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VOCÊ SABE MANEJAR PACIENTES COM SÍNDROME NEFRÓTICA? CONHECE SUAS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES? SÍNDROME NEFRÓTICA VINHETA DE ABERTURA VINHETA DE ABERTURA QUANDO SUSPEITAR DE DOENÇA GLOMERULAR ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Proteinúria – marcador das glomerulopatias, sendo a albumina o principal componente Hematúria – caracteristicamente presente em doenças ditas “proliferativas”, isto é, com intensa atividade inflamatória, classicamente encontrada nas patologias que compõem o grupo da síndrome nefrítica Urina espumosa – indicativo de proteinúria Urina escurecida – indicativo de hematúria APRESENTAÇÕES CLÍNICAS NEFRÓTICA NEFRÍTICA Início Insidioso Agudo Edema ++++ ++ Pressão arterial Normal Elevada Proteinúria >3,5 g/dia <3,5 g/dia Hematúria Ausente Sempre presente Dismorfismo eritrocitário Ausentes Presentes Albumina Muito reduzida Normal/ pouco reduzida MAPA MENTAL SÍNDROME NEFRÓTICA CARACTERÍSTICAS GERAIS Proteinúria >3,5 g/24 horas (adultos) e >40 mg/hora/m² em crianças Hipoalbuminemia (< 3,5 g/dL) Edema / anasarca Hipercolesterolemia Início geralmente subagudo / crônico Tendência à hipercoagulabilidade, aterogênese e eventos tromboembólicos Aumento do risco de infecções SÍNDROME NEFRÓTICA CARACTERÍSTICAS GERAIS Mecanismo imunológico – depósito de imunocomplexos em estruturas glomerulares Ausência de hematúria na síndrome nefrótica Quadro clínico e complicações são comuns a todas as doenças que fazem parte do espectro da síndrome SÍNDROME NEFRÓTICA APRESENTAÇÃO CLÍNICA #IMPORTANTE SÍNDROME NEFRÓTICA – PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES ੦ RISCO INFECCIOSO ੦ DEFICIÊNCIA DE MINERAIS E VITAMINAS ੦ DISLIPIDEMIA ੦ DESNUTRIÇÃO PROTEICA ੦ RISCO TROMBOEMBÓLICO E ATEROSCLERÓTICO ੦ EDEMA E ANASARCA PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES - INFECÇÕES Aumento da permeabilidade glomerular a proteínas plasmáticas (especialmente albumina) Albuminúria intensa Perda de imunoglobulinas (IG) Aumento no risco de infecções PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES – DEFICIÊNCIA DE MINERAIS E VITAMINAS Aumento da permeabilidade glomerular a proteínas plasmáticas (especialmente albumina) Albuminúria intensa Perda de proteínas carreadoras de hormônios, vitaminas e minerais PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES - DISLIPIDEMIA Aumento da permeabilidade glomerular a proteínas plasmáticas (especialmente albumina) Albuminúria intensa Hipoalbuminemia severa (<2,5 g/dL) Aumento da síntese hepática de lipoproteínas Dislipidemia e lipidúria PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES – DESNUTRIÇÃO Aumento da permeabilidade glomerular a proteínas plasmáticas (especialmente albumina) Albuminúria intensa Hipoalbuminemia severa (< 2,5 g/dL) Aumento do catabolismo muscular (perda de massa muscular) Desnutrição proteica PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES – RISCO TROMBOEMBÓLICO Aumento da permeabilidade glomerular a proteínas plasmáticas (especialmente albumina) Perda de fatores anticoagulantes Aumento da produção hepática de fatores pró- coagulantes (desbalanço pró versus anticoagulante) Aumento do risco tromboembólico (fatores associados: anasarca, redução de mobilidade, depleção volêmica) #CAI NA PROVA PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES – RISCO TROMBOEMBÓLICO ATENÇÃO: ੦ síndrome nefrótica ੦ lombalgia aguda ੦ hematúria macroscópica PENSAR EM TROMBOSE DE VEIA RENAL PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES – EDEMA E ANASARCA Albuminúria intensa + hipoalbuminemia severa Redução da pressão oncótica intravascular Redução do volume intravascular efetivo Aumento do ADH – retenção hídrica Ativação do SRAA – retenção hidrossalina MANEJO DO EDEMA NEFRÓTICO Restrição de sódio na dieta <2,4 g/24 horas Suspensão de medicações que possam contribuir com edema – anlodipina, betabloqueadores etc. Diuréticos de alça – furosemida VO/EV Diuréticos tiazídicos – HCTz, clortalidona Se tendência de hipocalemia, associar diuréticos poupadores de potássio – amilorida espironolactona Ultrafiltração PREVENÇÃO DE EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS Maior risco de eventos tromboembólicos: ੦ PTU > 8,0 g/24 horas ੦ albumina sérica < 2,5 g/dL ੦ obesidade ੦ insuficiência cardíaca ੦ imobilidade ੦ cirurgia abdominal ou ortopédica recente ੦ risco familiar PREVENÇÃO DE EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS Evitar imobilização prolongada Antiagregantes plaquetários – AAS, clopidogrel Anticoagulação profilática – em especial, em internações com paciente acamado Tratar a dislipidemia – estatinas, ezetimiba, fibratos SÍNDROME NEFRÓTICA MANEJO DA PROTEINÚRIA Geralmente, as doenças do espectro da síndrome nefrótica cursam com proteinúrias muito elevadas iECA/BRA (antiproteinúricos) – manter a maior dose tolerada Alvo de proteinúria <0,5 a 1,0 g/24 horas Controle pressórico rigoroso – PA <130x80 mmHg Controle de ingesta proteica e de sódio – 0,6 a 0,8 g/Kg/dia de ingesta proteica Tratamento da doença de base – imunossupressão em casos selecionados SÍNDROME NEFRÓTICA PROTEINÚRIA E PROGNÓSTICO RENAL Meses S o b re v id a r e n a l (% ) SÍNDROME NEFRÓTICA – DOENÇAS ASSOCIADAS ASSOCIAÇÃO TESTE SOROLÓGICO DLM Doença Hodgkin/ AINH Síndrome Nefrótica em crianças - GESF HIV/ heroína/ familiar Idiopática Sorologia HIV Nefropatia membranosa Idiopática LES Sais de ouro/ Penicilamina/ AINH Tumores sólidos Hepatite B Sorologias virais Marcadores de lúpus (aDNA/ FAN) Marcadores tumorais Amiloidose Doenças inflamatórias crônicas Neoplasias hematológicas - #CAI NA PROVA DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS (DLM) Características gerais ੦ principal causa de síndrome nefrótica em crianças menores de 10 anos (90%) ੦ causa menos frequente de síndrome nefrótica em adultos (10 a 15%) ੦ proteinúria maciça ੦ ausência de hematúria ੦ SEM consumo de complemento ੦ em geral, hipertensão ausente e função renal preservada ੦ RESPOSTA EXCELENTE A CORTICOIDES, especialmente, em crianças DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS (DLM) FATORES ASSOCIADOS À DLM Drogas ੦ AINHs ੦ interferon ੦ sais de ouro / lítio Malignidades ੦ doença de Hodgkin ੦ micose fungoide ੦ LLC (incomum) DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS (DLM) FISIOPATOLOGIA Idiopática Fatores associados podem ser o gatilho para o início da doença Fusão dos processos podocitários Ausência de infiltrado celular – doença de caráter não proliferativo DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS (DLM) BIÓPSIA DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS (DLM) TRATAMENTO Medidas gerais** Corticoides – 1 mg/kg (máximo 80 mg/dia) Duração de 8 a 12 semanas Remissão completa (PTU <0,5 g/24 horas) em 95% dos casos Associação de ciclosporina, se não houver remissão GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) 30 a 35% dos casos de síndrome nefrótica em adultos SEM hematúria SEM consumo de complemento Proteinúria variável – menor proteinúria, melhor prognóstico renal 30 a 50% dos pacientes vão evoluir para DRCt em 5 a 