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2015 GeoGrafia da américa Latina Profa. Leia de Andrade Profa. Rosani Lidia Dahmer Copyright © UNIASSELVI 2015 Elaboração: Profa. Leia de Andrade Profa. Rosani Lidia Dahmer Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 918.1 A553g Andrade, Leia de Geografia da América Latina/ Leia de Andrade; Rosani Lidia Dahmer. Indaial : UNIASSELVI, 2015. 259 p. : il. ISBN 978-85-7830-935-0 1. Geografia Latino Americana. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. III apresentação Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Geografia da América Latina! Certamente você já ouviu as expressões: América do Sul, América do Norte, América Latina... o questionamento pertinente que se apresenta para início de conversa, é: conhecemos o contexto de cada uma destas macrorregiões? O continente americano pode ser regionalizado (enquanto metodologia para seu estudo), dividindo-o em partes ou agrupando os países, de diferentes maneiras, dependo do objetivo para determinado recorte. Algumas nomenclaturas são mais conhecidas e utilizadas no nosso cotidiano. A expressão América Latina é uma delas. Mas o que realmente significa? Nós brasileiros, também somos latino-americanos, mas questiono: nós nos consideramos latino-americanos? Pretendemos neste Caderno de Estudos, através de suas unidades e tópicos de estudos, apresentar conceitos, conteúdos e informações que possam auxiliar nas reflexões e possíveis respostas para estes questionamentos. No espaço geográfico da América Latina se realizam as manifestações da natureza, na concepção de tempo geológico, e atividades humanas, numa concepção de tempo histórico. Assim, o espaço geográfico latino-americano contemporâneo apresenta características econômicas, sociais, culturais, políticas e ambientais semelhantes às demais áreas da superfície terrestre, inserida nos processos de expansão capitalista através do colonialismo, imperialismo, globalização e regionalização. Entretanto, cabe lembrar que existem também diferenciações, peculiaridades caracterizadas pela diversidade, heterogeneidade e identidades culturais particulares, resultados de sua formação socioespacial e histórico cultural. Pretendemos neste Caderno a partir dos conteúdos apresentados, conduzir você acadêmico à reflexão, ao estudo e à análise de aspectos da Geografia da América Latina, para que você possa compreender a organização e as transformações sofridas por esse espaço geográfico latino-americano. Na sala de aula, estes conteúdos e conceitos são essenciais para a formação de cidadãos conscientes, sensibilizados e críticos dos problemas comuns desta macrorregião. Pensamos em contribuir na formação acadêmica do futuro professor de Geografia, que em sua prática docente, atuará como agente influenciador e mediador de práticas socioespaciais dentro de uma proposta educacional que requer responsabilidade de todos, visando um mundo melhor, com probabilidades futuras menos desanimadoras, com mais equidade e um futuro possível. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Neste caderno, cada unidade está estruturada a partir de conceitos- chaves, problematizações, reflexões e análises. Em cada unidade você vai encontrar fragmentos literários, fatos atuais, sugestões de leituras complementares, filmes, para promover uma aprendizagem significativa. Cada tópico apresenta resumo e sugestões de autoatividades para pensar, analisar e refletir sobre a geografia da América Latina a partir da observação da realidade geográfica local e conteúdos e informações do Caderno de Estudos. Durante o estudo deste caderno, sugerimos que você consulte os cadernos que já utilizou nas outras disciplinas, para facilitar seu aprendizado. Desejamos a você um ótimo estudo e que a partir dele você possa construir o seu conhecimento sobre a América Latina. Saudações! Profa. Leia de Andrade Profa. Rosani Lidia Dahmer V VI VII UNIDADE 1 - AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL ........................1 TÓPICO 1 - LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO ..................................................................3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................3 2 A CONQUISTA DE REGIÕES NATURAIS COM O COLONIALISMO ...............................5 3 A FORMAÇÃO HISTÓRICA DO CONTINENTE AMERICANO ..........................................5 3.1 A COLONIZAÇÃO DE POVOAMENTO .................................................................................6 3.2 A COLONIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO ...................................................................................6 3.3 DO COLONIALISMO PORTUGUÊS E ESPANHOL AO IMPERIALISMO BRITÂNICO E ESTADUNIDENSE ............................................................................................8 3.4 CARACTERÍSTICAS DOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS E RELAÇÃO CENTRO-PERIFERIA ..............................................................................................9 RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................13 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................15 TÓPICO 2 - AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA .........................17 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................17 2 APONTAMENTOS SOBRE OS ELEMENTOS FÍSICOS DENTRO DO CONTEXTO DE UMA DIVISÃO REGIONAL GEOGRÁFICA - FÍSICA .............................17 2.1 A TECTÔNICA DE PLACAS NA AMÉRICA LATINA E RELEVO .....................................18 2.2 BACIAS HIDROGRÁFICAS .......................................................................................................26 2.3 CLIMAS E VEGETAÇÕES ...........................................................................................................29 RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................33 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................35 TÓPICO 3 - APONTAMENTOSE CARACTERÍSTICAS SOCIOESPACIAIS PARA UMA REGIONALIZAÇÃO ALTERNATIVA HISTÓRICO-CULTURAL .............................................................................................37 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................37 2 O POVOAMENTO PRÉ-COLOMBIANO ....................................................................................38 3 REMANESCENTES DE POVOS NATIVOS E MISCIGENAÇÃO ..........................................40 4 ASPECTOS DA COLONIZAÇÃO E DA DEMOGRAFIA QUE CORROBORAM PARA UMA REGIONALIZAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL ................41 4.1 AMÉRICA CENTRAL E MÉXICO .............................................................................................41 4.2 NAS GUIANAS, UMA COLONIZAÇÃO DIFERENTE ........................................................42 4.3 AMÉRICA ANDINA ....................................................................................................................43 5 AMÉRICA PLATINA .......................................................................................................................45 6 A REGIONALIZAÇÃO DO CONTINENTE AMERICANO POR CRITÉRIOS SOCIOECONÔMICOS .......................................................................................................................50 6.1 CONTRADIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DENTRO DA AMÉRICA LATINA .................51 6.2 APONTAMENTOS ECONÔMICOS ..........................................................................................53 6.3 AS TENTATIVAS DE ASSOCIAÇÃO E/OU DE INTEGRAÇÃO DE PAÍSES LATINO-AMERICANOS ........................................................................................57 sumário VIII LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................59 RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................61 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................63 TÓPICO 4 - MUDANÇAS CLIMÁTICAS, EVENTOS EXTREMOS E VULNERABILIDADE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE ..............................65 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................65 2 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS ...............................65 3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA A GESTÃO DOS RISCOS DE EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES, PARA O AVANÇO NA ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ......................................................................69 4 AMÉRICA LATINA E CARIBE: PROBABILIDADES FUTURAS ...........................................70 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................74 RESUMO DO TÓPICO 4.....................................................................................................................77 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................79 UNIDADE 2 - AMÉRICA LATINA: OS PAÍSES QUE COMPÕEM A DIVISÃO REGIONAL ..........................................................................................81 TÓPICO 1 - MÉXICO ...........................................................................................................................83 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................83 2 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO .......................................................................................................85 