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EXPRESSÃO PLASTICA 2 UNIDADE

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2 UNIDADE
ESPAÇO E FORMA
1 Movimento
Todo estudo possui um contexto apropriado, com um panorama de elementos, sistemas e organizações básicos que compõem uma obra de arquitetura ou um desenho artístico. Estes componentes podem ser percebidos e experimentados. Entretanto, nem todos são imediatamente perceptíveis, enquanto outros se mostram mais obscuros ao nosso intelecto e sentidos. Conforme Ching (2013), alguns talvez sejam dominantes, enquanto outros desempenham um papel secundário na organização de uma edificação. Alguns talvez traduzam imagens e significados, enquanto outros servem como qualificadores ou modificadores dessas mensagens.
Falaremos adiante sobre como os elementos e sistemas devem estar relacionados entre si para formarem um todo integrado com uma estrutura unificadora ou coerente. Novamente conforme Ching (2013), a ordem da arquitetura é criada quando a organização das partes torna visível o seu relacionamento com cada uma delas e com a estrutura como um todo. Quando essas relações são percebidas como reforçando e contribuindo mutuamente para a natureza singular do todo, temos a existência de uma ordem conceitual – uma ordem que pode, inclusive, ser mais duradoura que as visões perceptivas transitórias.
2 Formas que traduzem movimento
Apresentaremos aqui os elementos primários na busca de formas que traduzam o movimento de maneira que, unidas desde o ponto até uma reta unidimensional e de um plano até um volume tridimensional (CHING, 2013, p.16) possam representar elementos visuais. Conforme demonstrado na Figura 1, quando juntamos elementos no espaço tridimensional, seja um ponto, uma reta ou um plano, somos capazes de perceber sua estrutura e até mesmo a presença dos elementos primários. 
Quando buscamos nos comunicar por meio da linguagem gráfica com outras pessoas, precisamos representar e ilustrar graficamente tudo aquilo que “objetivamos” que o leitor perceba. Para isso, utilizamos as formas, sejam elas primárias ou secundárias, como um meio de representação que permite compreender movimento e os elementos em projetos de interiores.
Figura 1 - Uso de elementos primários para criar formasFonte: CHING, 2013, p. 2 (Adaptado).
#PraCegoVer: Na imagem temos as formas primárias representadas por um ponto, seguido de retas que se transformam em planos e volumes.
Ching (2013) afirma que os principais geradores da forma são os seguintes elementos: o ponto, a reta, o plano e o volume. O ponto é apenas um ponto, a reta possui uma dimensão, o plano possui duas dimensões e o volume possui três dimensões. Observe o Quadro 1:
Quadro 1 - Formas criadas a partir de elementos primáriosFonte: CHING, 2013, p. 17 (Adaptado).
#PraCegoVer: O quadro apresenta três colunas. Na primeira, estão escritos os nomes dos conceitos: ponto, reta, plano e volume. A segunda coluna contém a descrição de cada elemento, e na terceira coluna há uma representação gráfica de cada um.
 FIQUE DE OLHO: Alguns autores exploram muito o uso das formas em seus livros, como por exemplo os arquitetos Francis D. K. Ching e Gildo Montenegro, ambos com diversos livros publicados sobre representação gráfica e projetos de arquitetura. Essas obras são excelentes referências para você iniciar seu projeto de desenho e qualificar suas técnicas de representação.
Nesse contexto, antes de iniciarmos nosso estudo mais aprofundado sobre as formas que traduzem o movimento, conheceremos os elementos básicos citados no Quadro 1 e que são ensinados por Ching (2013) em seu livro Arquitetura: forma, espaço e ordem.
2.1 Ponto
O ponto marca uma posição no espaço. Não possui comprimento, largura e tampouco profundidade, portanto é estático, centralizado e sem direção. Serve para marcar duas extremidades de uma reta, a interseção de duas retas, o encontro de duas retas na quinta de um plano ou volume e o centro de um campo. 
Embora não tenha forma, começa a ser percebido dentro de um campo visual. Um ponto pode ser projetado verticalmente em uma forma linear, como uma coluna, um obelisco ou uma torre. Esses elementos visto em planta é um ponto, portanto, mantém a característica visual de um ponto.
Dois pontos: descrevem uma linha que se une. Conferem à reta um comprimento finito ou uma trajetória que pode ser mais longa. Dois pontos estabelecidos no espaço por colunas ou formas centralizadas podem definir um eixo, um recurso ordenador utilizado na história da arquitetura para organizar as formas e os espaços edificados. Em planta, podem representar um portal, um local de passagem de um lugar para outro. Se forem estendidos verticalmente, definem um plano de entrada e um acesso perpendicular a ele.
2.2 Reta
Uma reta é um ponto estendido. Possui comprimento, mas não possui largura ou profundidade. Enquanto um ponto é estático, uma reta é um ponto em movimento, expressando visualmente direção, movimento e crescimento. É o elemento essencial na formação de qualquer construção visual. Pode servir para unir, sustentar, descrever arestas de planos ou dar formato a elas. Ainda, para destacar a superfície dos planos. 
Embora tenha apenas uma dimensão, precisa possuir alguma espessura para se tornar visível. Mesmo uma simples repetição de elementos de mesma natureza ou semelhantes, pode ser considerada uma reta. A orientação de uma reta, afeta sua função em uma construção visual, enquanto pode ser estado de equilíbrio com a forca da gravidade, simbolizar a condição humana, se for vertical, uma reta horizontal pode representar estabilidade, o horizonte, um corpo em repouso.
Podemos observar na arquitetura, elementos retilíneos como colunas, obeliscos e torres. Estes elementos podem definir ainda, um volume transparente no espaço. Considere a Mesquita de Selim, na Turquia. Elementos retilíneos verticais também podem desempenhar funções estruturais, como é o caso do Pórtico das Cariátides, no Partenon de Atenas (421-405 a.C.); a Ponte Salginatobel, na Suíça (1929-1930); ou a Vila Imperial de Katsura, no Japão (século VXII).
Uma reta pode ainda ser um elemento de arquitetura sugerido, como é o caso dos eixos reguladores de muitos desenhos urbanos, em que uma reta é estabelecida por dois pontos no espaço, distantes em relação ao modo como estão distribuídos. É o caso da Villa Aldobrandini, na Itália (1598-1903). Edificações também podem ter formas lineares, como é o caso do Alojamento dos Graduandos da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos (1974). Edificações lineares têm a vantagem de se adaptarem mais facilmente às condições topográficas de um terreno. As retas podem ainda ser uma malha estrutural, elementos retilíneos de uma fachada e a representação de pilares e vigas. Temos como exemplos o Edifício Seagram, em Nova York (1956-1958); a Crown Hall, Escola de Arquitetura e Desenho Urbano de Chicago (1956) e a Prefeitura de Säynätsalo, na Finlândia (1950-1952).
Elementos retilíneos definindo planos: a união de duas retas paralelas tem a capacidade de descrever visualmente um plano. Uma série de retas paralelas, repetidas, reforça nossa percepção do plano. Uma série de colunatas que sustentam uma parede acabam por si formando um plano. Observe, por exemplo, o Altes Museum, em Berlim (1823-1830) ou a Basílica Palladiana, em Vicenza (1546). Ambos são uma fileira de colunas que sustentam um entablamento. O uso de muitos elementos retilíneos define planos. Elementos retilíneos de treliças e pérgulas podem ajudar a proteger espaços externos, enquanto elementos retilíneos verticais e horizontais podem, juntos, definir um volume de espaço.
2.3 Plano
Uma reta estendida em uma direção que não seja a sua direção intrínseca se torna um plano. Um plano possui comprimento e largura, mas não tem profundidade. Para que possamos ver um plano no seu formato verdadeiro, devemos vê-lo de frente. As propriedades complementares de um plano (cor, padrão e textura superficiais) afetam seu peso e sua estabilidade visual. O plano pode definir limites ou fronteiras de um volume, por isso é um elemento chave no projeto de arquitetura. 
Na arquitetura, temos os planos de cobertura,plano de paredes e plano base. Quando os planos se unem, temos a tridimensionalidade de um espaço com características que o delimitam. O plano do solo sustenta todas as ordens da arquitetura, pois é o plano do solo, de caráter topográfico, onde toda forma de edificação se ergue sobre ele. Exemplos interessantes sobre planos de solo podem ser o Templo Mortuário da Rainha Hatshepsut, no Egito (1511-1480 a.C.) ou a antiga cidade inca de Machu Picchu (1500 d.C.).
2.4 Volume
Um plano que é deslocado em uma direção que não é sua direção intrínseca se torna um volume. O volume possui largura, comprimento e profundidade, ou seja, as três dimensões. Se analisarmos um volume, podemos encontrar todos os conceitos vistos até o momento. A forma é a principal característica de um volume. Ela é estabelecida pelos planos, que descrevem limites do volume. Um volume tridimensional pode ser sólido (cheio) ou vazio. 
