É a DISTRIBUIÇÃO DE HERDEIROS EM CLASSES PREFERENCIAIS, conjugando as 2 idéias de GRAU e de ORDEM
- CLASSES: Descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais
 A idéia predominante é a do PARENTESCO. 
 Justificativa predominante para prevalência destas classes: baseada na vontade presumida do falecido de deixar sua herança para os parentes + próximos. Na falta de todas as anteriores, a herança vai para o M.
- GRAU: É a DISTÂNCIA EM GERAÇÕES, que se conta de um parente a outro e, por extensão, denomina-se GRAU DE PARENTESCO O NÚMERO DE GERAÇÕES QUE SEPARAM PESSOAS PARENTES (Caio Mário)
 Contam-se os GRAUS na linha reta, encontram-se as gerações subindo (linha ascendente) ou descendo (linha descendente) e o parentesco se mede por graus, quantas sejam as gerações: por exemplo, de pai para filho, uma geração de 1 grau. Na linha colateral, mede-se o parentesco subindo por uma das linhas até encontrar o ascendente comum e, em seguida, desce-se pela outra linha até encontrar o parente cujo grau se pretende determinar. 
 Na nossa legislação, foi limitada a ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA até o 4° GRAU (ou seja, até os primos)
- Firmou-se assim o entendimento de que AS CLASSES + VIZINHAS EXCLUEM AS + REMOTAS e que OS GRAUS + PRÓXIMOS EXCLUEM OS + REMOTOS (art. 1836 §1° e 1840)
- O cônjuge figura em 3° lugar na ordem de vocação hereditária
 A legislação civil atribuiu ao casado sob qq regime o DIREITO REAL DE HABITAÇÃO (art. 1831)
VIII - DIREITO PRÓPRIO. DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
- DIREITO PRÓPRIO: Quando o herdeiro é chamado diretamente à sucessão, em virtude da proximidade de seu parentesco com finado ou por força da sua condição de cônjuge, herda por direito próprio
- DIREITO DE REPRESENTAÇÃO: Quando O HERDEIRO REPRESENTA UM ASCENDENTE PRÉ-MORTO, que seria o herdeiro se estivesse vivo, herda por direito de representação. Previsão legal: art. 1851, CC
 A REPRESENTAÇÃO é uma FICÇÃO DA LEI, cujo efeito é permitir a entrada do representante no lugar e nos direitos do representado, a fim de impedir principalmente que os netos fossem excluídos da herança do avô quando seu pai havia falecido anteriormente e justamente quando precisavam de maior amparo por não terem mais pai.
 Só se dá na LINHA RETA DESCENDENTE, nunca na ascendente (art. 1852). 
 Na linha COLATERAL, somente se dá na SUCESSÃO DE IRMÃOS EM FAVOR DOS FILHOS DO IRMÃO PRÉ-FALECIDOS, quando com irmão deste concorrerem (art. 1853). A hipótese ocorre quando na sucessão de irmãos os tios concorrem com os sobrinhos, neste caso os sobrinhos, apesar de estarem no mesmo n° de graus, recolhem a herança na forma do art. 1843. 
 Os representantes herdam em PARTES IGUAIS e HERDAM AQUILO QUE HERDARIA O REPRESENTADO (art. 1854)
