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h Livro: A Voz do Isolamento SeKwMa Academia, 2020 Endereço: Centralidade do Kilamba, Luanda – Angola Telemóvel: 929 550 655 – 222 776 566 Email: bsekwma@gmail.com Proibida a reprodução total ou parcial deste livro sem a autorização Todos os direitos estão reservados por SeKwMa Academia Coordenação editorial: SeKwMa Academia Capa e Design Gelson Manuel & Golden Memoriy Equipa de Revisão Nkuby Telama e Silvina Domingos Acabamentos SeKwMa Academia AUTORES Márcia Fula Master Wily (Wilson Imperial) Hélder Simbad (Hélder André) Grimagno (Gregório Domingos) Optimista Blessedbefu (Domingos Cipriano) Poeta Ausente (Martinho Pedro) Valdemar Fonseca Edson Mulogy (Poeta do Século) Verbo Bucks (Wibilidon Neto) Don Samú (Samuel Domingos) ÍNDICE PREFÁCIO ............................................................................ 5 Convocatória ...................................................................... 6 A Voz do Isolamento ............................................................. 8 Mas que bicho é esse! ........................................................... 9 A falta de amor .................................................................. 10 Fim do Mundo .................................................................... 11 SARS ............................................................................... 14 O que será de nós? ............................................................. 15 A batalha existencial ............................................................ 17 Eu Sonhei… Eu Pensei ........................................................... 18 Efeito COVID ..................................................................... 20 Havemos de Voltar .............................................................. 22 5 PREFÁCIO O clima que vivemos nos últimos dias, não tem sido leve, estamos em guerra mundial e temos como inimigo comum o coronavírus (Covid- 19). Este período é de forte reflexão e meditação, relacionadas, no nosso olhar, à seguinte agenda: a relação entre o homem e o meio ambiente, a falta de amor ao próximo, que tipo de família queremos e estamos a construir…. Expressos entre poemas e crônicas. Nesta fase, um dos factos preocupantes é o isolamento social, sendo que este pode ser um gatilho para um possível desenvolvimento de distúrbios psicológicos das pessoas durante o regime de quarentena; é uma experiência nova para uma sociedade global desencontrada com a essência humana. Reconhecemos, indubitavelmente, ser necessário acatar as orientações dos profissionais de saúde e aplicar as medidas de protecção. Mas no meio de tudo isso, destaca-se joga até ao presente momento da história da humanidade um papel preponderante, quer esses momentos fossem bons ou maus. Para os homens que vivem a arte, o isolamento é percebido de maneira diferente, servindo como um período de inspiração e criação de textos, que exprimem os pensamentos vindos da alma de cada autor, dada a sua vivência durante esta fase,” Poetas não ficam em quarentena”. Desejamos brindar os digníssimos leitores, mensagens de reflexão, esperança, o humor e o encorajamento a todas as pessoas, quer sejam nacionais ou estrangeiros. A escrita transcende o nosso universo, vitaliza o corpo e a alma e nela plantamos as sementes da vida tal como as plantas do éden, igual a sapiência extraída do mais intimo desses brilhantes autores. A obra conta com a participação especial do vencedor do Prémio Literário António Jacinto edição 2017, Hélder Simbad1 Em unidade venceremos o assassino invisível e talvez os homens se tornem mais humanos. Por: Gregório Domingos 1 Escritor e crítico literário, Angolano. Autor dos livros “Enviesada Rosa”; “Insurreição dos signos” e “Tradução Literária”. 