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Apostila de histologia veterinária e intro a patologia

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24/02/2021 
HISTOLOGIA 
A histologia compreende o estudo das 
células e tecidos do corpo, relacionando o modo 
como essas estruturas se organizam para constituir 
os órgãos. Esse estudo é muito importante, pois 
conhecer a estrutura e função das células 
fisiologicamente normais permite identificar 
quando há uma patologia. 
Em razão das pequenas dimensões das 
células, seu estudo é realizado com auxílio de 
microscópios, nos quais os 2 principais 
componentes vistos na lâmina são o citoplasma e 
núcleo. 
Para que as estruturas possam ser 
visualizadas ao microscópio de luz, faz-se o 
procedimento de preparação de cortes 
histológicos, o qual reduz a espessura dos órgãos e 
tecidos, tornando possível a passagem de raios 
luminosos para a formação de imagem no 
microscópio ótico. 
A análise histológica é importante para a 
determinação de um diagnóstico mais preciso de 
um animal ou rebanho. Durante surtos, avaliar o 
material de um animal que veio à óbito pode auxiliar 
no tratamento terapêutico dos demais animais e na 
decisão das medidas profiláticas mais eficientes. 
Etapas da preparação das lâminas 
histológicas 
1) Coleta do material: remover amostras de 
tecidos de um organismo, que pode estar vivo 
(biopsia, em bloco cirúrgico ou salas clínicas) ou 
morto (necropsia). 
2) Fixação do tecido: o material é fixado em 
substâncias, como formol 10%, que endurecem 
os tecidos moles e evitam a deterioração das 
células por autólise. 
3) Clivagem: avaliação macroscópica que consiste 
em medir as dimensões do tecido, cortá-lo em 
cortes seriados e analisar suas características a 
olho nu. As porções de tecidos são secadas, 
colocadas em cassetes e devidamente 
identificadas. 
4) Laboratório de histoquímica – onde o tecido 
passa por uma série de processamentos para 
que se tenha o tecido em condições ideais para 
a análise microscópica. 
a) Processador de tecidos (histotécnico): 
difusão de reagentes para o interior das 
amostras para a remoção de líquido 
tecidual. 
b) Inclusor: as peças são incluídas em parafina 
com o objetivo de endurecer os tecidos, o 
que possibilita o corte no micrótomo. 
c) Micrótomo: o tecido é cortado em uma 
espessura de 3 a 5μm no micrótomo. 
d) Banho maria: os cortes são retirados do 
micrótomo com auxílio de uma pinça e 
levados ao banho maria para distender os 
tecidos e, em seguida, são coletados com 
uma lâmina. 
5) Coloração dos tecidos: a coloração torna os 
componentes das células visíveis ao 
microscópio de luz e consiste na imersão da 
lâmina em uma bateria de coloração, com 
substâncias de caráter ácido ou básico. A 
técnica de coloração mais utilizada é a 
hematoxilina e eosina. 
A hematoxilina cora o núcleo de roxo e a 
eosina cora o citoplasma e os espaços 
intercelulares de rosa. Os componentes do 
citoplasma não são vistos nos preparados 
comuns corados pela técnica de hematoxilina-
eosina. 
6) Montagem da lâmina: o tecido é coberto com 
uma lamínula de vidro, que ajuda a manter a 
integridade dos tecidos. 
 
Classificação das células quanto ao seu ciclo 
de vida/potencial de regeneração 
Lábeis – células que se regeneram fácil e 
constantemente, pouco especializadas, com ciclo de 
vida curto. Ex.: células epiteliais, tecido 
hematopoiético e tecido linfoide. 
 
Estáveis/quiescentes – multiplicam-se durante o 
crescimento do indivíduo e após a maturidade 
regeneram-se apenas quando recebem um 
estímulo, como uma agressão. 
Têm crescimento lento e ocasional, mas quando 
estimuladas, se replicam rapidamente para 
reconstruir o tecido lesado. Ex.: células ósseas, 
hepatócitos, células parenquimais de todos órgãos 
(fibroblastos, osteócitos, condrócitos, células do 
endotélio e músculo liso). 
 
Regeneração do fígado: testes em roedores 
demonstram que após a remoção cirúrgica de 70% 
do fígado (hepatopatia parcial), a porção restante 
regenerou-se em 10 a 14 dias. Os hepatócitos 
crescem em resposta a fatores de crescimento 
(hormônios, citocinas e polipeptídios). 
Cirrose hepática: o aspecto característico da cirrose 
hepática deve-se a combinação de regeneração e 
de fibrose. Grupos de hepatócitos proliferados 
fazem saliências na superfície do órgão e são 
circundados por tecido conjuntivo fibroso. 
Conforme o tamanho dos nódulos regenerativos, 
podem ser macronodular e micronodular. 
 
 
1 Metazoários são os animais pluricelulares. 
Permanentes – células sem capacidade de 
regeneração, não havendo substituição. Ex.: 
neurônios e células musculares cardíacas. 
Comportamento biológico de células 
tumorais 
a) Grau de diferenciação das células tumorais 
 Bem diferenciada: semelhante ao tecido normal 
(benigna). Estão “bem”. 
 Indiferenciada/pouco diferenciada: pouco 
parecida com o tecido normal (maligna). 
Fatores que tornam as células indiferenciadas 
são pleomorfismo celular, mitoses bizarras e 
necrose. 
 
 
10/03/2021 
CITOLOGIA 
As condições vitais dos animais dependem 
do bom funcionamento da célula e toda doença 
macroscópica tem origem em uma lesão celular. 
Durante a evolução dos metazoários1, as 
células foram modificando-se e passaram a exercer 
determinadas funções com maior eficiência. 
O processo de especialização denomina-se 
diferenciação celular e caracteriza-se por uma 
sequência de modificações morfológicas, 
bioquímicas e funcionais que transformaram uma 
célula indiferenciada que exercia funções básicas 
em uma célula que executa funções especializadas. 
Células são as unidades funcionais e 
estruturais dos seres vivos, os dois tipos básicos são: 
procariontes e eucariontes. 
 
