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Propedêutica e Processo de Cuidar da Saúde da Criança e do Adolescente unid_1

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Autora: Profa. Lidiana Flora Vidôto da Costa
Colaboradoras: Profa. Renata Guzzo
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Propedêutica e Processos 
de Cuidar da Saúde da 
Criança e do Adolescente
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Unidade I
Professora conteudista: Lidiana Flora Vidôto da Costa
É professora titular da Universidade Paulista (UNIP) desde 2004, graduada em Enfermagem pela Pontifícia 
Universidade Católica de Campinas (PUC‑Campinas – 1988), mestre em Enfermagem pela Universidade Estadual de 
Campinas (Unicamp – 2008) e doutora em Patologia Ambiental e Experimental pela Universidade Paulista – UNIP 
(2015). Ministra as disciplinas de Propedêutica e Processos de Cuidar da Saúde da Criança e do Adolescente no 
curso de graduação em Enfermagem da UNIP. Atuou 20 anos em área hospitalar, com ênfase em terapia intensiva 
pediátrica e neonatal.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C837p Costa, Lidiana Flora Vidôto da.
Propedêutica e Processos de Cuidar da Saúde da Criança e do 
Adolescente / Lidiana Flora Vidôto da Costa. – São Paulo: Editora Sol, 2018.
264 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2‑115/18, ISSN 1517‑9230.
1. Desenvolvimento. 2. Doença. 3. Hospitalização. I. Título.
CDU 616‑083
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Rose Castilho
 Elaine Pires
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Sumário
Propedêutica e Processos de Cuidar da Saúde da 
Criança e do Adolescente
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 CRESCIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................................................. 11
1.1 Conhecendo o perfil epidemiológico da criança brasileira ................................................. 11
1.2 O papel do enfermeiro na vigilância do crescimento e do desenvolvimento 
da criança e do adolescente .................................................................................................................... 15
1.3 Padrões de crescimento e desenvolvimento ............................................................................. 16
1.3.1 Tendências direcionais .......................................................................................................................... 16
1.3.2 Tendências sequenciais......................................................................................................................... 16
1.4 Crescimento ............................................................................................................................................ 20
1.4.1 Estatura ....................................................................................................................................................... 24
1.4.2 Peso .............................................................................................................................................................. 26
1.4.3 Circunferência do braço e espessura da prega cutânea ......................................................... 30
1.4.4 Perímetro cefálico ................................................................................................................................... 31
1.4.5 Determinantes biológicos de crescimento ................................................................................... 35
1.4.6 Gráficos de avaliação antropométrica (peso/estatura) na criança ..................................... 38
2 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................................................................. 48
2.1 Faixas etárias do desenvolvimento da criança ......................................................................... 50
2.1.1 Período pré‑natal .................................................................................................................................... 51
2.1.2 Período de lactente ................................................................................................................................ 52
2.1.3 Período inicial da infância ................................................................................................................... 61
2.1.4 Período intermediário da infância (idade escolar) .................................................................... 62
2.1.5 Período tardio da infância ................................................................................................................... 63
2.2 Fatores de risco para problemas do desenvolvimento .......................................................... 67
2.3 Avaliação do desenvolvimento da criança ................................................................................ 68
Unidade II
3 O ENFERMEIRO, A COMUNICAÇÃO, A CRIANÇA E A FAMÍLIA ....................................................... 77
3.1 O enfermeiro e as formas de comunicação com a criança ................................................. 78
3.1.1 Comunicação verbal .............................................................................................................................. 78
3.1.2 Comunicação não verbal (paralinguagem) .................................................................................. 79
3.1.3 Comunicação abstrata .......................................................................................................................... 79
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Unidade I
3.2 Instrumento de intervenção na enfermagem pediátrica: o brinquedo ......................... 86
4 CONSULTA DE ENFERMAGEM PEDIÁTRICA .......................................................................................... 88
4.1 Entrevista ................................................................................................................................................. 89
4.2 Examinando a criança: verificações fisiológicas e exame físico ....................................... 93
4.2.1 As medidas fisiológicas da criança e do adolescente .............................................................. 97
4.2.2 Exame físico ............................................................................................................................................113
Unidade III
5 ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA ...................................................156
5.1 Aleitamento materno .......................................................................................................................1565.2 Alimentação da criança do 6º mês até o 1º ano de vida ...................................................168
6 DOENÇAS NA INFÂNCIA DECORRENTES DE PRIVAÇÃO NUTRICIONAL ...................................174
6.1 Desnutrição na infância ..................................................................................................................174
6.1.1 Kwashiorkor ........................................................................................................................................... 177
6.1.2 Marasmo .................................................................................................................................................. 177
6.1.3 Deficiência de vitamina A..................................................................................................................181
6.2 Anemia ferropriva ..............................................................................................................................182
Unidade IV
7 A DOENÇA NA INFÂNCIA ...........................................................................................................................190
7.1 Diarreia ...................................................................................................................................................192
7.1.1 Complicações da diarreia .................................................................................................................. 198
7.2 Doenças respiratórias .......................................................................................................................202
7.2.1 Rinofaringite aguda ............................................................................................................................ 203
7.2.2 Otite média aguda (OMA) .................................................................................................................207
7.2.3 Pneumonia ............................................................................................................................................. 209
8 A HOSPITALIZAÇÃO DA CRIANÇA E AS PRINCIPAIS TÉCNICAS DE ASSISTÊNCIA ...............211
8.1 A criança hospitalizada ....................................................................................................................211
8.2 Os cuidados de enfermagem na saúde da criança e do adolescente ...........................217
8.2.1 Administração de medicamentos e a criança ...........................................................................217
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Propedêutica e Processos de Cuidar da Saúde da Criança e do Adolescente oferece 
embasamento teórico e prático para a avaliação clínica da criança e do adolescente, destacando as 
especificidades de cada faixa etária.
Ao final do curso, o aluno deverá ser capaz de conhecer as características e necessidades nos processos 
de crescimento e desenvolvimento e de saúde‑doença na criança e no adolescente. Deverá, ainda, ser 
capaz de conhecer as características e necessidades nos processos de crescimento e desenvolvimento e 
de saúde‑doença na criança e no adolescente.
A disciplina tem como objetivo:
• Conhecer os fundamentos de crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente através 
dos estágios de desenvolvimento e padrões de crescimento e desenvolvimento.
• Conhecer o crescimento biológico e o desenvolvimento físico da criança e do adolescente 
através da identificação das proporções externas, dos determinantes biológicos do crescimento, 
do crescimento e da maturação esqueléticos, das maturações neurológicas e teciduais e das 
tendências gerais no ganho de peso e altura durante a infância.
• Identificar os principais desenvolvimentos biológicos, psicossociais, cognitivos e sociais da criança.
• Identificar o gráfico pondero‑estatural como recurso de avaliação do crescimento da criança e 
do adolescente.
• Conhecer as alterações fisiológicas da criança e do adolescente (metabolismo, temperatura sono 
e repouso).
• Conhecer o desenvolvimento da personalidade e função mental na infância.
• Conhecer métodos de comunicação e avaliação da criança: tipos de comunicação, diretrizes para 
a comunicação e entrevista, técnicas de comunicação e levantamento da história de saúde.
• Listar achados clínicos na criança e adolescente, diferenciando do adulto, utilizando as 
propedêuticas do exame físico.
• Relacionar os achados da avaliação da criança com as possíveis alterações prevalentes na infância 
e adolescência.
• Conhecer a importância da nutrição da criança, adequada às fases de desenvolvimento, e a 
seleção, preparação e introdução dos alimentos sólidos.
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Unidade I
• Conhecer as etapas do exame físico da criança: verificações fisiológicas e exame físico da criança.
• Identificar recursos diagnósticos que auxiliam na avaliação clínica da criança e do adolescente 
nas situações de doenças prevalentes na infância e adolescência.
• Identificar a utilização do brinquedo, desenhos e avaliação de comportamentos como estratégias 
de investigação de enfermagem junto à criança, compreendendo as narrativas e o brinquedo 
como importantes recursos de investigação.
• Conhecer as principais doenças prevalentes na infância e correlacioná‑las às ações de enfermagem.
• Conhecer as principais técnicas de enfermagem envolvendo a assistência à criança.
• Realizar cálculos para administração de fármacos à criança e suas peculiaridades.
INTRODUÇÃO
Prezado aluno, todos nós um dia já fomos crianças e talvez já tivemos a oportunidade de cuidar 
de alguma criança, seja na vivência da maternidade/paternidade, ajudando algum parente ou amigo, 
ou até mesmo em pequenas experiências na comunidade onde vivemos. Quem não se encanta com o 
sorriso de uma criança ou com a evolução dela ao aprender aos poucos a usar palavras para descrever 
o que vê, ouve, sente e pensa? A criança é o futuro, a esperança, a idealização de um mundo melhor.
