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2018 GeoGrafia econômica Prof. Talita Cristina Zechner Lenz Copyright © UNIASSELVI 2018 Elaboração: Prof. Talita Cristina Zechner Lenz Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: L575g Lenz, Talita Cristina Zechner Geografia econômica. / Talita Cristina Zechner Lenz. – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 202 p.; il. ISBN 978-85-515-0226-6 1.Geografia econômica. – Brasil. 2.Brasil – Condições econômicas. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 330.981 III apresentação Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Geografia Econômica. Esta disciplina procura analisar como estão distribuídas e localizadas as atividades econômicas ao longo do globo e quais são as causas e condições que nos ajudam a compreender quais os fatores econômicos, sociais, culturais e ambientais interferem nos padrões de distribuição. Trata-se de uma disciplina abrangente, que envolve tanto conteúdos teóricos e conceituais, bem como contempla elementos de natureza empírica. A primeira unidade do livro didático introduz as bases conceituais que norteiam a disciplina de geografia econômica. Inicia-se o estudo da disciplina com a exposição da retrospectiva história da geografia econômica, que remonta ao século XVI, quando o conhecimento mais abrangente da geografia foi se aprimorando ao longo dos anos devido ao desenvolvimento de mapas e diários de viagem que tinham várias descrições dos povos nativos, do clima, da paisagem e dos níveis de produtividade de vários locais. Na sequência será tratado e explicado quais campos do conhecimento estão atrelados à geografia econômica na atualidade. Outro assunto relevante da unidade é a explicação sobre as principais teorias de localização, consideradas basilares no estudo da geografia econômica. Serão estudadas ainda as diferenças entre crescimento econômico e desenvolvimento. Além disso, aborda-se a questão do desenvolvimento regional sob o prisma econômico. Na segunda unidade são trabalhados os conceitos de sistemas econômicos apresentando os elementos que o caracterizam. Avançando, discute-se a temática dos blocos econômicos e das diferentes formas de regionalismos e de acordos regionais, que são estabelecidos entre os países. São analisadas a natureza e a intensidade das relações que se firmam entre os membros envolvidos. Ademais, a segunda unidade versa ainda sobre globalização e alguns dos seus impactos na divisão territorial do trabalho. A terceira unidade do livro de estudos trata do panorama da geografia econômica no Brasil. Neste sentido, o primeiro tema trabalhado são os marcos históricos relacionados à formação econômica do Brasil. Em seguida, discorre-se sobre a produção agropecuária no Brasil. Por fim, apresentam-se alguns aspectos relevantes da produção industrial no Brasil na atualidade. Aproveite o seu livro didático e bons estudos! Profª Talita Cristina Zechner Lenz IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI VII UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ...................... 1 TÓPICO 1 – O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? ...................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 BREVE HISTÓRICO ............................................................................................................................ 3 3 DISCUSSÕES CONCEITUAIS .......................................................................................................... 4 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18 TÓPICO 2 – A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO ................. 19 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19 2 UM OLHAR SOBRE AS PRINCIPAIS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO ................................... 19 2.1 JOHANN H. VON THUNEN E O ESTADO ISOLADO (1826) ................................................ 20 2.2 ALFRED WEBER – TEORIA DA LOCALIZAÇÃO DAS INDÚSTRIAS (1909) ..................... 22 2.3 AUGUST LÖSCH – A ECONOMIA DA LOCALIZAÇÃO (1940) ............................................ 25 3 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO ............................................... 26 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 34 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 35 TÓPICO 3 – CONCEITOS RELEVANTES NO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA: CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO ....... 37 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37 2 BUSCANDO EXPLICAÇÕES NAS ORIGENS ............................................................................... 37 3 A IDEIA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO ................................................................................ 38 4 O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 42 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 49 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 50 TÓPICO 4 – GEOGRAFIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL ..............................................53 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53 2 O QUE SE ENTENDE POR DESENVOLVIMENTO REGIONAL? ............................................ 53 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 55 RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 64 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 65 UNIDADE 2 – SISTEMAS ECONÔMICOS, INTEGRAÇÃO REGIONAL E GLOBALIZAÇÃO ..................................................................................................... 67 TÓPICO 1 – SISTEMAS ECONÔMICOS: DEFINIÇÕES CONCEITUAIS ................................. 69 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 69 2 O QUE SÃO SISTEMAS ECONÔMICOS? ..................................................................................... 69 3 OS SEIS MOTIVOS QUE LEVARAM O IMPÉRIO SOVIÉTICO À RUÍNA DE MANEIRA SURPREENDENTE ............................................................................... 76 4 SUGESTÃO DE AULA ....................................................................................................................... 84 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 89 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 90 sumário VIII TÓPICO 2 – BLOCOS ECONÔMICOS .............................................................................................. 91 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 91 2 REGIONALISMOS E BLOCOS COMERCIAIS ............................................................................. 91 3 EXEMPLOS DE BLOCOS ECONÔMICOS .................................................................................... 98 3.1 UNIÃO EUROPEIA .......................................................................................................................102 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ACORDOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL ....................................................................................................107 5 PARLAMENTO DO MERCOSUL ...................................................................................................108 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................113 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................114 TÓPICO 3 – GLOBALIZAÇÃO E DIVISÃO TERRITORIAL E INTERNACIONAL DO TRABALHO .....................................................................115 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115 2 GLOBALIZAÇÃO ..............................................................................................................................116 3 DIVISÃO TERRITORIAL DO TRABALHO ................................................................................120 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................123 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................130 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................131 UNIDADE 3 – BREVE HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA E O ESPAÇO ECONÔMICO ATUAL .....................................................................133 TÓPICO 1 – BREVE HISTÓRIA DA ECONOMIA DO BRASIL .................................................135 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................135 2 CICLO DO PAU-BRASIL ..................................................................................................................135 3 CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR ....................................................................................................141 4 CICLO DO OURO ..............................................................................................................................146 5 CICLO DO ALGODÃO ....................................................................................................................149 6 CICLO DA BORRACHA ...................................................................................................................151 7 CICLO DO CAFÉ ...............................................................................................................................154 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................157 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................159 TÓPICO 2 – O ESPAÇO ECONÔMICO BRASILEIRO NA ATUALIDADE: A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA ..................................................161 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161 2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA BRASILEIRA ..............................161 3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTCAS DA PECUÁRIA NO BRASIL ...........................................168 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................174 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................175 TÓPICO 3 – O ESPAÇO ECONÔMICO BRASILEIRO NA ATUALIDADE: A PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA .........................................................177 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................177 2 BREVES APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA............................................................................................177 3 A DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS INDÚSTRIAS ..........................................................180 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................186 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................191 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................192 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................195 1 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Esta unidade tem por objetivos: • conhecer a evolução histórica do conceito de Geografia Econômica; • compreender as principais definições de Geografia Econômica; • conhecer as principais Teorias de Localização Relacionadas à Geografia Econômica; • distinguir as diferenças conceituais entre crescimento e desenvolvimento econômico; • conhecero conceito de desenvolvimento regional. Esta unidade está organizada em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você encontrará atividades que o farão compreender o processo de aprendizagem dos temas abordados. TÓPICO 1 – O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? TÓPICO 2 – A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO TÓPICO 3 – CONCEITOS RELEVANTES NO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA – CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO TÓPICO 4 – GEOGRAFIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? 1 INTRODUÇÃO Para iniciar o estudo da Geografia Econômica é necessário explicar a gênese desta disciplina. Assim como ocorre em outras áreas da geografia, como geografia humana ou da população, a Geografia Econômica surge entrelaçada com outras áreas do conhecimento, como a economia, história e a agricultura. Neste tópico, iremos fazer esse retrospecto histórico e entender qual é a delimitação, isto é, a área de alcance, dos estudos da Geografia Econômica. 2 BREVE HISTÓRICO Para começar o estudo da Geografia Econômica, inicialmente será feito um breve retrospecto histórico sobre este campo de conhecimento da geografia. De acordo com Krugman (2017), a retrospectiva histórica da geografia econômica remonta ao século XVI, quando o conhecimento mais abrangente da geografia foi se aprimorando ao longo dos anos devido ao desenvolvimento de mapas e diários de viagem que tinham várias descrições dos povos nativos, do clima, da paisagem e dos níveis de produtividade de vários locais. Ou seja, os avanços da ciência denominada cartográfica contribuíram para que se formasse o campo de estudos da Geografia Econômica. UNI Ademais, convém mencionar que as relações econômicas e espaciais que se estabelecem são fruto de dinâmicas sociais. Neste sentido, a Geografia Econômica constitui- se em um campo de estudos ligados à Geografia Humana. Devido ao vasto conhecimento fornecido por esses periódicos e documentos cartográficos, foi possível identificar e estabelecer padrões de comércio transcontinental que levaram ao desenvolvimento da teoria e prática econômica a partir do século XVI (KRUGMAN, 2017). UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 4 Posteriormente, o conhecimento geográfico foi se popularizando e entre os fatores que ajudam a explicar esta popularização destaca-se a contribuição da Segunda Guerra Mundial. Após o término da Segunda Guerra Mundial, o mundo enfrentava uma série de mazelas econômicas e dificuldades sociais e, neste sentido, a Geografia Econômica passou a ser vista como uma área de estudo apta a contribuir com a recuperação, desenvolvimento e crescimento da economia (KRUGMAN, 2017). Várias teorias, como o Determinismo Climático, de Ellsworth Huntington, e a Teoria dos Lugares Centrais, de Walter Christaller, desempenharam papel relevante neste período. Na sequência, iremos analisar algumas destas teorias precursoras. 3 DISCUSSÕES CONCEITUAIS Segundo Araújo Júnior (2015, p. 141), “a geografia econômica estuda as relações econômicas que se dão no espaço do globo terrestre entre os países e dentro deles e explica porque determinadas áreas crescem e outras não”. Além disso, segundo o referido autor, a geografia econômica “tenta compreender os processos de evolução da economia mundial, a importância da mão de obra, dos recursos naturais e energéticos no desenvolvimento econômico das sociedades, estruturados em conceitos como sociedade em rede, espaços de fluxos e espaço de lugares. “(ARAÚJO JÚNIOR, 2015, p. 141). A Geografia Econômica é a área acadêmica que estuda a dimensão geográfica da escala das economias no contexto das mudanças econômicas. Por dimensão geográfica, compreende-se aspectos como localização, distância, proximidade/separação, vizinhança e aglomeração, enfim, preocupa-se em estudar a organização espacial das atividades econômicas em todo o mundo (KRUGMAN, 2017; TARTARUGA, 2017). A Geografia Econômica vale-se de vários conceitos fundamentais da geografia, tais como espaço, território, região, entre outros, para procurar descrever e explicar a estrutura e a dinâmica dos fenômenos econômicos (TARTARUGA, 2017). Sánchez Hernández (2003) pontua que a Geografia Econômica pode ser definida como o estudo da materialização desigual e diferenciada das atividades econômicas no território. Além disso, Sánches Hernández (2003) ressalta que a referida materialização não assume o lugar e a mesma forma nas distintas escalas geográficas de análises, porque os fatores e agentes dominantes não são idênticos em cada nível. Por isso, o estudo particular de cada escala de materialização precisa combinar-se com os estudos dos mecanismos de articulação interescalar, com o intuito de permitir que a Geografia Econômica possa estudar de maneira coerente a interação que se estabelece entre economia e território (SANCHES HERNÁNDEZ, 2003). TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? 5 UNI Você lembra o que significa escala, no âmbito dos estudos geográficos? FIGURA 1 – ESCALA CARTOGRÁFICA X ESCALA GEOGRÁFICA FONTES: <https://degeografiayotrascosas.wordpress.com/actividades-del-mes/representacion- del-espacio-geografico/> e <https://br.pinterest.com/pin/529665606157732275/>. Acesso em: 28 maio 2018. Para recordar este conteúdo, selecionamos um fragmento de artigo publicado no Boletim de Geografia para esclarecer a distinção entre escala cartográfica e escala geográfica. Acompanhe conosco! CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCALA Para os geógrafos e cartógrafos, a escala como medição/cálculo ou como recortes do território é um conceito muito importante. Não há leitura em um mapa sem determinação da escala, assim como não há análise de fenômenos sem que seja esclarecida a escala geográfica adotada. Segundo Turner (1989), a palavra escala é usada em muitos contextos, denotando frequentemente diferentes aspectos no espaço e no tempo. O entendimento e o uso correto da escala são fundamentais em pesquisas geográficas, cartográficas e ambientais, ou em todas aquelas que se realizem sobre o espaço geográfico no qual ocorrem os fenômenos (MENEZES; COELHO NETO, 2002). [...] UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 6 Com base no fragmento apresentado é possível afirmar, de maneira resumida, que a ideia de escala cartográfica nos remete à noção de medição e fração, isto é, uma delimitação baseada em cálculos, elemento indispensável para a construção de mapas. Já a escolha da escala de análise de um determinado estudo geográfico fica a critério do pesquisador, que irá optar por uma escala para analisar um fenômeno. Neste sentido, a escala tanto pode ser um recorte conhecido como o nível “estadual” ou “municipal”, bem como pode ser um bairro ou, ainda, uma determinada área onde se concentram empresas de determinado setor. Portanto, no plano dos estudos geográficos, é preciso ter cuidado ao afirmar que um fenômeno é de grande ou de pequena escala, porque esta interpretação depende dos caminhos metodológicos percorridos em cada pesquisa. Agora que você retomou esta distinção, lembre-se de tomar em conta a diferença ao longo dos seus estudos no Curso de Geografia. Retomando o debate sobre a Geografia Econômica, ao longo dos anos a disciplina adotou várias abordagens para diferentes assuntos, como a localização das indústrias, os benefícios que as empresas obtêm