3 ENTRE PAÍSES RICOS E ENTRE PAÍSES POBRES ..................................................................92 4 A MIGRAÇÃO DOS MEXICANOS PARA OS ESTADOS UNIDOS .....................................94 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................100 RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................103 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................104 TÓPICO 2 - AMÉRICA LATINA: AMÉRICA CENTRAL .............................................................105 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................105 2 AMÉRICA CENTRAL CONTINENTAL: SEU TERRITÓRIO E A SUA POPULAÇÃO ....................................................................................................................106 2.1 ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO .....................................................................................109 2.1.1 O caso do Panamá ................................................................................................................110 3 AMÉRICA CENTRAL INSULAR ...................................................................................................117 3.1 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO ...................................................................................................118 3.2 ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO .....................................................................................119 3.2.1 O MCCA e Caricom.............................................................................................................120 3.2.2 O caso de Cuba .....................................................................................................................121 3.2.3 A base de Guantánamo .......................................................................................................123 3.2.4 Embargo econômico ............................................................................................................124 3.2.5 O caso do Haiti .....................................................................................................................126 RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................129 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................131 TÓPICO 3 - AMÉRICA LATINA: AMÉRICA PLATINA ..............................................................133 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................133 2 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO .......................................................................................................133 3 O PARAGUAI .....................................................................................................................................135 4 O URUGUAI .......................................................................................................................................138 4.1 O GOLPE MILITAR NO URUGUAI E SUAS CONSEQUÊNCIAS .......................................140 4.2 O GOVERNO DE MUJICA ..........................................................................................................140 IX 5 A ARGENTINA ..................................................................................................................................143 RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................147 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................149 UNIDADE 3 - O BRASIL E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NAAMÉRICA LATINA: DOS CONFLITOS FRONTEIRIÇOS À COOPERAÇÃO, INTEGRAÇÃO E LIDERANÇA REGIONAIS .................151 TÓPICO 1 - DISPUTAS TERRITORIAIS E CONSOLIDAÇÃO DAS FRONTEIRAS POLÍTICAS ...............................................................................153 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................153 2 RIVALIDADES COLONIAIS ..........................................................................................................153 2.1 A QUESTÃO CISPLATINA NO PERÍODO IMPERIAL BRASILEIRO .................................157 2.2 A ERA RIO BRANCO – 1902-1912 .............................................................................................158 3 AS RELAÇÕES REGIONAIS NA BACIA DO PRATA NO DECORRER DA HISTÓRIA ...........................................................................................................158 3.1 BRASIL E ARGENTINA: DA DESCONFIANÇA À APROXIMAÇÃO ................................158 3.2 BRASIL E ARGENTINA: COMPETIÇÃO GEOPOLÍTICA ....................................................160 3.3 A OPERAÇÃO PAN-AMERICANA (OPA) E OS ACORDOS DE URUGUAIANA ...........161 3.4 GOVERNOS MILITARES NO BRASIL E NA ARGENTINA .................................................161 3.5 O RETORNO À DEMOCRACIA E A APROXIMAÇÃO DE BRASIL E ARGENTINA E OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL ...............................................163 3.6 O MERCOSUL E A CRISE DOS ANOS 1999-2001 ...................................................................164 4 A FAIXA DE FRONTEIRA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA .............................................165 4.1 CIDADES-GÊMEAS ....................................................................................................................165 4.2 MARCOS DE FRONTEIRA, TENSÕES E QUESTÕES FRONTEIRIÇAS .............................167 4.3 TEXTO COMPLEMENTAR: ESTUDO DE CASO: CIDADES DE TABATINGA (AM) E LETÍCIA (COL): USO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA .........................171 4.4 O PAPEL ESTRATÉGICO DAS PONTES INTERNACIONAIS .............................................172 RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................174 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................176 TÓPICO 2 - A APROXIMAÇÃO REGIONAL – O MERCOSUL .................................................179 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................179 2 O MERCOSUL ....................................................................................................................................179 2.1 O COMÉRCIO INTRABLOCO ...................................................................................................181 2.2 ADESÃO DA VENEZUELA COMO ESTADO MEMBRO OU ESTADO PARTE EM 2012 ....................................................................................................184 2.3 A BOLÍVIA NO MERCOSUL COMO ESTADO ASSOCIADO E COMO ESTADO MEMBRO OU ESTADO PARTE ...............................................................186 3 MERCOSUL - INTEGRAÇÃO FÍSICA E ENERGÉTICA ..........................................................188 3.1 INTEGRAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO ....................................................................................192 3.2 A POSIÇÃO DO PARAGUAI DIANTE DA HEGEMONIA BRASILEIRA ..........................195 3.2.1 A questão de Itaipu: o preço da energia paraguaia ........................................................195 3.3 DESAFIOS PARA A GERAÇÃO DE ENERGIA E ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS CIDADES ..........................................................................................................196 3.4 INTEGRAÇÃO GÁS NATURAL ................................................................................................197 3.5 MERCOSUL: INFRAESTRUTURA DOS MEIOS DE TRANSPORTES.................................201 3.6 LIMITES E DESAFIOS..................................................................................................................205 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................206 RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................208 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................210 X TÓPICO 3 - DOS ESPAÇOS GEOGRÁFICOS REGIONAIS DE ENTORNO PARA O ESPAÇO REGIONAL MAIS AMPLO DA AMÉRICA DO SUL E DA AMÉRICA LATINA ...............................213 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................213 2 COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA – CEPAL ......................................213 3 DA ALALC À ALADI ........................................................................................................................214 4 DO PACTO ANDINO À COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES – CAN ..........................215 5 INICIATIVA PARA A INTEGRAÇÃO DA INFRAESTRUTURA REGIONAL SUL-AMERICANA – IIRSA .....................................................................................216 6 UNIÃO DAS NAÇÕES SUL-AMERICANAS – UNASUL ........................................................217 7 A COMUNIDADE DE ESTADOS LATINO-AMERICANOS E DO CARIBE – CELAC ...................................................................................................................221 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................224 RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................226 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................228 TÓPICO 4 - PROJEÇÃO INTERNACIONAL E POLÍTICA EXTERNA ....................................231 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................231 2 A INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA ...............................................................................................231 2.1 PERÍODOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO LATINO-AMERICANA ........................................232 3 O BRASIL NO CONTEXTO INTERNACIONAL .......................................................................234 4 A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA .........................................................................................235 4.1 A LIDERANÇA REGIONAL NEM SEMPRE FOI BEM ACEITA ..........................................236 4.2 SONHANDO COM MAIOR PRESENÇA INTERNACIONAL .............................................238 5 BRASIL: LIDERANÇA E TENSÕES NA INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA ....................241 5.1 A PRESENÇA DA PETROBRÁS NA BOLÍVIA E NO EQUADOR .......................................242 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................245 RESUMO DO TÓPICO 4.....................................................................................................................246 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................248 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................251 1 UNIDADE 1 AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTALOBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Esta unidade tem por objetivos: • compreender sob uma visão integrada (do ponto de vista geográfico, histórico e sociológico) o espaço geográfico americano, desde sua forma- ção até as atuais dinâmicas que o transformam continuamente; • relacionar os conceitos de localização e regionalização da América Latina; • perceber a relação exploração/povoamento de maneira geo-histórica; • perceber a atual situação social e econômica da América Latina como fruto de exploração durante séculos, e de dificuldades próprias de cada estado-nação na contemporaneidade; • analisar o espaço geográfico como palco de produção social. • identificar características comuns aos países latino-americanos e ao mes- mo tempo diferenciações que existem entre os mesmos; • entender a regionalização natural ou física de acordo com o processo natural de formação do espaço dos continentes e sua apropriação até os momentos atuais, como uma das metodologias de estudo da geografia; • diferenciar os tipos de regiões e/ou possíveis regionalizações da América e da América Latina, seus países e principais semelhanças e diferenças; • contextualizar a América Latina em relação ao espaço geográfico mundial; • refletir sobre a questão dos povos pré-colombianos e indígena na Amé- rica Latina para uma regionalização histórica cultural; • entender a diversidade das condições climáticas, vegetais e sua relação com a sociedade; • relacionar aspectos econômicos comuns e diferentes dos países latino-a- mericanos; 2 PLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que em cada um deles você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. TÓPICO 1 – LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO TÓPICO 2 – AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA TÓPICO 3 – APONTAMENTOS E CARACTERÍSTICAS SOCIOESPA- CIAIS PARA UMA REGIONALIZAÇÃO ALTERNATIVA HISTÓRICO-CULTURAL TÓPICO 4 – MUDANÇAS CLIMÁTICAS, EVENTOS EXTREMOS E VUL- NERABILIDADE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE • refletir sobre a contemporaneidade do texto de Eduardo Galeano, em que o autor apresenta aspectos do colonialismo e imperialismo sobre a América Latina; • correlacionar problemas e questões ambientais com mudanças climáti- cas, eventos climáticos extremos, vulnerabilidade e desastres socionatu- rais na América Latina. 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO 1 INTRODUÇÃO Nesta unidade você vai iniciar os estudos sobre o conjunto de países situados ao Sul dos Estados Unidos e que recebe o nome de América Latina, em virtude de, com exceção das Guianas e de algumas ilhas do Caribe, terem sido ocupados e explorados do século XVI ao XIX, principalmente por portugueses e espanhóis, povos de origem latina. Esse fato os diferencia do Canadá e dos Estados Unidos, de influência inglesa e que compõe a América Anglo-saxônica. (ALMEIDA, 2009). Com a independência política das colônias americanas e funções na Divisão Internacional do Trabalho, as diferenças entre América Latina e América Anglo- Saxônica se acentuaram. Esta diferença entre o conjunto de países que atualmente constitui a América Latina e Caribe (e se localizam ao sul do Rio Grande, fronteira natural entre os Estados Unidos e o México), e os países situados ao norte deste rio, Estados Unidos da América e Canadá, insere-os na divisão Norte-Sul, ou seja, na oposição entre países ricos e países pobres. A separação entre América Latina e América Anglo-saxônica como mostra o mapa a seguir, não corresponde à clássica separação do continente em três partes: América do Norte, América Central e América do Sul. Sendo o México situado geograficamente na América do Norte, faz parte da América Latina do ponto de vista socioeconômico. Apesar de enfrentar problemas econômicos e sociais parecidos, como veremos adiante, encontramos muitas diferenças entre os integrantes da América Latina. Podemos dividi-la em porções definidas geograficamente: México, América Central e Guianas, América do Sul, onde podemos distinguir três conjuntos: América Andina, América Platina e Brasil, como mostra a figura a seguir. O continente americano é o segundo maior continente do mundo, suas terras se localizam totalmente no Hemisfério Ocidental, isto é, estão a oeste do Meridiano de Greenwich e limitam-se ao norte com o Oceano Glacial Ártico, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com o Oceano Pacífico. O Continente é cortado por quatro paralelos principais: Círculo Polar Ártico, Trópico de Câncer, Equador e Trópico de Capricórnio. A grande extensão no sentido norte e sul confere ao continente americano enorme variedade de climas, solos e formação vegetal. FONTE: Disponível em: <http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br/2012/08/america- localizacao-exercicios.html?view=snapshot&m=1>. Acesso em: 11 nov. 2015. UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 4 FIGURA 1 – MAPA DA AMÉRICA: DIVISÃO GEOGRÁFICA E SOCIOECONÔMICA Divisão geográfica Divisão sócioeconômica América do Norte 1 - México 2 - Guatemala 3 - El Salvador 4 - Honduras 5 - Nicaragua 6 - Costa Rica 7 - Panamá 8 - Cuba 9 - Haiti 10 - Rep. Dominicana 11 - Porto Rico 12 - Guianas 13 - Venezuela 14 - Colômbia 15 - Equador 16 - Perú 17 - Brasil 18 - Bolívia 19 - Paraguai 20 - Argentina 21 - Uruguai 22 - Chile América Central América Anglo-Saxônica América Latina América do Sul 1 2 3 4 5 6 8 9 10 7 11 1213 14 15 16 18 22 21 19 17 20 FONTE: Disponível em: <www.blogdoprofalexandre.blogspot.com> e <http://web.ua.es/ centrobenedetti-antigua/actividades_07_08.html>. Acesso em: 10 nov. 2015. A América Latina e o Caribe constituem uma vasta região geográfica com características socioeconômicas, culturais e históricas similares. Esta macrorregião abrange cerca de 20.808.000 quilômetros quadrados, representando quase a metade do continente americano e suas ilhas. Sobre o nome América Latina, foi inicialmente pelo agrupamento das sociedades em que a língua dominante tem origem no latim, como é o caso do português e do espanhol, principais povos colonizadores da América continental. Esse território compreende desde o México até o extremo sul da América do Sul. A expressão América Latina, refere-se também a países onde se fala inglês, como a Jamaica, ou holandês como o Suriname. Isso acontece porque o critério passou a levar em conta outros aspectos, tais como predominância da religião católica e desequilíbrio das condições socioeconômicas da população, com muitos de seus habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza. FONTE: Adaptado de: <http://geonaweb.blogspot.com.br/2010/05/localizacao-e-regionalizacao- da-america.html>. Acesso em: 11 nov. 2015. TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO 5 2 A CONQUISTA DE REGIÕES NATURAIS COM O COLONIALISMO A condição socioeconômica e comercial em que os europeus estavam inseridos na segunda metade do século XV os estimulou a buscar rotas comerciais que os levassem diretamente às regiões fornecedoras das mercadorias mais procuradas daquela época, às especiarias. Descobrir um caminho pelo mar seria a solução mais viável, já que as rotas que ligavam a Europa ao Extremo Oriente da Ásia já eram dominadas, em sua maioria por árabes. Foi em uma dessas tentativas que Cristóvão Colombo, em 1492, se deparou com terras nunca antes conhecidas da sociedade europeia. Cristóvão Colombo era um navegador genovês, que se baseando na ideia de esfericidade da terra, foi em busca de encontrar a Índia navegando pelo Ocidente, obteve com os reis da Espanha uma frota composta por três navios, com o qual partiu do Porto de Palos, na Espanha, em 3 de agosto de 1492. No dia 12 de outubro atingiu a Ilha Guanaani e voltou para a Europa, assegurado de que havia chegado a terras asiáticas. No entanto, a partir do momento em que o território americano foi revelado ao mundo, iniciou-se o processo de colonização das terras descobertas. A regionalização da América enquantocontinente pode ser feita a partir da consideração de diversos critérios, entretanto, os aspectos geográficos, histórico-culturais e socioculturais são os mais utilizados, os primeiros levam em consideração os aspectos fisiográficos, enquanto o segundo considera a origem dos povos colonizadores, formação sócio-histórica que resultou numa condição socioespacial complexa e peculiar específica da América Latina. 