10 anos Primária (idiopática) – fatores imunológicos circulantes Secundárias – diversos fatores potencialmente envolvidos CAUSAS SECUNDÁRIAS Genéticas – GESF familiar Virais – HIV** (variante colapsante) Drogas – heroína, interferon, pamidronato Adaptação estrutural-funcional 1. baixo peso ao nascer 2. agenesia renal unilateral 3. nefropatia de refluxo vesicoureteral 4. obesidade ** 5. anemia falciforme GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) NA REAL Obesidade x GESF GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) BIÓPSIA Depósitos de imunocomplexos de IgM e C3, de forma segmentar e focal Pacientes com PTU elevada Sintomáticos Risco elevado de complicações ੦ otimizar PA – alvo < 130x80 mmHg ੦ iECAs ou BRAs – maior dose tolerada ੦ tratamento das complicações – estatinas, dieta, anticoagulação profilática ੦ prednisona 1 mg/Kg/dia por 12 a 16 semanas ੦ desmame gradual em até 6 meses GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) TRATAMENTO Pacientes corticodependentes ou corticorresistentes Associação de imunossupressão não corticoterápica ੦ ciclosporina ੦ ciclofosfamida ੦ micofenolato ੦ tacrolimo GLOMERULOESCLEROSESEGMENTAR E FOCAL (GESF) TRATAMENTO GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) PROGNÓSTICO EM RELAÇÃO À PROTEINÚRIA E RESPOSTA À CORTICOTERAPIA NEFROPATIA MEMBRANOSA 20 a 40% das causas de síndrome nefrótica em adultos (em especial acima de 40 anos) Rara em crianças Mais comum em homens Sempre procurar causas secundárias potencialmente associadas 1. tumores sólidos – pulmão, próstata, TGI, ginecológico 2. associação com hepatite B 3. AINHs 4. sais de ouro/penicilamina 5. LES – nefrite lúpica classe V NA REAL NEFROPATIA MEMBRANOSA Causas primárias – anticorpo conhecido, responsável pela formação de imunocomplexo da doença membranosa: receptor da fosfolipase A2 nos podócitos Anti-PLA2 – utilizado como auxiliar no diagnóstico e no controle de resposta ao tratamento NEFROPATIA MEMBRANOSA APRESENTAÇÃO CLÍNICA Sem hematúria SEM consumo de complemento Proteinúrias importantes – maior risco de complicações relacionadas a síndrome nefrótica Doença dos terços ੦ 1/3 dos pacientes vai evoluir com remissão espontânea ੦ 1/3 dos pacientes vai evoluir com PTU e função renal estáveis ੦ 1/3 dos pacientes vai evoluir com DRC em estágio avançado NEFROPATIA MEMBRANOSA APRESENTAÇÃO CLÍNICA Risco para progressão – sempre avaliar potencial para evolução desfavorável, visando escolher os pacientes com benefício para imunossupressão ੦ f. renal normal + PTU <4 g/24 horas (baixo risco) ੦ f. renal normal + PTU entre 4 e 8 g/24 horas (risco intermediário) ੦ deterioração de f. renal + PTU >8 g/24 horas (risco elevado) NEFROPATIA MEMBRANOSA BIÓPSIA Depósitos subepiteliais – espessamento da membrana basal e padrão em espículas Depósitos granulares de IgM ao longo da alça capilar glomerular ੦ PTU < 4 g/24 horas – tratamento não imunossupressor (antiproteinúricos) ੦ PTU entre 4 e 8 g/24 horas – tratamento não imunossupressor por 3 a 6 meses Se PTU mantiver elevada – associar imunossupressão ੦ PTU > 8 g/24 horas – tratamento não imunossupressor por 3 meses Se PTU mantiver elevada – associar imunossupressão Não se utiliza corticoide isoladamente no tratamento da nefropatia membranosa (CsA, Tacrolimo, MMF, CFM) TRATAMENTO NEFROPATIA MEMBRANOSA AMILOIDOSE Depósito extracelular de material proteíco fibrilar (amiloide) Classificação se relaciona com o precursor proteico solúvel no plasma, que leva a formação do material fibrilar (que deposita). AMILOIDOSE PRINCIPAIS TIPOS DE AMILOIDOSE: ੦ amiloidose