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Desconstrução Civil

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ENGENHARIA
ERICK ADRIANO FERREIRA PEREIRA;
JOÃO VITOR DE MORAES AZEVEDO;
LORRANA BEZERRA LICA;
LUAN NASCIMENTO DE LIMA;
MARCUS VINICIUS MENDONÇA DE ALMEIDA;
RENAN ANDRÉ AMERICO;
RÔMULO DE SOUZA MONTEIRO CARDOSO;
SOPHIA VIEIRA GOMES DE SÁ;
THIAGO DA SILVA RODRIGUES. 
DESCONSTRUÇÃO CIVIL
RIO DE JANEIRO-RJ
2019
ERICK ADRIANO FERREIRA PEREIRA;
JOÃO VITOR DE MORAES AZEVEDO;
LORRANA BEZERRA LICA;
LUAN NASCIMENTO DE LIMA;
MARCUS VINICIUS MENDONÇA DE ALMEIDA;
RENAN ANDRÉ AMERICO;
RÔMULO DE SOUZA MONTEIRO CARDOSO;
SOPHIA VIEIRA GOMES DE SÁ;
THIAGO DA SILVA RODRIGUES. 
DESCONSTRUÇÃO CIVIL
Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia da 
Universidade Estácio de Sá, como parte do requisito 
para a Avaliação da Disciplina Engenharia Sustentável. 
Profª: Camila de Oliveira Pereira.
RIO DE JANEIRO-RJ
2019
1. Introdução
A indústria da construção é uma das atividades que mais geram resíduos. As crescentes exigências a respeito do meio ambiente, aplicadas no âmbito da construção, promovem a recuperação e a obtenção do máximo aproveitamento dos materiais e dos elementos das edificações que são demolidas, de maneira que é possível tornar a incorporá-las às edificações por meio de reciclagem ou de reutilização.
No Brasil, a expectativa é que o setor da construção dobre de tamanho entre 2009 e 2022. Mantidas as atuais práticas do setor, esse crescimento deverá agravar os problemas ambientais e sociais relacionados aos materiais de construção. Inovações são, portanto, necessárias.
O presente trabalho objetiva o entendimento da desconstrução na sustentabilidade das construções, descrevendo seu papel de importância no cenário atual Brasileiro e Mundial. 
2. Desconstrução Civil 
O conceito de Desconstrução Civil surgiu na Europa, em virtude do rápido crescimento da demolição de edifícios e da evolução das preocupações ambientais da população.
Para o melhor entendimento do termo desconstrução, é necessário compreender as etapas de ciclo de vida da edificação. Ciclo de vida pode ser definido como: estágios consecutivos e encadeados de um sistema de produto, desde a aquisição da matéria-prima ou de sua geração a partir de recursos naturais até a disposição final. Em uma edificação o ciclo de vida pode ser caracterizado como o tempo que uma construção deve durar para atender ao proposto para sua execução. Quando esse tempo se esgota, que pode ser por diversos motivos como, avanços tecnológicos, novas idéias para o partido, econômicos, entre outros, a construção perde sua função devendo ser descartada, substituída, ou reabilitada. Resumidamente, o ciclo de vida de uma edificação pode ser esquematizado conforme proposto na figura 1. A desconstrução se inicia quando a função da construção foi perdida e precisa ser renovada, participando de outros ciclos da mesma edificação ou de uma nova construção.
Figura 1: Ciclo de Vida da Edificação. 
A desconstrução ou demolição seletiva de um edifício é um processo que se caracteriza pelo seu desmantelamento cuidadoso, de modo a possibilitar a recuperação de materiais e componentes da construção, promovendo a sua reutilização e reciclagem. A desconstrução abre caminho à valorização e reutilização de elementos e materiais de construção que de outra forma seriam tratados como resíduos sem qualquer valor, e removidos para locais de depósito por vezes não autorizados para esse fim. 
Esse procedimento pode ocorrer em uma reforma, na adaptação de um prédio para um novo uso ou no fim da vida útil de uma construção. O método é usado para desconstruir elementos de construção no estágio de demolição. 
Para reutilizar elementos inteiros, geralmente é necessário um plano de desconstrução ou reconstrução.
3. Importância da Desconstrução na Sustentabilidade
A importância da desconstrução em termos ambientais está no fato desta permitir a valorização de resíduos, permitindo cumprir de forma mais eficaz a hierarquia de valorização dos resíduos aplicada à indústria da construção. A figura 2, a seguir, representa sucintamente esta função:
Figura 2: Hierarquia da gestão de resíduos.
A desconstrução possibilita a reutilização de materiais, a reciclagem de materiais, a inovação e tecnologia, a sustentabilidade na construção, o aparecimento de um novo mercado – o de materiais usados e os benefícios econômicos ambientais, como a preservação da energia incorporada, redução das emissões de carbono, redução do custo e redução da poluição. 
Na verdade, o que temos, se não optarmos pela desconstrução, é um amontoado de resíduos cujo reaproveitamento se torna impraticável.
O modelo de desconstrução decompõe a demolição do edifício nas seguintes ações coordenadas:
· Recuperação de Materiais Arquitetônicos: São trabalhos de recuperação de elementos arquitetônicos completos ou em partes, de maneira que possam ser reutilizados com um mínimo de operações ou transformações: escadas, portas , mobiliário fixo (de banho e de cozinha), etc.
· Recuperação de Materiais Contaminantes: São todos os trabalhos descritos no item anterior, porém o objetivo não é reincorporar o material à construção e sim, exclusivamente, dar-lhes um tratamento especial para transportá-los a um vertedor específico.
