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LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO - RESUMO

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POLIANA BEATRIZ GOUVEIA CASTRO|6ºSEMESTRE|2021.1
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PROFESSORA ANA LIVIA – PROCEESO CIVIL I
Lei Processual Penal no Espaco
O CPP é a lei geral procedimental. Há outras leis que tratam sobre a questão de ritos, de procedimentos especiais, como a Lei de Drogas, a Lei dos Juizados Especiais Criminais. São leis extravagantes, complementadas pelo CPP. 
 ART. 1º CPP - O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
Obs.: adota-se o princípio da territorialidade em relação à aplicação da lei processual no espaço. No processo penal, esse princípio é mais simples do que no Direito Penal, em que o mesmo princípio é mitigado, havendo, por exemplo, a territorialidade por extensão (art. 5º, § 1º do Código Penal) e as hipóteses de extraterritorialidade condicionada e incondicionada (art. 7º do Código Penal). O CPP aplica-se a situações ocorridas no Brasil, não havendo hipóteses de extraterritorialidade ou territorialidade por extensão.
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III – os processos da competência da Justiça Militar; 
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n. 17); 
V – os processos por crimes de imprensa. 
Se, em um determinado processo, uma testemunha estiver na França, por exemplo, será enviada uma carta rogatória para esse Estado, para que seja promovida a inquirição da testemunha. Nesse caso, a França utilizará as regras processuais francesas, não as brasileiras. 
Assim, aplica-se a legislação processual do respectivo país a atos processuais de uma ação penal brasileira que precisam ser realizados no exterior. Da mesma forma, aplica-se a legislação processual brasileira a atos processuais de uma ação penal estrangeira que precisam ser realizados no território brasileiro.
Aplicação da Lei
A lei processual penal, em relação à aplicação da lei penal no espaço – local de aplicação da lei, segue a regra da territorialidade, que impõe a aplicação da lex fori (a lei do tribunal em que a ação é proposta) ou locus regit actum – os atos processuais devem ser regidos pelas leis do lugar onde se realizam.
Não há possibilidade de extraterritorialidade da lei penal processual, uma vez que está sempre se aplica no território nacional, – nos limites das fronteiras, quais sejam: mar territorial, plataforma continental, fronteiras com outros países, solo, subsolo, espaço aéreo correspondente; e – no território por extensão: embarcações e aeronaves do governo brasileiro onde quer que se encontrem e embarcações/aeronaves particulares brasileiras em alto-mar, pelo princípio do pavilhão. 
No entanto, o princípio da territorialidade comporta exceções, como por exemplo: convenções, tratados e acordos de direito internacional. No Direito Material, é possível falar em territorialidade relativa. Para o Direito Processual, por sua vez, a territorialidade, segundo a doutrina, se reveste de caráter absoluto – ou seja, só se aplica a lei brasileira para fatos que ocorram em território brasileiro.
Cabe à União, segundo o art. 22, I, da CF/1988, legislar sobre direito processual. No entanto, em procedimentos de matéria processual, questões específicas atinentes aos juizados especiais, os Estados são autorizados a legislar (parágrafo único do art. 22 da CF/1988). O CPP é lei nacional, aplicando-se suas disposições em todo o território nacional, indistintamente. Quando fazemos uma análise histórica do processo penal brasileiro, até 1941, cada estado da federação tinha o seu próprio código de processo. A unificação aconteceu em 1941, com a edição do CPP. 
Segundo Fernando CAPEZ, em reforço ao que já exposto:
“Vigora o princípio da absoluta territorialidade, que impõe aplicação da lex fori ou locus regit actum, segundo o qual aos processos e julgamentos realizados no território brasileiro, aplica-se a lei processual penal nacional. A exegese justifica-se por ser a função jurisdicional a manifestação de uma parcela da soberania nacional, podendo ser exercida apenas nos limites do respectivo território”.