Sabemos também que muitas etapas terão que ser vencidas para que ela se torne um adulto saudável, 
produtivo, competente, independente e feliz, de preferência.
Construir o futuro de uma criança é construir o futuro de uma sociedade, o futuro das relações 
humanas/ambientais para o mundo. Cabe, portanto, a todos os adultos, desempenhar esse papel 
construtor. Dessa forma, a criança deve ser assistida pela família, pela comunidade, pela sociedade, 
pelas políticas sociais e públicas dos serviços da educação e da saúde, pela legislação, nacional e 
internacionalmente, assegurando‑lhes todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o 
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social em condições de liberdade e de dignidade.
Já pensou que a somatória de todos esses recursos, se investidos adequadamente, resultarão em uma 
sociedade adulta desenvolvida, criativa, respeitosa, honrada, saudável, com os potenciais de inteligência 
desenvolvidos, tornando o mundo um lugar melhor para se viver?
Então, contribuindo com essa ideia e integrados a esse desafio, a disciplina que você está prestes a 
conhecer e estudar – Propedêutica e Processos de Cuidar da Saúde da Criança e do Adolescente – abordará 
uma fração dessas necessidades da criança, com ênfase no monitoramento e vigilância do enfermeiro no 
crescimento e desenvolvimento saudável da criança, bem como nas principais doenças na infância.
É importante colocar que durante a experiência profissional como enfermeiro na assistência à criança, 
muitas vezes, é necessário demonstrar que a criança não é um adulto em menor proporção de tamanho. 
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Para tal, o enfermeiro precisa conhecer a criança nas diversas fases de seu desenvolvimento e crescimento, 
nas peculiaridades e necessidades, e idealizar os recursos tecnológicose científicos para essa 
assistência, inclusive conduzindo a equipe de trabalho (selecionada e capacitada) para desenvolver 
a assistência esperada.
Dando início aos estudos desta disciplina, você deverá inicialmente entender que, embora já tenha 
bagagem adquirida dos estudos das disciplinas ofertadas com ênfase na saúde do adulto – com todas as 
características e peculiaridades dessa população, nos cuidados das esferas da atenção básica, níveis II e 
III de saúde –, ela deve ser entendida como exclusivamente voltada para adultos. Nesse momento, você 
deverá enxergar a atenção à saúde da criança como um novo desafio de aprendizado, lembrando‑se 
sempre de que a criança não é um adulto minimizado.
Espero que você aproveite a disciplina, estudando e aprimorando seu conhecimento para se tornar 
um enfermeiro competente e consciente de suas funções.
Bons estudos!
Figura 1 – Criança brincando
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Unidade I
1 CRESCIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
1.1 Conhecendo o perfil epidemiológico da criança brasileira
Muitas políticas de saúde nacionais e internacionais visam criar um ambiente propício para a 
saúde, buscando transformar as sociedades para que crianças e adolescentes em toda parte possam 
usufruir do seu direito à saúde física e mental e ao bem‑estar, da melhor forma que seja possível atingir. 
Consequentemente, quando essas metas de atenção à saúde da criança e do adolescente são alcançadas, 
benefícios sociais, demográficos e econômicos são vistos e aplaudidos. Dessa forma, esses futuros 
adultos terão oportunidades sociais e econômicas e poderão participar plenamente da construção de 
sociedades prósperas e economicamente sustentáveis.
Um exemplo de implementação de estratégias dessas políticas em nosso País encontra‑se na 
legislação, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente:
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata 
a lei, assegurando‑lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades 
e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, 
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade (BRASIL, 1990).
Um outro exemplo, este decorrente de um planejamento mundial, foi a Estratégia Global para a 
Saúde das Mulheres, das Crianças e dos Adolescentes, iniciativa da Organização Mundial da Saúde, que 
vigorou entre 2010 e 2015, atualizada em 2016, conseguindo grandes realizações. A implementação da 
Estratégia Global (2010/2015) teve como metas, entre outras:
• O fim das mortes maternas, neonatais, infantis, de adolescentes e da 
natimortalidade passíveis de prevenção.
• Um retorno de pelo menos 10 vezes o investimento por meio de 
melhores resultados educacionais, participação na força de trabalho e 
contribuições sociais.
• Pelo menos US$ 100 bilhões em dividendos demográficos advindos de 
investimentos na saúde e no desenvolvimento na primeira infância e 
na adolescência.
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Unidade I
• Uma “grande convergência” em saúde, dando a todas as mulheres, 
crianças e adolescentes oportunidade igual de sobreviver e prosperar 
(CADA MULHER, CADA CRIANÇA, 2016, p. 7).
É recomendável que todos os países, todas as civilizações, construam, junto com o setor privado e a 
sociedade civil, planos de implementações, em escala apropriada, para estabelecer intervenções que visem 
aumentar a demanda e a utilização de serviços de saúde e produtos que salvam vidas, especialmente 
entre as populações subatendidas, em todas as faixas etárias e gêneros, mas especialmente no que se 
diz respeito às crianças.
Para isso, um governo precisa, entre outros, de recursos financeiros, recursos humanos qualificados, 
tecnologias e conhecimentos avançados. Todos os aspectos citados são fundamentais para melhorar os 
indicadores de qualidade de saúde da criança e do adolescente.
No caso do Brasil, por exemplo, verificou‑se que os esforços estabelecidos a médio prazo, focados 
na promoção de ações de diminuição da pobreza, da ampliação da cobertura da Estratégia Saúde da 
Família, dentre outros, levaram à diminuição dos óbitos infantis de 47,1 a cada mil nascidos vivos, em 
1990, para 15,6 em 2010, ou seja, as taxas de mortalidade infantil (de crianças com menos de 1 ano) e 
na infância (com menos de 5 anos) no País apresentaram redução de mais de 70% nos últimos 30 anos 
(IBGE, 2018).
O Brasil é um dos 62 países que alcançaram a meta de redução da mortalidade infantil estipulada 
pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio dos Objetivos do Milênio. A meta apontava para 
a necessidade de diminuição em dois terços no índice. “De 1990 a 2015, o Brasil reduziu em 73% a 
mortalidade infantil. Há 25 anos eram registradas 61 mortes para cada mil crianças menores de cinco 
anos. O número caiu para 16 mortes (a cada cem mil) após esse período” (BRASIL, 2015a).
Mesmo com os dados positivos demonstrando reduções na taxa de óbitos nos primeiros anos de vida 
da criança e alcançando a meta estabelecida pela ONU, o Brasil ocupa o 97º lugar no ranking mundial, 
com 16,7 mortes por 1.000 nascidos vivos (CADA MULHER, CADA CRIANÇA, 2016). Embora, hoje em dia, 
detenham‑se conhecimentos e tecnologias necessários para acabar com as mortes evitáveis – assim 
como a oportunidade de fazê‑lo por meio de diretrizes de iniciativas de saúde pública, desafiadoras e 
fundamentais para essas melhorias –, os resultados no Brasil precisam ser mais impactantes.
É importante salientar que 68,6% das mortes de crianças brasileiras com menos de um ano acontecem 
no período neonatal, ou seja, com até 27 dias de vida, sendo a maioria no primeiro dia (BRASIL, 2012c).
Outra característica epidemiológica importante dessa população, no Brasil, é que o grupo de crianças 
com idade entre 0 e 14 anos vem diminuindo com o passar dos anos, como demonstrado pelos sensos 
demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 1980 e 2010, como podemos 
ver no gráfico a seguir (IBGE, 2018). Mesmo com o perfil da curva descendente, observa‑se que, em 
2010, as crianças ainda representavam 25% da população brasileira.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
100
75
50
25
0
1980 1991
0‑14 anos 15‑64 anos 65 mais
%
1996 2000 2010
Figura 2 – Distribuição percentual da população por grandes grupos de idade no Brasil (1980 a 2010)
É importante recordar que no Brasil existem vários programas e políticas de saúde pública 
que visam melhorar e intervir nessa realidade. Nesse contexto, podemos citar alguns: Programa 
de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), o Programa de Humanização do Pré‑Natal e 
Nascimento (PHPN) e o documento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher 
– Princípios e Diretrizes (PNAISM). Existem ainda programas e políticas específicos, voltados 
à saúde da criança. Entre esses, destacamos a Rede Cegonha, em que o Ministério da Saúde 
organizou uma grande estratégia a fim de qualificar as Redes de Atenção Materno‑Infantil em 
todo o País com o objetivo de reduzir as taxas, ainda elevadas, de morbimortalidade materna e 
infantil brasileiras (BRASIL, 2012c).