Procarionte Eucarionte 
Sem núcleo definido, o 
DNA está no nucleoide e 
plasmídeo. Não existe 
membrana nuclear. 
Tem núcleo com 
membrana nuclear. 
Produção de energia na 
membrana plasmática. 
Energia produzida na 
mitocôndria. 
Parede celular bem 
desenvolvida. 
Simples. 
Sem organelas. Complexo de Golgi, 
lisossomas, ribossomos, 
retículo endoplasmático, 
etc. 
Citoplasma sem 
citoesqueleto. 
Com citoesqueleto. 
Divisão celular por fissão 
binária. 
Mitose. 
 
Procariontes – presente em bactérias, 
cianobactérias, algas e seres simples. 
Sua principal característica é a ausência de 
carioteca individualizando o núcleo celular, o que 
faz com que o DNA fique solto no citoplasma. Além 
disso, não apresenta algumas organelas e tem seu 
tamanho reduzido (o que se deve ao fato de não 
possuir compartimentos membranosos originados 
por evaginação/invaginação). 
Eucariontes – presente na maioria dos animais e 
plantas. 
São complexas, com várias funções, membrana 
nuclear individualizada e vários tipos de organelas. 
a) Membrana plasmática 
É o componente mais externo da célula e 
constitui o limite entre os meios intra e extracelular. 
É formada por 2 camadas de fosfolipídios, de 
composição lipoproteica. Contém outros lipídios, 
como glicolipídios e colesterol, e associada a ela 
existem proteínas integrais (atravessam 
completamente a camada lipídica) e proteínas 
periféricas (parcialmente introduzidas na 
membrana). 
A superfície externa é recoberta pelo 
glicocálice, que participa do reconhecimento e 
união entre células e com as moléculas 
extracelulares. 
É responsável por manter a função 
arquitetônica da célula, controle das trocas entre o 
ambiente externo e a célula (permeabilidade 
seletiva) e manter o líquido intracelular. 
o Transporte de substâncias através da 
membrana plasmática: 
 Transporte passivo: substâncias 
atravessam a membrana a favor do 
gradiente de concentração, sem o gasto 
de energia. 
 Osmose: difusão do solvente do 
meio hipertônico para o hipotônico 
através de uma membrana 
semipermeável. Ex.: água. 
 Difusão simples: pequenas partículas 
atravessam diretamente a 
membrana. Ex.: oxigênio e gás 
carbônico. 
 Difusão facilitada: a substância é 
transportada através deproteínas 
carreadoras, sem gasto de energia 
pela célula. Ex.: aminoácidos e 
açúcares. 
 Transporte ativo: a substância é 
transportada por proteínas carreadoras 
contra o gradiente de concentração e, 
por isso, há gasto de energia (ATP), a 
qual é fornecida para a célula no 
processo de respiração celular. Ex.: íons, 
como Na+, K+. 
1. Endocitose: entrada de 
macromoléculas e partículas (como 
microrganismos) na célula, que 
envolve modificações na membrana 
plasmática. 
Pinocitose: englobamento de 
substâncias líquidas formando 
vesículas pinocíticas; 
Endocitose mediada por 
receptores: ligantes no meio 
extracelular prendem-se a 
receptores específicos da 
membrana, formando fossetas 
que são internalizadas na célula. 
Fagocitose: englobamento de 
uma determinada substância ou 
corpo entranho com o auxílio de 
prolongamentos da membrana 
(pseudópodes) e dando origem a 
um compartimento interno 
(fagossoma). 
2. Exocitose: expulsão de materiais 
para o exterior da célula. 
b) Citoplasma 
Trata-se do espaço entre as organelas, 
preenchido pelo citosol – material semi-fluido 
contendo diversas substâncias. Faz parte dele 
também o citoesqueleto, que forma uma rede 
tridimensional de filamentos que dá forma e 
possibilita a movimentação da célula. 
c) Mitocôndrias – organela mais importante. 
Função de produzir energia (ATP) através do 
processo de respiração celular, que envolve a 
oxidação de moléculas orgânicas, principalmente 
glicose. 
O conjunto de mitocôndrias é chamado de 
condrioma. 
d) Ribossomos 
Função de sintetizar proteína. 
Os ribossomos são formados por duas 
subunidades: uma maior e uma menor. São 
constituídos por moléculas de RNA ribossômico 
(rRNA) e proteínas. 
Polirribossomos são conjuntos de ribossomos 
unidos por uma molécula de mRNA. 
O mRNA (RNA mensageiro) leva os códons com 
as informações transcritas do DNA do núcleo para o 
citoplasma. Normalmente o códon iniciador é AUG. 
O tRNA (transportador) transporta os 
aminoácidos específicos do citoplasma até os 
ribossomos para iniciar a síntese, pareando seu 
anticódon ao códon complementar do RNAm. 
O rRNA realiza a síntese de proteínas. 
e) Retículo endoplasmático 
É a maior organela, formada por túbulos 
limitados por uma membrana lipoproteica que 
inicia a partir da membrana plasmática e se abre na 
carioteca. 
Função: ser a continuidade da membrana 
plasmática, realizar transporte intracelular, 
participar da síntese de lipídios e proteínas, 
armazenar substâncias e ribossomos. 
Divide-se em: RE rugoso, que é associado aos 
ribossomos e realiza síntese de proteínas; e RE liso, 
que produz lipídios (ex.: esteroides, fosfolipídios) e 
atua na desintoxicação do corpo. 
Obs: em células musculares estriadas, o retículo 
endoplasmático liso recebe o nome de retículo 
sarcoplasmático e acumulam íons cálcio para os 
liber no citosol. 
f) Complexo de Golgi 
Conjunto de vesículas achatadas, localizado no 
citoplasma próximo ao núcleo. 
Função: drenar material de secreção celular, 
armazená-los em vesículas e exportá-los, muitas 
vezes, para fora da célula. Também forma o 
acrossomo na cabeça do espermatozoide. 
g) Lisossomos 
São vesículas delimitadas por membranas e que, 
no seu interior, possuem enzimas que farão a 
digestão intracitoplasmática, degradando produtos 
da própria célula ou invasores. 
Função: digestão enzimática de invasores e 
renovação de componentes celulares. 
Muito abundantes nas células de defesa, como 
macrófagos, leucócitos e neutrófilos. 
h) Peroxissomos 
Organelas limitadas por membrana e que 
contêm enzimas responsáveis por oxidar substratos 
orgânicos, produzindo H2O2, o qual é 
imediatamente decomposto em água e hidrogênio 
pelo próprio perixissomo por ser prejudicial à 
saúde. 
Função: reações oxidativas que auxiliam na 
desintoxicação de moléculas e quebra de ácidos 
graxo. 
i) Núcleo celular 
Função: divisão celular. 
Produz todos os tipos de RNA. É o local onde 
encontram-se todos os cromossomos que formam 
o genoma da célula. 
Componentes: carioteca (membrana nuclear), 
cromatina (material genético), nucléolo (síntese de 
RNA) e matriz nuclear (que faz a sustentação do 
núcleo). 
 