ao se localizarem próximas umas das outras (economias de aglomeração), a geografia de transportes que estuda a conexão e o movimento entre pessoas e bens. Outros assuntos estudados no plano da geografia econômica incluem a relação entre meio ambiente e economia, comércio internacional, economia em áreas urbanas e economia e planejamento urbano (KRUGMAN, 2017). Para auxiliar sua compreensão, apresenta-se na sequência uma figura que mostra de maneira resumida aspectos relevantes discutidos no plano da Geografia Econômica. Devido à inexistência de clareza e à falta de consenso sobre o que seria o conceitode escala geográfica, ou ainda, um conceito de escala útil, que permitisse a análise geográfica dos fenômenos, que se confunde com a escala cartográfica (CASTRO, 1996). Segundo a autora, a escala geográfica é “a escolha de uma forma de dividir o espaço, definindo uma realidade percebida/ concebida, é uma forma de dar-lhe uma figuração, uma representação, um ponto de vista que modifica a percepção da natureza deste espaço e, finalmente, um conjunto de representações coerentes e lógicas que substituem o espaço observado”. A autora enfatiza ainda a inversão do conceito de escala fração (escala cartográfica) e a escala geográfica, argumentando que seria no mínimo estranho dizer que a evolução de uma voçoroca é um fenômeno de grande escala, enquanto que a deriva continental é um fenômeno de pequena escala, colocando em voga o entendimento disto ao cartógrafo, que pensaria nas escalas adequadas para a representação no mapa. [...] Grifo nosso. FONTE: MARQUES, Américo José; GALO, Maria de Lourdes Bueno Trindade. Escala geográfica e escala cartográfica: distinção necessária. Boletim de Geografia, p. 47-55, 2009. Disponível em: <https://bit.ly/2NUti59>. Acesso em: 28 maio 2018. TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? 7 FIGURA 2 - GEOGRAFIA ECÔNOMICA E SUAS RELAÇÕES Localização Organização espacial Diferenciação Interação EconomiaTerritório Lugar Região Escala O conceito de Geografia Econômica nos remete a quais expressões? FONTE: A autora (2018) O propósito desta imagem é que ela possa lhe auxiliar no seu processo de estudo, reforçando os principais elementos que compõem o leque de estudos da Geografia Econômica. Krugman (2017) observa que, tendo em vista a ampla área de estudos da Geografia Econômica, esta disciplina envolve vários ramos de atuação, conforme se observa na figura a seguir. FIGURA 3 – RAMOS DE ATUAÇÃO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA Geografia da Agricultura Este é o ramo que investiga a superfície da Terra que foi transformada por atividades humanas cujo foco principal é as estruturas e a paisagem agrícola. Geografia da Indústria Este ramo está atrelado ao estudo da posição ou localização de uma determinada indústria, matérias-primas, produtos e distribuição e como isso afeta sua produtividade. Geografia do Comércio Internacional O comércio internacional é feito através das fronteiras internacionais. A geografia do comércio internacional estuda os padrões e teorias utilizadas. UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 8 FONTE: Adaptado de Krugman (2017) Convém observar que, independentemente do ramo de atuação da Geografia Econômica, observa-se que, de maneira geral, existem alguns agentes em comum que fazem parte do objeto de estudo desta ciência. Segundo Tartaruga (2017, p. 191), tais agentes seriam: trabalho, empresa e Estado. O trabalho é considerado, há muito tempo, um elemento central para a geração de valor na economia. Nos últimos aos, a natureza da força de trabalho e do próprio trabalho vem sofrendo importantes mudanças, em função da globalização da economia, como no nível de qualificação da mão de obra, no padrão do emprego (a exemplo da flexibilização) e nas questões de gênero. As pesquisas têm direcionado forte atenção, também, no desempenho econômico da empresa em novas formas de análise, como as redes empresariais e as perspectivas culturais e institucionais das firmas. Igualmente, o papel do Estado é um aspecto essencial para os estudos geográficos-econômicos, no sentido de sua atuação no território para criar as condições econômicas e sociais para o desenvolvimento geral. Além disso, Aoyama et al. (2011) (apud TARTARUGA, 2017) explicam que também compete à Geografia Econômica examinar algumas das fontes de dinamismo econômico em regiões e países, que são a inovação, o empreendedorismo e a acessibilidade. Os debates sobre inovação centralizam reflexões de pesquisadores e tomadores de decisões, sobretudo em países mais desenvolvidos. Neste sentido, estudos de Geografia Econômica têm comprovado que os processos de inovação são altamente dependentes do contexto e da história de cada território, sendo influenciados por fatores sociais e institucionais (TARTARUGA, 2017). Sobre o aspecto do empreendedorismo, Tartaruga (2017) explica que este é um elemento considerado bastante relevante para a inovação e para a mudança econômica. No plano da geografia, tal fenômeno é estudado por meio de sua relação com os diferentes lugares, isto é, analisa a disponibilidade de trabalhadores qualificados, a estrutura industrial, além de aspectos como cultura regional e redes de empresas. Geografia de Transporte e Comunicação Este ramo investiga o movimento e a conexão de pessoas e bens ao tentar entender os complexos modos de transporte disponíveis na superfície da Terra. Geografia das Finanças Este ramo estuda principalmente os padrões geográficos das finanças globais e se concentra em compreender a criação de novos centros financeiros no mundo. Também estuda como vários fatores, como soberania e cultura, afetam a distribuição financeira. Geografia de Recursos Este é outro ramo importante que ajuda a determinar a localização dos recursos naturais, sua disponibilidade e como estes satisfazem as necessidades e desejos humanos. TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? 9 Acerca da acessibilidade, Tartaruga (2017) esclarece que, historicamente, no plano da Geografia Econômica, esta dimensão vem sendo analisada em termos da distância separando as pessoas e os lugares e os desafios para aproximar estes dois elementos. No período recente, incorporou-se no escopo de tais discussões o acesso às informações e ao conhecimento, face ao advento das tecnologias da informação e comunicação. Agora que discorremos sobre os principais elementos teóricos que compõem o campo de estudo da Geografia Econômica, vamos observar alguns exemplos práticos de seus desdobramentos? Para isso, selecionamos uma matéria de jornal que traz à tona alguns dos elementos mencionados. Acompanhe! Matéria publicada no jornal Diário Catarinense em 26 de janeiro de 2018. SC LIDEROU GERAÇÃO DE EMPREGO NO BRASIL EM 2017 FÁBRICA DE PORTAS EM CAÇADOR: INDÚSTRIA PUXOU CRIAÇÃO DE VAGAS NO ESTADO FONTE: Foto: Marco Favero / Diário Catarinense (2017) Não é que a economia esteja pujante, mas há sinais de que, pouco a pouco, caminha-se no sentido da recuperação. Com atividade econômica diversificada, Santa Catarina vem retomando o crescimento mais rapidamente que outros estados. Prova disso é que foi o que mais gerou empregos em 2017, saldo de 29.441 postos de trabalho formais, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Ministério do Trabalho. Santa Catarina foi na contramão do Brasil, que fechou 20,8 mil vagas, e o cenário catarinense foi muito melhor que nos anos anteriores. Em 2016 o Estado fechou 32,7 mil postos, e em 2015 bateu recorde negativo ao encerrar 58,6 mil. No entanto, o resultado de 2017 ainda é tímido comparado com os anos pré- crise. Para se ter uma ideia, o saldo do ano passado foi o terceiro pior da série histórica do Caged, que começa em 2002. Em 2014, que esteve longe de ter um grande saldo, SC criou 53 mil postos. UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 10 Observou como são analisados na prática alguns elementos teóricos tratados no texto? Note que aspectos como empregos, diversificação da indústria e desconcentração industrial são relevantes para compreender a dinâmica da geografia econômica de uma unidade federativa. Como sugestão de atividade prática do conteúdo deste tópico, selecionamos um plano de aula direcionado para alunos do primeiro ano do Ensino Médio e disponível no Portal do Professor. O tema da aula é Geografia e Economia: lições do cotidiano. Nesta sugestão de aula, o aluno é conduzido a observar na prática, sobretudo, como se engendram os fluxos geográficos relacionados à atividadeeconômica. Aproveite esta sugestão de aula para se inspirar e para pensar em formas de inovar no processo de condução das suas aulas (seja no momento atual ou no futuro). Acompanhe! Aula Geografia e Economia: lições do cotidiano, elaborada pela professora Izabel Castanha Gil. FONTE: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2018/01/sc-liderougeracao-de-emprego- no-brasil-em-2017-10134396.html>. Acesso em: 28 maio 2018. — O ambiente de negócios em SC se manteve bastante propício, favorecendo o emprego, sem elevação de impostos, por exemplo, como aconteceu em outros Estados. Mesmo assim, não foi o suficiente para recuperar os resultados negativos dos outros anos, ainda há bastante capacidade ociosa – diz o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova. Ao longo de todo o ano passado, a alta foi puxada pela indústria, que, de janeiro a dezembro gerou 12,4 mil vagas. A seguir aparecem os serviços, com 11,1 mil e comércio, com 8,7 mil. Foi um contexto diferente do observado em nível nacional, no qual a indústria teve a segunda maior redução entre os setores (-19,9 mil), atrás apenas da construção civil (-104 mil). O comércio foi o líder em criação de empregos no Brasil em 2017 ao gerar 40 mil vagas. Para o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José Côrte, o modelo do setor industrial no Estado é o que faz a diferença: — Temos a indústria mais diversificada do país e mais desconcentrada, espalhada por todo o Estado, então isso nos dá um equilíbrio, a nossa dependência de alguns setores é menor que de outros Estados – avalia Côrte. Dentre as unidades da federação que tiveram redução no número de vagas formais, os líderes foram Rio de Janeiro (-92.192 postos), Alagoas (-8.255 postos) e Rio Grande do Sul (-8.173 postos). Do lado oposto, entre as que mais geraram empregos, depois de SC aparecem Goiás (25.370 postos) e Minas Gerais (24.296 postos). [...] TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? 11 Dados da aula O que o aluno poderá aprender com esta aula? • Identificar relações básicas entre geografia e economia, a partir da decodificação de produtos consumidos diariamente. • Reconhecer a complexidade das relações estabelecidas entre a sociedade e a natureza para obtenção de recursos necessários à sobrevivência humana. • Reconhecer a globalização econômica como a etapa contemporânea do modo capitalista de produção. Duração das atividades 4 aulas de 50 minutos Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno: • Espaço geográfico como produto das relações humanas. • Elementos da economia: produção, circulação e consumo. • Meio técnico científico informacional: conceito. Estratégias e recursos da aula Aula indicada para a 1ª série do Ensino Médio. Atividade 1 FIGURA 4 – MODO DE DISPOSIÇÃO DE ALIMENTOS FONTE: <http://supergostei.blogspot.com.br/2011/04/despensa.html>. Acesso em: 20 set. 2018. O professor deverá entregar aos alunos a planilha sugerida no Quadro 1, solicitando que observem embalagens de produtos utilizados pela sua família. Eles poderão trazer embalagens vazias para a sala de aula ou levar a planilha para ser preenchida em casa. Essa planilha formará uma base de dados que subsidiará o preenchimento do Quadro 2, cujos itens constantes nos alvéolos ajudam a compreender a relação entre economia e geografia. UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 12 QUADRO 1 – DECODIFICAÇÃO DE PRODUTOS CONSUMIDOS NO COTIDIANO Produto Ingredientes ou substâncias químicas utilizadas na composição Cidade e estado de origem Nome do fabricante ou produtor Nome do estabelecimento comercial ou do vendedor Arroz Feijão Açúcar Sal Farinha de trigo Café Nescau Carne bovina Carne de frango Peixe Frutas, verduras e legumes frescos Alho Leite Ovos Refrigerante Margarina Sabonete Xampu Sabão em pó Outros FONTE: Gil (2013) Considerando a diversidade de dados coletados, essa etapa do trabalho deverá ser feita individualmente. A partir da observação dos dados gerados, os alunos deverão responder ao que se pede: TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? 13 QUADRO 2 - INTERPRETAÇÃO DA BASE DE DADOS AUTOGERADA 1 – Identifique os produtos: a) Consumidos in natura. b) Minimamente processados. c) Transformados industrialmente. 2 – Identifique os estados e regiões de origem dos produtos. 3 – Identifique onde ocorre maior concentração de: a) Produção agrícola e pecuária. b) Produção industrial. 4 – Identifique indústrias nacionais e multinacionais fabricantes dos produtos consultados. 5 – Em muitos produtos fabricados por indústrias multinacionais, lê- se: Indústria brasileira. Como se explica isso? 6 – Nas compras realizadas diretamente do produtor, é mais fácil sabermos os nomes das pessoas produtoras e vendedoras. Nas compras realizadas nos supermercados e lojas de grande porte, a impessoalidade é maior. Como se explica esse fato? FONTE: Gil (2013) Objetivando o aprofundamento conceitual do tema em estudo, o professor deverá distribuir cópias do organograma sugerido no Quadro 3 para que os quadros sejam respondidos, tendo como referência a planilha sugerida no Quadro 1. O acesso a esse recurso didático poderá ser feito por meio de cópia impressa ou virtual, esta última acessada no laboratório de informática. Essa atividade deverá ser respondida em grupo de quatro pessoas, considerando a importância do compartilhamento das informações e, principalmente, da interpretação das mesmas. A observação do organograma facilita a formação de uma visão geral sobre o tema. UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 14 QUADRO 3 – DECODIFICAÇÃO DA BASE DE DADOS GERADA PELOS ALUNOS Alimentos e higiene – relação entre geografia e econômia Elementos estruturantes da economia de mercado Prod. produzidos em pequenas propriedades rurais Prod. de indústrias brasileiras Prod. produzidos em grandes propriedades Prod. de indústrias multinacionais Produção manual ou artesanal Matérias primas retiradas diretamente da natureza Matérias primas artificiais Elementos essenciais à produção Elementos essenciais à transformação Elementos essenciais à distribuição FONTE: Gil (2013) Com base nas informações dispostas no organograma, os grupos de alunos deverão responder aos seguintes questionamentos: QUADRO 4 – INTEPRETAÇÃO DO ORGANOGRAMA PREENCHIDO NO QUADRO 3 1 – Quais relações se observam entre geografia e economia? 2 – Identifique o papel do trabalho nessas relações. 3 – Identifique o papel do capital nessas relações. 4 – Identifique o papel do Estado nessas relações. 5 – É possível identificar o processo de globalização econômica nessas relações? Justifique. TÓPICO 1 | O QUE É GEOGRAFIA ECONÔMICA? 15 6 – Nas relações representadas no organograma, identifique circunstâncias em que podem ocorrer: a) desigualdades sociais. b) impactos ambientais. c) trocas econômicas desiguais. FONTE: Gil (2013) As respostas deverão ser anotadas no livro do aluno e a socialização ocorrerá por meio de um debate. O professor deverá promover a formação de um grande círculo na sala de aula, estimulando a participação de todos. Nesse momento, eles deverão estar com o Atlas geográfico em mãos para confirmação de alguns dados, por exemplo: a) localização espacial das áreas de maior e menor concentração industrial; b) áreas de produção agrícola e pecuária; c) áreas de maior e menor concentração populacional (mercado consumidor), entre outras informações. Além dos itens para observação no parágrafo anterior, os alunos poderão estabelecer conexão entre a planilha preenchida com os produtos existentes em casa e o mapa conceitual. A partir da prática, poderão perceber a fundamentação teórica do tema. Atividade 2 A conclusão da aula será feita com duas atividades: 1 – Os alunos receberão o artigo Conceitos e importância da geografia econômica,disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/ conceitos-importancia-geografia-economica*.htm>, ou se for o caso, o professor poderá promover a sua leitura com o uso de um projetor com leitura, pelos alunos, em voz alta. Caso haja mais de uma turma na escola desenvolvendo a mesma atividade, é possível promover um debate entre elas, ampliando a visão dos estudantes. 2 – Num segundo momento, cada aluno do grupo deverá garimpar uma questão de vestibular, ENEM ou concurso público sobre a temática da geografia econômica, definir um aluno voluntário, com disponibilidade de tempo, para receber essas questões por e-mail, excluir aquelas repetidas, montar um arquivo e enviar ao professor, em nome do grupo. Este, por sua vez, selecionará algumas questões para discussão em sala de aula, reforçando conceitos ou esclarecendo dúvidas. Esse banco de questões dos alunos poderá ser aproveitado na avaliação institucional, quando se verificará a compreensão da temática estudada. UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 16 Recursos complementares Conhecendo os setores da economia. Disponível em: <http:// portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=667>. Geografia econômica: encontros e desencontros de uma ciência de encruzilhada <http://www.apgeo.pt/files/section44/1227097241_Inforgeo_16_17_ p111a125.pdf>. Matriz de referências do ENEM: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=arti- cle&id=13318&Itemid=310&msg=1>. Avaliação Participação, interesse, pontualidade, são aspectos comportamentais e atitudinais que devem ser considerados na composição da média final. Em relação ao conhecimento, o professor deverá considerar o desempenho dos alunos nas interpretações propostas e na avaliação institucional. FONTE: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=51785>. Acesso em 25 jun. 2018. UNI Caro acadêmico! Os conteúdos trabalhados nesta disciplina de Geografia Econômica, são trabalhados de forma diluída tanto no ensino médio como no ensino fundamental. Nos livros didáticos direcionados para estas fases do ensino, você irá notar que temas como globalização, sistemas econômicos e regiões serão debatidos em distintos níveis de profundidade, condizentes com cada etapa dos estudos. 17 Neste tópico, você aprendeu que: • A Geografia Econômica estuda as relações econômicas que se dão no espaço do globo terrestre entre os países e dentro deles e explica porque determinadas áreas crescem e outras não. • A Geografia Econômica pode ser definida como o estudo da materialização desigual e diferenciada das atividades econômicas no território. • Ao longo dos anos, a Geografia Econômica adotou várias abordagens para diferentes assuntos, como a localização das indústrias, os benefícios que as empresas obtêm ao se localizarem próximas umas das outras (economias de aglomeração), a geografia de transportes, que estuda a conexão e o movimento entre pessoas e bens. • Outros assuntos estudados no plano da Geografia Econômica incluem a relação entre meio ambiente e economia, comércio internacional, economia em áreas urbanas e economia e planejamento urbano. • Independentemente do ramo de atuação da Geografia Econômica, existem alguns agentes em comum fazem parte do objeto de estudo da geografia econômica: trabalho, empresa e Estado. RESUMO DO TÓPICO 1 18 1 De maneira geral, é possível afirmar que a geografia é a ciência que se dedica a compreender o espaço e a relação que ele estabelece com a sociedade e a natureza. Para atender este objetivo abrangente, a geografia se divide em várias áreas. Com relação à Geografia Econômica, assinale a alternativa CORRETA: ( ) O escopo de atuação da Geografia Econômica está restrito aos fenômenos de escala global, visto sua relevância no plano econômico internacional. ( ) A Geografia Econômica é uma área de pesquisa dedicada a entender a relação entre os processos sociais e os processos ambientais. ( ) A agricultura constitui-se no principal elemento de estudo da Geografia Econômica, considerando seu caráter estratégico na produção de alimentos. ( ) A Geografia Econômica é o ramo do conhecimento responsável por compreender a lógica da produção e distribuição das atividades econômicas. 2 Entre as atribuições da ciência geográfica, menciona-se que a geografia procura estudar a relação que se estabelece entre o conjunto inseparável de fixos e fluxos. Particularmente, no que se refere às atribuições da chamada geografia das finanças, assinale a alternativa CORRETA: ( ) A geografia das finanças analisa principalmente como a inflação interfere na taxa de desemprego dos países subdesenvolvidos. ( ) Os geógrafos financeiros investigam a relação entre a microeconomia e os custos operacionais da produção de artefatos. ( ) A geografia das finanças estuda os padrões das finanças globais e busca compreender como se formam os novos centros financeiros mundiais. ( ) A geografia financeira estuda os padrões ocupacionais nos grandes centros urbanos, entendendo os mecanismos de variação dos preços. 3 Historicamente, a atividade industrial constitui-se em um importante elemento do quadro econômico internacional. Tendo em vista sua relevância para a sociedade, de modo geral, alguns campos disciplinares procuram estudar a sua dinâmica. Neste sentido, disserte sobre a área de estudo da Geografia da Indústria. AUTOATIVIDADE 19 TÓPICO 2 A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Conforme vimos no tópico anterior, o estudo da Geografia Econômica é abrangente e envolve o estudo de diferentes dimensões do objeto geográfico. Após aprendermos como se formou historicamente o campo disciplinar da Geografia Econômica e após identificar que elementos fazem parte do escopo de estudos desta disciplina, neste tópico iremos examinar algumas teorias fundamentais no campo da geografia econômica. Particularmente, neste momento, vamos estudar as chamadas teorias de localização, que historicamente tiveram um papel relevante na geografia. Tratando deste assunto, Santos (1977, p. 87) explica que: [...] as diferenças entre lugares são o resultado do arranjo espacial dos modos de produção particulares. O ‘valor’ de cada local depende de níveis qualitativos e quantitativos dos modos de produção e da maneira como eles se combinam. Assim, a organização local da sociedade e do espaço reproduz a ordem internacional. [...] a localização dos homens, das atividades e das coisas no espaço explica-se tanto pelas necessidades ‘externas’, aquelas do modo de produção ‘puro’, quanto pelas necessidades ‘internas’, representadas essencialmente pela estrutura de todas as procuras e a estrutura de classes, isto é, a formação social propriamente dita. 2 UM OLHAR SOBRE AS PRINCIPAIS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO Para que possamos compreender como se estruturou a Geografia Econômica, é necessário compreender que existe um estreito entrelaçamento entre geografia econômica e economia espacial. Embora recebam denominações diferentes e a intensidade dos seus enfoques possa variar, é notável a aproximação destas duas áreas “irmãs”. O interesse de ambas está centrado em entender como os fenômenos econômicos se engendram no espaço. Lan (2017) pontua que é depois do começo da Revolução Industrial que economistas e geógrafos passaram a se dedicar e construir os fundamentos da localização industrial. Von Thünen é considerado pioneiro, como observa Lan (2017, p. 241): “é no começo do século XIX que nasceu a economia espacial, quando Von Thünen (1826) apresentou a teoria de localização das atividades agrícolas”. Vamos conhecer esta teoria? UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 20 2.1 JOHANN H. VON THUNEN E O ESTADO ISOLADO (1826) Waibel (1948) explica que o primeiro economista que tratou, clara e sistematicamente, a influência da distância do mercado em relação à economia agrária foi Johann Heinrichvon Thünen. Thünen buscou explicar o padrão das atividades agrícolas em torno das cidades na Alemanha pré-industrial (THISSE, 2011). Conhecida como Teoria do Estado Isolado, Von Thünen propôs um modelo para explicar a variação do uso do solo agrícola. Waibel (1948, p. 3) ressalta que: “o Estado Isolado é uma abstração relativamente ao espaço, à natureza e à economia”. (grifo nosso) Como se trata de um modelo abstrato, precisamos ter em mente que Von Thünen procurou explicar as formas de uso do solo agrícola considerando que algumas condições e circunstâncias se manteriam “estáveis”. Ou seja, trata- se de um “modelo ideal” que procurou, à sua época, qual seria a melhor forma de utilizar e de tirar o melhor proveito possível do solo decorrente da atividade agrícola. Tenha em mente que mesmo em seu tempo, o propósito do modelo não era uma mera replicação e repetição do mesmo em vários recortes espaciais. O objetivo era criar um modelo apto para lançar luz e ajudar a entender como a produtividade da terra poderia ser incrementada. Vamos entender, então, quais eram as premissas consideradas “dadas” e “estáveis” neste modelo? FIGURA 5 – POSTULADOS DA TEORIA DE VON THÜNEN O modelo Von Thünen baseia-se nos seguintes postulados 1) área homogênea, economicamente ilhada, com as mesmas condições naturais e de transporte; isso significa que os custos de produção por unidade ficam iguais; 3) no mercado, há uma competição viva entre produtores de tal maneira que eles mesmos não podem determinar os preços; 2) a demanda de bens agrícolas está concentrada na cidade; 4) a oferta de bens agrícolas está dispersa em uma planície uniforme. FONTE: Adaptado de Lan (2017, p. 242) De modo resumido, “Thünen postula a maximização da renda em função da distância e dos custos de transporte” (LAN, 2017, p. 242). Ou seja, o autor estava preocupado em explicar onde deveriam estar localizadas determinadas atividades agrícolas. Para isso, entendia que o fator fundamental para análise era o custo de transporte entre a área de plantio e o mercado consumidor. Para TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 21 balizar este seu entendimento, Thünen desenvolveu a ideia de círculos (ou anéis) concêntricos. Lan (2017, p. 242) explica que “para Von Thünen, os cultivos se repartem em áreas concêntricas especializadas em atividades agrícolas, em função da distância da vila, e a competição pela terra determina a renda máxima que pode pagar um produtor agrícola”. Na sequência, apresentam-se os círculos concêntricos propostos por Von Thünen. FIGURA 6 – CÍRCULOS CONCÊNTRICOS DE VON THÜNEN FONTE: CABRAL, D. Von Thünen e o abastecimento madeireiro de centros urbanos pré- industriais. Revista Brasileira de Estudos de População, 28 (2), 2011. Conforme se observa na figura, os círculos mais próximos da cidade (mercado consumidor) devem abrigar os produtos que são requeridos com maior frequência e que são mais perecíveis, isto é, produtos da horticultura. Por sua vez, os círculos mais distantes deveriam abrigar atividades como o cultivo de gado e conservação da floresta – atividades que não precisam estar tão próximas do mercado consumidor. A este respeito, Waibel (1948, p. 4) sustenta que: Assim, com o aumento da distância da cidade, a produção agrícola deve ser a que – de acordo com seu valor – exige menores tarifas de transporte e, além disso, a que não se deteriora com facilidade e não precisa ser consumida ainda fresca. Como a despesa de transporte dos produtos do campo até a cidade é igual para todos os pontos equidistantes do mercado urbano, os tipos de cultura agrária situar-se-ão em anéis ou faixas concêntricas, em torno da cidade, dispondo-se dos de maior intensidade, estes próximos ao centro, aos de menor, na periferia do Estado. Mercado Urbano I – Horticultura intensiva II – Silvicultura III – Sistema rotativo de cereais e raízes IV – Sistema rotativo de cultura e pastagem V – Sistema de três campos VI – Criação de gado VII – Floresta virgem VIVII IV III II IV UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 22 Conforme podemos observar, a principal preocupação de Von Thünen é o efeito da localização sobre a atividade econômica. Embora atualmente este modelo seja considerado antigo e ultrapassado em alguns aspectos, ele continua a apresentar elementos relevantes para serem tomados em conta tanto para determinar as escolhas locacionais de produtores agrícolas, bem como, oferece pistas para se pensar em propostas de planejamento urbano mais alinhadas com as expectativas da população. 