 Aquele que RENUNCIAR à herança, PODERÁ REPRESENTÁ-LA NA SUCESSÃO de outra. Ex.: Filho renunciou à herança do pai mas poderá vir representado o pai na herança do avô
 Ninguém pode suceder representando HERDEIRO RENUNCIANTE (art. 1811)
 Exceção: (1) Se for o ÚNICO LEGÍTIMO de sua classe ou (2) se TODOS DA MESMA CLASSE RENUNCIAREM poderão vir os filhos por DIREITO PRÓPRIO E POR CABEÇA
 Os HERDEIROS DO INDIGNO sucedem como se ele fosse morto (art. 1816) porque SÃO PESSOAIS OS EFEITOS DA EXCLUSÃO DA HERANÇA. Assim, se a pessoa foi excluída da sucessão como indigna é considerada PRÉ-MORTA e, portanto, seus sucessores poderão exercer o direito de representação.
 Decorre da existência do direito de representação que PESSOAS DE DIFERENTES GRAUS DE PARENTESCO VENHAM A CONCORRER NA MESMA SUCESSÃO. Ex: Se os netos vêm representando o pai pré-morto na herança do avô Os filhos são herdeiros de 1° grau na linha descendente enquanto que os netos são herdeiros de 2° na linha descendente Neste caso a SUCESSÃO far-se-á por ESTIRPE, que ocorre quando concorrem, na mesma sucessão, descendentes que tinham com o de cujus parentesco diferentes (Wald). 
 Na SUCESSÃO POR ESTIRPE a partilha, em vez de se fazer igualmente entre pessoas, FAZ-SE ENTRE CERTOS GRUPOS DE DESCENDENTES, grupos constituídos pelos descendentes do herdeiro do grau + próximo. Teremos então tantas quotas quantas forem as estirpes (Wald).
 A SUCESSÃO POR CABEÇA dá-se quando TODOS OS HERDEIROS SÃO DO MESMO GRAU, ou seja, a cada herdeiro do mesmo grau corresponde uma QUOTA IGUAL DA HERANÇA.
 Na hipótese de os SUCESSORES serem os ASCENDENTES, de acordo com o art. 1836 §1°, CC, O GRAU + PRÓXIMO EXCLUI O + REMOTO sem distinção de linhas.
 No caso dos ASCENDENTES serem os HERDEIROS e existirem ASCENDENTES DO LADO PATERNO E DO LADO MATERNO, A DIVISÃO DA HERANÇA FAR-SE-Á POR LINHAS PARTINDO-SE ENTRE 2 LINHAS MEIO A MEIO (art. 1836 §2°).
IX - DIREITO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE
 A HERANÇA difere da MEAÇÃO
 MEAÇÃO: 
- É a parte de cada cônjuge no patrimônio comum
- É apurada com o desfazimento da sociedade conjugal, pela morte ou não
- Não existe renúncia a meação
- Não incide imposto de transmissão sobre a meação mencionada no inventário porque não é patrimônio transmitido;
	Qualquer que seja o regime de casamento e sem prejuízo da participação que caiba na herança, o cônjuge sobrevivente possui o DIREITO REAL DE HABITAÇÃO (art. 1831)
						 Sobre o imóvel destinado à família
						 Único bem imóvel a inventariar
REGIME		DIREITO DO VIÚVO
 CTB			50% meação
 STB				-
 SOB	Terá direito a 50% dos bens adquiridos a título ONEROSO na constância do casamento (Súmula 377, STF).
 CPB	Terá direito a 50% dos bens adquiridos a título ONEROSO na constância do casamento e não terá direito aos bens particulares mas concorrerá com os descendentes / ascendentes por estes.A		M
 
