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Licenciamento ambiental – R. Conama 237/97 R. Conama 001/86 PROF. CARLOS R MOREIRA FAG Licenciamento Ambiental • Objetivo: – Instrumento de gestão ambiental que permite agir preventivamente sobre a proteção do meio ambiente, compatibilizando sua preservação com o desenvolvimento econômico e social. – O meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico são direitos constitucionais e são essenciais para a sociedade. – O exercício de um direito não deve comprometer outro igualmente importante. Licenciamento Ambiental É um dos instrumentos previsto na Lei n⁰6938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente (Art.9): “I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; ... VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como APA, ARIE e reservas extrativistas; ... VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais”. Licenciamento Ambiental • Definição (Art. 1 – Resol. CONAMA 237/97): “Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso”. Licenciamento Ambiental • Exigência de licenciamento (Art. 2 – Resol. CONAMA 237/97 e Art.10 - Lei 6938/81-PNMA): “A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis”. Resolução Conama 237/97 Resolução Conama 237/97 Art. 3°. A Licença Ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadora de significativa degradação do meio dependerá do prévio estudo do impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-à publicidade , garantida a realização de audiências públicas quando couber, de acordo com a regulamentação. Resolução Conama 237/97 Resolução Conama 237/97 Art. 3°. Parágrafo Único. O Órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento. Processo de Licenciamento Ambiental Definição (Art.1º da Resol. CONAMA 237/97): “Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco”. Processo de Licenciamento Ambiental • Tipos de Estudos Ambientais: – Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA – PCA – Plano de Controle Ambiental – EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança – PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas Outros documentos técnicos necessários ao Licenciamento Ambiental O Plano de Controle Ambiental (PCA) O Plano de Controle Ambiental é exigido pela Resolução CONAMA 009/90 para concessão de Licença de Instalação (LI) de atividade de extração mineral de todas as classes previstas no Decreto-Lei 227/67. O PCA é uma exigência adicional ao EIA/RIMA apresentado na fase anterior (Licença Prévia - LP). O PCA tem sido exigido por alguns órgãos estaduais de meio ambiente também para o licenciamento de outros tipos de atividade. Outros documentos técnicos necessários ao Licenciamento Ambiental * Relatório de Controle Ambiental (RCA) ** Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) Principalmente utilizadas para recuperação de áreas usadas na atividade de mineração • ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA E RELATÓRIO DE ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA – EIV/REIV • EMPREENDIMENTOS OU ATIVIDADES QUE POSSAM AFETAR A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA SUA ÁREA DE INFLUÊNCIA • DIAGNÓSTICO AMBIENTAL • CONJUNTO DE INFORMAÇÕES QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS RELACIONADAS AOS RECURSOS NATURAIS EXISTENTES, TAL COMO EXISTEM, DE MODO A CARACTERIZAR A SITUAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA, ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO, CONSIDERANDO: MEIO FÍSICO, BIOLÓGICO E SÓCIO-ECONÔMICO • PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA – PRAD • PROPOSTAS DE MEDIDAS MITIGADORAS PARA OS IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DOS EMPREENDIMENTOS OU ATIVIDADES, COM O DETALHAMENTO DOS PROJETOS PARA A REABILITAÇÃO DAS ÁREAS DEGRADADAS ESTUDOS AMBIENTAIS Processo de Licenciamento Ambiental Elaboração dos estudos ambientais (Art.11º - Resol. CONAMA 237/97): A responsabilidade pela elaboração dos estudos ambientais é do empreendedor; Deverão ser elaborados por profissionais legalmente habilitados. Tais profissionais deverão ser cadastrados no Cadastro Técnico Federal de Atividades; O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais. Processo de Licenciamento Ambiental • Art. 10º estabelece como 1ª etapa do processo: “Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida”. Licenciamento Ambiental • Competência do IBAMA (Art. 4 – Resol. CONAMA 237/97). “Empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional: I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União; II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, ...; V- bases ou empreendimentos militares,...”