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APRESENTAÇÃO Professora Ma. Priscila da Rocha Luiz Bueno ● Mestra em Educação - (UEM). ● Graduada em Pedagogia - Licenciatura e Bacharelado (UniCesumar). ● Especialista em Ensino Aprendizagem nos Anos Iniciais (Instituto Superior de Educação do Paraná). ● Especialista em Gestão e Organização Escolar (ESAP). ● Pós-Graduanda em Psicopedagogia; ● Pós-Graduanda em Docência no Ensino Superior; ● Analista Comportamental Infantil (The99) ● Professora Alfabetizadora no Município de Maringá. ● Coordenadora Pedagógica/Orientadora Educacional em Unidade de Ensino Infantil no Município de Maringá. ● Docente do curso de Pedagogia e Pós-Graduação (Unifamma). Ampla experiência na área de Educação a Distância (tutora e professora), Ensino Superior EAD e Presencial, produção de materiais didáticos, formação de professores. Campo de pesquisa com ênfase na Educação Infantil e Anos Iniciais, bem como: políticas educacionais, dificuldade de aprendizagem, gestão educacional, psicologia da educação, alfabetização infantil, sexualidade e diversidade. Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/1310823097369284 http://lattes.cnpq.br/1310823097369284 http://lattes.cnpq.br/1310823097369284 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Olá, aluno(a). Seja muito bem-vindo(a) aos estudos sobre as dificuldades no processo de aprendizagem da matemática. Esta apostila foi organizada de modo especial para você, que no nosso entendimento tem buscado, com excelência, compreender os desafios que envolvem o setor educacional e que influenciam diretamente no processo de ensino – aprendizagem do indivíduo. O estudo da matemática incluindo sua história é uma forma de melhor compreender o processo da construção dessa disciplina através dos tempos. Segundo Rosa Neto (2002, p. 7), “trata-se de uma história social da matemática, que coloca essa ciência como algo humano, um fato social, resultado da colaboração de todos, e que é estritamente ligada às necessidades sociais”. A apostila é composta por uma introdução, seguida de quatro unidades criteriosamente analisadas e selecionadas para dar sustentação à presente discussão e conclusão, bem como todas as referências e sugestões de leitura complementar, livros e filmes. Na Unidade I começaremos abordando a estrutura do desenvolvimento do conhecimento lógico-matemático, compreenderemos a linguagem da matemática, a construção social da criança e da aprendizagem matemática e o desenvolvimento lógico- matemático do ponto de vista de alguns teóricos. Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre a construção do conhecimento lógico matemático. Para isso, vamos trabalhar os processos cognitivos envolvidos no conhecimento lógico-matemático, abordar o conceito de número nas significações aritmética, geométrica e algébrica e os princípios teórico-metodológicos da atividade pedagógica no processo de apropriação de conceitos matemáticos. Na Unidade III trataremos de maneira específica sobre a aprendizagem da matemática, destacaremos a aquisição da aprendizagem na disciplina de matemática e trataremos sobre a importância da relação professor(a) e aluno(a) na aprendizagem da matemática. E por fim, na Unidade IV vamos compreender as dificuldades de aprendizagem da matemática, abordar a aprendizagem dos conceitos matemáticos, as dificuldades na aprendizagem da matemática e as dificuldades de aprendizagem específicas (discalculia e acalculia). Para cada unidade são previstas leituras e atividades que devem ser realizadas para que você tenha conhecimentos seguros sobre sua formação e atuação e ainda tenha certeza de que a atitude de aprender deve ser um hábito do(a) professor(a), visto que essa é uma profissão que exige atualização constante, compromisso e dedicação. Oferecemos a você, como instrumentos, os conteúdos, nossa dedicação e nosso trabalho. Aproveite bem e alcance seus sonhos. Muito obrigada e bom estudo! UNIDADE I ESTRUTURA DO DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO LÓGICO- MATEMÁTICO Professora Mestre Priscila da Rocha Luiz Bueno Plano de Estudo: A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • A linguagem da matemática; • A construção social da criança e da aprendizagem matemática; • Desenvolvimento lógico-matemático do ponto de vista de alguns teóricos. Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer a importância da linguagem da matemática no desenvolvimento infantil. • Compreender a construção social da criança e da aprendizagem matemática. • Abordar o desenvolvimento lógico-matemático do ponto de vista de alguns teóricos. INTRODUÇÃO Prezado(a) estudante. Seja bem-vindo(a) à Unidade I da disciplina Dificuldades no Processo de Aprendizagem da Matemática do curso de Graduação em Psicopedagogia. A trajetória da educação brasileira vem sendo marcada, nas últimas décadas, por posições que se contrapõem umas às outras. No momento, emerge a questão do ensino e da aprendizagem. Uma das exigências para se alcançar melhor nível de qualidade na educação é aprimorar o conhecimento sobre esse processo para torná-lo mais capaz de responder ao novo tempo. Os conhecimentos matemáticos foram se constituindo a partir das necessidades humanas e levando-se em conta que a história social da matemática, coloca essa ciência como algo humano, um fato social, resultado da colaboração de todos, e estritamente ligada às necessidades sociais. Diante dessa afirmação, no primeiro momento desta unidade estudaremos sobre a linguagem matemática. No segundo momento, compreenderemos a construção social da criança e da aprendizagem matemática e, por fim, o desenvolvimento lógico-matemático do ponto de vista de alguns teóricos Portanto, recomendo que, durante a realização da disciplina, você procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos. Bom estudo e ótimos momentos de construção de aprendizagem! 1 A LINGUAGEM DA MATEMÁTICA O estudo da matemática incluindo sua história é uma forma de melhor compreender o processo da construção dessa disciplina através dos tempos. Segundo Rosa Neto (2002, p. 7), “trata-se de uma história social da matemática, que coloca essa ciência como algo humano, um fato social, resultado da colaboração de todos, e que é estritamente ligada às necessidades sociais”. Assim como a sociedade, que veio sofrendo mudanças, a matemática também acompanhou esse ritmo e veio se moldando conforme as necessidades e os conhecimentos de cada época. Em todas as épocas, as atividades matemáticas estiveram, entre as formas de interação do homem com o mundo físico, social e cultural, em intensidade e diversidade crescentes, relacionadas com a evolução histórica. As atividades matemáticas, movidas pela necessidade do homem de organizar e ampliar seu conhecimento e pela sua capacidade de intervenção sobre os fenômenos que o cercam, geraram, ao longo da evolução histórica, um corpo de saber a Matemática, que é um campo científico extenso e diversificado. E, contrariamente ao que muitos pensam, é um campo em permanente evolução nos dias atuais e não um repertório de conhecimentos antigos e imutáveis (SANTOS; LIMA, 2010, p. 2). A linguagem possui uma função muito importante no sistema de ensino, o conhecimento adquirido e acumulado no decorrer da aprendizagem faz com que o sujeito se comunique com as diferentes áreas. Ao ter contato com as mais variadas ferramentas no espaço escolar e social, o sujeito torna-se capaz de elaborar conceitos variados e adequados para resolução dos problemas propostos. Oprocesso de comunicação é uma característica própria dos seres humanos, possibilitando a convivência social, a interação entre os diferentes costumes, compartilhando as experiências adquiridas no decorrer da vida. Para Castro (2001), os processos de comunicação estão ligados aos processos de ensino, não sendo possível ensinar sem realizar processos comunicativos. Por isso, a relação entre a Matemática e a linguagem é bem maior que essa constatação sobre o processo de ensino e a linguagem comunicativa. Ao pensarmos que a matemática faz parte do sistema de comunicação e linguagem, é preciso que esse conceito seja composto por signos que se construíram historicamente, socialmente e previamente determinados, deixando claro que a linguagem matemática é uma escrita simbólica, porém específica. Autores como Machado e Lerma (1990, apud SMOLE, 2000), indicam que, de acordo com a ótica curricular, a matemática e a língua são dois sistemas básicos de representação, que tem como função desempenhar metas e funções que são paralelas e se complementam. Essa afirmação nos permite compreender que a linguagem e a matemática caminham juntas, a argumentação, as capacidades de formulação e de imaginação que envolvem a antecipação e o planejamento, são idênticas às que deram sustentação para o surgimento da capacidade para a linguagem e para a Matemática. A língua materna e a língua matemática estabelecem um paralelo de comunicação, pois, para que a aprendizagem da leitura matemática seja possível, é preciso tomar emprestado a oralidade da língua materna, que servirá de apoio para significar a aprendizagem da escrita matemática. Dois papéis em relação à matemática são apresentados por Smole (2000). O primeiro está relacionado