		 X	 Y	 Z T
		 
1) Se A for casado sob o regime da CTB com M, ela terá direito a 50% de tudo a título de meação (M = meeira, comunheira).
 Assim, se A morrer ou se eles se separarem, M terá direito a 50% de tudo.
2) E se A for casado sob o regime da STB com Maria?
Ler o art. 1829:
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, SALVO SE casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares
REGRA: O cônjuge, além de ser herdeiro necessário, CONCORRE COM DESCENDENTES, dependendo do regime de bens adotado no casamento; OU COM OS ASCENDENTES, em não havendo descendentes.
EXCEÇÃO: O cônjuge NÃO CONCORRERÁ se o regime de bens for o da:
a) CTB (COMUNHÃO TOTAL DE BENS): Aqui, ao cônjuge supérstite caberá, por força do regime de bens, metade do patrimônio do casal. Talvez, por esse motivo, o legislador tenha negado ao cônjuge sobrevivente o direito a herdar em concorrência com os descendentes.
b) SOB (SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS) (art. 1.640, § único)
O art. 1.641, CC impõe o regime da separação obrigatória (a) às pessoas que contraírem o matrimônio sem observar as causas suspensivas da sua celebração (art. 1.523, CC); (b) à pessoa maior de 60 anos; (c) a todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
    Na forma da Súmula nº 377, STF, "no regime de separação legal de bens, COMUNICAM-SE OS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO". A prevalecer esse entendimento, na nova ordem civil, ao cônjuge sobrevivente competirá 1/2 dos bens adquiridos na constância do matrimônio. Logo, desnecessário seria atribuir-lhe, em concorrência com os descendentes, mais alguma cota da herança.
c) CPB (COMUNHÃO PARCIAL DE BENS), se o falecido NÃO deixou bens particulares: a lei excepciona, também, o cônjuge supérstite casado pelo regime da comunhão parcial, desde que não haja bens particulares (art. 1.659, incisos I e II, do novo Código Civil ), PORQUE AÍ TOCAR-LHE-Á APENAS A MEAÇÃO.
 HAVENDO PATRIMÔNIO PARTICULAR, ele receberá MAIS UMA PARCELA SOBRE TODO O ACERVO, ALÉM DE SUA MEAÇÃO, se casado sob o regime de comunhão parcial ou da separação convencional, já que a lei não o exclui.
 Miguel Reale nos explica:
[...] durante dezenas de anos vigeu no Brasil, como regime legal de bens, o regime de comunhão universal, no qual o cônjuge sobrevivo não concorre na herança, por já ser "meeiro". Com o advento da Lei 6.515, de 21 de dezembro de 1977 (Lei do Divórcio), o regime legal da comunhão de bens no casamento passou a ser o da comunhão parcial. Ampliado o quadro, tornou-se evidente que o cônjuge, sobretudo quando desprovido de recursos, corria o risco de nada herdar no tocante aos bens particulares do falecido, cabendo a herança por inteiro aos descendentes ou aos ascendentes. Daí a IDÉIA DE TORNAR O CÔNJUGE HERDEIRO NO CONCERNENTE AOS BENS PARTICULARES DO AUTOR DA HERANÇA.
Na verdade, diante das ressalvas legais, O CÔNJUGE SOBREVIVENTE HERDARÁ EM CONCORRÊNCIA COM OS DESCENDENTES somente nas hipóteses de:
- STB (Separação Total de Bens)
- CPB (Comunhão Parcial de Bens), existindo bens particulares do falecido
- Participação final nos aqüestos. 
R:	Assim, sendo o regime de bens o da STB, M NÃO TERÁ DIREITO À MEAÇÃO por força do regime mas CONCORRE com os filhos por força do art. 1829.
3. PARTILHA DO QUINHÃO HEREDITÁRIO ENTRE CÔNJUGE E DESCENDENTES
Art. 1.832: 
 1ª parte: “Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça”
- Caso em que o CÔNJUGE CONCORRE COM DESCENDENTES APENAS DO DE CUJUS: a herança dividir-se-á em PARTES IGUAIS, partilhando-se, portanto, POR CABEÇA, cabendo uma das partes ao cônjuge e aos demais aos descendentes.
- No exemplo dado, se os 4 filhos fossem do casamento anterior de A, cada um levaria 20% (1/5). Se fossem 8 filhos do casamento anterior de A, ficaria 1/9 para cada. Vê-se que, aqui, não existe a cota reservada de ¼ que existe quando os descendentes são comuns do de cujus e do cônjuge supérstite. 
* Portanto:
Se os filhos forem SÓ DO FALECIDO, o cônjuge divide com os descendentes em COTAS IGUAIS e NÃO EXISTE COTA RESERVADA de 1/4
 2ª parte: “não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com quem concorrer.”
- Caso em que o CÔNJUGE CONCORRE COM DESCENDENTES COMUNS: o sobrevivo nunca poderá receber quota inferior a 1/4 parte (25%)
- Assim, no exemplo dado, havendo 4 filhos, M terá que receber 25% e os 75% serão divididos entre os 4 filhos (3/4 4 ou 75% 4 = 18,75% para cada filho)
- E se só houvessem 2 filhos?
 Ficaria 1/3 para cada um (2 filhos e M). M só não poderia receber menos que a ¼ parte (1/3 > ¼)
 CÔNJUGE CONCORRENDO COM DESCENDENTES COMUNS E DESCENDENTES DO DE CUJUS
 E se fossem 4 filhos, sendo 3 descendentes comuns de A e M e 1 filho do casamento anterior de A?
R:	Havendo filhos que não são do cônjuge sobrevivente e filhos que são de ambos (cônjuge sobrevivente e falecido), divide-se a herança em cotas iguais, sem reserva de cota mínima. Só haverá a cota mínima se TODOS os filhos forem do cônjuge supérstite com o de cujus (porque é exceção, um benefício)
Isso tudo se for STB (Separação Total de Bens) ou CPB (Comunhão Parcial de Bens), sendo que na CPB o cônjuge supérstite herdará em concorrência com os descendentes com relação aos BENS PARTICULARES (que não se comunicam com os do cônjuge) e, se houver BENS COMUNS, o cônjuge terá direito a 50% a título de meação.
 Ou seja, se for CPB com bens:
- particulares: o cônjuge não terá direito à meação mas concorrerá à herança
- comuns: terá direito à meação e não concorrerá à herança
 Exemplo:
 Se o regime de bens fosse o da CPB e os bens de A fossem:
- Casa: 100.000,00 adquirida antes do casamento (bem particular)
- Apto: 200.000,00 comprado na constância do casamento (bem comum) M terá direito a 50% a título de meação
	 
