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direito coletivo do trabalho - Conceitos

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Ponto 1 - Direito Coletivo de Trabalho – Conceito, evolução histórica, denominação, conteúdo e função. Fontes normativas. Princípios. Os conflitos coletivos de trabalho e mecanismos para sua solução. 
Tendo em vista o caráter teórico do ponto, foi utilizado apenas doutrina e seguindo a bibliografia a seguir:
· Direito Coletivo do Trabalho – Maurício Godinho Delgado
· Direito Coletivo do Trabalho – Henrique Macedo Hinz
· Sindicatos e Ações Coletivas – Ronaldo Lima do Santos
· Curso de Direito do Trabalho – Gustavo Filipe Barbosa Garcia 
· Curso de Direito do Trabalho – José Cairo Jr. 
· Direito do Trabalho – Vólia Bomfim Cassar
A. CONCEITO
Conceituar/Definir consiste na atividade intelectual de apreender e desvelar seus elementos componentes e o nexo lógico que os mantém integrados (Maurício Godinho Delgado). 
 DEFINIÇÃO SUBJETIVISTA (enfoque nos sujeitos das relações jurídicas centrais do ramo definido): “Conjunto de lei sociais que consideram empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais” (Cesarino Júnior). 
DEFINIÇÃO OBJETIVISTA (enfoque no conteúdo objetivo das relações jurídicas tratadas pelo ramo definido): “Ramo do Direito do Trabalho que tem por objeto o estudo das normas e das relações jurídicas que dão forma ao modelo sindical” (Amauri Mascaro Nascimento). 
DEFINIÇÃO MISTA (combinação dos dois enfoques acima expostos): “Complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que regulam as relações laborais de empregados e empregadores e outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerada sua atuação coletiva, realizada automaticamente ou através das respectivas entidades sindicais” (Maurício Godinho Delgado).
B. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
B.1 – Evolução no Plano Internacional
No Direito Romano encontra-se a semente do sindicalismo, não com a feição atual, mas com certas semelhanças. Eram os colégios romanos que, por determinação da autoridade, dividiam o povo segundo seus ofícios ou artes para facilitar a governabilidade. 
Na Idade Média (século XII), antecedendo e também se distinguindo dos Sindicatos, havia as corporações de ofício, que reuniam as forças produtivas (mestres, aprendizes e companheiros) na mesma entidade. 
No século XIV nascem as Compagnonnage como oposição às corporações de ofício. Isto porque, os aprendizes formados há mais de 5 anos não estavam conseguindo chegar a mestre e, por isso, continuavam como companheiros – dependentes dos mestres e de quem recebiam salário – por muito tempo. Em face disso, revoltaram-se contra o poder e o monopólio dos mestres. Daí surgiu a primeira manifestação sindical dos trabalhadores contra os tomadores de serviços, na defesa dos interesses da classe. 
Diante do cenário de constantes conflitos entre as corporações de ofício e as Compagnonnage e em razão da ideia de liberdade, estas foram extintas no período da Revolução Francesa, de 1789, proibindo-se a associação e a formação de grupos, tendo em vista o receio de violar a liberdade individual. Na época, entendeu-se que referida liberdade não era compatível com a existência de corpos intermediários entre o indivíduo e o Estado. Esse movimento do chamado liberalismo ocorreu na Revolução Industrial, em período marcado pelo individualismo exacerbado. 
Pouco depois, na França, a chamada Lei Le Chapelier, de 17 de julho de 1791, proibiu que cidadãos de um mesmo estado ou profissão tomassem decisões ou deliberações a respeito de seus pretensos interesses comuns. 
A mesma linha era seguida pelo Código Penal de Napoleão, de 1810, que punia a associação de trabalhadores e criminaliza a coalizão. 