Classificação das células quanto à 
individualidade 
a) Livres: estruturas independentes, sem 
necessidade de lâmina basal. Ex.: células 
sanguíneas, como hemácias. 
b) Federadas: estão justapostas, formam epitélios. 
Ex.: células epiteliais (que estão presentes 
dando sustentação em diversos órgãos). 
c) Anastomosadas: unem-se umas às outras 
através de prolongamentos do citoplasma. Ex.: 
tecido conjuntivo. 
 
 
25/03/2021 
ADAPTAÇÕES CELULARES ÀS 
AGREÇÕES 
Lesões reversíveis 
As lesões podem ser reversíveis ou 
irreversíveis. O resultado de lesões celulares 
irreversíveis é a necrose celular2. 
Existe um ponto de irreversibilidade, a partir 
do qual as células não podem voltar ao normal caso 
o agente agressor permaneça. Por exemplo, o 
cérebro é um órgão que necessita de suprimento 
sanguíneo constante e, em baixa oxigenação, ele 
atinge o ponto de irreversibilidade e rapidamente 
começa a necrosar. 
 
As causas de lesão celular podem ser 
deficiência de oxigênio, agentes físicos, agentes 
infecciosos, anormalidades genéticas, 
desequilíbrios e deficiência nutricionais, 
desequilíbrio da carga de trabalho (atrofia ou 
 
2 Necrose x apoptose: necrose é a morte celular em que ocorre a perda da integridade da membrana e extravasamento de seu 
conteúdo, o que inicia uma inflamação (reação local do hospedeiro no intuito de eliminar as células mortas e iniciar o processo de 
reparo subsequente). Por outro lado, a apoptose é a morte celular induzida e regulada, na qual as células ativam enzimas que 
degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas para uma “reciclagem” das células.. 
3 Todas adaptações morfológicas são reversíveis. 
hipertrofia), disfunção imunológica e 
envelhecimento. 
Tumefação celular 
A tumefação é uma lesão celular reversível 
caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no 
citoplasma e organelas celulares, tornando-as 
volumosas (tumefeitas). Durante a tumefação 
celular, os componentes celulares ficam todos na 
periferia na célula. 
Assim que ocorre um dano celular, as 
primeiras alterações morfológicas3 visíveis à 
microscopia ótica aparecem como vacúolos 
intracitoplasmáticos, decorrentes da tumefação 
celular. Se o estímulo danoso não cessar, a 
consequência é uma degeneração hidrópica, que o 
grau mais intenso da tumefação celular que 
geralmente conduz à morte. 
Há 3 tipos de degeneração: 
 Tumefação celular aguda; 
 Degeneração hidrópica; 
 Degeneração gordura (fígado gordo). 
 
Adaptações celulares reversíveis 
Mediante a estímulos fisiológicos ou patológicos, as células 
buscam adaptarem-se alterando as suas estruturas, de modo 
que a função celular é estimulada, reduzida ou não alterada 
segundo as circunstâncias que lhe são impostas e a 
capacidade da célula em se adaptar. 
As células mantêm um estado normal 
chamado homeostasia, no qual o meio intracelular 
é mantido dentro de uma faixa razoavelmente 
estreita dos parâmetros fisiológicos. 
Porém, sob estresse, aumento de demanda 
fisiológica ou estímulo patológico, ela é forçada a se 
adaptar, alcançando um novo estado constante, 
preservando sua viabilidade e função. Quando há 
incapacidade de adaptação, pode ocorrer morte 
celular. 
A capacidade de uma célula se adaptar 
depende: 
 Do tipo de estímulo; 
 Sua intensidade; 
 Duração; 
 Dos graus de diferenciação e 
especialização celulares. 
 
 
 
As adaptações celulares às agressões que 
repercutem nos tecidos e órgãos são: atrofia, 
hipertrofia, hiperplasia, metaplasia e displasia. 
 
 
a) Hipertrofia: aumento de volume do tecido 
resultante do aumento de volume celular4, 
mantendo omesmo número de células. 
É causada por fatores de crescimento, 
estimulação hormonal específica e, 
principalmente, pelo aumento da demanda 
funcional. 
Pode ser fisiológica ou patológica. 
 Fisiológica: 
Aumento na demanda funcional: 
hipertrofia muscular estriada 
esquelética no exercício físico; 
Estímulo hormonal: hipertrofia e a 
hiperplasia das fibras musculares lisas 
do útero durante a gravidez; 
 
4 Todos os componentes celulares (organelas, citoesqueleto) aumentam de tamanho. 
5 Atrofia progressiva dos órgãos e magreza excessiva que se sucedem a uma longa enfermidade. 
 Patológica: 
Hipertrofia cardíaca devido à sobrecarga 
de pressão na hipertensão arterial ou na 
estenose valvar; a hipertrofia do rim na 
hidronefrose. 
 
