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Gabarito das Autoatividades SINDICALISMO E NEGOCIAÇÃO COLETIVA (RHU) 2011/1 Módulo V 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE SINDICALISMO E NEGOCIAÇÃO COLETIVA UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Defina relações coletivas de trabalho. R.: As relações coletivas de trabalho são relações jurídicas que têm como sujeitos os sindicatos de trabalhadores e os sindicatos de empregadores ou grupos e como causa a defesa dos interesses coletivos dos membros desses grupos. 2 Como se distinguem as relações coletivas de trabalho das individuais? Explique. R.: As relações coletivas de trabalho diferenciam-se das individuais pelos sujeitos, pelos interesses e pelas funções que cumprem: - nelas os sujeitos são os grupos de trabalhadores e os de empregadores, representados pelos sindicatos profissionais e patronais; - os interesses são grupais e referem-se a uma coletividade, sendo comuns a todos os seus membros; e - a função é a defesa dos interesses grupais, inclusive com a produção de normas genéricas destinadas a regular as condições de trabalho e a atividade sindical. 3 O que são interesses ou direitos coletivos? R.: O Código de Defesa do Consumidor (art. 81, parágrafo único) definiu os interesses ou direitos coletivos como os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica de base; tal definição tornou-se clássica e parâmetro para todas as áreas do direito. 4 Quais as características fundamentais de um interesse coletivo? R.: Os interesses coletivos valem-se dos grupos como veículos para a sua exteriorização, pois a existência destes faz presumir um mínimo de organização e estrutura, possibilita a aglutinação dos interesses, dando-lhes o caráter coletivo; além de que, tal configuração gera um vínculo jurídico comum a todos os participantes, que faz surgir os grupos ou corpos intermediários entre o individuo e o Estado (sindicatos, partidos políticos etc.). 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 5 O que são relações coletivas não sindicais? Exemplifique. R.: Apresentam sujeitos não investidos de representação sindical, que formam comissões de representação dos trabalhadores, das quais são exemplo as das empresas e, no Brasil, há o direito de representação na empresa (CF, art. 11); as comissões de greve eleitas pelos trabalhadores (Lei n◦ 7.783\89, art. 5º) etc. 6 Por que o fundamento jurídico das relações coletivas é de natureza constitucional? Justifique. R.: O fundamento jurídico das relações coletivas é de natureza constitucional, pois os princípios e as garantias fundamentais dos trabalhadores passaram a figurar nas Constituições dos Estados (liberdade sindical, autonomia coletiva dos particulares e direito de greve); o que se justifica pelo fato de constituírem garantias de organização do sistema, definidoras das relações entre a organização sindical e o Estado. 7 Qual a principal atribuição dos sindicatos? R.: Os sindicatos têm como principal atribuição a defesa de todas as espécies de interesses transindividuais dos trabalhadores ligados, direta ou indiretamente, às relações de trabalho; o que inclui os interesses coletivos. 8 Como podem os sindicatos defender os direitos coletivos dos trabalhadores? R.: Na atualidade, existem duas esferas de atuação sindical para a tutela de direitos coletivos dos trabalhadores: a já clássica via do dissídio coletivo e podem os sindicatos valer-se dos meios de defesa dos interesses transindividuais, que são a ação civil pública, as ações coletivas do Código de Defesa do Consumidor, o mandado de segurança coletivo e o mandado de injunção coletivo, além de outros instrumentos processuais de tutela coletiva. TÓPICO 2 1 Quais os principais motivos que justificaram a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT)? R.: A criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo Tratado de Versalhes, em 1919, teve em vista a realização da justiça social entre os povos, condição básica para a manutenção da paz internacional, promoção e harmonização das normas trabalhistas internacionais, incluídos, na sua evolução, temas de política social e direitos humanos e civis. 2 Quando e como surgiu a Organização Internacional do Trabalho (OIT)? R.: Em 1946, a Organização Internacional do Trabalho tornou-se o primeiro 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A órgão especializado das Nações Unidas, competente para estabelecer normas internacionais trabalhistas, fixando padrões mínimos de respeito ao trabalhador em sua dimensão humana, com o propósito de difundi-los e de torná-los universalmente aceitos e praticados. 3 Quais os órgãos que formam a estrutura da OIT e as respectivas atribuições? R.: A OIT tem como estrutura: - um conselho de administração, que a dirige e se reúne três vezes ao ano, sendo o órgão executivo com atribuições de elaboração e controle de execução das políticas e programas e responsável pela eleição do Diretor Geral; - a Conferência Internacional do Trabalho, com atribuições deliberativas, funciona como um fórum internacional e reúne-se anualmente em junho para discutir temas diversos, adotar e revisar normas internacionais do trabalho, aprovar as políticas gerais, os programas e o orçamento da OIT; - e o Secretariado ou Repartição Internacional do Trabalho, com função operadora, concentra atividades de administração, de pesquisa, de produção de estudos\publicações e de controle das reuniões. 4 Qual o princípio que preside toda a organização e ação da OIT e em que consiste? R.: O princípio básico que preside toda a organização e ação da OIT é o princípio do tripartismo, segundo o qual as questões trabalhistas devem ser resolvidas de modo conjunto entre o governo, os trabalhadores e os empregadores. 5 O que são recomendações da OIT? R.: Não são objetos de ratificação pelos Estados Membros, valem como sugestão, indicam diretrizes para a política nacional e têm função orientadora da prática laboral nos países. 6 O que são convenções da OIT? R.: São decisões da Conferência da Organização Internacional do Trabalho, aprovadas por um plenário internacional, e têm por objetivo determinar regras gerais obrigatórias para os Estados que as ratificarem, passando a integrar o seu ordenamento jurídico interno. 7 Por que a Convenção nº 87 é tão importante para os sindicatos? R.: Porque tem como finalidade fixar os parâmetros de relacionamento entre os sindicatos e o Estado, afirmando o princípio da liberdade sindical e a autonomia do sindicato, com vistas a garantir a liberdade de associação dos trabalhadores para organizar a classe ou profissão, a autonomia interna dos sindicatos para a sua gestão, e de respeito ao direito individual de livre filiação e desfiliação sindical. 6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 8 O que é ratificação de uma convenção? R.: Os estados não são obrigados a ratificar as convenções e estas não se incorporam de imediato ao ordenamento jurídico de cada país, pois, dependendo das suas disposições constitucionais, há necessidade de ratificação, que é o ato formal de um Estado-membro pelo qual decide adotar uma convenção internacional e incorporá-la ao seu ordenamento interno. TÓPICO 3 1 Onde surgiram as primeiras associações de trabalhadores e o que pretendiam? R.: A Inglaterra foi berço tanto da Revolução Industrial quanto do sindicalismo, tendo lá surgido, em 1720, a primeira associação de trabalhadores, que objetivava melhorias nas condições de trabalho; por isso, o sindicalismo da Inglaterra é considerado o mais antigo do mundo. 