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24/02/2021 HISTOLOGIA A histologia compreende o estudo das células e tecidos do corpo, relacionando o modo como essas estruturas se organizam para constituir os órgãos. Esse estudo é muito importante, pois conhecer a estrutura e função das células fisiologicamente normais permite identificar quando há uma patologia. Em razão das pequenas dimensões das células, seu estudo é realizado com auxílio de microscópios, nos quais os 2 principais componentes vistos na lâmina são o citoplasma e núcleo. Para que as estruturas possam ser visualizadas ao microscópio de luz, faz-se o procedimento de preparação de cortes histológicos, o qual reduz a espessura dos órgãos e tecidos, tornando possível a passagem de raios luminosos para a formação de imagem no microscópio ótico. A análise histológica é importante para a determinação de um diagnóstico mais preciso de um animal ou rebanho. Durante surtos, avaliar o material de um animal que veio à óbito pode auxiliar no tratamento terapêutico dos demais animais e na decisão das medidas profiláticas mais eficientes. Etapas da preparação das lâminas histológicas 1) Coleta do material: remover amostras de tecidos de um organismo, que pode estar vivo (biopsia, em bloco cirúrgico ou salas clínicas) ou morto (necropsia). 2) Fixação do tecido: o material é fixado em substâncias, como formol 10%, que endurecem os tecidos moles e evitam a deterioração das células por autólise. 3) Clivagem: avaliação macroscópica que consiste em medir as dimensões do tecido, cortá-lo em cortes seriados e analisar suas características a olho nu. As porções de tecidos são secadas, colocadas em cassetes e devidamente identificadas. 4) Laboratório de histoquímica – onde o tecido passa por uma série de processamentos para que se tenha o tecido em condições ideais para a análise microscópica. a) Processador de tecidos (histotécnico): difusão de reagentes para o interior das amostras para a remoção de líquido tecidual. b) Inclusor: as peças são incluídas em parafina com o objetivo de endurecer os tecidos, o que possibilita o corte no micrótomo. c) Micrótomo: o tecido é cortado em uma espessura de 3 a 5μm no micrótomo. d) Banho maria: os cortes são retirados do micrótomo com auxílio de uma pinça e levados ao banho maria para distender os tecidos e, em seguida, são coletados com uma lâmina. 5) Coloração dos tecidos: a coloração torna os componentes das células visíveis ao microscópio de luz e consiste na imersão da lâmina em uma bateria de coloração, com substâncias de caráter ácido ou básico. A técnica de coloração mais utilizada é a hematoxilina e eosina. A hematoxilina cora o núcleo de roxo e a eosina cora o citoplasma e os espaços intercelulares de rosa. Os componentes do citoplasma não são vistos nos preparados comuns corados pela técnica de hematoxilina- eosina. 6) Montagem da lâmina: o tecido é coberto com uma lamínula de vidro, que ajuda a manter a integridade dos tecidos. Classificação das células quanto ao seu ciclo de vida/potencial de regeneração Lábeis – células que se regeneram fácil e constantemente, pouco especializadas, com ciclo de vida curto. Ex.: células epiteliais, tecido hematopoiético e tecido linfoide. Estáveis/quiescentes – multiplicam-se durante o crescimento do indivíduo e após a maturidade regeneram-se apenas quando recebem um estímulo, como uma agressão. Têm crescimento lento e ocasional, mas quando estimuladas, se replicam rapidamente para reconstruir o tecido lesado. Ex.: células ósseas, hepatócitos, células parenquimais de todos órgãos (fibroblastos, osteócitos, condrócitos, células do endotélio e músculo liso). Regeneração do fígado: testes em roedores demonstram que após a remoção cirúrgica de 70% do fígado (hepatopatia parcial), a porção restante regenerou-se em 10 a 14 dias. Os hepatócitos crescem em resposta a fatores de crescimento (hormônios, citocinas e polipeptídios). Cirrose hepática: o aspecto característico da cirrose hepática deve-se a combinação de regeneração e de fibrose. Grupos de hepatócitos proliferados fazem saliências na superfície do órgão e são circundados por tecido conjuntivo fibroso. Conforme o tamanho dos nódulos regenerativos, podem ser macronodular e micronodular. 1 Metazoários são os animais pluricelulares. Permanentes – células sem capacidade de regeneração, não havendo substituição. Ex.: neurônios e células musculares cardíacas. Comportamento biológico de células tumorais a) Grau de diferenciação das células tumorais Bem diferenciada: semelhante ao tecido normal (benigna). Estão “bem”. Indiferenciada/pouco diferenciada: pouco parecida com o tecido normal (maligna). Fatores que tornam as células indiferenciadas são pleomorfismo celular, mitoses bizarras e necrose. 