3 A FORMAÇÃO HISTÓRICA DO CONTINENTE AMERICANO A história dos países que formam a América Latina tem seu início a partir do século XVI com a chegada do elemento branco colonizador europeu. A América Latina e a América Anglo-Saxônica sofreram tipos de ocupações totalmente diferentes pelos colonizadores europeus. Enquanto a América Anglo-Saxônica, formada pelos países Canadá e Estados Unidos, sofreu uma colonização de povoamento, a América Latina sofreu uma colonização predadora de exploração. UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 6 3.1 A COLONIZAÇÃO DE POVOAMENTO O Canadá e os Estados Unidos, situados na porção norte da América, sofreram uma colonização cujos objetivos eram totalmente diferentes dos objetivos europeus na América Latina. A conjuntura política, religiosa, e econômica durante os séculos XVI e XVII fez com que grandes levas de europeus saíssem de seus países de origem e se dirigissem para a América do Norte, com interesses não mercantis ou de exploração, mas sim como pessoas que sonhavam em construir um “novo lar”, ou uma Nova Europa. Os novos colonizadores, ingleses e franceses, que fugiram de situações adversas (políticas, econômicas e ou religiosas existentes em seus países de origem) tomaram posse das terras e as exploraram em benefício próprio, independente do controle e/ou orientações de suas metrópoles. As atividades desenvolvidas pelas colônias do Norte e do Centro, de um conjunto de 13, consistiram basicamente no aprimoramento de suas estruturas básicas, na liberdade para criação das instituições políticas e religiosas, com comércio interno e produção agrícola para autossubsistência. Este modelo de colonização foi aplicado também nas Colônias Britânicas que deram origem a outros países como Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Ressalta-se, porém que as colônias do sul do atual Estados Unidos da América – EUA foram colônias de exploração, apoiadas no tripé: latifúndio, monocultura e escravidão, ou seja, utilizou-se mão de obra escrava negra nas fazendas, cujo, modelo de plantation era idêntico ao praticado nas colônias de exploração espanholas e portuguesas. As populações indígenas foram dizimadas pelos colonizadores da mesma forma como as da América Central e da América do Sul. A abolição da escravatura ocorreu em meio às tensões da Guerra de Secessão, onde as colônias do Norte se tornaram vitoriosas sobre as do sul. 3.2 A COLONIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO A colonização de exploração que se deu no século XVI ao XVIII visava exclusivamente o enriquecimento fácil das metrópoles europeias. Na América Latina as colônias eram organizadas com a única finalidade de atender tais anseios econômicos das metrópoles, aconteceu neste momento, na história da humanidade, que começaram a surgir ao mesmo tempo o sistema capitalista, e a consequente divisão internacional do trabalho, e a questão da dependência econômica. A colonização de exploração determinava que as colônias deveriam ser grandes fornecedoras de produtos primários, minerais ou agrícolas, tais como madeira, açúcar, ouro, prata entre outros, para tal exploração, os europeus escravizavam indígenas e negros africanos com a finalidade de usarem mão de obra escrava, o que remete ao custo de uma mercadoria. TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO 7 As colônias de exploração organizadas na América Latina a partir do século XVI tornaram-se o grande quintal das metrópoles europeias e ficaram totalmente subordinadas aos interesses do mercado europeu, inseridas numa Divisão Internacional do Trabalho cujos pressupostos basearam-se na desigualdade, traduzidas no Pacto Colonial e no mercantilismo que apenas favoreciam as metrópoles. As atividades desenvolvidas nas colônias, como a agricultura (cultivo de extensas monoculturas de produtos tropicais), o extrativismo mineral e vegetal, a pecuária, tudo visava abastecer o comércio europeu. Os europeus que para a América Latina se encaminharam tinham um único objetivo: enriquecer o mais depressa possível e voltar correndo para suas metrópoles. Por mais de 300 anos essa exploração desenfreada se fez presente em terras latino-americanas com grande evasão de riquezas e a destruição total de diversas culturas. Todos os países latino-americanos carregam hoje consigo profundas marcas desta época de exploração, a qual era baseada num modelo agroexportador cuja organização do espaço era na forma de latifúndios, produzindo monoculturas (ou plantations) com a utilização de mão de obra escrava. Os reflexos desta organização espacial se refletem na atual estrutura fundiária, que continua organizada em grandes propriedades rurais, no cultivo de monoculturas tropicais, utilizando-se de mecanização agrícola, biotecnologias e técnicas de irrigação, com contraste, porém, na utilização de mão de obra especializada e temporária. Durante a fase do capitalismo comercial e necessidade de expandir o seu mercantilismo, vários países europeus foram conquistando várias terras. A partir desse momento, diversas partes do mundo foram submetidas à dinâmica de circulação e de produção que era comandada pela Europa. A Divisão Internacional do Trabalho é a especialização produtiva dos países e das regiões do globo na intensificação das trocas comerciais. Entre o final do século XV e meados do século XVIII, o capitalismo se baseava na distribuição e circulação das mercadorias entre as metrópoles e suas colônias. As diversas regiões do mundo, principalmente a América Latina, passaram a desenvolver funções diferentes, pois cada região passou a especializar-se ou no fornecimento de matéria- prima, metais preciosos e produtos agrícolas (tropicais) e/ou na produção de produtos manufaturados etc. Dessa maneira, a metrópole exportava manufaturas a preços altos e as colônias produziam matéria-prima e exportavam para a metrópole, a preços baixos. Conteúdo estudado na Geografia Econômica. UNI UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 8 3.3 DO COLONIALISMO PORTUGUÊS E ESPANHOL AO IMPERIALISMO BRITÂNICO E ESTADUNIDENSE Apesar da independência política conseguida por muitos países da América Latina durante o século XIX, suas economias continuavam profundamente organizadas e direcionadas a abastecer o mercado europeu. Os melhores solos visavam cultivar produtos de exportação, ficando somente os piores solos para a agricultura de subsistência. As desiguais relações comerciais entre as colônias e as metrópoles se refletem ultimamente em diferentes relações comerciais estabelecidas ao longo do período em que os países latino-americanos conquistaram suas independências políticas, mas não independência econômica. A concentração de terras nas mãos de um pequeno grupo de indivíduos, a dependência do mercado externo, o povoamento a partir do litoral e portos, sem uma articulação e integração para o mercado interno são outras heranças desse período de colonização exploratória. A atual situação econômica apresentada pelos países da América Latina nada mais é que um reflexo do tipo de colonização sofrida por esses países. Mesmo com a independência política, os novos países surgidos continuaram subordinados aos interesses econômicos das grandes potências. Do início do século XVI até o início do século XIX, a maioria quase absoluta dos atuais países latino- americanos estavam sob o domínio espanhol ou português. Com a declaração da independência política ocorre apenas uma transferência de subordinação, pois passam a ficar dependentes economicamenteda Inglaterra, a grande potência mundial durante os séculos XVIII e XIX, desempenhando as mesmas funções na Divisão Internacional do Trabalho. Ao longo do século XIX, a Inglaterra foi ocupando o lugar deixado pelas antigas metrópoles, através do imperialismo, quando estas perderam seus domínios coloniais na América Latina. A Inglaterra passou a ser a grande compradora de produtos minerais e agrícolas dos países latino-americanos, sempre a preços muito baixos e ao mesmo tempo, fornecia para esses países produtos manufaturados a preços altíssimos. Esta Divisão Internacional do Trabalho com domínio econômico que a Inglaterra exercia sobre a América Latina (imperialismo) perdurou até a metade do século XX, quando então a sua participação na Segunda Guerra Mundial fez com que sofresse um enfraquecimento e consequente declínio econômico e militar. Assim os Estados Unidos assumiram o papel de grande líder do continente americano, sedimentando seu domínio imperialista sobre a América Latina. O capitalismo mundial passa por transformações, com a internacionalização do capital e das empresas industriais. As principais indústrias localizadas em países centrais se expandem e instalam filiais em vários países, como Brasil, México, Argentina, Chile, organizando assim uma nova Divisão Internacional do Trabalho. TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO 9 3.4 CARACTERÍSTICAS DOS PAÍSES LATINO- AMERICANOS E RELAÇÃO CENTRO-PERIFERIA Apesar de os países latino-americanos apresentarem diferenças quanto ao espaço natural, características culturais e grau de desenvolvimento, todos eles possuem em comum a questão do subdesenvolvimento. Essa situação se manifesta claramente na qualidade de vida das populações caracterizada pelas desigualdades sociais e economias frágeis e dependentes. Além destas duas principais características gerais, podem ainda ser elencadas outras características comuns aos países, embora com diferentes níveis, conforme o país. Estas são: • Forte dependência científica e tecnológica em relação aos países desenvolvidos; • Interferência de capital estrangeiro na vida econômica e política do país; • Economias dependentes de empréstimos externos para aquecer o mercado interno, o que resulta na dívida externa; • O alto custo da dívida externa dos latino-americanos faz com que o dinheiro que poderia ser aplicado em melhorias para o bem-estar da população seja destinado ao pagamento da dívida; • Relações comerciais muito desfavoráveis, pois exportam produtos primários e importam produtos industrializados; • Populações vivendo em péssimas condições de vida e que ainda lutam para resolver suas necessidades básicas como alimentação, habitação, educação, assistência médico-hospitalar e abastecimento de água tratada; • Baixa renda per capita, elevadas taxas de natalidade, mortalidade infantil e crescimento vegetativo; • Índices de concentração de renda elevados, que se mantiveram ou aumentam, nos últimos anos, que vêm agravar a pobreza da população; • Crises econômicas, seguidas de períodos de recessão ou retração econômica, o que causa desemprego, falências, agravando a concentração de renda e aumentando a pobreza; • Indicadores sociais contraditórios em relação ao conjunto das condições econômicas. Alguns países, Brasil por exemplo, conseguiram reduzir a porcentagem de pobreza absoluta. Isso quer dizer que, aproveitando os recursos dos períodos favoráveis, como a década de 1990, algumas nações reduziram índices de analfabetismo e mortalidade infantil, mas não conseguiram melhorar a distribuição de renda entre toda a população; Na Unidade 3, haverá uma seção explicando a industrialização tardia dos países emergentes da América Latina. UNI UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 10 • Risco em relação a investimentos estrangeiros altos, o que fez diminuir o fluxo de capital estrangeiro para a América Latina, principalmente entre os anos de 2001 e 2002. Deste modo, os países latino-americanos compartilham um processo histórico de colonização semelhante, e apresentam uma forte dependência de capital externo, em suas relações comerciais e econômicas. Por outro lado, apresentam grandes diferenças quanto ao grau de desenvolvimento econômico e social. Países como o Brasil, a Argentina e o México se destacam na economia latino- americana por apresentarem uma intensa e diversificada atividade industrial, que os projeta a nível mundial, mas mantêm índices elevados de concentração de renda, problemas sociais e atividades ilícitas como o contrabando e tráfico Os países emergentes, de industrialização tardia se inserem numa Divisão Internacional do Trabalho em que, além de produzirem e exportarem produtos primários, as commodities produzem e exportam produtos industrializados, principalmente, produtos de indústrias da Segunda Revolução Industrial, e bens de consumo duráveis e não duráveis. Continuam importando capitais, tecnologias e produtos das indústrias da Terceira Revolução Industrial. Ressalta-se sobre a complexidade desta realidade, pois atualmente, alguns países emergentes também industrializam produtos da Terceira Revolução Industrial, principalmente na área da informática, telecomunicações, energias alternativas, eletrônica, sem conseguirem superar problemas sociais, ou permitirem uma distribuição de renda mais equitativa. Commodities é uma palavra em inglês, é o plural de commodity que significa mercadoria. Esta palavra é usada para descrever produtos de baixo valor agregado. Assim, commodities são artigos de comércio internacional, bens que não sofrem processos de alteração (ou que são pouco diferenciados), como frutas, legumes, cereais e alguns metais. Como seguem um determinado padrão, produzidos em larga escala e comercializados mundialmente, o preço das commodities é negociado na Bolsa de Valores Internacionais, e depende de algumas circunstâncias do mercado, como a oferta e demanda. Muitas vezes a palavra commodities pode ser sinônimo de “matéria-prima”, porque são produtos usados na criação de outros bens. O Brasil é um grande produtor de algumas commodities como café, laranjas, petróleo, alumínio, minério de ferro etc. IMPORTANT E IMPORTANT E TÓPICO 1 | LOCALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO 11 de drogas. Alguns setores da indústria e mesmo do comércio se equiparam e até mesmo superam os países desenvolvidos europeus, embora convivam com setores que mantêm atividades tradicionais. Por outro lado, se existem países de economia forte, a exemplo do Brasil, existem também países primários de fraquíssima industrialização e que vivem quase exclusivamente da produção e exportação de commodities agrícolas. Assim, essas diferenças econômicas e sociais se manifestam dentro de um mesmo país, em cujas cidades podemos encontrar riqueza e pobreza vivendo lado a lado. Uma minoria da população gozando de todos os prazeres que o dinheiro e a tecnologia podem oferecer convive com a grande massa populacional que muitas vezes não tem o que comer. As conexões e intercâmbios entre os países capitalistas subdesenvolvidos e desenvolvidos se inserem numa relação capitalista desigual recebem a denominação de centro-periferia. Os países capitalistas subdesenvolvidos são popularmente chamados países capitalistas periféricos ou da periferia por desempenharem um papel de fornecedores de insumos como matérias-primas, de energia, de lucros, de royalties para os países capitalistas desenvolvidos, que compõem uma centralidade e polarização capitalista, por serem países centrais ou avançados. Deste modo, o sistema capitalista possui estes dois setores, (centro e periferia), onde a palavra sistema significa um conjunto de atividades articuladas, complementares e articuladas entre si, na relação centro- periferia. Os países capitalistas de industrialização clássica, desenvolvidos, ocupam o centro, por assimilar o desenvolvimento técnico em seus estágios mais avançados, possuindoestruturas diversificadas e integradas, especializadas em tecnologias de ponta, em conhecimento científico altamente avançado e hiperespecializado. Os países capitalistas centrais, representados principalmente pelo grupo de países que compõem o G7 e organismos supranacionais (Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial) por vezes liderados pelos Estados Unidos, dominam todo o sistema capitalista, em virtude do seu poderio econômico, financeiro, científico tecnológico e militar. Desse modo os países capitalistas subdesenvolvidos, também denominados países periféricos ocupam a periferia do sistema, ou seja, a sua extremidade e são dominados ou giram ao redor dos países centrais. Isso quer dizer que os países capitalistas subdesenvolvidos estão numa posição de dependência e subordinação dentro do sistema capitalista, na condição de fornecedores de matérias-primas, de mercados consumidores, de mão de obra barata, com pequeno poder de decisão nas questões econômicas e políticas mundiais e não se beneficiam da riqueza. Importante ressaltar que existem países desenvolvidos que se situam numa periferia privilegiada do sistema capitalista, como por exemplo, a Austrália e Nova Zelândia, pois estes são considerados desenvolvidos. UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 12 FIGURA 2 – FLUXOS ENTRE CENTRO, SEMIPERIFERIA E PERIFERIA FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/guest87c201/globalizao-1416732>. Acesso em: 10 nov. 2015. 13 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico você viu que: • O continente americano é dividido em América do Sul, América Central e América do Norte, considerando a localização geográfica na superfície terrestre decorrente da evolução e transformação geológica das terras e massas. • O continente americano é dividido em América Latina e América Anglo- Saxônica considerando num primeiro momento o tipo de colonização implantado e povos colonizadores e num segundo momento as condições socioeconômicas que diferenciam os dois conjuntos. • A América Latina compreende um conjunto de 36 países, sendo eles o México, da América do Norte, os países da América Central e os da América do Sul. • Na América Latina, portugueses e espanhóis implantaram a colonização de exploração, cujos objetivos eram explorar ao máximo as riquezas naturais destas terras e retornar para Portugal e Espanha. • A colonização de exploração foi incentivada e batizada pelas metrópoles através do pacto colonial, orientado pelo mercantilismo. • O tripé que sustentou a colonização de exploração implantada pelos colonizadores era apoiado na apropriação de enormes extensões de terras em nome das coroas portuguesas e espanhola, na monocultura de produtos tropicais, e na utilização de mão de obra escrava (inicialmente dos nativos e posteriormente dos negros africanos). • Plantation era a denominação dada pelos espanhóis para a modalidade agrícola desenvolvida em suas colônias baseada no latifúndio, monocultura para exportação e utilização da mão de obra escrava. • A 1ª Divisão Internacional do Trabalho, que é a especialização das regiões e países para produção para o mercado internacional constitui na relação Colônia – Metrópole. Colônias de exploração produzindo e exportando para a Metrópole, matérias-primas (agrícolas e minerais) a preços baixos, e comprando, importando produtos manufaturados a preços altos. • Com a independência política dos países latino-americanos no decorrer do século XIX, estes deixaram de ser subordinados às metrópoles Portugal e Espanha, e passaram a ser área de influência da Grã-Bretanha, especificamente da Inglaterra. Sua condição socioeconômica de dependência econômica e disparidades sociais existentes desde o período colonial se perpetuou. 14 • A influência da Inglaterra, (principal potência econômica do século XIX), ocorreu através do imperialismo, uma prática com exercício de supremacia e hegemonia, com interferência e controle, às vezes mais direto e ousado, outras vezes mais sutil e mascarado nos países latino-americanos recém- independentes através de empréstimos de capitais e tecnologias, presença de empresas, bancos, construção de infraestrutura e apoio a governantes simpáticos às suas ações. • No decorrer do século XX, o imperialismo britânico foi substituído pelo estadunidense, visto que Reino Unido da Grã-Bretanha (da qual a Inglaterra faz parte) saiu enfraquecida das Guerras Mundiais enquanto Estados Unidos se fortaleceram. • Dentre as características comuns aos países latino-americanos destacam-se a desigualdade social e a dependência econômica. Citam-se ainda, a dependência de capitais e tecnologias estrangeiros, os quais geram dívidas externas, cujos juros exigem das economias endividadas, políticas que priorizem os interesses do capital e dos organismos supranacionais (Fundo Monetário Internacional e Banco mundial), em detrimento de políticas públicas de cunho social nas áreas da educação, saúde, segurança, moradia e outras. Apesar das melhorias em alguns países, principalmente no conjunto dos que fazem parte do BRICS (Brasil e México), persistem índices de concentração de renda elevados. Parcela significativa da população latina continua vivendo sem ter atendidas suas necessidades básicas. 15 AUTOATIVIDADE Leia o texto e responda: Na América Latina prevaleceu a colonização cuja característica principal foi a exploração do trabalho indígena e do escravo negro, trazido da África. Já na América Anglo-Saxônica, o tipo de colonização privilegiou o trabalho familiar livre e assalariado. a) Que tipo de colonização ocorreu na América Latina? E na América Anglo- Saxônica? b) Quais países europeus colonizaram, predominantemente, cada porção da América? c) Que línguas predominaram como oficiais nos países americanos, devido à colonização? 16 17 TÓPICO 2 AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Estudar a diversidade das Américas é um grande desafio para a geografia. Dependendo dos objetivos do geógrafo, ou do professor de geografia escolar poder-se-á adotar diferentes critérios que permitirão dividir o continente de diferentes maneiras, separando a América conforme as semelhanças e diferenças geográficas existentes no seu território. Cada região possui características diferentes das demais regiões, por isso são separadas. Existem diferentes formas de dividir a América em regiões. Três divisões regionais são as mais conhecidas e utilizadas pelos estudiosos: Física ou Geográfica, Socioeconômica e Histórico- cultural. Os países que compõem a América Latina formam uma “grande família”, que vai desde o México na América do Norte, passa pela América Central e termina no Extremo Sul da América do Sul. Para facilitar seu estudo, vamos dividi-la inicialmente, observando critérios de localização geográfica, onde se destacam elementos físicos: América Platina, países ligados à bacia Platina: Paraguai, Argentina e Uruguai; a América Andina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela; América Central, abrange o trecho do Istmo e as Antilhas, Guianas, México e Brasil. 2 APONTAMENTOS SOBRE OS ELEMENTOS FÍSICOS DENTRO DO CONTEXTO DE UMA DIVISÃO REGIONAL GEOGRÁFICA - FÍSICA A regionalização geográfica e física divide o continente americano conforme as características naturais considerando o formato do continente. O formato do continente americano e seus subcontinentes são resultado do tempo geológico. Se observarmos a América, temos duas grandes porções de terras na América do Norte e América do Sul, interligadas por uma terceira porção estreita de terra na (ou da) América Central. Outro aspecto interessante dessa divisão é que cada uma das três regiões está sobre uma placa tectônica diferente, como mostra o mapa a seguir: UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 18 FIGURA 3 – MAPA IDENTIFICANDO AS PLACAS TECTÔNICAS DO MUNDO E O CONTINENTEAMERICANO FONTE: Disponível em: <www.curso-objetivo.br>. Acesso em: 10 nov. 2015. 2.1 A TECTÔNICA DE PLACAS NA AMÉRICA LATINA E RELEVO Se por um lado a regionalização do ponto de vista geográfico ou físico é uma das mais utilizadas e conhecidas, o processo geológico responsável pela sua fisionomia é um tanto desconhecido ou, pouco estudado na geografia escolar. Alguns elementos geológicos, principalmente os localizados nas bordas das placas tectônicas são responsáveis por eventos sísmicos e vulcânicos, que dependendo da localização, modelam e orientam a relação sociedade-espaço, resultando num ordenamento socioespacial que se adaptou a estes eventos geológicos, como se observa no Chile. Os sismos, quando ocorrem em áreas de maior vulnerabilidade, como foi o caso do Haiti, em 2010, poderá causar desastres socionaturais dependendo da vulnerabilidade de suas populações, exigindo dos governantes políticas públicas para mitigar possíveis catástrofes. A América do Sul é a área que se estende do sul do istmo do Panamá ao cabo Horn, perfazendo sete mil quilômetros de extensão norte e sul e apresentando um formato triangular, suas terras atingem a maior largura na altura do Equador e se afunilam em direção ao sul do continente americano, onde terminam nos mares austrais. Atravessado pela linha do Equador ao norte do Brasil e do Equador no sul da Colômbia. A América do Sul tem uma área de 17 815 000 Km² dos quais cerca de três quartos estão localizados na zona intertropical, ou seja, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA 19 A América Latina é uma extensão territorial de grande diversidade geográfica, contando com extensas e elevadas cadeias montanhosas, cujos picos elevados são cobertos de neve e geleiras, (onde podem se localizar vulcões ativos e inativos), extensas planícies, vales, depressões e outras formas de relevo. FONTE: Disponível em: <https://c1.staticflickr.com/5/4092/5028508397_ff95487186_b.jpg> e <http://www.wikiwand.com/es/Suri_(alpaca)>. Acesso em: 10 nov. 2015. FIGURA 4 – ALTIPLANOS COLOMBIANOS E PERUANOS Devido à sua extensão latitudinal, possui ampla variedade de climas, e alguns dos rios mais extensos do planeta, lagos, salinas, pântanos, cujas extensões são cobertas por diferentes biomas. Seu litoral apresenta-se irregular, destacando- se três grupos costeiros: o do Pacífico, do Atlântico, e do Caribe. As reentrâncias possuem praias arenosas, recifes coralinos e mangues, todos em diferentes estados de conservação. UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 20 FIGURA 5 – LOCALIZAÇÃO DE LAGOS NA CORDILHEIRA DOS ANDES, ARGENTINA PRÓXIMO À FRONTEIRA CHILENA FONTE: Disponível em: <http://www.villadeayora.com/blog/travel-and-adventure-in-la- angostura-neuquen/>. Acesso em: 10 nov. 2015. A geografia física da América Latina e do Caribe é muito complexa. A vertente do lado Pacífico está delineada pelas serras centro-americanas e mexicanas e pela grande extensão montanhosa na América do Sul, a Cordilheira dos Andes, onde também se destacam áreas planas, os platôs, intercalados com altiplanos da Bolívia, as terras altas do Peru, altiplanos na Colômbia, vales e planícies pouco extensas na América Central e México. TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA 21 FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/07/america- central.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2015. Na área marítima leste entre as Américas do Sul e do Norte, se formou um conjunto insular em forma de arco, as grandes e pequenas Antilhas do Caribe. Observe no mapa a disposição das Grandes e Pequenas Antilhas. FIGURA 6 – MAPA: AMÉRICA CENTRAL, ISTMO E ANTILHAS O arquipélago das Bahamas é uma exceção do ponto de vista geomorfológico, pois este se formou a partir da acumulação de corais. Os recifes de corais em franja são formações simples e próximas aos continentes ou a ilhas. Este é o tipo mais comum de recife. Diversas formações em franja ocorrem no Caribe, próximo à Florida e às Bahamas. No passado geológico, em condições favoráveis, os recifes de corais transformaram-se nas ilhas que constituem o arquipélago das Bahamas. A formação dos recifes de corais deve ser entendida na extensão do tempo geológico: há 500 milhões de anos, minúsculos animais sem esqueleto e flutuantes, associaram-se a algas microscópicas e fixaram-se às rochas, formando colônias. Estes animais coloniais não são mais do que os corais e a concentração destas colônias dão origem a áreas naturais IMPORTANT E UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 22 FIGURA 7 – MAPA ILHAS DAS BAHAMAS FONTE: Disponível em: <http://www.atozmapsdata.com/zoomify.asp?name=Country/ Modern/Z_Bahama_Phys>. Acesso em: 10 nov. 2015. inigualáveis, pela sua cor, beleza, forma e grande