Na Inglaterra, por volta de 1820, inspirados por Robert Owen, foram criados os Trade-Unions, mesmo diante da proibição legal de coalizão, pois os trabalhadores necessitavam reivindicar melhoria de condição social pressionando empresários e governo. Em 1824, o Parlamento Inglês revogou a proibição de coalizão.[footnoteRef:1] [1: Não obstante as datas terem sido retiradas diretamente da obra da Vólia Bomfim, Gustavo Filipe apresenta datas um pouco diversas, cujo resumo relativo à Inglaterra ficaria assim: “Na Inglaterra, a partir de 1824, aponta-se uma fase de tolerância quanto à união de trabalhadores, dando origem aos sindicatos. Em junho de 1824, por ato do parlamento inglês, retirou-se a proibição das coligações de trabalhadores. 
Em 1830, são criadas em Manchester as Trade Unions – associações de trabalhadores com o objetivo de mútua defesa e ajuda, indicando uma forma embrionária do sindicato.” ] 
O Direito Coletivo do Trabalho tem início, portanto, nos movimentos de união dos trabalhadores, com o fim de lutar contra condições de trabalho desfavoráveis, buscando melhorias, especialmente em face dos abusos cometidos durante a Revolução Industrial, no século XVIII. 
A referida Revolução Industrial fez surgir a questão social, representada pelo desiquilíbrio nas relações jurídico-econômicas entre trabalho e capital.
As péssimas condições sociais e de trabalho foram fatores determinantes para surgir o sindicalismo, como forma de união entre os trabalhadores na luta contra as injustiças e desigualdades sociais e econômicas. 
As greves ocorridas no período também fortaleceram o movimento de associação profissional. 
O Manifesto Comunista (1848), de Marx e Engels, conclamava os trabalhadores à união, bem como condenava a supressão das corporações, defendendo a necessidade de os operários se organizarem e se associarem, para possibilitar a manifestação de suas opiniões e a obtenção de melhores condições de vida. 
Na França, a Lei Waldeck-Rousseau, de 21 de março de 1884, passou a autorizar que pessoas da mesma profissão, ou de profissão conexas, se reunissem em associações, independentemente de autorização do Estado, para a defesa de seus interesses econômicos e profissionais. 
Na Alemanha, a Constituição de Weimar, de 1919, assegurou o direito de associação, sendo a primeira Constituição a estabelecer preceitos pertinentes ao Direito Coletivo do Trabalho. 
Na evolução da história, observa-se ainda a formação de sistemas sindicais ligados ao regime fascista, em que o sindicato é submetido aos interesses do Estado. No corporativismo, o Estado também centraliza todas as decisões, procurando manter o sindicato sob o seu controle. 
O movimento sindical de concepção socialista, por sua vez, acabou desenvolvendo as suas atividades sob a direção do Partido Comunista (Rússia), exercendo o papel de “correia de transmissão da ideologia comunista”, tal como proposto por Lenin. 
Por fim, a terceira concepção (a 1ª é relativa ao regime fascista e a 2ª ao socialismo), fundada na autonomia e na liberdade sindical, procurou desatrelar o sindicato do Estado, seguindo o princípio democrático, hoje predominante.
No plano internacional ainda, a DUDH, de 1948, prevê que “Todo homem tem direito de organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses”. 
A Convenção 87 da OIT, de 1948, estabelece as diretrizes pertinentes à liberdade sindical, consideradas essenciais para a democracia nas relações coletivas de trabalho. 
Por sua vez e igualmente importante, a Convenção 98, de 1949, refere-se ao direito de sindicalização e de negociação coletiva. Referida convenção foi complementada pela Convenção 154 de 1981, dispondo sobre a promoção da negociação coletiva, bem como pela Convenção 141, de 1975, tratando da organização sindical dos trabalhadores rurais, e pela Convenção 151, de 1978, referente à sindicalização e negociação coletiva dos servidores públicos. 
Por fim, a Convenção 135 da OIT, de 1971, dispõe sobre a proteção aos representes dos trabalhadores nas empresas.
B.2 - Evolução no Brasil 
A Constituição imperial de 1824 abolia as corporações de ofício no Brasil, seguindo o mesmo movimento de individualização extremado visto na Europa. 
