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Aplicação da Lei Processual Penal no Espaço 1. Princípio da Territorialidade • Aplica‐se a lei processual penal brasileira a qualquer delito ocorrido no Brasil → Esta regra assegura a soberania nacional Art. 1º O processo penal reger‐se‐á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I ‐ os tratados, as convenções e regras de direito internacional; • Pode haver o afastamento da aplicação da lei processual penal → Tratados, convenções e regras de direito internacional → Interesse do Tribunal Penal internacional ‐ Exceto se o agente for brasileiro, caso em que não será julgado por estrangeiro 2. Conceito de Tratado e Convenção • Tratado: Acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo Direito Internacional • Discute‐se se Tratado e Convenção são termos correlatos → Tratado é utilizado para os acordos solenes, como os tratados de paz → Convenção é o tratado que cria normas gerais. Ex.: Convenção sobre mar territorial 3. Regras de Direito Internacional • Podem ser consideradas para a aplicação excepcional em território brasileiro • Costumes, Princípios Gerais de Direito Internacional e decisões tomadas por organizações internacionais 4. Exceção à regra da territorialidade • A lei que vem de tratado, convenção ou organização mundial afasta a lei nacional → Ex.: Diplomata → Ex.: Cônsul, imune à lei brasileira quando comete infração pertinente ao exercício de suas funções e no território do seu consulado • Permite que um delito fora do país conte com a aplicação da lei brasileira 5. Conflito entre Tratado e Direito Interno • Pela teoria monista, majoritária, existe apenas uma ordem jurídica → Não separa a internacional e a interna → Seus adeptos divergem quanto a qual direito prevalece • O Brasil, especialmente o STF, deixou claro que predomina o direito interno → O tratado jamais atenta contra a Constituição Federal → Quem for mais recente afasta o anterior (seja tratado, seja lei federal) → O tratado somente é aplicado com primazia sobre leis federais se for mais recente 6. Normas Internacionais Relativas aos Direitos Humanos Fundamentais • Normas de proteção aos direitos humanos constantes de tratado ingressam com status de norma constitucional Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo‐se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. • A Constituição distingue os tratados de Direitos Humanos dos outros tratados → O § 3º cita o procedimento para que eles tenham status constitucional ‐ Nucci defende que todos os tratados com esse tema já tem esse status ‐ O STF pode reconhecer a amplitude dos tratados só se cumprirem o dispositivo 7. Jurisdição Política • Certos crimes de responsabilidade são julgados pelo Poder Legislativo, não Judiciário → Ex.: Art. 52, I e II, CF 8. Justiça Especial • São as jurisdições que cuidam de matéria específica, possuindo regras próprias → Ex.: Código Penal Militar e Código Processual Militar • Nem sempre uma Justiça Especial vale‐se de regras processuais próprias → Ex.: A Justiça Eleitoral admite a aplicação subsidiária do CPP 9. Tribunal de Segurança Nacional • Não existe mais no nosso ordenamento jurídico • Hoje, os crimes contra a segurança nacional são julgados pela Justiça Federal Comum → São considerados delitos políticos → Se ofenderem também às instituições militares, deslocam‐se para a Justiça Especial 10. Legislação Especial • A lei especial que regula um procedimento diverso do previsto no CPP prevalece → Somente aplica‐se o CPP em caráter subsidiário Síntese Princípio da territorialidade: é a aplicação da lei processual penal a todo crime cometido em território nacional. Exceção à regra da territorialidade: os tratados e convenções subscritos pelo Brasil podem excepcionar a aplicação da lei penal brasileira a crime cometido no território nacional, como ocorre com a Convenção de Viena em relação às imunidades diplomáticas. Diplomatas estrangeiros, que praticam infrações penais no Brasil, estão imunes á jurisdição nacional. Conflito entre tratado e direito interno: segundo jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal, o tratado situa‐se acima das leis e abaixo da Constituição Federal, razão pela qual, no conflito entre ambos, deve prevalecer o tratado sobre as leis e a Constituição sobre o tratado.
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