variedade de vida – os recifes de coral. Os recifes de coral, verdadeiros oásis de vida marinha, são dos mais produtivos ecossistemas do planeta. Fruto de longas histórias evolutivas, estes sistemas são extremamente frágeis e susceptíveis à perturbação natural e humana. As viagens dos portugueses, no período dos descobrimentos, proporcionaram a descoberta dos recifes de coral no oceano Índico. No Atlântico, a viagem de Colombo, em 1492, permitiu a descoberta das Bahamas e de Cuba, onde se encontram recifes de coral típicos. Em anos seguintes, ainda antes do fim do século XV, novas descobertas vieram enriquecer os conhecimentos dos europeus referente às ilhas do Caribe. FONTE: RIBEIRO, Susana. Disponível em: <http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/ Sistemas-Aquaticos/content/Recifes--de-Coral-sua-iistoria-e-Evolucao?bl1-vvieaall- true>. Acesso em: 30 out. 2015. TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA 23 A extensa vertente sul-americana do oceano Atlântico se localiza numa estrutura geológica mais estável, se comparada à placa tectônica onde se localiza o México, e a placa Caribenha, onde se localiza a América Central e ilhas do Caribe. De modo geral, o interior da placa tectônica sul-americana, onde se localiza o continente sul-americano é estável, possuindo poucas falhas geológicas ativas, porém são registradas atividades sísmicas e vulcânicas em suas bordas, tanto no Oceano Atlântico, como no oceano Pacífico, próximo da costa oeste do continente. O processo tectônico que ocorre entre os limites da placa sul- americana e africana, é divergente, ou seja, as placas estão formando em suas bordas, no assoalho oceânico, cristas em expansão ou margens construtivas. O magma aflorou e ainda pode aflorar próximo da superfície causando afastamento das placas, e formando uma dorsal submarina. Por vezes estes movimentos são sentidos no litoral brasileiro. Já na borda oeste da placa tectônica sul-americana, no encontro com a placa de Nazca, o processo tectônico é muito diferente, pois é um limite convergente, ou seja, as placas colidem, e a placa de Nazca submerge e mergulha por debaixo da sul-americana, retornando à astenosfera ou manto superior, se liquefazendo. No decorrer do tempo geológico, entre o final da era mesozoica e no início da era cenozoica as transformações e pressão interna dos materiais decorrentes destes processos de subducção, formaram a Cordilheira dos Andes, considerados na estrutura geológica Dobramentos Modernos. No Oceano Pacífico, próximo do litoral oeste da América do Sul, principalmente litoral chileno e peruano, a convergência crosta oceânica – crosta continental formou a fossa submarina abissal. Este processo geológico de subducção é responsável pela atividade vulcânica que ocorre de tempos em tempos nos vulcões ativos que se localizam na Cordilheira dos Andes, e atividades sísmicas que tanto em terras continentais como no fundo do Oceano Pacífico, a exemplo dos terremotos seguidos de tsunamis que afetaram principalmente o Chile. (ALMEIDA, 2005b). A título de curiosidade,em 2010 o mundo foi surpreendido por três grandes terremotos: o do iaiti, de magnitude 7, em 12 de janeiro, o do Chile, de magnitude 8,8, em 27 de fevereiro, e o do México, de magnitude 7,2, em 4 de abril. UNI UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 24 A América Central, formada por uma parte continental, denominada de ístmica, e Grandes e Pequenas Antilhas, localiza-se sob a placa Caribenha ou do Caribe. Esta placa constitui o fundo do mar do Caribe, faz fronteira com as placas norte-americana, sul-americana, Nazca e com a placa de Cocos. Estas fronteiras são regiões de intensa atividade sísmica, incluindo terremotos, tsunamis, ocasionais e erupções vulcânicas. FONTE: By Alataristarion [CC BY-SA 4.0 (<http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>)], via Wikimedia Commons disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tectonic_plates_ boundaries_detailed-en.svg>. Acesso em: 10 nov. 2015. Diferente da placa sul-americana, a do Caribe possui várias falhas geológicas ativas ou instáveis (exemplo, falha de Motagua na Guatemala, das ilhas Swan em Honduras, túmulo de Cayman, elevação divergente no fundo do mar do Caribe, próximo de Cuba, o Trench de Puerto Rico, uma trincheira marinha localizada na fronteira submarina entre o mar do Caribe e oceano atlântico, sistema de falhas Setentrional e, Enrillo-Plaintain Garden, na ilha de Hispaniola onde se localiza o Haiti e a República dominicana. O terremoto de 2010 no Haiti foi excepcional, porque a falha geológica do sistema Enriquillo- Plaintain localizada ao sul se movimentou, cujo limite entre a placa do Caribe e a da América do Norte é próximo e a falha está praticamente dentro da cidade de Porto Príncipe, de população elevada e construções não preparadas para FIGURA 8 – MAPA PLACA TECTÔNICA DO CARIBE OU CARIBENHA E SUAS FRONTEIRAS TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA 25 FONTE: Disponível em: <https://geoazur.oca.eu/spip.php?rubrique424>. Acesso em: 14 nov. 2015. suportar grandes vibrações (LIMA, 2010). No Haiti, a parte da falha que se deslocou causando o terremoto, tinha aproximadamente 50 km de comprimento. (LIMA, 2010). FIGURA 9 – MAPA: FALHA ENRIPQILLO-PLAINTAIN GARDEN, SUL DO HAITI Caro(a) acadêmico(a), é importante acompanhar diferentes informações sobre o mesmo fenômeno geográfico. Leia notícia divulgada em outubro de 2010, no G1, disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/10/dados-de-satelite- indicam-verdadeira-causa-do-terremoto-no-haiti.html>. Segundo a notícia, o terremoto de magnitude 7 que matou cerca de 200 mil haitianos no início de 2010, pode não ter sido causado especificamente pelo deslocamento na falha geológica de Enriquillo-Plantain Garden, como os cientistas imaginavam e explicada no parágrafo anterior. Segundo a notícia, cientistas norte-americanos, baseados em imagens de satélite do período em que ocorreram os tremores de janeiro de 2010, apresentaram como provável “verdadeira” causa um colapso de múltiplas falhas, sendo que uma delas, mais profunda, nem é conhecida pelos geólogos. As conclusões foram publicadas no site da revista especializada “Nature Geoscience”. A falha de Enriquillo é a “fronteira” entre a placa tectônica do Caribe e a placa Norte-Americana. UNI UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 26 2.2 BACIAS HIDROGRÁFICAS De maneira geral, a formação do relevo da América Latina é o resultado de processos geológicos e ação erosiva, decorrentes dos processos externos do intemperismo. Destacam-se ao norte a Serra Madre Ocidental e o Planalto Mexicano, a oeste a Cordilheira dos Andes, a Leste o Planalto Brasileiro, no norte da América do Sul, o Planalto das Guianas e nas áreas centrais do continente a planície de Orenoco, planície Amazônica e planície Platina. As diferentes formas de relevo e localização das vertentes das bacias hidrográficas orientam por sua vez a distribuição e drenagem dos cursos dos rios das vias fluviais. Relevo e hidrografia estão amplamente integrados. Em relação à distribuição das bacias hidrográficas, as principais são: Bacia do Orenoco, Bacia Amazônica, Bacia Platina, bacias secundárias da vertente do Atlântico, como por exemplo, a Bacia Amazônica, como mostra a figura a seguir. Leia também apenas a título de curiosidade estes dois textos, dos links a seguir, que relacionam as causas do terremoto do iaiti a outras causas. Imagino que você, caro(a) acadêmico(a), tenha ficado perplexo e surpreso! No entanto, ressaltamos que podemos encontrar muitas informações equivocadas na internet, assim cabe lembrar que o conhecimento científico deve sempre respaldar nossas práticas pedagógicas. <https://franciscofalconi.aordpress.com/2010/02/03/militares-russos-acusam-eua-de- causar-terremoto-no-haiti/> <http://aaa.tecmundo.com.br/tecnologia-militar/8018-haarp-o-projeto-militar-dos-eua- que-pode-ser-uma-arma-geofisica.htm> DICAS TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA 27 FIGURA 10 – EXTENSÃO DA BACIA AMAZÔNICA FONTE: Disponível em: <www2.ana.gov.br>. Acesso em: 10 nov. 2015. Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas partes mais altas do relevo e são denominados divisores de água, pois separam as águas de diferentes bacias. A topografia do terreno é responsável pela drenagem da água da precipitação pluviométrica, a chuva, para esse curso de água. A superfície da Terra é drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. Entre as bacias hidrográficas encontram-se as partes mais altas do relevo que são os divisores de águas, uma vez que separam as águas de bacias. Entre o divisor de água e o rio principal está o declive, por onde correm as águas dos afluentes está a vertente. Deste modo, as águas são depositadas no leito do rio que em época de cheia pode transbordar para as margens baixas e planas que o acompanham e que constituem as várzeas. Como por exemplo, a Bacia Amazônica. O rio Amazonas atravessa uma área plana e pouco profunda, o rio é largo e apresenta um elevado volume de água. Essas são características também dos trechos de seus afluentes. Observe o mapa do relevo da América do Sul, e principais bacias hidrográficas (o mapa colorido pode ser observado no arquivo em PDF deste Caderno de Estudos). Observe que os principais rios desaguam no oceano Atlântico, em função da disposição do relevo. As cidades localizadas nos altiplanos da Cordilheira dos Andes e as localizadas no litoral do oceano Pacífico, utilizam os poucos rios da vertente do Pacífico para abastecimento de água como para produção de eletricidade. Para complementar suas necessidades hídricas muitos países e cidades dependem das geleiras. UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 28 FIGURA 11 – MAPA DO RELEVO DA AMÉRICA DO SUL FONTE: Disponível em: <websites.listas.