Nada obstante, a origem do movimento sindical brasileiro é observada nas chamadas instituições assistenciais (ligas operárias) a partir de 1872, que reivindicavam melhores condições de trabalho com certa influênciade trabalhadores estrangeiros. Existiam também as sociedades de socorros mútuos e as sociedades cooperativa de operários. 
A Constituição de 1891 não dispunha expressamente sobre as entidades profissionais, mas apenas de forma mais genérica havia a previsão de que “a todos é lícito associarem-se e reunirem-se livremente e sem armas; não podendo intervir a polícia senão para manter a ordem pública”. 
A criação dos primeiros sindicatos ocorreu em 1903. Eram ligados à agropecuária e à pecuária, sendo reconhecidos pelo Decreto 979, de 06 de janeiro de 1903, que permitiu aos citados profissionais a organização em sindicatos para o estudo, custeio e defesa de seus interesses. 
Em 1906, no Rio de Janeiro, foi realizado o 1º Congresso Operário Brasileiro, por meio do qual o sindicato alcançou dimensão nacional. 
Em 1907, surgiu o primeiro sindicato urbano, reconhecido por Decreto, que criou sociedades corporativas, facultando a qualquer trabalhador, inclusive de profissões liberais, a associação a sindicatos, com objetivos de estudo e defesa dos interesses de sua profissão e de seus membros. 
O Código Civil de 1916 estabelecia não ser possível a constituição, sem prévia autorização, de sindicatos profissionais e agrícolas legalmente autorizados. 
Mais adiante, sofrendo forte influência da doutrina do Estado corporativista, que centraliza para si a organização da economia nacional, o Decreto 19.443, de 1930, criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, atribuindo aos sindicatos funções delegadas do poder público. 
O Decreto 19.770, de 1931, conhecido como a “Lei dos Sindicatos”, aprovado pelo governo de Getúlio Vargas, inspirada no modelo corporativista italiano, estabeleceu a distinção entre o sindicato de empregados e o sindicato de empregadores, exigindo o reconhecimento do Ministério do Trabalho para a aquisição de personalidade jurídica, bem como instituiu o sindicato único para cada profissão da mesma região. 
O Decreto previa também: a vedação ao sindicato de exercício de atividade política; a exclusão dos funcionários públicos da sindicalização, sujeitando-se à lei especial; permissão de criação de federações e confederações, também sujeitas à fiscalização do Ministério do Trabalho; previsão para que os sindicatos pudessem celebrar CCTs e Contratos Coletivos de trabalho; agrupamento das profissões idênticas, similares e conexas oficialmente em bases municipais; e ainda, a vedação de filiação de sindicatos a entidades internacionais sem a autorização do Ministério do Trabalho. 
O Decreto 24.694, de julho de 1934, a pretexto de regular a pluralidade sindical, estabelecia sérias restrições a tal liberdade. Com efeito, a norma mencionada dispunha que o sindicato se formava com, no mínimo, um terço dos emrpegados que exerciam a mesma profissão na respectiva localidade. A formação de sindicato de empregadores exigia a reunião de cinco empresas, ou, no mínimo, dez sócios individuais. 
A Constituição de 1934 previa que “os sindicatos e as associações profissionais serão reconhecidos de conformidade com a lei”. No entanto, a pluralidade e a autonomia sindical deixaram de prevalecer em razão do Decreto 24.694. 
Na Constituição de 1937, que recebeu influência do sistema fascista e da Carta del Lavoro, seguindo o regime corporativista, previa o seguinte: “A associação profissional ou sindical é livre. Somente, porém, o sindicato regularmente reconhecido pelo Estado tem o direito de representação legal dos que participarem da categoria de produção para que foi constituído, e de defender-lhes os direitos perante o Estado e as outras associações profissionais, estipular contratos coletivos de trabalho obrigatórios para todos os seus associados, impor-lhes contribuições e exercer em relação a eles funções delegadas de Poder Público”. 
Ainda na Constituição de 1937 foi instituída a Justiça do Trabalho, a qual ainda não integrava o Poder Judiciário. Ademais, havia a declaração de que a greve o lock-out eram “recursos antissociais nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores interesses da produção nacional”. 