AL (relacionada com cadeia leve de imunoglobulinas) ੦ amiloidose AA (precursor amiloide A – tem relação com estados inflamatórios crônicos) ੦ amiloidose relacionada a diálise (fibrilas derivadas de B2 microglobulinas) ੦ causas genéticas (precursores anômalos produzidos pelo fígado, levando à formação e deposição de fibrilas) AMILOIDOSE AL ੦ secundária a doenças plasmocitárias (mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenstrom, linfoma não-Hodgkin). ੦ exames: eletroforese de proteínas e imunofixação de proteínas (sérica e urinária), com detecção de proteínas monoclonais no plasma e urina Acometimento sistêmico, com múltiplos orgãos afetados AMILOIDOSE AL – ACOMETIMENTO ORGÂNICO AMILOIDOSE AL é uma doença de acometimento sistêmico ੦ renal – edema, proteinúria nefrótica ੦ cardíaco – insuficiência cardíaca, distúrbios de condução ੦ hepatoesplenomegalia ੦ sangramento gastrointestinal – fragilidade vascular ੦ dismotilidade do TGI ੦ síndrome túnel do carpo ੦ neuropatia periférica ੦ hipotensão ortostática (neuropatia autonômica) ੦ macroglossia, equimoses AMILOIDOSE AA – ACOMETIMENTO ORGÂNICO Secundária a doenças inflamatórias crônicas: ੦ artrite reumatoide ੦ espondiloartropatias ੦ doenças inflamatórias intestinais ੦ infecções crônicas (tuberculose, osteomielite crônica) ੦ neoplasias de curso crônico AMILOIDOSE AA – ACOMETIMENTO ORGÂNICO Acometimento renal ocorre em 80% dos casos – predomínio de síndrome nefrótica. Sintomas sistêmicos ocorrem em menor porcentagem, mais comum TGI, neuropático e cardíaco AMILOIDOSE RELACIONADA À DIÁLISE Depósito de fibrilas derivadas da B2 microglobulina, que se acumulam em pacientes com DRC estágio 5D, em terapia dialítica por longos períodos. Acometimento é mais osteoarticular: ੦ síndrome túnel do carpo ੦ síndrome do manguito rotador ੦ dores em ombros (artropatia escápuloumeral) ੦ neuropatia periférica AMILOIDOSE – DIAGNÓSTICO Sempre descartar doenças plasmocitárias (mieloma múltiplo), pesquisar: ੦ hipergamaglobulinemia ੦ eletroforese ou imunofixação de proteínas (sérica e urinária) com identificação de proteína monoclonal (especialmente cadeia leve) AMILOIDOSE – DIAGNÓSTICO SEMPRE iniciar a avaliação por sinais e sintomas do paciente Provas inflamatórias – elevação de PCR, VHS Avaliar rins – função renal; proteinúria Avaliação cardiológica – ECG, ECOdopplercardiograma Para confirmar diagnóstico precisamos de biópsias: pele, tecido subcutâneo, rim, TGI (biópsia retal) AMILOIDOSE – ACOMETIMENTO RENAL Mais comum nas amiloidoses AL e AA Depósito de material amiloide pode ser em túbulos, vasos e glomérulos Quando em glomérulos, pode cursar com as apresentações: ੦ proteinúria assintomática ੦ síndrome nefrótica ੦ pouca ou nenhuma hematúria – quadro nefrótico puro ੦ síndrome de Fanconi (tubulopatia proximal) AMILOIDOSE – ACOMETIMENTO RENAL ੦ biópsia renal – depósito de material amiloide em vasos e glomérulos ੦ coloração vermelho do Congo positiva – sob a luz polarizada apresenta birrefringência verde AMILOIDOSE – ACOMETIMENTO RENAL Coloração vermelho do Congo AMILOIDOSE – TRATAMENTO O tratamento varia de acordo com o tipo de amiloidose e eventual doença de base: ੦ mieloma múltiplo (amiloidose AL) – direcionar o tratamento para a doença neoplásica (quimioterapia) ੦ amiloidose AA – manejo imunossupressor e/ou imunomodulador para tratamento da doença de base (doenças reumatológicas) ੦ amiloidose relacionada à diálise – otimização da diálise, transplante renal VOCÊ SABE MANEJAR PACIENTES COM SÍNDROME NEFRÓTICA? CONHECE SUAS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES?