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29/04/2019 1 Análise do Comportamento I Prof. Lafaiete Guimarães Moreira Unidade II Cap. 3 - Aprendizagem pelas Consequências: O reforço 1 2 29/04/2019 2 Condicionamento Clássico ▪O comportamento pode, e deve, ser fracionado em: ▪ S = Estímulo. ▪ R = Resposta. ▪ Sn = Estímulo Neutro ▪Onde o condicionamento é definido: ▪S R ▪Emparelhamento de S e Sn ▪ Sn R Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936) John Broadus Watson (1878 – 1958) Exemplo: ▪ S = adoecimento ▪ R = Modificações fisiológica, debilidade, ansiedade, medo, depressão, etc. ▪ Sn = Hospital ▪ S + Sn (Adoecimento + Hospital) ▪ Sn R (Hospital Modificações fisiológicas, debilidade, ansiedade, medo, depressão, etc) 3 4 29/04/2019 3 Exemplo: Aicmofobia / Belonofobia ▪ Seringa e Agulha = Sn ▪ Dor = S ▪ Esquiva ou Fuga = R Condicionamento Operante ▪ O comportamento deve ser compreendido com base na história de reforçamento do indivíduo. ▪ O comportamento operante produz uma consequências no ambiente que por sua vez apresenta as consequências que afetarão (controlarão) esse mesmo comportamento. ▪ R = Resposta ▪ C = Ambiente / Consequência R C Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990) 5 6 29/04/2019 4 ▪ A primeira formulação dos princípios do operante é conhecida como a “Lei do Efeito”: “(...) de várias respostas emitidas para a mesma situação, aquelas que forem concomitantes ou acompanhadas por satisfação para o animal irão, mantidas as mesmas condições, se tornar mais firmemente conectadas a esta situação, dessa forma, quando essa ocorrer, [as respostas] terão mais chance de ocorrer novamente; aquelas que são concomitantes ou acompanhadas por desconforto para o animal irão, mantidas as mesmas condições, ter as suas conexões com esta situação enfraquecidas, dessa forma, quando ela ocorrer [as respostas] terão menos chances de ocorrer novamente.” (Thorndike, 1911: 244) Edward Lee Thorndike (1874-1949) Consequências do comportamento Comportamento (reposta) Consequência Dizer “Oi” Ouvir um “Olá” Apertar um botão Chegar o elevador Girar uma torneira Obter água Fazer uma pergunta Receber uma resposta Fazer o dever de casa Ser elogiado pelo professor Estudar Obter boas notas 7 8 29/04/2019 5 Consequências do comportamento ▪ Independentemente da adequação ou não do comportamento, ele segue a mesma regra operante. Comportamento (resposta) Consequência Fazer bagunça em sala Atenção do professor Dirigir em alta velocidade “Admiração” dos colegas “Matar aula” Mais tempo osioso Ser grosseiro Respeito dos outros Dizer que está deprimido Atenção das pessoas Fazer birra Obtenção do brinquedo Condicionamento Operante ▪ Lei do Efeito + Antecedentes ambientais = comportamento. ▪ A/S = Antecedente ambiental. ▪ R = Resposta. ▪ C = Consequência. A : R C 9 10 29/04/2019 6 Condicionamento Operante As consequências do comportamento determinam: 1) A freqüência futura do comportamento. 2) O poder das dicas antecedentes (A) de servirem de ocasião para o comportamento ocorrer no futuro. ▪ O A se torna pista para emissão da resposta futura. Reforço ▪ Tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer. 11 12 29/04/2019 7 Reforço ▪ Análise : Comportamento (reposta) Consequência Birra Conseguir o que ela queria Comer vegetais Ganhar um doce Passar de semestre Ganhar uma viagem Reforçadores Naturais X Arbitrários ▪ Reforçadores Naturais ▪ O reforço é resultado do próprio comportamento ▪ Nem sempre são claros ▪ Nem sempre são a curto prazo Ex: estudar e: compreender mais sobre as coisas; se tornar um excelente profissional; ▪ Reforçadores Arbitrários ▪ O reforço é resultado indireto do próprio comportamento. ▪ São em grande parte de curto prazo ▪ Variam em sua natureza de indivíduo para indivíduo Ex: estudar e: receber mesada do pai; poder viajar no final do semestre; 13 14 29/04/2019 8 Efeitos do Reforço ▪ Diminuição da frequência de outro comportamento. Ex: Utilizar o computador e fazer atividade física; dirigir e conversar, ... Efeitos do Reforço ▪ Diminuição da variabilidade topográfica (forma) do comportamento reforçado. ▪ Ex: forma de cumprimentar as pessoas; rituais para começar a estudar, ... 