O Decreto 1.402/1939 regulava o sindicato único, permitindo a intervenção e a interferência do Estado, com perda da carta sindical no caso de desobediência à política econômica determinada pelo governo. 
Essa herança corporativista se transferiu para a CLT de 1º de maio de 1943, em especial nos seguintes pontos: necessidade de reconhecimento do sindicato em si pelo Estado pela “Carta Sindical”; unicidade sindical; estabelecimento de critérios para a “investidura sindical”, conferida à associação profissional mais representativa, a juízo do Ministro do Trabalho; as deliberações da Assembleia- Geral sofriam interferência do Estado, como, por exemplo, a mesa apuradora dever ser presidida por Membro do Ministério Público do Trabalho; caso houvesse dissidio ou circunstâncias que perturbassem o funcionamento de entidade sindical ou motivos relevantes de segurança nacional, o Ministro do Trabalho poderia nela intervir; e o Ministério do Trabalho poderia designar o presidente da sessão eleitoral das eleições sindicais. 
A organização sindical rural foi disciplinada pelo Decreto-Lei 7.038/1944. 
A Constituição de 1946 previa “é livre a associação profissional ou sindical, sendo reguladas por lei a forma de sua constituição, a sua representação legal nas convenções coletivas de trabalho e o exercício de funções delegadas pelo Poder Público”.
Na mesma Constituição de 1946 foi reconhecido o direito de greve, remetendo à lei a regulação de seu exercício. 
A Constituição de 1967 previa ser “livre a associação profissional ou sindical”, sendo sua constituição, representação legal nas convenções coletivas de trabalho e o exercício de funções delegadas pelo Poder Público remetidas à regulação pela lei. Previa também a obrigatoriedade do voto nas eleições sindicais. Essas disposições foram mantida pela EC 01/69. 
O Decreto-Lei 229, de 28 de fevereiro de 1967, inseriu diversas alterações na CLT, regulando a possibilidade dos sindicatos de celebrar acordos e convenções coletivas, bem como a obrigatoriedade do voto sindical.
O Ato Institucional 5 de 1968, ao permitir ao Presidente da República a possibilidade de suspender direitos políticos, neles incluía o direito de votar e ser votado nas eleições sindicais. 
Em 1985, portaria do Ministério do Trabalho revogou a Portaria 3337/1978, que proibia a existência das centrais sindicais. Iniciou-se assim, a criação de centrais sindicais pelos trabalhadores, embora sem previsão legal expressa. 
Além disso, houve forte movimento de sindicalização reivindicativa e de greve na região do ABC em São Paulo, com destaque para a indústria automotiva. 
A Constituição de 1988 passou a adotar o princípio da liberdade sindical, ainda que impondo sérias restrições. 
Entre as alterações significativas decorrentes da CF/88 está o art. 8º, I, que prevê “ a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical”. Com efeito, diversas regras contidas na CLT tornaram-se incompatíveis com a ordem constitucional. 
Segundo Maurício Godinho Delgado, a CF/88 e suas emendas promoveram os seguintes avanços democráticos no Direito Coletivo do Trabalho:
a) Pioneirismo de assegurar a ampla liberdade sindical e a ampla autonomia dos sindicatos, vendando a intervenção política-administrativa nessas instituições (art. 8º, I);
b) Fortalecimento do papel representativo dos sindicatos na vida econômica, social, profissional e jurídica com base: nas prerrogativas de atuação dessas entidades em questões administrativas e judiciais, mediante a substituição processual; e na participação obrigatória nas negociações coletivas de trabalho; 
c) Favorecimento da negociação coletiva trabalhista; 
d) Garantia ampla do direito de greve;
e) Fortalecimento das ações coletivas no Processo do Trabalho
f) Atribuição de novo e destacado status ao direito individual dotrabalho ao atribui-los caráter de direitos e garantias individuais fundamentais e com isso vedando que o Direito Coletivo do Trabalho atue como instrumento de diminuição do patamar civilizatório mínimo instituído pelo Direito Individual do Trabalho;
g) Fortalecimento e Universalização da Justiça do Trabalho;
h) Transformação, Fortalecimento e Universalização do Ministério Público do Trabalho
i) Extinção da representação Classista na Justiça do Trabalho;
j) Ampliação da competência jurisdicional da Justiça do Trabalho;
k) Restrição do Poder Normativo da Justiça do Trabalho nos Dissídios Coletivos de Natureza Econômica; 
Após a promulgação da Constituição do trabalho, ocorreram ainda: o reconhecimento e institucionalização das Centrais Sindicais por meio da Lei 11.648, de 2008; ratificação das Convenções 135 – proteção de representantes de trabalhadores (em 14 de dezembro de 1989) e 151 – direito de sindicalização e relações de trabalho na Administração Pública (em 7 de abril de 2010). 
