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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS-CCAA BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA TRABALHO DE QUIMICA ANALÍTICA E INSTRUMENTAL TRABALHO DE ESPECTROSCOPIA UV-VÍS Graduando: Wanderson Martins Farias Prof.ª Dra.ª Daiane Fossatti Dall’Oglio CHAPADINHA-MARANHÃO-BRASIL setembro de 2021 PROPRIEDADES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA A Radiação constituída por ondas eletromagnéticas, incluindo ondas de rádio, infravermelho, luz visível, raios ultravioleta, raios-x e raios gama. Sabendo o conceito de radiação, fica mais fácil imaginar o que seria a radiação eletromagnética. A radiação eletromagnética é um termo usado para descrever um fluxo de partículas que absorvem energia que viaja para fora de uma fonte eletromagnética. A energia nestes fluxos pode variar amplamente no poder e é medida pelo espectro eletromagnético. Este tipo de radiação pode ser benéfico, inofensivo ou extremamente perigoso para os seres humanos, dependendo da fonte, nível de radiação e duração da exposição. Vale ressaltar que existe fontes naturais e artificiais de radiação eletromagnética. Exemplos: -O sol, por exemplo, é uma fonte intensa de radiação que pode ter efeitos positivos e negativos sobre os seres vivos. O Sol também produz fluxos eletromagnéticos visíveis e invisíveis. Os raios ultravioletas do sol são invisíveis e causam queimaduras solares e câncer de pele se ocorrer uma sobreposição. -Um arco-íris, no entanto, é uma parte visível e inofensiva do efeito eletromagnético causado pelo Sol, pois os olhos humanos detectam os comprimentos de onda visíveis da luz como cores diferentes. -As fontes artificiais de radiação eletromagnética incluem raios-X, ondas de rádio e micro- ondas, embora existam algumas fontes naturais. -Micro-ondas e ondas de rádio são usadas pelos seres humanos para alimentar máquinas e aumentar as habilidades de comunicação. -Os telefones celulares, rádios, fornos de micro-ondas e todos os radares criam radiações eletromagnéticas. Isso levou a alguma preocupação de que a crescente prevalência de dispositivos eletromagnéticos levará a grandes aumentos nas doenças causadas por radiação, como o câncer. Até o momento, poucos estudos sugerem que a exposição a dispositivos domésticos é forte o suficiente para causar mutação genética ou câncer. Os cientistas dividem a radiação eletromagnética em dois tipos, não ionizantes e ionizantes. As variedades não ionizantes incluem radiação visível, radiação infravermelha e a maioria dos tipos de radiação de baixa energia, como rádio e micro-ondas. A exposição excessiva a radiações não ionizantes pode causar queimaduras na pele, mas é pouco provável que cause mutação genética ou altere a estrutura celular. A radiação ionizante, como a utilizada nos tratamentos contra o câncer, é constituída por comprimentos de onda de alta energia e pode realmente alterar ou mutar o DNA. Embora isso possa ser usado para tratar doenças que afetam células como câncer, também pode causar danos celulares graves e possivelmente fatais, levando a defeitos de nascimento ou doença de radiação. A radiação eletromagnética pode percorrer o espaço vazio. A maioria dos outros tipos de ondas deve percorrer algum tipo de substância. Por exemplo, as ondas sonoras precisam de um gás, sólido ou líquido para passar para ser ouvido. A velocidade da luz é sempre uma constante. (Velocidade da luz: 2.99792458 x 10 8 ms -1 ). Os comprimentos de onda são medidos entre as distâncias de cristas ou calhas. Geralmente é caracterizada pelo símbolo grego \ (\ lambda \). Falando de uma forma mais direta, A radiação eletromagnética pode ser descrita como uma onda com propriedades como comprimento de onda, frequência, velocidade e amplitude. O modelo ondulatório falha quando se considera os fenômenos associados com a absorção e emissão de energia radiante. Para esses processos, a radiação eletromagnética pode ser tratada como pacotes discretos de energia ou partículas chamadas fótons. Quando se lida com fenômenos como a reflexão, refração, interferência e difração, a radiação eletromagnética é modelada de forma conveniente como ondas constituídas de um campo elétrico e um campo magnético oscilantes e perpendiculares entre si. ESPECTROSCOPIA UV-VÍS Fazendo uma abordagem direta e concisa, a espectroscopia é a parte da ciência que estuda o fenômeno relacionado à interação da matéria com a luz eletromagnética. Já a espectrometria seria a técnica (aplicação prática/método) pelo qual os fenômenos espectroscópicos são estudados. Os métodos espectroscópicos podem ser classificados de acordo com a região do espectro eletromagnético envolvida na medida. As regiões espectrais que têm sido empregadas incluem os raios Ɣ, os raios X, ultravioleta (UV), visível, infravermelha (IV), micro-ondas e radiofrequência (RF). Conceituando