 Iriam para o monte:
- 50% do apto: M não concorreria (pois já levou a título de meação) e o imóvel seria dividido entre os 4 filhos (12,5% para cada)
+
							 - Viúva: 25% (1/4)
- 100% da casa: M concorreria com os filhos	 - 75% dividido entre os 4 filhos
							 (18,75%), já que são comuns
		
 Outro exemplo:
			A		M
 
	 X 	 Y Z T
 (filho extra)
- Casa: 120.000,00 adquirida antes do casamento 
- Terreno: 160.000,00 comprado na constância do casamento 
	REGIME
	M
	X
	Y
	Z
	T
	1) CTB
	50%
	12,5%
	12,5%
	12,5%
	12,5%
	2) STB
	20% (1/5)
	20%
	20%
	20%
	20%
	3) SOB
	50% terreno
	¼ casa
1/8 terreno
	¼ casa
1/8 terreno
	¼ casa
1/8 terreno
	¼ casa
1/8 terreno
	4) CPB
	50% terreno
1/5 casa
	12,5% terreno
1/5 casa
	12,5% terreno
1/5 casa
	12,5% terreno
1/5 casa
	12,5% terreno
1/5 casa
1) CTB (Comunhão Total de Bens)
- M: 50% de tudo por meação por causa do regime
 Não herda nada (interpretação a contrario sensu do art. 1.829, I)
- X, Y, Z, T: 12,5% cada do saldo restante
2) STB (Separação Total de Bens)
- M: Não tem meação
 Herda 1/5 (por causa do filho extra) do total da herança	
3) SOB (Separação Obrigatória de Bens)
- M: Direito a 50% do terreno a título de meação por força da Súmula 377, STJ.
(50% = 4/8) (art. 1829, I) e não concorrerá à herança.
4) CPB (Comunhão Parcial de Bens)
- M: Direito a 50% do terreno pelo regime (bem comum)
 20% (1/5) da casa por herança (porque é bem particular)
- Filhos: 1/5 da casa
	 1/8 do terreno (12,5%) 
X - SUCESSÃO DO ASCENDENTE (art. 1829, II c/c arts. 1836 e 1837)
- Esgotando-se toda a linha descendente (“até o infinito”), passa-se à linha ascendente, onde sempre haverá a CHAMADA DOS + PRÓXIMOS EM DETRIMENTO DOS MAIS REMOTOS (art. 1836 §1°).
- Na linha do ascendente, NÃO HAVERÁ DIREITO DE REPRESENTAÇÃO, logo, os ascendentes herdarão, SEMPRE, por DIREITO PRÓPRIO (iure próprio) Art. 1852, in fine.
- A DIVISÃO DA HERANÇAfaz-se por LINHAS MEIO A MEIO (art. 1836 §1°)
 Considere o seguinte caso:
 Avô paterno	 Avó paterna	 	 Avô materno Avó materna
 Mario (pai)				 Maria (mãe)
 Jaime (falecido e sem descendentes)
- Suponha que Jaime seja solteiro e que Mário (pai) seja pré-falecido Será chamado o ascendente do MESMO GRAU + PRÓXIMO, que é Maria. Importa ressaltar que os avós paternos não herdarão no lugar de Mário, pois não existe direito de representação na linha ascendente (art. 1852). Desta forma, nesse caso, Maria herdará tudo (100%) – (art. 1836 §1°).
- Caso Maria também fosse pré-morta, a sucessão passaria ao 2º grau de ascendentes, que possui uma importante característica: NÃO SE HERDA POR CABEÇA MAS POR FAMÍLIA (art. 1836 §2°). Assim, a partilha será feita entre os ascendentes do pai (herda 50%, dividido entre os avós paternos) e os ascendentes da mãe (herda 50%, dividido entre os avós maternos).10
- Se o avô paterno estivesse pré-morto, a avó paterna ficaria com todos os 50% e os avós maternos dividiriam entre si os 50% (cada um receberia 25%).
- Agora suponha que os pais de Jaime estejam vivos e que ele seja casado Aplicação do art. 1829, II: o cônjuge concorre com os ascendentes INDEPENDENTEMENTE do regime de bens Isto é: o cônjuge poderá ou não ter direito a meação (dependerá do regime de bens) mas SEMPRE será herdeiro. Veja-se que é preciso 1° aplicar o direito de família (para separar o que é do cônjuge por direito) para, depois, realizar a partilha.
- Assim, considere que Jaime seja casado com Ana e, tendo falecido, deixe os seguintes bens:
- Casa adquirida antes do casamento
- Apto adquirido na constância do casamento
- Se eles eram casados sob o regime da COMUNHÃO TOTAL DE BENS:
- Ana terá direito a 50% dos bens a título de meação.
- Os outros 50% serão inventariados. Por força dos arts. 1836, 1837 c/c 1829, II, Ana concorrerá com os ascendentes (pai e mãe) pela herança.
- Se eles eram casados sob o regime da SEPARAÇÃO TOTAL:
- Ana não terá direito à meação
- Contudo, Ana concorrerá com os pais de Jaime pela totalidade dos bens
 Partilha da herança entre os ascendentes e o cônjuge: art. 1837 (seja qual for o regime):
- Se Jaime tem os 2 pais vivos: pai, mãe e Ana concorrem 1/3 para cada
- Se Jaime só tem a mãe: Ana e mãe concorrem ½ para cada
- Se Jaime não tem os pais mas tem os avós: - Ana 50%
						 - 50%	- 25% para avós paternos
						 		- 25% para avós maternos	
- Agora considere que apenas estejam vivos a avó paterna e os avós maternos de Jaime, sendo este casado com Ana. Os bens deixados pelo de cujus são:
- Casa adquirida antes do casamento
- Apto adquirido na constância do casamento
 