Atendendo às diretrizes de políticas de saúde vigentes em prol de atender e promover a saúde da 
criança, inclusive no contexto familiar sob todos os aspectos, a contribuição do enfermeiro nessas 
ações é fundamental. O papel do enfermeiro junto à população jovem (considerando crianças e 
adolescentes) é imprescindível na composição multidisciplinar com foco nas ações das políticas de 
saúde, que têm como objetivos prioritários a redução das taxas de morbidade e mortalidade por 
causas evitáveis (SOUZA etal., 2013).
A criança, em todo o desenvolvimento de sua vida, seja desde os primeiros momentos de vida até 
o avançar dos anos, quando na adolescência, necessita estabelecer relações afetivas, precisa de outra 
pessoa para ir se estruturando como sujeito e para ter uma identidade própria. Portanto, estabelecer, 
desde o nascimento, relações com pessoas que a escutem e entendam suas necessidades, que lhe 
deem carinho e afeto, que lhe proporcionem oportunidades seguras de explorar e conhecer o mundo 
que a rodeia, são condições essenciais ao adequado crescimento e desenvolvimento da criança 
(BRASIL, 2002). Nesse contexto, além do eixo familiar, profissionais da saúde, como o enfermeiro, 
devem compor essas relações.
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Dessa forma, surge um campo rico de atuação para o enfermeiro, que desempenha um importante 
papel na consulta de puericultura por meio da detecção precoce de problemas de saúde e prescrição de 
cuidados, bem como a implementação de ações interventivas para melhoria da qualidade do atendimento 
prestado a esse grupo etário, fortalecendo a assistência para que se reduzam índices de morbidade e 
mortalidade na região e no município onde atua (ABE; FERRARI, 2008). Para tal, o enfermeiro deve deter 
conhecimentos técnico‑científicos que favoreçam esse trabalho e permitam atingir o objetivo principal, 
que é a excelência no cuidado com a saúde da criança.
 Saiba mais
Conheça mais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e descubra 
de que forma a legislação brasileira contribui para os direitos de todas 
as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação 
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, 
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, 
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie 
as pessoas, as famílias ou a comunidade acessando:
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da 
Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 6 
jun. 2018.
Figura 3 – A criança e o cuidado
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
1.2 O papel do enfermeiro na vigilância do crescimento e do 
desenvolvimento da criança e do adolescente
A legislação brasileira, de forma clara e precisa, determina, em todo o território nacional, através 
da norma jurídica oriunda da Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, que: “Art. 2º – 
Considera‑se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente 
aquela entre doze e dezoito anos de idade” (BRASIL, 1990).
Durante toda a longa trajetória da criança, desde seu nascimento até a fase adulta, existem fases e 
peculiaridades específicas de cada fase. O enfermeiro deve compreender esses conceitos e os métodos 
de avaliação e vigilância, para que a criança possa crescer e se desenvolver com a qualidade máxima 
esperada, exposta e com acesso aos melhores recursos disponíveis.
O crescimento e o desenvolvimento são eixos referenciais para todas as atividades de atenção à 
criança e ao adolescente sob os aspectos biológico, afetivo, psíquico e social (BRASIL, 2002).
A criança deve ser acompanhada, avaliada e monitorada por profissionais qualificados, desde seu 
nascimento, quanto à condição e evolução de seu crescimento e desenvolvimento, independentemente 
da situação socioeconômica e origem étnica.
Alguns fatores de risco devem ser considerados para que o monitoramento do crescimento e 
desenvolvimento da criança exijam um acompanhamento especial, pois aumentam a probabilidade 
da existência de doença perinatal e infantil. Dentre eles encontram‑se: baixo peso ao nascer, baixa 
escolaridade materna, idades maternas extremas (< 19 anos e > 35 anos), gemelaridade, intervalo 
intergestacional curto (inferior a dois anos), criança indesejada, desmame precoce, mortalidade 
em crianças menores de 5 anos na família, condições inadequadas de moradia, baixa renda e 
desestruturação familiar (BRASIL, 2002).
Uma das estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde, a partir de 1984, visando incrementar a 
capacidade resolutiva dos serviços de saúde na atenção à criança, foi priorizar cinco ações básicas 
de saúde: “promoção do aleitamento materno, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, 
imunizações, prevenção e controle das doenças diarreicas e das infecções respiratórias agudas” 
(BRASIL, 2002, p. 3).
Tais ações devem constituir o centro da atenção a ser prestada em toda a rede básica de serviços de 
saúde, e serão abordadas no decorrer da disciplina.
Em relação ao crescimento e desenvolvimento da criança, sabe‑se que são processos paralelos, mas 
com conceitos próprios e não obrigatoriamente dotados de igual velocidade ou de igual sensibilidade 
aos agravos (MOREIRA, 2011). Embora o crescimento e o desenvolvimento configurem um processo 
global, dinâmico e contínuo, nesta disciplina os estudaremos separadamente, sob a ótica didática, pois 
a avaliação do crescimento e a avaliação do desenvolvimento possuem abordagens sistemáticas e 
metodologias diferenciadas e específicas.
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Unidade I
Vamos conhecer cada um deles e aprender como o enfermeiro deve realizar o controle e o 
monitoramento do crescimento e do desenvolvimento da criança e do adolescente.
1.3 Padrões de crescimento e desenvolvimento
Como já mencionado, a criança não possui recursos para enfrentar o mundo sozinha. Portanto, ela 
necessita do apoio dos adultos e da sociedade, todos dispostos a compartilhar alegrias e momentos difíceis.
Existem padrões de crescimento e desenvolvimento esperados, denominados tendências. De forma 
geral, as crianças seguem um mesmo padrão de desenvolvimento e maturação, influenciadas pelas 
informações genéticas da sua constituição hereditária, da cultura da sociedade e das experiências a que 
serão expostas, que fazem de cada criança um ser distinto. Esses fatores devem ser sempre lembrados 
durante a avaliação das condições de saúde de uma criança.
Dentre os padrões de crescimento e desenvolvimento esperados, encontram‑se as tendências 
direcionais e as tendências sequenciais.
1.3.1 Tendências direcionais
O crescimento e o desenvolvimento da criança possui uma tendência em seguir um padrão 
próximo‑distal (do mais próximo para o mais distante) e da linha média para a periferia.
 Observação
Exemplos de tendências direcionais observadas no crescimento e 
desenvolvimento da criança:
Exemplo 1: durante o desenvolvimento embrionário, primeiro 
observam‑se os botões dos membros e depois aparecem os dedos.
Exemplo 2: durante o desenvolvimento do sistema nervoso, 
desenvolve‑se primeiro o sistema nervoso central e depois o periférico.
1.3.2 Tendências sequenciais
Em condições saudáveis, existe uma sequência de crescimento e desenvolvimento definida, previsível 
e inalterada.
 Observação
Um exemplo de tendência sequencial pode ser: a criança primeiro 
consegue sentar‑se sem apoio e depois anda, nunca ao contrário.
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A) B)
Figura 4 – Demonstração ilustrativa da tendência sequencial do crescimento/desenvolvimento da criança
É importante salientar que a velocidade de desenvolvimento e crescimento não apresenta o mesmo 
ritmo, como observado nas tendências sequencias e direcionais. Essas sequências são caracterizadas por 
eventos inalterados, porém o ritmo poderá mudar de criança para criança.
Existem períodos em que o desenvolvimento e o crescimento são mais acelerados e outros 
mais lentos.Observação
Alguns exemplos de períodos em que o crescimento ocorre mais 
acelerado ou mais lento: período pré‑natal, período neonatal e adolescência 
(acelerados); infância (diminui a velocidade).
Os períodos de crescimento e desenvolvimento devem ser sensibilizados e estimulados durante todo 
o processo. O potencial de crescimento e desenvolvimento esperado à idade dependerá da interação 
com um meio ambiente particular, podendo ser fator de influência benéfico ou nocivo. A qualidade 
dessas interações da criança com o meio em que vive é muito importante.
As figuras a seguir demonstram fotos de crianças sensibilizadas de modos diferentes, dependendo do 
ambiente em que vivem. Elas podem aprender e experimentar situações diferentes, o que vai influenciar 
no seu desenvolvimento.
