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ATIVIDADE 02 - EMPRESARIAL 1 - LETRA DE CAMBIO, NOTA PROMISSORIA

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Atividade 02 – Direito Empresarial III - 2020 
Considerando que a Letra de Câmbio é um título completo esclareça se é possível 
sua aplicação como um investimento bancário, e se sim esclareça quem são os 
agentes na relação triangular da LC. 
A letra de câmbio é um título de crédito pelo qual o sacador (emitente) dá ao 
sacado (aceitante), ordem de pagar, ao tomador (beneficiário investidor), determinada 
quantia, no tempo e no lugar fixados na letra. É o principal instrumento de captação das 
sociedades de crédito, financiamento e investimento, “financeiras”. 
Temos uma relação triangular: o emitente é o devedor, a instituição financeira é 
o aceitante e o beneficiário é a pessoa física ou jurídica que está investindo o valor. 
É conhecida como o “Certificado de Depósito Bancário das financeiras” pois 
possui características similares a um CDB. 
É um instrumento de renda fixa e trata-se de um título nominativo que pode ser 
pré-fixada ou pós-fixada. Na letra de câmbio pré-fixada, se sabe exatamente o quanto 
irá receber no vencimento do título; na pós-fixada, não se sabe antecipadamente qual 
rendimento a aplicação terá, mas se sabe qual índice irá norteá-la. 
Se empresta o dinheiro, seja para o banco ou financeira, e em troca se recebe o 
valor emprestado acrescido de juros e correção monetária em uma data definida no 
momento da aplicação. Assim como outros investimentos de renda fixa, a letra de 
câmbio tem garantia do FGC (Fundo Garantidos de Crédito), que serve como um seguro 
contra qualquer problema com a empresa que emitiu o título. 
A taxa de rentabilidade da letra de câmbio depende de seu emissor, no caso, as 
financeiras. As instituições de pequeno e médio porte costumam emitir letras de câmbio 
com maiores rendimentos, pois o risco é maior. 
Cada emissor define seu prazo, normalmente, é de dois anos. Quanto maior o 
prazo, maior a taxa de rendimento. 
A Nota Promissória pode ser objeto de garantia em algum contrato de bancário? 
Justifique sua resposta juntando pelo menos duas jurisprudências atuais. 
Entendem os Tribunais que a nota promissória pode ser objeto de garantia em 
um contrato bancário: 
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CAUTELAR. SUSTAÇÃO DO PROTESTO DA 
NOTA PROMISSÓRIA. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS RECURSAIS. NÃO 
CABIMENTO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA RECORRIDA. RECURSO NÃO 
PROVIDO. 1. Vale nota a Súmula 258 do Superior Tribunal de Justiça: A nota 
promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia 
em razão da iliquidez do título que a originou. 2. Por outro lado, não há nada que 
impeça à emissão de nota promissória para garantia de contrato bancário. 
Porém, o título fica vinculado ao contrato, servindo-se tão somente como garantia 
subsidiária, espécie de caução, sendo por isso não provido de autonomia. Dessa 
forma, obtendo o valor exato devido pelo autor, possível valer-se da garantia do 
contrato. Portanto, somente após a definição do valor exato é possível a ré levar 
a efeito o protesto da nota promissória. Precedentes. 3. In casu, aplica-se de 
forma análoga a Súmula 258 do STJ nos contratos de empréstimo/financiamento 
que embasam a presente ação. Outrossim, evidencia-se a iliquidez da nota 
promissória. Contudo, é possível utilizar-se desta garantia somente após a 
obtenção do valor exato devido pela parte autora. 4. Assim, escorreita a r. 
sentença recorrida ao reconhecer que a nota promissória não se reveste das 
formalidades necessárias para sua validade, julgando procedente o pedido de 
sustação do protesto da nota promissória pelo valor de face. 5. Considerando que 
o recurso foi interposto sob a égide do CPC/1973 e, nos termos do Enunciado 
Administrativo nº 7, elaborado pelo Superior Tribunal de Justiça para orientar a 
comunidade jurídica acerca da questão do direito intertemporal, tratando-se de 
recurso interposto contra decisão publicada anteriormente a 18/03/2016, não é 
possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na forma do 
artigo 85, § 11, do CPC/2015. 6. Apelação não provida. (TRF-3 - Ap: 
00021146720034036116 SP, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL HÉLIO 
NOGUEIRA, Data de Julgamento: 24/07/2018, PRIMEIRA TURMA, Data de 
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:03/08/2018) 
APELAÇÃO. AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. NOTA PROMISSÓRIA 
VINCULADA À CONTRATO BANCÁRIO. PRESCRIÇÃO. Incidência do prazo 
do art. 206, § 5º, I, CC. Inaplicabilidade do prazo previsto para enriquecimento 
sem causa (art. 206, § 3º, IV, do CC). Subsidiariedade inocorrente. Cobrança com 
origem em contrato de financiamento de veículo. Vinculação da nota promissória 
ao contrato bancário que retira a abstração e autonomia da cambial. Existência 
de causa jurídica determinante para a condenação do réu ao ressarcimento do 
autor. Ajuizamento da ação depois de prescrita a pretensão. Sentença mantida. 
Recurso improvido. (TJ-SP - AC: 11351059320188260100 SP 1135105-
93.2018.8.26.0100, Relator: Hamid Bdine, Data de Julgamento: 08/11/2019, 19ª 
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 08/11/2019) 
APELAÇÃO CÍVEL. INSTRUMENTO DE RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA. 
CLÁUSULAS. 1. Ao presente recurso aplica-se o CPC/73. 2. Legalidade da 
capitalização de juros (MP nº 2.170-26/2001, art. 5º). 3. A estipulação de juros 
superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade. 4. A cobrança da 
comissão de permanência é legítima, desde que contratualmente prevista e tenha 
ocorrido o inadimplemento. Outrossim, não pode ser cumulada com outros 
encargos (correção monetária, juros de mora, juros remuneratórios, multa e taxa 
de rentabilidade). 5. O contrato também previu que as prestações mensais seriam 
calculadas mediante aplicação do Sistema Francês de Amortização (Tabela 
Price) que, por si só, não pode ser considerado ilegal. 6. Orientação pacificada 
pela Súmula nº 295 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual a Taxa 
Referencial (TR) é indexador válido para contratos posteriores à Lei 8.177/91, 
desde que pactuada. 7. Não há nada que impeça à emissão de nota promissória 
para garantia de contrato bancário. Porém, o título fica vinculado ao contrato, 
servindo-se tão somente como garantia subsidiária, espécie de caução, sendo por 
isso não provido de autonomia. 8. Apelação desprovida. (TRF-3 - Ap: 
00006684120074036002 MS, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NINO 
TOLDO, Data de Julgamento: 21/05/2019, DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, Data 
de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:27/05/2019) 
Quando a nota promissória é emitida com vinculação a um determinado 
contrato, tal fato deve constar expressamente do título, pois o mesmo pode circular e o 
terceiro que recebê-lo por endosso deve conhecer da relação à qual o título estava 
atrelado. Dessa forma, está descaracterizada a abstração/autonomia do título. 
A nota promissória conserva a sua executoriedade, salvo se o contrato a que está 
ligada descaracterizar a sua liquidez, continuando com a característica de ser um título 
executivo extrajudicial, podendo fundamentar ação executiva contra o devedor. 
Nos casos de serem emitidas notas promissórias em garantia de contratos de 
abertura de crédito bancário devemos observar o teor da Súmula nº 258 do STJ, que 
assim dispõe: "A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não 
goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou".

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