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Imunologia resumo

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Imunologia (Resumo) 
 
Órgãos do sistema imune 
 
 
 
 
 
Linfócitos 
 
Os linfócitos são as únicas células que possuem receptores específicos para 
antígenos, sendo, os principais mediadores da imunidade adquirida. 
Todos os linfócitos se originam de células-tronco na medula óssea. Os 
linfócitos B amadurecem na medula óssea, enquanto os linfócitos T 
amadurecem em um órgão chamado timo; os locais onde os linfócitos 
maduros são produzidos chamam-se órgãos linfoides geradores. 
Os linfócitos maduros saem dos órgãos linfoides geradores e entram na 
circulação e nos órgãos linfoides periféricos, ondem podem encontrar o 
antígeno para o qual expressam receptores específicos. 
 
Leucócitos 
Os leucócitos ou glóbulos brancos são as células que constituem uma parte 
importante do sistema de defesa do organismo, para combater aos diversos 
agentes agressores, tóxicos ou infecciosos, como bactérias, fungos, vírus e 
parasitas. Este sistema de defesa funciona em associação aos macrófagos 
dos tecidos e às células do sistema linfoide. Os leucócitos são as unidades 
móveis do sistema protetor do organismo; podem migrar para os locais 
onde a sua ação seja necessária. 
 
Macrófagos 
Os macrófagos originam-se dos monócitos, células sanguíneas formadas na 
medula óssea. O monócito é um tipo de leucócito e representa a forma 
imatura do macrófago. A principal diferença ocorrida na transformação do 
monócito para macrófago é o aumento no número de lisossomos. 
Tem capacidade fagocítica estando envolvida na eliminação de 
células/partículas estranhas ao organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunidade Inata 
 
A capacidade de reconhecer e responder às substancias estranhas é 
fundamental ao funcionamento do sistema imune. 
 
A função do sistema imune pode ser resumida em duas atividades 
essenciais: reconhecimento das substâncias e dos microrganismos estranhos 
que conseguiram entrar no corpo, e remoção desses elementos estranhos 
utilizando um conjunto de células e moléculas que atuam simultaneamente 
de forma a eliminar o risco em potencial. Desse modo, um dos requisitos 
principais do sistema imune é ser capaz de diferenciar entre o que é 
estranho (o que os imunologistas chamam de não-próprio) e o que está 
normalmente presente no corpo. 
As células e moléculas que constituem o sistema imune inato tem como 
função principal detectar determinados padrões moleculares, que 
tipicamente estão associados a agentes infecciosos. 
As moléculas que ativam o sistema imune não estão presentes no meio 
extracelular, normalmente ficam retidas dentro das células normais e 
escapam apenas quando uma célula morre em consequência de um 
processo de destruição celular descontrolada, conhecido como necrose 
celular. 
A necrose é causada tipicamente por traumatismos no tecido, queimaduras, 
algumas toxinas e outros estímulos patológicos, isso permite a liberação de 
vários componentes celulares que normalmente não saem do interior das 
células saudáveis. 
Existe também outro mecanismo de morte celular, natural e rigorosamente 
controlado e não está associado a ruptura de membranas plasmáticas e a 
liberação do conteúdo intracelular. Esse mecanismo conhecido como 
apoptose é usado para eliminar as células que chegaram ao fim do seu ciclo 
de vida natural. As células apoptóticas não ativam o sistema imune. 
O sistema imune inato responde da mesma maneira em encontros 
subsequentes com o mesmo patógeno. 
 
Os receptores de reconhecimento de padrão disparam o alarme. 
O reconhecimento do material que não é próprio é conseguido por meio de 
um conjunto de receptores e proteínas de reconhecimento de padrões, que 
evoluiu de forma a detectar os componentes conservados dos agentes 
infecciosos que normalmente não estão presentes no organismo. 
PAMP- PATHOGEN ASSOCIATED MOLECULAR PATTERN 
Na prática, os PAMP podem ser carboidratos, proteínas encontradas no 
flagelo bacteriano, RNA de fita dupla e muitas outras moléculas que 
denunciam a presença de agentes microbianos. 
 
Imunidade inata versus adaptativa. 
Os 3 níveis de defesa imune. 
O sistema imune trabalha em 3 níveis de defesa. Barreira física à infecção, 
que é formada pela pele das superfícies externas do corpo e pelas secreções 
mucosas que recobrem as camadas epidérmicas das superfícies internas dos 
tratos respiratório, digestivo e reprodutivo. 
O sistema inato, relativamente inespecífico, mas extremamente efetivo. As 
ações do sistema imune inato também são responsáveis por alertar as 
células que atuam no sistema imune adquirido. 
 
As respostas são imediatas e relativamente inespecíficas. 
Os atores principais da resposta imune inata são os macrófagos, neutrófilos 
e proteínas bactericidas solúveis em complemento e lisozima. 
 
