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Fisiologia dos Animais Domésticos I · Introdução à fisiologia * Composição química das células em ordem decrescente de abundância: - água - proteínas - lipídeos - glicídeos - ácidos nucleicos - sais minerais Água é encontrada em maior quantidade nas células embrionárias (no interior da célula) e diminui sua proporção com o passar dos anos. Água intercelular + água extracelular = plasma + interstício Teor de água também varia de acordo com a atividade celular, sendo produto de reações químicas: A+B = C + água. Está presente nas reações de hidrólise e desidratação. * Tipos de água no organismo: - combinada com outro elemento (10%) - água livre * Classificação das proteínas: - simples (quando sofre hidrólise libera apenas aminoácidos) - conjugada (na hidrólise libera aminoácidos e outro componente) - estruturais ou fibrilares (insolúveis em água) - globulares (solúveis, hemeglobulina e imunoglobulina) * Membrana plasmática em ordem decrescente: - proteínas - lipídeos (colesterol em destaque) - carboidratos > Barreira lipídica da membrana Composição do lipídeo (glicolipídeos, colesterol, fosfolipídeo) Quanto maior o excesso de colesterol, mais rígida será a membrana e mais lento será o reflexo de ação do neurônio. Porção hidrofílica e hidrofóbica. Dupla camada lipídica: lipídeos e proteínas alteram sua posição na membrana > mosaico fluido (fluidez permite a movimentação) > consistência oleosa. * Funções das proteínas da membrana: > são globulares a) proteína integral (atravessa a membrana) - canais ou poros (ligação exterior-interior sempre aberta) - carreadoras (abre e fecha) - enzimática - receptora b) proteína periférica - enzimática * Glicocálix Carboidrato ligado a uma proteína ou lipídeo projetado para o exterior da célula. Função – repele cargas negativas; aderência entre as células; sustentação das células e receptor. * Funções da membrana a) regulação – entrada e saída de íons; secreção ou eliminação de produtos específicos. b) transmissão de estímulo c) receptora d) digestão e defesa – fagocitose e pinocitose * Fluidos: > líquido sanguíneo (plasma), intersticial e transcelular (cavidades) LIC – líquido intracelular (40%) LEC – líquido extracelular (20%) > hipertensão: aumento do volume do sangue e sobrecarga do coração > regulação dos líquidos: sistemas urinário (rins mantém constantes as concentrações de íons), digestório (fornece nutrientes), respiratório (fornece oxigênio para o LEC repor o que foi consumido pelas células), tegumentar (hormônios são transportados pelo LEC). > homeostase: equilíbrio do meio interno/LEC - volume (coração e rins) - pressão - osmolaridade (concentração de eletrólitos > micção e transpiração > hormônio ADH) - pH - controle > sistema nervoso - sinalização > sistema endócrino * Estrutura do interstício: (órgão integrante do tecido conjuntivo que consiste em um espaço preenchido de líquido entre a pele e os órgãos, músculos e sistema circulatório) - fibras colágenas - fibras proteoglicanas - gel do interstício - líquido livre (riachos e vesículas) · Propriedades Funcionais das Células 1) Transporte envolto por membrana > não atravessam a membrana Endocitose – entrada na célula através de vesículas de membrana > tipos de endocitose: pinocitose – envolve gasto de energia - processo comum à células eucarióticas - seletivo para certas substâncias (solúveis em água) - invaginação na célula > vesícula pinocítica > célula absorve pelo lisossomo endocitose mediada – necessita de um receptor específico na membrana - molécula e receptor entram para a célula fagocitose – macromoléculas (não diluídas) - membrana emite invaginações chamadas de pseudópodos que capturam a partícula - glóbulos brancos (macrófagos e neutrófilos) fazem fagocitose # transcitose – combinação de endo e exocitose (saída da célula) - entra por um lado da célula e sai pelo outro - ex: célula do rim quando precisa absorver mais água 2) Transporte através da membrana Difusão – passivo (não gasta ATP) - a favor de um gradiente eletroquímico (+ > - ) - necessita do movimento cinético browniano (transferência de energia, maior a temperatura, maior a velocidade) Difusão Simples – bicamada lipídica - através de canais de proteína - depende da concentração da substância, velocidade do movimento cinético e número e tamanho das aberturas na membrana Facilitada – mais lenta - quando a partícula é menor que