 
A: aparência macroscópica do útero normal (direita) e do 
útero pós-parto (esquerda). 
B: células musculares lisas uterinas, pequenas e fusiformes de 
útero normal. 
C: células musculares lisas de útero grávido, roliças, grandes e 
hipertrofiadas, comparadas com B. 
 
b) Atrofia: diminuição do tecido ou órgão 
decorrente da diminuição do tamanho celular e, 
muitas vezes, redução do número das células. 
Há redução quantitativa dos componentes 
estruturais e das funções celulares. 
As causas da atrofia podem ser fisiológicas 
(como a involução como a involução uterina no 
puerpério) ou patológicas/adquiridas, como: 
 Desuso ou diminuição da carga de 
trabalho (p. ex., a imobilização de um 
membro para permitir o reparo de uma 
fratura); 
 Perda da inervação; 
 Irrigação sanguínea deficiente (p. ex., 
isquemia); 
 Desnutrição (p. ex., marasmo5); 
 Distúrbios endócrinos 
 Selenidade (p. ex., atrofia senil por 
redução do metabolismo e da 
proliferação celulares). 
Ex: atrofia serosa – no início do processo de 
inanição, ao exame macro é observada atrofia 
serosa do tecido adiposo. O principal local de 
ocorrência é no epicárdio. 
 
c) Hiperplasia: aumento do tamanho do órgão pelo 
aumento do número de células. 
Pode ser focal (apenas uma região do órgão) 
ou difusa (o órgão inteiro e até mesmo os 
órgãos visinhos). 
Fisiológica (quando aumenta a capacidade 
funcional do órgão): 
 Hormonal: para suprir a demanda 
aumentada, como a ação hormonal na 
mama durante a lactação, e no útero 
durante a gravidez. 
 Compensatória: quando um órgão deixa 
de funcionar total ou parcialmente, o 
outro (seu par) tenta compensar 
dobrando a carga de trabalho e 
aumentando de tamanho. Ex: 
regeneração hepática, após 
hepatectomia parcial. 
Patológica: 
 Desencadeada por um processo 
patológico, principalmente infecção 
viral, que causa um dano e faz o tecido 
aumentar de tamanho devido ao maior 
número de células. Ex.: tireoide no 
hipertireoidismo. 
 
d) Metaplasia: o tecido normal (epitelial ou 
mesenquimal) é substituído por outro tecido 
diferenciado. 
Nesse tipo de adaptação celular, uma célula 
sensível a determinado estresse é substituída 
por outro tipo celular mais resistente (p. ex., 
situações de irritação persistente). 
As células mudam suas formas e 
características para manter a homeostasia. 
Causas: inflamação e processos irritativos 
prolongados. 
 Epitelial: nos fumantes, a substituição do 
epitélio pseudoestratificado cilíndrico 
ciliado da mucosa brônquica por epitélio 
estratificado escamoso (metaplasia 
escamosa). 
 Mesenquimal: consolidação de uma 
fratura em osso, cartilagem ou tecido 
adiposo. Após um trauma, há o acumulo 
de células de calcificação que 
endurecem o osso para que o tecido seja 
regenerado. 
e) Displasia: desenvolvimento desordenado ou 
anormal das células. 
A displasia é uma condição adquirida 
caracterizada pela proliferação e redução/perda 
de diferenciação das células afetadas, gerando 
mudanças na forma dos tecidos. 
Por ser reversível, nem sempre uma 
displasia progride para câncer, já que pode 
estacionar ou até mesmo regredir. 
Indícios histológicos: se vê atipia celular 
(pleomorfismo, a célula está com formas e 
características estranhas), hipercromasia 
(aumento na coloração, cor mais intensa) e taxa 
de mitose elevada. 
 
A: normal; B: hiperplasia; C: displasia. 
 
 
Distúrbios do crescimento6 
Os distúrbios do crescimento celular são 
malformações. A condição adquirida é 
caracterizada por alterações no crescimento e da 
diferenciação celular acompanhadas de redução ou 
perda da diferenciação das células afetadas. 
a) Agenesia: não formação de um tecido/órgão na 
embriogênese. 
Ex.: ausência total do órgão ou de parte 
dele, como mononefrose. 
 
b) Aplasia: ausência parcial de um órgão ou tecido 
devido a uma falha no desenvolvimento do 
primórdio. 
Ex.: o desenvolvimento iniciou-se, mas foi 
interrompido, permanecendo só rudimentos do 
órgão ou tecido. 
Aplasia segmentar – quando tem apenas 
uma parte do órgão. 
 
c) Disgenesia: órgão de tamanho e conformação 
anormais. 
d) Hipoplasia: desenvolvimento incompleto do 
órgão. Não atingiu seu tamanho normal no 
desenvolvimento embrionário. 
 
6 Links úteis: http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/397-anotacoes-teoricas/anotacoes-sobre-adaptacao-lesao-e-morte-celulares; 
https://quizlet.com/br/275207071/respostas-celulares-ao-estresse-e-aos-estimulo-nocivos-
diagram/#:~:text=Quando%20encontram%20um%20estresse%20fisiol%C3%B3gico,preservando%20sua%20viabilidade%20e%20fun%C3%A7%C3%A3o.&text=A
%20hipertrofia%20%C3%A9%20um%20aumento,aumento%20do%20tamanho%20do%20%C3%B3rg%C3%A3o 
Causas: desconhecidas ou virais (BVD, 
Panleucopenia felina). 
 
Técnica de necropsia 
Necropsia consiste em examinar os tecidos 
e órgãos do indivíduo morto com o objetivo de 
identificar a causa da morte. Normalmente se 
confecciona lâminas e faz o diagnóstico. 
É feita uma avaliação macro e microscópica, 
sendo que nem sempre se consegue determinar a 
cauda da morte: resultado inconclusivo (não se 
encontra lesões evidentes ou que justifiquem uma 
patologia). 
É preciso utilizar EPIs: luvas de látex, 
macacão, jaleco/avental e sapato fechado. 
Máscaras, óculos e touca são opcionais. Retirar 
todos acessórios, como anéis e relógios. 
Material para necropsia: faca, costotómo, 
tesoura reta/curva, pinça anatômica, tábua de 
carne, frasco com água, frasco com forol a 10% e 
régua. 
Antes, é feita a identificação do animal: 
espécie, sexo, idade, raça, peso e estado 
nutricional. 
O posicionamento é decúbito dorsal para 
avaliar as cavidades torácica e abdominal. O exame 
interno começa rebatendo os membros anteriores 
e posteriores (continuar lendo no manual de 
necropsia). 
 