. Licenciamento Ambiental Competência do Órgão Estadual ou do Distrito Federal (Art. 5 – Resol. CONAMA 237/97). “Empreendimentos ou atividades: I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; II - localizados ou desenvolvidos nas florestas ou demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios; IV - delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio”. Licenciamento Ambiental Competência do Órgão Municipal (Art. 6 – Resol. CONAMA 237/97): “Empreendimentosou atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio”. Condições para a Prefeitura obter a competência de licenciamento (Art. 20 – Resol.CONAMA 237/97): - Possuir Conselho de Meio Ambiente implementado, com caráter deliberativo e participação social; - Possuir em seus quadros ou a sua disposição profissionais legalmente habilitados. Grande parte dos problemas que afetam o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas ocorre no município. E a partir dele podem ser empreendidas ações capazes de preveni-los e solucioná-los. O município é o local onde se podem buscar caminhos para um desenvolvimento que harmonize o crescimento econômico com o bem-estar da população. Conselho Municipal de Meio Ambiente O Conselho Municipal de Meio Ambiente é um órgão criado para esse fim. Esse espaço destina-se a colocar em torno da mesma mesa os órgãos públicos, os setores empresariais e políticos e as organizações da sociedade civil no debate e na busca de soluções para o uso dos recursos naturais e para a recuperação dos danos ambientais. Trata-se de um instrumento de: – exercício da democracia, – educação para a cidadania, – convívio entre setores da sociedade com interesses diferentes. Conselho Municipal de Meio Ambiente Licenciamento Ambiental Atividades e empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental - ANEXO I da Resol. CONAMA 237/97 (§ 1º, Art.2) Serviços de utilidade - estações de tratamento de água - interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário - tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas - dragagem e derrocamentos em corpos d’água - recuperação de áreas contaminadas ou degradadas Licenciamento Ambiental Atividades e empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental - ANEXO I da Resol. CONAMA 237/97 (§ 1º, Art.2) Obras civis - barragens e diques - canais para drenagem - retificação de curso de água - abertura de barras, embocaduras e canais - transposição de bacias hidrográficas Parte dessas atividades também está prevista na Resol. CONAMA 01/86 (diretrizes para AIA) Processo de Licenciamento Ambiental Prazos para licenciamento ambiental (Art. 14⁰ - Resol. CONAMA 237/97): “O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses”. Processo de Licenciamento Ambiental • Prazos para licenciamento ambiental (Art. 14⁰ - Resol. CONAMA 237/97): - Prazo é suspenso quando da elaboração de estudos ou esclarecimentos; - O empreendedor possui 4 meses para atender às solicitações de esclarecimentos, complementações e correções. Caso não seja atendido no prazo, o processo pode ser arquivado; - São aceitas justificativas pelos atrasos, possibilitando novos acordos de prazo entre empreendedor e órgão ambiental. Processo de Licenciamento Ambiental Documentação necessária: Formulário de Requerimento preenchido e assinado pelo representante legal (cada órgão possui o seu modelo); Publicação do requerimento de licença ambiental, conforme Resolução CONAMA 06/86; Cópia do CPF e CI do representante legal que assinar o requerimento; Cópia do CNPJ- Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; Projeto técnico (incluindo ART e plantas assinadas); Estudos Ambientais; Processo de Licenciamento Ambiental Documentação necessária: Documento de propriedade do terreno ou certidão de aforamento ou cessão de uso; Declaração de Prefeitura de conformidade do empreendimento com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo; Quando for o caso, Autorização para supressão de vegetação e Outorga de direito de uso da água (de acordo com a fase de licenciamento); Comprovante de pagamento da taxa de licenciamento. Processo de Licenciamento Ambiental Audiência Pública (Resol. CONAMA 09/1987): Deverá ser dada publicidade aos Estudos Ambientais Previsto prazo de 45 dias para publicação e ciência da população e incorporação das sugestões. Processo de Licenciamento Ambiental Penalidades previstas na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) relativas ao licenciamento ambiental: “Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”. Decreto n⁰6514, de 22/07/08 – Regulamenta a Lei de Crimes Ambientais Licenças Ambientais Definição (Art.1º da Resol. CONAMA 237/97): “Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental”. Licenças Ambientais Licença Prévia (LP): Tem por objetivo avaliar a viabilidade