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FACULDADE BAIANA DE DIREITO ANA LUIZA PONTES FEITOSA AVALIAÇÃO DE DIREITO PENAL II SALVADOR/BA 2021 ANA LUIZA PONTES FEITOSA AVALIAÇÃO DE DIREITO PENAL II Atividade solicitada pelo professor Daniel Nicory como requisito para a efetivação na disciplina de Direito Penal II da Faculdade Baiana de Direito. Salvador, 3 de junho de 2021. SALVADOR/BA 2021 1. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, o ex-presidente Donald Trump poderia ser considerado autor da invasão ao Capitólio? Justifique (1,5) De acordo com o texto acima, o ex-presidente não poderia ser considerado autor da invasão ao Capitólio, pois geralmente os autores planejam e anunciam o fato e de acordo com a legislação brasileira, o autor que realiza a conduta tipificada na lei. Nesse caso, Trump não planejou ou anunciou nenhum tipo de ação delituosa ao Capitólio, apenas citou a manifestação, mas não induziu os manifestantes a agirem de forma invasiva e nem executou um plano para que esse tipo de ação tivesse acontecido. 2. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, o ex-presidente Donald Trump poderia ser considerado partícipe da invasão ao Capitólio? Justifique (1,5) Ao observar o concurso de pessoas, Donald Trump também não poderia ser considerado partícipe da invasão, por conta que o partícipe moral se dá pela instigação ou induzimento de alguma ação delituosa, nesse caso, o ex-presidente apenas instigou a ida ao Capitólio para a manifestação, não instigou com o objetivo da invasão para resultar em mortes ou deixar pessoas feridas, apenas a manifestação. 3. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, poder-se-ia dizer que foi praticado fato penalmente típico contra a manifestante Ashli Babbit? Justifique (1,0) Sim. De acordo com Art. 121, §1º do Código Penal, o homicídio da manifestante é um fato penalmente típico, pois ocorreu conduta da segurança em atirar na moça enquanto haviam outros manifestantes no local, já cometendo o ato de invasão da sala fechada, as forças de segurança poderiam ter atuado de forma menos radical com os manifestantes, porém houve disparos de tiros que acabaram matando a manifestante Ashli Babbit, configurando o crime de homicídio previsto no Código Penal. 4. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, poder-se-ia dizer que foi praticado fato penalmente antijurídico contra a manifestante Ashli Babbit? Justifique (1,5) Nesse caso ocorreu o fato penalmente antijurídico, pois ao analisar as causas de exclusão da antijuridicidade, podemos destacar o Art. 23, III do CP no qual se refere que não há crime quando o agente pratica o ato em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício legal do direito. Com a ação das forças de segurança, o fato de atirar especificamente na manifestante, ao invés de conter a multidão na hora da invasão, o ato de balear pode ser considerado um excesso do estrito cumprimento do dever legal estabelecido pelo Art. 23, III, por conta que os seguranças agiram de forma excessiva e extremista ao invés de tentar impedi-los de invadir a sala, podendo ter atuado de forma mais "pacífica" com os manifestantes. Assim, pode-se configurar o ato abusivo de autoridade, pelo fato do excesso ocorrido na ação de cumprimento do dever legal. 5. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, o ex-presidente Donald Trump poderia ser responsabilizado penalmente pela morte da manifestante Ashli Babbit? Justifique (1,0) Não. Pois a morte da manifestante foi ocasionada por uma reação das forças de segurança durante a invasão da sala e pode ser considerado o crime de homicídio estabelecido pelo Art. 121 do Código Penal cometido pela segurança. Dessa forma, Donald Trump não poderia ser responsabilizado pelo crime de homicídio praticado pela segurança contra a manifestante Ashli. Além disso, como Trump não foi considerado autor nem participe da invasão ao Capitólio, não poderíamos considerar que o ex-presidente corresponderia por tal ato realizado pelas forças. 6. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, poder-se-ia dizer que foi praticado fato penalmente típico contra o policial David Sicknick? Justifique (1,0) Sim. Pois de acordo com o acontecido, no qual um manifestante lança um extintor de incêndio contra o policial, resultando na morte do mesmo durante a manifestação, houve fato típico contra Brian. De acordo com o Art. 129, §3º que configura-se em lesão corporal seguida de morte, sendo um ato preterdoloso praticado pelo manifestante, por conta que houve a ocorrência do ato doloso antecedente, que se configura no arremesso do extintor no policial e o ato culposo subsequente, que resultou na morte do policial. 7. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, poder-se-ia dizer que foi praticado fato penalmente antijurídico contra o policial David Sicknick? Justifique (1,5) Sim. Pode-se considerar que esse fato foi antijurídico, pois não houve nenhuma ocorrência de exclusão da antijuridicidade, Art. 23 do CP, pois a exclusão consiste nas normas que tem capacidade de exclusão da antijuridicidade da conduta tipificada. Além disso, o ato de lesão corporal cometido pelo manifestante contra o policial, está previsto no ordenamento jurídico e a conduta do manifestante fere o tipo legal previsto, assim, ocasionando a antijuridicidade. 8. Se os eventos tivessem ocorrido no Brasil, o ex-presidente Donald Trump poderia ser responsabilizado penalmente pela morte do policial David Sicknick? Justifique (1,0) Nesse caso, também não poderíamos afirmar que Donald Trump deve ser responsabilizado pela morte do policial. O ato da lesão corporal seguida de morte (Art. 129, §3º) foi praticado pelo manifestante durante o confronto, além disso, Trump em seu discurso não incentiva nenhum ato de agressão ou violência durante a manifestação, além de não fornecer nenhum tipo de apoio ou instrumento para a realização deste ato, assim, o ex-presidente não inflamou ou instigou tal ação praticada pelo manifestante.
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