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Resumo MED 301 Medicina da Família e da Comunidade Por Murilo Leone Miranda Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 2 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari SUMÁRIO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS _______________________ 3 História _________________________________________ 3 Antes do SUS _____________________________________ 3 Os problemas ____________________________________ 3 As revoltas e discussões ____________________________ 3 Princípios do SUS _________________________________ 4 A evolução _______________________________________ 4 Recursos ________________________________________ 5 O Processo de Implantação do SUS: As Normas Operacionais _____________________________________ 5 Funcionamento do SUS ____________________________ 7 Financiamento do SUS _____________________________ 7 PROMOÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE ______________________ 9 HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS _____________________ 9 PREVENÇÃO ________________________________________ 9 Tipos de Prevenção_______________________________ 10 PACTO PELA SAÚDE _________________________________ 10 Antes do pacto ser implementado __________________ 10 Síntese dos problemas atuais do SUS ________________ 11 Pacto pela Saúde → Portaria 399 - 2006 ______________ 11 Principais mudanças instituídas pelo Pacto pela Saúde 2006 _______________________________________________ 13 Financiamento __________________________________ 13 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) - 2017 __ 14 Introdução ______________________________________ 14 Características da Atenção Básica ___________________ 14 Princípios e Diretrizes da Atenção Básica _____________ 15 Infraestrutura, Ambiência e Funcionamento da Atenção Básica __________________________________________ 15 Tipos de Equipe da Atenção Básica __________________ 16 Algumas Novidades ______________________________ 18 Atribuições dos profissionais da Atenção Básica _______ 18 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) ________________________________________ 20 Financiamento da Atenção Básica (Tripartite) _________ 20 Portaria Nº 2.979/2019 ______________________________ 21 APS e os Desafios do SUS __________________________ 21 Financiamento da APS (países da OCDE) _____________ 21 O Novo Financiamento da APS _____________________ 21 Síntese dos Resultados ____________________________ 23 Perspectivas Imediatas e de Curto Prazo _____________ 23 NOTA TÉCNICA Nº 3/2020-DESF/SAPS/MS____________ 24 REDES E PROGRAMAS _______________________________ 25 1. Saúde não tem preço ___________________________ 25 2. Saúde toda hora _______________________________ 25 3. Saúde Mais Perto de Você _______________________ 27 4. Humaniza SUS (Prog. Nac. de Humanização da Gestão do SUS) ___________________________________________ 28 5. Saúde sem limite ______________________________ 29 6. Saúde conte com a gente ________________________ 29 7. Saúde da Mulher ______________________________ 29 8. S.O.S Emergência ______________________________ 29 O Ministério da Saúde “rebatizou “os seus grandes programas ______________________________________ 29 SAÚDE SUPLEMENTAR ______________________________ 30 Categorias de planos de saúde no Brasil______________ 30 Tipos de Cobertura Assistencial_____________________ 31 Período de Carência ______________________________ 32 Atendimento De Urgências E Emergências ____________ 32 Cobertura ______________________________________ 32 Novas Inclusões de Cobertura Obrigatória: definidas em 7 De Junho De 2010 ________________________________ 32 Saúde Suplementar No Brasil ______________________ 33 Considerações Finais _____________________________ 33 MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 3 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS História • República Velha (1889 – 1930): Época das campanhas de prevenção. Governo utilizava a força. • Era Vargas (1930 – 1964): Morbidade moderna (aumento dos casos de doenças degenerativas, neoplasias, hipertensão, diabetes). Transição demográfica e aumento da expectativa de vida. Mais acesso à saúde. • Autoritarismo (1964 – 1984): Transição epidemiológica (mudança nas causas de mortalidade, antes eram mais doenças infecto parasitárias agora são as doenças degenerativas, neoplasias, hipertensão, diabetes). Crise previdenciária. Em 1982, iniciam-se as AIS - ações integradas de saúde (democratização do acesso). • Nova República (1985 – 1988): Aparecimento da AIDS, aumento de causas externas (traumatismo, lesões). VIII