 Como fica a partilha dos bens nos regimes da:
a) CTB 
- Ana: Com direito a 50% da casa e 50% do apto, a título de meação por força do regime
- Quanto aos 50% restantes:
 Ana com direito a 25% (1/4) por herança
 25%	- avós maternos: 12,5% da casa e do apto (6,25% para cada)
	 	- avó paterna: 12,5% da casa e do apto
* Portanto: Ana fica com o total de 75% do patrimônio de Jaime
* Obs: 
1) Supondo que X seja casado com Y sob o regime da comunhão total de bens (cada um com 50% do patrimônio), se X deixar a parte disponível para Y e não havendo descendentes, só a mãe, Y receberá:
- 50% meação
- 25% do testamento	 87,5%	
- 12,5% da legítima	
 
2) Lembrar que na COMUNHÃO PARCIAL DE BENS: O cônjuge tem direito à meação somente sobre os bens adquiridos ONEROSAMENTE na constância do casamento.
3) Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima
b) Comunhão Parcial de Bens
- Ana: 50% do apto (meação)
- 50% do apto	 - Ana: 25% do ato e 50% da casa (art. 1837)	
 100% da casa 	 - Avó paterna: 12,5% do apto e 25% da casa
			 - Avós maternos: 6,25% do apto e 12,5% da casa
c) Separação Legal de Bens
- Ana terá direito a 50% do apto, a título de meação (Súmula 377, STF)
- A resolução fica = ao caso anterior
HERANÇA: IURE PROPRIO. IURE REPRESENTATIONES.
		 Antônio		Patrícia
 
 Fátima Jair 	 José Juarez
 Lea Mario Carlos Mel Leo Ana Bia
- Antônio falece
- Patrimônio: 500.000,00 adquirido na constância do casamento.
Separação Total de Bens
- Se fosse uma separação, Patrícia não teria direito a nada
- No entanto, tendo havido a morte de Antônio, muito embora Patrícia não tenha direito à meação, terá direito à herança, de forma de concorrerá com os descendentes (art. 1829, I) e a partilha se dará em frações iguais (art. 1832), por haver descendente exclusivamente do de cujus. Cotas de 20% cada.
- Se Fátima também fosse filha de Patrícia, Patrícia ficaria com 25% e os 75% seriam divididos entre os 4 filhos
- O que ocorreria se Fátima renunciasse pura e simplesmente e fosse filha do casal?
R:	Sua cota iria para o monte, sendo, daí, subdividido entre os demais herdeiros.
- E se todos da mesma classe renunciassem (Fátima, Jair, José e Juarez)?
R:	Essa renúncia retroagiria à data da sucessão e tudo se processaria como se todos estivessem mortes. Assim, a sucessão passaria à classe subseqüente (são 7), de forma que Patrícia teria que dividir com 7 (portanto, dividiria a herança em 8).
- O que ocorreria se um dos descendentes do de cujus tivesse falecido antes dele? 
 Por ex: Se Juarez fosse herdeiro pré-falecido, sua cota iria para seus descendentes, que herdariam em nome do pai: receberiam a herança por direito de representação e não por direito próprio. Ocorreria, assim, a hipótese contemplada no art. 1833:
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação
* Portanto:
- Fátima, Jair e José receberiam a herança por direito próprio
- Léo, Ana e Bia receberiam a herança por direito de representação
- Fátima, Jair e José: receberão 1/5 da herança cada
- Léo, Ana e Bia: terão que dividir 1/5 entre si (1/53 = 1/15)
		 Antônio		Patrícia (1/5)
 