10/03/2021 CITOLOGIA As condições vitais dos animais dependem do bom funcionamento da célula e toda doença macroscópica tem origem em uma lesão celular. Durante a evolução dos metazoários1, as células foram modificando-se e passaram a exercer determinadas funções com maior eficiência. O processo de especialização denomina-se diferenciação celular e caracteriza-se por uma sequência de modificações morfológicas, bioquímicas e funcionais que transformaram uma célula indiferenciada que exercia funções básicas em uma célula que executa funções especializadas. Células são as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos, os dois tipos básicos são: procariontes e eucariontes. Procarionte Eucarionte Sem núcleo definido, o DNA está no nucleoide e plasmídeo. Não existe membrana nuclear. Tem núcleo com membrana nuclear. Produção de energia na membrana plasmática. Energia produzida na mitocôndria. Parede celular bem desenvolvida. Simples. Sem organelas. Complexo de Golgi, lisossomas, ribossomos, retículo endoplasmático, etc. Citoplasma sem citoesqueleto. Com citoesqueleto. Divisão celular por fissão binária. Mitose. Procariontes – presente em bactérias, cianobactérias, algas e seres simples. Sua principal característica é a ausência de carioteca individualizando o núcleo celular, o que faz com que o DNA fique solto no citoplasma. Além disso, não apresenta algumas organelas e tem seu tamanho reduzido (o que se deve ao fato de não possuir compartimentos membranosos originados por evaginação/invaginação). Eucariontes – presente na maioria dos animais e plantas. São complexas, com várias funções, membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas. a) Membrana plasmática É o componente mais externo da célula e constitui o limite entre os meios intra e extracelular. É formada por 2 camadas de fosfolipídios, de composição lipoproteica. Contém outros lipídios, como glicolipídios e colesterol, e associada a ela existem proteínas integrais (atravessam completamente a camada lipídica) e proteínas periféricas (parcialmente introduzidas na membrana). A superfície externa é recoberta pelo glicocálice, que participa do reconhecimento e união entre células e com as moléculas extracelulares. É responsável por manter a função arquitetônica da célula, controle das trocas entre o ambiente externo e a célula (permeabilidade seletiva) e manter o líquido intracelular. o Transporte de substâncias através da membrana plasmática: Transporte passivo: substâncias atravessam a membrana a favor do gradiente de concentração, sem o gasto de energia. Osmose: difusão do solvente do meio hipertônico para o hipotônico através de uma membrana semipermeável. Ex.: água. Difusão simples: pequenas partículas atravessam diretamente a membrana. Ex.: oxigênio e gás carbônico. Difusão facilitada: a substância é transportada através deproteínas carreadoras, sem gasto de energia pela célula. Ex.: aminoácidos e açúcares. Transporte ativo: a substância é transportada por proteínas carreadoras contra o gradiente de concentração e, por isso, há gasto de energia (ATP), a qual é fornecida para a célula no processo de respiração celular. Ex.: íons, como Na+, K+. 1. Endocitose: entrada de macromoléculas e partículas (como microrganismos) na célula, que envolve modificações na membrana plasmática. Pinocitose: englobamento de substâncias líquidas formando vesículas pinocíticas; Endocitose mediada por receptores: ligantes no meio extracelular prendem-se a receptores específicos da membrana, formando fossetas que são internalizadas na célula. Fagocitose: englobamento de uma determinada substância ou corpo entranho com o auxílio de prolongamentos da membrana (pseudópodes) e dando origem a um compartimento interno (fagossoma). 2. Exocitose: expulsão de materiais para o exterior da célula. b) Citoplasma Trata-se do espaço entre as organelas, preenchido pelo citosol – material semi-fluido contendo diversas substâncias. Faz parte dele também o citoesqueleto, que forma uma rede tridimensional de filamentos que dá forma e possibilita a movimentação da célula. c) Mitocôndrias – organela mais importante. Função de produzir energia (ATP) através do processo de respiração celular, que envolve a oxidação de moléculas orgânicas, principalmente glicose. O conjunto de mitocôndrias é chamado de condrioma. d) Ribossomos Função de sintetizar proteína. Os ribossomos são formados por duas subunidades: uma maior e uma menor. São constituídos por moléculas de RNA ribossômico (rRNA) e proteínas. Polirribossomos são conjuntos de ribossomos unidos por uma molécula de mRNA. O mRNA (RNA mensageiro) leva os códons com as informações transcritas do DNA do núcleo para o citoplasma. Normalmente o códon iniciador é AUG. O tRNA (transportador) transporta os aminoácidos específicos do citoplasma até os ribossomos para iniciar a síntese, pareando seu anticódon ao códon complementar do RNAm. O rRNA realiza a síntese de proteínas. e) Retículo endoplasmático É a maior organela, formada por túbulos limitados por uma membrana lipoproteica que inicia a partir da membrana plasmática e se abre na carioteca. Função: ser a continuidade da membrana plasmática, realizar transporte intracelular, participar da síntese de lipídios e proteínas, armazenar substâncias e ribossomos. Divide-se em: RE rugoso, que é associado aos ribossomos e realiza síntese de proteínas; e RE liso, que produz lipídios (ex.: esteroides, fosfolipídios) e atua na desintoxicação do corpo. Obs: em células musculares estriadas, o retículo endoplasmático liso recebe o nome de retículo sarcoplasmático e acumulam íons cálcio para os liber no citosol. f) Complexo de Golgi Conjunto de vesículas achatadas, localizado no citoplasma próximo ao núcleo. Função: drenar material de secreção celular, armazená-los em vesículas e exportá-los, muitas vezes, para fora da célula. Também forma o acrossomo na cabeça do espermatozoide. g) Lisossomos São vesículas