Por fim, a Reforma Trabalhista alterou importantes dispositivos celetistas, em especial: Representação de empregados em empresas com mais de 200 empregados, com garantia de emprego aos eleitos; fim da contribuição sindical obrigatória; prevalência da negociação coletiva sobre a lei em determinadas matérias; vedação de matérias objeto de negociação coletiva; vedação à ultratividade das normas coletivas; prevalência dos Acordos Coletivos de Trabalho sobre as Convenções Coletivas de Trabalho. 
C. DENOMINAÇÃO
Denominações arcaicas:
· Direito Industrial. Vinculado à crescente industrialização no século XIX. Inadequado em razão de ser excessivamente amplo uma vez que englobaria regras, institutos e princípios do Direito Empresarial e Econômico (invenções, patentes, etc). Também inadequado em razão de não abranger outros segmentos justrabalhistas como o de serviços e o agropecuário. 
· Direito Operário. Recebe as mesmas críticas da denominação Direito Industrial por focar em apenas um dos sujeitos (o empregado operário), excluindo as demais relações jurídicas empregatícias. Ademais, em quase nada sugere no tocante ao Direito Coletivo. 
· Direito Corporativo. Tornou-se corrente durante as experiências juspolíticas características dos modelos de normatização estatal e subordinada, em especial, o fascismo do século XX. Com efeito, não é mais utilizada por se referir justamente ao sistema no qual a organização sindical é controlada pelo próprio Estado. 
Denominações atuais:
· Direito Coletivo do Trabalho. Denominação de caráter objetivista, realçando o conteúdo do segmento jurídico identificado: relações sociojurídicas grupais, coletivas, de labor. A virtude da presente denominação está em sua adequada pertinência ao objeto referenciado: indica o segmento do Direito que regula condutas, dinâmicas e vínculos de caráter grupal, no plano justrabalhista. 
· Direito Sindical. Tem caráter subjetivista. Enfatiza um dos sujeitos do Direito Coletivo do Trabalho, o sindicato. Criticado pois o Direito Coletivo do Trabalho não está inteiramente ligado a entidades sindicais. Embora o sindicato seja a mais importante entidade participe de tais condutas, vínculos e dinâmicas, pode não ser a única existente.
· Direito Social. Peca pela dubiedade. Abrange o Direito Previdenciário e Acidentário do Trabalho. Também designa os Direitos Ambiental e o do Consumidor. Outra crítica que se faz é a circunstância de a expressão “social”, na essência, traduzir característica atávica a qualquer ramo jurídico, não podendo, desse modo, identificar com singularidade apenas um deles. 
D. CONTEÚDO
É dado pelos princípios, regras e institutos que regem a existência e desenvolvimento das entidades coletivas trabalhistas, inclusive suas inter-relações, além das regras jurídicas criadas em decorrência de tais vínculos (Maurício Godinho Delgado).
São os princípios e normas regulatórios dos sindicatos, da negociação coletiva, da greve, do dissídio coletivo e outras ações metaindividuais de interesse trabalhista, da mediação e arbitragem coletivas, ao lado dos dispositivos criados pela negociação coletiva e negócios coletivos, por exemplo. 