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Unidade I
Figura 5 – Demonstração de influências ambientais no desenvolvimento 
da criança: ambientes urbanos, grandes centros versus ambientes rurais, na natureza
Figura 6 – Demonstração da socialização da criança com a família e com outras crianças
Figura 7 – Demonstração da socialização da criança
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 Observação
Um bom exemplo da influência do meio ambiente sobre o crescimento 
é o de gêmeos homozigóticos (portanto, com a mesma herança e potencial 
genético de crescimento): quando criados separadamente e em meios 
diferentes, o que cresceu em meio favorável tende a atingir sua meta de 
crescimento determinada pelo seu potencial genético, enquanto o que 
foi criado em meio desfavorável, cresce aquém do seu potencial genético 
(BRASIL, 2002).
O ambiente em que criança vive também interfere em sua saúde ao longo da vida. Uma criança 
exposta a ambientes saudáveis terá possibilidade de usar seu potencial máximo de desenvolvimento 
e crescimento, tornando‑se um adulto capaz de enfrentar as dificuldades e contribuir para uma 
sociedade mais feliz e justa. Como exemplo, a criança pode sofrer interferências ambientais negativas, 
dependendo do local onde vive, como a poluição do ar e das águas, assim como a precariedade de 
condições de saneamento básico.
Figura 8 – Criança com a mãe, demonstrando momento de alegria e de bom relacionamento familiar afetivo
Figura 9 – Demonstração da influência do ambiente na vida da criança: um grande centro urbano e a poluição do ar
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Unidade I
Figura 10 – Demonstração da influência do ambiente na vida da criança: condições precárias de saneamento básico e de moradia
 Observação
A oferta de estímulos físicos, sensoriais, emocionais, sociais e nutricionais 
inadequados à idade da criança pode influenciar negativamente em 
seu crescimento e desenvolvimento. Uma criança privada de nutrientes 
adequados e vítima de violência psicológica, por exemplo, certamente, 
quando adulta, terá comprometimentos intelectuais e de socialização, 
podendo interferir na sua qualidade de vida.
1.4 Crescimento
O crescimento e o desenvolvimento saudável das crianças, principalmente nos primeiros cinco anos 
de vida, é fundamental para que possam desenvolver seus potenciais físicos e mentais completos (DE 
ONIS et al., 2013).
O crescimento é um processo biológico, dinâmico e contínuo de multiplicação (hiperplasia) e aumento do 
tamanho (hipertrofia) celular, que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando‑se os fenômenos 
de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. De forma geral, o crescimento é entendido como o aumento 
do tamanho corporal, cessando com o término do aumento do crescimento linear (BRASIL, 2002).
Existe um perfil de crescimento esperado para cada fase etária do desenvolvimento da criança, 
porém é importante salientar que o potencial máximo desse crescimento sofre influências de diversos 
fatores, conhecidos como intrínsecos e extrínsecos.
Os fatores genéticos são considerados como fatores intrínsecos, que influenciam o crescimento da 
criança. Veja: crianças filhas de pais com estatura alta terão maior chance de ser mais altas se comparadas 
àquelas filhas de pais mais baixos. Isso é verificado também em populações, que podem carregar genes 
para estaturas mais altas ou mais baixas. Como exemplo, podemos citar o perfil de estatura da população 
norte‑americana e compará‑lo à população asiática. Existem diferenças significativas entre o perfil de 
estatura dessas populações, sendo uma das causas sua característica genética.
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Portanto, a variabilidade genética normal deve sempre ser levada em consideração quando se 
realizam diagnósticos de déficit de crescimento na criança.
Todavia, existem também fatores extrínsecos que exercem influência no crescimento da criança e que 
devem ser considerados. Fatores extrínsecos são fatores externos, que poderão influenciar o potencial 
genético do crescimento da criança de forma positiva ou negativa. Esses fatores são ambientais, tais 
como alimentação, condições de higiene e de saneamento básico, condições socioeconômicas e de 
educação das pessoas de vínculo, problemas de saúde adquiridos no útero ou na infância, maus‑tratos, 
entre outros. Hipoteticamente, vamos comparar dois irmãos, gêmeos idênticos e saudáveis, que, ao 
nascer, são separados e criados por duas famílias distintas. A primeira oferece condições adequadas 
de educação, saneamento, alimentação. A segunda família não consegue oferecer todas as condições 
necessárias para a criança. Provavelmente, quando as curvas de crescimento dessas crianças forem 
comparadas, poderão apresentar‑se diferentes, com o potencial de crescimento da primeira criança 
atingindo um perfil de maior estatura se comparado à segunda.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2002), existem fatores extrínsecos que influenciam 
sistematicamente o crescimento da criança:
Alimentação: a criança até cinco anos requer cuidados específicos com a sua 
alimentação. Crescer consome energia: 32% das necessidades calóricas de 
um recém‑nascido são destinadas ao crescimento. A dieta da criança deve 
ter qualidade, quantidade, frequência e consistência adequadas para cada 
idade. Para crianças com até 6 meses de idade, o leite materno exclusivo é 
o melhor alimento.
Infecções: é essencial que as crianças sejam imunizadas, segundo o calendário 
de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, para que se evite a 
ocorrência das doenças imunopreveníveis. Os processos infecciosos devem ser 
identificados e tomadas as medidas para que sejam debelados precocemente.
Higiene: a higiene adequada da criança, dos alimentos, do ambiente e de todos 
aqueles que lidam com ela são fatores essenciais para seu bom crescimento. 
Isso implica na disponibilidade de água potável, de meios adequados para o 
esgotamento sanitário, e destinação de lixo e em conhecimentos, atitudes e 
práticas corretas sobre o manuseio, armazenamento, preparo e conservação 
dos alimentos, de higiene corporal e do ambiente.
Cuidados gerais com a criança: assim como os demais aspectos citados 
acima, também é fundamental para o bom crescimento e desenvolvimento 
a qualidade dos cuidados dispendidos à criança. Em outras palavras, a 
criança pequena necessita estabelecer relações afetivas, precisa de outra 
pessoa para ir se estruturando como um sujeito e para ter uma identidade 
própria. Estabelecer, desde o nascimento, relações com pessoas que a 
escutem e entendam suas necessidades, que lhe deem carinho e afeto, 
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Unidade I
que lhe proporcionem oportunidades seguras de explorar e conhecer o 
mundo que a rodeia, são condições essenciaisao adequado crescimento e 
desenvolvimento da criança (BRASIL, 2002, p. 25‑26).
A figura a seguir ilustra um local onde crianças vivem em situação de pobreza. Essas condições de 
higiene, de atenção básica e alimentação são consideradas como fatores extrínsecos que influenciarão 
no crescimento e no desenvolvimento saudável da criança.
Figura 11 – Crianças vivendo em situação de pobreza
Através do acompanhamento do crescimento e do pleno conhecimento dos fatores envolvidos nesse 
processo, pode‑se não só apoiar a manutenção e promoção de um crescimento saudável, como intervir, 
o mais precocemente possível, nos casos de desvio, possibilitando, assim, que o processo de crescimento 
se concretize na plenitude do potencial genético da criança (AQUINO, 2011).
Portanto, durante a consulta da criança, na entrevista, o enfermeiro deverá investigar as condições 
dos cuidados que estão sendo ofertados à criança, levando em consideração os fatores intrínsecos, 
porém sempre avaliando e corrigindo, quando possível, os extrínsecos.
 Saiba mais
Leia sobre o crescimento da criança:
BRASIL. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Série Cadernos 
de Atenção Básica, n. 11. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2018.
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As medidas de peso e estatura, conhecidas como medidas antropométricas, estabelecem uma 
relação entre peso e estatura importante para detectar o estado nutricional da criança, seja 
apontando as deficiências recentes de peso (desnutrição aguda), bem como sobrepeso e obesidade. 
As medidas de peso e estatura, além de serem utilizadas para esses fins, são fundamentais para 
analisar fatores de crescimento, desenvolvimento e maturação. Os parâmetros de crescimento 
físico incluem, além do peso e da estatura, as espessuras das dobras cutâneas, circunferências 
do braço e cefálica.
Durante o crescimento da criança, é importante compreender que as diversas partes do corpo 
crescem em velocidades diferentes, até que se alcance a fase adulta, como exemplificado na figura 
a seguir. Observe na figura que aos dois meses de idade fetal, a cabeça é maior em relação ao corpo, 
quando comparada às demais fases, e essa proporção vai diminuindo e se adequando, com o crescimento 
nas demais fases, até a fase de adulto. Verifique que o tronco, aos 12 anos, representa uma proporção 
corpórea maior quando comparada à fase fetal.