o canal - ocorre por proteínas carreadoras # difusão de gás depende: solubilidade do gás em líquido, peso molecular, temperatura # canais proteicos: - canais de vazamento - canais com comportas > voltagem-dependentes > ligando-dependentes > seletividade depende: tamanho, carga e forma * Fatores que interferem na velocidade da difusão: a) permeabilidade da membrana - espessura - lipossolubilidade da substância difusora - número de canais proteicos - temperatura (transferência de calor pela molécula, maior a temperatura, maior velocidade de difusão) - peso molecular da substância a se difundir b) efeito da diferença de concentração sobre a difusão efetiva c) efeito do potencial elétrico de membrana sobre a difusão de íons d) efeito da diferença de pressão # Osmose – tipo de difusão especial - movimento de maior local de concentração de água livre para o menor local de concentração (hipo>hiper) - água apenas - se dá pela pressão osmótica > responsáveis: NaCl, proteína plasmática, água e cristaloides - isotônico: mesma osmolaridade - hipertônico: solução com maior osmolaridade (mais soluto) - hipotônico: menos osmolaridade (menos soluto) Transporte Ativo – contra o gradiente ( - > + ) - gasto de ATP Primário – contra o gradiente - gasta ATP - ex: bomba de Na+/K+ (proteína carreadora), bomba de cálcio Secundário – sempre após o primário - dois tipos: co-transporte (simporte > 2 íons na mesma direção contra o gradiente) contra-transporte (antiporte > 1 entra e outro sai) # não é bomba quando pelo menos 1 entra a favor do gradiente. · Potencial de Membrana - diferença de carga elétrica através da membrana gerada por um gradiente eletroquímico - depende de: concentrações iônicas intra e extracelulares diferentes permeabilidade polaridade da carga elétrica de cada íon - fatores que contribuem: acúmulo de moléculas de íons negativos no interior canais de vazamento #potencial da membrana em repouso: LIC negativo com maior concentração de K+ e LEC positivo com maior concentração de Na+. Por isso, o potencial é negativo (+-70mV) * Canais Iônicos: Responsáveis pela excitabilidade elétrica da célula. a) de vazamento: de K+ são mais numerosos e menos numerosos em Na+ e Cl- b) de vazamento controlados por ligantes c) de vazamento controlados por voltagem (k+, na+ e cl-) # canal de K+ > membrana muito permeável ao K+ > responsável pela manutenção do potencial da membrana. # canal de Na+ > permeabilidade de Na+ é baixa * Bombas Iônicas - Bomba eletrogênica de Na+/K+ > bombeia 3 Na+ para fora e 2 K+ para dentro da célula > responsável pela concentração dos íons através da membrana > responsável pelo equilíbrio osmótico da célula e volume celular > auxilia a manter o potencial de repouso * Potencial de Ação Resposta ao estímulo: acontece a inversão da polaridade (LIC fica positivo e LEC fica negativo), chama-se impulso nervoso quando acontece em um neurônio e contração quando ocorre em uma fibra muscular. Para o que serve? Contração muscular, liberação de neurotransmissores, secreção de substâncias por células neurais e neuroendócrinas. - rapidamente se repolariza - em repouso esse potencial é de -65mV # fases do potencial de ação: 1 – Fase de Repouso: canais de K+ (mais numerosos) vazam para dentro e canais de Na+ vazam para fora, LIC negativo e LEC positivo > membrana está polarizada. Ocorre o estímulo e a rápida despolarização da membrana (de -65 para -40) 2 – Fase Ascendente: canais deNa+ abrem, vazando para dentro da célula à favor do gradiente e tornando o LIC positivo e LEC negativo > membrana despolarizada. Ocorre o pico, onde o LIC está mais positivo que o LEC. 3 – Fase Descendente: despolarização obtida pela entrada de Na+ faz com que mais canais de K+ abrem e vazam para o LEC, deixando-o mais negativo que o LIC > membrana em repolarização até que a membrana fique mais negativa que o potencial de repouso. 