6 Título: Convocatória Autor: Grimagno Estilhaços e letras, surgiram numa pancada que minha nave mental sofreu, enquanto sobrevoava o universo infinito e embateu com choques de pensamentos teleguiados pelo bem, em socorro dos aflitos. Numa era terrivelmente dominadas pelos famosos inimigos virais, extremamente mortíferos para todos os mamíferos pensantes. De forma a mitigar a situação e fazer a gestão psicológica dos terráqueos que se encontram isolados em cadeias domiciliares, estendi o batuque aos poetas e escritores com poder de criação que se encontravam a meditar por debaixo dos escombros dos seus cadeirões, ligados ao universo por intermédio de ossos tecnológicos que funcionam num simples click. Com arcos, azagaias e flechas bem preparadas para a famosa batalha, os poetas receberam automaticamente as chamadas, mas antes, achei viável fazer uma leitura da situação para alinhar o plano estratégico: a emergência foi sentenciada por dias sem limites. Resultado: julgamento para todos mamíferos pensantes indexados nas paredes da ignorância. O inimigo deleta os adversários principalmente os desprovidos de Fé, temos de estar armados, dos dedos ao cérebro, carregar a mente com munições de motivações. O álcool tornou-se nosso aliado, tanto em gel como gelado, o sabão azul é mais procurado do que o ópio, o petróleo perdeu rede, está a ser zungado e avacalhado pelas máscaras brancas e luvas pretas no mercado do medo por quase 150 caras do rio da margem norte. Enquanto uns espumam e contraem ataques de psicose, barões do amor durante o tempo de prisão, descobrem que estabelecem ligações nulas com princesas desencantadas, amarrotadas que, camuflavam a realidade das fadas madrinhas em formado makeup. 7 Fadas que peneiram ovos e queimam chá de caxinde, existe a vontade de consumir pinchos, mas a carne lá fora está envenenada (atrofio). Agora andar com “amigou, amigou” é drama, caso ele tusa serás acusado de posse ilegal de arma: O tâmbi é mundial, ouvem-se choros em pontos cardeais É dizumba, é dizumba grande (repita para cuiar mais...) Mas medo não pode se transformar em pânico, nem o pânico em morte antecipada, vamos salvar os mamíferos pensantes dessa situação e sob forma de retribuição depois da tempestade de Wuhan, têm de valorizar mais o abraço e as pessoas que amam, serem melhores do que já são, promover o bem comum, criar condições para aniquilar as assimetrias sócio – económicas, culturais, religiosas e outras. Que esta fase demostre quão frágeis são os mamíferos pensantes, o salalé se alimenta de todos, não quer saber quem fostes, ele alimentar-se-á do pedaço estreito ou gordo de carne. São todos Vulneráreis, por hoje as bombas atómicas, os carros e mansões de luxo não fazem parte do pacote da salvação. Após saírem desta tumba geral, todos os mamíferos pensantes devem realmente pensar em serem mais humanos. Realmente é necessário regressar à essência da existência humana, sem desligar-se do cordão umbilical que nos conecta ao Criador. Agora que estás em contacto comigo, suba na Nave textual e convido-te a: “FICARES EM CASA, Cuide de si e Cuide nós”. 8 Título: A Voz do Isolamento Autores: Hélder Simbad & Grimagno É inaudível a voz do isolamento O medo esmurrando as grades na cabeça A garganta se abre em seu invisível presídio Solta o questionário filosófico DEUS, homens e vírus em seus distintos laboratórios O homem indecifrável vírus O eco se dilui nas paredes da saudade E segue a voz isolada na ausência dos homens invisíveis Também as ruas nas crianças dos natais É uma voz que se não via em nós, uma voz de memória Voz professora Voz sem voz Porque se ouve no silêncioOs braços trepidam Casas isoladas, ouço o bater das portas Vejo fantasmas a saírem de lâmpadas apagadas Que triste sensação de ver a alma partir Desliguei a TV para barrar notícias falsas Mas ela voltou a ligar-se por si só O barulho das maçanetas é arrepiante Acho que vou sucumbir Horrível isolamento… Sinto a falta de respirar liberdade Grito berrante e o som não sai Vou dar em louco O volume do silêncio é mais alto Alguém vem me salvar!.. Prometo fazer diferente E valorizar os meus… Fora e dentro do isolamento 9 Título:Mas que bicho é esse! Autor: Don Samú Que bicho é esse... Que mata o que não come, derruba o que não plantou Que rouba a herança de