E. FUNÇÃO
Funções Gerais (inerentes aos Direitos Individual e Coletivo do Trabalho):
a) melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica;
b) caráter modernizante e progressista, do ponto de vista econômico e social. A legislação trabalhista, desde seu nascimento, cumpriu o relevante papel de generalizar ao conjunto do mercado de trabalho aquelas condutas e direitos alcançados pelos trabalhadores nos segmentos mais avançados da economia, condições mais modernas, ágeis e civilizadas de gestão de força de trabalho. Distribui renda equanimente ao conjunto da sociedade e País envolvidos, por meio da valorização que impõe ao labor humano. Com isso, alarga e fortalece o mercado interno da respectiva economia, conferindo dinamismo e organicidade. Ademais, estimula o empresário a investir tanto em tecnologia como no aperfeiçoamento de sua mão de obra, de modo a elevar a produtividade do trabalho em seus empreendimentos. Por fim, incrementa a adoção de fórmulas mais eficientes e respeitosas de gestão trabalhista, eclipsando modalidades obscurantistas de gerência e gestão de pessoas no universo empresarial.
c) função civilizatória e democrática. O direito do Trabalho se transformou em um dos instrumentos mais relevantes de inserção na sociedade econômica de parte significativa dos segmentos sociais despossuídos de riqueza média acumulada, e que, por isso mesmo, vivem, essencialmente, de seu próprio trabalho. Assegura um tratamento jurídico diferenciado e protetivo às pessoas humanas trabalhadoras no contexto da sociedade e economia capitalistas. 
d) função conservadora. Por conferir legitimidade política e cultural ao sistema de ´produção básico da sociedade contemporânea, ou seja, o sistema capitalista. 
Funções Juscoletivas Específicas:
i) geração de normas coletivas;
ii) pacificação de conflitos de natureza sociocoletiva 
iii) função social e política. Distribui riquezas.
iv) importante papel econômico. Aptidão para produzir a adequação às particularidades regionais ou históricas de regras de indisponibilidade apenas relativa característica de direito individual do trabalho, conferindo a este dinamismo econômico. 
F. FONTES NORMATIVA
As fontes normativas do Direito Coletivo do Trabalho são: 
· Constituição Federal, em especial, os arts 7º a 11; 
· instrumentos normativos (convenções ou acordos coletivos); 
· sentenças normativas; 
· Convenções e Tratados Internacionais; 
· CLT;
· leis esparsas; 
· e decretos expedidos pelo Poder Executivo. 
G. PRINCÍPIOS
Os princípios do Direito Coletivo de Trabalho constroem-se em torno da noção de ser coletivo e das prerrogativas e papéis assumidos por tais sujeitos no contexto de suas relações recíprocas e em face dos interesses que representam. 
Maurício Godinho Delgado os divide nos seguintes três grupos:
A) relativo às diretrizes assecuratórias das condições de emergência e afirmação da figura do ser coletivo obreiro:
A.1 – Liberdade associativa e sindical. 
Segundo Godinho, se subdivide em liberdade de associação (mais abrangente) e liberdade sindical. A primeira não se restringe à área e temática econômico-profissionais (onde se situa a ideia de liberdade sindical).
De acordo com Vólia Bomfim, este princípio é a espinha dorsal do Direito Coletivo representado por um Estado Social e Democrático de Direito. 
Com base na Convenção 87 da OIT, a liberdade sindical consiste no direito dos empregadores e dos empregados, sem distinção e intervenção estatal, de constituírem as organizações que considerem convenientes, assim como se filiarem a essas organizações ou dela se desligarem. 
A.2 – Princípio da Autonomia Sindical
Sustenta a garantia de autogestão às organizações associativas e sindicais dos trabalhadores, sem interferências empresarias ou do Estado. 
Trata da livre estruturação interna do sindicato, sua livre atuação externa, sua sustentação econômico-financeirae sua desvinculação de controles administrativos estatais ou em face do empregador. 
B) princípios regentes das relações entre os seres coletivos trabalhistas
B.1 – Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva
A validade do processo negocial coletivo se submete à necessária intervenção do ser coletivo institucionalizado obreiro (o sindicato). 