delimitadas por membranas e que, no seu interior, possuem enzimas que farão a digestão intracitoplasmática, degradando produtos da própria célula ou invasores. Função: digestão enzimática de invasores e renovação de componentes celulares. Muito abundantes nas células de defesa, como macrófagos, leucócitos e neutrófilos. h) Peroxissomos Organelas limitadas por membrana e que contêm enzimas responsáveis por oxidar substratos orgânicos, produzindo H2O2, o qual é imediatamente decomposto em água e hidrogênio pelo próprio perixissomo por ser prejudicial à saúde. Função: reações oxidativas que auxiliam na desintoxicação de moléculas e quebra de ácidos graxo. i) Núcleo celular Função: divisão celular. Produz todos os tipos de RNA. É o local onde encontram-se todos os cromossomos que formam o genoma da célula. Componentes: carioteca (membrana nuclear), cromatina (material genético), nucléolo (síntese de RNA) e matriz nuclear (que faz a sustentação do núcleo). Classificação das células quanto à individualidade a) Livres: estruturas independentes, sem necessidade de lâmina basal. Ex.: células sanguíneas, como hemácias. b) Federadas: estão justapostas, formam epitélios. Ex.: células epiteliais (que estão presentes dando sustentação em diversos órgãos). c) Anastomosadas: unem-se umas às outras através de prolongamentos do citoplasma. Ex.: tecido conjuntivo. 25/03/2021 ADAPTAÇÕES CELULARES ÀS AGREÇÕES Lesões reversíveis As lesões podem ser reversíveis ou irreversíveis. O resultado de lesões celulares irreversíveis é a necrose celular2. Existe um ponto de irreversibilidade, a partir do qual as células não podem voltar ao normal caso o agente agressor permaneça. Por exemplo, o cérebro é um órgão que necessita de suprimento sanguíneo constante e, em baixa oxigenação, ele atinge o ponto de irreversibilidade e rapidamente começa a necrosar. As causas de lesão celular podem ser deficiência de oxigênio, agentes físicos, agentes infecciosos, anormalidades genéticas, desequilíbrios e deficiência nutricionais, desequilíbrio da carga de trabalho (atrofia ou 2 Necrose x apoptose: necrose é a morte celular em que ocorre a perda da integridade da membrana e extravasamento de seu conteúdo, o que inicia uma inflamação (reação local do hospedeiro no intuito de eliminar as células mortas e iniciar o processo de reparo subsequente). Por outro lado, a apoptose é a morte celular induzida e regulada, na qual as células ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas para uma “reciclagem” das células.. 3 Todas adaptações morfológicas são reversíveis. hipertrofia), disfunção imunológica e envelhecimento. Tumefação celular A tumefação é uma lesão celular reversível caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no citoplasma e organelas celulares, tornando-as volumosas (tumefeitas). Durante a tumefação celular, os componentes celulares ficam todos na periferia na célula. Assim que ocorre um dano celular, as primeiras alterações morfológicas3 visíveis à microscopia ótica aparecem como vacúolos intracitoplasmáticos, decorrentes da tumefação celular. Se o estímulo danoso não cessar, a consequência é uma degeneração hidrópica, que o grau mais intenso da tumefação celular que geralmente conduz à morte. Há 3 tipos de degeneração: Tumefação celular aguda; Degeneração hidrópica; Degeneração gordura (fígado gordo). Adaptações celulares reversíveis Mediante a estímulos fisiológicos ou patológicos, as células buscam adaptarem-se alterando as suas estruturas, de modo que a função celular é estimulada, reduzida ou não alterada segundo as circunstâncias que lhe são impostas e a capacidade da célula em se adaptar. As células mantêm um estado normal chamado homeostasia, no qual o meio intracelular é mantido dentro de uma faixa razoavelmente estreita dos parâmetros fisiológicos. Porém, sob estresse, aumento de demanda fisiológica ou estímulo patológico, ela é forçada a se adaptar, alcançando um novo estado constante, preservando sua viabilidade e função. Quando há incapacidade de adaptação, pode ocorrer morte celular. A capacidade de uma célula se adaptar depende: Do tipo de estímulo; Sua intensidade; Duração; Dos graus de diferenciação e especialização celulares. As adaptações celulares às agressões que repercutem nos tecidos e órgãos são: atrofia, hipertrofia, hiperplasia, metaplasia e displasia. a) Hipertrofia: aumento de volume do tecido resultante do aumento de volume celular4, mantendo omesmo número de células. É causada por fatores de crescimento, estimulação hormonal específica e, principalmente, pelo aumento da demanda funcional. Pode ser fisiológica ou patológica. Fisiológica: Aumento na demanda funcional: hipertrofia muscular estriada esquelética no exercício físico; Estímulo hormonal: hipertrofia e a hiperplasia das fibras musculares lisas do útero durante a gravidez; 4 Todos os componentes celulares (organelas, citoesqueleto) aumentam de tamanho. 