Fases iniciais da resposta imune 
O macrófago é importante na iniciação das respostas imunes. Atuam como 
sentinelas para agentes infecciosos utilizando um conjunto de receptores de 
reconhecimento de patógenos (PRR- Receptores de reconhecimento de 
padrões) e passam o seu tempo recolhendo amostras do ambiente ao seu 
redor por fagocitose ininterrupta. Entretanto, com a entrada de um 
microrganismo que ative um ou mais dos seus PRR há uma transição 
súbita. O contato do PRR do macrófago com o microrganismo ativa um 
conjunto de genes que o equipam a forma de desempenhar algumas funções 
diferentes. 
Os neutrófilos e os macrófagos reconhecem microrganismos no sangue e 
nos tecidos extravasculares através de receptores na sua superfície que são 
específicos para produtos microbianos. 
O macrófago começa a secretar citocinas e quimiocinas que produzem 
efeitos nas células endoteliais adjacentes, provoca o aumento da 
permeabilidade vascular que permite outros processos. As proteínas 
plasmáticas agora podem invadir os tecidos infectados e muitas dessas 
proteínas tem propriedades microbicidas. A segunda consequência é que o 
neutrófilo pode ter acesso ao foco infeccioso. 
 
Inflamação 
A resposta inflamatória aguda combate os estágios recentes da infecção e 
inicia o processo que resulta no reparo do tecido lesado. Inchaço, 
vermelhidão, calor, dor e perda de função. 
Um grande volume de sangue aquece o tecido e causa sua vermelhidão. A 
permeabilidade vascular também aumenta, levando a um derrame do fluido 
dos vasos sanguíneos, particularmente nas veias pós-capilares dos fluidos 
(edema) que aumentam o tecido. Dentro de algumas horas os leucócitos 
prendem-se as células endoteliais na região inflamada e passa através das 
paredes capilares, entrando no espaço tecidual, processo chamado 
extravasamento. Esses leucócitos fagocitam os patógenos invasores e 
liberam mediadores moleculares que contribuem para resposta inflamatória 
e o recrutamento e ativação de células efetoras*. 
*Células efetoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células 
dendríticas (responsáveis pela identificação da infecção e desenvolvimento 
da resposta imune) e células Natural Killer. 
 
PRR (receptores de reconhecimento padrão) das células 
fagocitárias reconhecem e são ativados pelos PAMP (padrões 
moleculares associados aos patógenos) 
Vários desses receptores formam ligações polivalentes muito seletivas, 
possuem configurações geométricas típicas e pouco variáveis. 
As PRR constituem um grupo variado de receptores e podem ser divididos 
em 5 famílias TRL TOLL LIKE 
CTRL LECTINA 
NLR RECEPTORES NOD LIKE 
RLR RECEPTORES DE RIG LIKE 
Mais de 50 tipos diferentes de PRR podem ser expressos em um único 
fagócito. 
 
TOLL LIKE (TRL) 
São homólogos a uma proteína da DROSOPHILA, chamada TOLL, 
essencial para proteção das moscas contra infecções. Esses receptores são 
específicos para diferentes componentes dos microrganismos. Por exemplo, 
o TRL-2 é essencial para a resposta dos macrófagos a diversos lipoglicanos 
bacterianos, o TRL-4 para polissacarídeo bacteriano, o TRL-5 para um 
componente do flagelo bacterianochamado de flagelina, e o TRL-9 para os 
nucleotídeos CpG não metilados das bactérias. Os sinais gerados pela 
ligação dos receptores TOLL LIKE ativam um fator de transcrição 
chamado de NF-kb (fator nuclear kb) que estimula a produção de citocinas, 
enzimas e outras proteínas envolvidas nas funções antimicrobianas dos 
fagócitos ativados. Os neutrófilos e macrófagos expressam receptores que 
reconhecem outras estruturas microbianas e que promovem fagocitose. 
Além disso, as células fagocitarias expressam receptores para produtos da 
ativação do complemento e para os anticorpos, e esses receptores ligam 
avidamente microrganismos cobertos por proteínas do complemento ou 
anticorpos. O processo de revestimento dos microrganismos para o 
reconhecimento eficiente pelas células fagocitarias é chamado de 
opsonização. 
 
Receptores de Lectina tipo C 
Os fagócitos também demonstram outro grupo de PRR- Lectinas tipo C 
(cálcio dependentes) acopladas a célula- dentre os quais o receptor de 
manose do macrófago é um exemplo. Essas proteínas transmembrana 
possuem vários domínios de reconhecimento de carboidratos, cuja a 
ligação aos seus PAMP microbianos correspondentes produz um sinal de 
ativação intracelular. A família dos CTRL é muito variada e os receptores 
desse grupo ainda não estão definidos. 
 
Receptores NOD-like (NLR) 
Os NRL são proteínas solúveis encontradas no citoplasma , onde também 
atuam como receptores para os padrões moleculares associados aos 
patógenos. 
Aparentemente , os NRL existem em um estado autoinibido com seus 
domínios N-terminais dobrados sobre suas LRR-C- terminais (do inglês 
leucine rich repeats); essa conformação impede que a região N-terminal 
intereja com seus cognatos de ligação no citoplasma. A ativação desses 
receptores é desencadeada mais provavelmente pela ligação direta de um 
PAMP às LRR. 
 