2 meses 
fetal
6 meses 
fetal
Recém‑nascido 2 anos 6 anos 12 anos 25 anos
Figura 12 – Demonstração do crescimento das diversas partes do corpo 
da criança, em velocidades diferentes, de acordo com a idade
Sabe‑se também que a velocidade de crescimento que ocorre nas diferentes fases etárias de 
desenvolvimento da criança acontece em um mesmo ritmo quando comparado entre as populações. Ou 
seja, o perfil do ritmo da velocidade nas diferentes fases etárias de desenvolvimento da criança tende 
a ser similar entre as populações no mundo, exceto em algumas tribos africanas e crianças orientais 
(HABICHT et al., 1974).
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Unidade I
 Saiba mais
A leitura do artigo científico a seguir pode propiciar uma inter‑relação 
com os conteúdos:
PEDRAZA, D. F.; SALES, M. C.; MENEZES, T. N. Fatores associados 
ao crescimento linear de crianças socialmente vulneráveis do Estado 
da Paraíba, Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, 
p. 935‑946, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/
v21n3/1413‑8123‑csc‑21‑03‑0935.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2018.
É importante frisar que as técnicas de verificação da estatura e do peso da criança devem ser realizadas por 
profissionais qualificados, treinados e habilitados. Um registro com informações erradas, gerado pela realização 
inadequada da técnica indicada, poderá comprometer a avaliação de saúde atual e futura da criança.
1.4.1 Estatura
Para avaliar o crescimento linear da criança, verificamos a estatura, medindo a criança no sentido 
longitudinal, podendo ser em centímetros ou em metros, de acordo com a medida obtida.
A estatura é considerada como um dos melhores indicadores de saúde da criança, pois possibilita 
que o profissional da saúde identifique ou suspeite de falhas nos cuidados desejáveis à sua saúde, que 
de forma significativa influenciarão diretamente no seu crescimento.
Essas falhas podem estar relacionadas à alimentação inadequada, ocorrência de doenças, cuidados gerais 
e de higiene insatisfatórios, condições de habitação e saneamento básico comprometidos, inacessibilidade aos 
serviços de saúde, refletindo assim as condições de vida da criança, no passado e no presente (BRASIL, 2002).
Para verificar a estatura, o enfermeiro deverá levar em consideração a idade da criança. É aconselhável 
que a medição da estatura da criança até os dois anos (ou três, dependendo da indicação do gráfico que 
será usado para o registro), seja feita com a criança em decúbito dorsal e no sentido céfalo‑caudal, que 
chamamos de verificação do comprimento, conhecida também como comprimento em decúbito dorsal.
Quando avaliamos a estatura da criança na posição vertical, chamamos de verificação da altura, que 
é similar à verificação da altura do adulto, salvo as orientações e cuidados com a segurança da criança 
durante a avaliação.
Técnica de verificação do comprimento da criança (BRASIL, 2002; HOCKENBERRY; WILSON, 2014):
• Material necessário:
— Régua antropométrica.
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— Gráfico de crescimento adequado à idade e gênero da criança (se a criança já recebeu 
atendimento anterior, usar sempre o mesmo gráfico, para gerar a curva de crescimento da 
criança) e caneta para os registros.
— Mesa de avaliação com colchonete.
• Inicie a técnica:
— Lave as mãos.
— Verifique se a temperatura do ambiente está propícia.
— Posicione a criança em decúbito dorsal sobre a mesa de avaliação, seguindo as normas de segurança.
— A criança deve estar descalça, despida, sem touca, protetores ou enfeites de cabeça.
— Com o auxílio da mãe, deite a criança, mantendo seus ombros e cabeça apoiados na mesa ou 
superfície plana.
— Coloque a régua perpendicular ao corpo da criança, encostando a cabeça na extremidade fixa 
da régua.
— Em virtude da posição, normalmente flexionada (recém‑nascidos e lactentes), estique 
completamente o corpo, segurando a cabeça na linha média, centrada ao eixo do corpo, 
coloque a mão sobre os joelhos, mantendo‑os juntos e empurrando‑os suavemente em direção 
ao colchão, para baixo. Segure os tornozelos da criança, mantendo as pernas esticadas.
— Deslize a peça móvel até encostar nos calcanhares, mantendo os joelhos bem estendidos. 
Solicite ajuda da mãe para manter a cabeça da criança na posição correta.
— Proceda a leitura da medida. A medida correta exige a precisão até o milímetro, contudo, para 
evitar erros de medição, aconselha‑se aproximar, quando necessário, para o meio centímetro 
mais próximo (exemplo: 70,2 cm pode ser aproximado para 70,0 cm, 81,8 cm, para 82,0 cm). 
Registre imediatamente.
— Retire a criança da mesa e oriente a mãe para vesti‑la.
— Lave as mãos.
— Registre no gráfico e avalie o resultado.
— Informe e oriente a mãe sobre o resultado da avaliação.
— Não se esqueça de higienizar a mesa e a régua após o atendimento.
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Unidade I
Figura 13 – Verificação do comprimento da criança
 Observação
O ganho de estatura é um bom parâmetro para a avaliação do 
crescimento da criança por ser cumulativo, progressivo e não sofrer 
regressões (BRASIL,2002).
1.4.2 Peso
O peso é um importante indicador de crescimento, pois sua variação com relação à idade da criança 
é muito mais rápida do que a da estatura e reflete, quase que imediatamente, o estado de saúde da 
criança, seja satisfatoriamente ou indicando algum problema de saúde, como nos processos agudos.
O peso expressa a dimensão da massa ou volume corporal considerado somatório de células do 
corpo, tecidos de sustentação, órgãos, músculos e água. Portanto, diferente da estatura, em um prazo 
de poucos dias, podem ser observadas alterações importantes no peso, cuja medição é mais fácil e mais 
precisa que a estatura (BRASIL, 2002).
O peso é facilmente verificado por meio de uma balança, adequada à idade da criança. A balança 
pode ser eletrônica ou manual, desde que tenha recursos adequados. Ou seja, deve propiciar uma 
mensuração do peso em escala e comportar o peso da criança:
• Lactentes: escalas de 10 g em 10 g; peso até 16 Kg.
• Acima da faixa etária/lactentes: escalas de 100 g.
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Para que os equipamentos de verificação antropométrica estejam sempre calibrados, é importante 
que o enfermeiro estabeleça rotinas de checagem e manutenção periódica que favoreçam essa meta. 
Antes do uso, o enfermeiro deve checar as condições de calibração dos equipamentos.
Geralmente as balanças portáteis são recomendáveis, pois facilitam seu deslocamento.
Figura 14 – Verificação do peso da criança
Porém, se a abalança disponível for do tipo manual, antes de iniciar a pesagem, deve‑se verificar 
sua calibragem, ou seja, sem nenhum peso colocado sobre ela deverá registrar 0 Kg (nem uma grama a 
mais ou a menos). Caso não esteja assim, regule‑a antes do uso. Algumas balanças podem oferecer esse 
recurso e outras necessitarão de serviço técnico específico, dependendo do fabricante.
Técnica de verificação do peso da criança menor de 2 anos:
• Material necessário:
— Balança pediátrica adequada à idade da criança, colocada em superfície plana, em altura que 
permita uma boa visualização da escala, destravada e tarada.
— Gráfico de crescimento adequado à idade e gênero da criança (se a criança já recebeu 
atendimento anterior, usar sempre o mesmo gráfico para gerar a curva de crescimento da 
criança) e caneta para registros.
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Unidade I
• Inicie a técnica:
— Lave as mãos.
— Verifique se a temperatura do ambiente está propícia.
— A criança deve estar descalça, despida ou, no caso de frio, com roupas muito leves, sem touca, 
protetores ou enfeites de cabeça. Se usar fralda, ela deve ser retirada.
— Com o auxílio da mãe ou acompanhante, colocar a criança no centro da balança pediátrica, 
deitada ou sentada (caso já esteja sentando sem apoio). Em ambas as situações, a criança nunca 
deverá ser deixada na balança sozinha e sem acompanhamento de um adulto. As normas de 
segurança da criança devem ser sempre respeitadas.
— Se a balança for manual, movimente o cursor maior (quilogramas) sobre o suporte, 
aproximando‑a do número de quilos esperados para a idade. Movimentar o cursor menor 
(gramas), fazendo o ajuste até o ponteiro atingir o equilíbrio. Se a balança for digital, aparecerá 
o peso da criança na tela.
— Espere a criança parar de se movimentar.
— Leia o peso da criança.
— Retire a criança da balança, entrega‑a para a mãe/pessoa de vínculo para propiciar conforto/
aquecimento.
— Lave as mãos.
— Registre imediatamente os dados no gráfico de acompanhamento antropométrico da criança.
— Interprete a curva da evolução, comparando o peso atual com o peso anterior e com o peso 
esperado, relacionando‑o ao comprimento. Avalie a curva de crescimento.
— Informe o peso da criança e a evolução do crescimento para a mãe ou acompanhante.