B.2 – Princípio da Equivalência dos Contratantes Coletivos
Reconhecimento de um estatuto sociojurídico semelhante a ambos os contratantes coletivos (o obreiro e o empresarial). 
B.3 – princípio da Lealdade e Transparência na Negociação Coletiva
Dever de agir de boa-fé. O direito à informação visa a ser fornecida a exata noção da contabilidade da empresa e os empregadores dos reais problemas enfrentados pelos empregados. 
C) Princípios Regentes das relações entre normas coletivas negociadas e normas estatais
C.1 – Princípio da Criatividade Jurídica da Negociação Coletiva
Traduz a noção de que os processos negociais coletivos e seus instrumentos (CCT e ACT) têm real poder de criar norma jurídica em harmonia com a normatividade estatal. 
Segundo Gofdinho, consubstancia a própria justificativa de existência do Direito Coletivo de Trabalho.
C.2 – Princípio da Adequação Setorial negociada
Esse princípio trata das possibilidades e limites jurídicos da negociação coletiva. 
Para a observância do princípio em tela, é necessário que a negociação coletiva:
· implementem um padrão setorial de direito superior ao padrão geral oriundo da legislação heterônima aplicável;
· transacionem setorialmente somente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade apenas relativa. 
Outros Princípios
Vólia Bomfim acrescenta os seguintes princípios em sua obra:
i) princípio da preponderância do interesse coletivo sobre o individual.
Com base nesse princípio, é possível que, em nome da manutenção da saúde da empresa, a negociação coletiva suprimir, flexibilizar ou alterar direitos antes garantidos aos trabalhadores.
ii) princípio da busca do equilíbrio social ou da paz social. 
A negociação coletiva visa a restabelecer o equilíbrio social.
iii) princípio da adequação ou da adaptação
A finalidade da negociação coletiva é a de adequar os direitos trabalhistas a cada categoria, de acordo com a região, época, situação econômica, empresa, condições de trabalho, etc. 
iv) princípio da atuação de terceiros
Quando as partes não conseguirem, isoladamente, chegar a u m consenso, os interessados devem ser acompanhados por um terceiro para, intermediando a negociação, aproximar os pontos de vistas, diminuir as animosidades, podendo atuar de forma ativa ou passiva, arbitrando ou não a solução. 
H. OS CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO E MECANISMOS PARA SUA SOLUÇÃO
Os Conflitos coletivos de trabalho podem ser classificados em: de natureza econômica; e de natureza jurídica. 
Natureza Econômica: objetivam a criação ou modificação das condições de trabalho. Frisa-se que a greve e o lockout são considerados como expressão de conflito coletivo de trabalho (Vólia Bomfim, Aumari Mascaro Nascimento, Sérgio Pinto Martins e Otávio Bueno Magano). 
Natureza Jurídica: visam à interpretação ou à aplicação de normas jurídicas preexistentes, como as de instrumento coletivo e regulamento de empresa. Para alguns, pode ocorrer o Dissídio Coletivo para interpretação de lei em sentido estrito que discipline especificamente determinada categoria diferenciada. 
Mecanismos de Solução
Segundo Américo Plá Rodriguez, há seis formas de solução de conflitos coletivos:
1) Ajuste direto (firmado entre patrão e empregados, sem a participação de terceiros. Ex. Acordo Coletivo de Trabalho);
2) Investigação. Uso de perito para analisar e apresentar parecer técnico;
3) Conciliação. Terceiro busca aproximar as partes conflitantes para buscar concessões mútuas.
4) Mediação. Terceiro formula recomendações, conselhos e faz indicação das melhores soluções (conceito de mediação extraído do Livro de Curso de Direito do Trabalho de Vólia Bomfim). 
5) Arbitragem. 
6) Decisão judicial ou jurisdição. Exemplos: ACP, MS coletivo, e dissídio coletivo. 
Para corrente diversa, as formas de solução seriam: 
a) Autodefesa. Exemplos: sabotagem, boicotagem, greve e lockout;
b) Autocomposição. Renúncia e transação, conciliação e mediação
c) Heterocomposição. Arbitragem e jurisdição. 
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