2 O movimento sindical foi reconhecido com facilidade? Justifique.R.: O movimento sindical, até sua legitimação como ente associativo e representativo dos trabalhadores, passou por três fases: a das leis proibitivas da formação de associações de trabalhadores; a da tolerância pelos países que não admitiam expressamente o direito de sindicalização, mas toleravam a existência de sindicatos; e, no século XIX, houve o reconhecimento da constituição de associações profissionais nos ordenamentos jurídicos. 3 Quando e como houve o reconhecimento constitucional da liberdade de associação? R.: Com o constitucionalismo social, o direito de sindicalização foi previsto nas Constituições de vários países, iniciado com a Constituição Mexicana (1917) e a de Weimar (1919), as primeiras a permitir expressamente a liberdade associativa dos trabalhadores. 4 O que representou a criação da OIT para o sindicalismo mundial? R.: A Conferência da Paz, que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, foi fundamental para a criação da Organização Internacional do Trabalho (1919), pois a sua atividade favoreceu a consolidação dos direitos sindicais no mundo. 5 Em que consiste e o que expressa a liberdade sindical? R.: Consiste na faculdade que possuem os empregadores e os obreiros de organizarem e constituírem livremente seus sindicatos, sem que sofram qualquer interferência ou intervenção do Estado, objetivando a defesa dos interesses e direitos coletivos ou individuais da categoria, seja ela econômica (patronal), seja profissional (dos trabalhadores). Expressa os níveis por meio 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A dos quais se concretiza a liberdade coletiva, que é a dos grupos formalizados ou informalizados, a liberdade individual, que é das pessoas e o seu direito de filiar-se ou desfiliar-se de um sindicato, e o relacional, no sentido de ser uma liberdade exercida perante o Estado, o empregador e, até mesmo, outras entidades sindicais. 6 O que representou a Convenção nº 87 para a afirmação da liberdade sindical? R.: A Convenção nº 87, denominada a Convenção sobre Liberdade Sindical e a Proteção do Direito Sindical, a mais importante para a afirmação do princípio da liberdade sindical. Ela traça os parâmetros principais a respeito das relações entre o Estado e os sindicatos, numa perspectiva de liberdade dos trabalhadores para organizar a profissão ou classe, de autonomia dos sindicatos para a sua gestão e de respeito ao direito de filiação e desfiliação sindical. 7 Quais os sistemas de organização sindical e em que consiste cada um deles? R.: Os sistemas de organização sindical são o da ‘unicidade sindical’ ou sistema do ‘sindicato único’, como no Brasil, e o da ‘pluralidade’ ou ‘pluralismo sindical’, como na França. O sistema da unicidade sindical é o que autoriza a existência de apenas uma entidade representativa de categoria profissional ou econômica dentro de determinada base territorial. Os seus opositores prendem-se à restrição que se impõe à livre constituição de sindicatos pelos interessados, o que deixa a representação dos interesses canalizada para uma única organização, enquanto os adeptos afirmam que o sindicato único promove melhor a unidade do grupo e a união indispensável para que as suas reivindicações tenham condições de influir. O sistema organizacional da pluralidade sindical é o que autoriza a coexistência de mais de uma entidade sindical dentro da mesma base territorial ou dentro da mesma categoria profissional ou econômica. A maior crítica à pluralidade é a divisão do interesse coletivo devido à existência de mais de um sindicato na mesma base territorial para a representação do grupo, o que enfraquece o poder de reivindicação. Já os adeptos defendem a posição de que o pluralismo convive melhor com a democracia e garante melhor a liberdade dos sindicatos. 8 Qual dos sistemas é o adotado pela Convenção nº 87? Por quê? R.: A Convenção n◦ 87 da OIT, embora não imponha o pluralismo sindical, determina que o sistema legal dos países que a ratificaram, faculte aos empregadores e trabalhadores, se desejarem, a constituição de outro(s) sindicato(s) da mesma categoria, empresa, profissão ou ofício, na mesma base territorial do já existente. 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A TÓPICO 4 1 Qual a amplitude das grandes transformações da época contemporânea? R.: As grandes transformações do período contemporâneo atingem os mais variados setores e situações, inclusive as relações de trabalho. Na conjuntura internacional, os sistemas econômicos capitalistas foram gravemente atingidos em escala mundial e o grande desafio, a partir da década de 70, passou à busca de encontrar soluções adequadas à crise. 2 O que a Constituição Alemã de 1949 e a Convenção nº 87 da OIT representaram para o sindicalismo? R.: A Constituição Alemã de 1949, pós Segunda Guerra Mundial, tornou-se referência para o mundo e a declaração do princípio da liberdade sindical representou a substituição do modelo corporativista e dos sindicatos atrelados ao Estado. Permitiu a organização dos sindicatos, o restabelecimento das negociações coletivas e do direito de greve e a criação dos conselhos de fábrica influiu na experiência alemã da cogestão da empresa. No plano internacional, a OIT aprovou a Convenção n◦ 87, em que reafirma o princípio da liberdade sindical e define diretrizes garantidoras do direito de organizar sindicatos, sem a necessidade de prévia autorização do Estado. 3 Por que o movimento sindical se consolidou com o neoliberalismo? R.: O neoliberalismo contemporâneo valoriza a negociação coletiva e a concretização de princípios vitais ao sindicalismo, como o da liberdade sindical e da autonomia coletiva dos particulares. Por isso, na esfera internacional, ampliou-se a contratação coletiva e as negociações abrangeram grandes setores da economia e instituíram-se comunidades, como a União Europeia, responsável pela formação de normas comuns a vários países. Todavia, no período pós-1970, a situação de crise provoca nova questão social, a ponto de Jeremy Rifkin ressaltar o lado cruel do avanço tecnológico e, diante de um quadro que revela dados cada vez mais alarmantes, visualiza a redução da força de trabalho, em níveis mais altos desde a depressão de 1930. 4 Como a crise influiu na pauta de reivindicações dos sindicatos? R.: O movimento sindical perdeu muito do seu poder de negociar e o seu número de filiados diminuiu, alterando as pautas de reivindicações de melhores salários para a manutenção de empregos, retreinamento e vantagens sociais mais do que econômicas. 