4 – Fase Pós-Hiperpolarização: os canais de K+ fazem aumentam a permeabilidade do íons, causando uma hiperpolarização. Após, ocorre a restauração gradual do potencial de repouso. * Canais com comportas: - Canais de Na+/voltagem-dependentes: # 2 comportas # as comportas dos canais de Na+ são ativadas rapidamente # a deficiência de Ca+2 no LEC aumenta a permeabilidade. # comporta de Na+ só abre quando estiver em repouso. # a comporta de ativação só abrirá novamente quando estiver perto do potencial de repouso. # os íons Ca+² se ligam nas superfícies externas dos canais de Na+. - Canais de K+/voltagem-dependentes: # 1 comporta # ativação lenta do canal # só abrem após o início do fechamento dos canais de Na+ # poros sem carga, impermeáveis ao Na+ # em repouso, a permeabilidade dos canais de K+ é 100 vezes maior que a dos canais de Na+ - Canais de Ca+² # bomba causa o vazamento do íon para fora da célula. * Características do potencial de ação: - propagação: um potencial de ação, em um ponto da célula, despolariza todos os pontos adjacentes até o limiar (ponto mais próximo de zero) > “lei do tudo ou nada”. - classificação quanto à intensidade do estímulo: limiar, sublimiar e supralimiar. * Potencial Graduado: Pequena variação da polaridade da membrana ocorrida em um local restrito da célula, causando a abertura de algumas comportas. É causado por um estímulo com pouca intensidade. Não ocorre despolarização de toda a célula, tem menor distância de propagação e amplitude de resposta. * Estabilizadores da membrana: Inibição da excitabilidade. - aumento de Ca+² no LEC - redução de K+ no LEC - anestésicos locais atuam: na comporta de ativação de Na+ compete com o Ca+² pelo Na+ * Período refratário: Tempo que uma célula demora entre um potencial de ação e outro. - relativo: depende da intensidade do estímulo - absoluto: não depende da intensidade do estímulo # célula hiperpolarizada: potencial de ação demora mais · Neurofisiologia Sistema nervoso e endócrino percebem as variações do meio, difundem e executam uma resposta para manter o equilíbrio do corpo (homeostase). SNC – recebe, analisa e integra informações, exerce a tomada de decisões e envio de ordens. Inclui encéfalo e medula espinhal. SNP – leva informações dos órgãos sensoriais para o SNC e do SNC para os órgãos efetores (músculo e glândulas. Inclui nervos e gânglios. * Tálamo Processa toda informação sensorial dirigida ao córtex e a motora que se origina no córtex e vai para o tronco cerebral e medula espinhal. * Tronco encefálico Ponte – regulação da respiração e bexiga controle vestibular dos movimentos oculares Mesencéfalo – controle dos movimentos oculares retransmissão acústica controle motor Bulbo – regulação: cardiovasvular e respiração reflexos: deglutição, tosse e vômito * Medula espinhal Reflexos, conexões com o sistema nervoso periférico, entrada sensorial, saída motora somática e autônoma. # toda informação vinda das vísceras entra pelo corno posterior/dorsal e sai para o encéfalo pelo corno anterior/ventral. * Encéfalo Informações a aprender e iniciar. # substância branca – região de tráfico de fibras nervosas (axônios e estruturas associadas revestidas de tecido conjuntivo) # vias ascendentes (sensitivas): envia informações para o encéfalo vias descendentes (motoras): do encéfalo para a medula vias de associação: as duas vias se encontram * Neurônio Aferente ou sensorial – conduz impulso nervoso do receptor para o SNC (corpo celular ganglional) Eferente ou motor – conduz o impulso do SNC para o órgão efetor (corpo celular central) Associação ou interneurônio – união dos dois tipos anteriores, seu corpo celular está sempre dentro do SNC # entre cada um dos neurônio sempre existe uma fenda sináptica # um só neurônio pode formar sinapses com milhões de outros neurônios # leis da condução nervosa: - integridade e continuidade - condução isolada - condução nos dois sentidos # a velocidade de condução de impulso depende: - efeito do diâmetro - efeito da mielinização - condução saltatória pelos nodos de Ranvier (aumenta e velocidade, economiza energia) >nodos de Ranvier = espaços entre bainhas de mielina * Nervos Cranianos – partem do encéfalo Raquidianos ou espinhais – partem da medula Podem ser: Sensitivos – órgão receptores > SNC Motores – SNC > órgãos efetores *Células da Neuroglia Ficam ao redor dos neurônios no SNC e SNP localizadas dentro dos gânglios. SNC Astrócitos (comunicação vaso sanguíneo e neurônio) Oligodendrócitos = mielinização Células da Micróglia = resposta imune inata à patologias do SNC Células ependimárias = epitelioide, produzem liquor SNP Células satélites aglomeradas = gânglio Células de Schwann = mielinização (envolve a célula, formando a bainha de mielina) · Fisiologia da Sinapse (ocorre no terminal do axônio) Sinapses – são regiões de comunicação e transmissão de estímulo entre neurônios. Isso ocorre através de neurotransmissores. Botão terminal de um neurônio > membrana de outro. Neurotransmissores – substâncias química que atravessam a fenda sináptica e estimulam os receptores da membrana do outro neurônio, transmitindo o impulso nervoso. # se o estímulo não for limiar, não despolariza # se o 1º neurônio recebe o estímulo, todos os próximos despolarizam (neurônio sensitivo > neurônio de associação) # a liberação de neurotransmissores na fenda abre o canal de Na+ # receptores – proteínas integrais Podem ocorrer: Interneurais – neurônio > neurônio Neuromusculares – neurônio > músculo Neuroglandulares – neurônio > glândula Axossomática – axônio > soma Axodendríticas – axônio > dendrito Axoaxônica – axônio > axônio Dendrodendrídica – dendrito > dendrito Sinapse excitatória – facilita o potecial de ação, despolariza o neurônio pós, abre canal de Na+ Sinapse inibitória – dificulta o potencial de ação, inibe a resposta do neurônio pós, abre canal de Cl- * Sinapse elétrica Troca de carga elétrica (dendrodendrídica). É mais rápida. Propriedades: fluxo bilateral, só transmite informação sem processar, passam íons e pequenas moléculas, só pode ser excitatória, tem duração curta. * Sinapse química Ocorre através do neurotransmissor (vesícula > botão terminal). # no botão terminal existe canal voltagem-dependente de Ca+², que entra no botão e se prende nas proteínas do sítio de liberação, a proteína muda de conformação e atrai a vesícula do neurotransmissor e ele é liberado por exocitose. * Cone de implantação – zona de integração e disparo (ZID) - região onde o axônio emerge da soma - tem 7 vezes mais canais de Na+ ( potencial de ação começa sempre no cone) - baixo limiar de excitabilidade da membrana - potenciais graduados atuam como gatilho nessa região, podendo despolarizar a membrana ou inibir o potencial de ação (hiperpolarização da membrana). * Somação de PEPS (Potencial Excitatório Pós-Sináptico) Temporal/Frequência – diminui o intervalo de estímulos pré-sinápticos, causando a soma dos PEPS Espacial – aumenta o número de neurônios comunicando > aumenta os neurotransmissores > aumenta o número de sinapses # a frequência de potenciais de ação determina a quantidade de neurotransmissor liberado. * Potencial Inibitório Pós-Sináptico (PIPS) A hiperpolarização da célula pós-sináptica leva a um maior negatividade na membrana e dificulta o potencial de ação. Causas: - saída de K+ - entrada de Cl- - fechamento dos canais de Na+/Ca+² # a membrana computam algebricamente o número de PEPS e PIPS, determinando se haverá ounão potencial de ação. # potencial de ação – resposta tudo ou nada, despolariza tudo ou não despolariza potencial pós-sináptico – resposta graduada, depende da quantidade de neurotransmissor * Inibição Pré-Sináptica Acontece quando se quer inibir ou excitar o neurônio pós. Para isso, é preciso inibir ou excitar o neurônio pré. - não há liberação de neurotransmissor pelo pré. - mecanismo: redução da abertura de canais de Ca+² - finalidade: minimiza a dispersão de sinais * Característica especiais da sinapse química a) Condução unilateral. b) Retardo sináptico. c) Tetania (somação dos potencias de ação) > ponto em que os PA’s chegam no músculo esquelético rápido o suficiente para causar uma contração fixa > máximo de geração de força de um músculo. d) Fadiga da transmissão sináptica > causada pela exaustão das reservas de neurotransmissor. #Como desativar o neurotransmissor? 1- difusão lateral > por líquido 2 – degradação enzimática 3 – recaptação # acetilcolina não sofre recaptação. * Neurotransmissores Mudam a condutância da célula pós-sináptica > muda o potencial de membrana da célula. Características: - sintetizado por um neurônio pré-sináptico - armazenado dentro de vesículas - exocitado para a fenda sináptica após a chegada do PA - tem receptores pós-sináptico que ativam potenciais pós-sinápticos # neurotransmissores aminoácidos > inibem: GABA (ácido gamma aminobutírico), glicina e taurina > excitam: glutamato e aspartato # neurotransmissores de baixo peso molecular - grande quantidade - ação curta e menos potente Inibição ocorre por: > difusão para o líquido intersticial > destruição por enzimas específicas na fenda > recaptação para o botão terminal # neurotransmissores de alto peso molecular (neuropeptídios) - ação lenta e mais potente - sintetizados no retículo endoplasmático - trafegam pelo axônio - autólise (célula se autodestrói) e não recicláveis - ex: hormônios angiotensina
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