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Geografia da América Latina

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Prévia do material em texto

2015
GeoGrafia da 
américa Latina
Profa. Leia de Andrade
Profa. Rosani Lidia Dahmer
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Profa. Leia de Andrade
Profa. Rosani Lidia Dahmer
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
918.1
A553g Andrade, Leia de
Geografia da América Latina/ Leia de Andrade; Rosani 
Lidia Dahmer. Indaial : UNIASSELVI, 2015.
259 p. : il. 
ISBN 978-85-7830-935-0
1. Geografia Latino Americana. 
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
apresentação
Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Geografia da 
América Latina!
Certamente você já ouviu as expressões: América do Sul, América 
do Norte, América Latina... o questionamento pertinente que se apresenta 
para início de conversa, é: conhecemos o contexto de cada uma destas 
macrorregiões? 
O continente americano pode ser regionalizado (enquanto 
metodologia para seu estudo), dividindo-o em partes ou agrupando os países, 
de diferentes maneiras, dependo do objetivo para determinado recorte. 
Algumas nomenclaturas são mais conhecidas e utilizadas no nosso cotidiano. 
A expressão América Latina é uma delas. Mas o que realmente significa?
 Nós brasileiros, também somos latino-americanos, mas questiono: 
nós nos consideramos latino-americanos? Pretendemos neste Caderno de 
Estudos, através de suas unidades e tópicos de estudos, apresentar conceitos, 
conteúdos e informações que possam auxiliar nas reflexões e possíveis 
respostas para estes questionamentos.
No espaço geográfico da América Latina se realizam as manifestações 
da natureza, na concepção de tempo geológico, e atividades humanas, numa 
concepção de tempo histórico. Assim, o espaço geográfico latino-americano 
contemporâneo apresenta características econômicas, sociais, culturais, 
políticas e ambientais semelhantes às demais áreas da superfície terrestre, 
inserida nos processos de expansão capitalista através do colonialismo, 
imperialismo, globalização e regionalização. Entretanto, cabe lembrar 
que existem também diferenciações, peculiaridades caracterizadas pela 
diversidade, heterogeneidade e identidades culturais particulares, resultados 
de sua formação socioespacial e histórico cultural.
Pretendemos neste Caderno a partir dos conteúdos apresentados, 
conduzir você acadêmico à reflexão, ao estudo e à análise de aspectos da 
Geografia da América Latina, para que você possa compreender a organização 
e as transformações sofridas por esse espaço geográfico latino-americano. Na 
sala de aula, estes conteúdos e conceitos são essenciais para a formação de 
cidadãos conscientes, sensibilizados e críticos dos problemas comuns desta 
macrorregião. 
Pensamos em contribuir na formação acadêmica do futuro professor 
de Geografia, que em sua prática docente, atuará como agente influenciador 
e mediador de práticas socioespaciais dentro de uma proposta educacional 
que requer responsabilidade de todos, visando um mundo melhor, com 
probabilidades futuras menos desanimadoras, com mais equidade e um 
futuro possível. 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Neste caderno, cada unidade está estruturada a partir de conceitos-
chaves, problematizações, reflexões e análises. Em cada unidade você 
vai encontrar fragmentos literários, fatos atuais, sugestões de leituras 
complementares, filmes, para promover uma aprendizagem significativa. 
Cada tópico apresenta resumo e sugestões de autoatividades para pensar, 
analisar e refletir sobre a geografia da América Latina a partir da observação 
da realidade geográfica local e conteúdos e informações do Caderno de 
Estudos. Durante o estudo deste caderno, sugerimos que você consulte os 
cadernos que já utilizou nas outras disciplinas, para facilitar seu aprendizado.
Desejamos a você um ótimo estudo e que a partir dele você possa 
construir o seu conhecimento sobre a América Latina.
Saudações! 
Profa. Leia de Andrade
Profa. Rosani Lidia Dahmer
V
VI
VII
UNIDADE 1 - AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO,
 REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL ........................1
TÓPICO 1 - LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO ..................................................................3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................3
2 A CONQUISTA DE REGIÕES NATURAIS COM O COLONIALISMO ...............................5
3 A FORMAÇÃO HISTÓRICA DO CONTINENTE AMERICANO ..........................................5
3.1 A COLONIZAÇÃO DE POVOAMENTO .................................................................................6
3.2 A COLONIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO ...................................................................................6
3.3 DO COLONIALISMO PORTUGUÊS E ESPANHOL AO IMPERIALISMO
 BRITÂNICO E ESTADUNIDENSE ............................................................................................8
3.4 CARACTERÍSTICAS DOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS E
 RELAÇÃO CENTRO-PERIFERIA ..............................................................................................9
RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................13
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................15
TÓPICO 2 - AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA .........................17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................17
2 APONTAMENTOS SOBRE OS ELEMENTOS FÍSICOS DENTRO DO
 CONTEXTO DE UMA DIVISÃO REGIONAL GEOGRÁFICA - FÍSICA .............................17
2.1 A TECTÔNICA DE PLACAS NA AMÉRICA LATINA E RELEVO .....................................18
2.2 BACIAS HIDROGRÁFICAS .......................................................................................................26
2.3 CLIMAS E VEGETAÇÕES ...........................................................................................................29
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................33
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................35
TÓPICO 3 - APONTAMENTOSE CARACTERÍSTICAS SOCIOESPACIAIS
 PARA UMA REGIONALIZAÇÃO ALTERNATIVA
 HISTÓRICO-CULTURAL .............................................................................................37
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................37
2 O POVOAMENTO PRÉ-COLOMBIANO ....................................................................................38
3 REMANESCENTES DE POVOS NATIVOS E MISCIGENAÇÃO ..........................................40
4 ASPECTOS DA COLONIZAÇÃO E DA DEMOGRAFIA QUE
 CORROBORAM PARA UMA REGIONALIZAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL ................41
4.1 AMÉRICA CENTRAL E MÉXICO .............................................................................................41
4.2 NAS GUIANAS, UMA COLONIZAÇÃO DIFERENTE ........................................................42
4.3 AMÉRICA ANDINA ....................................................................................................................43
5 AMÉRICA PLATINA .......................................................................................................................45
6 A REGIONALIZAÇÃO DO CONTINENTE AMERICANO POR CRITÉRIOS 
SOCIOECONÔMICOS .......................................................................................................................50
6.1 CONTRADIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DENTRO DA AMÉRICA LATINA .................51
6.2 APONTAMENTOS ECONÔMICOS ..........................................................................................53
6.3 AS TENTATIVAS DE ASSOCIAÇÃO E/OU DE INTEGRAÇÃO
 DE PAÍSES LATINO-AMERICANOS ........................................................................................57
sumário
VIII
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................59
RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................61
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................63
TÓPICO 4 - MUDANÇAS CLIMÁTICAS, EVENTOS EXTREMOS
 E VULNERABILIDADE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE ..............................65
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................65
2 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS ...............................65
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA A GESTÃO DOS RISCOS
 DE EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES, PARA O AVANÇO NA
 ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ......................................................................69
4 AMÉRICA LATINA E CARIBE: PROBABILIDADES FUTURAS ...........................................70
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................74
RESUMO DO TÓPICO 4.....................................................................................................................77
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................79
UNIDADE 2 - AMÉRICA LATINA: OS PAÍSES QUE COMPÕEM
 A DIVISÃO REGIONAL ..........................................................................................81
TÓPICO 1 - MÉXICO ...........................................................................................................................83
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................83
2 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO .......................................................................................................85
3 ENTRE PAÍSES RICOS E ENTRE PAÍSES POBRES ..................................................................92
4 A MIGRAÇÃO DOS MEXICANOS PARA OS ESTADOS UNIDOS .....................................94
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................103
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................104
TÓPICO 2 - AMÉRICA LATINA: AMÉRICA CENTRAL .............................................................105
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................105
2 AMÉRICA CENTRAL CONTINENTAL: SEU TERRITÓRIO
 E A SUA POPULAÇÃO ....................................................................................................................106
2.1 ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO .....................................................................................109
2.1.1 O caso do Panamá ................................................................................................................110
3 AMÉRICA CENTRAL INSULAR ...................................................................................................117
3.1 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO ...................................................................................................118
3.2 ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO .....................................................................................119
3.2.1 O MCCA e Caricom.............................................................................................................120
3.2.2 O caso de Cuba .....................................................................................................................121
3.2.3 A base de Guantánamo .......................................................................................................123
3.2.4 Embargo econômico ............................................................................................................124
3.2.5 O caso do Haiti .....................................................................................................................126
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................129
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................131
TÓPICO 3 - AMÉRICA LATINA: AMÉRICA PLATINA ..............................................................133
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................133
2 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO .......................................................................................................133
3 O PARAGUAI .....................................................................................................................................135
4 O URUGUAI .......................................................................................................................................138
4.1 O GOLPE MILITAR NO URUGUAI E SUAS CONSEQUÊNCIAS .......................................140
4.2 O GOVERNO DE MUJICA ..........................................................................................................140
IX
5 A ARGENTINA ..................................................................................................................................143
RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................147
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................149
UNIDADE 3 - O BRASIL E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NAAMÉRICA LATINA: DOS CONFLITOS FRONTEIRIÇOS
 À COOPERAÇÃO, INTEGRAÇÃO E LIDERANÇA REGIONAIS .................151
TÓPICO 1 - DISPUTAS TERRITORIAIS E CONSOLIDAÇÃO
 DAS FRONTEIRAS POLÍTICAS ...............................................................................153
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................153
2 RIVALIDADES COLONIAIS ..........................................................................................................153
2.1 A QUESTÃO CISPLATINA NO PERÍODO IMPERIAL BRASILEIRO .................................157
2.2 A ERA RIO BRANCO – 1902-1912 .............................................................................................158
3 AS RELAÇÕES REGIONAIS NA BACIA DO PRATA NO
 DECORRER DA HISTÓRIA ...........................................................................................................158
3.1 BRASIL E ARGENTINA: DA DESCONFIANÇA À APROXIMAÇÃO ................................158
3.2 BRASIL E ARGENTINA: COMPETIÇÃO GEOPOLÍTICA ....................................................160
3.3 A OPERAÇÃO PAN-AMERICANA (OPA) E OS ACORDOS DE URUGUAIANA ...........161
3.4 GOVERNOS MILITARES NO BRASIL E NA ARGENTINA .................................................161
3.5 O RETORNO À DEMOCRACIA E A APROXIMAÇÃO DE BRASIL
 E ARGENTINA E OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL ...............................................163
3.6 O MERCOSUL E A CRISE DOS ANOS 1999-2001 ...................................................................164
4 A FAIXA DE FRONTEIRA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA .............................................165
4.1 CIDADES-GÊMEAS ....................................................................................................................165
4.2 MARCOS DE FRONTEIRA, TENSÕES E QUESTÕES FRONTEIRIÇAS .............................167
4.3 TEXTO COMPLEMENTAR: ESTUDO DE CASO: CIDADES DE
 TABATINGA (AM) E LETÍCIA (COL): USO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA .........................171
4.4 O PAPEL ESTRATÉGICO DAS PONTES INTERNACIONAIS .............................................172
RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................174
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................176
TÓPICO 2 - A APROXIMAÇÃO REGIONAL – O MERCOSUL .................................................179
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................179
2 O MERCOSUL ....................................................................................................................................179
2.1 O COMÉRCIO INTRABLOCO ...................................................................................................181
2.2 ADESÃO DA VENEZUELA COMO ESTADO MEMBRO
 OU ESTADO PARTE EM 2012 ....................................................................................................184
2.3 A BOLÍVIA NO MERCOSUL COMO ESTADO ASSOCIADO
 E COMO ESTADO MEMBRO OU ESTADO PARTE ...............................................................186
3 MERCOSUL - INTEGRAÇÃO FÍSICA E ENERGÉTICA ..........................................................188
3.1 INTEGRAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO ....................................................................................192
3.2 A POSIÇÃO DO PARAGUAI DIANTE DA HEGEMONIA BRASILEIRA ..........................195
3.2.1 A questão de Itaipu: o preço da energia paraguaia ........................................................195
3.3 DESAFIOS PARA A GERAÇÃO DE ENERGIA E ABASTECIMENTO
 DE ÁGUA NAS CIDADES ..........................................................................................................196
3.4 INTEGRAÇÃO GÁS NATURAL ................................................................................................197
3.5 MERCOSUL: INFRAESTRUTURA DOS MEIOS DE TRANSPORTES.................................201
3.6 LIMITES E DESAFIOS..................................................................................................................205
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................206
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................208
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................210
X
TÓPICO 3 - DOS ESPAÇOS GEOGRÁFICOS REGIONAIS DE
 ENTORNO PARA O ESPAÇO REGIONAL MAIS
 AMPLO DA AMÉRICA DO SUL E DA AMÉRICA LATINA ...............................213
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................213
2 COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA – CEPAL ......................................213
3 DA ALALC À ALADI ........................................................................................................................214
4 DO PACTO ANDINO À COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES – CAN ..........................215
5 INICIATIVA PARA A INTEGRAÇÃO DA INFRAESTRUTURA
 REGIONAL SUL-AMERICANA – IIRSA .....................................................................................216
6 UNIÃO DAS NAÇÕES SUL-AMERICANAS – UNASUL ........................................................217
7 A COMUNIDADE DE ESTADOS LATINO-AMERICANOS
 E DO CARIBE – CELAC ...................................................................................................................221
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................224
RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................226
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................228
TÓPICO 4 - PROJEÇÃO INTERNACIONAL E POLÍTICA EXTERNA ....................................231
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................231
2 A INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA ...............................................................................................231
2.1 PERÍODOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO LATINO-AMERICANA ........................................232
3 O BRASIL NO CONTEXTO INTERNACIONAL .......................................................................234
4 A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA .........................................................................................235
4.1 A LIDERANÇA REGIONAL NEM SEMPRE FOI BEM ACEITA ..........................................236
4.2 SONHANDO COM MAIOR PRESENÇA INTERNACIONAL .............................................238
5 BRASIL: LIDERANÇA E TENSÕES NA INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA ....................241
5.1 A PRESENÇA DA PETROBRÁS NA BOLÍVIA E NO EQUADOR .......................................242
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................245
RESUMO DO TÓPICO 4.....................................................................................................................246
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................248
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................251
1
UNIDADE 1
AMÉRICA LATINA: 
CONTEXTUALIZAÇÃO, 
REGIONALIZAÇÕES E 
VULNERABILIDADE AMBIENTALOBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
• compreender sob uma visão integrada (do ponto de vista geográfico, 
histórico e sociológico) o espaço geográfico americano, desde sua forma-
ção até as atuais dinâmicas que o transformam continuamente;
• relacionar os conceitos de localização e regionalização da América Latina;
• perceber a relação exploração/povoamento de maneira geo-histórica;
• perceber a atual situação social e econômica da América Latina como 
fruto de exploração durante séculos, e de dificuldades próprias de cada 
estado-nação na contemporaneidade;
• analisar o espaço geográfico como palco de produção social. 
• identificar características comuns aos países latino-americanos e ao mes-
mo tempo diferenciações que existem entre os mesmos;
• entender a regionalização natural ou física de acordo com o processo 
natural de formação do espaço dos continentes e sua apropriação até os 
momentos atuais, como uma das metodologias de estudo da geografia;
• diferenciar os tipos de regiões e/ou possíveis regionalizações da América 
e da América Latina, seus países e principais semelhanças e diferenças;
• contextualizar a América Latina em relação ao espaço geográfico mundial;
• refletir sobre a questão dos povos pré-colombianos e indígena na Amé-
rica Latina para uma regionalização histórica cultural;
• entender a diversidade das condições climáticas, vegetais e sua relação 
com a sociedade;
• relacionar aspectos econômicos comuns e diferentes dos países latino-a-
mericanos;
2
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que em cada um 
deles você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos 
apresentados.
TÓPICO 1 – LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
TÓPICO 2 – AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA
TÓPICO 3 – APONTAMENTOS E CARACTERÍSTICAS SOCIOESPA-
CIAIS PARA UMA REGIONALIZAÇÃO ALTERNATIVA 
HISTÓRICO-CULTURAL
TÓPICO 4 – MUDANÇAS CLIMÁTICAS, EVENTOS EXTREMOS E VUL-
NERABILIDADE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE
• refletir sobre a contemporaneidade do texto de Eduardo Galeano, em 
que o autor apresenta aspectos do colonialismo e imperialismo sobre a 
América Latina;
• correlacionar problemas e questões ambientais com mudanças climáti-
cas, eventos climáticos extremos, vulnerabilidade e desastres socionatu-
rais na América Latina.
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
LOCALIZAÇÃO E 
REGIONALIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade você vai iniciar os estudos sobre o conjunto de países 
situados ao Sul dos Estados Unidos e que recebe o nome de América Latina, em 
virtude de, com exceção das Guianas e de algumas ilhas do Caribe, terem sido 
ocupados e explorados do século XVI ao XIX, principalmente por portugueses 
e espanhóis, povos de origem latina. Esse fato os diferencia do Canadá e dos 
Estados Unidos, de influência inglesa e que compõe a América Anglo-saxônica. 
(ALMEIDA, 2009). 
Com a independência política das colônias americanas e funções na Divisão 
Internacional do Trabalho, as diferenças entre América Latina e América Anglo-
Saxônica se acentuaram. Esta diferença entre o conjunto de países que atualmente 
constitui a América Latina e Caribe (e se localizam ao sul do Rio Grande, fronteira 
natural entre os Estados Unidos e o México), e os países situados ao norte deste 
rio, Estados Unidos da América e Canadá, insere-os na divisão Norte-Sul, ou 
seja, na oposição entre países ricos e países pobres. A separação entre América 
Latina e América Anglo-saxônica como mostra o mapa a seguir, não corresponde 
à clássica separação do continente em três partes: América do Norte, América 
Central e América do Sul. Sendo o México situado geograficamente na América 
do Norte, faz parte da América Latina do ponto de vista socioeconômico. 
Apesar de enfrentar problemas econômicos e sociais parecidos, como 
veremos adiante, encontramos muitas diferenças entre os integrantes da América 
Latina. Podemos dividi-la em porções definidas geograficamente: México, América 
Central e Guianas, América do Sul, onde podemos distinguir três conjuntos: 
América Andina, América Platina e Brasil, como mostra a figura a seguir.
O continente americano é o segundo maior continente do mundo, suas 
terras se localizam totalmente no Hemisfério Ocidental, isto é, estão a oeste do 
Meridiano de Greenwich e limitam-se ao norte com o Oceano Glacial Ártico, a leste 
com o Oceano Atlântico e a oeste com o Oceano Pacífico. O Continente é cortado 
por quatro paralelos principais: Círculo Polar Ártico, Trópico de Câncer, Equador 
e Trópico de Capricórnio. A grande extensão no sentido norte e sul confere ao 
continente americano enorme variedade de climas, solos e formação vegetal. 
FONTE: Disponível em: <http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br/2012/08/america-
localizacao-exercicios.html?view=snapshot&m=1>. Acesso em: 11 nov. 2015.
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
4
FIGURA 1 – MAPA DA AMÉRICA: DIVISÃO GEOGRÁFICA E SOCIOECONÔMICA
Divisão geográfica
Divisão sócioeconômica
América do Norte
1 - México
2 - Guatemala
3 - El Salvador
4 - Honduras
5 - Nicaragua
6 - Costa Rica
7 - Panamá
8 - Cuba
9 - Haiti
10 - Rep. Dominicana
11 - Porto Rico
12 - Guianas
13 - Venezuela
14 - Colômbia
15 - Equador
16 - Perú
17 - Brasil
18 - Bolívia
19 - Paraguai
20 - Argentina
21 - Uruguai
22 - Chile
América Central
América Anglo-Saxônica
América Latina
América do Sul
1 
2 
3 
4 
5 
6 
8 
9 
10 
7 
11
1213
14
15
16
18
22
21
19
17
20
FONTE: Disponível em: <www.blogdoprofalexandre.blogspot.com> e <http://web.ua.es/
centrobenedetti-antigua/actividades_07_08.html>. Acesso em: 10 nov. 2015.
A América Latina e o Caribe constituem uma vasta região geográfica com 
características socioeconômicas, culturais e históricas similares. Esta macrorregião 
abrange cerca de 20.808.000 quilômetros quadrados, representando quase a 
metade do continente americano e suas ilhas. 
Sobre o nome América Latina, foi inicialmente pelo agrupamento 
das sociedades em que a língua dominante tem origem no latim, como 
é o caso do português e do espanhol, principais povos colonizadores da 
América continental. Esse território compreende desde o México até o 
extremo sul da América do Sul. A expressão América Latina, refere-se 
também a países onde se fala inglês, como a Jamaica, ou holandês como o 
Suriname. Isso acontece porque o critério passou a levar em conta outros 
aspectos, tais como predominância da religião católica e desequilíbrio das 
condições socioeconômicas da população, com muitos de seus habitantes 
vivendo abaixo da linha de pobreza.
FONTE: Adaptado de: <http://geonaweb.blogspot.com.br/2010/05/localizacao-e-regionalizacao-
da-america.html>. Acesso em: 11 nov. 2015.
TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
5
2 A CONQUISTA DE REGIÕES NATURAIS 
COM O COLONIALISMO
A condição socioeconômica e comercial em que os europeus estavam 
inseridos na segunda metade do século XV os estimulou a buscar rotas comerciais 
que os levassem diretamente às regiões fornecedoras das mercadorias mais 
procuradas daquela época, às especiarias. Descobrir um caminho pelo mar seria a 
solução mais viável, já que as rotas que ligavam a Europa ao Extremo Oriente da 
Ásia já eram dominadas, em sua maioria por árabes. Foi em uma dessas tentativas 
que Cristóvão Colombo, em 1492, se deparou com terras nunca antes conhecidas 
da sociedade europeia.
Cristóvão Colombo era um navegador genovês, que se baseando na 
ideia de esfericidade da terra, foi em busca de encontrar a Índia navegando pelo 
Ocidente, obteve com os reis da Espanha uma frota composta por três navios, 
com o qual partiu do Porto de Palos, na Espanha, em 3 de agosto de 1492. No 
dia 12 de outubro atingiu a Ilha Guanaani e voltou para a Europa, assegurado de 
que havia chegado a terras asiáticas. No entanto, a partir do momento em que o 
território americano foi revelado ao mundo, iniciou-se o processo de colonização 
das terras descobertas. 
A regionalização da América enquantocontinente pode ser feita a 
partir da consideração de diversos critérios, entretanto, os aspectos geográficos, 
histórico-culturais e socioculturais são os mais utilizados, os primeiros levam em 
consideração os aspectos fisiográficos, enquanto o segundo considera a origem 
dos povos colonizadores, formação sócio-histórica que resultou numa condição 
socioespacial complexa e peculiar específica da América Latina. 
3 A FORMAÇÃO HISTÓRICA DO 
CONTINENTE AMERICANO
A história dos países que formam a América Latina tem seu início a partir 
do século XVI com a chegada do elemento branco colonizador europeu. A América 
Latina e a América Anglo-Saxônica sofreram tipos de ocupações totalmente 
diferentes pelos colonizadores europeus. Enquanto a América Anglo-Saxônica, 
formada pelos países Canadá e Estados Unidos, sofreu uma colonização de 
povoamento, a América Latina sofreu uma colonização predadora de exploração. 
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
6
3.1 A COLONIZAÇÃO DE POVOAMENTO
O Canadá e os Estados Unidos, situados na porção norte da América, 
sofreram uma colonização cujos objetivos eram totalmente diferentes dos 
objetivos europeus na América Latina. A conjuntura política, religiosa, e 
econômica durante os séculos XVI e XVII fez com que grandes levas de europeus 
saíssem de seus países de origem e se dirigissem para a América do Norte, com 
interesses não mercantis ou de exploração, mas sim como pessoas que sonhavam 
em construir um “novo lar”, ou uma Nova Europa. Os novos colonizadores, 
ingleses e franceses, que fugiram de situações adversas (políticas, econômicas e 
ou religiosas existentes em seus países de origem) tomaram posse das terras e as 
exploraram em benefício próprio, independente do controle e/ou orientações de 
suas metrópoles. 
As atividades desenvolvidas pelas colônias do Norte e do Centro, de um 
conjunto de 13, consistiram basicamente no aprimoramento de suas estruturas 
básicas, na liberdade para criação das instituições políticas e religiosas, com 
comércio interno e produção agrícola para autossubsistência. Este modelo de 
colonização foi aplicado também nas Colônias Britânicas que deram origem a 
outros países como Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Ressalta-se, porém que 
as colônias do sul do atual Estados Unidos da América – EUA foram colônias 
de exploração, apoiadas no tripé: latifúndio, monocultura e escravidão, ou seja, 
utilizou-se mão de obra escrava negra nas fazendas, cujo, modelo de plantation 
era idêntico ao praticado nas colônias de exploração espanholas e portuguesas. 
As populações indígenas foram dizimadas pelos colonizadores da mesma forma 
como as da América Central e da América do Sul. A abolição da escravatura 
ocorreu em meio às tensões da Guerra de Secessão, onde as colônias do Norte se 
tornaram vitoriosas sobre as do sul.
3.2 A COLONIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO
A colonização de exploração que se deu no século XVI ao XVIII visava 
exclusivamente o enriquecimento fácil das metrópoles europeias. Na América 
Latina as colônias eram organizadas com a única finalidade de atender tais 
anseios econômicos das metrópoles, aconteceu neste momento, na história da 
humanidade, que começaram a surgir ao mesmo tempo o sistema capitalista, 
e a consequente divisão internacional do trabalho, e a questão da dependência 
econômica. 
A colonização de exploração determinava que as colônias deveriam ser 
grandes fornecedoras de produtos primários, minerais ou agrícolas, tais como 
madeira, açúcar, ouro, prata entre outros, para tal exploração, os europeus 
escravizavam indígenas e negros africanos com a finalidade de usarem mão de 
obra escrava, o que remete ao custo de uma mercadoria. 
TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
7
As colônias de exploração organizadas na América Latina a partir do século 
XVI tornaram-se o grande quintal das metrópoles europeias e ficaram totalmente 
subordinadas aos interesses do mercado europeu, inseridas numa Divisão 
Internacional do Trabalho cujos pressupostos basearam-se na desigualdade, 
traduzidas no Pacto Colonial e no mercantilismo que apenas favoreciam as 
metrópoles. As atividades desenvolvidas nas colônias, como a agricultura 
(cultivo de extensas monoculturas de produtos tropicais), o extrativismo mineral 
e vegetal, a pecuária, tudo visava abastecer o comércio europeu. Os europeus que 
para a América Latina se encaminharam tinham um único objetivo: enriquecer 
o mais depressa possível e voltar correndo para suas metrópoles. Por mais de 
300 anos essa exploração desenfreada se fez presente em terras latino-americanas 
com grande evasão de riquezas e a destruição total de diversas culturas. Todos 
os países latino-americanos carregam hoje consigo profundas marcas desta época 
de exploração, a qual era baseada num modelo agroexportador cuja organização 
do espaço era na forma de latifúndios, produzindo monoculturas (ou plantations) 
com a utilização de mão de obra escrava. Os reflexos desta organização espacial 
se refletem na atual estrutura fundiária, que continua organizada em grandes 
propriedades rurais, no cultivo de monoculturas tropicais, utilizando-se de 
mecanização agrícola, biotecnologias e técnicas de irrigação, com contraste, 
porém, na utilização de mão de obra especializada e temporária.
Durante a fase do capitalismo comercial e necessidade de expandir o 
seu mercantilismo, vários países europeus foram conquistando várias terras. A partir desse 
momento, diversas partes do mundo foram submetidas à dinâmica de circulação e de 
produção que era comandada pela Europa. A Divisão Internacional do Trabalho é a 
especialização produtiva dos países e das regiões do globo na intensificação das trocas 
comerciais. Entre o final do século XV e meados do século XVIII, o capitalismo se baseava na 
distribuição e circulação das mercadorias entre as metrópoles e suas colônias. As diversas 
regiões do mundo, principalmente a América Latina, passaram a desenvolver funções 
diferentes, pois cada região passou a especializar-se ou no fornecimento de matéria-
prima, metais preciosos e produtos agrícolas (tropicais) e/ou na produção de produtos 
manufaturados etc. Dessa maneira, a metrópole exportava manufaturas a preços altos e 
as colônias produziam matéria-prima e exportavam para a metrópole, a preços baixos. 
Conteúdo estudado na Geografia Econômica. 
UNI
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8
3.3 DO COLONIALISMO PORTUGUÊS E ESPANHOL AO 
IMPERIALISMO BRITÂNICO E ESTADUNIDENSE
Apesar da independência política conseguida por muitos países 
da América Latina durante o século XIX, suas economias continuavam 
profundamente organizadas e direcionadas a abastecer o mercado europeu. Os 
melhores solos visavam cultivar produtos de exportação, ficando somente os 
piores solos para a agricultura de subsistência. As desiguais relações comerciais 
entre as colônias e as metrópoles se refletem ultimamente em diferentes relações 
comerciais estabelecidas ao longo do período em que os países latino-americanos 
conquistaram suas independências políticas, mas não independência econômica. 
A concentração de terras nas mãos de um pequeno grupo de indivíduos, a 
dependência do mercado externo, o povoamento a partir do litoral e portos, sem 
uma articulação e integração para o mercado interno são outras heranças desse 
período de colonização exploratória. 
A atual situação econômica apresentada pelos países da América Latina 
nada mais é que um reflexo do tipo de colonização sofrida por esses países. 
Mesmo com a independência política, os novos países surgidos continuaram 
subordinados aos interesses econômicos das grandes potências. Do início do século 
XVI até o início do século XIX, a maioria quase absoluta dos atuais países latino-
americanos estavam sob o domínio espanhol ou português. Com a declaração da 
independência política ocorre apenas uma transferência de subordinação, pois 
passam a ficar dependentes economicamenteda Inglaterra, a grande potência 
mundial durante os séculos XVIII e XIX, desempenhando as mesmas funções na 
Divisão Internacional do Trabalho. 
Ao longo do século XIX, a Inglaterra foi ocupando o lugar deixado 
pelas antigas metrópoles, através do imperialismo, quando estas perderam 
seus domínios coloniais na América Latina. A Inglaterra passou a ser a grande 
compradora de produtos minerais e agrícolas dos países latino-americanos, sempre 
a preços muito baixos e ao mesmo tempo, fornecia para esses países produtos 
manufaturados a preços altíssimos. Esta Divisão Internacional do Trabalho com 
domínio econômico que a Inglaterra exercia sobre a América Latina (imperialismo) 
perdurou até a metade do século XX, quando então a sua participação na Segunda 
Guerra Mundial fez com que sofresse um enfraquecimento e consequente 
declínio econômico e militar. Assim os Estados Unidos assumiram o papel de 
grande líder do continente americano, sedimentando seu domínio imperialista 
sobre a América Latina. O capitalismo mundial passa por transformações, com a 
internacionalização do capital e das empresas industriais. As principais indústrias 
localizadas em países centrais se expandem e instalam filiais em vários países, 
como Brasil, México, Argentina, Chile, organizando assim uma nova Divisão 
Internacional do Trabalho.
TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
9
3.4 CARACTERÍSTICAS DOS PAÍSES LATINO-
AMERICANOS E RELAÇÃO CENTRO-PERIFERIA
Apesar de os países latino-americanos apresentarem diferenças quanto 
ao espaço natural, características culturais e grau de desenvolvimento, todos 
eles possuem em comum a questão do subdesenvolvimento. Essa situação se 
manifesta claramente na qualidade de vida das populações caracterizada pelas 
desigualdades sociais e economias frágeis e dependentes. Além destas duas 
principais características gerais, podem ainda ser elencadas outras características 
comuns aos países, embora com diferentes níveis, conforme o país. Estas são:
• Forte dependência científica e tecnológica em relação aos países desenvolvidos; 
• Interferência de capital estrangeiro na vida econômica e política do país; 
• Economias dependentes de empréstimos externos para aquecer o mercado 
interno, o que resulta na dívida externa;
• O alto custo da dívida externa dos latino-americanos faz com que o dinheiro 
que poderia ser aplicado em melhorias para o bem-estar da população seja 
destinado ao pagamento da dívida;
• Relações comerciais muito desfavoráveis, pois exportam produtos primários e 
importam produtos industrializados; 
• Populações vivendo em péssimas condições de vida e que ainda lutam para 
resolver suas necessidades básicas como alimentação, habitação, educação, 
assistência médico-hospitalar e abastecimento de água tratada;
• Baixa renda per capita, elevadas taxas de natalidade, mortalidade infantil e 
crescimento vegetativo;
• Índices de concentração de renda elevados, que se mantiveram ou aumentam, 
nos últimos anos, que vêm agravar a pobreza da população;
• Crises econômicas, seguidas de períodos de recessão ou retração econômica, 
o que causa desemprego, falências, agravando a concentração de renda e 
aumentando a pobreza;
• Indicadores sociais contraditórios em relação ao conjunto das condições 
econômicas. Alguns países, Brasil por exemplo, conseguiram reduzir a 
porcentagem de pobreza absoluta. Isso quer dizer que, aproveitando os recursos 
dos períodos favoráveis, como a década de 1990, algumas nações reduziram 
índices de analfabetismo e mortalidade infantil, mas não conseguiram 
melhorar a distribuição de renda entre toda a população; 
Na Unidade 3, haverá uma seção explicando a industrialização tardia dos países 
emergentes da América Latina. 
UNI
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
10
• Risco em relação a investimentos estrangeiros altos, o que fez diminuir o fluxo 
de capital estrangeiro para a América Latina, principalmente entre os anos de 
2001 e 2002. 
Deste modo, os países latino-americanos compartilham um processo 
histórico de colonização semelhante, e apresentam uma forte dependência 
de capital externo, em suas relações comerciais e econômicas. Por outro lado, 
apresentam grandes diferenças quanto ao grau de desenvolvimento econômico e 
social. Países como o Brasil, a Argentina e o México se destacam na economia latino-
americana por apresentarem uma intensa e diversificada atividade industrial, 
que os projeta a nível mundial, mas mantêm índices elevados de concentração 
de renda, problemas sociais e atividades ilícitas como o contrabando e tráfico 
Os países emergentes, de industrialização tardia se inserem numa Divisão 
Internacional do Trabalho em que, além de produzirem e exportarem produtos primários, 
as commodities produzem e exportam produtos industrializados, principalmente, produtos 
de indústrias da Segunda Revolução Industrial, e bens de consumo duráveis e não 
duráveis. Continuam importando capitais, tecnologias e produtos das indústrias da Terceira 
Revolução Industrial. Ressalta-se sobre a complexidade desta realidade, pois atualmente, 
alguns países emergentes também industrializam produtos da Terceira Revolução Industrial, 
principalmente na área da informática, telecomunicações, energias alternativas, eletrônica, 
sem conseguirem superar problemas sociais, ou permitirem uma distribuição de renda 
mais equitativa.
Commodities é uma palavra em inglês, é o plural de commodity que 
significa mercadoria. Esta palavra é usada para descrever produtos de baixo valor agregado. 
Assim, commodities são artigos de comércio internacional, bens que não sofrem processos 
de alteração (ou que são pouco diferenciados), como frutas, legumes, cereais e alguns metais. 
Como seguem um determinado padrão, produzidos em larga escala e comercializados 
mundialmente, o preço das commodities é negociado na Bolsa de Valores Internacionais, 
e depende de algumas circunstâncias do mercado, como a oferta e demanda. Muitas vezes 
a palavra commodities pode ser sinônimo de “matéria-prima”, porque são produtos usados 
na criação de outros bens.
O Brasil é um grande produtor de algumas commodities como café, laranjas, petróleo, 
alumínio, minério de ferro etc.
IMPORTANT
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IMPORTANT
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TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
11
de drogas. Alguns setores da indústria e mesmo do comércio se equiparam e 
até mesmo superam os países desenvolvidos europeus, embora convivam com 
setores que mantêm atividades tradicionais. Por outro lado, se existem países 
de economia forte, a exemplo do Brasil, existem também países primários de 
fraquíssima industrialização e que vivem quase exclusivamente da produção e 
exportação de commodities agrícolas. 
Assim, essas diferenças econômicas e sociais se manifestam dentro de um 
mesmo país, em cujas cidades podemos encontrar riqueza e pobreza vivendo lado 
a lado. Uma minoria da população gozando de todos os prazeres que o dinheiro 
e a tecnologia podem oferecer convive com a grande massa populacional que 
muitas vezes não tem o que comer.
As conexões e intercâmbios entre os países capitalistas subdesenvolvidos 
e desenvolvidos se inserem numa relação capitalista desigual recebem a 
denominação de centro-periferia. Os países capitalistas subdesenvolvidos 
são popularmente chamados países capitalistas periféricos ou da periferia por 
desempenharem um papel de fornecedores de insumos como matérias-primas, 
de energia, de lucros, de royalties para os países capitalistas desenvolvidos, que 
compõem uma centralidade e polarização capitalista, por serem países centrais ou 
avançados. Deste modo, o sistema capitalista possui estes dois setores, (centro e 
periferia), onde a palavra sistema significa um conjunto de atividades articuladas, 
complementares e articuladas entre si, na relação centro- periferia. 
Os países capitalistas de industrialização clássica, desenvolvidos, ocupam 
o centro, por assimilar o desenvolvimento técnico em seus estágios mais avançados, 
possuindoestruturas diversificadas e integradas, especializadas em tecnologias 
de ponta, em conhecimento científico altamente avançado e hiperespecializado. 
Os países capitalistas centrais, representados principalmente pelo grupo 
de países que compõem o G7 e organismos supranacionais (Fundo Monetário 
Internacional e Banco Mundial) por vezes liderados pelos Estados Unidos, 
dominam todo o sistema capitalista, em virtude do seu poderio econômico, 
financeiro, científico tecnológico e militar. Desse modo os países capitalistas 
subdesenvolvidos, também denominados países periféricos ocupam a periferia 
do sistema, ou seja, a sua extremidade e são dominados ou giram ao redor dos 
países centrais. Isso quer dizer que os países capitalistas subdesenvolvidos estão 
numa posição de dependência e subordinação dentro do sistema capitalista, na 
condição de fornecedores de matérias-primas, de mercados consumidores, de 
mão de obra barata, com pequeno poder de decisão nas questões econômicas 
e políticas mundiais e não se beneficiam da riqueza. Importante ressaltar que 
existem países desenvolvidos que se situam numa periferia privilegiada do 
sistema capitalista, como por exemplo, a Austrália e Nova Zelândia, pois estes 
são considerados desenvolvidos. 
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
12
FIGURA 2 – FLUXOS ENTRE CENTRO, SEMIPERIFERIA E PERIFERIA
FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/guest87c201/globalizao-1416732>. Acesso em: 
10 nov. 2015.
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• O continente americano é dividido em América do Sul, América Central e 
América do Norte, considerando a localização geográfica na superfície terrestre 
decorrente da evolução e transformação geológica das terras e massas.
• O continente americano é dividido em América Latina e América Anglo-
Saxônica considerando num primeiro momento o tipo de colonização 
implantado e povos colonizadores e num segundo momento as condições 
socioeconômicas que diferenciam os dois conjuntos.
• A América Latina compreende um conjunto de 36 países, sendo eles o México, 
da América do Norte, os países da América Central e os da América do Sul.
• Na América Latina, portugueses e espanhóis implantaram a colonização de 
exploração, cujos objetivos eram explorar ao máximo as riquezas naturais 
destas terras e retornar para Portugal e Espanha.
• A colonização de exploração foi incentivada e batizada pelas metrópoles 
através do pacto colonial, orientado pelo mercantilismo.
• O tripé que sustentou a colonização de exploração implantada pelos 
colonizadores era apoiado na apropriação de enormes extensões de terras 
em nome das coroas portuguesas e espanhola, na monocultura de produtos 
tropicais, e na utilização de mão de obra escrava (inicialmente dos nativos e 
posteriormente dos negros africanos).
• Plantation era a denominação dada pelos espanhóis para a modalidade 
agrícola desenvolvida em suas colônias baseada no latifúndio, monocultura 
para exportação e utilização da mão de obra escrava.
• A 1ª Divisão Internacional do Trabalho, que é a especialização das regiões 
e países para produção para o mercado internacional constitui na relação 
Colônia – Metrópole. Colônias de exploração produzindo e exportando 
para a Metrópole, matérias-primas (agrícolas e minerais) a preços baixos, e 
comprando, importando produtos manufaturados a preços altos.
• Com a independência política dos países latino-americanos no decorrer do 
século XIX, estes deixaram de ser subordinados às metrópoles Portugal e 
Espanha, e passaram a ser área de influência da Grã-Bretanha, especificamente 
da Inglaterra. Sua condição socioeconômica de dependência econômica e 
disparidades sociais existentes desde o período colonial se perpetuou. 
14
• A influência da Inglaterra, (principal potência econômica do século XIX), 
ocorreu através do imperialismo, uma prática com exercício de supremacia 
e hegemonia, com interferência e controle, às vezes mais direto e ousado, 
outras vezes mais sutil e mascarado nos países latino-americanos recém-
independentes através de empréstimos de capitais e tecnologias, presença 
de empresas, bancos, construção de infraestrutura e apoio a governantes 
simpáticos às suas ações. 
• No decorrer do século XX, o imperialismo britânico foi substituído pelo 
estadunidense, visto que Reino Unido da Grã-Bretanha (da qual a Inglaterra 
faz parte) saiu enfraquecida das Guerras Mundiais enquanto Estados Unidos 
se fortaleceram.
• Dentre as características comuns aos países latino-americanos destacam-se a 
desigualdade social e a dependência econômica. Citam-se ainda, a dependência 
de capitais e tecnologias estrangeiros, os quais geram dívidas externas, cujos 
juros exigem das economias endividadas, políticas que priorizem os interesses 
do capital e dos organismos supranacionais (Fundo Monetário Internacional 
e Banco mundial), em detrimento de políticas públicas de cunho social nas 
áreas da educação, saúde, segurança, moradia e outras. Apesar das melhorias 
em alguns países, principalmente no conjunto dos que fazem parte do BRICS 
(Brasil e México), persistem índices de concentração de renda elevados. Parcela 
significativa da população latina continua vivendo sem ter atendidas suas 
necessidades básicas.
15
AUTOATIVIDADE
Leia o texto e responda:
Na América Latina prevaleceu a colonização cuja característica 
principal foi a exploração do trabalho indígena e do escravo negro, trazido 
da África. Já na América Anglo-Saxônica, o tipo de colonização privilegiou o 
trabalho familiar livre e assalariado.
a) Que tipo de colonização ocorreu na América Latina? E na América Anglo-
Saxônica?
b) Quais países europeus colonizaram, predominantemente, cada porção da 
América?
c) Que línguas predominaram como oficiais nos países americanos, devido à 
colonização?
16
17
TÓPICO 2
AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES 
DA AMÉRICA LATINA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Estudar a diversidade das Américas é um grande desafio para a geografia. 
Dependendo dos objetivos do geógrafo, ou do professor de geografia escolar 
poder-se-á adotar diferentes critérios que permitirão dividir o continente de 
diferentes maneiras, separando a América conforme as semelhanças e diferenças 
geográficas existentes no seu território. Cada região possui características 
diferentes das demais regiões, por isso são separadas. Existem diferentes formas 
de dividir a América em regiões. Três divisões regionais são as mais conhecidas 
e utilizadas pelos estudiosos: Física ou Geográfica, Socioeconômica e Histórico-
cultural.
Os países que compõem a América Latina formam uma “grande família”, 
que vai desde o México na América do Norte, passa pela América Central e 
termina no Extremo Sul da América do Sul. Para facilitar seu estudo, vamos 
dividi-la inicialmente, observando critérios de localização geográfica, onde 
se destacam elementos físicos: América Platina, países ligados à bacia Platina: 
Paraguai, Argentina e Uruguai; a América Andina, Bolívia, Chile, Colômbia, 
Equador, Peru e Venezuela; América Central, abrange o trecho do Istmo e as 
Antilhas, Guianas, México e Brasil.
2 APONTAMENTOS SOBRE OS ELEMENTOS 
FÍSICOS DENTRO DO CONTEXTO DE UMA DIVISÃO 
REGIONAL GEOGRÁFICA - FÍSICA
A regionalização geográfica e física divide o continente americano 
conforme as características naturais considerando o formato do continente. O 
formato do continente americano e seus subcontinentes são resultado do tempo 
geológico. Se observarmos a América, temos duas grandes porções de terras na 
América do Norte e América do Sul, interligadas por uma terceira porção estreita 
de terra na (ou da) América Central. Outro aspecto interessante dessa divisão 
é que cada uma das três regiões está sobre uma placa tectônica diferente, como 
mostra o mapa a seguir:
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
18
FIGURA 3 – MAPA IDENTIFICANDO AS PLACAS TECTÔNICAS DO MUNDO E O CONTINENTEAMERICANO
FONTE: Disponível em: <www.curso-objetivo.br>. Acesso em: 10 nov. 2015.
2.1 A TECTÔNICA DE PLACAS NA 
AMÉRICA LATINA E RELEVO
Se por um lado a regionalização do ponto de vista geográfico ou físico é 
uma das mais utilizadas e conhecidas, o processo geológico responsável pela sua 
fisionomia é um tanto desconhecido ou, pouco estudado na geografia escolar. 
Alguns elementos geológicos, principalmente os localizados nas bordas das placas 
tectônicas são responsáveis por eventos sísmicos e vulcânicos, que dependendo 
da localização, modelam e orientam a relação sociedade-espaço, resultando num 
ordenamento socioespacial que se adaptou a estes eventos geológicos, como se 
observa no Chile. Os sismos, quando ocorrem em áreas de maior vulnerabilidade, 
como foi o caso do Haiti, em 2010, poderá causar desastres socionaturais 
dependendo da vulnerabilidade de suas populações, exigindo dos governantes 
políticas públicas para mitigar possíveis catástrofes.
A América do Sul é a área que se estende do sul do istmo do Panamá ao cabo 
Horn, perfazendo sete mil quilômetros de extensão norte e sul e apresentando um 
formato triangular, suas terras atingem a maior largura na altura do Equador e se 
afunilam em direção ao sul do continente americano, onde terminam nos mares 
austrais. Atravessado pela linha do Equador ao norte do Brasil e do Equador no 
sul da Colômbia. A América do Sul tem uma área de 17 815 000 Km² dos quais 
cerca de três quartos estão localizados na zona intertropical, ou seja, entre os 
trópicos de Câncer e Capricórnio.
TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA
19
A América Latina é uma extensão territorial de grande diversidade 
geográfica, contando com extensas e elevadas cadeias montanhosas, cujos picos 
elevados são cobertos de neve e geleiras, (onde podem se localizar vulcões ativos 
e inativos), extensas planícies, vales, depressões e outras formas de relevo.
FONTE: Disponível em: <https://c1.staticflickr.com/5/4092/5028508397_ff95487186_b.jpg> e
<http://www.wikiwand.com/es/Suri_(alpaca)>. Acesso em: 10 nov. 2015.
FIGURA 4 – ALTIPLANOS COLOMBIANOS E PERUANOS
Devido à sua extensão latitudinal, possui ampla variedade de climas, e 
alguns dos rios mais extensos do planeta, lagos, salinas, pântanos, cujas extensões 
são cobertas por diferentes biomas. Seu litoral apresenta-se irregular, destacando-
se três grupos costeiros: o do Pacífico, do Atlântico, e do Caribe. As reentrâncias 
possuem praias arenosas, recifes coralinos e mangues, todos em diferentes 
estados de conservação. 
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
20
FIGURA 5 – LOCALIZAÇÃO DE LAGOS NA CORDILHEIRA DOS ANDES, ARGENTINA PRÓXIMO À 
FRONTEIRA CHILENA
FONTE: Disponível em: <http://www.villadeayora.com/blog/travel-and-adventure-in-la-
angostura-neuquen/>. Acesso em: 10 nov. 2015.
A geografia física da América Latina e do Caribe é muito complexa. 
A vertente do lado Pacífico está delineada pelas serras centro-americanas e 
mexicanas e pela grande extensão montanhosa na América do Sul, a Cordilheira 
dos Andes, onde também se destacam áreas planas, os platôs, intercalados com 
altiplanos da Bolívia, as terras altas do Peru, altiplanos na Colômbia, vales e 
planícies pouco extensas na América Central e México. 
TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA
21
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/07/america-
central.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2015.
Na área marítima leste entre as Américas do Sul e do Norte, se formou 
um conjunto insular em forma de arco, as grandes e pequenas Antilhas do 
Caribe. Observe no mapa a disposição das Grandes e Pequenas Antilhas.
FIGURA 6 – MAPA: AMÉRICA CENTRAL, ISTMO E ANTILHAS
O arquipélago das Bahamas é uma exceção do ponto de vista geomorfológico, 
pois este se formou a partir da acumulação de corais. Os recifes de corais em franja são 
formações simples e próximas aos continentes ou a ilhas. Este é o tipo mais comum de 
recife. Diversas formações em franja ocorrem no Caribe, próximo à Florida e às Bahamas. 
No passado geológico, em condições favoráveis, os recifes de corais transformaram-se 
nas ilhas que constituem o arquipélago das Bahamas.
A formação dos recifes de corais deve ser entendida na extensão do tempo geológico: 
há 500 milhões de anos, minúsculos animais sem esqueleto e flutuantes, associaram-se a 
algas microscópicas e fixaram-se às rochas, formando colônias. Estes animais coloniais não 
são mais do que os corais e a concentração destas colônias dão origem a áreas naturais 
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
22
FIGURA 7 – MAPA ILHAS DAS BAHAMAS
FONTE: Disponível em: <http://www.atozmapsdata.com/zoomify.asp?name=Country/
Modern/Z_Bahama_Phys>. Acesso em: 10 nov. 2015.
inigualáveis, pela sua cor, beleza, forma e grande variedade de vida – os recifes de coral. Os 
recifes de coral, verdadeiros oásis de vida marinha, são dos mais produtivos ecossistemas 
do planeta. Fruto de longas histórias evolutivas, estes sistemas são extremamente frágeis e 
susceptíveis à perturbação natural e humana. 
As viagens dos portugueses, no período dos descobrimentos, proporcionaram a descoberta 
dos recifes de coral no oceano Índico. No Atlântico, a viagem de Colombo, em 1492, 
permitiu a descoberta das Bahamas e de Cuba, onde se encontram recifes de coral típicos. 
Em anos seguintes, ainda antes do fim do século XV, novas descobertas vieram enriquecer 
os conhecimentos dos europeus referente às ilhas do Caribe. 
FONTE: RIBEIRO, Susana. Disponível em: <http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/
Sistemas-Aquaticos/content/Recifes--de-Coral-sua-iistoria-e-Evolucao?bl1-vvieaall-
true>. Acesso em: 30 out. 2015.
TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA
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A extensa vertente sul-americana do oceano Atlântico se localiza numa 
estrutura geológica mais estável, se comparada à placa tectônica onde se localiza o 
México, e a placa Caribenha, onde se localiza a América Central e ilhas do Caribe. 
De modo geral, o interior da placa tectônica sul-americana, onde se 
localiza o continente sul-americano é estável, possuindo poucas falhas geológicas 
ativas, porém são registradas atividades sísmicas e vulcânicas em suas bordas, 
tanto no Oceano Atlântico, como no oceano Pacífico, próximo da costa oeste 
do continente. O processo tectônico que ocorre entre os limites da placa sul-
americana e africana, é divergente, ou seja, as placas estão formando em suas 
bordas, no assoalho oceânico, cristas em expansão ou margens construtivas. O 
magma aflorou e ainda pode aflorar próximo da superfície causando afastamento 
das placas, e formando uma dorsal submarina. Por vezes estes movimentos são 
sentidos no litoral brasileiro. Já na borda oeste da placa tectônica sul-americana, 
no encontro com a placa de Nazca, o processo tectônico é muito diferente, pois é 
um limite convergente, ou seja, as placas colidem, e a placa de Nazca submerge 
e mergulha por debaixo da sul-americana, retornando à astenosfera ou manto 
superior, se liquefazendo. No decorrer do tempo geológico, entre o final da era 
mesozoica e no início da era cenozoica as transformações e pressão interna dos 
materiais decorrentes destes processos de subducção, formaram a Cordilheira dos 
Andes, considerados na estrutura geológica Dobramentos Modernos. No Oceano 
Pacífico, próximo do litoral oeste da América do Sul, principalmente litoral 
chileno e peruano, a convergência crosta oceânica – crosta continental formou 
a fossa submarina abissal. Este processo geológico de subducção é responsável 
pela atividade vulcânica que ocorre de tempos em tempos nos vulcões ativos 
que se localizam na Cordilheira dos Andes, e atividades sísmicas que tanto em 
terras continentais como no fundo do Oceano Pacífico, a exemplo dos terremotos 
seguidos de tsunamis que afetaram principalmente o Chile. (ALMEIDA, 2005b).
A título de curiosidade,em 2010 o mundo foi surpreendido por três grandes 
terremotos: o do iaiti, de magnitude 7, em 12 de janeiro, o do Chile, de magnitude 8,8, em 
27 de fevereiro, e o do México, de magnitude 7,2, em 4 de abril.
UNI
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A América Central, formada por uma parte continental, denominada de 
ístmica, e Grandes e Pequenas Antilhas, localiza-se sob a placa Caribenha ou do 
Caribe. Esta placa constitui o fundo do mar do Caribe, faz fronteira com as placas 
norte-americana, sul-americana, Nazca e com a placa de Cocos. Estas fronteiras 
são regiões de intensa atividade sísmica, incluindo terremotos, tsunamis, 
ocasionais e erupções vulcânicas.
FONTE: By Alataristarion [CC BY-SA 4.0 (<http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>)], via 
Wikimedia Commons disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tectonic_plates_
boundaries_detailed-en.svg>. Acesso em: 10 nov. 2015. 
Diferente da placa sul-americana, a do Caribe possui várias falhas 
geológicas ativas ou instáveis (exemplo, falha de Motagua na Guatemala, das 
ilhas Swan em Honduras, túmulo de Cayman, elevação divergente no fundo 
do mar do Caribe, próximo de Cuba, o Trench de Puerto Rico, uma trincheira 
marinha localizada na fronteira submarina entre o mar do Caribe e oceano 
atlântico, sistema de falhas Setentrional e, Enrillo-Plaintain Garden, na ilha de 
Hispaniola onde se localiza o Haiti e a República dominicana. O terremoto de 
2010 no Haiti foi excepcional, porque a falha geológica do sistema Enriquillo-
Plaintain localizada ao sul se movimentou, cujo limite entre a placa do Caribe e 
a da América do Norte é próximo e a falha está praticamente dentro da cidade 
de Porto Príncipe, de população elevada e construções não preparadas para 
FIGURA 8 – MAPA PLACA TECTÔNICA DO CARIBE OU CARIBENHA E SUAS FRONTEIRAS
TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA
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FONTE: Disponível em: <https://geoazur.oca.eu/spip.php?rubrique424>. Acesso em: 14 nov. 2015.
suportar grandes vibrações (LIMA, 2010). No Haiti, a parte da falha que se 
deslocou causando o terremoto, tinha aproximadamente 50 km de comprimento. 
(LIMA, 2010).
FIGURA 9 – MAPA: FALHA ENRIPQILLO-PLAINTAIN GARDEN, SUL DO HAITI
Caro(a) acadêmico(a), é importante acompanhar diferentes informações 
sobre o mesmo fenômeno geográfico. Leia notícia divulgada em outubro de 2010, no G1, 
disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/10/dados-de-satelite-
indicam-verdadeira-causa-do-terremoto-no-haiti.html>. Segundo a notícia, o terremoto 
de magnitude 7 que matou cerca de 200 mil haitianos no início de 2010, pode não ter sido 
causado especificamente pelo deslocamento na falha geológica de Enriquillo-Plantain Garden, 
como os cientistas imaginavam e explicada no parágrafo anterior. Segundo a notícia, cientistas 
norte-americanos, baseados em imagens de satélite do período em que ocorreram os tremores 
de janeiro de 2010, apresentaram como provável “verdadeira” causa um colapso de múltiplas 
falhas, sendo que uma delas, mais profunda, nem é conhecida pelos geólogos. As conclusões 
foram publicadas no site da revista especializada “Nature Geoscience”. A falha de Enriquillo é a 
“fronteira” entre a placa tectônica do Caribe e a placa Norte-Americana. 
UNI
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2.2 BACIAS HIDROGRÁFICAS
De maneira geral, a formação do relevo da América Latina é o resultado 
de processos geológicos e ação erosiva, decorrentes dos processos externos 
do intemperismo. Destacam-se ao norte a Serra Madre Ocidental e o Planalto 
Mexicano, a oeste a Cordilheira dos Andes, a Leste o Planalto Brasileiro, no norte 
da América do Sul, o Planalto das Guianas e nas áreas centrais do continente a 
planície de Orenoco, planície Amazônica e planície Platina. As diferentes formas 
de relevo e localização das vertentes das bacias hidrográficas orientam por sua 
vez a distribuição e drenagem dos cursos dos rios das vias fluviais. Relevo e 
hidrografia estão amplamente integrados.
Em relação à distribuição das bacias hidrográficas, as principais são: Bacia 
do Orenoco, Bacia Amazônica, Bacia Platina, bacias secundárias da vertente do 
Atlântico, como por exemplo, a Bacia Amazônica, como mostra a figura a seguir.
Leia também apenas a título de curiosidade estes dois textos, dos links a 
seguir, que relacionam as causas do terremoto do iaiti a outras causas. Imagino que 
você, caro(a) acadêmico(a), tenha ficado perplexo e surpreso! No entanto, ressaltamos que 
podemos encontrar muitas informações equivocadas na internet, assim cabe lembrar que 
o conhecimento científico deve sempre respaldar nossas práticas pedagógicas. 
<https://franciscofalconi.aordpress.com/2010/02/03/militares-russos-acusam-eua-de-
causar-terremoto-no-haiti/> 
<http://aaa.tecmundo.com.br/tecnologia-militar/8018-haarp-o-projeto-militar-dos-eua-
que-pode-ser-uma-arma-geofisica.htm>
DICAS
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FIGURA 10 – EXTENSÃO DA BACIA AMAZÔNICA
FONTE: Disponível em: <www2.ana.gov.br>. Acesso em: 10 nov. 2015. 
Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas partes mais 
altas do relevo e são denominados divisores de água, pois separam as águas de 
diferentes bacias. A topografia do terreno é responsável pela drenagem da água 
da precipitação pluviométrica, a chuva, para esse curso de água. A superfície 
da Terra é drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. Entre 
as bacias hidrográficas encontram-se as partes mais altas do relevo que são os 
divisores de águas, uma vez que separam as águas de bacias. Entre o divisor de 
água e o rio principal está o declive, por onde correm as águas dos afluentes está 
a vertente. Deste modo, as águas são depositadas no leito do rio que em época de 
cheia pode transbordar para as margens baixas e planas que o acompanham e que 
constituem as várzeas. Como por exemplo, a Bacia Amazônica. O rio Amazonas 
atravessa uma área plana e pouco profunda, o rio é largo e apresenta um elevado 
volume de água. Essas são características também dos trechos de seus afluentes. 
Observe o mapa do relevo da América do Sul, e principais bacias 
hidrográficas (o mapa colorido pode ser observado no arquivo em PDF deste 
Caderno de Estudos). Observe que os principais rios desaguam no oceano 
Atlântico, em função da disposição do relevo. As cidades localizadas nos 
altiplanos da Cordilheira dos Andes e as localizadas no litoral do oceano Pacífico, 
utilizam os poucos rios da vertente do Pacífico para abastecimento de água como 
para produção de eletricidade. Para complementar suas necessidades hídricas 
muitos países e cidades dependem das geleiras.
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FIGURA 11 – MAPA DO RELEVO DA AMÉRICA DO SUL
FONTE: Disponível em: <websites.listas.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2015.
Sobre as geleiras, seu derretimento e desaparecimento e problemas para 
abastecimento de água em cidades como La Paz, Sucre e Lima, veja texto sobre 
vulnerabilidade. 
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA
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A Cordilheira dos Andes constitui-se num dos cinturões orogenéticos mais 
ricos do mundo, por suas reservas de hidrocarbonetos e minas metalíferas. 95% 
das reservas de petróleo e gás natural da América Latina e Caribe se encontram nas 
bacias andinas que vão desde a costa caribenha até o sul da Venezuela e passando 
pelo leste da Colômbia, Equador e norte do Peru. (PNUMA; CATHALAC, 2010). 
2.3 CLIMAS E VEGETAÇÕES
Na extensão territorial da América Latina que se situa na zona 
intertropical, predominaram climas quentes e úmidos, com exceção das terras 
de altitude do Equador, Bolívia e Peru, onde os climas apresentam baixas 
temperaturas e poucas chuvas. Já as terras localizadas nas áreas temperadas, 
ao sul do trópico de Capricórnio, possuemclimas mesotérmicos, temperados 
ou subtropicais, com chuvas bem distribuídas durante o ano, a exemplo da 
região Sul do Brasil. No extremo sul da Argentina e do Chile, bem como nas 
áreas montanhosas dos Andes, os climas são mais rigorosos, uma vez que dois 
fatores climáticos (altas latitudes e altitudes) atuam em conjunto, mantendo 
temperaturas baixas, com ocorrência de neve e ausência de chuvas. O norte 
do México que se localiza ao norte do trópico de Câncer, o clima apresenta 
temperaturas mais amenas oscilando entre climas secos e semiúmidos em 
função do relevo (altitude) e fatores de continentalidade e maritimidade. 
Destacam-se as principais paisagens vegetais: Floresta Amazônica, 
Cerrado, Caatinga, Pampa ou Estepes e desertos do México, Atacama e 
Patagônia.
Na América do Sul suas principais planícies centrais são a Amazônica 
e Platina, são pouco povoadas e nelas se destacam a pesca, o extrativismo e a 
pecuária. Sobre a vegetação poucas áreas do continente americano apresentam 
vegetação original ou primitiva que não tenham sofrido interferência humana. A 
vegetação original é importante pois ela é interdependente de outros elementos 
da natureza, como o relevo, a hidrografia, o clima e o solo. Isso quer dizer que a 
derrubada das florestas, e construção de ferrovias, rodovias, e hidrelétricas para 
extrair os recursos das florestas ou expandir cidades, provoca modificações nos 
outros elementos naturais. Observe a figura a seguir do cerrado brasileiro e 
para elencar elementos geográficos naturais deste bioma.
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FIGURA 12 – CERRADO BRASILEIRO
FONTE: Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2015.
Nas regiões de clima tropical semiúmido, com uma estação chuvosa e 
outra seca, ocorrem formações vegetais que apresentam campos com arbustos, 
plantas rasteiras e árvores esparsas de troncos retorcidos e casca grossa. É a 
savana que recebe os nomes de cerrado no Brasil e lhanos na Venezuela. 
As florestas pluviais são formações vegetais típicas das regiões do 
continente americano localizadas em baixas latitudes. O calor constante e 
a forte umidade são fatores fundamentais para a existência de uma grande 
diversidade de espécies vegetais tanto nas Florestas Tropicais quanto nas 
Equatoriais. Outro importante fator para o desenvolvimento da vegetação é o 
solo, os solos de algumas florestas pluviais são pouco férteis, mas em sua parte 
superior apresentam uma camada muito rica de material orgânico conhecida 
como Húmus, esse é formado pela própria floresta, como folhas, galhos e micro-
organismos. As Florestas Pluviais são chamadas também de Latifoliadas porque 
apresentam folhas grandes e largas, permanecem sempre verdes e exuberantes 
graças à intensa umidade da atmosfera. 
As raízes são superficiais e os troncos costumam ser largos perto da 
base, de modo que fornecem fixação ampla e firme. Há numerosas trepadeiras 
lenhosas, cipós e epífitas, plantas que usam tronco das árvores como superfície 
de apoio. As epífitas podem obter água e minerais diretamente do ar úmido da 
folhagem. Muitas possuem as folhas em forma de taça que capturam a umidade 
e restos orgânicos, algumas possuem raízes esponjosas. Certas epífitas absorvem 
nutrientes de organismos em decomposição nesses reservatórios. Muitos tipos 
TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA
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FONTE: Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/flora/floresta-tropical-
pluvial>. Acesso em: 10 nov. 2015.
de plantas como samambaias, orquídeas, musgos e líquens, exploram esse tipo 
de vida. Nas figuras a seguir é possível observar a localização das florestas 
pluviais e o tipo de vegetação.
FIGURA 13 – LOCALIZAÇÃO E UM DOS TIPOS DA FLORESTA PLUVIAL
A pradaria é formada basicamente por gramíneas, podendo ocorrer 
alguns arbustos, é uma vegetação típica do clima temperado continental, que se 
caracterizam por verões quentes, invernos frios e baixa pluviosidade. No Brasil a 
pradaria recebe o nome campos, que ocorrem em sua maioria no estado do Rio 
Grande do Sul, mas também pode ser encontrado como manchas menores em 
outros estados. As áreas de pradarias foram muito utilizadas para a pecuária, o que 
causou intensa devastação desse tipo de vegetação e desgaste dos solos. Nessas 
áreas desgastadas predomina o cultivo de grãos, sobretudo, soja, milho e trigo.
Os estepes, outro tipo de vegetação da América Latina ocorre nas áreas 
de clima semiárido do continente, onde as temperaturas são elevadas e as chuvas 
escassas e mal distribuídas, como no México e na Argentina, a estepe é uma 
vegetação rasteira dominada por pequenas plantas. No Brasil encontra-se no 
Nordeste e recebe o nome de caatinga apresentando pequenas árvores, arbustos 
espinhosos e cactos. Já os desertos são áreas marcadas por intensa aridez, isto é, 
por pouca ocorrência de chuva. Na América, eles ocorrem no noroeste do México, 
na costa do Peru, no norte do Chile e no sul da Argentina. As plantas existentes nas 
áreas desérticas do continente americano são espinhosas ou com pequenas folhas 
e possuem raízes profundas capazes de retirar água do subsolo, como mostra a 
figura a seguir.
UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL
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FIGURA 14 – VEGETAÇÃO DE ESTEPES E PRADARIAS E O DESERTO DO ATACAMA
FONTE: Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2015.
Importante salientar que uma regionalização da América Latina do ponto 
vista físico é apenas uma possibilidade metodológica simples para estudar e 
analisar processos e elementos naturais, porém, talvez não indicada. As tendências 
da ciência contemporânea e da geografia, apontam para análises socioespaciais, 
pois mesmo que os fenômenos sejam naturais, estes de alguma forma, direta ou 
indiretamente estão na interface da relação sociedade - natureza. 
Sugestão de leitura: A expansão dos Desertos. Eaan Mcleish. São Paulo: 
Scipione, 1992. O livro caracteriza o deserto e expõe os problemas ambientais que o faz 
expandir-se pelo mundo.
DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos que:
• Devido sua extensão e dificuldades para abarcar toda a complexidade e 
peculiaridade da América Latina, é possível utilizar a regionalização como 
metodologia para estudo e pesquisa. Assim, dependendo do objetivo do 
professor, ou dos autores de livros didáticos e pesquisadores, existem diferentes 
regionalizações do espaço geográfico latino-americano. O importante, é 
sempre deixar claro aos seus leitores e alunos, quais os critérios utilizados para 
a regionalização.
• Do ponto de vista geográfico ou físico os países da América Latina podem 
ser agrupados em América Platina, América Andina, Guianas, Brasil, América 
Central ístmica, Antilhas (Grandes e Pequenas) e México.
• Agrupamento de países latinos observando o formato do continente, resultado 
do processo geológico e disposição das placas tectônicas. Cada porção 
geográfica do continente da América (do Norte, Central e do Sul) se localiza 
sobre uma placa tectônica diferente.
• A placa tectônica sul-americana sobre a qual se localiza a América do Sul é 
relativamente estável, sendo que suas atividades sísmicas mais intensas 
ocorrem nas bordas, no fundo do Oceano Atlântico e Cordilheira dos Andes e 
litoral do oceano Pacífico.
• Na placa tectônica caribenha se localizam o istmo da América Central e as 
Antilhas. Explicando de forma simples, esta placa possui em sua extensão 
inúmeras falhas geológicas, como se fossem fissuras, que trabalham muito 
lentamente, acumulando energia, e de forma abrupta pode ocorrer sua 
liberação. 
• A Placa Caribenha, cujas bordas fazem fronteira com as placas sul-americana, 
norte-americana, Atlântica, de Cocos, Nazca, apresentaram no passado 
geológico, intensa atividade sísmica e vulcânica, continuam de certa forma 
instáveis sujeitas a processos tectônicos na atualidade.
• A vertente do oceano

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