à língua materna, em que é permitido ler e interpretar os enunciados, fazer comentários sobre o que foi compreendido de maneira explícita ou vaga, já o segundo papel está relacionado à aplicação da língua materna ao trabalho matemático de maneira parcial, pois o raciocínio efetuado nas ações matemáticas se apoia na língua, bem como sua organização e poder dedutivo. O primeiro pensamento que nos aparece quando falamos sobre a linguagem escrita da matemática está ligado à utilização de textos tradicionais, livros didáticos que são apresentados aos(as) professores(as) e alunos(as) como a única forma de comunicação, tornando o trabalho sistêmico e formal. Porém o trabalho com o ensino da matemática precisa ir além dos textos formais didáticos apresentados para as crianças. A aprendizagem matemática está baseada na concepção de que a aprendizagem infantil só será possível se a criança realizar atividades repetitivas e de acordo com as orientações recebidas pelo(a) professor(a). Seguindo essa linha, é comum que profissionais da educação trabalhem a matemática apenas com o intuito de passar noções de número, quantidade, algarismo, figuras geométricas e noções amplas de contagem, sem levar em consideração a fase de desenvolvimento em que a criança se encontra. Para que a compreensão do que está sendo falado pelo(a) educador(a) aconteça, mesmo que este(a) esteja fazendo sua explicação da forma mais clara e precisa, é exigido muita concentração e essa é uma das capacidades individuais mais importantes nessa primeira etapa da vida. Para uma aprendizagem significativa, é preciso que as crianças vivenciem situações por meio do brincar que estimulem a aquisição de novos conhecimentos matemáticos e cabe aos(às) professores(as) favorecerem momentos de experimentação, argumentação e raciocínio, fazendo, assim, uma ligação com os conhecimentos que a criança vivencia em suas situações cotidianas. Diante disso, Smole (2002) afirma que, para a criança desenvolver e conservar um prazer e uma curiosidade pela aprendizagem matemática, é preciso proporcionar uma variedade de situações matemáticas relativas aos números, medidas, formas geométricas, que façam sentido para ela. Em sua aprendizagem diária, a criança estabelece relações com as situações vivenciadas e os objetos e é a partir dessa diversidade de situações que ela desenvolve noções mais complexas, que possibilitarão a solução de problemas. Enquanto ciência, a matemática possui uma comunicação que, para ser compreendida, necessita da linguagem materna para estabelecer uma relação entre a escrita e a oralidade. A relação que a criança estabelece com a linguagem escrita até os seis anos de idade ainda se encontra em desenvolvimento, por esse motivo ela pode apresentar algumas dificuldades ao adquirir e compreender a linguagem matemática. Sendo assim, é de fundamental importância que o trabalho em sala de aula aconteça de maneira clara, para que a criança seja capaz de compreender, fazer ligações com seus fatos diários e principalmente, aprender. Por fim, a aprendizagem da língua matemática, deve estar baseada nas reais situações e realidades de vida, dessa forma formará um indivíduo apto a exercer seu papel social, para o trabalho e munido de cultura e também de conhecimentos que poderão ser postos em prática em seu cotidiano. 2 A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA CRIANÇA E DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA Nos primeiros anos de escolaridade, a criança precisa ter contato diariamente com noções matemáticas para que futuramente consigam resolver situações- problemas diárias, mudando o paradigma de que a disciplina é distante do cotidiano possibilitando, assim, o desenvolvimento da autonomia do pensar em relação aos números. A educação é um fenômeno social, e cada sociedade precisa cuidar da formação dos indivíduos, preparando-os para a participação ativa em função de necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade, ou seja, a base material de cada sociedade, exigirá uma formação específica para os indivíduos, que atendam às necessidades da mesma. A matemática surgiu a séculos ajudando na reorganização social sendo fundamental para o desenvolvimento do pensamento do indivíduo principalmente quando são relacionadas as ações do cotidiano que facilita a assimilação de números, formas, espaço. Então os processos de reflexão, sistematização e formalização do processo de ensino e aprendizagem e as aplicações no cotidiano e principalmente os estudos sobre a matemática evoluíram com o tempo e foram aperfeiçoados até chegar em todo conhecimento que temos hoje. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018), a matemática no ensino fundamental e anos iniciais tem como função retomar as experiências desenvolvidas na educação infantil e o conhecimento adquirido por meio das ações vivenciadas do cotidiano relacionadas a números, formas e espaço. Nessa etapa da aprendizagem se inicia a sistematização desses conhecimentos, e as habilidades a serem desenvolvidas, está mais voltada à compreensão dos significados e dos objetos matemáticos que devem ser retomados e aprofundados, desenvolvendo a capacidade de abstração e aplicação em diferentes contextos por meio de exercícios e problemas. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) (BRASIL, 1998), as instituições de Educação Infantil precisam ajudar as crianças a organizarem suas informações e proporcionar condições que possibilitem a aquisição de novos conhecimentos matemáticos. O trabalhar dos conceitos matemáticos na Educação Infantil precisa ter como finalidade auxiliar as crianças na construção de conhecimentos que atendam à necessidade social, possibilitando o domínio do pensamento, de instrumentalizar a criança em viver melhor, participar e compreender o mundo que exige do sujeito diferentes conhecimentos e habilidades que facilitam a vida humana. Segundo a BNCC (BRASIL, 2018), a matemática é extremamente importante na construção da cidadania e contribui para a resolução do dia a dia e para a construção de outrosconhecimentos, como o científico e o tecnológico, que os indivíduos devem se apropriar nos dias de hoje. A exploração matemática pode ser um bom caminho para favorecer o desenvolvimento intelectual, social e emocional da criança. Do ponto de vista do conteúdo matemático, a exploração matemática nada mais é do que a primeira aproximação das crianças, intencional e direcionada, ao mundo das formas e das quantidades (LORENZATO, 2008, p. 1). Para aproximar a criança com os conhecimentos matemáticos de maneira eficaz, o(a) professor(a) na maioria das vezes necessita buscar recursos que desenvolvam um trabalho satisfatório, auxiliando a criança na vida adulta, para que a construção de conhecimentos aconteça de maneira eficaz, permitindo a autonomia para pensar sobre a importância dos números e suas implicações diárias. Para Kamii (1990, p. 26), a conservação é explicada por Piaget como a maneira que a pessoa chega ao conhecimento do número. As crianças não nascem com esse conhecimento matemático pronto, pois se já fossem capazes de compreender esse conceito, antes dos oito anos de idade já conseguiriam conservar a mesma quantidade, independente dos elementos do conjunto. Para Piaget (1976, p. 73), ensinar matemática na Educação Infantil vai além de ensinar as crianças a contar. Os fundamentos para o desenvolvimento matemático das crianças estabelecem-se nos primeiros anos. A aprendizagem matemática constrói-se através da curiosidade e do entusiasmo das crianças e cresce naturalmente a partir das suas experiências [...] A vivência de experiências matemáticas adequadas desafia as crianças a explorarem ideias relacionadas com padrões, formas, número e espaço de uma forma cada vez mais sofisticada. A criança, ao iniciar o processo de contagem dos objetos, nos faz acreditar que ela já possui claramente o conceito de número, porém isso não pode ser considerado como algo verídico, pois nesse momento ela está apenas narrando os números memorizados por ela e não os colocando em ordem certa. De acordo com a teoria de Piaget e com base nela, Kamii (1990, p. 13) define que “[...] o número é construído por cada criança a partir de todos os tipos de relações que ela cria entre os objetos”. Portanto, a aprendizagem do número não se dá por meio de transmissão social, pois a sociedade possui conceitos que podem variar de acordo com a cultura de cada região, sendo preciso que o(a) adulto(a), seja os familiares ou professores(as), auxilie para construir esse conhecimento social. Kamii (1990, p. 19), nos mostra que “o número é uma síntese de dois tipos de relações que a criança estabelece entre os objetos, uma é a ordem e a outra a inclusão hierárquica”. Ou seja, o conceito de número deve ser resultado da construção de um conhecimento lógico-matemático produzido pela própria criança e adquirido a partir da abstração reflexiva. Ao ser capaz de contar os objetos sem saltar ou repetir os números, a criança está adquirindo a noção ordem, fazendo isso independentemente de como os objetos estejam disponíveis para ela. Ou seja, a criança é capaz de organizar a ordem dos objetos mentalmente, sendo capaz, então, de incluir um número dentro do outro. De acordo com Kamii (1990), para quantificar os objetos como um grupo, a criança tem que colocá-los numa relação de inclusão hierárquica. Isso significa que a criança inclui mentalmente um em dois, dois em três, três em quatro etc. Contudo, para promover uma aprendizagem autônoma na criança e instigá-la a pensar sobre o número, é preciso proporcionar atividades lúdicas e significativas para a construção de novos conhecimentos matemáticos. As atividades precisam partir do contexto dos(as) alunos(as) para serem significativas, oportunizando experiências de participações ativas dos(as) educandos(as), mostrando que o conhecimento é um processo construído. 