Receptores de helicase Rig like (RLR) 
As helicases RIG-LIKE constituem um grupo de proteínas recém-
descobertas, que atuam como sensores intracelulares para os produtos 
derivados do vírus. 
 
Receptores de varredura 
Os receptores de varredura constituem a última classe de receptores 
fagocíticos capazes de reconhecer vários polímeros aniônicos e proteínas 
acetiladas de baixa densidade. 
 
Células NATURAL KILLER 
As células natural killer são uma classe de linfócitos que respondem aos 
microrganismos intracelulares destruindo as células infectadas e 
produzindo uma citocina que ativa os macrófagos. As células representam 
cerca de 10% dos linfócitos do sangue e dos órgãos linfoides periféricos. 
Essas células selecionam suas vítimas com base em dois critérios 
principais. O primeiro, conhecido como "ausência do que é próprio", 
refere-se ao fato de que praticamente todas as células nucleadas do 
organismo expressam moléculas em suas superfícies - as chamadas 
proteínas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC). 
 As células NK funcionam como medida defensiva e as células que não 
apresentam o padrão normal de expressão das moléculas do MHC são 
prontamente reconhecidas e destruídas pelas células NK. 
Além da expressão reduzida ou suprimida do MHC, as células NK também 
são capazes de inspecionar as células quanto à expressão das moléculas 
MHC-relacionadas (também conhecidas como moléculas MHC atípicas) e 
outras proteínas que normalmente não são expressas pelas células, mas que 
aparecem em resposta a determinados tipos de estresse (p. ex., danos ao 
DNA). Esse cenário constitui a "alteração do que é próprio" e também faz 
com que essas células sejam selecionadas para receber as atenções das 
células NK, culminando em sua destruição imediata. 
 
O complemento facilita a fagocitose e a destruição das bactérias 
O sistema complemento é formado por um grupo de cerca de 20 ou mais 
proteínas plasmáticas que são ativadas em série depois da ligação a 
determinados polissacarídios microbianos que normalmente não estão 
presentes nos vertebrados, mas são encontrados comumente nas 
membranas das bactérias. 
A ativação do complemento pode resultar na ligação dos seus componentes 
às superfícies da célula bacteriana (processo conhecido como opsonização 
em termos imunológicos), que pode facilitar acentuadamente sua captação 
pelos fagócitos. A deposição dos fatores do complemento em sua superfície 
também pode resultar na destruição direta da bactéria. 
Outra consideração igualmente importante é que alguns fragmentos do 
complemento, podem atuar como fatores quimiotáxicos de maneira a 
dirigir as células fagocitárias (p. ex., neutrófilos e macrófagos) para a 
bactéria desafortunada, resultando em sua captura por fagocitose. 
 
O complemento e sua ativação. 
O complemento constitui um dos sistemas enzimáticos ativáveis do plasma. 
Em geral, esses sistemas produzem respostas rápidas e altamente 
amplificadas a um estímulo desencadeante, que são mediadas por uma 
reação em cascata na qual o produto de uma reação é o catalisador 
enzimático da próxima. Alguns dos componentes do complemento são 
designados pela letra "C" seguida de um número, que está mais relacionado 
com a cronologia de sua descoberta do que com sua posição na sequência 
das reações. O componente mais abundante e essencial é o C3. 
 
O C3 sofre clivagem espontânea lenta 
Em condições normais, a ligação tiol-éster interna do C3, forma um 
intermediário reativo que pode ser o produto de decomposição C3b ou uma 
molécula funcionalmente semelhante designada como C3i. Essa molécula 
pode formar complexos com outro componente do complemento (fator B) 
que, em seguida, é clivado por uma enzima plasmática normal para gerar 
C3bBb. 
O C3bBb demonstra uma nova atividade enzimática importante, ou seja, 
ele é uma C3 convertase capaz de desdobrar o componente C3 em C3a e 
C3b. 
 
Os componentes pós-C3 formam um complexo de ataque à 
membrana. 
O recrutamento de outra molécula de C3b ao complexo enzimático C3bBb 
forma uma C5 convertase, que ativa o componente C5 por clivagem 
proteolítica com liberação de um polipeptídio pequeno (C5a) e conservação 
do fragmento C5b grande ligado frouxamente ao C3b. O acoplamento 
sequencial do C6 e do C7 ao C5b forma um complexo com sítio de ligação 
transitória à membrana e a.finidade pela cadeia J3-peptídica do C8. A 
cadeia C8a. está situada na membrana e dirige as alterações de 
conformação do C9, que o transformam em uma molécula anfipática capaz 
de penetrar a bicamada lipídica e polimerizar-se para formar um complexo 
de ataque à membrana (MAC, do inglês, membrane attack compler) 
circular. Isso forma um canal transmembrana totalmente permeável aos 
eletrólitos e à água e, em consequência da pressão coloidosmótica 
intracelular elevada, por fim há entrada de Na+ e água, geralmente 
resultando na destruição do microrganismo. 
 
 
Os mastócitos e os macrófagos iniciam a inflamação 
 
Os macrófagos secretam citocinas e quimiocinas em resposta à ativação 
dos seus PRR e ao seu contato com micróbios opsonizados pelo C3b. 
Entretanto, outra célula do sistema imune inato - o mastócito - é 
fundamental ao aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos depois da 
liberação do conteúdo dos seus numerosos grânulos citoplasmáticos. Os 
grânulos dos mastócitos contêm quantidades abundantes do aminoácido 
vasoativo histamina. A desgranulação dos mastócitos pode ser provocada 
por lesão direta, em resposta aos componentes C3a e C5a do complemento, 
depois do encontro com PAMP e por meio da ligação do antígeno 
específico a uma classe de anticorpos (IgE) que se liga avidamente aos 
mastócitos por receptores de superfície. A histamina provoca dilatação das 
vênulas pós-capilares, ativa o endotélio local e aumenta a permeabilidade 
dos vasos sanguíneos. A irritação das terminações nervosas é outra 
consequência da liberação de histamina e responde pela dor associada à 
inflamação, uma adaptação evolutiva que aumenta as chances de que o 
hospedeiroproteja a área infectada ou lesada de modo a evitar danos 
adicionais. O relaxamento induzido nas paredes arteriolares aumenta o 
fluxo sanguíneo e dilata os vasos de pequeno calibre, enquanto a contração 
das células do endotélio capilar permite a exsudação das proteínas 
plasmáticas. Sob o efeito das quimiotaxinas, os neutrófilos diminuem sua 
velocidade no sangue e as moléculas de adesão de superfície que eles são 
estimulados a expressar provocam sua marginação nas paredes dos 
capilares, onde passam através das junções estreitas existentes entre as 
células endoteliais (diapedese) e avançam na direção do gradiente de 
concentração dos fatores quimiotáxicos, até ficarem frente a frente com o 
micróbio recoberto por C3b. Em seguida, ocorre a adesão do 
microrganismo aos receptores de C3b do neutrófilo, o C3a e o C5a em 
concentrações relativamente altas no gradiente quimiotáxico ativam a 
explosão respiratória. 
 
Os mecanismos humorais constituem uma segunda linha de 
defesa. 
Numerosas moléculas solúveis de reconhecimento de padrões pertencentes 
a diversas famílias de proteínas (p. ex., pentraxinas, colectinas, ficolinas) 
ajudam a detectar os PAMP conservados dos microrganismos. Os 
mecanismos de ação comuns a esses PRR solúveis depois da sua ligação 
aos seus alvos incluem: opsonização, ativação do complemento e 
potencialização da fagocitose e da aglutinação. 
 Além da lisozima, das defensinas peptídicas e do sistema complemento, 
outras defesas humorais são as proteínas da fase aguda, tais como a 
proteína C reativa e as proteínas de ligação da manose, cujas sínteses 
aumentam expressivamente na vigência de infecção. A lectina de ligação 
da manose desencadeia uma via de ativação do complemento, que é 
diferente da via alternativa em suas reações iniciais. Essa lectina faz parte 
da família das colectinas, que inclui a conglutinina e os surfactantes SP-A e 
SP-D, notáveis por sua capacidade de diferenciar entre os carboidratos de 
superfície "próprios" e microbianos por meio das suas moléculas de 
reconhecimento de padrões. 
 A recuperação das infecções virais pode ser afetada pelos interferons, que 
bloqueiam a replicação viral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunidade inata 
 
Antígenos ''formas'' reconhecidas pelo sistema imune 
Os antígenos podem ser proteínas, carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos 
ou pequenos agrupamentos químicos conhecidos como haptenos, ou seja, 
na verdade qualquer coisa pode ser um antígeno. Os antígenos podem ser 
componentes dos microrganismos, dos agentes infecciosos maiores (como 
vermes parasitas), das substâncias ingeridas (tais como alimentos), das 
substâncias inaladas (p. ex., pólen), dos órgãos ou dos tecidos 
transplantados, ou até do nosso próprio organismo (antígenos "próprios"). 
 
Anticorpo molécula de reconhecimento de antígenos específicos. 
Os anticorpos possuem dois componentes principais - um conhecido como 
região variável, encarregada de ligar-se ao antígeno específico (função de 
reconhecimento dos antígenos), e outra conhecida como região constante, 
utilizada para ligar-se ao complemento, aos fagócitos, às células NK e a 
outros elementos (função efetora). Desse modo, o organismo precisa 
produzir centenas de milhares ou milhões de moléculas de anticorpos com 
regiões de reconhecimento de antígenos diferentes, embora todas 
compartilhem a propriedade de recrutar outros elementos da resposta 
imune. 
 