todos que Deus nos deixou Que consegue transformar o mar azul em um lago preto de óleo Matando toda vida nele até o branco alvo das ondas Nem as águas correntes dos rios consegue purificar a sua mãe. Que bicho é esse... Que até manipula o poderoso vento Destruindo a atmosfera que respira Provocando vendavais, tufões e furacões Que seca o orvalho eliminando o ciclo da chuva Chuva esta que alimenta os prados, savanas e florestas Que bicho é esse... Que constrói onde não deve, destruindo tudo no caminho Deixando milhares de espécies a beira da extinção E tudo porquê? Orgulho, vaidade, materialismo Que destrói e corrói, contamina e polui Até ao ponto de não sobrar nada do perfume de uma planta Esse bicho busca, busca a sua morte Pois a sua ganância levara tudo e todos à perdição Esse bicho deixa o ecossistema fragilizado, descontrolado E acabara seco e vazio como as dunas dum deserto Se não parar e refletir, e recuar e tomar consciência De preservar a natureza para o bem colectivo Enquanto ainda há tempo 10 Título: A falta de amor Autor: Valdemar Fonseca Com o tempo ele esfria-se no tocar do sino que tine; Na ausência do verdadeiro que cristão que o mundo tinge; E torna-se obscuro na acção do benevolente que finge? O porquê da falta de amor? Será que por vivermos num mundo onde a moda é o rancor? Ou por estarmos bruta e fielmente comprometido com a dor? Será por vivermos uma vida onde odiar tem mais sabor que amar? Pela ausência do amor somos capazes do sangue do próximo derramar; Da alma do outro facilmente magoar; Do espelho da fidelidade de quem mais nos ama dilacerar; Por falta de amor, o que era luz baço ficou, já não brilha; O sorriso alegre da criança não mais irradia; E a brisa suave do vento que para todos venta já não esfria; Queria eu viver num mundo que sorria, mas infelizmente a falta de amor o seu âmago todos os dias feria. 11 Poema: Fim do Mundo Autor: Poeta Ausente Eram duas da manhã, quando de repente desperto sem o meu boneco e na escuridão. No mesmo drama, ouço trovões e múrmuros da comunidade numa gigante confusão. Quase que morro de paragem cardíaca. Para uma visão panorâmica. Abro a janela, os tímpanos e os olhos meus seguidamente deito-lhes contra os céus. Lá estavam as nuvens que transavam sem destreza. Óbito? Enquanto gemiam trovões e se viam relâmpagos, os vizinhos choravam, dando-me a certeza que alguém morreu. Então, pude responder-me à questão supracitada. Algumas nuvens sofriam cesariana, da lacuna parecia desfilar uma flecha, isto mesmo uma FLECHA. Bem acelerada. Aquilo inspirava um poema sinistro! Mas era coisa séria para brincar de poeta. Assim, que o silêncio da noite se fugiu de todos, anotou-se o medo, que o relógio chorava aos minutos como quem tende a empurrar o tempo, como quem corre contra o destino tremendo. Formou-se um Arco-íris envolto da Lua no cio, uma Lua coroada de nuvens queimadas, muito revoltadas, tipo uma negra insatisfeita. Logo, logo naquela altura, insatisfeita? Os cães latiam na correspondência do povoado do bairro, recheado de intelectuais, cristão de ceitas diferentes, jovens cunangas, folgados, criminosos, pastores, bêbados, prostitutas, fobadas e as mamãs que violavam a ética, numa orquestra bem diversificada de ofensa, enquanto uns debatiam sobre o FIM DO MUNDO outros se mijavam nas coadas e os filósofos cépticos que julgavam tudo absurdo. Para ser sinceiro, não sei se as mamãs ofendiam a quem, aos cães ou ao mistério? 