— Não se esqueça de higienizar a mesa de exames e a balança após o atendimento.
É importante salientar que acessórios que não possam ser retirados deverão ser registrados em uma 
observação ao lado do registro do peso (impresso), tais como tala gessada, tala para imobilização para 
acesso venoso, fixadores externos e internos etc.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Figura 15 – Verificação do peso da criança na posição deitada
Figura 16 – Verificação do peso da criança na posição sentada
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Unidade I
 Lembrete
As técnicas de verificação da estatura e do peso da criança devem 
ser rigorosamente realizadas por profissionais qualificados, treinados e 
habilitados para tal. Um registro com informações erradas, gerado pela 
realização inadequada da técnica indicada, poderá comprometer a avaliação 
de saúde atual e futura da criança.
As medidas de peso e estatura (medidas antropométricas) estabelecem uma relação entre peso 
e estatura, importante para detectar o estado nutricional da criança, seja apontando as deficiências 
recentes de peso (desnutrição aguda) como também sobrepeso e obesidade. Além de serem 
utilizadas para esses fins, são fundamentais para analisar fatores de crescimento, desenvolvimento 
e maturação.
 Observação
A mãe, ou a pessoa de vínculo da criança, deve ser orientada de modo 
que reconheça a importância de levar a criança à Unidade Básica de Saúde 
(UBS) para acompanhamento e monitoramento do peso e da estatura, 
possibilitando intervir, o mais precocemente possível, nos casos de desvio 
do crescimento saudável.
1.4.3 Circunferência do braço e espessura da prega cutânea
As verificações do peso e da estatura não podem diferenciar tecido adiposo de músculo. Dessa 
forma, a verificação da circunferência do braço e espessura da prega cutânea permite avaliar a 
gordura corporal.
A circunferência do braço indica uma medida indireta da massa muscular do braço. Já a verificação 
da espessura da prega cutânea está baseada na relação entre gordura subcutânea, gordura interna e 
densidade corporal. Além de não ser um método invasivo, tem um baixo custo operacional, aplicabilidade 
em grandes grupos, rapidez e facilidade na aquisição das medidas, sendo utilizado amplamente em 
estudos epidemiológicos (SICHIERI; FONSECA; LOPES, 1999).
Os locais mais comuns para medir a espessura da prega cutânea é na região do tríceps (mais 
utilizada), subescapular, supra ilíaca e parte superior da coxa, utilizando‑se um marcador específico. 
Deve‑se verificar duas vezes a medida do mesmo local e depois fazer a média aritmética. O valor a ser 
considerado será o obtido pela média (HOCKENBERRY; WILSON, 2014).
Em crianças, a técnica usada é a mesma que no adulto.
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 Saiba mais
Para conhecer mais sobre a importância da relação entre peso e altura 
no acompanhamento do estado nutricional da criança e do adolescente, 
leia o texto a seguir:
CORADINE, A. V. P.; PIANOVSKI, M. A. D.; RABITO, E. I. Medidas 
antropométricas para o acompanhamento do estado nutricional 
de crianças e adolescentes com câncer, o que utilizar na prática 
clínica? Revista Brasileira de Cancerologia, v. 61, n. 3, p. 269‑276, 
2015. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/rbc/n_61/v03/
pdf/10‑revisao‑medidas‑antropometricas‑para‑o‑acompanhamento‑do 
‑estado‑nutricional‑de‑criancas‑e‑adolescentes‑com‑cancer‑o‑que‑ 
utilizar‑na‑pratica‑clinica.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.
1.4.4 Perímetro cefálico
A medição do perímetro da cabeça é importante para avaliar o tamanho da cabeça e do 
cérebro. Sua importância na infância está relacionada ao volume intracraniano, permitindo 
uma avaliação do crescimento do cérebro. O acompanhamento do perímetro craniano deve 
serfeito, prioritariamente, nas crianças de 0 a 24 meses, período de maior crescimento 
pós‑natal da cabeça e cérebro (BRASIL, 2002). Mas é importante lembrar que, na suspeita de 
qualquer alteração no tamanho da cabeça, independentemente da idade, ele deve ser avaliado 
e monitorado.
O perímetro cefálico (PC) é maior que o perímetro torácico (PT) até aproximadamente os dois anos 
de idade. Entre o primeiro e o segundo ano de idade o PC e O PT são iguais. Posteriormente, o PT 
ultrapassa o PC em torno de 5 a 7 cm.
Durante os primeiros meses de vida, uma anormalidade cerebral pode ser investigada verificando‑se 
o PC e por meio das provas de desenvolvimento.
A partir de 2016, o Ministério da Saúde estabeleceu novos parâmetros para medir o perímetro 
cefálico, com o intuito de identificar casos suspeitos de bebês com microcefalia. Para meninos, a medida 
é considerada igual ou inferior a 31,9 cm e, para meninas, igual ou inferior a 31,5 cm. A mudança está 
de acordo com a recomendação anunciada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 
valendo para bebês nascidos com 37 ou mais semanas de gestação.
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Unidade I
Figura 17 – Verificação do perímetro cefálico
A seguir, técnicas de verificação do Perímetro Cefálico (PC) da criança menor de 2 anos:
• Material necessário:
— Fita métrica (descartável ou plástica).
— Gráfico de crescimento do Perímetro Cefálico, adequado à idade e ao gênero, e caneta.
— Álcool 70% e bolas de algodão.
— Mesa de exame.
• Inicie a técnica:
— Lave as mãos.
— Verifique se a temperatura do ambiente está propícia.
— A criança deve estar sem touca, protetores ou enfeites de cabeça.
— Com o auxílio da mãe ou acompanhante, colocar a criança deitada na posição dorsal ou sentada 
(caso já esteja sentando sem apoio) no centro da maca. Em ambas as situações, a criança nunca 
deverá ser deixada na maca sozinha e sem acompanhamento de um adulto. As normas de 
segurança da criança devem ser sempre respeitadas.
— Meça o perímetro cefálico colocando a fita métrica (marco zero) entre e logo acima das 
sobrancelhas, iniciando o contorno da fita pela cabeça da criança, passando acima do pavilhão 
auditivo, sobre a proeminência occipital e, assim, da mesma forma, chegando ao ponto de início. 
Esse é o maior diâmetro da circunferência da cabeça da criança.
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— Leia o PC da criança.
— Retire a criança da maca, entregue‑a para a mãe/pessoa de vínculo para propiciar 
conforto/aquecimento.
— Lave as mãos.
— Registre imediatamente no gráfico de acompanhamento antropométrico da criança. O PC deve 
ser registrado em centímetros (cm).
— Interprete a curva da evolução, comparando com o PC anterior, se houver.
— Avalie se a medida está de acordo com o esperado para a idade/gênero.
— Informe o PC da criança e a evolução do crescimento para a mãe ou acompanhante.
— Não se esqueça de higienizar a mesa de exames e a fita métrica. Se a fita for descartável, 
despreze‑a no lixo logo após o atendimento.
Figura 18 – Verificação do perímetro cefálico
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Unidade I
Na figura a seguir, você verá modelos de gráfico de acompanhamento do crescimento cefálico em 
crianças 0 a 2 anos, de acordo com o gênero (menina e menino, respectivamente):
0
0
2
2
4
4
6
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8
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1 
ano
1 
ano
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anos
2 
anos
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CM
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CM
Figura 19 – Demonstração de gráficos de monitoramento e avaliação do perímetro 
cefálico da criança até os 36 meses de idade para meninas (rosa) e meninos (azul)
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1.4.5 Determinantes biológicos de crescimento
Como sabemos se uma criança está crescendo de acordo com o esperado? Durante o exame físico, 
o que o enfermeiro deverá usar como base para avaliar se o crescimento da criança avaliada está de 
acordo com o esperado para a idade?
Essas perguntas são muito importantes, pois de nada adiantaria conhecer as técnicas de como pesar 
e como medir a criança se o enfermeiro não souber interpretar os dados antropométricos.
A característica mais proeminente da infância e da adolescência é o crescimento físico. E no decorrer 
de todo o período de crescimento da criança, vários tecidos corporais passam por determinadas 
mudanças no crescimento, composição e estrutura (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). A figura a seguir 
ilustra crianças de diferentes tamanhos e, portanto, de diferentes idades.
Figura 20 – Crianças de diferentes tamanhos e idades
O crescimento do corpo, a exemplo do crescimento dos tecidos – nervoso, linfoides, genital e 
ósseos –, possui características diferentes relacionadas ao período da vida em que ocorrem, e também 
sobre a velocidade desses crescimentos, conforme demonstrados na figura a seguir. Esses padrões 
esperados de crescimento devem ser considerados no decorrer da avaliação do crescimento da 
criança/adolescente.