5 Atrofia progressiva dos órgãos e magreza excessiva que se sucedem a uma longa enfermidade. Patológica: Hipertrofia cardíaca devido à sobrecarga de pressão na hipertensão arterial ou na estenose valvar; a hipertrofia do rim na hidronefrose. A: aparência macroscópica do útero normal (direita) e do útero pós-parto (esquerda). B: células musculares lisas uterinas, pequenas e fusiformes de útero normal. C: células musculares lisas de útero grávido, roliças, grandes e hipertrofiadas, comparadas com B. b) Atrofia: diminuição do tecido ou órgão decorrente da diminuição do tamanho celular e, muitas vezes, redução do número das células. Há redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares. As causas da atrofia podem ser fisiológicas (como a involução como a involução uterina no puerpério) ou patológicas/adquiridas, como: Desuso ou diminuição da carga de trabalho (p. ex., a imobilização de um membro para permitir o reparo de uma fratura); Perda da inervação; Irrigação sanguínea deficiente (p. ex., isquemia); Desnutrição (p. ex., marasmo5); Distúrbios endócrinos Selenidade (p. ex., atrofia senil por redução do metabolismo e da proliferação celulares). Ex: atrofia serosa – no início do processo de inanição, ao exame macro é observada atrofia serosa do tecido adiposo. O principal local de ocorrência é no epicárdio. c) Hiperplasia: aumento do tamanho do órgão pelo aumento do número de células. Pode ser focal (apenas uma região do órgão) ou difusa (o órgão inteiro e até mesmo os órgãos visinhos). Fisiológica (quando aumenta a capacidade funcional do órgão): Hormonal: para suprir a demanda aumentada, como a ação hormonal na mama durante a lactação, e no útero durante a gravidez. Compensatória: quando um órgão deixa de funcionar total ou parcialmente, o outro (seu par) tenta compensar dobrando a carga de trabalho e aumentando de tamanho. Ex: regeneração hepática, após hepatectomia parcial. Patológica: Desencadeada por um processo patológico, principalmente infecção viral, que causa um dano e faz o tecido aumentar de tamanho devido ao maior número de células. Ex.: tireoide no hipertireoidismo. d) Metaplasia: o tecido normal (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tecido diferenciado. Nesse tipo de adaptação celular, uma célula sensível a determinado estresse é substituída por outro tipo celular mais resistente (p. ex., situações de irritação persistente). As células mudam suas formas e características para manter a homeostasia. Causas: inflamação e processos irritativos prolongados. Epitelial: nos fumantes, a substituição do epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado da mucosa brônquica por epitélio estratificado escamoso (metaplasia escamosa). Mesenquimal: consolidação de uma fratura em osso, cartilagem ou tecido adiposo. Após um trauma, há o acumulo de células de calcificação que endurecem o osso para que o tecido seja regenerado. e) Displasia: desenvolvimento desordenado ou anormal das células. A displasia é uma condição adquirida caracterizada pela proliferação e redução/perda de diferenciação das células afetadas, gerando mudanças na forma dos tecidos. Por ser reversível, nem sempre uma displasia progride para câncer, já que pode estacionar ou até mesmo regredir. Indícios histológicos: se vê atipia celular (pleomorfismo, a célula está com formas e características estranhas), hipercromasia (aumento na coloração, cor mais intensa) e taxa de mitose elevada. A: normal; B: hiperplasia; C: displasia. Distúrbios do crescimento6 Os distúrbios do crescimento celular são malformações. A condição adquirida é caracterizada por alterações no crescimento e da diferenciação celular acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das células afetadas. a) Agenesia: não formação de um tecido/órgão na embriogênese. Ex.: ausência total do órgão ou de parte dele, como mononefrose. b) Aplasia: ausência parcial de um órgão ou tecido devido a uma falha no desenvolvimento do primórdio. Ex.: o desenvolvimento iniciou-se, mas foi interrompido, permanecendo só rudimentos do órgão ou tecido. Aplasia segmentar – quando tem apenas uma parte do órgão. c) Disgenesia: órgão de tamanho e conformação anormais. d) Hipoplasia: desenvolvimento incompleto do órgão. Não atingiu seu tamanho normal no desenvolvimento embrionário. 6 Links úteis: http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/397-anotacoes-teoricas/anotacoes-sobre-adaptacao-lesao-e-morte-celulares; https://quizlet.com/br/275207071/respostas-celulares-ao-estresse-e-aos-estimulo-nocivos- diagram/#:~:text=Quando%20encontram%20um%20estresse%20fisiol%C3%B3gico,preservando%20sua%20viabilidade%20e%20fun%C3%A7%C3%A3o.&text=A %20hipertrofia%20%C3%A9%20um%20aumento,aumento%20do%20tamanho%20do%20%C3%B3rg%C3%A3o Causas: desconhecidas ou virais (BVD, Panleucopenia felina). Técnica de necropsia Necropsia consiste em examinar os tecidos e órgãos do indivíduo morto com o objetivo de identificar a causa da morte. Normalmente se confecciona lâminas e faz o diagnóstico. É feita uma avaliação macro e microscópica, sendo que nem sempre se consegue determinar a cauda da morte: resultado inconclusivo (não se encontra lesões evidentes ou que justifiquem uma patologia). É preciso utilizar EPIs: luvas de látex, macacão, jaleco/avental e sapato fechado. Máscaras, óculos e touca são opcionais. Retirar todos acessórios, como anéis e relógios. Material para necropsia: faca, costotómo, tesoura reta/curva, pinça anatômica, tábua de carne, frasco com água, frasco com forol a 10% e régua. Antes, é feita a identificação do animal: espécie, sexo, idade, raça, peso e estado nutricional. O posicionamento é decúbito dorsal para avaliar as cavidades torácica e abdominal. O exame interno começa rebatendo os membros anteriores e posteriores (continuar lendo no manual de necropsia). 