2.2 ALFRED WEBER – TEORIA DA LOCALIZAÇÃO DAS INDÚSTRIAS (1909) Seguindo a trajetória dos importantes teóricos que contribuíram para a formação da geografia econômica, outra contribuição importante foi a do economista alemão Alfred Weber – primeiro autor a desenvolver uma teoria global da localização industrial. O ponto de partida da teoria de Weber é a empresa (LAN, 2017). “Alfred Weber (1909) pretendeu definir uma teoria da localização industrial, tal como Von Thünen tinha pretendido definir uma de localização agrícola” (RAMOS, 2000, p. 21). No entendimento de Weber (2016), torna-se primordial saber onde determinada indústria está situada, levando em consideração a relação entre os custos de transporte, fontes de matérias-primas, a distância aos insumos e ao mercado. Ramos (2000) esclarece que para conceber sua teoria, Weber analisou os fatores que tinham capacidade de influenciar a localização das indústrias e, então, selecionou os três fatores de localização que considerou mais relevantes, a saber: ponto mínimo de custos de transporte; distorção do trabalho e, forças de aglomeração ou desaglomeração. Vamos entender melhor o que significa cada um destes fatores locacionais mencionados? Para começar, vamos acompanhar a definição trazida por Ramos (2000, p. 22) sobre cada fator, acompanhe: a) o ponto mínimo de custos de transporte é determinado geometricamente, tendo em conta os dois elementos que condicionam esse custo, isto é, o peso e a distância. A decisão de localização tomada pelos responsáveis das empresas depende, em grande medida, da comparação de preço entre o transporte das matérias-primas e dos produtos. [...] b) a distorção do trabalho corresponde à atração exercida por centros vantajosos em mão de obra. Esta distorção depende essencialmente das diferenças entre os níveis salariais dos diferentes locais, considerando a mão de obra imóvel e a oferta ilimitada [...] c) forças de aglomeração e desaglomeração [...] a primeira consiste em economias de aglomeração, resultantes do reagrupamento geográfico das empresas em termos de produção e de escoamento (existência de preços mais favoráveis, melhores adaptações às condições de mercado, integração de maior número de unidades fabris). A segunda traduz-se num aumento das rendas fundiárias provocado por uma concentração excessiva, que reduz os locais disponíveis e faz aumentar o preço dos solos. (grifo nosso) TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 23 Note na explicação de Ramos (2000) que embora a teoria de Weber tenha sido pioneira nas teorias de localização industrial, ela contempla uma série de aspectos que seguem em evidência quando o que está em questão é decidir onde instalar uma indústria. A preocupação fundamental em determinar o custo mínimo de transporte é parte fundamental desta teoria. Neste sentido, a preocupação com os custos de transporte envolve tanto a variável matéria-prima – o quão distante ou próximos estão os insumos necessários para que ocorra a produção industrial efetivamente e, por sua vez, o custo de transporte relacionado ao mercado – quanto envolve questões como: que distância e com qual custo o mercado está disposto a percorrer para acessar determinado produto? Outro ponto importante da teoria de Weber é a ideia de distorção do trabalho, que está relacionada à localização e à remuneração da mão de obra. A este respeito,vale lembrar que trabalhadores com níveis de qualificação similares podem receber salários diferentes, dependendo de onde estiverem localizados. De forma similar, Weber – já à sua época – percebeu que o modo como a mão de obra se encontra disponível pelo território não é homogêneo. Cada local concentra um volume de trabalhadores específicos e com aptidões particulares. Assim, este ponto da teoria chama a atenção para a necessidade de identificar e conhecer as particularidades de custo e de localização da força de trabalho que irá atuar em determinada indústria. Por fim, Weber (2016) entende que alguns aspectos podem ser favoráveis para a decisão de instalar uma indústria em determinado local, enquanto outros seriam capazes de interferir negativamente. De modo geral, os aspectos considerados favoráveis seriam aqueles decorrentes das vantagens da concentração de empresas, tais como melhores adaptações relacionadas ao mercado de trabalho, isto é, vantagens decorrentes de uma melhor preparação da mão de obra para atuar em um setor específico e, além disso, várias empresas de um mesmo setor situadas geograficamente próximas podem se beneficiar de efeitos de integração e sinergia. Dentre os efeitos negativos, pode-se mencionar a especulação imobiliária, ou seja, a possível atratividade de um local para a instalação de indústria, quando exacerbada, pode levar a um aumento dos preços dos terrenos. Agora que compreendemos os pressupostos teóricos abordados por Weber à sua época, vamos tentar transpor algumas de suas ideias para a atualidade? Para procurar ilustrar alguns fatores locacionais capazes de atrair a instalação de indústrias, selecionamos uma notícia relacionada ao Município de Bauru, acompanhe a leitura: UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 24 Observou como os apontamentos de Weber ajudam a refletir sobre o quadro industrial atual? A identificação de fatores geográficos considerados favoráveis ou desfavoráveis para a indústria constitui uma etapa fundamental tanto para o planejamento urbano das cidades, bem como, interfere diretamente nas decisões de investimento. Vamos para a próxima teoria dos autores considerados clássicos da localização industrial? Água farta atrai indústrias na região Disponibilidade de gás natural e energia elétrica também são fatores importantes nas cidades com Distritos Industriais no entorno de Bauru Rita de Cássia Cornélio A região de Bauru está sendo cobiçada por empresas de pequeno e médio porte para a instalação de matrizes e filiais. A doação de áreas, a isenção de impostos e a facilitação na documentação têm atraído os empresários da capital, cansados de sofrer com trânsito e outras dificuldades. Para o diretor de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda de Lençóis Paulista, Altair Aparecido Toniolo, a região é a bola da vez. “Temos olhado o desenvolvimento de forma regionalizada. Acredito que estamos vivendo o momento da interiorização do desenvolvimento, Lençóis, Agudos e toda a região é a bola da vez. Além da infraestrutura disponível, Toniolo enfatiza a disponibilidade de energia elétrica, gás natural e especialmente água. “O gasoduto corta a região. No Distrito Empresarial de Lençóis está presente. Temos água de boa qualidade. Esses são itens atrativos. As coisas estão acontecendo na cidade e na região. As empresas descobrem os locais ideais para se instalarem.” Na opinião dele, as cidades se estruturaram regionalmente para o desenvolvimento. “Temos a infraestrutura local. A facilitação das legislações municipais que permitem isenções de impostos. Estamos cercados de boas rodovias, hidrovia, aeroporto, enfim, acesso às principais vias de transportes que atraem os empresários para as cidades da região. Os municípios se prepararam e com certeza estão acima da média nacional.” O cadastro municipal de Lençóis Paulista mostra que a cidade tem 6.167 empresas ativas, que empregam 25.908 mil pessoas. Entre os anos de 2009 e 2014, foram abertas 2.338 empresas. Para cumprir as diretrizes municipais e gerar oportunidades aos moradores, o município investiu na educação profissional. “A Escola de Negócios é um projeto que objetiva a disseminação do empreendedorismo em cursos técnicos.” [...] FONTE: <https://www.jcnet.com.br/Regional/2015/01/gua-farta-atrai-industrias-na-regiao.html>. Acesso em: 11 jun. 2018. TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 25 Entre os autores considerados basilares nos estudos precursores da Geografia Econômica, menciona-se o trabalho do geógrafo alemão August Lösch. O referido autor elaborou um modelo de economia espacial em condições de concorrência imperfeita em que o espaço resulta uma variável fundamental (LÖSCH, 1954). Colocando de forma mais detalhada: August Lösch (1939) propõe o desenvolvimento de uma teoria geral do equilíbrio das localizações no sistema econômico. Em contraposição a Weber, que definia a localização ótima pela minimização dos custos de transporte, Lösch disse que o produtor vai se localizar no lugar de maximização dos ganhos. É o ganho que guia a localização. O acento está posto sobre a demanda e a interdependência das firmas (LAN, 2017, p. 244). É importante ressaltar que nesta teoria a