3 DESENVOLVIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO DO PONTO DE VISTA DE ALGUNS TEÓRICOS Atualmente pensar no ensino da matemática não significa somente buscar desenvolver as competências e habilidades exigidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é necessário entender quais os tipos de cidadãos(ãs) estamos formando, pois, eles(as) serão quem constituirão a sociedade. Esta é caracterizada por passar por transformações constantes em grande velocidade; da mesma forma as informações vão e vem pelos meios de comunicação, sendo possível a partir das tecnologias que facilitam a vida humana. Além disso, as formas das pessoas se relacionarem também se modificam e, com toda essa inovação, o mercado de trabalho se torna cada vez mais exigente em relação aos conhecimentos, que agrega muito na vida do indivíduo e em sua qualificação para atuar na sociedade e no trabalho, sendo esse tipo de formação que a BNCC traz como um de seus objetivos educacionais. Segundo Ávila (2010), pode-se perceber a importância da aprendizagem e do conhecimento matemático em sua manifestação de forma mais simples, como, por exemplo, saber as horas do relógio, contar um dinheiro; até maneiras mais complexas, como resolução de problemas, exercícios; mas também a sua aplicação em prática, por exemplo o engenheiro precisa da matemática para medir as áreas da construção, o agrônomo precisa do cálculo para saber a quantidade certa dos produtos para as plantas e para o solo. Essas entre muitas outras funções envolvem e exige o conhecimento matemático. Essas considerações mostram o quanto de riqueza existe no pensamento matemático para além de seus aspectos lógico- dedutivos. Imaginação e intuição são instrumentos tão importantes na invenção matemática como o são para o pintor que concebe um quadro para o escritor que planeja uma obra literária ou para o músico em suas criações artísticas (ÁVILA, 2010, p. 3). O desenvolvimento e construção do conhecimento lógico matemático infantil precisa de alternativas que possibilitem a construção de vários aspectos referentes à aprendizagem e, por essa razão, é necessária a compreensão do desenvolvimento cognitivo infantil. Para Wadsworth (1992, apud PIAGET, 1976), a aprendizagem acontece por processos que, ao serem desenvolvidos, vão elaborando, organizando e reorganizando os conhecimentos adquiridos. Sendo assim, de acordo com a teoria piagetiana, precisamos compreender alguns conceitos básicos para a construção lógico-matemática das crianças, sendo eles: ● Esquemas – são as estruturas mentais ou cognitivas que se organizam de acordo com o meio e fazem com que os indivíduos se adaptem intelectualmente, ou seja, os esquemas se adaptam e se modificam de acordo com o desenvolvimento mental do indivíduo. ● Assimilação – é o processo pelo qual o sujeito agrega um novo conhecimento, ao seu cognitivo, integrando esses dados aos já existentes. Portanto, a assimilação está ligada ao crescimento dos esquemas cognitivos e não as suas mudanças, pois o novo desenvolvimento adquirido irá propor uma ampliação dos esquemas. ● Acomodação – nesse processo ,a criança irá assimilar os esquemas cognitivos já existentes com o novo estímulo recebido, ou seja, a acomodação é o momento de criar novos esquemas ou apenas de modificar e agregar aos velhos. ● Equilibração – é o processo que permite que a experiência externa adquirida pelo sujeito seja incorporada à estrutura interna (esquemas), assim, da mesma maneira que nos adaptamos ao mundo exterior, nossa mente, ao se desenvolver intelectualmente, passa por esse processo de adaptação. Instrumentos reguladores dessa ação- assimilação e acomodação. Esses processos, para Piaget (1976), são fundamentais para a construção lógico-matemática de complexidade crescente. Assim, nesse cenário de contradições, descobertas, conflitos sociais, surpresas e infinitas possibilidades de aprendizagem, surge o ser humano como uma obra em permanente construçãoe, no decorrer desse processo, coloca-se o raciocínio lógico-matemático como fundamental durante todas as etapas de vida do indivíduo. Estamos rastreando o que é comum a todos esses processos, o que os torna complementares, o seu elo de ligação, isto é, a estrutura lógico-matemática que vai sendo construída pelo sujeito através de todos esses processos. Lembrando sempre que esses processos não a reduzem a essa estrutura matemática, mas que ela é sua condição de possibilidade do processo (BECKER, 1999, p. 39). De acordo com as ideias de Fraga (1988), o conhecimento provém de fontes internas e externas ao sujeito, são eles: ● Conhecimento físico - acontece quando o indivíduo executa uma ação efetiva sobre o objeto, tais como: observar, apertar, classificar, semelhanças e diferenças, entre outros aspectos visíveis. ● Conhecimento Social – origina-se a partir das relações com outras pessoas e com o mundo exterior, como exemplo: as regras sociais – “com licença”. ● Conhecimento lógico-matemático – acontece das ações mentais do indivíduo perante o objeto e se dão numa escala de relação, classificação, ordenação e medidas. O ensino do conhecimento matemático deve corromper a visão de razão e verdade absoluta e incontestável, tornando-a uma disciplina dinâmica, criativa, lúdica, repleta de experiências, levando o aluno ir em busca, a pesquisa unindo isso ao conhecimento do professor constituindo-se assim o processo de construção de conhecimento. No entanto, tais conhecimentos só ganham significado em situações vivenciadas pelas pessoas. Nessas situações, elas são chamadas a mobilizar os conhecimentos e a ligá-los, de forma eficaz, às experiências práticas. Em outros termos, é necessário que todos tenham a capacidade e a oportunidade de administrar as mais diferentes situações da vida, pelo recurso a intuições, conceitos, princípios, informações, métodos, técnicas, como fruto de suas experiências pessoais (SANTOS; LIMA, 2010. p. 04). Por fim, todos esses aspectos são contribuintes para a formação cognitiva dentro do processo de ensino e aprendizagem da matemática. Podem agregar melhorias em vários âmbitos, como o relacionamento familiar, atuação social, ou seja, a matemática pode ser considerada como essencial para a formação integral do indivíduo. SAIBA MAIS Caro(a) aluno(a), o processo de aquisição do número, por parte das crianças, é a base para toda sua aprendizagem futura da Matemática e este processo se inicia pela contagem. Você já observou que as crianças, ao contarem um grupo de objetos, falam números, muitas vezes, pulando alguns e repetindo outros? Se os objetos estiverem espalhados, elas costumam contar alguns mais de uma vez e deixam de contar outros. Além disso, nem sempre é claro quando devem parar de contar. As crianças nesse estágio ainda não desenvolveram o conceito de número, mas ele está presente em suas vidas – e isso incentiva suas primeiras contagens. Da mesma forma, os números que estão incorporados ao seu dia a dia – sua idade, o número de irmãos, o número da casa etc., precisam ganhar significado. A partir do conhecimento da criança sobre os números do cotidiano, cabe a nós, professores, ajudá-la a observar diferentes significados e usos. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# SAIBA MAIS Prezado(a) acadêmico(a), geralmente os adultos fazem interpretações errôneas sobre as possibilidades de a criança lidar com os números e de realizar mentalmente operações numéricas com significado. Alguns acreditam que ensinando a numeração falada às crianças, estas aprenderão o número. No entanto, a capacidade de contar objetos com êxito é construída progressiva e interiormente pela criança, e só se consolida quando ela é capaz de coordenar reciprocamente várias ações aplicadas sobre os objetos, a fim de quantificá-los. Quaisquer esforços para “ensinar a contar” são inúteis, pois a criança só é capaz de fazê-lo quando constrói internamente tais coordenações. De fato, memorizar a sequência numérica não significa ter consolidada a estrutura de número, e muito menos significa que a criança esteja apta a aprender as operações matemáticas. Em resumo, muitas ações precisarão ser construídas e coordenadas pela criança para que ela venha a empregar a numeração falada corretamente, para descobrir quantos objetos há em uma coleção. De acordo com Rangel (1992), essas ações se constituem em: a) juntar os objetos que serão contados, separando-os dos que não serão contados (classificação); b) ordenar os objetos para que todos sejam contados e cada um somente uma vez (seriação); c) ordenar os nomes aprendidos para a enumeração dos objetos, utilizando-os na sucessão convencional, não esquecendo nomes nem empregando mais de uma vez o mesmo nome (sequenciação); d) estabelecer a correspondência biunívoca e recíproca nome-objeto (correspondência); e) entender que a quantidade total de elementos de uma coleção pode ser expressa por um único nome; f) Saber que a quantidade não depende da arrumação dos objetos da coleção; g) Perceber que um conjunto pode abranger outro, exemplo: o conjunto das maçãs está contido no conjunto das frutas (inclusão). Para que a correspondência biunívoca e recíproca nome-objeto se efetive, a criança terá de utilizar tanto a ação de juntar os objetos que serão contados, separando-os dos que não serão contados, quanto a ação de ordenar os objetos um após o outro. Sendo assim, o que não se pode pensar é que essas ações surgem uma após outra e vão se somando sucessivamente, ao contrário, elas evoluem simultaneamente. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# SAIBA MAIS As competências específicas de matemática competem a reconhecer a matemática como ciências humanas, desenvolver o raciocínio lógico, compreender diferentes conceitos e procedimentos nos diferentes campos da matemática, fazer observações e sistematizações dos aspectos quantitativos e qualitativos, utilizar processos e ferramentas matemáticas principalmente as tecnologias digitais, enfrentar situações- problemas em diferentes contextos, desenvolver e discutir projetos, desenvolver relações de interação e coletividade. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# REFLITA ● A aprendizagem de um meio de comunicação, a linguagem matemática, deve estar subordinada ao ato de comunicar, ou seja, a aprendizagem de um código e das suas regras de funcionamento não deve, nem pode, ser desconectada do que pretende ser comunicado, pois ensinar e aprender são na sua essência atos de comunicação (MENEZES, 2003). ● O trabalho de Piaget se concentrou no estudo do desenvolvimento cognitivo e não propriamente no processo de aprendizagem. Porém esse processo de desenvolvimento pode ser descrito em termos de aprendizagem. O sujeito que se desenvolve alcança um outro patamar de compreensão da realidade e passa a lidar com essa realidade cada vez com mais adequação: isto é produto de aprendizagem (LA ROSA, 2003). ● Conhecimento lógico-matemático é um domínio intrigante que tem várias características específicas. Primeiro, não é diretamente ensinável, porque é construído a partir das relações que a própria criança criou entre os objetos, e cada relação subsequente que ela cria; é uma relação entre as relações que criou antes. Os processos envolvidos nesta construção são abstração reflexão e equilibração (KAMII, 1991). #REFLITA# CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalizamos a Unidade I da disciplina de Dificuldades no Processo de Aprendizagem da Matemática, intitulada Estrutura do Desenvolvimento do Conhecimento Lógico-Matemático. No primeiro momento analisamos a importância da linguagem matemática para o desenvolvimento cognitivo infantil, pois é de extrema importância para o processo educacional, possibilitando que a criança se comunique com todas as áreas deconhecimento. No segundo momento estudamos sobre a construção social da criança e a aprendizagem matemática, compreendendo que o contato diário com as noções matemáticas, possibilitam que a criança consiga resolver situações-problemas cotidianas, permitindo uma autonomia no pensar e agir matemático. Por fim, entendemos o desenvolvimento lógico-matemático do ponto de vista de alguns autores, e que ensinar matemática não significa somente buscar desenvolver as competências e habilidades, mas também qualificar a criança para o desenvolvimento de um raciocínio lógico-matemático eficiente. Portanto, procuramos contribuir para que você caminhe ao encontro de outras possibilidades de entendimento sobre a importância do desenvolvimento do conhecimento lógico-matemático infantil, pois a aprendizagem matemática está presente em nosso dia a dia, fazendo parte do desenvolvimento social do indivíduo. LEITURA COMPLEMENTAR Olá, estudante. A leitura complementar para a nossa primeira unidade será o artigo A Construção do Conhecimento Lógico-Matemático: Aspectos Afetivos e Cognitivos, da autora Fátima Aparecida Bolognese A autora nos traz um aporte teórico que nos apresenta uma reflexão sobre que o conhecimento lógico-matemático não é inato, mas sim construído por meio do contato social. Por fim, podemos entender que o sujeito constrói a noção de número por meio das relações cotidianas. Segue o link de acesso http://www.profala.com/arteducesp95.htm Aproveitem o material e boa leitura! http://www.profala.com/arteducesp95.htm LIVRO • Título: A matemática no cotidiano infantil: Jogos e atividades com crianças de 3 a 6 anos para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático - 1º Edição • Autor: Silvia Marina Guedes dos Reis • Editora: Papirus • Sinopse: As noções básicas em matemática, lógica e geometria começam a ser elaboradas na infância, portanto, é vital que a base seja sólida, bem construída e bem trabalhada. Estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática, é propiciar o desenvolvimento mental, é fazer pensar. Esse livro apresenta sugestões de jogos, brincadeiras e atividades que buscam desenvolver o raciocínio lógico-matemático e trabalhar o conteúdo a ser explorado com crianças de 3 a 6 anos de forma lúdica, interativa e desafiadora, auxiliando o educador a construir um "ambiente matematizador" em sala de aula. Várias atividades aliam arte e criatividade, como o desenho com formas geométricas e a construção de jogos e materiais com sucata, proporcionando às crianças a satisfação de construir seus próprios jogos, além de trabalhar o conceito de reciclagem. A obra também tem por objetivo levar à reflexão dos caminhos que conduzem a essa aprendizagem. É destinada a todos que trabalham com crianças nessa faixa etária: professores, coordenadores e orientadores, e também aos estudantes na área da educação. FILME/VÍDEO • Título: Matemática em Toda Parte • Ano: 2015 • Sinopse: O vídeo procura mostrar diversos pontos nos quais a matemática existe no nosso cotidiano e como existem muitas possibilidades de conhecer mais sobre esse universo dentro e fora da escola. https://www.youtube.com/watch?v=OMOL4C0i_k0 https://www.youtube.com/watch?v=OMOL4C0i_k0 REFERÊNCIAS ÁVILA, G. Objetivos do ensino da Matemática. Goiânia: Instituto de Matemática e Física, UFG, 2010. BECKER, F. (Org.). Revisitando Piaget. v. 3, 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 1999. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em: 10 nov. 2020. BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. v. 3. Brasília: MEC/SEF, 1998. CASTRO, C. de M. Educação na era da informação. São Paulo: Cortez, 2001. FRAGA, M. L. A matemática na escola primária: uma observação do cotidiano. São Paulo: EPU, 1988. KAMII, C. A criança e o número: Implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação com escolares de 4 a 6 anos. 11. ed. Campinas: Papirus, 1990. KAMII, C. A criança pré-escolar: como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. LA ROSA, J. (Org.). Psicologia e Educação: o significado do aprender. 7. ed. Porto Alegre: EDIPURS, 2003. LORENZATO, S. Educação Infantil e percepção matemática. 2. ed. Campinas: Autores associados, 2008. MENEZES, L. Matemática, Linguagem e Comunicação. 2003. Disponível em: http://www.esev.ipv.pt/mat1ciclo/2008%202009/Comunicacao/Proff.pdf Acesso em: 10 nov. 2020. PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 1976. RANGEL, A. C. S. Educação Matemática e a construção do número pela criança: uma experiência em diferentes contextos sócio-econômicos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. REIS, S. M. G. dos. A matemática no cotidiano infantil: Jogos e atividades com crianças de 3 a 6 anos para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemática. Campinas: Papirus, 2016. ROSA NETO, E. Didática da matemática. São Paulo: Ática, 2002. SANTOS, M. C. dos; LIMA, P. F. Considerações sobre a matemática no ensino fundamental. In: Anais do seminário nacional: currículo em movimento- Perspectivas atuais. Belo Horizonte. Novembro, 2010. SMOLE, K. S. A Matemática na Educação Infantil: Inteligências Múltiplas na Prática Escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base http://www.esev.ipv.pt/mat1ciclo/2008%202009/Comunicacao/Proff.pdf WADSWORTH, B. J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1992. UNIDADE II CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO Professora Mestre Priscila da Rocha Luiz Bueno Plano de Estudo: A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Processos cognitivos envolvidos no conhecimento lógico-matemático • Conceito de número nas significações aritmética, geométrica e algébrica • Princípios teórico-metodológicos da atividade pedagógica no processo de apropriação de conceitos matemáticos Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer os processos cognitivos envolvidos no conhecimento lógico-matemático infantil. • Abordar o conceito de número nas significações aritmética, geométrica e algébrica. • Compreender os princípios teórico-metodológicos da atividade pedagógica no processo