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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...ª VARA CRIMINAL DA CAMARCA DE CURITIBA
	SUELLEN ELIZA DE MATOS DOS SANTOS, brasileira, estado civil..., profissão..., inscrita no CPF..., portadora da cédula de identidade nº 12.993.430-1-PR, residente e domiciliada na rua..., cidade..., atualmente detida junto ao Distrito Policial nº 5 da capital paranaense, no bairro Bacacheri, por sua advogada que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA com fulcro no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal, bem como nos artigos 310, III e 321 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I. DOS FATOS
A acusada encontra-se recolhida junto ao setor de carceragem temporária no 5º Distrito Policial de Curitiba, em decorrência de prisão em flagrante por alegada prática de crime de adquirir, vender, fornecer e ou produzir drogas, conforme o artigo 33 da Lei 11.343/2006 (lei antitóxicos).
Foi relatado no auto de prisão em questão, com o testemunho de Rodrigo Silva de Lima e Leandro Roberto Prado. O primeiro apresentou Suellen para a autoridade policial, informando que a acusada praticava o crime pactuado em lei de drogas, na data de 26/01/2017 em via pública, no Bairro Alto da capital paranaense. 
 A segunda testemunha prestou informações que foram congruentes com a primeira. A acusada, por sua vez, teve seus direitos falados, bem como foi dito a qual prática de crime lhe estava sendo imputado. 
O policial militar informou que durante a abordagem, a qual resultou em flagrante para a acusada, que o local onde ela foi encontrada havia sido encontrada era ponto de tráfico. Durante a abordagem foi encontrado na bolsa de Suellen dezesseis pedras de crack e quantia de R$ 23,00 trocados. 
Após verificação ao COPOM, o resultado foi de que Suellen possuía antecedentes criminais, e diante das circunstâncias lhe foi dado voz de prisão e lido seus direitos constitucionais, encaminhando-a para o 5º Distrito Policial.
	Eis os fatos.
II. FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
Embora a autoridade policial tenha agido de forma legal na prisão, não havendo ilegalidades apresentadas neste ato conforme o artigo 302 do CPP, é notável a falta de necessidade de prisão preventiva, por decorrência de: não existência de vítima do crime, ausência de violência e irrisória quantidade de entorpecente, pontos os quais fundamento a seguir.
O crime praticado pela acusada, notoriamente não possui vítimas, ainda que seja alegada na comunicação de prisão em flagrante, quando bem cabe ser o inverso. É de comum saber que o ato de consumir drogas, ou ainda as vender, é uma possível consequência de ato falho do Estado em este prover o princípio que norteia a Constituição Federal brasileira, bem como a Declaração Universal dos Direitos dos Homens, o princípio da dignidade da pessoa humana. 
A ausência de vítima ainda pode ser considerada pelo entendimento do significado vítima, que “é a pessoa física ou jurídica que sofre uma lesão ou uma ameaça de lesão ao seu bem jurídico” (GRECO, 2004, p.23). Apesar do Estado ter sido considerado vítima, não existe uma lesão ao seu direito ou de outras pessoas. Considerando que não existe, de forma tangente, lesividade individual ou perigo concreto, não há relevância penal, pois, consequentemente não existe uma vítima[footnoteRef:1]. [1: HÁ UM BEM JURÍDICO NO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS? LETÍCIA ALTOÉ https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/ha-um-bem-juridico-no-crime-trafico-drogas.htm#indice_14
] 
Ainda, a ausência de vítima também demonstra, por sua vez, a ausência de violência do crime, de modo que demonstra um crime de caráter mais brando, e que não deve ser equiparado com crimes violentos e que de fato são requisitados pela prisão preventiva.
Assim, por análise ao artigo 310, III do CPP, e conforme as características deste caso concreto, a medida ideal e cabível é que seja concedido a liberdade provisória, visto que por exclusão, não são adequados os incisos I ou II do mesmo artigo.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:       (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
I - relaxar a prisão ilegal; ou           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou              (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.              (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
	É por claro que não é possível aplicar o inciso I do artigo supracitado, visto que não houve prisão ilegal, visto que todos os direitos da acusada foram respeitados, assim como o devido processo.
 Por sua vez, o inciso II também não é cabível, visto que a prisão preventiva objetiva a manutenção da ordem pública ou econômica, ou de modo que seja assegurado a instrução criminal. Portanto, uma vez que Suellen foi encontrada apenas com ínfima quantidade de tóxico, não é constituído nenhum dos requisitos do artigo 312 CPP, portanto, tal instituto não poderá ser aplicado.
Em conclusão, uma vez entendido que o artigo 312 CPP não possui seus requisitos preenchidos, bem como não existe prisão ilegal, a melhor e mais justa alternativa, se mostrando a única cabível, é a concessão da liberdade provisória, conforme o artigo 310, III CPP.
III. DO PEDIDO
Ante o exposto, requer que seja deferida a liberdade provisória sem fiança a SUELLEN ELIZA DE MATOS DOS SANTOS, com a expedição do devido alvará de soltura.
Caso assim não se entenda, pede-se pela concessão da liberdade provisória cumulada com medidas cautelares, conforme o artigo 319 CPP, visto que a prisão é a ultima ratio do direito processual penal brasileiro.
Requer-se a intimação do representante do Ministério Público, nos termos da lei.
			Nestes termos, pede deferimento,
			Curitiba, 27/08/2021.
			OAB/PR...

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