ênfase está na questão da demanda. Entendendo a demanda como um aspecto fundamental de sua teoria, Lösch admite que a demanda por um produto varia segundo as regiões, conforme a preferência dos consumidores e, principalmente, de acordo com o seu poder aquisitivo (MANZAGOL, 1985). Assim como na teoria proposta por Weber, a ideia de forças aglomerativas também aparece no trabalho de Lösch. Donda Júnior (2002, p. 34) descreve as forças aglomerativas mencionadas por Lösch de forma detalhada, acompanhe: a) economias de escala – referem-se às economias internas das firmas, que aumentam de acordo com o seu tamanho, ou seja, há diminuição nos custos unitários de produção em virtude do aumento na escala de produção da própria firma; b) as economias de localização – resultam da redução dos custos unitários graças à aglomeração de firmas do mesmo setor ou vinculadas em um mesmo espaço restrito; c) economias de urbanização – resultam das vantagens internas à área urbana, independentes da natureza da firma, em decorrência da oferta de: 1. infraestrutura – como transporte, energia elétrica, água, comunicações etc.; 2. serviços especializados – como instituições bancárias, técnicos de suporte, consultores etc.; 3. mercado – capaz de permitir a utilização das economias de escala; d) economias de complexo industrial – referem-se às economias internas, ao conglomerado de setores mutuamente inter-relacionados, também denominados de clusters. (grifo meu) Observe na citação em destaque que os elementos que aparecem para ser discutidos na teoria de Lösch (custos de transportes, localização do mercado, ganhos relacionados à escala, facilidades decorrentes da urbanização etc.) são, em vários aspectos, similares aos elementos presentes na teoria de Weber e de Von Thünen. O que ocorre é que, a partir de alguns elementos previamente identificados, procura-se construir leis e modelos explicativos capazes de contribuir e lançar luz sobre dimensões desconsideradas nos modelos antecessores. O que muda é a ênfase e a leitura acerca da combinação de tais fatores. 2.3 AUGUST LÖSCH – A ECONOMIA DA LOCALIZAÇÃO (1940) UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 26 Pensando em uma analogia bem simples do nosso dia a dia, podemos pensar que alguns “ingredientes” presentes em cada teoria podem até ser similares. Contudo, as “receitas”, isto é, o modo como eles são “misturados” e “combinados” para gerar um resultado e, seguindo a linha de pensamento da metáfora proposta, os “pratos” gerados são diferentes e particularidades. Isso porque cada teoria procura ressaltar e evidenciar aspectos distintos inerentes ao processo de localização industrial. Assim, vale frisar que a preocupação de Lösch era, sobretudo,entender as oscilações da demanda e delimitar áreas de mercado. Cavalcante (2008) ponderam que de acordo com Lösch (1954), as áreas de mercado serão tão maiores quanto menores forem a densidade da demanda, a variação dos preços e os custos de transporte. Os autores lembram que tais características são específicas de cada bem ou serviço, e que por isso, deveria haver centros e áreas de mercado de todos os tamanhos para cada produto. É desta forma que a teoria de Lösch contribui, ainda que em caráter preliminar, com a ideia de hierarquia urbana – pensada neste momento, sobretudo, a partir da lógica de acessos a mercadorias e serviços. 3 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TEORIAS DE LOCALIZAÇÃO Embora se trate de um conteúdo de natureza teórica e histórica e que talvez possa parecer um pouco “antigo”, é fundamental que você, futuro professor de Geografia, possa compreender que há uma ampla gama de estudiosos que ajudaram a formar esta área disciplinar, hoje conhecida como Geografia Econômica. As distintas contribuições teóricas ora são contraditórias e ora se sobrepõem. O leque de teóricos é mais abrangente do que os autores que foram apresentando, incluindo autores como Christaller (1933) e Isard (1956). Para o contexto desta disciplina, é importante recordar e ter em mente que o debate acerca da localização industrial é muito rico e permite várias possibilidades de análises teóricas e metodológicas, dependendo da abordagem selecionada. Pensando de modo abrangente, resta o fato de que "[...] o modo de produção capitalista tem a capacidade de criar estruturas e formas espaciais que contemplem a otimização do processo de produção (ARAÚJO JÚNIOR, 2015, p. 137). Outro ponto importante para ser recordado a respeito das teorias de localização é que existe um dinamismo espacial inerente a esta atividade, que desencadeia um amplo conjunto de fluxos materiais e imateriais. Corroborando com esta linha de pensamento, Lan (2017, p. 241) salienta que: O espaço industrial não se reduz à fração restrita do território ocupado pelas indústrias, mas se trata da produção de uma rede de fluxos visíveis (mercadorias) e invisíveis (capital, informação, tecnologia) que se materializam nas relações de produção e de gestão. A indústria, por seu uso do território e pela mobilização da força de trabalho, foi considerada, por muito tempo, como base do desenvolvimento econômico dos lugares. A política de localização da indústria varia em função da evolução dos mercados e da estrutura mesma das empresas. (grifo nosso). TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 27 DICAS Quer aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto? Recomendamos a leitura do livro Economia Regional e Urbana: teorias e métodos com ênfase no Brasil. Você pode acessar este livro pela internet, pelo link a seguir: <http:// repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3008/1/Livro_Economia%20regional%20e%20 urbana_teorias%20e%20m%C3%A9todos%20com%20%C3%AAnfase%20no%20Brasil.pdf>. Conforme consta na apresentação do livro, ele está dividido em três partes: uma primeira com abordagem teórica (Parte I: fundamentos teóricos da economia regional e urbana); uma segunda, com uma abordagem histórica das políticas regionais e do pensamento regional no Brasil (Parte II: Formação e evolução do planejamento regional no Brasil); e uma terceira, com metodologias para abordar a questão regional e urbana (Parte III: Métodos aplicados à análise espacial). Além desta dica de livro, aproveitamos para recomendar uma sugestão de plano de aula para trabalhar a ideia de localização na geografia, de maneira mais abrangente, com os alunos do Ensino Médio. A sequência de aulas elaboradas pela professora Izabel Castanha Gil e disponível no Portal do Professor (MEC) permite relacionar a reflexão sobre localização com um tema prático e de maneira multidisciplinar, permitindo envolver as disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa, Sociologia e Artes. Após a exposição de conteúdos teóricos, sabemos que atividades práticas e experiências criativas ajudam no processo de aprendizado dos alunos e, de certa forma, inovam as estratégias de ensino, envolvendo e estimulando o trabalho em grupo entre colegas e professores. Acompanhe a sequência de aulas e atividades! UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 28 Dados da aula O que o aluno poderá aprender com esta aula? • Reconhecer a organização espacial de um supermercado e os interesses que permeiam essa organização. • Reconhecer características comportamentais dos consumidores, como elas são captadas pelos fabricantes ou como elas podem contribuir para a independência e o consumo consciente. Duração das atividades 6 aulas de 50 minutos Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno • Modo capitalista de produção: conceito, histórico e características. • A formação da sociedade de consumo: histórico e características. Estratégias e recursos da aula Aula sugerida para a 1ª série do Ensino Médio. Para esta atividade sugere- se a participação dos professores de Matemática, Língua Portuguesa, Sociologia e Artes. Atividade 1 FIGURA 7 – A REALIZAÇÃO DE COMPRAS EM UM SUPERMERCADO FONTE: <http://www.colorirgratis.com/desenhos-de-comida-para-colorir.html>. Acesso em: 27 ago. 2018. TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 29 O texto base para esta aula está disponível em espanhol, sugerindo um trabalho em conjunto com o professor desse idioma. Caso a escola não ofereça essa disciplina, o professor de Geografia poderá auxiliar os alunos na compreensão do texto, contando com o apoio de tradutores on-line. O título da matéria é Geografía de un súper: qué "secretos" esconde la ubicación de los productos y cómo influyen en sus decisiones de compra, e o link para acesso é <http://marketing.iprofesional. com/notas/136384-Geografa-del-supermercado-qu-secretos-esconde-la-ubicacin- de-los-productos-y-cmo-influyen-en-sus-decisiones-de-compra>. O acesso a um tradutor on-line pode ser feito em: <http://tradutor.babylon.com/>. Caso os alunos não disponham de um computador ou de um tradutor on-line sugere-se as seguintes fontes, em português, que tratam de assuntos semelhantes: 1 A influência do merchandising no comportamento de compra de produtos de higiene pessoal, disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/13semead/ resultado/trabalhosPDF/737.pdf>. 