O anticorpo consegue ativar a via clássica do complemento. 
Os anticorpos humanos são divididos em cinco classes principais: 
imunoglobulina M (abreviada como IgM), IgG, lgA, IgE e IgD. A ativação 
da primeira via do complemento descoberta - via clássica - depende do 
anticorpo IgM ou IgG. Quando se combinam com o antígeno, os anticorpos 
dessas duas classes ligam-se à primeira molécula da via clássica do 
complemento (Clq) e iniciam a atividade proteolítica do complexo C l. 
Clq está associado a duas outras subunidades - Clr e Cls Essas duas 
moléculas contêm as chamadas repetições sushi de uma unidade de 60 
aminoácidos entrelaçados para formar um domínio globular, geralmente 
conhecida como proteína de controle do complemento (CCP, do inglês, 
complement control protein) porque é um aspecto estrutural típico de várias 
proteínas envolvidas no controle do sistema complemento. As alterações 
que ocorrem com o C l q depois da ligação a um complexo de antígeno-
anticorpo desencadeiam a autoativação da atividade proteolítica do Clr que, 
em seguida, faz a clivagem do Cls. Em seguida, o proximo componente 
dessa via - C4 liga-se às CCP do Cls e é clivado enzimaticamente pelo Cls. 
Como seria esperado de uma cascata envolvendo várias enzimas, muitas 
moléculas do C4 são clivadas e cada qual libera um fragmento pequeno que 
então pode ligar-se ao complexo de anticorpo-Cl ou à superfície do proprio 
micróbio. 
O C2 pode formar complexos com o C4b e atuar como outro substrato para 
o Cls: depois disso, o produto resultante C4b2a adquire a atividade 
essencial de C3 convertase, que é necessária à clivagem desse componente. 
A C3 convertase da via clássica tem a mesma especificidade do C3bBb 
formado pela via alternativa. A ativação de um único complexo Cl pode 
desencadear a proteólise de literalmente milhares de moléculas de C3. O 
C3b resultante é acrescentado ao C4b2a para formar uma C5 convertase, 
que depois produz C5a e C5b. 
é conveniente relembrar a ativação do complemento pelos mecanismos 
imunes inatos que envolvem a lectina de ligação da manose. 
Independentemente se a ativação ocorre pela via clássica, alternativa ou da 
lectina, vários componentes biologicamente ativos do complemento são 
formados e desempenham funções importantes na resposta imune. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O anticorpo facilita a fagocitose. 
Em algumas condições, os microrganismos conseguem resistir à fagocitose. 
Quando pequenas quantidades de anticorpo são acrescentadas, o fagocito 
entra imediatamente em ação. Isso ocorre depois do reconhecimento de 
duas ou mais moléculas ligadas ao microbio por meio dos receptores Fc 
especializados, que estão presentes na superfície celular do fagocito. 
 
 Linfócitos T e B. 
Existem dois tipos principais de linfócitos: linfócitos T (células T) e 
linfócitos B (células B). Embora os linfócitos T (assim chamados porque se 
diferenciam no timo) desempenhem várias funções, apenas os linfócitos B 
(que se diferenciam na medula óssea) são capazes de sintetizar anticorpo 
para produzir imunidade humoral. Cada célula B está programada para 
produzir um e apenas um tipo específico de anticorpo e expõe uma versão 
transmembrana desses anticorpos em sua superfície, que atuam como 
receptores para o antígeno específico. Esses anticorpos podem ser 
detectados por marcadores fluorescentes. Cada linfocito B possui cerca de 
105 moléculas de anticorpo em sua superfície, todas com a mesma 
especificidade antigênica. Quando um antígeno entra no organismo, ele se 
depara com numerosos linfócitos B, cada qual com anticorpos diferentes e 
seus sítios de reconhecimento específicos e proprios. O antígeno liga-se 
apenas aos receptores com os quais consegue combinar-se perfeitamente. 
Os linfocitos B cujos receptores estão ligados aos antígenos recebem um 
sinal ativador e transformam-se em plasmocitos secretores de anticorpos. 
Como os linfócitos B estão programados para produzir apenas uma 
especificidade de anticorpo, a versão solúvel da molécula de anticorpo 
secretado pelo plasmócito reconhece o mesmo antígeno que a versão 
transmembrana da superfície celular, que funcionou originalmente como 
receptor para o antígeno. Desse modo, o antígeno seleciona para produção 
os anticorpos que o reconhecem efetivamente. As células T com TCR de 
especificidade apropriada também são selecionadas e, entre essas, algumas 
são linf6citos T auxiliares necessários (na maioria das situações) à 
proliferaçãodas células B e, em seguida, à sua diferenciação em 
plasmócitos. 
 
 
Memória imunológica adquirida. 
O primeiro contato certamente registra alguma informação, produz algum 
tipo de memória, de modo que o organismo é efetivamente preparado para 
repelir qualquer invasão futura pelo mesmo microrganismo e um estado de 
imunidade é estabelecido. 
 