Princípio da Territorialidade (lex fori ou locus regit actum)
O princípio da territorialidade significa que o local rege o ato. Contudo, segundo a doutrina, excepcionalmente a lei processual penal brasileira pode ser aplicada fora dos limites territoriais:
1. Território nullius; 
2. Autorização do Estado onde o ato processual será praticado; 
3. Em caso de guerra, no território ocupado. 
No entanto, essas exceções não configuram extraterritorialidade ou territorialidade por extensão. 
Um exemplo de território nullius é a Antártida. 
No caso de guerra, o território ocupado passa a ser domínio de outro Estado, que pode impor as suas leis
ATENÇÃO!!
Alguns doutrinadores, como Fernando Capez e Nestor Távora, entendem que o princípio aplicável à lei processual penal no espaço é o da territorialidade absoluta e entendem que a lei processual penal brasileira não poderia ser aplicada no exterior. 
É importante conhecer essa corrente, pois algumas bancas já aplicaram provas concordando com esse princípio ou discordando dele, como no exemplo abaixo, de uma prova da banca CESPE, para a Política Científica de Pernambuco de 2016: 
“A lei processual penal brasileira adota o princípio da absoluta territorialidade em relação a sua aplicação no espaço: não cabe adotar lei processual de país estrangeiro no cumprimento de atos processuais no território nacional”. 
Apesar de polêmico, o CESPE considerou o item correto e não anulou a questão.
Art. 1º CPP - O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
Obs.: por disposição de tratados, convenções e regras internacionais, seria possível a aplicação de regras estrangeiras no Brasil. Cumpre lembrar que na cooperação jurídica internacional, o Brasil pode utilizar provas produzidas em outros países, por exemplo. Além disso, destaca-se que Chefes de Poder estrangeiros ou diplomatas e suas famílias, se praticarem crimes no Brasil, responderão de acordo com a lei penal e a lei processual penal de seus respectivos países
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
Obs.: os artigos da Constituição que aparecem em parênteses no CPP se referem à Constituição de 1937, portanto, não devem ser seguidos. Na Constituição de 1988, aplicam-se os artigos 52, 85 e 86 para os crimes de responsabilidade. Ademais, vale ressaltar que crimes de responsabilidade não são infrações penais, mas infrações político-administrativas, motivo pelo qual não se aplicam as regras de Direito Processual Penal a eles. 
III – os processos da competência da Justiça Militar;
Obs.: nesse caso, será aplicado o Código de Processo Penal Militar (CPPM). 
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n. 17); 
Obs.: os incisos IV e V não são mais ressalvados, embora o legislador ainda não os tenha revogado expressamente. O tribunal especial era destinado a processar e julgar os crimes contra a segurança nacional, que hoje são regidos pela Lei n. 7.170/1983. Essa lei previa, em seu art. 30, que os crimes mencionados seriam processados e julgados pela Justiça Penal Militar, previsão não recepcionada pela CF de 1988. Atualmente, os crimes contra a segurança nacional são considerados crimes políticos, assim, são de competência da Justiça Federal, que aplica o CPP. 
V – os processos por crimes de imprensa. Obs.: os crimes de imprensa estavamprevistos na Lei n. 5.250/1967. Entretanto, o STF declarou que essa lei não foi recepcionada pela CF de 1988.
Ressalta-se que o § 1º do art. 1º do CPP não representa um rol taxativo das ressalvas à aplicação do CPP no Brasil, existem outros crimes em relação aos quais, em regra, não serão aplicadas as disposições do CPP. Os crimes eleitorais, por exemplo, serão regulados pelas regras do Código Eleitoral, sendo o CPP aplicado apenas subsidiariamente. Da mesma forma, os crimes de menor potencial ofensivo serão processados e julgados segundo a Lei n. 9.099/1995. O mesmo ocorre em relação à Lei Maria da Penha, à Lei Antidrogas, entre outros exemplos na legislação esparsa.
Questões
Quanto ao lugar de aplicação da lei, ou seja, em relação à aplicação da lei no espaço, vigora no direito brasileiro, segundo doutrina dominante, o princípio da absoluta territorialidade da lei processual penal.