a espectroscopia UV-Visível, ela baseia-se em medidas de absorção da radiação eletromagnética, nas regiões visível e ultravioleta do espectro. Mede-se a quantidade de luz absorvida pela amostra e relaciona-se a mesma com a concentração do analito. Espectroscopia de absorção é a medida da quantidade de luz absorvida em função do comprimento de onda. A absorção de radiação UV-Visível se deve ao fato das moléculas apresentarem elétrons que podem ser promovidos a níveis de energia mais elevados mediante a absorção de energia. Em alguns casos a energia necessária é proporcionada pela radiação com comprimentos de onda no visível e o espectro de absorção estará na região visível. Em outros casos, é necessária energia maior, associada à radiação ultravioleta. Um fato curioso que pode-se destacar é a relação entre absorção e concentração. Johann Heinrich Lambert (1728 – 1777) observou que a intensidade da luz transmitida por um meio absorvedor era proporcional à espessura do meio pelo qual a luz passava. Já August Beer (1825 – 1863) observou que essa intensidade da luz transmitida por um meio absorvedor era proporcional à concentração da espécie absorvedora. Na definição da lei de Lambert-Beer, dizia que a absorbância é diretamente proporcional à concentração de uma espécie absorvente c e ao caminho óptico b do meio absorvente. E a expressão que define isso é a seguinte: A = log (P0/P) = abc Na lei, poderíamos encontrar: -Determinação da absortividade molar das substâncias -Determinação da concentração As absortividades podem variar de acordo com: -Solvente -Composição da solução -Temperatura DESCRIÇÃO SIMPLES DOS EQUIPAMENTOS Fonte de luz: é composta por uma lâmpada de deutério e uma lâmpada de tungstênio. A lâmpada de deutério emite radiação UV e a de tungstênio emite luz visível. Monocromador: alguns equipamentos ainda possuem um prisma como monocromador, porém, os mais modernos possuem dispositivos eletrônicos que transformam a luz incidida em vários comprimentos de onda em um único comprimento de onda, ou seja, luz monocromática. Detector: é um dispositivo que detecta a fração de luz que passou pela amostra e transfere para o visor e para o computador acoplado ao aparelho. Amostras: só podem ser analisados por espectrofotometria de absorção compostos que absorvem luz. Em caso de soluções fortemente coloridas como permanganato, dicromatos, cromatos e outros compostos com cores altamente acentuadas deverão ser feitas, no mínimo, 5 diluições. USO NAS AGRÁRIAS: Uso de espectroscopia de ultravioleta visível (UV-VIS) para a detecção de quercetina em plantas por meio da formação do complexo quercetina-alumínio. Foram estudadas nove amostras de plantas a partir da reação de complexação que ocorre entre alumínio, proveniente do cloreto de alumínio (AlCl3) e quercetina, presente no material botânico avaliado. A reação é caracterizada pela formação de uma solução amarela, evidenciada espectroscopicamentepelo deslocamento batocrômico da região de 360-370 nm para 420-430 nm. Foram investigadas quatro amostras de pétalas: azaleia branca e magenta, lírio amarelo queimado e dente-de-leão; três amostras de folhas: babosa, laranja e lima; e duas amostras de cascas de frutos: laranja e lima. Dentre as amostras analisadas, apenas as pétalas de azaleia (Rhododendron sp.) branca e magenta apresentaram concentração de quercetina suficiente para ser detectada e analisada por espectroscopia de UV-Vis pela formação do complexo quercetina-alumínio. A interação entre o alumínio e a quercetina apresenta estequiometria 2:1, com uma constante de ligação de 3,94 ± 0,34 x 103 mol L-1. Além do exemplo citado acima, existem muitos outros que estão presentes no meio agrário. Esse só foi um exemplo simples, mas que tem grande relevância para o nosso entendimento a respeito do uso da espectroscopia UV-VÍS. GRUPOS CROMOFOROS Cromóforos ou grupo cromóforo é a parte ou conjunto de átomos de uma molécula, chamados de grupos funcionais orgânicos que absorvem na região do ultravioleta ou visível. O termo cromóforo também pode ser definido como uma substância que possui muitos elétrons que tem a capacidade de absorver energia ou luz visível. A presença desses grupos funcionais que contém muitos elétrons é responsável pela cor de uma molécula. Ao absorver energia esses elétrons são excitados a um nível energético maior e ao retornarem ao estado fundamental emitem essa radiação, e dependendo do comprimento de onda da energia transmitida, apresentarão uma coloração especifica. É importante que o aluno de agrárias tenha conhecimento a respeito dos cromoforos por conta do seu uso na determinação de substâncias. A presença desses grupos funcionais que contém muitos elétrons é responsável pela cor de uma molécula. Sendo assim, se torna imprescindível que o aluno conheça bem esse conjunto de átomos.
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