Na arquitetura, os volumes podem ser considerados como uma porção de espaço contido e definido em planos de paredes, piso, teto ou cobertura, ou como uma quantidade de espaço ocupado pela massa de uma edificação. 
Agora que já conhecemos os principais elementos que traduzem a forma, veremos a seguir o conceito de Forma enquanto tradutor de movimento. Perceba que direcionamos nossos estudos às figuras simples, primárias, geométricas e trouxemos exemplos mais complexos de formas arquitetônicas. Procure ampliar seus estudos e observar nos projetos como os conceitos estudados se aplicam. 
3 Forma
Anteriormente analisamos os principais elementos utilizados em uma composição, iniciando pelos elementos primários explicados por Ching. Agora estudaremos a Forma enquanto termo abrangente que possui diversos significados e um contexto de formato, tamanho, textura e cor. 
Quando pensamos em forma, podemos relacionar ao formato de algo conhecido, como uma pessoa humana, um copo ou mesmo uma edificação, certo? Nas artes e nos projetos, utilizamos esse termo para referir a estrutura formal de um trabalho, ou seja, a maneira como estão dispostos elementos e partes de uma composição de modo a produzir uma imagem coerente e identificável (CHING, 2013). O arquiteto citado afirma que a forma pode ser uma estrutura interna ou um perfil externo que confere unidade a um todo. É uma ideia de massa ou volume tridimensional, a configuração e disposição das linhas, dos contornos e assim por diante. A forma pode, ainda, apresentar um contorno (formato), um tamanho (dimensão física), uma cor (fenômeno de luz e percepção visual) e uma textura (qualidade visual). As formas, podem possuir propriedades que determinam o padrão e a composição dos elementos. Observe esse fenômeno no Quadro 2.
Quadro 2 - Propriedades que determinam o padrão e a composição dos elementosFonte: CHING, 2013, p. 35 (Adaptado)
#PraCegoVer: O quadro apresenta três colunas. Na primeira, estão escritos os nomes dos conceitos: posição, orientação e inércia visual. A segunda coluna contém a descrição de cada elemento, e na terceira coluna há uma representação gráfica de cada um.
Essas propriedades descritas nada mais são do que as condições sobre as quais olhamos e que, aparentemente, traduzem o movimento das formas. Elas variam conforme a nossa perspectiva ou ângulo de visão, a distância que estamos de um objeto, as condições de iluminação que permitem maior ou menor clareza em relação ao objeto ou o campo visual que circunda nossa capacidade de ver e de identificar os elementos de composição.
Primeiramente percebemos as figuras simples, e posteriormente os demais formatos da imagem. Veja no Quadro 3 as formas consideradas regulares e as consideradas irregulares dentro do processo de formação de formas:
Quadro 3 - Formas regulares e formas irregularesFonte: CHING, 2013, p. 48 (Adaptado).
#PraCegoVer: O quadro apresenta duas colunas. A da direita contém representações gráficas que exemplificam as explicações da coluna da esquerda, que descreve: formas regulares; regulares transformadas dimensionalmente; formas irregulares e, por último, formas irregulares contidas em uma forma regular (ou o contrário).
Perceba que as formas ainda podem ser compreendidas como transformações dos sólidos primários, variações geradas pela manipulação de uma ou mais dimensões ou pela adição e subtração de elementos. Essa transformação da forma, gerando movimento e dinâmica aos sólidos, é muito comum na arquitetura, pois possibilita a transformação da arquitetura de simples elementos primários para composições espaciais dinâmicas. Assim, é importante ter conhecimento sobre as transformações da forma, de maneira a perceber como formas simples e de geometrias básicas transformam e movimentam a percepção do desenho. 
No próximo tópico, abordaremos a forma representada por meio de valores tonais a importância das hachuras para gerar solidez e ilusão de sombreamento ou presença da luz em formas geométricas. Esses conhecimentos poderão ser aplicados em formas simples ou complexas, permitindo a movimentação da forma e a percepção de elementos que a Arquitetura busca representar.
4 Texturas
Texturas podem ser descritas como a utilização das superfícies das formas em busca de tratamento. Na representação gráfica de formas simples, a utilização de tonalidades gráficas nos permite melhorar a comunicação. Por meio do uso de cores e texturas, podemos estabelecer a ordem das imagens visando ampliar a nossa percepção da espacialidade do desenho enquanto nos deslocamos no espaço projetado. 
A forma como percebemos a tridimensionalidade de um espaço projetado depende muito de como os raios solares (ou seja, a luz) incide sobre este espaço. É pela representação da luz que podemos perceber a escultura e a forma daquilo que queremos comunicar ao leitor. O objetivo deste tópico é mostrar a você, aluno, os princípios fundamentais que regem a composição das formas e linhas que auxiliam a transmitir a impressão de textura nos objetos. 
Embora nos projetos de arquitetura a representação tonal seja com o uso de linhas, ela nos permite representar as características de luz, de texturas diversas, de volumes que não podem ser descritos pela representação habitual. A seguir, apresentaremos as informações necessárias para lhe auxiliar nesse processo de aprimoramento dos desenhos tridimensionais com valorização tonal.
4.1 Valores tonais e a ordem da geometria
É por meio dos sombreamentos, texturas ou hachuras que podemos identificar formas e imagens para que nossa visão seja estimulada por padrões de intensidade de luz e cor e, assim, possa formar a imagem mental do projeto. Embora um projeto não utilize efetivamente o uso de cores, com uma simples lapiseira ou um lápis podemos simular a presença da luz nas formas geométricas. 
Com a identificação da presença de luz, podemos perceber mentalmente tons claros ou tons escuros e, assim, identificar características específicas de um objeto: os contornos da edificação, tamanhos e profundidades de elementos, tonalidades e arestas. Quando olhamos para uma edificação, por exemplo, percebemos que ela possui saliências, entrâncias, elementos mais próximos ou mais distantes. Assim, quando buscamos representar essa imagem vista pelo olho na forma gráfica, precisamos representar no desenho as tonalidades, linhas e contornos da forma mais realista possível. Aos olhos do leitor ou observador, essa imagem deve ser formada mentalmente, além de gerar a correta representatividade de volumes, objetos ou contrastes observáveis. (CHING, 2011). 
Podemos utilizar materiais simples para a representatividade tonal em projetos de arquitetura. Os materiais mais utilizados por arquitetos são canetas nanquins e lápis com espessuras maiores, como os lápis 6B. Com o uso destes materiais, o desenhista consegue sombrear superfícies, desenvolvendo hachuras paralelas, hachuras cruzadas e hachuras com movimentos circulares ou pontilhadas. Independentemente de como será hachurado, haverá tonalidades diferentes, valores e superfícies sombreadas também diferentes. 
No desenho artístico, as hachurassão muito utilizadas. Chamamos de “hachura” a técnica artística de criar efeitos de sombras, efeitos tonais a partir do desenho de linhas, sejam elas paralelas ou cruzadas. O conceito principal é a quantidade de linhas utilizadas, a espessura do traço e o espaçamento entre as linhas – isso determina o sombreamento do projeto, ou da imagem, enfatizando a sua forma e gerando uma ilusão volumétrica, presença de cor ou o efeito da luz sobre o objeto dando a noção de tonalidade. 
Um tom é expresso pelas áreas que são iluminadas e sombreadas sobre a superfície do desenho. É muito importante observar que o espaçamento entre as linhas é fundamental. Quanto mais próximas as linhas, mais teremos a noção de ausência de luz, enquanto linhas mais distantes representam menos cor e parecem áreas mais iluminadas. Os valores de tons também dependem de como são justapostos, incluindo texturas, granulações e direcionamento da aplicação da hachura.
As composições podem ser desenvolvidas em programas gráficos. Ferramentas CAD podem contribuir em composições de projetos, permitindo a representação gráfica de texturas e espaços com ferramentas rápidas e eficientes. Ainda assim, é recomendado observar diferentes imagens tridimensionais de projetos e perceber a diferença entre o desenho feito em ferramentas CAD e o manual. 
4.2 Representação de tonalidades com hachuras
Estudaremos agora as técnicas de sombreamento que podemos utilizar para representar os valores tonais. Segundo Ching (2011), todas essas técnicas exigem uma gradação crescente ou camadas sobrepostas de riscos ou pontos para que se possa representar o efeito visual desejado. Seja qual for a técnica de sombreamento utilizada, é importante estar alerta ao tom que se deseja representar e, ainda, é recomendado testar em desenhos diversos para aprimorar a técnica e a correta força aplicada no pulso. 
Ching, em seu livro Representação gráfica em Arquitetura (2011), expõe uma infinidade de ilustrações e apresenta quatro formas para criar valores tonais. O autor esclarece onde se pode aplicar diferentes tipos de hachuras, sejam elas paralelas ou cruzadas, pontilhadas ou cruzadas. A seguir, são apresentados os quatro meios de criação de valores tonais segundo o autor: 
· Hachuras paralelas: São uma série de linhas relativamente paralelas. Os riscos podem ser de diferentes tamanhos, desenhados com o auxílio de equipamentos ou à mão livre. Nesse caso, para controlar a luminosidade são utilizadas apenas técnicas de espaçamento e densidade dos traços.