( )Certo
( )Errado
Analise os itens a seguir:
 I – Tendo em vista as disposições preliminares aplicáveis ao processo penal, conforme previsto em lei, o processo reger-se-á, em todo o território brasileiro pelo Código de Processo Penal, ressalvados: os tratados, as convenções e regras de direito internacional e os processos da competência especial, dentre outras exceções. Aplicar-se-á, entretanto, o CPP aos processos especiais, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
 II – Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, em relação à investigação criminal, o Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos.
III – Analise a seguinte situação hipotética. Foi noticiada pelo ofendido, perante o Delegado da 18ª Delegacia de Polícia da Capital, a prática dos crimes de lesão corporal e ameaça, tendo a vítima apresentado, na ocasião, a representação criminal contra os agressores. Após a instauração do inquérito policial, durante a investigação criminal, a autoridade policial promoveu o arquivamento do inquérito, pois foi comprovado de forma cabal que os indiciados agiram acobertados por uma excludente de ilicitude.
 Estão corretas as afirmações dos itens:
A)I e II.
B)II e III.
C)I e III.
D)II.
E)Todos os itens estão corretos.
Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espaço e dos princípios que regem o inquérito policial, julgue os itens a seguir.
Em relação à aplicação da lei processual penal no espaço, vigora o princípio da territorialidade.
( )Certo
( )Errado
Assinale a alternativa correta:
A)A lei processual penal que entrar em vigor, alterando as regras de competência, não é aplicável aos processos em curso.
B)Se o ato processual for complexo e iniciar-se sob a vigência de uma lei de natureza processual penal e, antes de se completar, outra for promulgada, modificando-o, devem ser obedecidas as normas da lei antiga.
C)A lei processual penal deverá retroagir se for mais favorável ao acusado.
D)Se a lei nova tiver natureza mista sua aplicação é imediata e irretroativa, posto que prejudicial ao acusado.
E)Todas as alternativas estão incorretas.
Acerca da aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas, julgue os itens a seguir.
A competência do Senado Federal para o julgamento do presidente da República nos crimes de responsabilidade constitui exceção ao princípio, segundo o qual devem ser aplicadas as normas processuais penais brasileiras aos crimes cometidos no território nacional.
( )Certo
( )Errado
No que concerne à Lei Processual Penal no espaço, o Brasil adota o princípio da territorialidade. Assim, a Lei Processual Penal brasileira rege atos processuais praticados apenas em solo brasileiro. Apesar disso, é possível a aplicação da Lei Processual Penal brasileira em outros lugares do mundo, a exemplo do território nullius.
( )Certo
( )Errado
Em relação ao direito processual penal, assinale a opção correta.
A)De acordo com o procedimento especial de apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos contra a administração pública, previsto no CPP, recebida a denúncia e cumprida a citação, o juiz notificará o acusado para responder a acusação por escrito, dentro do prazo legal.
B)A interceptação telefônica será determinada pelo juiz na hipótese de o fato investigado constituir infração penal punida com pena de detenção.
C)A decisão que autoriza a interceptação telefônica deve ser fundamentada, indicando a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo legal nem ser prorrogada, sob pena de nulidade.
D)A lei processual penal brasileira adota o princípio da absoluta territorialidade em relação a sua aplicação no espaço: não cabe adotar lei processual de país estrangeiro no cumprimento de atos processuais no território nacional.
E)A lei processual penal não admite o uso da analogia ou da interpretação extensiva, em estrita observância ao princípio da legalidade.
Em um processo em que se apura a prática dos delitos de supressão de tributo e evasão de divisas, o Juiz Federal da 4ª Vara Federal Criminal de Arroizinho determina a expedição de carta rogatória para os Estados Unidos da América, a fim de que seja interrogado o réu Mário. Em cumprimento à carta, o tribunal americano realiza o interrogatório do réu e devolve o procedimento à Justiça Brasileira, a 4ª Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mário, ao se deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, tendo em vista que não foram obedecidas as garantias processuais brasileiras para o réu. Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no Espaço, a alegação do advogado está correta?
A)Sim, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do território nacional.
B)Não, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras só se aplicam no território nacional.
C)Sim, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas em qualquer território.
D)Não, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicas fora no território nacional.
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