· Recuperação de Materiais Recicláveis: Somente são considerados os trabalhos de recuperação dos materiais recicláveis da construção. Quer dizer, são os que têm natureza pétrea: fustes, metais, produtos asfálticos e betuminosos, e plásticos.
· Recuperação de Materiais Pétreos: São as partes que têm mais incidência no processo de demolição. São as relacionadas com a reciclagem dos materiais de origem pétrea: concretos, cerâmicas, areias e pedras.
A reciclagem de todos os materiais de natureza pétrea que compõem as construções – pré-fabricados e concreto armado, principalmente – permite obter uma recuperação significativamente alta dos materiais em relação ao volume total das construções que são demolidas. A reciclagem dos materiais de natureza pétrea podem passar a assumir os seguintes valores:
· Nos edifícios com estruturas pré-fabricadas, 95% do total, e nos edifícios contemporâneos, a reciclagem do concreto armado da estrutura e dos pré- fabricados é 98% do total.
4. Vantagens da Desconstrução em relação à Demolição
A demolição indiferenciada produz uma enorme quantidade de resíduos que resultam, na maioria dos casos, num aumento do volume de materiais destinados a aterros. 
O aparecimento da ideologia da sustentabilidade nas construções e da preocupação crescente do usuário em relação às questões ambientais acarretou na evolução do setor da demolição. Entende-se como demolição, o ato ou efeito de demolir, desmantelar, destruir. Deste modo, pretende-se gradualmente abandonar a demolição tradicional que se caracteriza por uma destruição completa, sem reaproveitamento material de maneira planejada, onde se geram rejeitos e resíduos, e passar a adotar uma demolição seletiva termo utilizado também para a desconstrução.
A demolição atualmente é muito utilizada por ser rápida e ter baixo custo. Para que se reduza a escolha pela demolição, deve ser elaborado um bom projeto de desconstrução, buscando facilitar uma triagem eficiente no fim da vida útil de uma edificação, com maior aproveitamento de materiais e de componente, reduzindo assim o custo financeiro e ambiental. A mudança de paradigma da demolição para a desconstrução é imperativa porque a evidência mostra que a demolição gera até 50% do fluxo de resíduos em todo o mundo. 
As vantagens da desconstrução em relação à demolição convencional são caracterizadas com o aumento da taxa de desvio de resíduos de demolição de aterros sanitários; reutilização potencial de componentes de construção; maior facilidade na reciclagem de materiais; proteção ambiental aprimorada, tanto a nível local como global.
5. Projeto para Desconstrução 
Deve ser contemplado na concepçãodo empreendimento, projetar de forma mais simples e modular, facilita a adoção futura dos componentes. 
Detalhar conexões que sejam fáceis de montar e desmontar, preferencialmente utilizar parafusos e porcas. Neste ponto a construção metálica pode ser trazer uma flexibilidade e adaptabilidade maior, comparado com a estrutura de concreto armado convencional. Sistemas e subsistemas independentes e simples, adotar painéis em vedações, instalações mais acessíveis a reparos. 
Na especificação dos materiais adotar materiais mais duráveis, com qualidade superior, como por exemplo, madeiras e esquadrias que possam ser removidas sem danificar seus componentes. Evitar materiais tóxicos para não contaminar e rejeitar os elementos. 
É necessário que haja um bom planejamento e controle dos serviços de forma a garantir uma acessibilidade maior e facilitar a trabalhabilidade, por exemplo, facilidade de acesso, horários de descarga. Utilizar ferramentas e equipamentos que auxiliem a montagem e desmontagem, sem que haja improviso de ferramental.
Figura 3: Tabela - Projetos para Desconstrução 
6. Cenário atual no Brasil e no Mundo
As atividades de desconstrução no Brasil ainda são quase inexistentes, devido à falta de normas reguladoras e estudos sobre o assunto. Há apenas a NBR 5682, que trata da contratação, execução e supervisão de demolições (ABNT, 1977). As atividades de demolição (e não de desconstrução) geram grande quantidade de RCD ́s (resíduos da construção e demolição). Algumas empresas brasileiras já fazem o reaproveitamento dos desperdícios gerados por estas demolições, reciclando-os e reaproveitando-os nos próprios canteiros de obras. Porém, estes reaproveitamentos não são estruturais, limitando-se apenas à confecção alguns produtos como, por exemplo, blocos de concreto. 
Os países mais avançados em desconstrução atualmente são Portugal e Espanha. O fato deles possuírem cidades com edificações de modelos arquitetônicos bastante antigos fizeram a necessidade de uma reavaliação no conceito de sustentabilidade na construção. Portugal é, relativamente à sua população, o país da Europa com maior número de edifícios em construção que são feitos no lugar dos edifícios antigos. Porém, muitas vezes a reabilitação desses edifícios caracteriza-se unicamente pela manutenção das fachadas, sem qualquer aproveitamento do seu interior. 
7. Conclusão
No presente trabalho, buscou-se esclarecer os temas e as principais vantagens da desconstrução das edificações. O papel da desconstrução na sustentabilidade é prover diretrizes e princípios, com o objetivo de nortear essa etapa do ciclo de vida da edificação, que hoje é grande causador de danos ambientais.
Desta forma, o estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização de materiais e componentes construtivos, contribui para amenizar o problema urbano dos depósitos deste material, proporcionando melhorias do ponto de vista ambiental e introduz no mercado novo materiais com grande potencialidade de uso. 
8. Referências Bibliográficas 
· http://www.colegiodearquitetos.com.br/demolir-nao-desconstruir-sim/
· http://www.nppg.org.br/patorreb/files/artigos/80490.pdf
· https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6792/1/095NUTAU.pdf
· http://docplayer.com.br/11485814-A-desconstrucao-como-fator-de-sustentabilidade-na-industria-da-construcao-civil.html

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