07/04/2021 TECIDOS BÁSICOS DO ORGANISMO Os tecidos são constituídos por células e por matriz extracelular (MEC) para o desempenho de determinadas funções, que, em geral, elas mesmas produzem. Matriz extracelular (MEC) É composta por muitos tipos de moléculas altamente organizadas formando estruturas http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/397-anotacoes-teoricas/anotacoes-sobre-adaptacao-lesao-e-morte-celulares https://quizlet.com/br/275207071/respostas-celulares-ao-estresse-e-aos-estimulo-nocivos-diagram/#:~:text=Quando%20encontram%20um%20estresse%20fisiol%C3%B3gico,preservando%20sua%20viabilidade%20e%20fun%C3%A7%C3%A3o.&text=A%20hipertrofia%20%C3%A9%20um%20aumento,aumento%20do%20tamanho%20do%20%C3%B3rg%C3%A3o https://quizlet.com/br/275207071/respostas-celulares-ao-estresse-e-aos-estimulo-nocivos-diagram/#:~:text=Quando%20encontram%20um%20estresse%20fisiol%C3%B3gico,preservando%20sua%20viabilidade%20e%20fun%C3%A7%C3%A3o.&text=A%20hipertrofia%20%C3%A9%20um%20aumento,aumento%20do%20tamanho%20do%20%C3%B3rg%C3%A3o https://quizlet.com/br/275207071/respostas-celulares-ao-estresse-e-aos-estimulo-nocivos-diagram/#:~:text=Quando%20encontram%20um%20estresse%20fisiol%C3%B3gico,preservando%20sua%20viabilidade%20e%20fun%C3%A7%C3%A3o.&text=A%20hipertrofia%20%C3%A9%20um%20aumento,aumento%20do%20tamanho%20do%20%C3%B3rg%C3%A3ocomplexas, como fibrilas de colágeno e membranas basais7. As macromoléculas (fibrinas, proteínas, polissacarídeos) formam uma rede abaixo do tecido epitelial. Suas principais funções são fornecer apoio mecânico8 e ser um meio de transportar nutrientes às células. As células produzem a MEC, controlam sua composição e, ao mesmo tempo, são influenciadas e controladas por ela. Há, portanto, uma intensa interação entre células e MEC. A adesão entre célula e MEC conecta o tecido epitelial ao tecido conectivo adjacente. Apesar de sua complexidade estrutural e funcional, o corpo animal é composto de apenas quatro tipos básicos de tecidos, classificados de acordo com a estrutura, função e origem embrionária: Epitelial – formado por células que revestem superfícies e que secretam substâncias, com pouca MEC. Conjuntivo – contém células dispersas em meio a uma abundante MEC. O tecido conjuntivo pode ser: frouxo, denso, mucoso, adiposo, cartilaginoso, ósseo, hematopoiético e linfático. Muscular – células alongadas que se contraem. Existem 3 tipos: o Tecido muscular estriado cardíaco: uni ou binucleadas, núcleo central, com estriações no citoplasma e presença de disco intercalar; o TM estriado esquelético: células multinucleadas, núcleo periférico, com estriações no citoplasma; o TM liso: células fusiformes, núcleo central, sem estriações. Nervoso – células com longos prolongamentos emitidos pelo corpo celular. Tem função de receber, gerar e transmitir impulsos nervosos. Formam o SNC e SNP. 7 A matriz extracelular animal inclui a membrana basal. 8 No TC, é o principal componente que suporta o estresse. No epitelial, é o citoesqueleto das próprias células, ligado de uma célula à outra por junções de ancoramento. As adesões célula-matriz conectam o tecido epitelial ao tecido conjuntivo. 9 Células que têm muitas faces. Células Matriz extracelular Funções principais Nerv . Com longos prolongamento s Muito pouca/nenhum a Produção e transmissão de impulsos nervosos Epit. Poliédricas justapostas Pequena quantidade Revestiment o da superfície ou de cavidades do corpo e secreção Mus. Alongadas contráteis Quantidade moderada Movimento Conj. Vários tipos, fixas e migratórias Abundante Apoio e proteção Os tecidos estão associados uns aos outros, formando os diferentes órgãos do corpo. A maioria dos órgãos é constituída de dois componentes: o parênquima, composto pelas células responsáveis pelas funções típicas do órgão, e o estroma, que é o tecido de sustentação representado quase sempre pelo tecido conjuntivo. TECIDO EPITELIAL Tipos De revestimento e de secreção. Funções Revestimento interno e externo; Proteção; Absorção de íons e moléculas (p. ex., nos rins e intestinos); Percepção de estímulos (p. ex., o neuroepitélio olfativo e o gustativo); Secreção (p. ex., células epiteliais que se reúnem para formar glândulas). Características gerais Células poliédricas9 e justapostas, com pouca substância extracelular entre elas e apoiadas à membrana basal. Estão aderidas firmemente umas às outras, por meio de junções intercelulares. A forma das células epiteliais varia muito, desde células colunares altas até pavimentosas. Praticamente todos os epitélios estão apoiados sobre tecido conjuntivo. Em cavidades de órgãos ocos (principalmente nos sistemas digestório, respiratório e urinário), o TC é chamado lâmina própria. A porção da célula epitelial voltada para o tecido conjuntivo é denominada porção basal e a extremidade oposta é chamada de porção apical. Lâmina basal A lâmina basal é uma delgada lâmina de moléculas, visível apenas ao microscópio eletrônico, situada entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo subjacente. Sua função principal é promover a adesão das células epiteliais ao tecido conjuntivo. Seus principais componentes são colágeno tipo IV, glicoproteínas (laminina e entactina) e proteoglicanos. A lâmina basal se prende ao tecido conjuntivo por meio de fibrilas de ancoragem constituídas