As respostas imunes secundárias são melhores 
Resposta imune secundária caracteriza-se pela produção mais rápida e 
abundante de anticorpos, resultando na "acentuação" ou aceleração do 
sistema responsável por sua produção. Do mesmo modo, os linfócitos T 
desenvolvem respostas secundárias mais intensas, formando células com 
funções efetoras auxiliares ou citotóxicas aprimoradas. 
A resposta mais intensa produzida por uma população de linf6citos 
estimulados pode ser atribuída principalmente à ampliação do número de 
células que podem ser estimuladas pelo mesmo antígeno, embora, como 
veremos adiante, também existam algumas diferenças qualitativas nessas 
células de memória. 
 
Discriminação entre próprio e não próprio. 
 Essa capacidade de reconhecer um antígeno e diferenciá-lo dos outros 
também se aplica às outras situações. O indivíduo também precisa ser 
capaz de reconhecer o que é estranho (i. e., o que "não é próprio"). A 
impossibilidade de diferenciar entre o próprio e o não próprio (estranho) 
poderia resultar na síntese de anticorpos contra os componentes do proprio 
organismo (autoanticorpos), que poderiam ser extremamente deletérios. Em 
bases unicamente teoricas, entendia-se que o organismo precisava 
desenvolver algum mecanismo que lhe permitisse diferenciar entre o que é 
"pr6prio" e "não pr6prio" e postularam que os componentes corporais 
circulantes que conseguissem alcançar o sistema linfoide em 
desenvolvimento durante o período perinatal poderiam, de algum modo, ser 
"reconhecidos" como "proprios". Assim, seria adquirido um estado de 
insensibilidade ou tolerância permanente, de maneira que, quando o 
indivíduo alcançasse a maturidade imunológica, normalmente não seria 
capaz de reagir aos componentes "próprios". Argumentou-se que, se depois 
da seleção clonal cada grupo de linfócitos produzisse seu próprio anticorpo 
específico, essas células programadas para expressar anticorpos reativos 
contra os componentes "proprios" circulantes poderiam ser colocadas em 
um estado de insensibilidade, sem afetar outros linfocitos específicos para 
os antígenos estranhos. Em outras palavras, os linfocitos autorreativos 
poderiam ser seletivamente suprimidos (ou tornados tolerantes), sem 
comprometer a capacidade de o hospedeiro reagir imunologicamente aos 
agentes infecciosos. 
 
A vacinação depende da memória adquirida. 
Há cerca de 200 anos, Edward Jenner realisou os estudos memoráveis que 
marcaram o início da imunologia como uma disciplina sistemática. Quando 
observava a pele sem lesões de varíola das belas ordenhadoras de vacas, 
Jenner raciocinou que a exposição intencional ao vírus da varíola bovina, 
que não é virulento aos seres humanos, poderia conferir proteção contra o 
microrganismo semelhante que causava a doença humana. Ele, então, 
inoculou um menininho com o material das lesões da varíola bovina e ficou 
encantado e provavelmente aliviado ao constatar que o menino estava 
protegido contra a exposição subsequente à varíola. Com a injeção de uma 
forma inofensiva do microrganismo, Jenner utilizou a especificidade e a 
memória da resposta imune adquirida para lançar os fundamentos da 
vacinação moderna (do latim vacca, vaca). A estratégia básica é preparar 
uma forma inócua do agente infeccioso ou da sua toxina, que ainda 
conserve quantidades expressivas dos antígenos responsáveis pelo 
desenvolvimento das células de memória e pela imunidade protetora. Esse 
procedimento pode ser realizado com microrganismos mortos ou vivos e 
atenuados, componentes microbianos purificados, ou antígenos 
modificados quimicamente. 
 
A imunidade adquirida tem especificidade antigênica. 
Os anticorpos diferenciam os antígenos porque o reconhecimento baseia-se 
na complementaridade das configurações moleculares. Desse modo, a 
memória induzida por um antígeno não se estende a outro antígeno 
diferente. 
 O sistema imune diferencia os componentes próprios dos antígenos 
estranhos produzindo linfócitos autorreativos imaturos, que não respondem 
ao contato com as moléculas do hospedeiro presentes constantemente; os 
linfócitos que reagem aos antígenos estranhos não são afetados (tendo em 
vista que a infecção geralmente é um evento transitório) porque 
normalmente entram em contato apenas depois que alcançam a maturidade. 
 