12 Para o meu maior susto, toca o sino duma Igreja Católica Cristã do bairro, assim estala um cibório. Tim, tim, tim..,mas ou menos assim. O canto do sino. Rasguei um pedaço de papel dos meus pensamentos e rabisquei: - Será que este é um presépio? Vão inventar mais um novo Cristo? Mal terminei. O chão vibrava que nem um telefone NOKIA do Kikolo (rhum, ruhm), o grito dos pais e dos filhos, dos netos, e avós, uaueééé... Azarié.! Mamauééé! Meu Deus! Agora não senhor! Serenavam timidamente, as gotas de água estavam quentes demais, não sei se lá no céu queriam fazer chá ou café?! Que terror! Os gatos riam-se de nós, que até formavam relevos nas chapas de zinco. Um completo CAOS de morrer. Os supersticiosos, já começam a denunciar aos vazios de bruxos, mas os crentes só dizem isto é o FIM DO MUNDO. Falando em crentes, naquele impróprio instante, oiço o vizinho de parede única em boa disposição. Um evangelista neurótico que apodera-se da ocasião e profere uma corrente de oração: - Meu pai, vem nos salvar, nesta hora só você, senhor ó ó Jesus! Pela prosódia, pareceu-me um devoto da Igreja Universal, espumava pela boca, enquanto o chão não parava de vibrar e ficava lamacento. Pessoas viam, pessoas iam, todos desorientados e ansiosos. As portas fecharam-se de repente Já estávamos no curso das 4 horas e 15 minutos, para o grande abalo: Puam, puam, puam! Pelo chão escorregadio, as mamãs com osteomalacia, escorregavam sem travão, parecia uma imitação à zero custo do Michael Jackson. Era o comboio sem ninguém, numa velocidade de tiro, parecia estar nú, enferrujado, Não se via as cores da bandeira do MPLA ou de ANGOLA que veste o mesmo. Pois, estava muito escuro para vê-lo, segundo um mais velho cego do bairro. Nós que estávamos ocupados pelo FIM DO MUNDO, ficamos no PAUSE; Ó uau, milagre! Ele já está a ver? Mas não é hora para isso, vamos voltar aonde estávamos, já registou-se três mortes, um bebé que seguia a mãe e foi abafado por um portão, quando a mãe tentou socorrer, o chão cuspiu-a para uma fossa desabada. Afinal, quando o comboio passou dividiu ao meio um idoso que desmaiou na linha esféria. 13 A chuva não se intensifica e não para de chorar contra os terráqueos. O chão não para de vibrar, pelo menos terramoto, não é nossa realidade? Assim, instiga uma jovem pré-universitária virgem, que vê, os seus dias contados, camuflada num canto triste da parede mais suja dos arredores. Recordam a flecha que saía das lacunas da cirurgia das nuvens? É isto mesmo, recordas? A FLECHA acelerada escreveu-se contra alguém, perceberam? ELA ultrapassara sua região hipogástrica ainda cuspiu sangue pela seta depois de espreitar a coluna vertebral. Alguém, certo. Só não compreendi?! Depois das três pessoas morrerem todos ficaram a gritar de desespero e para mim a olhar, estranho meu! Um total de duzentas e tal pessoas ainda em pé seriamente a vir pegar-me sem contar as trinta e tal desmaiadas; algumas hipertensas já não estão mais a despertar. Pessoas encardidas de lodo e de suor atrevido, lágrimas pálidas no rosto, vêm em palavras de lamentação e de despedida tocar- me, pastores a rezarem para mim e por mim. Eu que sou ATEU E DESCRENTE DO FIM DO MUNDO, LOGO EU? ISTO É RUÍM. Algo aqui não está certo! Recolhi-me para revisar os meus passos, preciso compreender em que parte dessa trama encaixa-me então; não hesitei, por estar sozinho comigo em casa. Suspirei, respirei fundo que quase perdio coração para o quadrante direito superior da caixa torácica. O peito posto em brasa. Meus pés transpiravam ao derreter das vísceras uma homeostasia para equilibrar o meu sistema simpático. Oiço um zumbido tenaz e intromediço entre o intervalo do pânico e a estranheza da atmosfera, eram todos os meus vizinhos mais as trovoadas e os relâmpagos em trincheiras. Ham… agora sei, a FLECHA DA MALDIÇÃO, escreveu-se contra o meu humilde corpo, não consegui perceber, pois sim todos têm em si o respeitoso espanto de me verem a morrer ou a partir. Haaa…!! Deixá la de bobagens; eu nem saí de casa, deixa lá fechar a janela e dormir! FIM DO MUNDO 14 Título: SARS (Síndrome Respiratório Aguda Severa) Autor: Master Wily Por quê? Porque tornaste o mundo sombrio? Chamam-te Coronavírus, Pouco a pouco nos roubas a paz, Hoje já não posso alardear, Tornaste-me airado, Vivo em auréola cheio de arbovírus, Queria eu ser um antivírus, Para que assim esteja protegido do coronavírus, Até os aristocratas também temem pela vida, Tornaste-nos iguais, Disseram-me que és paroxítono Ou estão proparoxítonos, Mas chamam-te de vírus, Trás em nós momentos de reflexão, De geração para geração; Mundo sombrio, cheio de espinho desde a tua chegada, Vens de muito longe e lá deixaste pegada, Não sei por aonde vou, No atalho do destino onde de o vento me levar Levarei albacara como meu alimento, Trás na harmonização e também distância social, Ruas desertas roubaram-nos a sorte O medo bate em nós, Inimigo sombrio assim chora David, Por causa do COVID, Hoje és o vilão coronavírus. 