por colágeno tipo VII. Seus componentes são secretados pelas células adjacentes (epiteliais, musculares, adiposas e de Schwann). Membrana basal Camada situada abaixo de epitélios, visível ao microscópio de luz e corada pela técnica de ácido periódico-Schiff (PAS). É mais espessa que a lâmina basal, pois inclui algumas das proteínas que se situam no TC. Junções intercelulares Nos epitélios, há muitas estruturas associadas à membrana plasmática que contribuem para a coesão e a comunicação entre as células. As membranas laterais de muitas células epiteliais exibem várias especializações, que constituem as junções intercelulares. Sua função é servir como local de adesão, vedar o espaço intercelular para evitar o fluxo de materiais, e oferecer canais para a comunicação entre células. a) Junções de adesão (desmossomos): adere uma célula à outra através de um filamento de actina (zônula10 de adesão). Essa junção circunda toda a célula e contribui para a aderência entre células adjacentes. b) Junções impermeáveis (oclusão): localizadas na parte próxima a apical (locais impermeáveis), formando uma barreira que veda o espeço intercelular. Em tecidos de órgãos permeáveis como renal, existe pouca 10 Zônula indica que a junção forma uma faixa ou cinturão que circunda a célula completamente quantidade dessas junções, devido a junção de permeabilidade das células renais. c) Junções de comunicação (gap): ocorrem em qualquer local da região lateral das células. Consiste na união das duas membranas celulares, firmando uma placa de comunicação que permitem a passagem de substâncias celulares. Fazem a troca de materiais e trabalham de forma coordenada na contração cardíaca. Tecido epitelial de revestimento Ocorrência Revestindo a superfície externa do corpo e as cavidades internas (p. ex., esôfago, traqueia, útero). Estrutura Formado pelas células (cuja forma varia muito), membrana basal e lâmina basal. Classificação Esses epitélios são classificados de acordo com o número de camadas de células e conforme as características morfológicas das suas células. Quanto ao número de camadas: a) Simples: 1 camada. b) Estratificado: + de 1 camada. c) Pseudestratificado: dá a ideia de estratificação, mas na realidade é um epitélio simples com todas as células apoiadas sobre uma lâmina basal. Parece mais de uma camada devido aos núcleos estarem desuniformes. Quanto ao arranjo e forma das células: a) Pavimentoso: células achatadas. Pavimentoso simples: camada única de células achatadas, semelhantes à ladrilhos, com núcleos alongados. Endotélio: reveste o lúmen dos vasos sanguíneos e linfáticos. Mesotélio: forra as cavidades pleural, pericárdica e peritoneal, e a face externa dos órgãos. Pavimentoso estratificado: muitas camadas celulares, sendo as células superficiais achatadas e as profundamente situadas (células basais) mais cuboides ou cilíndricas. Essas células descamam, sendo substituídas pelas células que continuamente migram da base para a superfície. Queratinizado: reveste a pele, cuja superfície é seca e contém uma camada de queratina11, que resiste a traumas, infecções bacterianas e micóticas e impermeabiliza a pele. Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da pele. Cuboides, na região basal, e, à medida que se afastam da base do epitélio, tornam-se achatadas na superfície do epitélio. A camada mais superficial, bastante corada, é formada por células mortas e contém muita queratina. Não queratinizado: reveste cavidades úmidas (p. ex., boca,11 As células das camadas mais superficiais morrem, perdem suas organelas e seu citoplasma é ocupado por grande quantidade de queratina. esôfago, vagina), sujeitas a atrito e a forças mecânicas. Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado do esôfago. As células mais basais do epitélio (região A) são cuboides e se alongam à medida que migram para o meio do epitélio (região B), tornando-se ainda mais achatadas na superfície (região C). Descamação de uma célula superficial (seta). b) Cúbico: células semelhantes a cubos. Cúbico simples: camada única de células com formato cúbico. Tem função de secreção e absorção. Encontrado na superfície externa do ovário e formando a parede de pequenos ductos excretores de glândulas (ex. salivares). Cúbico estratificado: raro, apenas revestindo alguns ductos excretores de glândulas. Epitélio estratificado cúbico/cilíndrico de ducto excretor de glândula salivar. 2 camadas distintas: a camada basal é de células cúbicas e a camada superficial, de células cilíndricas. c) Cilíndrico: células alongadas e com núcleo alongado e elíptico. Cilíndrico simples: camada única de células que se assemelham a colunas verticais. Constitui o revestimento do lúmen intestinal e do lúmen da vesícula biliar. o Alguns epitélios são ciliados (p. ex., na tuba uterina). Cilíndrico estratificado: raro no organismo. Encontrado na conjuntiva do olho. Cilíndrico pseudoestratificado: reveste as passagens respiratórias mais calibrosas desde o nariz até os brônquios; e epidídimo. Epitélio pseudoestratificado cilíndrico da traqueia. Células com comprimentos diferentes e seus núcleos em diferentes alturas do epitélio, sem formar camadas distintas. As células mais curtas são chamadas células basais (B). Esse epitélio é ciliado (setas) e contém glândulas unicelulares, chamadas células caliciformes (C). d) Transição: é um epitélio estratificado reveste a bexiga urinária, o ureter e a porção inicial da uretra. A forma das células mais superficiais varia com o estado de distensão ou relaxamento do órgão. Bexiga vazia: células globosas e de superfície convexa (em abóbada) Bexiga cheia: células achatadas e o número de camadas parece diminuir. Epitélio de transição da bexiga. A: bexiga vazia, muitas células superficiais têm superfície convexa em abóbada (setas). B: bexiga cheia, as células superficiais tornam-se achatadas (setas). Neuroepitélio Neuroepitélio é um tipo especial de epitélio, constituído por células neuroepiteliais, as quais têm funções sensoriais especializadas (p. ex., as células das papilas gustativas e da mucosa olfatória). PELE A pele recobre a superfície do corpo e é constituída por um tecido epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e um tecido conjuntivo de origem mesodérmica, a derme. Dependendo da espessura da epiderme, distinguem-se a pele espessa e a fina. A pele espessa é encontrada na palma das mãos, na planta dos pés e recobrindo algumas articulações. O restante do corpo é protegido por pele fina. Abaixo da derme, encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes. A hipoderme é um tecido conjuntivo frouxo que pode conter muitas células adiposas, constituindo o panículo adiposo. 1. Epiderme – camada mais superficial da pele, em contato com o exterior. Apresenta 5 camadas (de fora para dentro): a) Córnea: espessura muito variável, células achatadas, mortas e sem núcleo, repletas de queratina. b) Lúcida: camada delgada de células achatadas, sem núcleo e organelas. c) Granulosa: 3 a cada 5 camadas de células achatadas, com grânulos basófilos no citoplasma. d) Espinhosa: células cuboides ou ligeiramente achatadas, com volume maior que o das células da camada basal. Nessa camada há inúmeras junções intercelulares do tipo desmossomo. e) Basal/germinativa: células cuboides, sobre a membrana basal. Apresenta atividade mitótica, sendo responsável, junto com a camada espinhosa, pela constante renovação da epiderme. 2. Derme – tecido conjuntivo em que se apoia a epiderme e que une a pele à hipoderme. Sua espessura varia de acordo com a região observada (máximo de 3 mm na planta do pé). Sua função é garantir a elasticidade, resistência, nutrição, termorregulação, percepção sensorial (tato, temperatura, dor) e para a defesa imunológica da pele. 2 camadas: a) Papilar: mais superficial e delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo que forma as papilas dérmicas (saliências que acompanham as reentrâncias da epiderme, mais frequentes nas zonas sujeitas a pressões e atritos). Os vasos sanguíneos nessa camada são responsáveis pela nutrição e oxigenação da epiderme. b) Reticular: mais profunda e espessa, constituída por tecido conjuntivo denso. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontradas estruturas derivadas da epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. 3. Hipoderme – formada por tecido conjuntivo frouxo, que é responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia. Pode ter uma camada variável de tecido adiposo, que constitui o panículo adiposo, o qual modela o corpo, é uma reserva de energia e isolante térmica. A: camada córnea; B: lúcida; C: granulosa; D: espinhosa; E: basal. TECIDO CONJUNTIVO Funções O tecido conjuntivo (TC) ou de sustentação conecta outros tecidos, proporciona estrutura, sustenta o corpo por meio de ossos e cartilagens, nutre os tecidos, faz termorregulação, age como mecanismo de defesa e é um reservatório de hormônios e células pluripotentes. Características Abundante matriz extracelular (MEC) e células especializadas. Classificação a) Tecido conjuntivo frouxo (TCF): componente da lâmina própria, abaixo do epitélio. b) Tecido conjuntivo denso (TCD): no qual predominam as fibras colágenas. É divido em: TCD modelado: fibras colágenas estão dispostas de forma paralela (ex. tendão); TCD não modelado: fibras colágenas estão dispostas em todas as direções. Ainda há o TC especial, que pode ser mucoso (predomínio de SFA, encontrado no cordão umbilical), elástico (predomínio de fibras elásticas, em órgãos de grande variação de volume, como no ligamento suspensor do pênis) e hematopoiético (tecido formador de células do sangue). O tecido hematopoiético apresenta-se em 2 formas: tecido mielóide (em ossos longos formando a medula óssea vermelha, com função de produzir todos os tipos de células sanguíneas); tecido linfoide (encontrado em órgãos linfoides, como linfonodos, baço, apêndice, amígdalas, etc. Está relacionado com a produção de alguns tipos glóbulos brancos, como os linfócitos). Origem embrionária Mesoderma. Em seu desenvolvimento inicial, o mesênquima embrionário não possui fibras. Composição Células, fibras e substância fundamental amorfa. Substância fundamental amorfa –constituída de água, glicosaminoglicanos, proteoglicanos, proteínas multiadesivas e alguns polissacarídeos como o ácido hialurônico. Sua função é criar uma barreira contra microrganismos e preencher o espaço entre células e fibras. Células – diversificadas e com funções variadas, desde a formação de componentes do TC à formação de anticorpos. Algumas são residentes, permanecendo em local fixo (ex. fibrócitos), enquanto outras são móveis (ex. macrófagos). a) Células mesenquimatosas: forma