2 A ciência que faz você comprar mais. Disponível em: <http://revistagalileu. globo.com/Revista/Common/0,,EMI317687-17579,00-A+CIENCIA+QUE+FAZ +VOCE+COMPRAR+MAIS.html>. O professor deverá entregar o texto impresso ou solicitar que os alunos o acessem no laboratório de informática. Para o aproveitamento da leitura em espanhol, a leitura deverá ser feita vagarosamente, com a ajuda de um dicionário de espanhol impresso ou com o tradutor on-line, e os alunos deverão anotar a tradução de palavras desconhecidas. Em grupos de dois alunos, eles deverão responder ao roteiro a seguir: QUADRO - QUESTÕES PARA INTERPRETAÇÃO DO TEXTO GEOGRAFÍA DEL SUPERMERCADO: QUÉ "SECRETOS" ESCONDE LA UBICACIÓN DE LOS PRODUCTOS Y CÓMO INFLUYEN EN SUS DECISIONES DE COMPRA 1 - Você costuma fazer compras em supermercados? Já havia observado a disposição dos produtos nas prateleiras e no espaço geral daquele ambiente? 2 - Identifique as características apontadas no texto para a distribuição dos produtos. 3 - Quem define essa distribuição espacial: o dono do supermercado e seu gerente, os fabricantes, ou os consumidores? Por quê? 4 - Estabeleça uma relação entre o comportamento dos consumidores e a distribuição espacial dos produtos. 5 - Identifique os espaços mais valorizados num supermercado. Por quê? UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 30 6 - A distribuição espacial das marcas ocorre de modo aleatório? Explique. 7 - Muitas empresas estudam minuciosamente o comportamento dos consumidores em três momentos: antes, durante e depois das compras. a) Como esses diferentes comportamentosinfluenciam a distribuição espacial dos produtos? b) Qual é a intenção desses estudos? 8 - As estratégias das marcas para escolha da melhor localização para seus produtos podem fazer diferença em: a) consumidores desinformados? Comente. b) consumidores informados? Comente. FONTE: Gil (2013) As respostas serão anotadas no livro do aluno e a socialização ocorrerá por meio de um debate, com a turma disposta num grande círculo. Todos devem participar, contando também suas experiências pessoais como consumidores. Atividade 2 O professor deverá propor aos alunos, dispostos em grupo de quatro pessoas, que elaborem o croqui de um supermercado tendo como referência o texto que acabaram de ler. Para essa atividade, a integração com o professor de Artes facilita e enriquece o trabalho. Informações sobre elaboração de croqui podem ser acessadas em: <http://www.youtube.com/watch?v=NzxRZZYu9CQ>. Caso haja possibilidade, o professor poderá propor a ida a um supermercado, quando os grupos confrontarão seus croquis com a organização espacial encontrada. A visita deverá ser agendada, pois os alunos precisarão circular pelo supermercado na condição de observadores e entrevistadores e tirar algumas fotos. Caso isso não seja possível, o professor poderá propor que os alunos realizem individualmente essa tarefa, em momento diferente do seu período escolar. Alerta-se para a necessidade de autorização para essa visita e, principalmente, para as fotos. Nesse caso, o professor deverá comunicar o proprietário sobre a visita dos alunos e solicitar autorização para as fotografias. Além da observação, os alunos deverão entrevistar pessoas, como: consumidores, funcionários, gerente, proprietário do estabelecimento e fornecedores. Se houver o consentimento, eles deverão fotografar aspectos que representem as constatações feitas durante a leitura. Algumas sugestões de questionamentos aos entrevistados estão dispostas no quadro a seguir: TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 31 QUADRO 5 – ENTREVISTAS COM PESSOAS DE DIFERENTES PERFIS E SEGMENTOS Dona de casa experiente 1- Nome, idade e escolaridade da pessoa. 2- A senhora sempre vem a este supermercado? Por quê? 3- Costuma trazer uma lista de compras ou já tem na cabeça o que deseja comprar? 4- A senhora mantém uma sequência de locais e produtos para a realização das compras ou cada dia começa por um lugar diferente? Por quê? 5- A senhora compra sempre produtos das mesmas marcas ou gosta de variar? Por quê? 6- O que mais chama sua atenção: preço, oferta, marca, ou outro fator? 7- Produtos como arroz, feijão, sal, alho, cebola, costumam ficar no fundo ou na lateral esquerda de quem entra no prédio. Saberia dizer por que? 8- A senhora sabe por que, geralmente, os refrigerantes e bebidas ficam do lado direito de quem entra no supermercado? 9- A senhora se sente atraída por produtos colocados próximo aos caixas, enquanto está aguardando para pagar a conta? Por quê? Funcionário 1- Nome e idade do funcionário. 2- Há quanto tempo trabalha neste supermercado? Qual é a sua função? 3- Você sabe quem define a localização espacial dos produtos dispostos nas prateleiras? 4- As pessoas pedem sua ajuda para localização dos produtos ou costumam saber onde estão? 5- Você saberia indicar alguma estratégia utilizada na distribuição dos produtos, que acabam resultando em maior quantidade de vendas? 6- Indique alguns hábitos dos consumidores quanto à escolha dos produtos, que você considera interessante. Alguma pessoa visivelmente inexperiente 1- Nome, idade e escolaridade da pessoa. 2- Você sempre vem a este supermercado? Por quê? 3- Costuma trazer uma lista de compras ou já tem na cabeça o que deseja comprar? 4- Você mantém uma sequência de locais e produtos para a realização das compras ou cada dia começa por um lugar diferente? Por quê? 5- Você compra sempre produtos das mesmas marcas ou gosta de variar? Por quê? 6- O que mais chama sua atenção: preço, oferta, marca, ou outro fator? 7- Produtos como arroz, feijão, sal, alho, cebola, costumam ficar no fundo ou na lateral esquerda de quem entra no prédio. Saberia dizer por quê? 8- A senhora sabe por que, geralmente, os refrigerantes e bebidas ficam do lado direito de quem entra no supermercado? 9- A senhora se sente atraída por produtos colocados próximo aos caixas, enquanto está aguardando para pagar a conta? Por quê? Gerente ou dono do supermercado 1- Nome e idade do gerente ou proprietário. 2- Há quanto tempo trabalha ou é dono deste supermercado? 3- Quem define a localização espacial dos produtos dispostos nas prateleiras? Há marcas que fazem algum tipo de exigência? Comente. 4- A administração tem algum benefício com essas exigências? 5- As pessoas costumam pedir ajuda para localização dos produtos ou geralmente sabem onde estão? 6- Você saberia indicar alguma estratégia utilizada na distribuição dos produtos, que acabam resultando em maior quantidade de vendas? 7- Indique alguns hábitos dos consumidores quanto à escolha dos produtos, que você considera interessante. 8- Indique alguma iniciativa tomada pelos organizadores, que não deu o resultado esperado. UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 32 Repositor de estoque ou designer vinculado a algum fabricante 1- Nome, idade e escolaridade do profissional. 2- Qual é a sua função neste supermercado? 3- Para qual empresa você trabalha? 4- Quais critérios você utiliza para escolher o local onde colocará os produtos? 5- Há lugares mais e menos apropriados para os produtos? Explique. 6- A empresa paga para que seus produtos sejam colocados onde ela deseja? 7- Em relação à escolaridade e ao grau de informação, os consumidores têm reações diferentes quanto às estratégias de distribuição espacial dos produtos? Itens para observação do comportamento dos consumidores 1- Lado que as pessoas, espontaneamente, mais se dirigem quando entram no supermercado (direito, esquerdo ou centro). 2- Se levam ou não uma lista de compra. 3- Se iniciam suas compras por produtos de primeira necessidade, como alimentos básicos (arroz, feijão, óleo etc.) ou pelos chamados produtos supérfluos (refrigerantes, guloseimas etc.). 4- Se observam o preço, o prazo de validade, a marca, ou se pegam o produto mecanicamente. 5- Outros aspectos. FONTE: GIL (2013) Além das entrevistas, os alunos deverão posicionar-se em pontos estratégicos do supermercado, de modo respeitoso e discreto, para observar o comportamento de alguns consumidores. Essa observação deverá ser feita num intervalo de, no máximo, dez minutos e descrita com detalhes. Eles deverão observar alguns hábitos, como: a) o lado que as pessoas, espontaneamente, mais se dirigem quando entram no supermercado (direito, esquerdo ou centro); b) se levam ou não uma lista de compra; c) se iniciam suas compras por produtos de primeira necessidade, como alimentos básicos (arroz, feijão, óleo etc.) ou pelos chamados produtos supérfluos (refrigerantes, guloseimas etc.); d) se observam o preço, o prazo de validade, a marca, ou se pegam o produto mecanicamente, entre outros itens. O professor de Matemática poderá contribuir indicando elementos que auxiliam na observação do layout do supermercado, tais como: a) altura, largura e profundidade das prateleiras; b) distância entre as gôndolas; c) área reservada para cada marca, entre outros. O resultado das entrevistas deverá ser socializado por meio de um debate em sala de aula, com os alunos dispostos num grande círculo. O professor deverá estimular o relato das experiências vivenciadas, pois se trata também da construção de referenciais educacionais para a condição de consumidor dos adolescentes. Atividade 3 Com a contribuição do professor de Artes, os alunos deverão organizar o layout de uma exposição no mural da escola utilizando os croquis, as fotografias TÓPICO 2 | A GEOGRAFIA ECONÔMICA E AS TEORIAS 33 tiradas no supermercado,
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