A imunidade celular protege contra os microrganismos 
intracelulares. 
Outro grupo de linfócitos - as células T - dedica-se a controlar as infecções 
intracelulares. Como também ocorre com as células B, cada linfócito T 
possui seu receptor de antígeno específico (o TCR, cuja estrutura é 
diferente do anticorpo) que reconhece o antígeno, e em seguida a célula 
sofre expansão clonal para formar células efetoras e de memória que 
conferem imunidade adquirida específica. 
A célula T reconhece antígenos processados em associação com as 
moléculas do MHC. As células T virgens (naive) são estimuladas a 
desenvolver uma resposta primária apenas pelas células dendríticas 
apresentadoras de antígenos. 
As células T auxiliares estimuladas detectam o antígeno na forma de 
peptídios ligados ao MHC classe li da superfície das células apresentadoras 
de antígenos profissionais (células dendríticas, macrófagos e linfócitos B), 
liberam citocinas que em alguns casos podem ajudar os linfócitos B a 
produzir anticorpos e, em outros casos, a ativar os macrófagos para 
destruírem os parasitas intracelulares. 
As células T citotóxicas possuem a capacidade de reconhecer peptídios 
antigênicos específicos combinados com moléculas do MHC classe 1 da 
superfície das células infectadas por vírus. Em seguida, essas células são 
destruídas para evitar a replicação do vírus. As células T também liberam 
y-interferon, que consegue tornar as células circundantes resistentes à 
disseminação viral. 
As células NK do sistema imune inato podem atuar em conjunto com os 
anticorpos da resposta imune adquirida reconhecendo as células infectadas 
por vírus e recobertas por anticorpos por meio dos seus receptores. Em 
seguida, a célula-alvo é destruída. 
Embora os mecanismos inatos não aumentem com as exposições repetidas 
à infecção, como ocorre com a imunidade adquirida, eles desempenham um 
papel fundamental porque estão diretamente relacionados com as respostas 
adquiridas por duas vias diferentes, que praticamente englobam toda a 
imunologia. Anticorpo, complemento e leucócitos polimorfonucleares 
(neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos) conferem proteção contra 
a maioria dos microrganismos extracelulares, enquanto os linfócitos T, as 
citocinas solúveis, as células dendríticas, os macrófagos e as células NK 
combatem as infecções intracelulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anticorpos 
 
A divisão do trabalho 
O anticorpo consiste em três unidades. Duas unidades são idênticas entre si 
e participam da ligação ao antígeno - os segmentos Fab (fragmento de 
ligação ao antígeno) da molécula. Essas unidades contêm regiões 
sequenciais extremamente variáveis para cada antígeno e conferem a 
determinado anticorpo sua especificidade de ligação singular. A existência 
de dois segmentos Fab idênticos facilita a ligação do anticorpo ao antígeno 
na situação típica em que várias c6pias dos determinantes antigênicos estão 
presentes no material estranho. A terceira unidade - Fc (fragmento 
cristalizável) - participa da ligação às moléculas efetoras, a molécula de 
anticorpo é formada por quatro cadeias: duas cadeias pesadas idênticas que 
constituem os fragmentos Fab e Fc e duas cadeiasleves iguais associadas 
apenas ao Fab. Uma série de experiências revelou a relação entre a ligação 
ao antígeno, as diferentes unidades e a estrutura da molécula do anticorpo. 
 
A molécula de lgG 
Na IgG, os fragmentos Fab estão ligados ao Fc por uma região estendida de 
cadeia polipeptídica conhecida como dobradiça. Essa região tende a ficar 
exposta e é suscetível ao ataque das proteases* que clivam a molécula. 
*enzimas que catalisam hidrolise 
Nos seres humanos, existem quatro subclasses de cadeias pesadas 
designadas como y1, y2, y3 e y4, que originam as subclasses de IgGl, 
IgG2, IgG3 e IgG4. 
Em uma única molécula, as duas cadeias pesadas geralmente são idênticas, 
assim como ocorre com as duas cadeias leves. A exceção à regra é 
representada pela IgG4 humana, que pode permutar pares de cadeias leves 
e pesadas entre as moléculas de IgG4 e formar moléculas híbridas. Como 
os segmentos Fc das moléculas permutadas são idênticos, o resultado final 
é a permuta dos segmentos Fab de modo a produzir anticorpos IgG4 com 
dois segmentos Fab diferentes e especificidade dupla. 
Um método alternativo para obter anticorpos monoclonais ou singulares 
surgiu com o desenvolvimento da tecnologia do hibridoma. Nesse caso, a 
fusão de células que produzem determinados anticorpos com um tumor de 
células B forma um clone de células em proliferação contínua, que são 
capazes de produzir um único anticorpo. Por fim, as tecnologias dos 
anticorpos recombinantes desenvolvidas mais recentemente oferecem uma 
fonte excelente de anticorpos monoclonais. 
A comparação das sequências das imunoglobulinas também permitiu a 
organização das IgG em 12 regiões ou domínios de homologia, cada qual 
com sua ligação dissulfídrica interna. A estrutura básica do domínio é 
fundamental ao entendimento da relação entre a estrutura e a função da 
molécula do anticorpo. 
 
A IgG 1 humana está ilustrada na figura acima em sua conformação de "Y'' 
com os segmentos Fab praticamente no mesmo plano que o Fc. Essa é a 
visão clássica da molécula de anticorpo, na verdade, essa provavelmente é 
apenas uma das diversas configurações que a molécula de IgG pode adotar, 
porque ela é muito flexível. 
Acreditam que essa flexibilidade possa facilitar a função da IgG. A 
flexibilidade Fab-Fab confere ao anticorpo "alcance variável'', permitindo-
lhe prender determinantes antigênicos com espaçamentos diferentes na 
superfície de uma célula estranha, ou formar imunocomplexos intrincados 
com uma toxina (imagine uma mudança de configuração de Y em T). A 
flexibilidade Fc-Fab pode facilitar a função dos anticorpos em diferentes 
ambientes (p. ex., nas células estranhas) de modo a interagir 
produtivamente com moléculas efetoras comuns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estruturas e funções das classes de imunoglobulinas 
As classes de imunoglobulinas desempenham diferentes funções na defesa imune, que podem 
ser correlacionadas com as diferenças estruturais de sua organização em torno da 
configuração de quatro domínios da Ig. 
 