07/04/2021 
TECIDOS BÁSICOS DO ORGANISMO 
Os tecidos são constituídos por células e por 
matriz extracelular (MEC) para o desempenho de 
determinadas funções, que, em geral, elas mesmas 
produzem. 
Matriz extracelular (MEC) 
É composta por muitos tipos de moléculas 
altamente organizadas formando estruturas 
http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/397-anotacoes-teoricas/anotacoes-sobre-adaptacao-lesao-e-morte-celulares
https://quizlet.com/br/275207071/respostas-celulares-ao-estresse-e-aos-estimulo-nocivos-diagram/#:~:text=Quando%20encontram%20um%20estresse%20fisiol%C3%B3gico,preservando%20sua%20viabilidade%20e%20fun%C3%A7%C3%A3o.&text=A%20hipertrofia%20%C3%A9%20um%20aumento,aumento%20do%20tamanho%20do%20%C3%B3rg%C3%A3o
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basais7. As macromoléculas (fibrinas, proteínas, 
polissacarídeos) formam uma rede abaixo do tecido 
epitelial. 
Suas principais funções são fornecer apoio 
mecânico8 e ser um meio de transportar nutrientes 
às células. 
As células produzem a MEC, controlam sua 
composição e, ao mesmo tempo, são influenciadas 
e controladas por ela. Há, portanto, uma intensa 
interação entre células e MEC. 
A adesão entre célula e MEC conecta o 
tecido epitelial ao tecido conectivo adjacente. 
Apesar de sua complexidade estrutural e 
funcional, o corpo animal é composto de apenas 
quatro tipos básicos de tecidos, classificados de 
acordo com a estrutura, função e origem 
embrionária: 
 Epitelial – formado por células que revestem 
superfícies e que secretam substâncias, com 
pouca MEC. 
 Conjuntivo – contém células dispersas em meio 
a uma abundante MEC. O tecido conjuntivo 
pode ser: frouxo, denso, mucoso, adiposo, 
cartilaginoso, ósseo, hematopoiético e linfático. 
 Muscular – células alongadas que se contraem. 
Existem 3 tipos: 
o Tecido muscular estriado cardíaco: uni 
ou binucleadas, núcleo central, com 
estriações no citoplasma e presença de 
disco intercalar; 
o TM estriado esquelético: células 
multinucleadas, núcleo periférico, com 
estriações no citoplasma; 
o TM liso: células fusiformes, núcleo 
central, sem estriações. 
 Nervoso – células com longos prolongamentos 
emitidos pelo corpo celular. Tem função de 
receber, gerar e transmitir impulsos nervosos. 
Formam o SNC e SNP. 
 
 
 
 
7 A matriz extracelular animal inclui a membrana basal. 
8 No TC, é o principal componente que suporta o estresse. No epitelial, é o citoesqueleto das próprias células, ligado de uma célula 
à outra por junções de ancoramento. As adesões célula-matriz conectam o tecido epitelial ao tecido conjuntivo. 
9 Células que têm muitas faces. 
 Células Matriz 
extracelular 
Funções 
principais 
Nerv
. 
Com longos 
prolongamento
s 
Muito 
pouca/nenhum
a 
Produção e 
transmissão 
de 
impulsos 
nervosos 
Epit. Poliédricas 
justapostas 
Pequena 
quantidade 
Revestiment
o da 
superfície ou 
de cavidades 
do corpo 
e secreção 
Mus. Alongadas 
contráteis 
Quantidade 
moderada 
Movimento 
Conj. Vários tipos, 
fixas e 
migratórias 
Abundante Apoio e 
proteção 
 
Os tecidos estão associados uns aos outros, 
formando os diferentes órgãos do corpo. A maioria 
dos órgãos é constituída de dois componentes: o 
parênquima, composto pelas células responsáveis 
pelas funções típicas do órgão, e o estroma, que é o 
tecido de sustentação representado quase sempre 
pelo tecido conjuntivo. 
 
TECIDO EPITELIAL 
Tipos 
 De revestimento e de secreção. 
Funções 
 Revestimento interno e externo; 
 Proteção; 
 Absorção de íons e moléculas (p. ex., nos 
rins e intestinos); 
 Percepção de estímulos (p. ex., o 
neuroepitélio olfativo e o gustativo); 
 Secreção (p. ex., células epiteliais que se 
reúnem para formar glândulas). 
Características gerais 
Células poliédricas9 e justapostas, com pouca 
substância extracelular entre elas e apoiadas à 
membrana basal. Estão aderidas firmemente umas 
às outras, por meio de junções intercelulares. 
A forma das células epiteliais varia muito, desde 
células colunares altas até pavimentosas. 
Praticamente todos os epitélios estão apoiados 
sobre tecido conjuntivo. Em cavidades de órgãos 
ocos (principalmente nos sistemas digestório, 
respiratório e urinário), o TC é chamado lâmina 
própria. A porção da célula epitelial voltada para o 
tecido conjuntivo é denominada porção basal e a 
extremidade oposta é chamada de porção apical. 
Lâmina basal 
A lâmina basal é uma delgada lâmina de 
moléculas, visível apenas ao microscópio 
eletrônico, situada entre as células epiteliais e o 
tecido conjuntivo subjacente. 
Sua função principal é promover a adesão 
das células epiteliais ao tecido conjuntivo. 
Seus principais componentes são colágeno 
tipo IV, glicoproteínas (laminina e entactina) e 
proteoglicanos. A lâmina basal se prende ao tecido 
conjuntivo por meio de fibrilas de ancoragem 
constituídas por colágeno tipo VII. 
Seus componentes são secretados pelas 
células adjacentes (epiteliais, musculares, adiposas 
e de Schwann). 
Membrana basal 
Camada situada abaixo de epitélios, visível 
ao microscópio de luz e corada pela técnica de ácido 
periódico-Schiff (PAS). É mais espessa que a lâmina 
basal, pois inclui algumas das proteínas que se 
situam no TC. 
 