15 Título: Crônicas Poéticas do 13º dia em Quarentena… O que será de nós? Autora: Márcia Fula. Mergulhada nos meus mais profundos pensamentos, me perdi procurando por soluções... por respostas que pudessem pôr fim ao sofrimento do mundo, das dores sem fim, das noites sem dormir e do medo que assola famílias, pequenos países e grandes nações... Busquei por Deus e em suas palavras encontrei o “Livre arbítrio, Ganância dos Homens, os últimos serão exaltados, não há mal que perdure” ... Enfim encontrei perguntas e respostas, respostas que me consolaram e também me inquietaram, que me envolveram num grande misto de sentimentos... (Meu Deus o que será de nós?) ... Ouvir as notícias hoje em dia é algo que todos no mundo fazem, somamos casos, somamos mortes e celebramos recuperações...vivemos com medo, com angústia, queremos as nossas vidas de volta, queremos abraçar nossos pais, amigos, pessoas próximas (já me ia esquecendo...o normal virou anormal, nada de beijos, abraços ou apertos de mão, mas tudo por protecção, não é desprezo, é SALVAÇÃO), queremos voltar a sorrir... Em meio a este caos, pensei com os meus botões e pratiquei o que faço há anos, tirar o melhor de qualquer situação ruim...porquê que não pensamos em amar mais, cuidar mais e desfrutamos mais do que temos, pais, irmãos, maridos, filhos, enfim...porque não aproveitamos o descanso que estamos recebendo (embora que com medos e inseguranças, porque não amar o certo?), estamos recebendo algo que não tínhamos, mais TEMPO DE QUALIDADE COM A FAMÍLIA!!! Devemos cultivar o amor, cuidar da educação dos nossos filhos, amar nossos maridos e esposas, olhar e ser grato pela vida e saúde que temos. Hoje temos tempo de pensar e analisar que os filhos são educados em casa e não na escola, que brigas em casal devem ser devidamente resolvidas (não temos como fugir, heheheh) ... 16 Devemos abrir as nossas janelas e olhar para o céu...a natureza está a voltar a respirar, a dar o que precisamos, pois ela precisava deste tempo para recuperar-se de todo o mal que causamos...animais e plantas voltaram a surgir em vários países, os índices de CO2 diminuíram em quase 30% em todo mundo.... Será que foi preciso perder tudo o que tínhamos, para poder olhar a natureza e a nós, com os olhos de ver?... Mas fica um senão...o que estamos aprendendo? O que estamos fazendo? Seremos os mesmos depois de tudo isso? Estamos conseguindo tirar o melhor de tudo isso? Enfim concluí que nós, sim...Nós os Homens não merecemos a terra que Deus nos deu, não merecemos a natureza que sempre nos acolheu e apenas a destruímos sem limites, sem pensar em devolver a ela o que nos oferece, sem pensar nas gerações vindouras..., mas também não merecemos sofrer como condenados por ganância dos donos do mundo, das super potências que duelam sem limites por mais e mais poder, deixando o povo perecer... 17 Título: A batalha existencial Autor: Hélder Simbad Porém prevalece o tédio O tempo infinito amargos dias Uma batalha existencial Na roda do globo Eis o homem das imponentes torres O das viagens interplanetárias Prostrado diante do minúsculo ser Terráqueo multiplicador Menos que um grão de areia Menos que uma gotícula de saliva Tão enorme como arrogância Pede o Estado a mão do pão Lá fora brinquedos da infância Acordaram gigantes: militares e tanques Expostos ao invisível Há um mar de alcatrão que me separa do amor Portanto eis-me aqui sem mamas para extrair orquídeas Observando a preguiça das horas Enquanto o mundo seleciona habitantes Tenho de sair para recolher lírios Uma desértica rua espia-me O soldado, o vaso azul enorme repele-me Regresso corpo desalmado Como a vasta solidão da casa que assombro Com grafos com facas e lambuzo-me