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2015. Sobre as geleiras, seu derretimento e desaparecimento e problemas para abastecimento de água em cidades como La Paz, Sucre e Lima, veja texto sobre vulnerabilidade. ESTUDOS FU TUROS TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA 29 A Cordilheira dos Andes constitui-se num dos cinturões orogenéticos mais ricos do mundo, por suas reservas de hidrocarbonetos e minas metalíferas. 95% das reservas de petróleo e gás natural da América Latina e Caribe se encontram nas bacias andinas que vão desde a costa caribenha até o sul da Venezuela e passando pelo leste da Colômbia, Equador e norte do Peru. (PNUMA; CATHALAC, 2010). 2.3 CLIMAS E VEGETAÇÕES Na extensão territorial da América Latina que se situa na zona intertropical, predominaram climas quentes e úmidos, com exceção das terras de altitude do Equador, Bolívia e Peru, onde os climas apresentam baixas temperaturas e poucas chuvas. Já as terras localizadas nas áreas temperadas, ao sul do trópico de Capricórnio, possuemclimas mesotérmicos, temperados ou subtropicais, com chuvas bem distribuídas durante o ano, a exemplo da região Sul do Brasil. No extremo sul da Argentina e do Chile, bem como nas áreas montanhosas dos Andes, os climas são mais rigorosos, uma vez que dois fatores climáticos (altas latitudes e altitudes) atuam em conjunto, mantendo temperaturas baixas, com ocorrência de neve e ausência de chuvas. O norte do México que se localiza ao norte do trópico de Câncer, o clima apresenta temperaturas mais amenas oscilando entre climas secos e semiúmidos em função do relevo (altitude) e fatores de continentalidade e maritimidade. Destacam-se as principais paisagens vegetais: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Pampa ou Estepes e desertos do México, Atacama e Patagônia. Na América do Sul suas principais planícies centrais são a Amazônica e Platina, são pouco povoadas e nelas se destacam a pesca, o extrativismo e a pecuária. Sobre a vegetação poucas áreas do continente americano apresentam vegetação original ou primitiva que não tenham sofrido interferência humana. A vegetação original é importante pois ela é interdependente de outros elementos da natureza, como o relevo, a hidrografia, o clima e o solo. Isso quer dizer que a derrubada das florestas, e construção de ferrovias, rodovias, e hidrelétricas para extrair os recursos das florestas ou expandir cidades, provoca modificações nos outros elementos naturais. Observe a figura a seguir do cerrado brasileiro e para elencar elementos geográficos naturais deste bioma. UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 30 FIGURA 12 – CERRADO BRASILEIRO FONTE: Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2015. Nas regiões de clima tropical semiúmido, com uma estação chuvosa e outra seca, ocorrem formações vegetais que apresentam campos com arbustos, plantas rasteiras e árvores esparsas de troncos retorcidos e casca grossa. É a savana que recebe os nomes de cerrado no Brasil e lhanos na Venezuela. As florestas pluviais são formações vegetais típicas das regiões do continente americano localizadas em baixas latitudes. O calor constante e a forte umidade são fatores fundamentais para a existência de uma grande diversidade de espécies vegetais tanto nas Florestas Tropicais quanto nas Equatoriais. Outro importante fator para o desenvolvimento da vegetação é o solo, os solos de algumas florestas pluviais são pouco férteis, mas em sua parte superior apresentam uma camada muito rica de material orgânico conhecida como Húmus, esse é formado pela própria floresta, como folhas, galhos e micro- organismos. As Florestas Pluviais são chamadas também de Latifoliadas porque apresentam folhas grandes e largas, permanecem sempre verdes e exuberantes graças à intensa umidade da atmosfera. As raízes são superficiais e os troncos costumam ser largos perto da base, de modo que fornecem fixação ampla e firme. Há numerosas trepadeiras lenhosas, cipós e epífitas, plantas que usam tronco das árvores como superfície de apoio. As epífitas podem obter água e minerais diretamente do ar úmido da folhagem. Muitas possuem as folhas em forma de taça que capturam a umidade e restos orgânicos, algumas possuem raízes esponjosas. Certas epífitas absorvem nutrientes de organismos em decomposição nesses reservatórios. Muitos tipos TÓPICO 2 | AS POSSÍVEIS REGIONALIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA 31 FONTE: Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/flora/floresta-tropical- pluvial>. Acesso em: 10 nov. 2015. de plantas como samambaias, orquídeas, musgos e líquens, exploram esse tipo de vida. Nas figuras a seguir é possível observar a localização das florestas pluviais e o tipo de vegetação. FIGURA 13 – LOCALIZAÇÃO E UM DOS TIPOS DA FLORESTA PLUVIAL A pradaria é formada basicamente por gramíneas, podendo ocorrer alguns arbustos, é uma vegetação típica do clima temperado continental, que se caracterizam por verões quentes, invernos frios e baixa pluviosidade. No Brasil a pradaria recebe o nome campos, que ocorrem em sua maioria no estado do Rio Grande do Sul, mas também pode ser encontrado como manchas menores em outros estados. As áreas de pradarias foram muito utilizadas para a pecuária, o que causou intensa devastação desse tipo de vegetação e desgaste dos solos. Nessas áreas desgastadas predomina o cultivo de grãos, sobretudo, soja, milho e trigo. Os estepes, outro tipo de vegetação da América Latina ocorre nas áreas de clima semiárido do continente, onde as temperaturas são elevadas e as chuvas escassas e mal distribuídas, como no México e na Argentina, a estepe é uma vegetação rasteira dominada por pequenas plantas. No Brasil encontra-se no Nordeste e recebe o nome de caatinga apresentando pequenas árvores, arbustos espinhosos e cactos. Já os desertos são áreas marcadas por intensa aridez, isto é, por pouca ocorrência de chuva. Na América, eles ocorrem no noroeste do México, na costa do Peru, no norte do Chile e no sul da Argentina. As plantas existentes nas áreas desérticas do continente americano são espinhosas ou com pequenas folhas e possuem raízes profundas capazes de retirar água do subsolo, como mostra a figura a seguir. UNIDADE 1 | AMÉRICA LATINA: CONTEXTUALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÕES E VULNERABILIDADE AMBIENTAL 32 FIGURA 14 – VEGETAÇÃO DE ESTEPES E PRADARIAS E O DESERTO DO ATACAMA FONTE: Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2015. Importante salientar que uma regionalização da América Latina do ponto vista físico é apenas uma possibilidade metodológica simples para estudar e analisar processos e elementos naturais, porém, talvez não indicada. As tendências da ciência contemporânea e da geografia, apontam para análises socioespaciais, pois mesmo que os fenômenos sejam naturais, estes de alguma forma, direta ou indiretamente estão na interface da relação sociedade - natureza. Sugestão de leitura: A expansão dos Desertos. Eaan Mcleish. São Paulo: Scipione, 1992. O livro caracteriza o deserto e expõe os problemas ambientais que o faz expandir-se pelo mundo. DICAS 33 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico vimos que: • Devido sua extensão e dificuldades para abarcar toda a complexidade e peculiaridade da América Latina, é possível utilizar a regionalização como metodologia para estudo e pesquisa. Assim, dependendo do objetivo do professor, ou dos autores de livros didáticos e pesquisadores, existem diferentes regionalizações do espaço geográfico latino-americano. O importante, é sempre deixar claro aos seus leitores e alunos, quais os critérios utilizados para a regionalização. • Do ponto de vista geográfico ou físico os países da América Latina podem ser agrupados em América Platina, América Andina, Guianas, Brasil, América Central ístmica, Antilhas (Grandes e Pequenas) e México. • Agrupamento de países latinos observando o formato do continente, resultado do processo geológico e disposição das placas tectônicas. Cada porção geográfica do continente da América (do Norte, Central e do Sul) se localiza sobre uma placa tectônica diferente. • A placa tectônica sul-americana sobre a qual se localiza a América do Sul é relativamente estável, sendo que suas atividades sísmicas mais intensas ocorrem nas bordas, no fundo do Oceano Atlântico e Cordilheira dos Andes e litoral do oceano Pacífico. • Na placa tectônica caribenha se localizam o istmo da América Central e as Antilhas. Explicando de forma simples, esta placa possui em sua extensão inúmeras falhas geológicas, como se fossem fissuras, que trabalham muito lentamente, acumulando energia, e de forma abrupta pode ocorrer sua liberação. • A Placa Caribenha, cujas bordas fazem fronteira com as placas sul-americana, norte-americana, Atlântica, de Cocos, Nazca, apresentaram no passado geológico, intensa atividade sísmica e vulcânica, continuam de certa forma instáveis sujeitas a processos tectônicos na atualidade. • A vertente do oceano
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