ambiental do empreendimento ou atividade, aprovando ou não sua localização e concepção; A avaliação está fundamentada em estudo ambiental específico; Define requisitos e condicionantes para as próximas fases, especialmente na elaboração do projeto; É concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade. Licenças Ambientais Licença de Instalação (LI): - Tem por objetivo autorizar a instalação de empreendimento ou atividade, em conformidade com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, bem como com as exigências contidas na LP; - Estabelece as medidas de controle ambiental e outras condicionantes associadas à mitigação dos possíveis impactos ambientais associados as fases subsequentes; - Podem ser solicitados novos estudos ou planos de controle ambiental para subsidiar esta fase do licenciamento. Licenças Ambientais • Licença de Operação (LO): - Tem por objetivo autorizar o início da operação da atividade ou empreendimento; - Deverá ser comprovado o cumprimento de todas as condicionantes e exigências estabelecidas nas licenças anteriores; - Estabelece as medidas de controle ambiental e outras condicionantes associadas à mitigação dos impactos ambientais associados à fase de operação. Licenças Ambientais Prazos de validade das Licenças: LP: conforme cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos; LI: conforme cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos; LO: conforme planos de controle ambiental, sendo, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos. Licenças Ambientais Prazos de validade das Licenças: - A LP e LI poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos; - Na renovação da LO, o prazo de vigência poderá ser alterado em função do desempenho ambiental no período de vigência da licença anterior; - Poderá ser estabelecido prazo de validade diferenciado para a LO, tendo em vista a natureza e a peculiaridade do empreendimento ou atividade,que pode estar sujeito a encerramento ou modificação em prazo inferior ao previsto na lei; - Poderá ser emitida uma Licença de Pré-Operação para as unidades que necessitem de um período para ajuste operacional. Avaliação de Impacto Ambiental -AIA O que é Avaliação de Impacto Ambiental -AIA? • A Avaliação de Impacto Ambiental -AIA é um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, de grande importância para a gestão institucional de planos, programas e projetos, em nível federal, estadual e municipal. • A Política Nacional do Meio Ambiente- PNMA, instituída pela Lei 6.938/81, tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana; Avaliação de Impacto Ambiental -AIA • O Estudo de Impacto Ambiental -EIA, foi introduzido no sistema normativo brasileiro, via Lei 6.803/80, no seu artigo 10, § 3º, que tornou obrigatória a apresentação de “estudos de impacto ambientais” para os pólos petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos e instalações nucleares. Avaliação de Impacto Ambiental -AIA PREVISÃO LEGAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL • Art. 225- Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Constituição Federal de 1988 • A Constituição Federal de 1988, finalmente, fixou, através de seu artigo 225, inciso IV, a obrigatoriedade do Poder Público exigir o Estudo Prévio de Impacto Ambiental para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, despontando como a primeira Carta Magna do planeta a inscrever a obrigatoriedade do estudo de impacto no âmbito constitucional. PREVISÃO LEGAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL • Art. 225- § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Resolução CONAMA 001/86 • A Resolução CONAMA 001/86 estabeleceu a exigência de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental-RIMA para o licenciamento de diversas atividades modificadoras do meio ambiente, bem como as diretrizes e atividades técnicas para sua execução. Resolução CONAMA 001/86 • O artigo 2º define que o EIA/RIMA deve ser submetido à aprovação do órgão estadual competente e, em caráter supletivo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA. A este cabe, também, a aprovação do EIA/RIMA para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente que, por lei, seja de competência federal. Resolução CONAMA 001/86 • De acordo com essa Resolução, o EIA/RIMA deve ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente Do projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados (art. 7º). • Os custos referentes à realização do EIA/RIMA correrão à conta do proponente (art. 8º). • Resolução CONAMA 001/86 • Os artigos 10 e 11 estabelecem os procedimentos para manifestação de forma conclusiva do órgão estadual competente ou do IBAMA ou, quando couber, do Município, sobre o RIMA apresentado. Sempre