irregular, núcleo grande e oval, poucas organelas. São um reservatório de células pluripotentes, ou seja, que podem diferenciar-se em outros tipos celulares do TC e quase todos outros tecidos humanos. Importantes para a regeneração. b) Fibroblastos e fibrócitos: o fibrócitos é a célulamais comum do TC. São células alongadas e fusiformes, com prolongamentos. Os fibroblastos preservam a matriz do TC, formando fibras, renovando a substância fundamental e ocasionalmente diferenciando-se em células adiposas, condroblastos ou osteoblastos. Os fibroblastos representam a forma ativa, enquanto o fibrócitos já completaram seu ciclo. O fibroblasto tem um núcleo maior e um citoplasma basofílico mais abundante. Fibroblastos surgem de células mesenquimatosas indiferenciadas ou a partir de outros fibroblastos12. Miofibroblastos são células com actina, o que lembra as células musculares lisas. Fazem a contração da ferida durante a cicatrização. c) Adipócitos: gordura. São componentes normais do TCF (frouxo) e quando superam o número das demais células passam a ser chamados de tecido adiposo. Adipócito uniloculares (gordura branca): formado por uma grande gotícula lipídica limitada por membrana, com núcleo 12 O fibrossarcoma é uma alteração dos fibroblastos, os quais se multiplicam de forma desordenada e indiferenciada. Também há a fibrose, que é a formação de tecido conjuntivo cicatricial, sem função, em tecidos lesionados com pouca capacidade regenerativa. 13 Presente em plantas transgênicas para ↑ a resistência ao frio. periférico. Tem a função de gerar energia química e produzir leptina (proteína que regula a quantidade de tecido adiposo através da sensação de saciedade). Adipócito multiloculares (gordura castanha): várias gotículas lipídicas, núcleo mais central e muitas mitocôndrias. Função de produzir termogenina, proteína presente nas mitocôndrias, a qual produz calor através da metabolização de lipídio13. Os lipídios são corados com corante Sudan III, pois essa técnica confirma a presença de lipídios, diferenciando-os de células lesionadas em processo de tumefação. d) Mastócitos: células grandes, esféricas, com núcleo central e diversos grânulos secretores no citoplasma. Localizadas no TCF dos sistemas respiratório e intestinal, em torno de terminações nervosas e microcirculação. Seus grânulos contêm histamina e heparina. A histamina é um mediador químico que responde à inflamação através da vasodilatação, que aumenta a permeabilidade dos vasos, o que permite o vazamento do plasma e, consequentemente, o edema tissular. Essa reação inflamatória tem por objetivo eliminar antígenos rapidamente. A heparina tem ação anticoagulante e na angiogênese14. Também produzem leucotrienos, que são mediadores inflamatórios que aumentam a permeabilidade células, porém, estes não são armazenados, apenas sintetizados e imediatamente secretados. Os mastócitos liberam seu conteúdo por estímulos físicos (ex. trauma ou luz solar), estímulos imunogênicos e estímulos neurogênicos. Mastócitos e basófilos são originários da mesma célula tronco e possuem grânulos citoplasmáticos com produtos inflamatórios similares, no entanto, são diferentes: Basófilos são terminalmente diferenciados antes de entram na corrente sanguínea; mastócitos fora da medula óssea. Basófilos não fazem divisão mitótica; mastócitos, sim. Basófilos duram dias; mastócitos, meses. Existe uma neoplasia originada nos mastócitos, chamada mastocitoma, identificado pela coloração de azul de toluidina. Quando pouco diferenciado, 14 Formação de novos vasos sanguíneos. 15 Diferentes tamanhos e formatos. apresenta células pleomórficas15 não granuladas, com núcleos de dimensões variáveis e mitoses atípicas. e) Macrófagos: células fagocitárias dispersas por todo o corpo, formando o sistema fagocitário mononuclear. Podem ser móveis ou fixos (chamados histiócitos). Os macrófagos consistem em células grandes, ovoides ou esféricas, que contêm vacúolos citoplasmáticos. Recebem nomes dependendo do órgão onde estão localizados: Célula de Kupffer (macrófago estrelado do fígado); Célula da micróglia (SNC); Célula de Langerhans (pele e linfonodos); Osteoclasto (osso). São originados na medula óssea na forma de monócitos, que circulam no sangue. Quando os monócitos migram através das paredes dos vasos sanguíneos até o TC, transformam-se macrófagos. Ao receberem um estímulo, os macrófagos migrem para locais do corpo onde é necessário fazer fagocitose, que pode ser específica ou não. São responsáveis por apresentar o antígeno aos linfócitos, que identificam e respondem de forma mais efetiva à agressão. Em inflamações agudas16: neutrófilos > macrófagos; inflamações crônicas: macrófagos > neutrófilos. Na inflamação crônica, os macrófagos fundem-se formando células gigantes multinucleadas17. Os macrófagos sintetizam e secretam muitas substâncias: enzimas (ex.: lisozima, que lisa a parede de bactérias); citocinas; fatores de coagulação; e espécies químicas reativas (ex.: peróxido de hidrogênio, radicais hidroxila, óxido nítrico). 16 5 sinais cardinais do processo inflamatório: calor, rubor, dor, edema e perda de função. 17 Macroscopicamente o aglomerado de macrófagos é chamado de granuloma, que pode contar também com outras células de defesa. Sua função é isolar e expulsar o agente etiológico.
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