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0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Genital
Geral
Nervoso
Linfoide
Percentual
Idade
Figura 21 – Padrões esperados de crescimento de tecidos do corpo, de acordo com a idade da criança
Dessa forma, conclui‑se que a idade cronológica da criança é um indicador importante para 
observarmos o seu crescimento e identificar se está adequado à idade biológica.
Vamos compreender a diferença entre a idade cronológica e a idade biológica, para contextualizarmos 
a frase anterior:
• Idade cronológica: é a idade que se refere ao período de tempo contado a partir do nascimento, 
podendo ser em meses ou anos. Exemplo: uma criança tem 1 ano e 3 meses de idade. Essa é a 
idade cronológica da criança.
• Idade biológica: de acordo com as modificações biológicas que ocorrem ao longo do 
tempo, pode‑se classificar a idade biológica. Avaliando uma criança, por exemplo, pode‑se 
verificar a idade biológica esperada à idade cronológica. Por exemplo, por volta dos 10 anos 
de idade, é esperado que, em meninas, inicie‑se o aparecimento das características sexuais 
secundárias, como o crescimento de pelos pubianos e das mamas. Essas características 
identificam a idade biológica.
É desejável que a idade biológica da criança acompanhe a idade cronológica, mas essa adequação 
nem sempre poderá ocorrer. Como exemplo, podemos citar as crianças com Síndrome de Down, que 
possuem velocidade de crescimento mais lenta, entre os 3 e os 6 meses de idade, demonstrando que 
essas crianças possuem a idade biológica atrasada quando comparada à idade cronológica.
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Figura 22 – Criança com Síndrome de Down
 Observação
Um indicador importante e confiável para avaliar se o crescimento 
biológico da criança está de acordo com o crescimento cronológico é a 
verificação da estatura e do peso e sua comparação aos indicadores de 
crescimento por idade/gênero. Dessa forma, o processo evolutivo de 
crescimento da criança poderá ser avaliado com segurança.
A medição mais precisa do desenvolvimento geral é a idade esqueléticaou óssea. A idade óssea 
pode ser determinada por meio de exames radiológicos da articulação, nos quais se compara a imagem 
radiológica com um indicador de imagens correspondentes à maturação óssea (HOCKENBERRY; WILSON, 
2014, p. 67).
Geralmente é realizada a análise do raio‑X da mão da criança, avaliando‑se o aparecimento de 
núcleos de ossificação do rádio/ulna, metacarpos/falanges e carpo.
Ao que parece, a idade esquelética tem melhor correlação com outras medidas da maturidade 
fisiológica, a idade cronológica ou a altura (HOCKENBERRY; WILSON, 2014, p. 67).
 Observação
Um exemplo de medida da maturidade fisiológica seria o início da 
menarca, que não é visto como um bom marcador de idade biológica.
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Unidade I
A maturação óssea pode ser influenciada por fatores genéticos, ambientais e endócrinos. 
A idade óssea é determinada comparando a mineralização dos centros de ossificação aos 
padrões relacionados à idade, obtidos por meio de padrões cronológicos de crianças normais. 
Essa avaliação é feita pelo médico e pelo odontólogo quando houver suspeita de atraso do 
crescimento, ou mesmo ao contrário, quando a criança estiver crescendo além do padrão 
esperado para a idade.
 Saiba mais
A estudante de medicina Patrícia Schwenck de Carvalho, da Universidade 
Estadual de Montes Claros (Unimontes), desenvolveu um aplicativo que 
auxilia médicos na avaliação da idade óssea e na verificação de distúrbios 
de crescimento de crianças e adolescentes. Vale a pena conhecer mais sobre 
esse aplicativo, que está disponível para download.
Para esclarecer as dúvidas dos usuários, a acadêmica disponibilizou 
informações sobre o aplicativo e suas funcionalidades em um website 
minimalista, totalmente responsivo, que pode ser acessado de qualquer 
plataforma digital:
<http://www.mesmeracomunicacao.com.br/produtos/idadeossea/>.
1.4.6 Gráficos de avaliação antropométrica (peso/estatura) na criança
Como já discutido anteriormente, a partir dos índices antropométricos são construídos 
indicadores, definindo níveis de corte que permitam situar a criança dentro de uma faixa aceita 
como normal, de acordo com a referência de crescimento utilizada. Avaliar o crescimento da 
criança implica:
1) coletar medidas antropométricas com metodologia padronizada;
2) relacionar essas medidas com sexo, idade ou outra variável da criança 
(índices), comparando‑as com os valores de referência;
3) verificar se os valores encontrados estão dentro dos limites (pontos de 
corte) estabelecidos como normais (BRASIL, 2002).
A antropometria não deve ser entendida como uma simples ação de pesar e medir, mas, sobretudo, 
como uma atitude de vigilância.
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Figura 23 – Evolução do crescimento
Agora que você já aprendeu como deve ser realizada a verificação dos dados antropométricos da 
criança, você irá conhecer como avaliar esses resultados. Os gráficos de crescimento, por exemplo, são 
instrumentos importantes de avaliação e acompanhamento do crescimento da criança.
Como já descrito anteriormente, as verificações e o acompanhamento da evolução das curvas de 
crescimento e de peso da criança são indicadores importantes da qualidade de saúde da criança e 
podem, inclusive, ser usados como integrantes da avaliação do estado nutricional delas. No entanto, 
nunca devem ser usados como únicos indicadores. É importante conhecer os fatores de risco aos quais 
a criança está exposta, como o peso baixo ao nascer (identificar problemas no pré‑natal, como fumo, 
etilismo, drogadição, a hipertensão arterial, as doenças infecciosas crônicas, as doenças sexualmente 
transmissíveis, o estado nutricional da gestante, o curto intervalo interpartal, entre outros), as condições 
ambientais socioeconômicas e emocionais às quais a criança está exposta e a presença de doenças na 
história pregressa e atual (infecciosas, genéticas e agudas).
A figura a seguir ilustra crianças de diferentes idades e gêneros. Cada uma poderá ter apresentado, 
em sua história de crescimento, fatores de risco que possam interferir, que estejam interferindo ou 
que, por ventura, venham a interferir no potencial de crescimento e desenvolvimento, visto que o 
crescimento da criança é contínuo e findará apenas ao final da adolescência.
Figura 24 – Crianças de diferentes idades e gêneros
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Unidade I
A história do crescimento da criança pode ser representada por meio de dois tipos de curvas: a 
curva de distância ou de crescimento longitudinal e a curva de velocidade de crescimento (BRASIL, 
2002). Nessa abordagem serão apresentadas a curva de crescimento longitudinal e a curva de 
ganho de peso.
A curva de referência de uma população é aquela cujas medidas antropométricas foram aferidas 
em indivíduos sadios, vivendo em condições socioeconômicas, culturais e ambientais satisfatórias, 
tornando‑se uma referência para comparações com outros grupos. Com a distribuição gráfica das 
medidas de peso e estatura de indivíduos sadios, são construídas curvas de crescimento de referência 
(BRASIL, 2011b).
Portanto, as curvas de referência recomendadas em 2006 pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS) foram criadas a partir de estudos multicêntricos, com a participação de crianças sadias 
de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. Para que a amostra fosse capaz de representar 
diferentes grupos étnicos, foram escolhidas seis cidades, de continentes diferentes: Pelotas 
(Brasil), Davis (Estados Unidos), Muscat (Omã), Oslo (Noruega), Acra (Gana) e Nova Deli (Índia). 
Esse estudo teve início em 1997 e terminou em 2003, com a avaliação de 8.500 crianças sadias 
com idades entre zero e cinco anos. Os parâmetros padronizados possibilitam a avaliação de 
crianças de qualquer país, independentemente de etnia, condição socioeconômica e tipo de 
alimentação (OMS, 2006).
Essa referência foi adotada pelo Ministério da Saúde para avaliação e acompanhamento do 
crescimento e do estado nutricional das crianças no Brasil. Inclusive, na Caderneta de Saúde da Criança, 
as curvas de referência adotadas foram essas.
Existem várias curvas de referência, de acordo com os índices desejados para avaliação. A OMS 
recomendou curvas de índice, tais como (BRASIL, 2018):
• Faixa etária, gênero e peso.
• Faixa etária, gênero e altura.
• Faixa etária, gênero e Índice de Massa Corporal (IMC), entre outros.
Cada curva de referência possui cortes, denominados de percentis ou scores.
Veja a seguir alguns exemplos de gráficos com curvas de referência da OMS.