5 O que significa o conflito protecionismo X reformismo posto aos sindicatos? R.: Há que equacionar essa fórmula de modo a não obstruir o avanço 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A tecnológico e o desenvolvimento econômico e também não comprometer conquistas históricas dos trabalhadores e princípios consagrados, como o valor social do trabalho, a dignidade da pessoa humana etc. 6 Como se configuram as faces positiva e negativa da globalização? R.: A Declaração de 2008 aponta as duas faces da globalização, a benéfica, na medida em que permite altas taxas de crescimento, criação de empregos e incremento para ampliar o número de produtos e circulação das ideias; e a negativa, na medida em que obriga muitos países a enfrentar o problema da desigualdade de rendas, altos níveis de desemprego e pobreza, vulnerabilidade econômica diante de crises externas e crescimento do trabalho informal. 7 Quais os tipos de mudanças provocados pela globalização no movimento sindical? R.: A globalização tem reflexos nas relações de trabalho, assinalando-se os dois tipos de mudanças provocadas no movimento sindical. • O primeiro, a contração do movimento, em que as reivindicações focaram vantagens de natureza social, pois ocontexto no processo produtivo era de intensa competição e cortes de custos nas empresas, não comportando vantagens salariais para trabalhadores. • O segundo é de evolução ou expansão sindical, eis que, com a globalização, houve a intensificação da atividade das empresas transnacionais e a criação de comunidades econômicas regionais, o que acabou impulsionando novas formas de representação dos interesses dos trabalhadores nesses níveis, em diferentes partes do mundo. 8 Que estratégia adotaram os sindicatos diante de tantas mudanças? R.: Neste contexto, tiveram os sindicatos que partir para outro patamar de negociações, incluindo novos temas (formas de garantia periódica de empregos, estabilidade, dispensas coletivas, redução dos salários etc.); e organizar-se para enfrentar as novas funções em atendimento às demandas do novo contexto (transferência de capitais, intensificação da migração da mão de obra nas regiões econômicas etc.). Mas a discussão sobre o futuro dos sindicatos tem rendido muitas reflexões e muitas são as constatações e as propostas de atuação, porém, os sindicatos terão que reagrupar forças diante do novo quadro e discutir as alternativas viáveis. 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 Descreva como se iniciou, no Brasil, a trajetória do direito sindical. R.: No Brasil, a trajetória do direito sindical, iniciada por força das ideias políticas e econômicas externas, por não existir um movimento operário consolidado, revela três fases com características distintas: - o anarcossindicalismo, doutrina sindical e política pautada nas ideias anarquistas, trazidas pelos imigrantes europeus; - o corporativismo sindical, a partir de 1930, atribuía aos sindicatos a função de delegação do Estado, através de um sistema sindical burocratizado e atrelado ao Ministério do Trabalho; - o sindicalismo autônomo, iniciado durante a década de oitenta com a abertura política, caracterizou um período de maior liberdade de organização interna, externa e político-ideológica, em que se verificou o nascimento das centrais sindicais. 2 Como se configurou o sindicalismo na Constituição Brasileira de 1937? R.: A Constituição de 1937, outorgada durante o Estado Novo e inspirada na Carta Del Lavoro (1927) da Itália, foi a expressão do intervencionismo e do corporativismo. Além de atribuir aos sindicatos o exercício de funções delegadas de poder público, previa a liberdade sindical, mas concedia a representação legal da categoria apenas à associação sindical reconhecida pelo Estado e instituiu o sindicato único na mesma base territorial, o que restringia a autonomia na criação de sindicatos. 3 De que modo a Convenção n◦ 87, da Organização Internacional do Trabalho, influenciou a Constituição vigente de 1988? Por que ela não foi ratificada pelo Brasil? R.: O Estado Brasileiro não ratificou a Convenção n◦ 87 da Organização Internacional do Trabalho, uma das que integram o núcleo dos direitos fundamentais do trabalhador e traça os parâmetros do princípio da liberdade sindical. Porém, de qualquer forma, ela exerceu grande influência no conteúdo da Constituição de 1988, que define a posição do Estado perante o sindicalismo e valoriza a manifestação dos grupos sociais, para assegurar aos trabalhadores a livre escolha do que considerarem importante para a sua organização e ação sindical. 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 4 Que função teve a Consolidação das Leis do Trabalho/1943? Como se caracterizou o sistema legal brasileiro instituído por ela? R.: A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n◦ 5.452, de 1º de maio de 1943, teve como principal função reunir as leis trabalhistas esparsas existentes, expressando os princípios políticos da época em que foi elaborada. Em especial, o corporativismo e o intervencionismo do Estado nas relações coletivas de trabalho, em prejuízo da liberdade sindical, do direito de greve e das negociações coletivas. O sistema legal brasileiro baseou-se em institutos que caracterizaram a forma autoritária de organização sindical, entre os quais: a necessidade de reconhecimento do sindicato pelo Estado, a natureza pública das funções sindicais, o prévio enquadramento sindical elaborado pelo Estado, o princípio do sindicato único, a contribuição sindical, a intervenção do Estado e o poder punitivo sobre os sindicatos. 5 O que representou a Constituição Federal de 1988 para o sindicalismo e que inovações ela trouxe? R.: A Constituição Federal de 1988, fruto do processo político favorável à democratização do país, modificou o sistema jurídico de relações de trabalho, em que um dos aspectos positivos foi o redimensionamento das relações entre os sindicatos e o Estado. Mas a grande inovação é que não poderá haver a intervenção ou interferência do poder público na organização sindical (art. 8º, I), tanto na criação quanto no funcionamento e administração dos sindicatos. O que significa que a sua autonomia lhe permite definir questões internas (eleições, funcionamento etc.) nos respectivos estatutos. 6 Em que consistem as limitações ou proibições estabelecidas para os sindicatos pela Constituição de 1988 (art. 8º)? R.: É proibida a criação de mais de um sindicato de categoria profissional ou econômica, em qualquer grau, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores. Não podendo ser em área inferior a um município (art. 8º, I). O sistema sindical é organizado por categorias, profissional e econômico (art. 8º, II, III e IV). E, além da contribuição sindical já prevista em lei, haverá a contribuição para o custeio do sistema confederativo. 7 O que significa a organização sindical por categoria? R.: É o conjunto de pessoas que exercem a sua atividade (categoria econômica; dos empregadores; ex.: empresas bancárias) ou o seu trabalho (categoria profissional; dos empregados; ex.: bancários) num dos setores da atividade econômica (ex.: industrial, comercial e suas subdivisões, como indústria alimentícia, comércio hoteleiro) (art. 511, §§ 1º e 2º, da CLT). 