 
A IgG é um monômero e representa o principal anticorpo no soro e nos 
tecidos (exceto mucosas), onde inativa patógenos diretamente e por sua 
interação com as moléculas ativadoras efetoras, tais como complemento e 
receptores Fc. 
A IgM é um pentâmero encontrado no soro e é extremamente eficiente na 
ativação do complemento. A forma monomérica da IgM com uma 
sequência acoplada à membrana é o principal anticorpo receptor utilizado 
pelos linfócitos B para reconhecer antígenos. A IgM difere da IgG porque 
possui um par adicional de domínios constantes, em vez da região de 
dobradiça. 
Existem três formas solúveis de IgA. Os monômeros e pequenas 
quantidades de dímeros de IgA (formados por dois monômeros ligados por 
um polipeptídio adicional conhecido como cadeia J) estão presentes no 
soro, onde podem ajudar a ligar os patógenos às células efetoras por meio 
dos receptores Fc específicos para IgA. 
 A IgA secretória é formada por um dímero de IgA e uma proteína 
adicional conhecida como componente secretor e é essencial à proteção das 
superfícies mucosas contra o ataque dos microrganismos. Os seres 
humanos têm duas subclasses de IgA. 
 A IgA2 tem região de dobradiça muito mais curta que a IgAl e é mais 
resistente ao ataque das proteases secretadas pelas bactérias. 
A IgE é um monômero geralmente encontrado em concentrações muito 
baixas no soro. Na verdade, a maior parte da IgE provavelmente está ligada 
aos receptores Fc de IgE dos mastócitos. O acoplamento de um antígeno à 
IgE estabelece ligações cruzadas entre os receptores Fc da IgE e 
desencadeia uma reação inflamatória aguda, que pode colaborar com a 
defesa imune. Isso também pode causar sintomas alérgicos indesejáveis a 
determinados antígenos (alergênios). Como também ocorre com a IgM, a 
IgE possui um par adicional de domínios constantes, em vez da região de 
dobradiça. 
 Por fim, a IgD é um anticorpo encontrado principalmente na superfície das 
células B como receptor antigênico combinado com IgM, onde 
provavelmente ajuda a controlar a ativação e a supressão dos linfócitos. A 
IgD é um monômero e tem região de dobradiça longa. Em todos os três 
casos, os penúltimos domínios não são pareados e têm cadeias de 
carboidratos interpostas entre eles. 
 
Anticorpos e complemento 
A reunião das moléculas de IgG, geralmente na superfície de um patógeno 
(p. ex., uma bactéria), resulta no acoplamento da molécula Cl do 
complemento por meio do subcomponente hexavalente Clq. Isso ativa a via 
clássica do complemento e inicia alguns dos processos que culminam com 
a eliminação do patógeno. As subclasses da IgG ativam esses processos 
com eficiências variadas. A IgG 1 e a IgG3 são as mais eficientes; a IgG2 é 
ativada apenas pelos antígenos em concentrações altas (p. ex., carboidratos 
antigênicos de uma bactéria); e a IgG4 não ativa o complemento. 
 
A diversidade dos anticorpos 
O repertório de anticorpos de um indivíduo é produzido por reações de 
recombinação somática a partir de um conjunto limitado de segmentos de 
genes da linhagem germinativa. 
A região variável da cadeia pesada dos seres humanos é formada pela 
reunião dos segmentos dos genes VH, D e J, enquanto as regiões variáveis 
das cadeias leves (K e Ã.), pela reunião dos segmentos VL e J. A reunião 
não é precisa e isso contribui ainda mais para a diversidade dos anticorpos. 
A diversificação dos anticorpos também é conseguida com os eventos de 
mutação somática dirigida às regiões variáveis. A mutação somática e a 
seleção permitem a maturação de afinidade dos anticorpos. 
As células B que expressam IgM depois da estimulação antigênica nos 
centros germinativos dos órgãos linfoides secundários, tais como baço e 
linfonodos, fazem recombinação por permuta de classes, permite que o 
éxon da região constante da IgH de determinado anticorpo seja permutado 
por um éxon alternativo, originando a expressão de anticorpos com a 
mesma especificidade antigênica mas de isótipos diferentes, e 
consequentemente com funções efetoras diferentes. 
As reações de recombinação por permuta de classe permitem que a mesma 
especificidade de anticorpo (regiões variáveis) esteja associada às 
diferentes classes e subclasses de anticorpos (regiões constantes) e, desse 
modo, às diferentes funções.

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