Junções intercelulares 
Nos epitélios, há muitas estruturas 
associadas à membrana plasmática que contribuem 
para a coesão e a comunicação entre as células. 
As membranas laterais de muitas células 
epiteliais exibem várias especializações, que 
constituem as junções intercelulares. Sua função é 
servir como local de adesão, vedar o espaço 
intercelular para evitar o fluxo de materiais, e 
oferecer canais para a comunicação entre células. 
a) Junções de adesão (desmossomos): adere 
uma célula à outra através de um filamento 
de actina (zônula10 de adesão). Essa junção 
circunda toda a célula e contribui para a 
aderência entre células adjacentes. 
b) Junções impermeáveis (oclusão): localizadas 
na parte próxima a apical (locais 
impermeáveis), formando uma barreira que 
veda o espeço intercelular. Em tecidos de 
órgãos permeáveis como renal, existe pouca 
 
10 Zônula indica que a junção forma uma faixa ou cinturão que circunda a célula completamente 
quantidade dessas junções, devido a junção 
de permeabilidade das células renais. 
c) Junções de comunicação (gap): ocorrem em 
qualquer local da região lateral das células. 
Consiste na união das duas membranas 
celulares, firmando uma placa de 
comunicação que permitem a passagem de 
substâncias celulares. Fazem a troca de 
materiais e trabalham de forma coordenada 
na contração cardíaca. 
 
 
Tecido epitelial de revestimento 
Ocorrência 
Revestindo a superfície externa do corpo e 
as cavidades internas (p. ex., esôfago, traqueia, 
útero). 
Estrutura 
Formado pelas células (cuja forma varia 
muito), membrana basal e lâmina basal. 
 
Classificação 
 Esses epitélios são classificados de acordo 
com o número de camadas de células e conforme as 
características morfológicas das suas células. 
 Quanto ao número de camadas: 
a) Simples: 1 camada. 
b) Estratificado: + de 1 camada. 
c) Pseudestratificado: dá a ideia de 
estratificação, mas na realidade é um 
epitélio simples com todas as células 
apoiadas sobre uma lâmina basal. Parece 
mais de uma camada devido aos núcleos 
estarem desuniformes. 
 Quanto ao arranjo e forma das células: 
a) Pavimentoso: células achatadas. 
 Pavimentoso simples: camada única de 
células achatadas, semelhantes à 
ladrilhos, com núcleos alongados. 
Endotélio: reveste o lúmen dos vasos 
sanguíneos e linfáticos. 
Mesotélio: forra as cavidades pleural, 
pericárdica e peritoneal, e a face 
externa dos órgãos. 
 
 Pavimentoso estratificado: muitas 
camadas celulares, sendo as células 
superficiais achatadas e as 
profundamente situadas (células basais) 
mais cuboides ou cilíndricas. Essas 
células descamam, sendo substituídas 
pelas células que continuamente 
migram da base para a superfície. 
Queratinizado: reveste a pele, cuja 
superfície é seca e contém uma 
camada de queratina11, que resiste a 
traumas, infecções bacterianas e 
micóticas e impermeabiliza a pele. 
 
Epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado da pele. Cuboides, na região 
basal, e, à medida que se afastam da base 
do epitélio, tornam-se achatadas na 
superfície do epitélio. A camada mais 
superficial, bastante corada, é formada por 
células mortas e contém muita queratina. 
Não queratinizado: reveste 
cavidades úmidas (p. ex., boca,11 As células das camadas mais superficiais morrem, perdem suas organelas e seu citoplasma é ocupado por grande quantidade 
de queratina. 
esôfago, vagina), sujeitas a atrito e a 
forças mecânicas. 
 
Epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado do esôfago. As células mais 
basais do epitélio (região A) são cuboides e 
se alongam à medida que migram para o 
meio do epitélio (região B), tornando-se 
ainda mais achatadas na superfície (região 
C). Descamação de uma célula superficial 
(seta). 
 
b) Cúbico: células semelhantes a cubos. 
 Cúbico simples: camada única de células 
com formato cúbico. Tem função de 
secreção e absorção. Encontrado na 
superfície externa do ovário e formando 
a parede de pequenos ductos excretores 
de glândulas (ex. salivares). 
 
 Cúbico estratificado: raro, apenas 
revestindo alguns ductos excretores de 
glândulas. 
 
Epitélio estratificado cúbico/cilíndrico de ducto 
excretor de glândula salivar. 2 camadas 
distintas: a camada basal é de células cúbicas e 
a camada superficial, de células cilíndricas. 
c) Cilíndrico: células alongadas e com núcleo 
alongado e elíptico. 
 Cilíndrico simples: camada única de 
células que se assemelham a colunas 
verticais. Constitui o revestimento do 
lúmen intestinal e do lúmen da vesícula 
biliar. 
o Alguns epitélios são ciliados (p. 
ex., na tuba uterina). 
 
 Cilíndrico estratificado: raro no 
organismo. Encontrado na conjuntiva do 
olho. 
 Cilíndrico pseudoestratificado: reveste 
as passagens respiratórias mais 
calibrosas desde o nariz até os 
brônquios; e epidídimo. 
 
Epitélio pseudoestratificado cilíndrico da 
traqueia. Células com comprimentos diferentes 
e seus núcleos em diferentes alturas do epitélio, 
sem formar camadas distintas. As células mais 
curtas são chamadas células basais (B). Esse 
epitélio é ciliado (setas) e contém glândulas 
unicelulares, chamadas células caliciformes (C). 
 
d) Transição: é um epitélio estratificado 
reveste a bexiga urinária, o ureter e a porção 
inicial da uretra. A forma das células mais 
superficiais varia com o estado de distensão 
ou relaxamento do órgão. 
Bexiga vazia: células globosas e de 
superfície convexa (em abóbada) 
Bexiga cheia: células achatadas e o 
número de camadas parece 
diminuir. 
 