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 8 O que é categoria profissional diferenciada? Exemplifique. R.: Se forma mediante a união dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares (art. 511, § 3º, da CLT; ex. aeronautas, aeroviários, professores etc.). TÓPICO 2 1 Apresente uma definição de sindicato. R.: Sindicatos são unidades de base, representantes de uma coletividade de trabalhadores ou empregadores, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais de seus membros, como ocorre no sistema brasileiro. Embora, em alguns países europeus (Portugal, Espanha etc.) a palavra seja usada para designar as entidades que cuidam exclusivamente dos interesses operários. 2 A natureza jurídica atual de sindicato é de direito público ou privado? Explique. R.: A natureza jurídica do sindicato, que durante o período de intervenção estatal era de pessoa jurídica de direito público, por exercer função delegada pelo Estado, atualmente é de pessoa jurídica de natureza privada. 3 O Estado, através do Ministério do Trabalho, autoriza a criação de sindicatos, após a Constituição de 1988? Justifique. R.: O grande avanço da Constituição de 1988 foi promover a eliminação dos atos de intromissão do Ministério do Trabalho, que, no passado, estabelecia o cumprimento de etapas à constituição da entidade sindical. Impunha estatutos-padrão às entidades sindicais e limitava o tempo de duração dos mandatos dos dirigentes sindicais. 4 Em que consistem os registros a que os sindicatos se devem submeter para obter personalidade sindical? R.: No sistema brasileiro, para uma associaçãoadquirir personalidade sindical deve sujeitar-se a dois registros: um geral, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, que lhe confere personalidade jurídica e a capacidade de ser titular de direitos e obrigações, e um específico, o depósito dos seus estatutos no Ministério do Trabalho (Portaria TEM n◦ 186, de 10 de abril de 2008), para adquirir personalidade sindical e, assim, atuar com todas as prerrogativas conferidas aos entes sindicais e capacidade para defender os interesses da categoria. 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 5 Dentre as garantias inerentes ao princípio da liberdade sindical, que prerrogativas têm os sindicatos nos aspectos de organização e administração? R.: Os sindicatos, dentre as garantias inerentes ao princípio da liberdade sindical (significa que podem ser organizados de acordo com a vontade dos seus membros, sem a ingerência do Estado), possuem o direito de elaborar os seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus representantes, organizando a sua gestão e sua atividade e formulando o seu programa de ação (art. 8º, I). A administração é ato interno e atribuído aos próprios sindicatos, expressão da liberdade de auto-organização sindical, que, além do direito de redigir os seus estatutos e normas internas, poderão funcionar sem qualquer ingerência ou interferência do Estado, que não poderá limitar ou entravar o exercício legal dos sindicatos ou exercer qualquer controle, de modo arbitrário ou autoritário, de modo a dissolver ou suspender administrativamente a atividade sindical. 6 De que modo se dá a dissolução de sindicato? Explique. R.: A dissolução do sindicato poderá ser voluntária, como resultado da vontade dos próprios interessados e determinada pelo Estado. Quando devido às implicações na questão da liberdade sindical, que exige garantias contra a ação estatal discriminatória, somente o Poder Judiciário poderá apreciar ações judiciais destinadas à dissolução de um sindicato. 7 Quais os meios básicos de captação de recursos pelos sindicatos? R.: Os sindicatos, para custeio das suas atividades, contam com as fontes de recursos expressas na Constituição e legislação infraconstitucional: - a contribuição sindical (art. 8º, IV, da Lei Maior c/c arts. 578 a 610 da CLT); - a contribuição confederativa (art. 8º, IV, da Constituição); a contribuição assistencial (art. 513, e, da CLT); - a mensalidade dos sócios do sindicato (art. 548, b, da CLT); e - outras receitas (art. 548 da CLT), como os bens e valores adquiridos e as rendas produzidas por aqueles (alínea c); as doações e legados (alínea d) e as multas e outras rendas eventuais (alínea e). 8 Qual a contribuição mais expressiva e como é recolhida? R.: A contribuição sindical, sua principal receita, é de caráter parafiscal e compulsório (art. 8º, IV, parte final, da CF e arts. 578 a 610 da CLT): imposta a todos os trabalhadores e empregadores pelo simples fato de integrarem a categoria profissional ou econômica, associados e não associados; a contribuição é recolhida numa vez só, anualmente: dos empregados (a importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho, qualquer que seja a forma da referida remuneração, no mês de março de cada ano; art. 582 da CLT), dos autônomos e profissionais liberais (a importância 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A calculada na forma da Nota Técnica/CGRT/SRT nº 05/2004 do Ministério do Trabalho e Emprego, no mês de fevereiro de cada ano; art. 583 da CLT) e dos empregadores (a importância calculada na forma da Nota Técnica/CGRT/ SRT nº 05/2004 do Ministério do Trabalho e Emprego, no mês de janeiro de cada ano; art. 587 da CLT). TÓPICO 3 1 Que prerrogativas a aquisição de personalidade sindical confere aos sindicatos? R.: A aquisição de personalidade sindical confere aos sindicatos, entre outras, as seguintes prerrogativas, asseguradas na Constituição e normas infraconstitucionais: -representar e defender, inclusive perante as autoridades judiciárias e administrativas, os interesses individuais e coletivos da categoria; - participar das negociações coletivas de trabalho; - celebrar acordos e convenções coletivas de trabalho; - eleger ou designar os representantes da categoria perante órgãos da administração pública; - beneficiar-se das contribuições previstas em lei; - propor dissídio coletivo perante os Tribunais do Trabalho; - convocar a assembleia e deflagrar a greve; - garantia de emprego aos candidatos e/ou ocupantes de cargo de direção ou representação sindical. 2 Que divergências existem a respeito das funções que devem ser exercidas pelos sindicatos? Explique. R.: Os sindicatos têm desenvolvido funções que se tornaram clássicas, como a de representação, a negocial, a regulamentar, a assistencial, a parafiscal ou arrecadadora e a política. Contudo, há divergências sobre essas funções, sendo as de representação e as negociais aceitas como próprias, enquanto outras são vistas como impróprias pelo fato de se desviarem do papel primordial a ser por eles desempenhado, como a função assistencial (ex.: serviços de natureza médica, hospitalar, educacional etc.). 3 Quanto ao exercício de funções políticas pelos sindicatos, como se posicionam os autores? R.: O exercício de atividade política é a mais polêmica de todas. Porém, a maioria dos autores rejeita que os sindicatos desenvolvam política partidária, de forma a desviar-se da sua função de defesa dos interesses da categoria. Contudo, alguns autores entendem que causas ou interesses coletivos 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A como o combate ao desemprego e à inflação justificam a atividade política, pois, quando a entidade sindical atua politicamente, está representando os interesses da categoria. 