 Fátima Jair 	 José Juarez	 Fátima, Jair e José = 1/5
 Lea Mario Carlos Mel Leo Ana Bia Leo, Ana e Bia = 1/15
FORMAS DE DIVISÃO DA HERANÇA OU PARTILHA
a) POR CABEÇA
- É a divisão (partilha) entre descendentes DA MESMA CLASSE.
- Ex.: Se Juarez não estivesse morto, a herança seria dividida entre herdeiros da mesma classe (descendentes de 1° grau).
b) POR ESTIRPE
- É a partilha entre descendentes que NÃO SÃO DA MESMA CLASSE (ex: cônjuge e descendentes)
- Ex.: Se Juarez estivesse morto, a herança seria dividida entre descendentes que não são da mesma classe (tios e sobrinhos) A partilha dos bens seria POR ESTIRPE e os filhos de Juarez herdariam POR REPRESENTAÇÃO
* Obs.: Esquecer o cônjuge pois ele HERDA POR CONCORRÊNCIA
- E se todos os filhos do de cujus (do casal ou não) estivessem mortos? (todos pré-falecidos)
R:	Nesse caso, estando todos os descendentes de 1° grau pré-falecidos, serão chamados os descendentes da classe subseqüente, que herdarão POR DIREITO PRÓPRIO (art. 1829, I c/c 1833).
	Patrícia concorrerá POR CABEÇA com os netos, de forma que receberão todos 1/8.
		 Antônio		Patrícia (1/8)
 
 Fátima Jair 	 José Juarez	 Todos pré-falecidos
 Lea Mario Carlos Mel Leo Ana Bia Todos herdam 1/8
	Comparando com a cota que receberia se apenas Juarez estivesse morto, nesta situação Patrícia herdou cota menor (1/8 < 1/5) e Leo, Ana e Bia agora herdariam cota maior (1/8>1/15).
- Se Lea e Mario, assim como sua mãe Fátima, também estivessem mortos, seriam como se não existisse descendente exclusivamente do de cujus, e Patrícia ficaria com a cota mínima de ¼ (art. 1832), já que TODOS OS NETOS SERIAM DO CASAL. 
- E se Juarez fosse pré-falecido e Ana renunciasse?
 A cota de Ana voltaria para o monte mas no nível do Juarez.
 Juarez (1/5)
 
 Leo Ana Bia 
(1/15) (1/15) (1/15)
- E se, estando todos os descendentes de 1° grau vivos, Fátima renunciasse?
R:	Se ela renunciasse,seria como SE NUNCA TIVESSE EXISTIDO. Nesse caso, sua cota voltaria para o monte e Patrícia voltaria a ter o direito à reserva mínima de ¼ de cota.
- E se Patrícia tivesse 2 filhos de seu casamento anterior e fosse pré-morta, seus filhos herdariam algo?
R:	Não herdariam nada	porque a sucessão é do Antônio e eles são apenas seus parentes por afinidade. Veja que o art. 1852 diz que “o direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente”. Patrícia não está na linha descendente do autor da herança, portanto, seus filhos não têm direito de representação.
	Se Patrícia falecesse antes de Antônio, seu 1/5 seria dividido entre seus filhos (todos: do 1° casamento + com Antônio).
- Se Fátima e seus filhos estivessem mortos, estando vivos só os NETOS de Fátima, estes herdariam por DIREITO DE REPRESENTAÇÃO (exerceriam 2 direitos de representação).

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