de apropriação de conceitos matemáticos. INTRODUÇÃO Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) à Unidade II da disciplina de Dificuldades no Processo de Aprendizagem da Matemática do curso de Graduação em Psicopedagogia. A construção do raciocínio lógico-matemático infantil, permanece ao longo dos anos e cada situação apresentada no cotidiano eleva o pensamento e o desenvolvimento de novas aprendizagens. Para Smole (2000), é importante realizar um trabalho que apresente uma variedade de pensamentos matemáticos, despertando a curiosidade, não esquecendo o papel da escola nesse processo de aprimoramento das ideias matemáticas, possibilitando novas experiências e fazendo com que o(a) educando(a) vá além do que já sabe. O raciocínio lógico-matemático é um processo construído de maneira processual e por meio das relações estabelecidas pela criança com essa aprendizagem. Portanto, é considerado um conhecimento que não pode ser ensinado. Nessa perspectiva, Maccarini (2009) nos mostra que o raciocínio lógico-matemático precisa ser construído com base em jogos e brincadeiras, voltados para noções espaciais, numéricas, geométricas, entre outras, proporcionando um ambiente enriquecedor e atrativo para o desenvolvimento das habilidades infantis. Diante dessa afirmação, esta unidade nos permitirá aproximar dos processos cognitivos envolvidos no conhecimento lógico-matemático infantil. Emseguida abordaremos o conceito de número nas significações aritmética, geométrica e algébrica. Por fim, sobre os princípios teórico-metodológicos da atividade pedagógica no processo de apropriação de conceitos matemáticos. Sendo assim, o desenvolvimento do raciocínio matemático é fundamental para todas as áreas de evolução do sujeito, originando-se das diversas relações que a criança estabelece com as variadas situações e informações adquiridas, podendo organizar seu pensamento a partir de suas próprias perspectivas relacionadas ao mundo dos números. Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o tema de nossa segunda unidade. Boa leitura! 1 PROCESSOS COGNITIVOS ENVOLVIDOS NO CONHECIMENTO LÓGICO- MATEMÁTICO Os fatores sociais, afetivos, biológicos e psicológicos são responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo do ser humano, ou seja, o processo de aprendizagem será determinado pela formação das estruturas do conhecimento adquirido pelo indivíduo. O ensino da disciplina de matemática deve corromper a visão de razão e a verdade absoluta e incontestável, tornando-a uma disciplina dinâmica, criativa, lúdica, repleta de experiências, levando o(a) aluno(a) a ir em busca de novas aprendizagens. No entanto, tais conhecimentos só ganham significado em situações vivenciadas pelas pessoas. Nessas situações, elas são chamadas a mobilizar os conhecimentos e a ligá-los, de forma eficaz, às experiências práticas. Em outros termos, é necessário que todos tenham a capacidade e a oportunidade de administrar as mais diferentes situações da vida, pelo recurso a intuições, conceitos, princípios, informações, métodos, técnicas, como fruto de suas experiências pessoais (SANTOS; LIMA, 2010, p. 4). Considerado uma operação mental, o raciocínio também se apresenta como uma atividade discursiva que organiza os dados ou informações obtidas pelo sujeito, sejam palavras, números ou ações, de maneira que façam significado ao contexto que o indivíduo está inserido e tragam um resultado significativo. O desenvolvimento do método matemático ocorre por meio do raciocínio lógico e do pensamento, evoluindo o processo cognitivo e o intelecto humano, organizando a lógica das atividades e as explorações matemáticas infantis. A exploração matemática pode ser um bom caminho para favorecer o desenvolvimento intelectual, social e emocional da criança. Do ponto de vista do conteúdo matemático, a exploração matemática nada mais é do que a primeira aproximação das crianças, intencional e direcionada, ao mundo das formas e das quantidades (LORENZATO, 2008, p. 1). Compreendemos, então, que o processo de aprendizagem da matemática vai além do raciocínio lógico, e que os processos matemáticos podem desenvolver a criatividade, a percepção e a atenção da criança. O ensino da Matemática se justifica ainda pelos elementos enriquecedores do pensamento matemático na formação intelectual do aluno, seja pela exatidão do pensamento lógico- demonstrativo que ela exibe, seja pelo exercício criativo da intuição, da imaginação e dos raciocínios por indução e analogia (ÁVILA, 2010, p. 5). De acordo com Piaget (1978), o conhecimento lógico-matemático infantil, resulta na construção da atividade mental que a criança possui perante o meio em que está inserida, ou seja, perante o mundo. O conhecimento matemático é construído pelas relações que a criança cria em suas atividades diárias, não ficando dependente do objeto de estudo e sim da operação mental que será construída a partir das ações sobre os objetos. Diante das infinitas possibilidades de aprendizagens que se apresentam para o sujeito, que estão em permanente evolução, a construção de novas descobertas matemáticas acontece durante todas as etapas da vida do ser humano e o raciocínio lógico matemático é um dos desenvolvimentos fundamentais deste processo. Piaget (1973) aponta três estágios básicos para entendermos o processo evolutivo das estruturas cognitivas do indivíduo. O primeiro estágio, conhecido como pré-operatório, caracteriza-se pelas ações sensório-motoras, os primeiros esquemas de natureza lógico- matemática infantil se dão por meio dos objetos e exercícios de repetição espontânea. No segundo estágio, chamado de operatório concreto, inicia-se o processo das operações e ações de pensamento, porém a criança ainda precisa ter contato com objetos concretos para a assimilação dos conceitos matemáticos. Por fim, há o estágio formal ou abstrato, nessa fase a criança não depende mais de objetos ou ações concretas para assimilar as operações matemáticas, atingindo, assim, a constituição do pensamento formal. Estamos rastreando o que é comum a todos esses processos, o que os torna complementares, o seu elo de ligação, isto é, a estrutura lógico-matemática que vai sendo construída pelo sujeito através de todos esses processos. Lembrando sempre que esses processos não a reduzem a essa estrutura matemática, mas que ela é sua condição de possibilidade do processo (BECKER, 1999, p. 39). O conhecimento lógico-matemático não pode ser ensinado com verbalização ou repetição. Essa aprendizagem é o resultado das ações mentais que a criança realiza sobre os objetos. Para Kamii (1990), o conhecimento lógico matemático está dividido em três tipos, são eles: o físico, o lógico-matemático e o social. O conhecimento físico está ligado aos objetos; a maneira como a criança vê as características externas, ou seja, sua cor, forma, tamanho e outras características que são possíveis de observar visivelmente pela criança. O conhecimento lógico-matemático está relacionado à capacidade do sujeito estabelecer e coordenar as relações entre os objetos, ou seja, ao observar duas bolas, uma vermelha e uma amarela, estamos identificando a diferença entre elas. Sendo assim, o indivíduo desenvolve relações mentais que lhe auxiliarão no processo de confirmação ou não de suas hipóteses, possibilitando a construção de uma ação própria e individual para a resolução de problemas cotidianos. E, por fim, o conhecimento social. Esse conhecimento está na relação que a criança faz entre o objeto e o meio em que vive. Tal fato acontece quando o sujeito compreende as características e a função de cada objeto. Ou seja, quando compreende que o telefone foi feito para realizar ligações e a televisão para assistir programas infantis, utilizando, assim, um sistema classificatório para suas ações sociais e individuais. O conhecimento lógico matemático infantil é construído pela criança mediante um processo que envolve: o amadurecimento biológico, as informações recebidas pelo meio, a manipulação de objetos e, por fim, as experiências vividas. Por fim, para instigar as crianças a pensarem no número e estimular uma aprendizagem autônoma para construir o conhecimento matemático, é preciso promover atividades lúdicas significativas, partindo do contexto infantil e oportunizando rodas de conversa para exposição de ideias, proporcionando uma ativa participação da criança na construção do conhecimento. 