4 Que órgãos formam a estrutura dos sindicatos? Quais as funções da diretoria? R.: Os sindicatos possuem o direito constitucional de ter a estrutura que entendam necessária para o seu funcionamento, desde que criada pelos seus estatutos. No Brasil, devem ser observadas as exigências dos órgãos expressamente previstos na legislação constitucional e infraconstitucional. E, por isso, a estrutura mínima deverá ter, pelo menos, um órgão de deliberação (assembleia geral), um órgão de administração ou de comando (diretoria) e um órgão de fiscalização (conselho fiscal). A diretoria, órgão de direção ou representação, é um órgão executivo com a função de administração, a chefia, controle ou da gerência de assuntos atinentes à entidade, ao qual cabe a representação e a defesa dos interesses da entidade perante o poder público e empresas. 5 Que são federações? R.: As federações são organizações sindicais de grau superior, constituídas nos Estados-membros, reunindo um número não inferior a cinco sindicatos, representando a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas. Possui uma estrutura interna composta por diretoria, conselho de representantes e conselho fiscal. 6 Que são confederações? R.: As confederações são entidades sindicais de grau superior, de âmbito e representação nacional, sendo constituídas por no mínimo três federações e tendo sede em Brasília. São formadas por ramo de atividade (indústria, comércio, transporte etc), podendo ser citadas: Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, Confederação Nacional de Transportes Terrestres etc. 7 O que são e quais as funções das centrais sindicais? R.: As centrais sindicais, reconhecidas pela Lei n◦ 11. 648/2008, são entidades de representação geral dos trabalhadores, em âmbito nacional, com as atribuições de coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a elas filiadas. Além de participarde negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A TÓPICO 4 1 Por que a autonomia organizativa na América Latina não é ampla como nos países de outras regiões? R.: Na América Latina, a autonomia organizativa não é ampla como em diversos países de outras regiões, pois a legislação trabalhista impõe o desenho da organização sindical. Além de que a estrutura e organização sindical é definida pelas constituições e leis infraconstitucionais, ao invés de definida pelos próprios interlocutores sociais. 2 Por que o sistema de organização sindical previsto na Constituição de 1988 é contraditório? R.: A Constituição Federal de 1988, o instrumento de efetivação do processo democrático, representou inegavelmente um grande avanço para a abertura sindical. Mas, tal sistema de organização sindical é tido como contraditório, ao tentar combinar a liberdade sindical com a unicidade sindical imposta por lei e a contribuição sindical oficial. Porém, tais limitações foram defendidas por parte do movimento sindical e surgiram dos livres debates na Assembleia Nacional Constituinte. Daí ser possível dizer que expressam uma legalidade consentida, mas não desejável. 3 Aponte resquícios do corporativismo mantidos pela Constituição de 1988, tidos como retrocesso. R.: São apontadas como retrocesso as figuras mantidas pela Constituição de 1988, que são resquícios do corporativismo italiano. Dentre as quais o sistema do sindicato único que veda a existência na mesma base territorial de mais de um sindicato da mesma categoria e a contribuição sindical compulsória sobre os salários de todo o membro da categoria, seja ou não associado do sindicato. 4 Indique alguns avanços da Constituição de 1988 em relação ao modelo corporativista. R.:São tidos como avanços da Constituição de 1988 em relação ao modelo corporativista: - a) dantes, as funções sindicais eram as delegadas pelo poder público; na Constituição de 1988, a defesa dos direitos e interesses coletivos e individuais da categoria; - b) antes de 1988, o sistema de criação das categorias era um ato constitutivo do Estado de acordo com o quadro de enquadramento sindical; depois de 1988, temos a livre criação da categoria pelo sindicato; - c) a proibição constitucional da intervenção e interferência do poder público 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A na organização sindical; - d) o modelo híbrido de organização caracterizado pela pluralidade de cúpula em nível de centrais e pela unicidade de base no nível de sindicatos, federações e confederações; - e) o registro sindical no Ministério com função meramente cadastral e não mais reconhecimento da existência do sindicato, passando as controvérsias sobre registro ao controle da Justiça do Trabalho e não mais do Ministério; f) por decisões judiciais, a natureza facultativa e restrita aos sócios do sindicato da taxa assistencial e da contribuição confederativa, mantida a compulsoriedade apenas quanto à contribuição sindical prevista em lei; g) depósito e não mais homologação pelo Ministério do Trabalho e Emprego das convenções e acordos coletivos nele registrados; h) legalização das centrais sindicais. 5 Que motivos são apontados pelos favoráveis à reforma trabalhista? R.: Muitos são favoráveis à reforma trabalhista, pois, além dos resquícios do corporativismo, mantidos pela Constituição, esta introduziu conceitos indeterminados e sobrepôs uma nova ordem à CLT, que, por força dos novos princípios democráticos, se conflitam e acabam gerando sérias divergências de interpretação. Portanto, só uma profunda mudança cultural e de mentalidade, aliada a uma mudança na Constituição e na legislação infraconstitucional, poderiam solucionar os males e as sérias distorções existentes no sindicalismo brasileiro. 6 O que é o Fórum Nacional do Trabalho e para que fins foi criado? R.: O Fórum Nacional do Trabalho (FNT) foi criado pelo Decreto n◦ 4.796, de 30 de julho de 2003. É um órgão tripartite, não governamental e instituído com a finalidade de coordenar a negociação entre os representantes dos trabalhadores (indicados pelas centrais e confederações), empregadores (apontados pelas entidades sindicais patronais de cúpula) e governo sobre a reforma trabalhista, incluindo a sindical. 7 Ao final dos debates, que encaminhamento deu a Comissão de Sistematização às propostas do Fórum? R.: A Comissão de Sistematização elaborou relatório final e as propostas do Fórum que foram transformadas na Proposta de Emenda Constitucional - PEC 269 e em projeto de lei, enviados ao Congresso Nacional em março de 2005. Contudo, a reforma sindical não seria uma mera alteração legislativa, mas um amplo reordenamento jurídico-institucional, que do ponto de vista normativo, deveria envolver o Direito Sindical, a Legislação do Trabalho, o Direito Processual do Trabalho, os órgãos de Administração Pública do Trabalho e a Justiça do Trabalho. 18 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 8 E, na atualidade, como se encontra a proposta de reforma sindical? R.: Em suma, é evidente que existe um descompasso entre a realidade e a lei no nosso país. E, embora algumas tendências se tenham efetivado, como: a criação das centrais sindicais em 2008, outras continuam na pauta de discussões. E aparecem também tendências pioneiras, como o conceito de maior representatividade sindical (efetiva capacidade de o sindicato ser o porta-voz dos seus representados, o que depende da legitimidade da organização sindical e da sua força de mobilização), que poderá tornar-se um pressuposto para a criação de qualquer associação sindical, o que certamente contribuiria para o seu fortalecimento. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Defina conflito coletivo de trabalho. R.: Há conflitos coletivos quando, em razão dos seus sujeitos, que são os grupos de trabalhadores abstratamente considerados, de um lado, e o grupo de empregadores, de outro, se referem a interesses gerais do grupo. 2 O que é negociação coletiva de trabalho? R.: A negociação coletiva enquadra-se no grupo dos instrumentos de autocomposição, que ocorre quando o conflito é solucionado pelas próprias partes, sem intervenção de outros agentes no processo de pacificação da controvérsia. 3 Que tipos de negociação são compreendidos pela negociação coletiva de trabalho e o que visam? R.: Ela compreende todas as negociações que tenham lugar entre, de uma parte, um empregador, um grupo de empregadores ou uma organização ou várias organizações de empregadores. E, de outra parte, uma ou várias organizações de trabalhadores, visando: - a) fixar as condições de trabalho e emprego; - b) regular as relações entre empregadores e trabalhadores; c) disciplinar as relações entre empregadores ou suas organizações e uma ou várias organizações de trabalhadores ou alcançar todos esses objetivos de uma só vez. 19UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 4 Em que consiste a função social da negociação coletiva? R.: A negociação coletiva cumpre ainda a função social que se traduz na participação dos trabalhadores no processo de decisão empresarial, cuja contribuição para solucionar inúmeras questões de interesse social resulta em harmonia nas relações coletivas e tem uma função pacificadora, na medida em que os ajustes são feitos por prazos certos e determinados. Além disso, os acordos propiciam o nivelamento de dois desiguais: o poder econômico e o trabalhador, que acabam cumprindo uma função muito maior, a de busca da concretização da igualdade e da justiça social.5 Que regras devem ser seguidas para chegar ao resultado final da negociação? R.: Para chegar ao resultado final da negociação, que culmina com a norma coletiva, é preciso atender regras: - a) de garantia de segurança aos negociadores, para que, com liberdade, possam expor suas ideias; - b) de disciplina e respeito; - c) as partes devem agir com lealdade e boa fé, como se deve proceder em qualquer contrato. 6 No Brasil, como é feito o nível de negociação? R.: No Brasil, o nível de negociação, geralmente, é feito por categoria, pois a Constituição reconhece e existência das categorias (art. 8º, II, III e IV), mas as federações podem negociar quando as categorias não são organizadas em sindicato. Neste caso, das negociações em nível de categoria resultam convenções coletivas de trabalho aplicáveis a todos os empregadores e a todos os empregados, sócios ou não dos sindicatos, do setor de atividade em que a negociação se desenvolver. E das negociações em nível de empresa resultam acordos coletivos cujo âmbito de aplicação é menor. Ou seja, é aplicável às empresas que participaram da negociação. 7 Conforme a Constituição de 1988, de que forma participam os sindicatos de trabalhadores e de empregadores das negociações coletivas? R.: A Constituição Federal de 1988 prevê a obrigatoriedade da participação dos sindicatos na negociação coletiva, o que significa dizer que, tanto o sindicato dos trabalhadores quanto o patronal, podem participar dos dois níveis de negociação, o de categoria e o de empresa. Porém, o sindicato dos trabalhadores é que deve participar obrigatoriamente das negociações coletivas, pois nos acordos coletivos, só ele toma parte juntamente com as empresas, e não o sindicato da categoria econômica. 20 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 8 Quando as associações sindicais de grau superior participam de negociações? R.: No Brasil, os sindicatos, segundo o sistema constitucional vigente, têm legitimação privativa para representar os integrantes da categoria profissional ou econômica, sendo que as associações sindicais de grau superior, federações ou confederações, somente podem fazê-lo quando inexistente associação sindical de grau inferior. Porém, essa limitação turba a possibilidade de acordos territorialmente mais vantajosos, e nacionalmente articulados, que poderiam produzir cláusulas assecuratórias de direitos mínimos para todos os trabalhadores de determinado ramo, cabendo às negociações em níveis mais específicos a missão de apenas melhorar o conteúdo das cláusulas genéricas. TÓPICO 2 1 Por que, desde a sua origem, as convenções já apresentavam vantagens para os convenentes? R.: Desde a sua origem, já existiam vantagens para os convenentes: - a) para o empregador, era uma forma de negociação pacífica, sem perigo da ocorrência de greves; - b) para o empregado, o reconhecimento, pelo empregador, da legitimidade e representatividade do sindicato nas negociações, com a consequente conquista de novos direitos para os trabalhadores; - c) para o Estado, era uma forma de não interferência, em que as próprias partes buscavam a solução de seus conflitos, culminando com um instrumento de paz social. 2 O que é convenção coletiva de trabalho? R.: A convenção coletiva de trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das suas respectivas representações, às relações individuais de trabalho (art. 611, CLT). Por isso, é um acordo entre sindicato de empregados e sindicato de empregadores, nascendo da autonomia da vontade de ambas as entidades, como resultado de um ajuste bilateral e só se perfaz caso os dois contratantes combinem suas vontades. 3 O que é acordo coletivo de trabalho? R.: Acordo coletivo de trabalho é o pacto de caráter normativo pelo qual um sindicato representativo de certa categoria profissional e uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica estipulam condições 21UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas empresas, às relações individuais de trabalho. No acordo, não é necessária a presença do sindicato dos empregadores, embora seja imprescindível o sindicato dos empregados. Afinal, o empregador, por sua própria natureza, já é um ser coletivo, ao passo que os trabalhadores apenas adquirem essa qualidade mediante a sua atuação coletiva. 4 Que diferença e ponto em comum existem entre convenção e acordo coletivo de trabalho? R.: O ponto em comum da convenção e do acordo coletivo é que neles são estipuladas condições de trabalho que serão aplicadas aos contratos individuais dos trabalhadores, tendo, portanto, efeito normativo. Mas, a diferença entre essas figuras parte dos sujeitos envolvidos, consistindo em que o acordo coletivo é feito entre uma ou mais empresas e o sindicato da categoria profissional. E na convenção coletiva, o pacto é realizado entre sindicato da categoria profissional, de um lado, e sindicato da categoria econômica de outro. 