Epitélio de transição da bexiga. A: bexiga vazia, muitas células 
superficiais têm superfície convexa em abóbada 
(setas). B: bexiga cheia, as células superficiais tornam-se 
achatadas (setas). 
 
 
 
Neuroepitélio 
Neuroepitélio é um tipo especial de epitélio, 
constituído por células neuroepiteliais, as quais têm 
funções sensoriais especializadas (p. ex., as células 
das papilas gustativas e da mucosa olfatória). 
 
PELE 
A pele recobre a superfície do corpo e é 
constituída por um tecido epitelial de origem 
ectodérmica, a epiderme, e um tecido conjuntivo de 
origem mesodérmica, a derme. Dependendo da 
espessura da epiderme, distinguem-se a pele 
espessa e a fina. 
A pele espessa é encontrada na palma das 
mãos, na planta dos pés e recobrindo algumas 
articulações. O restante do corpo é protegido por 
pele fina. 
Abaixo da derme, encontra-se a hipoderme 
ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da 
pele, apenas lhe serve de união com os órgãos 
subjacentes. A hipoderme é um tecido conjuntivo 
frouxo que pode conter muitas células adiposas, 
constituindo o panículo adiposo. 
1. Epiderme – camada mais superficial da pele, em 
contato com o exterior. Apresenta 5 camadas 
(de fora para dentro): 
a) Córnea: espessura muito variável, células 
achatadas, mortas e sem núcleo, repletas de 
queratina. 
b) Lúcida: camada delgada de células 
achatadas, sem núcleo e organelas. 
c) Granulosa: 3 a cada 5 camadas de células 
achatadas, com grânulos basófilos no 
citoplasma. 
d) Espinhosa: células cuboides ou ligeiramente 
achatadas, com volume maior que o das 
células da camada basal. Nessa camada há 
inúmeras junções intercelulares do tipo 
desmossomo. 
e) Basal/germinativa: células cuboides, sobre a 
membrana basal. Apresenta atividade 
mitótica, sendo responsável, junto com a 
camada espinhosa, pela constante 
renovação da epiderme. 
2. Derme – tecido conjuntivo em que se apoia a 
epiderme e que une a pele à hipoderme. Sua 
espessura varia de acordo com a região 
observada (máximo de 3 mm na planta do pé). 
Sua função é garantir a elasticidade, resistência, 
nutrição, termorregulação, percepção sensorial 
(tato, temperatura, dor) e para a defesa 
imunológica da pele. 
2 camadas: 
a) Papilar: mais superficial e delgada, 
constituída por tecido conjuntivo frouxo que 
forma as papilas dérmicas (saliências que 
acompanham as reentrâncias da epiderme, 
mais frequentes nas zonas sujeitas a 
pressões e atritos). Os vasos sanguíneos 
nessa camada são responsáveis pela 
nutrição e oxigenação da epiderme. 
b) Reticular: mais profunda e espessa, 
constituída por tecido conjuntivo denso. 
Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e 
dos nervos, também são encontradas 
estruturas derivadas da epiderme: folículos 
pilosos, glândulas sebáceas e glândulas 
sudoríparas. 
3. Hipoderme – formada por tecido conjuntivo 
frouxo, que é responsável pelo deslizamento da 
pele sobre as estruturas nas quais se apoia. 
Pode ter uma camada variável de tecido 
adiposo, que constitui o panículo adiposo, o qual 
modela o corpo, é uma reserva de energia e 
isolante térmica. 
 
 
 
A: camada córnea; 
B: lúcida; 
C: granulosa; 
D: espinhosa; 
E: basal. 
 
 
 
 
 
 
TECIDO CONJUNTIVO 
Funções 
O tecido conjuntivo (TC) ou de sustentação 
conecta outros tecidos, proporciona estrutura, 
sustenta o corpo por meio de ossos e cartilagens, 
nutre os tecidos, faz termorregulação, age como 
mecanismo de defesa e é um reservatório de 
hormônios e células pluripotentes. 
Características 
Abundante matriz extracelular (MEC) e 
células especializadas. 
Classificação 
a) Tecido conjuntivo frouxo (TCF): componente da 
lâmina própria, abaixo do epitélio. 
b) Tecido conjuntivo denso (TCD): no qual 
predominam as fibras colágenas. É divido em: 
 TCD modelado: fibras colágenas estão 
dispostas de forma paralela (ex. tendão); 
 TCD não modelado: fibras colágenas estão 
dispostas em todas as direções. 
 
Ainda há o TC especial, que pode ser mucoso 
(predomínio de SFA, encontrado no cordão 
umbilical), elástico (predomínio de fibras elásticas, 
em órgãos de grande variação de volume, como no 
ligamento suspensor do pênis) e hematopoiético 
(tecido formador de células do sangue). 
O tecido hematopoiético apresenta-se em 2 
formas: tecido mielóide (em ossos longos formando 
a medula óssea vermelha, com função de produzir 
todos os tipos de células sanguíneas); tecido linfoide 
(encontrado em órgãos linfoides, como linfonodos, 
baço, apêndice, amígdalas, etc. Está relacionado 
com a produção de alguns tipos glóbulos brancos, 
como os linfócitos). 
 
Origem embrionária 
Mesoderma. Em seu desenvolvimento 
inicial, o mesênquima embrionário não possui 
fibras. 
Composição 
Células, fibras e substância fundamental 
amorfa. 
Substância fundamental amorfa –constituída 
de água, glicosaminoglicanos, proteoglicanos, 
proteínas multiadesivas e alguns polissacarídeos 
como o ácido hialurônico. Sua função é criar uma 
barreira contra microrganismos e preencher o 
espaço entre células e fibras. 
 Células – diversificadas e com funções 
variadas, desde a formação de componentes do TC 
à formação de anticorpos. Algumas são residentes, 
permanecendo em local fixo (ex. fibrócitos), 
enquanto outras são móveis (ex. macrófagos). 
a) Células mesenquimatosas: forma irregular, 
núcleo grande e oval, poucas organelas. 
 