2 CONCEITO DE NÚMERO NAS SIGNIFICAÇÕES ARITMÉTICA, GEOMÉTRICA E ALGÉBRICA No processo de desenvolvimento, cada civilização desenvolveu sua própria cultura, mas, apesar das diferenças, há características comuns entre elas. Muitas se desenvolveram em vales de rios, que sempre tiveram grande importância na vida dos homens, pois forneciam água e alimento. Um conjunto de símbolos e de regras utilizados para representar números é denominado SISTEMA NUMÉRICO. Antigas civilizações, como a dos egípcios, babilônios, gregos, chineses, romanos, maias etc., possuíam formas bem organizadas de representar números. Sistema de numeração egípcia: o sistema de numeração egípcia é um dos primeiros sistemas de que se tem conhecimento. Os numerais egípcios são também conhecidos como hieróglifos e foramcriados há, aproximadamente, 5 mil anos a.C. A numeração egípcia baseava-se na ideia de trocas e de agrupamentos de dez em dez, conforme segue: Figura 1 - Sistema Numérico Egípcio Fonte: Diadema (2020). Observe que a base do sistema numérico egípcio é decimal, ou seja, a base é 10. No entanto, esse sistema não era posicional. Por exemplo, o número 27 poderia ser escrito como: ∩ ∩ | | | | | | | ou ainda, de outra maneira: | | | | ∩ | | | ∩. Por fim, criado há aproximadamente 5.000 a.C., o sistema de numeração egípcio também é conhecido como hieróglifos. Baseado em agrupamentos, esse sistema decimal é de base 10, sendo representado por imagens com formas de pergaminho, ferradura, bastão entre outros. Sistema de numeração romana: o sistema de numeração romano é parecido com o sistema de numeração egípcio, no tocante à dificuldade de efetuar cálculos. A numeração romana utilizava sete símbolos para escrita numérica: Figura 2 - Sistema Numérico Romano Fonte: a autora. Com apenas esses sete signos (I, V, X, L, C, D e M) os antigos romanos escreviam os números utilizando-se das seguintes regras (princípios): Princípio repetitivo: os símbolos I, X, C e M podem ser repetidos até três vezes, consecutivamente. I - 1 X- 10 C- 100 M- 1000 II - 2 XX- 20 CC- 200 MM- 2000 III- 3 XXX- 30 CCC- 300 MMM- 3000 Princípio aditivo: nesse princípio, se escrever à direita de um símbolo de valor maior outro símbolo de valor menor, então, eles serão adicionados. Por exemplo: VI- 5 + 1 = 6 LX - 50 + 10 = 60 CX- 100 + 10 = 110 DC- 500 + 100 = 600 MC- 1000 + 100 = 1100 CL- 100 + 50 = 150 Princípio subtrativo: nesse princípio, se escrever à esquerda de um símbolo de valor maior outro símbolo de valor menor, então, eles serão subtraídos. Por exemplo: IV- 5 – 1 = 4 XL- 50 – 10 = 40 XC- 100 – 10 = 90 CD- 500 – 100 = 400 CM- 1000 – 100 = 900 IX- 10 – 1= 9 Princípio multiplicativo: no final da Idade Média europeia, passou-se a representar os números compreendidos entre 1.000 e 5.000 utilizando barras horizontais sobre o algarismo; o que significava que bastava multiplicar o algarismo por 1.000. Observe o exemplo: V= 5x1000 = 5000 Sabe-se que o ensino das operações deve privilegiar a ação mental de cada uma delas, ao invés da mera produção de resultados. Assim, é importante estimular a criança a executar cálculos mentais e apresentar estimativas sobre o resultado desses cálculos. Para que se alcance esse objetivo, devem ser exploradas situações do cotidiano da criança, nas quais a lógica das operações fique clara, procurando-se retardar a sistematização na obtenção desses resultados. Para que tal sistematização ocorra de forma consistente, é de suma importância a compreensão da lógica do nosso sistema de numeração. A aritmética deriva da palavra grega arithmos, que significa número, sendo assim, a aritmética é a parte da Matemática que estuda as propriedades dos números e as operações que se possam realizar sobre esses números. As operações aritméticas fundamentais são: adição, subtração, multiplicação e divisão. Mas o que são operações? De uma maneira mais ampla, sempre que agimos sobre um objeto, realizamos uma operação, ou seja, uma intenção de ação. ● Adição: está associada às ideias de juntar, reunir, acrescentar. Denominada de operação “juntar” se refere às situações em que, sobre certo número de objeto da mesma espécie, ocorra alguma transformação. ● Subtração: é a ação de retirada de cada dois valores, ou seja, um valor é subtraído e o valor que resta é o resultado da operação, ou seja, completar, comparar e tirar. ● Multiplicação: é uma forma abreviada de somar algo, achando o resultado total de dois grupos iguais ou mais. ● Divisão: é a ação de dividir para todos em partes iguais. Dividir um número consiste em fracioná-lo, assim, sua fragmentação pode ter como resultado um número inteiro ou decimal. [...] em nossos dias, a utilização, com compreensão, das operações aritméticas fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão) tornou-se um dos objetivos principais de qualquer Educação Matemática básica. É preciso ter em mente a importância de desenvolver a compreensão do sentido e da utilização das operações na resolução dos diversos problemas do cotidiano, o que é mais importante do que o simples domínio de algoritmo (SILVA; LOURENÇO; CÔGO, 2004, p. 71). Para Centurión (2002), muitos defendem a ideia de que todo pensamento depende das ações. Dentre eles, Piaget, que defende a teoria de que o pensamento se dá nas relações que o sujeito cria a partir de suas ações com o objeto, e que não dependem dos objetos em si. Nós “internalizamos” nossas ações e pensamos, mas, no pensamento, qualquer ação pode ser feita e refeita. Algumas ações que realizamos são chamadas de operações diretas, pois transformam uma situação inicial; outras podem ser consideradas operações inversas, pois desfazem as operações diretas e voltam à situação inicial. Já algumas ações que realizamos não dependem da ordem em que são realizadas; dizemos que essas ações têm a propriedade comutativa, em que podemos traçar a ordem das ações sem alterar o resultado. Em nosso cotidiano utilizamos os números como uma forma de expressar nossas ações diárias, não sendo utilizados de maneira pura, apenas como função do que representam. Porém, utilizamos diferentes maneiras quando falamos das operações aritméticas, percebendo-se que podem ser utilizadas de diversas formas. Vamos dar um exemplo: na maioria das vezes ao darmos um troco, completamos o que falta e não a operação de subtração, ou seja, ao pagar uma compra no valor de vinte nove reais e cinquenta centavos, e entregar uma nota de cinquenta reais para o caixa, ele completaria com cinquenta centavos, que chegaria nos trinta reais e após os vinte reais que faltam para completar a quantia do valor recebido. Introduzir a geometria de uma forma natural requer compreendê-la na natureza, nos objetos que usamos, nas artes, nas brincadeiras. É trabalhando com a geometria que iremos despertar em nossos alunos a sensibilidade em apreciar as formas ao seu redor, sejam elas criadas pela natureza ou pela ação do homem. Segundo Pavanello (2000), a Geometria orientou os povos antigos na divisão das terras de cultivo, na elaboração de vários objetos e utensílios, nos desenhos que enfeitavam seus tecidos e na construção de monumentos gigantescos, tais como as pirâmides do Egito. Nos dias atuais, a geometria continua presente, por exemplo, nos projetos arquitetônicos e urbanísticos, na disposição das embalagens de produtos variados, nas diferentes peças de máquinas e motores. Também encontramos a geometria na natureza, presente nos objetos, seres das mais variadas formas e tamanhos que ocupam no espaço as mais diversas posições. Podemos observar as regularidades das formas observadas no casco da tartaruga, no favo de mel, na espiga de milho, na casca de abacaxi, entre outras. Contudo, a álgebra se manifesta por uma linguagem composta por símbolos e regras rígidas, as letras servem de auxílio para a resolução de equações e sistemas, tais letras são conhecidas como variáveis ou incógnitas. A álgebra é um trabalho com equações e as letras são entendidas e aprendidas com valor numérico desconhecido que será determinado após diversos cálculos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) apresentam as dimensões para o ensino da Álgebra, são elas (BRASIL, 1998, p. 116-122): ● Na dimensão Aritmética Generalizada – uso das letras como generalização do modelo aritmético, com ênfase nas propriedades das operações; ● Na dimensão Funcional – o uso de letras como variáveis, expressa relaçõese funções; ● Na dimensão Equação – as letras entendidas como incógnitas, com ênfase na resolução de equações; ● Na dimensão Estrutural – letras como símbolos abstratos, ênfase nos cálculos algébricos e expressões. Por fim, a álgebra, dentro do contexto matemático, é considerada uma estrutura aritmética, desenvolvida para suprir diariamente as necessidades matemáticas, pois diariamente conseguimos lidar com as operações aritméticas de maneira simples e eficaz. 