15 16 29/04/2019 9 Extinção Operante ▪ Retorno da frequência do comportamento ao nível operante devido a suspensão (encerramento) do reforço de um comportamento. Os efeitos do reforço são temporários! Resistência à extinção ▪ Tempo, ou o número de vezes, que um organismo continua emitido uma resposta após a suspensão do seu reforço ▪ Perseverantes; ▪ Empenhados; ▪ Cabeças-duras; ▪ Teimosos; ▪ Desistem facilmente de suas atividades Maior Resistência Menor Resistência 17 18 29/04/2019 10 Fatores que influenciam a resistência à extinção 1. Número de Reforços anteriores 2. Custo da Resposta 3. Esquema de Reforçamento Fatores que influenciam a resistência à extinção 1. Número de Reforços anteriores ▪ Número de vezes em que um determinado comportamento foi reforçado até haver quebra da contingência de reforço (extinção) 19 20 29/04/2019 11 Fatores que influenciam a resistência à extinção 2. Custo da Resposta ▪ Quanto mais esforço é necessário para emitir um comportamento, menor será a sua resistência à extinção. Fatores que influenciam a resistência à extinção 3. Esquemas de Reforçamento ▪ Quando um comportamento é reforçado intermitentemente (CRI), ele se tornará mais resistente à extinção do que um comportamento reforçado continuamente (CRF). ▪ Recuperação espontânea 21 22 29/04/2019 12 Efeitos da extinção 1. Retorno da frequência do comportamento aos níveis prévios (nível operante) Efeitos da extinção 2. Aumento na frequência da resposta no início do processo de extinção: 23 24 29/04/2019 13 Efeitos da extinção 3. Aumento na variabilidade da topografia (forma) da resposta: Efeitos da extinção 4. Eliciação de respostas emocionais (raiva, ansiedade, irritação, frustração, etc.) 25 26 29/04/2019 14 Modelagem: aquisição de comportamento ▪ Como um novo comportamento passa a fazer parte do repertório comportamental de um organismo. ▪ Os comportamentos novos que aprendemos surgem a partir de comportamentos que já existem em nosso repertório comportamental. ▪ A Modelagem é um procedimento de reforçamento diferencial de aproximações sucessivas de um comportamento. O resultado final é um novo comportamento. ▪ O reforço diferencial consiste em reforçar algumas respostas que obedecem a algum critério e em não reforçar outras respostas similares. ▪ Usamos na modelagem o reforço diferencial (reforçar algumas respostas e extinguir outras similares) e aproximações sucessivas (exigir gradualmente comportamentos mais próximos do comportamento-alvo) 27 28 29/04/2019 15 ▪ Quanto mais próximo temporalmente da resposta o reforço estiver (imediaticidade do reforço), mais eficaz será modelagem. Modelando (ex.) 29 30 29/04/2019 16 Estudo Dirigido 3 1. Defina o que é comportamento operante e dê um exemplo cotidiano dele (distinto de qualquer um apresentado em sala de aula e apresentado em termos esquemáticos). 2. O que são reforçadores naturais e reforçadores arbitrários? Quando utilizar um ou outro? 3. Quais os outros efeitos do reforço? Dê exemplos autênticos para cada um deles. 4. O que é, quais fatores influenciam e quais os efeitos da extinção operante? 5. Explique o que é modelagem do comportamento e qual sua importância para o behaviorismo radical? Unidade II Cap. 4 – Aprendizagem pelas consequências: O controle aversivo 31 32 29/04/2019 17 ▪ Quase todos os seres vivos agem buscando livrar-se de contatos prejudiciais... Provavelmente, esse tipo de comportamento desenvolve-se devido ao seu valor de sobrevivência. (Skinner, 1983). ▪ Tanto o reforço quanto a punição são consequências do comportamento que exercem controle sobre ele, pois interferem na probabilidade de sua ocorrência futura.Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990) ▪ Tanto o reforço negativo e a punição (positiva e negativa) exercem um controle aversivo ▪ O indivíduo se comporta para que algo não aconteça, seja pela retirada de um estímulo aversivo ou mesmo para que este não se apresente. 33 34 29/04/2019 18 ▪ OBS: Apesar de a extinção também se configurar como controle aversivo, conceitualmente ele não é considerada dessa forma, principalmente em contexto de reforçamento diferencial (modelagem) Estímulo Aversivo ▪ Não existem estímulos eminentemente aversivos. Trata-se de um conceito relacional e funcional. 