5 Que forma é exigida na confecção dos instrumentos coletivos negociados? R.: A respeito da forma, a confecção dos instrumentos coletivos negociados, embora operada de modo necessariamente escrito, é isenta de grandes formalidades. Mas, o art. 613 da CLT impõe a observância de alguns dados essenciais à inteligibilidade do negócio jurídico (I, II, III e IV), sem os quais não seria possível saber quem seriam os sujeitos obrigados, as categorias abrangidas, tampouco o tempo de duração do ajuste. Os demais incisos (V, VI, VII e VIII) são questionáveis à luz do princípio da não interferência estatal na organização sindical. 6 Quanto à duração das convenções e acordos coletivos de trabalho, o que ocorre entre a lei e a prática? R.: A Lei Trabalhista (art. 614, § 3º, CLT) estabelece que não será permitido estipular convenção ou acordo coletivo com duração superior a dois anos. Mas, na prática, as entidades coletivas têm demonstrado a tendência de fixar um ano de duração. E também poderão ser prorrogados, revisados ou denunciados e revogados, antes do término da duração da convenção ou acordo. O que só ocorrerá com o consentimento da outra parte, desde que observados os mesmos procedimentos exigíveis para a constituição de um instrumento coletivo. 7 Como se compõe o conteúdo dos instrumentos negociais? R.: O conteúdo dos instrumentos negociais é constituído de cláusulas obrigacionais e normativas, segundo os seus destinatários: as primeiras, são 22 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A dirigidas aos sindicatos e empresas signatárias dos acordos e criam direitos e deveres entre os sujeitos estipulantes. Não se incorporando nos contratos individuais de trabalho, porque a eles não se referem. As cláusulas normativas, e que são as mais expressivas, são dirigidas aos empregados e empresas e aos seus respectivos contratos individuais sobre os quais se projetarão. 8 No confronto entre regras de convenção e de acordo coletivo, qual delas prevalece? Justifique. R.: No confronto entre regras de convenção e de acordo coletivo prevalece o instrumento coletivo negociado que seja mais favorável ao trabalhador. Eis que, por não haver hierarquia entre acordo e convenção coletiva de trabalho, opta-se simplesmente pela aplicação daquela que seja mais favorável ao operário, salvo, evidentemente, quando algum desses instrumentos contiver disposição a pior nas hipóteses previstas no art. 7º, VI, XIII e XIV, da Constituição. TÓPICO 3 1 Quando e como o instituto da greve teve o seu nascimento? R.: O instituto da greve teve o seu nascimento somente no século XIX, possuindo as suas raízes na Revolução Francesa, que lhe deu o embasamentofilosófico. E na Revolução Industrial, que contribuiu com os componentes de ordem material, isto é, a presença de um grupo de assalariados e a existência de um interesse coletivo a defender. Por isso, a greve, legal na maioria dos países capitalistas contemporâneos e tida como importante instrumento de luta dos trabalhadores, só existiu a partir do sistema capitalista de produção, quando a cessação coletiva das atividades produtivas deixou de ser considerada excepcional e se tornou prática reguladora das relações salariais. 2 Na história mundial da greve, de que modos ela foi cronologicamente considerada? R.: A greve como instrumento legal de luta dos trabalhadores foi duramente combatida pelo patronato e pelo governo, inclusive considerada um delito e reprimida pelo Código Penal da maioria dos Estados. E na história mundial da greve, vamos verificar que ela foi cronologicamente considerada um delito, principalmente no sistema corporativo, depois passou a liberdade, no Estado liberal, e, posteriormente, a direito, nos regimes democráticos. 3 No Brasil, a partir de quando ela foi reconhecida como um direito dos trabalhadores? Nesse período, como era o exercício do direito de greve? R.: A Constituição de 1946 modificou a orientação sobre a greve, que reconheceu como um direito dos trabalhadores sob a proteção da ordem 23UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A jurídica. A nova Lei de Greve, a de n◦ 4.330/64, foi promulgada com as modificações políticas ocorridas a partir de 1964, que iniciou a ditadura militar. Enfim, o direito de greve, apesar de reconhecido pela Constituição de 1946 e regulamentado pela Lei n◦ 4.330/64, possuía tantas limitações que era a negação do próprio direito. Além disso, com a Constituição de 1967, a Emenda Constitucional de 1969 e o Decreto-Lei n◦ 1.632/78, foi de tal forma ampliada a intervenção estatal nos sindicatos e o processo de realização era tão complexo, que as greves tornaram-se praticamente proibidas. 4 Como se configura o direito de greve na Constituição de 1988? R.: A Constituição Federal de 1988, de cunho democrático, assegura o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender (art. 9º). Cabendo à lei definir os serviços ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (§ 1º). No entanto, os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei (§ 2º). Além disso, o direito de greve foi admitido para os trabalhadores do setor privado e para os servidores públicos civis, nos termos e nos limites definidos em lei específica (art. 37, VII); conquanto os militares e integrantes das forças armadas estejam proibidos de sindicalização e greve (art.142, § 3º, IV). 5 O direito de greve, após a Constituição de 1988, foi regulamentado? Justifique. R.: A greve está prevista no Capítulo II (Dos Direitos Sociais) do Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) da Constituição de 1988, no art. 9º, sendo regulamentada pela Lei n◦ 7.783/89, que dispôs sobre o exercício do direito de greve, definindo as atividades essenciais e regulando o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. No caso, a greve não é uma relação puramente privada entre trabalhadores e empregadores, pois a intervenção estatal determinará os rumos do conflito. 6 Qual o conceito legal de greve? R.: A Constituição de 1988 não apresenta o conceito de greve, embora fixe a sua dimensão ampla, na medida em que atribui aos trabalhadores a competência de definir a oportunidade e os interesses a defender através da greve (art. 9º), pelo que fica a cargo destes determinar a conveniência da greve e a sua finalidade. Contudo, o legislador ordinário (art. 2º da Lei n◦ 7.783/89), partindo da ideia de que greve é um direito, declara que para os fins desta lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador, daí resultando o conceito que passou a ser usado, o qual se baseia nos seus atributos. 24 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 7 Quais são os outros atos coletivos de conflito que não se confundem com a greve? R.: A luta dos trabalhadores, para alcançar a satisfação dos seus interesses, envolve as mais variadas manifestações e, ao lado da greve, instrumento de pressão dirigido pelos trabalhadores ao patronato, existem outras condutas coletivas seguidas pelos obreiros. Tais condutas, acolhidas ou não pela lei, são formadas por: um grupo que se aproxima da figura da greve, com ela envolvendo-se, como os piquetes, a operação tartaruga e/ou excesso de zelo e a ocupação do estabelecimento. Outras condutas podem ou não se associar a determinado movimento paredista concreto, mas com ele não se confundem, do ponto de vista sociojurídico, como o boicote. E, finalmente, há figuras de coerção e/ou pressão claramente ilícitas, quer se trate de um contexto de greve ou não, como a sabotagem. 