3 PRINCÍPIOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA ATIVIDADE PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS A educação matemática precisa agregar-se a outras possibilidades de ser efetivada, podendo ser mais dinâmica, criativa, envolvendo a criança em novas experiências, promovendo interação, levando as ações do dia a dia para dentro da sala de aula relacionando-a com a matemática, e ensinar o(a) aluno(a) a aplicar a matemática fora do ambiente escolar. Para Carvalho (1994), a interdisciplinaridade na educação matemática possibilita uma aprendizagem com conteúdos diversos na disciplina, por meio de ferramentas que facilitem o aprendizado. O(A) docente juntamente com o(a) discente realiza pesquisas, cria novas hipóteses e novos métodos que contribuem para o desenvolvimento do raciocínio matemático. De acordo com os PCNs (BRASIL,1998), os(as) alunos(as) desenvolvem uma inteligência prática por meio das necessidades diárias e são elas que possibilitam que o sujeito busque novos conceitos e novas soluções e informações para as tomadas de decisões, desenvolvendo uma grande capacidade de resolver as atividades matemáticas. Sobre o desenvolvimento de conceitos matemáticos, Vygotski (2008) diz que é no processo de solucionar algum problema que o pensamento do sujeito forma novos conceitos e esse conceito só irá surgir e será assimilado com a resolução do problema proposto, ou seja, será o resultado desse processo. Entende-se, então, que as funções superiores e o pensamento teórico só farão sentido para a criança se forem desenvolvidos por meio das vivências cotidianas, fazendo sentido para o desenvolvimento de novos conceitos matemáticos, possibilitando que o indivíduo se desenvolva também de maneira social e cultural. No ensino matemático, é preciso considerar atividades que promovam o processo de produção de determinado conceito, pois, ao desencadear novas situações de aprendizagens, é preciso transformar as necessidades individuais em coletivas, possibilitando que as ações sejam compartilhadas e, assim, encontrem a resolução do problema. Para o ensino de Matemática, é fundamental que a história do conceito permeie a organização das ações do professor de modo que esse possa propor aos seus estudantes problemas desencadeadores que embutam em si a essência do conceito. Isso implica que a história da Matemática que envolve o problema desencadeador não é a história factual, mas sim aquela que está impregnada no conceito ao se considerar que esse conceito objetiva uma necessidade humana colocada historicamente (MORETTI, 2007, p. 98). No espaço escolar os conceitos assimilados pela criança, permitem a aprendizagem por meio de situações problemas pelo qual muitas vezes ela não tenha experimentado anteriormente, como, por exemplo, estudar sobre as cheias das Cataratas do Iguaçu, sem nunca sequer ter estado lá. Vamos conhecer algumas tendências de práticas pedagógicas para o ensino do conhecimento matemático, são elas: Etnomatemática, Modelagem Matemática, Mídias Tecnológicas, História da Matemática, Investigação matemática e a Resolução de problemas. ● Etnomatemática: a aprendizagem matemática acontece por meio da cultura local, tendo como ponto de partida o conhecimento prévio que o sujeito possui, ou seja, pelos conhecimentos adquiridos por meio das experiências fora do ambiente escolar. ● Modelagem Matemática: está relacionada à maneira de transformar os problemas reais do cotidiano em problemas que podem ser desenvolvidos e resolvidos na sala de aula, sendo possível realizar uma análise coletiva dos resultados. Trabalhar com essa alternativa pedagógica é possibilitar que o(a) educando(a) participe ativamente da construção dos conhecimentos matemáticos. ● Mídias Tecnológicas: no espaço escolar, as tecnologias estão sendo implantadas de maneira gradativa. Para Moran (2007), essa ferramenta precisa ser entendida como um auxílio ao trabalho pedagógico do(a) docente, servindo de apoio para a implementação do conhecimento tecnológico a prática pedagógica do(a) professor(a). ● História da Matemática: nessa tendência é possível compreender a necessidade do surgimento da matemática para a comunicação entre as culturas. As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2009) afirmam que o trabalho com a história da matemática possibilita elaborar atividades e problemas matemáticos que favoreçam o entendimento dos conceitos matemáticos. ● Investigação Matemática: para possibilitar o desenvolvimento da criança e facilitar o acesso a novas aprendizagens, é preciso que o conhecimento sistematizado proporcione formas de raciocínio que trabalhem com a investigação de novas formas de construção de significados. ● Resolução de Problemas: os problemas possibilitam o raciocínio de novas ideias e soluções, em sua maioria não estão diretamente ligados. É por meio da resolução de problemas que o(a) discente é desafiado(a), desenvolvendo sua criatividade para que não desanime diante das dificuldades encontradas em seu cotidiano. Diante disso, a sociedade passa por uma constante transformação, implicando mudanças significativas no campo educativo, deixando evidente que o ensino da matemática precisa ir além da realização de cálculos, proporcionando que essa aprendizagem tenha significado para o desenvolvimento infantil. SAIBA MAIS Caro(a) aluno(a), o pensamento matemático é uma construção criativa pela qual a criança adquire novos conhecimentos. O espaço escolar deve apresentar uma abordagem didática que proporcione a aprendizagem integral do(a) aluno(a), resultando na construção do raciocínio lógico-matemático. Dessa forma, ao elaborar diferentes ações matemáticas em seu dia a dia, a criança é encorajada para elaborar diferentes pensamentos matemáticos, solucionando problemas do seu cotidiano, vivenciando diferentes experiências matemáticas. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# SAIBA MAIS Prezado(a) acadêmico(a), o conceito de número é construído gradativamente e sua aprendizagem não acontece de forma direta, pois a criança precisa se aprimorar desse conhecimento e ir aprendendo por si mesma, ou seja, quando esse conceito passa a fazer sentido pra ela. A aprendizagem do conhecimento sobre os números é construída de acordo com as relações que o sujeito obtém entre os elementos físicos, ou seja, quando estabelecem a noção de semelhança e diferença, de classificação e de quantidade, esse conhecimento é criado quando o sujeito faz a relação com os objetos. Sendo assim, a aritmética, geometria e a álgebra fazem parte do cotidiano do indivíduo e inicialmente surge para solucionar as necessidades práticas diárias, estando presente na vida do sujeito de várias formas. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# SAIBA MAIS O pensamento teórico para ser formado precisa ser organizado de maneira que proporcione ao indivíduo a realização de atividades que sejam adequadas para formar e aprimorar seu pensamento matemático. Os princípios metodológicos para o ensino e aprendizagem matemático está relacionado a maneira que será estabelecida a comunicação entre os envolvidos professor(a) e aluno(a) e principalmente como o espaço (sala de aula) será preparado para a efetivação dessa atividade. Por fim, possibilitar situações problemas que vão de encontro como cotidiano infantil permitirá que a aprendizagem aconteça de maneira significativa, possibilitando que a criança desenvolva um raciocínio matemático eficaz, relacionando sempre com novos conhecimentos. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# REFLITA ● Outra característica do conhecimento lógico-matemático é que se o deixarmos desenvolver sozinho e a criança estiver encorajada a estar alerta e curiosa acerca daquilo que a rodeia, então haverá somente um caminho para ele se desenvolver e será através da coerência. [...] Toda criança normal fará inclusão de classe, cedo ou tarde, sem uma simples lição de inclusão de classe. [...] Uma vez que a criança tenha inclusão de classe, ela nunca olhará uma vaca sem saber que é um animal (KAMMI; HOUSMAN, 2002. p. 25). ● O princípio de ensino que pode ser concebido na base desta estruturação progressiva, é o de que, para a construção dos grandes números, é importante facilitar o desenvolvimento dos mesmos processos cognitivos que resultam na construção dos pequenos números (KAMMI, 1990, p. 31). ● A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; apreender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. O significado da Matemática para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas matemáticos (BRASIL, 1997, p. 19). #REFLITA# CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalizamos a Unidade II da disciplina de Dificuldades no Processo de Aprendizagem da Matemática, intitulada Construção do Conhecimento Lógico-Matemático. No primeiro momento analisamos a importância dos processos cognitivos envolvidos no conhecimento lógico-matemático, pois a evolução da aprendizagem evolui gradativamente e acontece com base na compreensão da realidade da criança, possibilitando a aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento do esquema cognitivo matemático. No segundo momento estudamos sobre o conceito de número nas significações aritmética, geométrica e algébrica, compreendendo que a construção do número acontece de maneira gradativa e que não pode ser ensinada diretamente, pois a criança precisa construir por si mesma esta relação entre a linguagem, troca de experiências e raciocínio matemático. Por fim, entendemos os princípios teórico-metodológicos da atividade pedagógica no processo de apropriação de conceitos matemáticos e que para a formação e desenvolvimento do pensamento lógico, é preciso organizar atividades adequadas, desencadeando uma aprendizagem matemática que construa novas ideias e solucione problemas. Portanto, procuramos contribuir para que você caminhe ao encontro de outras possibilidades de entendimento sobre a importância da construção do conhecimento lógico- matemático, pois a aprendizagem matemática está presente em nosso dia a dia, fazendo parte do desenvolvimento social do indivíduo. LEITURA COMPLEMENTAR Olá estudante a leitura complementar para a nossa primeira unidade será o artigo A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM DAS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS, das autoras Aline Tafarelo Tracanella e Aparecida de Lourdes Bonanno. As autoras trazem um aporte teórico que mostra a importância do desenvolvimento da