35 36 29/04/2019 19 Estímulo Aversivo ▪ São definidos como aqueles que reduzem a frequência do comportamento que os produzem (estímulos punidores positivos), ou aumentam a frequência do comportamento que os retiram (estímulos reforçadores negativos) ▪ Seu sentido só ocorre no reforço negativo ou na punição positiva. Estímulo Aversivo ▪ OBS: Erro comum de pessoas leigas: utilizar o conceito de reforço negativo no lugar de estímulo aversivo, como se a punição positiva fosse a apresentação de um reforço negativo. ▪ Ex: Professor que diz que reforço negativo é a aplicação de uma prova para diminuir a conversa em sala de aula. 37 38 29/04/2019 20 Dia a dia ▪ Vários de nossos comportamentos cotidianos produzem supressão, adiamento ou cancelamento de estímulos aversivos do ambiente, e não a apresentação de estímulos reforçadores. ▪ Leis, normas, códigos de ética, etc Comportamentos mantidos pelo reforçamento negativo ▪ FUGA: Consideramos que um comportamento é uma fuga no momento em que um determinado estímulo aversivo está presente no ambiente, e emitir esse tipo comportamento retira-o do ambiente. 39 40 29/04/2019 21 Comportamentos mantidos pelo reforçamento negativo ▪ ESQUIVA: O comportamento de esquiva ocorre quando um determinado estímulo aversivo não está presente no ambiente, e emitir este comportamento (de esquiva) faz com que o estímulo não apareça, ou demore mais para aparecer. Exemplos do livro ▪ Arrumar o quarto logo que acordamos para evitar reclamações da mãe é um exemplo de esquiva, pois a mãe ainda não está reclamando. ▪ Se a mãe vê o quarto desarrumado e começa a brigar, nós o arrumamos para que ela pare, o que é um exemplo de fuga. Nesse caso, a briga já está presente. 41 42 29/04/2019 22 Exemplos do livro ▪ Fazer uma revisão no carro antes de viajar (esquiva). O carro está funcionando perfeitamente, mas a revisão é feita para que o carro não apresente problemas no meio da viagem. ▪ Se o carro começa a fazer um barulho atípico no meio da estrada, o comportamento de levá-lo a um mecânico é um exemplo de fuga, pois o estímulo aversivo (barulho) já está presente. Exemplos do livro ▪ Fazer a barba quando a namorada já está reclamando dos beijos que arranham sua face (fuga). A reclamação já está presente. ▪ Caso o namorado faça a barba antes de encontrá-la para evitar a reclamação que ainda não está presente (esquiva) 43 44 29/04/2019 23 Exemplos do livro ▪ Alguém está lhe contando uma história muito chata e você diz: "Amigo, me desculpe, mas estou atrasado para um compromisso, tenho que ir...". Sair de perto do "chato" é um exemplo de fuga; ▪ Se você "desconversa" e sai de perto do sujeito antes de ele começar a contar histórias chatas, você está se esquivando. ▪ Na esquiva prevenimos a apresentação de estímulo aversivo, enquanto na fuga remediamos a situação de forma que o estímulo aversivo já presente seja suprimido. ▪ Comportamentos de fuga e esquiva somente são estabelecidos e mantidos em contingências de reforço negativo 45 46 29/04/2019 24 Processo Comportamento Consequência Efeito do comportamento Reforço Positivo Estudar com a namorada para o teste de Psicologia. Boa classificação no teste para ambos. A tendência para os dois namorados estudarem em conjunto para os outros testes é fortalecida. Reforço Negativo Tomar aspirina para combater uma forte dor de cabeça Alívio significativo da dor de cabeça (remoção deste estímulo aversivo ou desagradável). A tendência para tomar aspirina quando surguir outra dor de cabeça é fortalecida. Punição ▪ A punição destina-se a eliminar comportamentos inadequados, ameaçadores ou, por outro lado, indesejáveis de um dado repertorio, com base no principio de que quem e punido apresenta menor possibilidade de repetir seu comportamento. ▪ Comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir assim que as contingencias punitivas forem removidas. ( Skinner, 1983, p. 50)Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990) 47 48 29/04/2019 25 ▪ Punição é um tipo de consequência do comportamento que torna sua ocorrência menos provável. ▪ De forma similar ao reforço, existem dois tipos de punição: a positiva e a negativa. Punições Positivas e Negativas ▪ A punição positiva é um contingência em que um comportamento produz a consequências que reduzirão sua probabilidade de ocorrência futura. ▪ Na punição negativa, a consequência de um comportamento é a retirada de reforçadores (de outros comportamentos). Essa consequência tomará o comportamento menos provável no futuro 49 50 29/04/2019 26 ▪ Os termos “positivo" e "negativo" indicam apenas apresentação ou retirada de estímulos, respectivamente. ▪ Lembre-se de ignorar seus significados na língua cotidiana. ▪ Em análise do comportamento, positivo não é bom e negativo não é ruim; simplesmente positivo é apresentação, e negativo é supressão. Exemplos de punição positiva (adição de um estimulo aversivo ▪ Jogar bola dentro de casa, "levar uma surra" e não jogar mais bola nesse local; ▪ “Dizer palavrão", "receber uma bronca" e diminuir bastante a frequência dessa atitude. 