Beija o copo a fúria do azulejo Cristais “kriptonianos” mordem pés Esquizofrénico procuro por mim Não estou, o que queres de mim COVID – 19 18 Título: Eu Sonhei… Eu Pensei E aconteceu no deserto do Universo Autor: Optimista Blessedbefu Eu Sonhei… Eu Pensei… E aconteceu no deserto do Universo Sonhei, Mergulhado no deserto do Universo não pudesse mais chegar a terra da promessa de repente o dia escureceu-se o deserto virou inferno a caminhada tornou-se distante e a multidão…. Oh! a multidão rasgada de tristeza: evocavam em oração! meu Deus, meu Deus, meu Deus … Eu Sonhei… Eu Pensei… E aconteceu no deserto do Universo O deserto do Universo Insuflou tempestade sangrenta isenta, no santuário de cada ente vivente, e o povo… Oh! o povo não entendeu… não percebeu…, mas excedeu no entanto, o espanto de todos são os sinais de novos tempos 19 Eu Sonhei… Eu Pensei… E aconteceu no deserto do Universo Pensei os 40 dias encurtaram-se no domingo da Aleluia os pães na multidão multiplicaram-se os peixes nas águas superabundaram-se e as terras…. Oh! as terras secas e espinhosas tornaram-se férteis. Eu Sonhei… Eu Pensei… E aconteceu no deserto do Universo Aconteceu o deserto do Universo transformou-se na terra prometida. Os pólos em desavença do Norte e do Sul, uniram-se pela força dos Mandamentos da lei de Deus e a multidão…. Oh! a multidão cantou victória, ao som da harpa e da trombeta. 20 Título: Efeito COVID Autor: Verbo Bucks Contemplo o caos biológico instalado Nas armaduras mundiais Onde o escudo protector do planeta Terra tornou-se frágil Disseminação total Afectando vários pontos e locais Efeito eminente! Espalhando-se de uma forma bruta e anormal O caos depressivo hoje toma conta das bandas Razões! Razões! Razões! Todas injustificadas! Pois, o gênero humano não consegue dar respostas às questões colocadas A sapiência humana foi vencida e não encontra respostas Cidades sombrias Distanciamento social por conta de um estado de emergência queaos poucos vai dando voltas Noites vazias Hábitos e costumes foram destruídos em pequenos minutos O homem adulto Transformou-se numa criança em miniatura O ser humano mostrou-se incapaz de perceber as razões por trás da pandemia Os efeitos negativos a nível económico são tantos que mais ninguém atura A economia mundial entrou em colapso e recessão Paralisação total Exportações e importações, passaram a ser simplesmente Meras palavras utópicas 21 Defunções tornaram-se o prato do dia nos países altamente desenvolvidos Contágio fatal Mostrando que perante as leis naturais e divinais Somos meramente carnais De epidemia o caos tornou-se Pandemia! COVID! O genocídio natural instalado na humanidade A consciência humana é a cura Mas as consequências ninguém atura. 22 Título: Havemos de Voltar (Inspirado em Agostinho Neto) Autor: Poeta do Século HAVEMOS DE VOLTAR... As nossas bebedeiras em grupo, as nossas ricas festas de quintal As nossas fogueiras poéticas, a nossa kimbemba no funeral, HAVEMOS DE VOLTAR... As nossas rodas de fofocas na Banda As nossas célebres ruas revestidas de lixo alimentando o nosso Luxo Aos pinchos da Tia Ngaxi que abafam o cheiro da dibinga O sobe e desce do cupapata sobre as Ordens da Lombriga Ver a Nossa Fé a Guiar a viagem e as nossas vestes herdando a Catinga HAVEMOS DE VOLTAR... Quando hoje o inimigo invisível faz o convite Ao arrendamento das máscaras ao nosso Rosto Mas esquecemos que a mesma reside em nós há Muito A fábrica de conhecimento que hoje produz desconhecimento A casa do Altíssimo que tornou-se no Templo de Fingimento HAVEMOS DE VOLTAR... Aos desrespeitos dos cobeles, as lotações excessivas nos Candongueiros A apetitosa jarda nos cagueiros As vivências do 1 de Abril vestido de 14 Fevereiro HAVEMOS DE VOLTAR... A Nossa Via pública sustentada pelo politicamente correcto e o trabalho de Sexo A corrida às zungueiras, pelo agente mais fobado, muitas vezes sem nexo Caminhar na via que mal se expressa repleta de lâmpadas Mas sem reflexo HAVEMOS DE VOLTAR... 23
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