construção do conceito de número acontecer desde a infância e será essa processo que influenciará na aprendizagem das operações e o raciocínio lógico-matemático. Por fim, podemos entender que o conhecimento lógico-matemático é aprendido de acordo com as relações que a criança constrói entre os elementos físicos, ou seja, a aquisição do saber matemático acontece quando o sujeito utiliza a abstração reflexiva, fabricando esse conhecimento matemático internamente, com base nas referências estabelecidas. Segue o link de acesso: http://www.sbembrasil.org.br/enem2016/anais/pdf/5122_3136_ID.pdf Aproveite o material e boa leitura! LIVRO • Título: Interdisciplinaridade e aprendizagem da Matemática em sala de aula. • Autoras: Vanessa Sena Tomaz e Maria Manuela M. S. David • Editora: Autêntica • Sinopse: Como lidar com a interdisciplinaridade no ensino da Matemática? A Matemática está sendo chamada a engajar-se na crescente preocupação com a formação integral do aluno como cidadão, o que chama a atenção para a necessidade de tratar o ensino da disciplina levando-se em conta a complexidade do contexto social e a riqueza da visão interdisciplinar na relação entre o ensino e aprendizagem sem deixar de lado os desafios e as dificuldades dessa prática. Para enriquecer a leitura, as autoras apresentam algumas situações ocorridas em sala de aula que mostram diferentes abordagens interdisciplinares dos conteúdos escolares e oferecem elementos para que os professores criem formas cada vez mais produtivas de ensinar e inserir a compreensão matemática na vida do aluno. FILME/VÍDEO • Título: Um Laço de Amor • Ano: 2017 • Sinopse: Frank, um homem solteiro, cria sozinho sua sobrinha Mary, uma criança- prodígio. Quando a garota se destaca na escola por causa de suas habilidades com a matemática, a avó dela planeja um futuro que pode separá-la do tio. https://www.facebook.com/thiago.bordim.1/videos/1815899431883038 https://www.facebook.com/thiago.bordim.1/videos/1815899431883038 REFERÊNCIAS ÁVILA, G. Objetivos do ensino da Matemática. Goiânia: Instituto de Matemática e Física, UFG, 2010. BECKER, F. (Org.). Revisitando Piaget. v. 3, 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 1999. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 5ª a 8ª Série. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997. CARVALHO, J. P. de. 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UNIDADE III APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Professora Mestre Priscila da Rocha Luiz Bueno Plano de Estudo: A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • A dimensão cognitiva da aprendizagem • A aquisição da aprendizagem na disciplina de matemática • A relação professor(a) e aluno(a) na aprendizagem da matemática Objetivos de Aprendizagem: • Compreender a dimensão cognitiva da aprendizagem • Conhecer a aquisição da aprendizagem na disciplina de matemática • Abordar a relação professor(a) e aluno(a) na aprendizagem da matemática INTRODUÇÃO Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) à Unidade III da disciplina Dificuldades no Processo de Aprendizagem da Matemática do curso de Graduação em Psicopedagogia. A matemática tem enraizado em seu histórico ser um componente curricular que muitos ainda temem no ambiente escolar e social. Isso só acontece por não ser compreendida e nem observado o quanto é utilizada constantemente no dia a dia do ser humano de um modo geral. Quando se pensa em aprendizagem, segundo os autores Santos e Lima (2010), é preciso compreender quem são os alunos dessa nova geração, sua realidade e o contexto social em que estão inseridos. As exigências do mercado de trabalho competem a novos conhecimentos, as novas tecnologias que nos cercam e a matemática está presente em todos esses aspectos e em nosso dia a dia. Esse conhecimento torna-se cada vez mais importante mediante essas exigências sociais. Nessa perspectiva compreendemos como a educação se modificou, e mesmo assim a forma como ainda é pensada e também como é interpretada a aprendizagem da matemática. Porém a matemática não deve ser compreendida a partir da ideia de que só o professor era o detentor de todo conhecimento, que o aluno não tinha conhecimento nenhum, o uso somente do quadro, livros e cadernos como instrumentos de ensino, e todo o tradicionalismo conta muito para a matemática ser vista dessa forma. Diante dessa afirmação, no primeiro momento desta unidade estudaremos sobre a dimensão cognitiva da aprendizagem. No segundo momento, conheceremos a aquisição da aprendizagem na disciplina de matemática e, por fim, a relação professor(a) e aluno(a) na aprendizagem da matemática. Portanto, recomendo que durante a realização da disciplina, você procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos. Bom estudo e ótimos momentos de construção de aprendizagem! 1 A DIMENSÃO COGNITIVA DA APRENDIZAGEM Compreender as relações existentes entre desenvolvimento, aprendizagem e ensino instrumentaliza o professor e confere novo significado às atividades práticas empreendidas em sala de aula. De maneira geral, os estudos de Piaget sobre a gênese do conhecimento objetivaram o entendimento da maneira pela qual o sujeito constrói e organiza o seu conhecimento pelas ações mútuas entre o sujeito e o meio. Para ele, o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado pelas estruturas internas do sujeito e nem pelas características do objeto. Todo conhecimento é uma construção, uma interação (ação recíproca entre o sujeito e o objeto), contendo um aspecto de elaboração do novo. Considera-se que a inteligência do homem não é inata, mas que o sujeito também não é passivo diante da influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos, agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada. Na perspectiva construtivista, o sujeito é considerado ser ativo na construção do seu conhecimento, organizando o pensamento por intermédio de adaptações e experiências, em uma constante interação objeto do conhecimento e o meio (BIAGGIO, 1976). O fundamento básico da concepção do funcionamento intelectual e do desenvolvimento cognitivo é o de que as relações entre o organismo e o meio são relações de troca, pelas quais o organismo se adapta ao meio e, ao mesmo tempo, o assimila de acordo com suas estruturas, num processo de equilibrações sucessivas. Procurando compreender como o homem elabora o conhecimento, Piaget desenvolveu o que denominou psicologia genética, que se refere à busca das origens e dos processos de formação do pensamento e do conhecimento. Para ele, conhecer é organizar, estruturar e explicar a realidade, a partir daquilo que se vivencia nas experiências com os objetos do conhecimento. Segundo essa concepção, as crianças são vistas como construtoras do próprio conhecimento, uma vez que, por meio da interação com o meio e com base em esquemas mentais já existentes, formulam hipóteses na tentativa de resolver situações inéditas. Durante o processo, surgem construções cognitivas em movimento contínuo e que, movidas pela busca de equilíbrio, são capazes de produzir novas estruturas mentais. Piaget rejeita o enfoque psicométrico e concebe o desenvolvimento da inteligência como algo dinâmico, decorrente da construção gradual de estruturas de conhecimento que, à medida que vão sendo construídas, alojam-se no cérebro. Assim sendo, “[...] o desenvolvimento mental aparecerá, então, em sua organização progressiva como uma adaptação sempre mais precisa da realidade” (PIAGET, 1964, p. 16). Isto evidencia que o conhecimento deve ser construído pelo aprendiz em um sistema de relações vivenciadas e significativas. Distinguem-se três aspectos fundamentais na teoria de Piaget: conteúdo, estrutura e função. ● Conteúdo - refere-se ao que a criança conhece, aos comportamentos observáveis, tanto sensório-motores quanto conceituais, que refletem a atividade intelectual. ● Função – refere-se àquelas características da atividade intelectual, assimilação e acomodação, estáveis e contínuas no decorrer do desenvolvimento cognitivo. ● Estrutura – trata-se das propriedades organizacionais, esquemas que explicam a ocorrência de determinados comportamentos. No processo de interação com o ambiente, o aprendiz desenvolve, de maneira gradual e incessante, suas estruturas psicológicas, compostas por uma série de esquemas de ação integrados. Para entender o que é esquema de ação, pensemos no esquema de preensão. Um bebê pode pegar, por exemplo, um pequeno cubo de madeira, uma bola, a mamadeira ou o dedo de alguém. Relativamente, a cada um desses elementos, a ação de pegar apresenta pequenas diferenças quanto aos movimentos que a criança realiza. No entanto, em todas as situações a ação da criança apresenta determinadas características que permitem chamá-la de pegar e que a diferenciam de outras ações, como puxar, balançar ou empurrar. O esquema de ação é justamente o que é generalizável em uma ação, o que permite reconhecê-la e diferenciá-la de outras ações, independentemente do objeto a que se aplica. E é por meio dos esquemas de ação que a criança começa a conhecer a realidade, assimilando-a e atribuindo-lhe significado. De acordo com Piaget, os esquemas de ação ampliam-se, coordenam-se
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