51 52 29/04/2019 27 Exemplos de punição negativa (retirada de um estimulo reforçador de outro comportamento do ambiente) ▪ Dirigir embriagado, perder a carteira de motorista e não mais dirigir embriagado. ▪ Atropelar alguém, ser preso (perder a liberdade) e não dirigir mais sem respeitar o pedestre; Recuperação da resposta ▪ A quebra da contingência de punição produz um restabelecimento na força do responder, o que conhecemos por recuperação da resposta 53 54 29/04/2019 28 Recuperação da resposta ▪ É fundamental que o organismo se exponha outras vezes à contingência para que ele discrimine a mudança, ou seja, o estímulo punidor não é mais contingente ao comportamento. Punição Negativa e Extinção ▪ Em ambos não se tem acesso a reforçadores outrora disponíveis; ▪ A punição suprime rapidamente a resposta, enquanto a extinção produz uma diminuição gradual na probabilidade de ocorrência da resposta 55 56 29/04/2019 29 Punição Negativa ▪ Na punição negativa, um comportamento passa a ter uma nova consequência, a perda de reforçadores. ▪ Ex: Término do namoro por infidelidade. Extinção ▪ Na extinção, um comportamento produzia uma consequência reforçadora mas após a mudança de contingências não produz mais ▪ Ex: Ex-namorada se recusa a atender os telefonemas 57 58 29/04/2019 30 ▪ Eliciação de respostas emocionais ▪ Supressão de outros comportamentos além do punido ▪ Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido ▪ Contra controle Eliciação de respostas emocionais ▪ O contato com estímulos aversivos elicia várias respostas emocionais (ex: tremores, taquicardia, palpitações e choro). ▪ As respostas emocionais eliciam outras respostas emocionais no indivíduo que pune, comumente a pena ou culpa. ▪ Elas são aversivas, e o indivíduo que pune, pode passar a liberar reforçadores ao organismo punido como forma de se esquivar dos sentimentos de pena ou culpa 59 60 29/04/2019 31 Eliciação de respostas emocionais ▪ Quem pune ou reforça negativamente em excesso acaba tornando-se um estímulo condicionado que eliciará as mesmas respostas emocionais outrora eliciadas pelos estímulos aversivos envolvidos. Eliciação de respostas emocionais ▪ Paradoxo da aprendizagem por reforço negativo: a apresentação doestímulo aversivo pode eliciar respostas reflexas que dificultam a emissão do comportamento operante que retiraria o estímulo aversivo. ▪ Ex: As Críticas sobre uma apresentação podem reforçar o comportamento para melhorar a apresentação ou deixar a pessoa com vergonha. 61 62 29/04/2019 32 Supressão de outros comportamentos além do punido ▪ Comportamentos que estiverem ocorrendo temporalmente próximos ao momento da punição podem ter sua frequência reduzida. Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido ▪ Punição de um comportamento ▪ Resposta incompatível ▪ Elas tornam impossível para o organismo discriminar que a contingência de punição não está mais em vigor, uma vez que impede que o organismo se exponha à contingência novamente. 63 64 29/04/2019 33 Contra controle ▪ O indivíduo controlado emite uma nova resposta que impede que o agente controlador mantenha o controle sobre o seu comportamento. ▪ No caso do reforço negativo, a resposta de contracontrole suprime ou evita o estímulo aversivo sem a emissão da resposta programada pelo controlador. Contra controle ▪ A mentira como um contra controle 65 66 29/04/2019 34 Por que punimos tanto? 1. Imediaticidade da consequência ▪ Quem pune para suprimir um comportamento é negativamente reforçado de forma quase imediata. Por que punimos tanto? 2. Eficácia não dependente da privação ▪ O controle positivo do comportamento depende da identificação dos reforçadores. ▪ Reforçadores primários não são sempre eficientes 67 68 29/04/2019 35 Por que punimos tanto? 3. Facilidade no arranjo das contingencias ▪ O controle positivo dá muito trabalho Quais as alternativas ao controle aversivo? 1. Reforço positivo em lugar de reforço negativo 2. Extinção em vez de punição 3. Reforçamento diferencial 4. Aumento da densidade de reforços para outras alternativas 69 70
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