que julgarem necessário, esses órgãos realizarão Audiência Pública para informar sobre o projeto e seus impactos ambientais e discutir o RIMA. Dá para medir o impacto ambiental? • Não é possível medir o impacto ambiental como se mede o tamanho de um objeto. Não há ”régua” para isso. • O meio ambiente é complexo, o que significa dizer que é parcialmente previsível e parcialmente imprevisível. • Sendo assim, podemos estimar o impacto ambiental de certa atividade humana. • Isto é feito através do EIA/RIMA. O que é EIA/RIMA? É um estudo prévio do impacto ambiental de grandes projetos. É condição necessária para “o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente”, como construção de estradas, usinas, indústrias, obras hidráulicas, aterros sanitários, projetos urbanísticos maiores que 100 ha (1 km2), etc. O que é EIA/RIMA? Embora seja uma coisa só, este estudo acaba tendo dois produtos distintos: • EIA (estudo de impacto ambiental) Conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados. Acesso restrito, em respeito ao sigilo industrial. • RIMA (relatório de impacto ao meio ambiente) Síntese dos estudos em formato menos técnico, mais simples e compreensível. Acesso público. Estudo de Impacto Ambiental (EIA). • Esse relatório é bastante técnico, sendo usual a preparação de um resumo escrito em linguagem simplificada destinado a todos os interessados. Como deve ser o RIMA? • ”O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua implementação.” (Resolução 001/86 – CONAMA) • O Relatório de Impacto ambiental- RIMA é elaborado em linguagem acessível ao administrador e ao público em geral, para que a comunidade possa compreender o que será realizado na área, devido à instalação do futuro empreendimento. Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Finalidade • Tornar compreensível para o público e conteúdo do EIA, posto que este é elaborado segundo critérios técnicos. • Assim, por conta do princípio da informação ambiental, o RIMA deve ser claro e compreensível, trazer fielmente o conteúdo do estudo, de forma objetiva e menos técnica. • Tal relatório e seu estudo devem ser encaminhados para o órgão ambiental competente para que se procedam à análise sobre o licenciamento ou não da atividade. • Em suma: o RIMA é uma tradução do EIA, sendo o primeiro confeccionado em linguagem acessível, enquanto que o segundo tem como padrão, a linguagem técnica. • De acordo com o Artigo 9º da Resolução CONAMA 001/86: Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL • Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: • I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; • b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL • II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação,previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL • III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. • Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental o órgão estadual competente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL Fases do EIA 1. Informações básicas/ termo de referência; 2. Elaboração dos estudos da equipe multidisciplinar e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA); 3. Análise dos estudos por equipe técnica do órgão ambiental; 4. Apreciação dos estudos pelo órgão licenciador. Termo de Referência • O Termo de Referência é o instrumento orientador para a elaboração de qualquer tipo de Estudo Ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, PLANO DE MONITORAMENTO, etc). • Tem por objetivo estabelecer as diretrizes orientadoras, conteúdo e abrangência do estudo exigido do empreendedor, em etapa antecedente à implantação da atividade modificadora do meio ambiente. Termo de Referência • É elaborado pelo órgão de meio ambiente a partir das informações prestadas pelo empreendedor na fase de pedido de licenciamento ambiental. • Em alguns casos, devido a deficiências infraestruturais e do reduzido número de pessoal especializado, o órgão de meio ambiente solicita que o empreendedor elabore o Termo de Referência, reservando-se apenas ao papel de julgá-lo e aprová-lo. • O estudo deve ser preparado por uma equipe composta de profissionais de diferentes áreas, visando determinar a extensão e a intensidade dos impactos ambientais que poderá causar e, se necessário, propor modificações no projeto de forma a reduzir, ou se possível eliminar os impactos negativos. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EQUIPE MULTIDISCIPLINAR • O IEIA/RIMA deve ser realizado por uma equipe técnica multidisciplinar que contará com profissionais das mais diferentes áreas, como, por exemplo, geógrafos, geólogos, físicos, psicólogos, sociólogos, entre outros, que avaliarão os impactos ambientais positivos e negativos do empreendimento pretendido. Artigo 11 da Resolução do Conama n. 237/97. MONITORAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL • Em sequência a uma decisão positiva, a implantação do empreendimento deve ser acompanhada da implementação de todas as medidas visando reduzir, eliminar ou compensar os impactos negativos, ou potencializar os positivos. • O mesmo deve ser observado durante a fase de funcionamento e de desativação e fechamento da obra ou atividade. Como a sociedade participa? • ”Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o estadual competente ou o IBAMA ou, quando couber o Município, determinará o prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA” (Resolução 001/86 – CONAMA) Diretrizes para elaboração Diretrizes para a Elaboração do EIA/RIMA •INFORMAÇÕES GERAIS 1. Nome, razão social, endereço, etc; 2. Histórico do empreendimento; 3. Nacionalidade de origem e das tecnologias; 4. Porte e tipos de atividades desenvolvidas; 5. Objetivos e justificativas; 6. no contexto econômico-social do país, região, estado e município. 7. Localização geográfica, vias de acesso; 8. Etapas de implantação; • Empreendimentos associados e/ou similares DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA AI A • Meio físico: subsolo, as águas, o ar 1. condições meteorológicas e o clima; 2. qualidade do ar; 3. níveis de ruído; 4. caracterização geológica e geomorfológica; 5. usos e aptidões dos solos; 6. recursos hídricos: 7. hidrologia superficial; 8. hidrogeologia; 9. oceanografia física; 10. qualidade das águas; 11. usos das águas. Meio biológico e os ecossistemas naturais: fauna e flora Ecossistemas terrestres • descrição da cobertura vegetal • descrição geral das interrelações fauna-fauna e fauna-flora Ecossistemas aquáticos • mapeamento da populações aquáticas • identificação de espécies indicadoras biológicas Ecossistemas de transição • banhados, manguezais, brejos, pântanos, etc. Área de Influência Direta e Indireta Empreendimento Área de Influência Direta ANÁLISE DETALHADA TERMOS DE REFERÊNCIA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL CONSULTA PÚBLICA REPROVAÇÃO ANÁLISE TÉCNICA DECISÃO ETAPA PÓS-APROVAÇÃO MONITORAMENTO GESTÃO AMBIENTAL E AUDITORIA/ACOMPANHAMENTO APROVAÇÃO LICENCIAMENTO E AIA ANÁLISE Os empreendimentos devem ser tratados de forma diferente de acordo com a sua situação, se já instalados ou ainda a instalar. No caso de empreendimentos já instalados, a análise se torna mais objetiva devido à existência de problemas reais e concretos. Já em empreendimentos que serão instalados, a análise dos impactos ambientais é subjetiva, porém, neste caso a recuperação de impactos ambientais deve ser realizada concomitantemente à atividade, ou seja, os gastos econômicos tendem a ser minimizados. ANÁLISE ANÁLISE ETAPAS CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Os impactos ambientais podem ser classificados qualitativamente segundo seis critérios: valor, ordem, espaço, tempo, dinâmica e plástica (9). CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Área de abrangência A definição criteriosa e bem delimitada das áreas de influência de um determinado empreendimento permite a classificação da abrangência de um impacto em local, regional ou estratégico, conforme estabelecido a seguir: ● Local: quando o impacto, ou seus efeitos, ocorrem ou se manifestam na área diretamente afetada pelo empreendimento (ADA) ou na área de influência direta (AID) definida para o empreendimento. ● Regional: quando o impacto, ou seus efeitos, ocorrem ou se manifestam na área de influência indireta (AII) definida para o empreendimento. ● Estratégico: quando o impacto, ou seus efeitos, se manifestam em áreas que extrapolam as Áreas de Influência definidas para o empreendimento, sem contudo se apresentar como condicionante para ampliar tais áreas. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS EXEMPLO: o uso de herbicidas pode causar impactos diretos e indiretos; locais, regionais e/ou globais; imediatos, de médio ou longo prazo; temporários, cíclicos ou permanentes; reversíveis ou irreversíveis. Em áreas agrícolas, os impactos podem ainda ser de fonte difusa, causados pela contaminação proveniente da aplicação regular, ou pontual, quando ocorre descarga (acidental ou não) durante o transporte e manuseio dos herbicidas. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Os impactos podem ocorrer nos meios físico- químico (abiótico), biótico e sócio-econômico, portanto a avaliação de impactos ambientais dos herbicidas deve contemplar, sempre que possível, os aspectos ecológicos, sociais e econômicos mantendo estreita relação com o conceito de sustentabilidade agrícola.
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