Exemplo A: esse gráfico demonstra a curva de referência da OMS que deve ser usada para 
meninas, desde o nascimento até os 5 anos de idade. Trata‑se do índice comprimento/estatura por 
idade. Existe também um gráfico para avaliar as mesmas variáveis, só que exclusivo para meninos, 
como será demonstrado posteriormente.
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Figura 25 – Demonstração de gráfico para avaliação da estatura da criança 
(meninas) de acordo com a idade, com referenciais de curva de crescimento
Exemplo B: esse gráfico demonstra a curva de referência da OMS que deve ser usada para meninos, 
desde o nascimento até os 5 anos de idade. Trata‑se do índice comprimento/estatura por idade.
Figura 26 – Demonstração de gráfico para avaliação da estatura da criança (meninos) 
de acordo com a idade, com referenciais de curva de crescimento
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Unidade I
Observe que os gráficos dos Exemplos A e B:
• Apresentam, no eixo X, as variáveis da idade (em meses) e, no eixo Y, as variáveis da estatura(comprimento). Existem outros padrões de gráficos estabelecidos pela OMS que utilizam outras 
variáveis, como a faixa etária, o gênero e o peso, por exemplo, e, portanto, é outro tipo de gráfico 
de referência.
• Apresentam curvas coloridas e ascendentes e cada uma representa um percentil (poderia ser 
representado como score Z). Encontramos à direita dos gráficos os percentis (P) informados: 
iniciando pela linha inferior (P3) e finalizando no P97. Dessa forma, uma criança saudável, exposta 
a condições adequadas de saúde e levando em conta sua herança genética, deverá estar com seus 
registros dentro desses percentis. Nessas condições, geralmente, mantêm‑se com um perfil de 
crescimento próximo ao percentil de nascimento, acompanhando a evolução da curva.
Cada mensuração deve ser registrada no gráfico. Assim, a história de crescimento da criança vai 
ficando documentada no gráfico.
Exemplo C: supondo que o gráfico a seguir seja de um menino com 10 meses de idade, observamos 
que os registros de comprimento do nascimento não estão presentes e que o primeiro registro da criança 
é aos 5 meses de idade. Mesmo assim, pode‑se avaliar que o percentil do comprimento da criança aos 10 
meses é o percentil 50 e que vem se mantendo próximo a esse perfil desde o primeiro registro.
Figura 27 – Demonstração de gráfico para avaliação da estatura da criança (meninos) 
de acordo com a idade, com referenciais de curva de crescimento e exemplo de registros de crescimento
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 Saiba mais
Amplie seus conhecimentos sobre a aplicação das curvas de 
crescimento na avaliação de determinada população de crianças, 
realizando a leitura do artigo:
COSSIO‑BOLAÑOS et al. O uso das curvas de crescimento da Organização 
Mundial da Saúde em crianças e adolescentes que vivem em regiões de 
altitude moderada. Rev. Paul. Pediatr., São Paulo, v. 30, n. 3, p. 314‑320, set. 
2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpp/v30n3/03.pdf>. Acesso 
em: 12 jun. 2018.
É importante salientar que uma criança pode deixar de crescer, se privada de nutrientes ou se houver 
alguma doença de base que culmine na desaceleração do crescimento, porém nunca perderá altura. Nesse 
sentido, pode‑se observar uma queda no percentil da estatura, porém não haverá declínio da estatura.
Quando ocorrem doenças infecciosas e/ou problema social, há uma desaceleração no ritmo de 
crescimento normal. Entretanto, corrigida a causa e se as condições ambientais forem adequadas, 
observa‑se um aumento da velocidade de crescimento superior ao esperado para a idade, como um 
crescimento compensatório. Esse fenômeno é observado na reabilitação de crianças com desnutrição 
grave, principalmente nas menores de 2 anos. Durante os dois primeiros anos de vida, o déficit de 
crescimento ocasionado pela desnutrição é reversível (BRASIL, 2002).
Após essa idade, nota‑se que o fenômeno do crescimento compensatório, apesar de ativado, é bem 
menos intenso. Essa grande vulnerabilidade biológica faz com que seja extremamente importante o 
acompanhamento sistemático do crescimento da criança nessa fase da vida. Atividades de recuperação 
nutricional devem priorizar crianças menores de 24 meses, para permitir uma total recuperação e 
prevenção de problemas futuros (BRASIL, 2018).
Uma variável mais instável é o peso. A criança perde peso facilmente quando exposta a alguma condição 
desfavorável, seja de adaptações ao ambiente, motivações psicológicas, doenças agudas, entre tantas outras.
Da mesma forma, a criança poderá ganhar peso se exposta a uma condição de oferta inadequada 
de alimentos, situação potencializada com o sedentarismo, levando ao estado nutricional de sobrepeso 
e obesidade.
O recém‑nascido, nos primeiros dias, perde cerca de 10% de seu peso de nascimento, devendo, 
dentro de 10 a 15 dias, ter recuperado essa perda, voltando ao peso inicial.
Portanto, o gráfico de peso da criança pode apresentar curvas descendentes e ascendentes, assim 
como pode existir a flutuação dos percentis. Essas variações devem ser percebidas de imediato e 
corrigidas durante a avaliação do enfermeiro.
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Unidade I
Exemplo D: o gráfico a seguir demonstra a curva de referência da OMS que deve ser usada para 
meninas desde o nascimento até os 5 anos de idade. Trata‑se do índice peso/por idade.
Figura 28 – Demonstração de gráfico para avaliação do peso da criança (meninas) 
de acordo com a idade, com referenciais de curva de crescimento
Exemplo E: o gráfico a seguir demonstra a curva de referência da OMS que deve ser usada para 
meninos desde o nascimento até os 5 anos de idade. Trata‑se do índice peso/por idade.
Figura 29 – Demonstração de gráfico para avaliação do peso da criança (meninos) 
de acordo com a idade, com referenciais de curva de crescimento
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Exemplo F: o gráfico a seguir demonstra o perfil de peso de uma menina com 11 meses de idade, 
que não possui registros do peso de nascimento e cujo primeiro registro ocorreu aos 3 meses de idade:
Figura 30 – Demonstração de gráfico para avaliação do peso da criança (meninas) 
de acordo com a idade, com referenciais de curva de crescimento e exemplo de curva de peso
Alguns dados importantes demonstrados no histórico de crescimento da criança, de acordo com o 
gráfico do exemplo F:
• 3 meses de idade: peso – 4.600 g; P15.
• 6 meses de idade, peso – 6.000 g; P15.
• 8 meses de idade, peso – 9.000 g; P85
• 27 meses de idade (2 anos e 3 meses): peso – 9.000 g; entre o P15 e P50
Veja, se os dados do peso em relação à idade demonstrados não estivessem expostos no gráfico do 
exemplo F, não seria possível identificar os percentis, e a avaliação da criança estaria comprometida.
Como a curva de ganho de peso da criança poderia ser interpretada pelo enfermeiro?
Houve um ganho de peso entre os 4 e 10 meses de idade, e, provavelmente, devido a alguma ação 
proposta, a curva de ganho de peso está regredindo.
É importante compreender que o inverso também pode acontecer, ou seja, quando, por algum motivo 
específico, a criança perde peso, consequentemente, isso refletirá no declínio da curva e dos percentis.
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Unidade I
 Lembrete
Para que essas análises sejam efetivas, é fundamental que a mãe/pessoa 
de vínculo, responsável pela criança, seja orientada pelo enfermeiro para 
cumprir o calendário das consultas de puericultura, na Unidade Básica de 
Saúde, evitando as faltas.
Não é possível recuperar uma informação antropométrica retroativa, pois o marco de seu crescimento 
não consegue se reproduzir em decorrência de que o tempo evolui e, com ele, o crescimento da criança.
 Observação
É importante orientar o responsável pela criança que, quando ele falta 
à consulta de puericultura agendada, não levando a criança, jamais será 
possível retroceder no tempo para saber qual eram os dados antropométricos 
na época em que ela deveria ter sido avaliada, ocasionando, entre tantos 
problemas de acompanhamento do crescimento, uma falha significativa 
nos registros do histórico de crescimento da criança
Os indicadores antropométricos, incluindo o índice peso/idade, são utilizados como indicadores 
diretos para avaliar o estado nutricional da criança.
Os pontos de corte da Vigilância Nutricional no Brasil, determinados pelo Ministério da Saúde, são 
baseados em recomendações adotadas internacionalmente (BRASIL, 2011a).
A Organização Mundial da Saúde apresenta referências de peso para estatura apenas para menores 
de 5 anos pelo padrão de crescimento de 2006 (OMS, 2006). A partir dessa idade, deve ser utilizado o 
Índice de Massa

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