São um reservatório de células pluripotentes, ou 
seja, que podem diferenciar-se em outros tipos 
celulares do TC e quase todos outros tecidos 
humanos. Importantes para a regeneração. 
b) Fibroblastos e fibrócitos: o fibrócitos é a célulamais comum do TC. São células alongadas e 
fusiformes, com prolongamentos. 
Os fibroblastos preservam a matriz do TC, 
formando fibras, renovando a substância 
fundamental e ocasionalmente diferenciando-se 
em células adiposas, condroblastos ou 
osteoblastos. 
Os fibroblastos representam a forma ativa, 
enquanto o fibrócitos já completaram seu ciclo. O 
fibroblasto tem um núcleo maior e um citoplasma 
basofílico mais abundante. 
 
Fibroblastos surgem de células 
mesenquimatosas indiferenciadas ou a partir de 
outros fibroblastos12. 
Miofibroblastos são células com actina, o que 
lembra as células musculares lisas. Fazem a 
contração da ferida durante a cicatrização. 
 
c) Adipócitos: gordura. São componentes normais 
do TCF (frouxo) e quando superam o número 
das demais células passam a ser chamados de 
tecido adiposo. 
 Adipócito uniloculares (gordura branca): 
formado por uma grande gotícula lipídica 
limitada por membrana, com núcleo 
 
12 O fibrossarcoma é uma alteração dos fibroblastos, os quais se multiplicam de forma desordenada e indiferenciada. Também há 
a fibrose, que é a formação de tecido conjuntivo cicatricial, sem função, em tecidos lesionados com pouca capacidade 
regenerativa. 
13 Presente em plantas transgênicas para ↑ a resistência ao frio. 
periférico. Tem a função de gerar energia 
química e produzir leptina (proteína que 
regula a quantidade de tecido adiposo 
através da sensação de saciedade). 
 
 Adipócito multiloculares (gordura castanha): 
várias gotículas lipídicas, núcleo mais central 
e muitas mitocôndrias. Função de produzir 
termogenina, proteína presente nas 
mitocôndrias, a qual produz calor através da 
metabolização de lipídio13. 
 
Os lipídios são corados com corante Sudan 
III, pois essa técnica confirma a presença de lipídios, 
diferenciando-os de células lesionadas em processo 
de tumefação. 
d) Mastócitos: células grandes, esféricas, com 
núcleo central e diversos grânulos secretores no 
citoplasma. Localizadas no TCF dos sistemas 
respiratório e intestinal, em torno de 
terminações nervosas e microcirculação. 
Seus grânulos contêm histamina e heparina. A 
histamina é um mediador químico que responde à 
inflamação através da vasodilatação, que aumenta 
a permeabilidade dos vasos, o que permite o 
vazamento do plasma e, consequentemente, o 
edema tissular. Essa reação inflamatória tem por 
objetivo eliminar antígenos rapidamente. A 
heparina tem ação anticoagulante e na 
angiogênese14. 
Também produzem leucotrienos, que são 
mediadores inflamatórios que aumentam a 
permeabilidade células, porém, estes não são 
armazenados, apenas sintetizados e imediatamente 
secretados. 
Os mastócitos liberam seu conteúdo por 
estímulos físicos (ex. trauma ou luz solar), estímulos 
imunogênicos e estímulos neurogênicos. 
 
 Mastócitos e basófilos são originários da 
mesma célula tronco e possuem grânulos 
citoplasmáticos com produtos inflamatórios 
similares, no entanto, são diferentes: 
 Basófilos são terminalmente diferenciados 
antes de entram na corrente sanguínea; 
mastócitos fora da medula óssea. 
 Basófilos não fazem divisão mitótica; 
mastócitos, sim. 
 Basófilos duram dias; mastócitos, meses. 
Existe uma neoplasia originada nos mastócitos, 
chamada mastocitoma, identificado pela coloração 
de azul de toluidina. Quando pouco diferenciado, 
 
14 Formação de novos vasos sanguíneos. 
15 Diferentes tamanhos e formatos. 
apresenta células pleomórficas15 não granuladas, 
com núcleos de dimensões variáveis e mitoses 
atípicas. 
 
 
e) Macrófagos: células fagocitárias dispersas por 
todo o corpo, formando o sistema fagocitário 
mononuclear. Podem ser móveis ou fixos 
(chamados histiócitos). 
Os macrófagos consistem em células grandes, 
ovoides ou esféricas, que contêm vacúolos 
citoplasmáticos. Recebem nomes dependendo do 
órgão onde estão localizados: 
 Célula de Kupffer (macrófago estrelado do 
fígado); 
 Célula da micróglia (SNC); 
 Célula de Langerhans (pele e linfonodos); 
 Osteoclasto (osso). 
São originados na medula óssea na forma de 
monócitos, que circulam no sangue. Quando os 
monócitos migram através das paredes dos vasos 
sanguíneos até o TC, transformam-se macrófagos. 
Ao receberem um estímulo, os macrófagos 
migrem para locais do corpo onde é necessário 
fazer fagocitose, que pode ser específica ou não. 
São responsáveis por apresentar o antígeno aos 
linfócitos, que identificam e respondem de forma 
mais efetiva à agressão. 
Em inflamações agudas16: neutrófilos > 
macrófagos; inflamações crônicas: macrófagos > 
neutrófilos. Na inflamação crônica, os macrófagos 
fundem-se formando células gigantes 
multinucleadas17. 
Os macrófagos sintetizam e secretam muitas 
substâncias: enzimas (ex.: lisozima, que lisa a 
parede de bactérias); citocinas; fatores de 
coagulação; e espécies químicas reativas (ex.: 
peróxido de hidrogênio, radicais hidroxila, óxido 
nítrico). 
 
 
 
 
 
 
 
16 5 sinais cardinais do processo inflamatório: calor, rubor, dor, edema e perda de função. 
17 Macroscopicamente o aglomerado de macrófagos é chamado de granuloma, que pode contar também com outras células de 
defesa. Sua função é isolar e expulsar o agente etiológico.

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