· Hachuras cruzadas: Utilizam traços em diferentes direções para criar os valores tonais. Da mesma forma que a paralela, os traços podem ser longos ou curtos, à mão livre ou com réguas e em papeis ásperos ou macios. Na prática, é sugerida a combinação das duas técnicas.
· Hachura com movimentos circulares: Conforme o próprio nome diz, essa técnica utiliza traços circulares em diferentes direções para criar a tonalidade da textura.
· Pontilhismo ou pontilhado: Essa técnica é desenvolvida somente com pontos de diferentes tamanhos. Pode ser realizada com canetas de diferentes espessuras caso se queira representar diferentes valores de iluminação.
O uso da hachura proporciona um efeito visual de tridimensionalidade ao objeto, parecendo ser uma esfera. Entretanto, tenha cuidado para não perder o fundo branco do papel, pois cobrir inteiramente a superfície causa a perda de profundidade do desenho. No livro Representação gráfica em Arquitetura (2011), Ching expõe muitas informações sobre o desenho de arquitetura, principalmente com exemplos práticos e muito didáticos sobre o uso da luz e da sombra e como representá-los em projetos arquitetônicos. 
Na técnica de texturas por pontilhado é feito um sombreado com pontos muito pequenos e constantes. É preciso muita habilidade para controlar o tamanho e o espaçamento dos pontos. Para essa técnica, a sugestão é o uso de caneta nanquim com ponta fina e papeis macios. Usamos pontilhados para estabelecer os valores de luz e sombra em desenhos puramente tonais que não possuem linhas. A figura a ser recoberta é desenhada apenas com pontos de diferentes tamanhos e espessuras. Como não existem linhas para delimitar o contorno da forma, é a intensidade dos pontos que orienta a silhueta e os limites espaciais do desenho, podendo, assim, mostrar sua forma. Conforme mencionado, essa técnica exige muita habilidade e observação do projetista ou desenhista. 
É possível, ainda, representar muitas texturas de materiais construtivos ou materiais encontrados na natureza com a combinação de diferentes técnicas de hachuras. Você pode utilizar linhas paralelas e pontilhismo, por exemplo, para representar a textura de um concreto moldado, ou ainda, linhas paralelas em diferentes direções para representar a textura de um tijolo. As possibilidades são muitas e podem ser feitas de maneira a qualificar todos os tipos de projeto. 
Para utilizar a técnica de pontilhismo, é indicado primeiramente cobrir toda a área do desenho com pontos para uniformizar e demarcar onde serão feitos os traços mais fortes por meio de um tom mais leve. Depois, deve-se estabelecer o valor tonal de cada forma (é possível ir aumentando o número de pontos de maneira metódica até que os tons mais escuros sejam definidos e estabelecidos conforme o resultado que se pretende atingir).
FIQUE DE OLHO: Francis D. K. Ching (ou simplesmente Ching, como é conhecido) nasceu em 1943, cresceu no Havaí e é um importante autor de livros sobre temáticas gráficas na Arquitetura e no Design. Seus livros são influentes e amplamente utilizados em todas as áreas do Design. Ching é professor emérito da Universidade de Washington e atualmente faz parte do corpo docente da Universidade de Ohio, onde ensina técnicas de desenho. Todos os livros do autor são fundamentais no processo de amadurecimento dos alunos das áreas de design, arquitetura e engenharias, pois apresentam de forma muito diádica as principais técnicas construtivas, as formas gráficas de representação, um dicionário visual de arquitetura e muito mais!
Até aqui, abordamos as principais técnicas de hachuras em que se aplica valores de tonalidade, ou seja, de luz e sombra a diferentes tipos de desenho. Você aprendeu a desenvolvê-las com o uso de canetas nanquins ou de lápis e lapiseiras em figuras geométricas simples, bem como as principais diferenças entre elas para poder aplicar nos seus projetos de arquitetura. 
Nas próximas unidades, serão demonstradas essas técnicas de hachuras e diferenças tonais em projetos de arquitetura. Assim, você será capaz de aplicar as técnicas em cortes, vistas e perspectivas arquitetônicas. É recomendado exercitar inicialmente as técnicas de hachuras em figuras simples para aprimorar o seu desempenho.

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