8 Existem greves sem abstenção de trabalho? Justifique e exemplifique. R.: E as greves atípicas identificam-se com formas de não colaboração dos trabalhadores com o empregador e sem abstenção do trabalho, sendo referida: - a greve de zelo, na qual os trabalhadores executam o trabalho de modo detalhado e minucioso, para causar desorganização do processo produtivo da empresa; - a greve de rendimento ou de braços cruzados, caracterizada pela diminuição do volume de trabalho; - a greve da mala nos transportes coletivos, como nos casos de falta de cobrança dos bilhetes dos passageiros de ônibus ou liberação das catracas do metrô; - a greve de amabilidade, que se traduz pela ausência de cortesia no atendimento aos clientes etc. TÓPICO 4 1 Quais os objetivos que devem ser alcançados pela greve? Justifique. R.: A greve visa alcançar objetivos definidos, em geral, de natureza econômico- profissional ou contratual trabalhista, cuja amplitude tem seus critérios estabelecidos pelas ordens jurídicas específicas, pois os interesses pleiteados são relativos ao trabalho dos empregados que possam ser satisfeitos pelos empregadores. Apesar disso, sob o ponto de vista constitucional, as greves não necessitam centrar-se nesses temas, já que a validade desses movimentos (greves de solidariedade e políticas) é inquestionável, se a solidariedade ou a motivação política se vincularem a fatores de significativa repercussão na vida e trabalho dos grevistas. 25UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A 2 Os interesses a serem defendidos pela greve podem ser exercidos de forma absoluta e irresponsável? Por quê? R.: A greve é um direito colocado nas mãos do trabalhador, do qual deverá fazer bom uso, eis que nenhum direito poderá ser exercido de forma absoluta e irresponsável. Assim, apesar de ser o direito de greve inviolável, porque assegurado pela Constituição Federal (arts. 9º e 37, inciso VII), é uma medida extrema que se sujeita às limitações legais, as quais, se não observadas, ensejarão a declaração de abusividade do direito de greve. 3 Os meios adotados pelos empregados e empregadores na greve poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem? Exemplifique. R.: Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem. O que mostra que a greve é um direito constitucional que não invalida outros direitos do mesmo nível, dentre os quais podem referir-se: - o direito constitucional de solução pacífica dos conflitos (CF, art. 4º, VII); - o direito à vida, à liberdade, à segurança, à propriedade (CF, art. 5º, caput); - a livre manifestação do pensamentodaqueles que são contrários à greve (CF, art. 5º, IV); - o direito de indenização por dano material, moral ou à imagem (CF, art. 5º, V); - o respeito às convicções políticas, filosóficas e crenças religiosas (CF, art. 5º, VIII); - a inviolabilidade da intimidade e da vida privada das pessoas (CF, art. 5º, X); - o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (CF, art. 5º, XIII); e - o direito de livre locomoção (CF, art. 5º, XV), garantias que merecem proteção diante do direito de greve e que o restringem para que possam ser preservadas e se exercitem na plenitude do seu significado. 4 A greve é permitida em que serviços, de acordo com a Constituição de 1988? R.: A Constituição, ao dispor que compete aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade e os interesses a defender através da greve, permite-a nos serviços ou atividades essenciais, desde que condicionado o seu exercício ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Portanto, a greve, na Constituição de 1988, é permitida em todos os serviços, incluindo os essenciais para a vida da comunidade. Mas, neste pormenor, transferiu para a lei ordinária a decisão sobre o rol dessas atividades, bem como dispor sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (CF, art. 9º, § 1º). 5 Em caso de greve, como é garantida a prestação de serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade? R.: A Lei nº 7783/89 dispõe que os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados de comum acordo, a garantir durante a greve, 26 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (art. 11). No entanto, no caso de inobservância desta regra, o poder público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis, podendo requisitar trabalhadores e bens do empregador para, em caráter excepcional, garantir o regular funcionamento de serviços essenciais (art. 12). Além disso, são necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população (parágrafo único do art. 11). 6 Quando o direito de greve pode ser considerado abusivo? R.: O direito de greve, um direito fundamental dos trabalhadores, será abusivo quando seus titulares excederem manifestamente os limites impostos por fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. A qualificação ‘abusiva’ é adquirida por conta do excesso, e não do uso regular, pois por ser excessivo e contrariar o bem- estar social e a previsão legal, o ato é violador e considerado pelo sistema jurídico brasileiro como ilícito. 7 Quais são os requisitos para o exercício do direito de greve? R.: O exercício do direito de greve obedecerá aos requisitos estabelecidos na Lei de Greve e nos estatutos de cada sindicato de trabalhadores, adequados à realidade de cada categoria: - a primeira condição é a convocação da assembleia de trabalhadores para deliberar sobre a paralisação e definir as reivindicações a serem defendidas (art. 4º), na forma do estatuto da entidade sindical, mas, na falta de entidade sindical, a assembleia geral dos trabalhadores interessados deliberará, constituindo comissão de negociação (art. 4º, § 2º); - a segunda é a tentativa de negociação coletiva, antes de deflagrar o movimento grevista, pois desde que frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recurso à via arbitral, abre-se o caminho à paralisação coletiva (art. 3º); e - a terceira é a notificação, ao empregador ou seu sindicato, com antecedência mínima de quarenta e oito horas da paralisação (art. 3º, parágrafo único), e de setenta e duas horas nas atividades essenciais, quando a comunicação deverá alcançar empregadores e usuários (art. 13). 8 Como funciona a Administração de Recursos Humanos (ARH) no terceiro milênio? R.: Neste terceiro milênio, a Administração de Recursos Humanos está passando por grandes mudanças e importantes inovações, onde, com a crescente globalização dos negócios e a acirrada concorrência mundial, as palavras de ordem para todas as empresas passaram a ser produtividade, qualidade, eficiência e competitividade. No novo contexto, as pessoas passam 27UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES S I N D I C A L I S M O E N E G O C I A Ç Ã O C O L E T I V A a ser a solução dos problemas da empresa; tornam-se o diferencial para que as organizações possam ser competitivas e deixam de ser o recurso organizacional mais importante, para se tornarem o parceiro principal do negócio.
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