Conferência de Saúde (AIS → SUDS), levando à constituição de 1988 relacionando saúde e cidadania. Antes só quem pagava tinha direito. • Constituição de 1988 → Lei 8080 → SUS Antes do SUS • 1900: Saúde para quem podia pagar ou em instituições de caridade. Sem participação do estado. • 1923: CAPs (Caixas de Aposentadorias e Pensões). Empresas tinham uma espécie de ‘caixa’ para assistência aos funcionários. Sem participação do estado. • 1930: IAPs (Instituto de Aposentadorias e Pensões) a União passou a participar dessas ‘caixas’ (Era Vargas). Atendiam determinada categoria profissional. No Brasil a realidade de pensamento era a “corrente americana”: construção de hospitais (ênfase na cura). • 1960: INPS (Instituto Nacional da Previdência Social). Militares (centralizadores). IAPs foram unificados e foi criado o INPS. Nessa época também foi gasta grande quantia com obras faraônicas – não na área da saúde. Como o controle passava a ser Nacional, os hospitais que foram construídos na década de 30 começaram a ficar sucateados. Financiamento do sistema privado com desvio de verbas. • 1973: Falência da previdência no Brasil. Em uma tentativa de melhor controle dos gastos, e de contornar a situação, é criado o INAMPS (instituto Nacional da Assistência Médica e Previdência Social). Foi criado um limite e um teto para cada procedimento (problema: corrupção nos procedimentos com desvio de códigos de exames que pagavam mais). Os problemas • O acesso era restrito (tinha direito à saúde apenas aqueles que pagavam por ela). Direito à assistência era condicionado à contribuição do trabalhador. • Ênfase na cura. • Ministérios: existia uma divisão ministerial muito forte no Brasil. O Ministério da Saúde era responsável pelas ações preventivas, saneamento básico e vacinação. Quem exercia as ações curativas era o Ministério da Previdência. Nítida separação entre prevenção e cura. Recursos para as ações preventivas foram ficando escassos e acontece ressurgimento de doenças como febre amarela e leishmaniose. • CAPs, IAPs, INPS e INAMPS eram assistências médicas apenas curativas e beneficiavam apenas os trabalhadores da economia formal. Não era universal. • Medicina Ditatorial: não havia participação social na organização do sistema. As revoltas e discussões • Reforma Sanitária: Previdência entrou em crise. Saneamento precário e desigualdade social. Movimentos sociais durante governo militar. Surgimento do Movimento Reforma Sanitária em 1970, formado por profissionais da área. Tinham como propostas: integralização, universalização do acesso, foco na prevenção, descentralização da gestão, criação de um Fundo Único de Saúde (destinado unicamente a esse fim). • Plano CONASP/ AIS (Ações Integradas de Saúde) em 1983: O Conselho Consultivo de Administração de Saúde Previdenciária (CONASP) submeteu, ao Ministério da Previdência, o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência. As AIS nasceram da discussão entre reformistas - organizados no CONASP - com o INAMPS com o intuito de integralizar ações do INAMPS e do Ministério da Saúde (prevenção). • VIII Conferência Nacional de Saúde (1986): Lema “Saúde, direito de todos, dever do Estado”.Criação das bases jurídicas para implantação do novo conceito. Mobilização da opinião pública e setores organizados. Criação do SUDS. • SUDS (Sistema Único e Descentralizado de Saúde) 1987: Transição para o SUS. Descentralização e integralização do sistema. • Constituição cidadã (1988): Aprovou a política de atenção universal à saúde e criação do Sistema Único de Saúde. Para solucionar os seguintes problemas foi proposto: Para o acesso restrito → Universalização Para a ênfase na cura → Integralidade e Equidade Ministérios → Descentralização, Regionalização e Hierarquização Medicina ditatorial → Participação Social Art. 196 da Constituição: Saúde é um direito de todos e um dever do Estado assegurado mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução de doenças e acesso universal e igualitário. Com a criação do SUS, saúde deixa de ser ausência de doença e passa a ser o bem estar físico e emocional. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 4 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari Princípios do SUS Princípios Éticos/Doutrinários Universalização Acesso a todos cidadãos. Integralidade Prevenção, cura e reabilitação. Prioridade para ações preventivas. Equidade Tratamento desigual (priorizando aquele que precisa mais). Tratar os diferentes de forma diferente. Princípios Organizacionais/Operativos Descentralização Atribuições por nível de governo (mun., est. e fed.). Municipalização (quanto mais perto do problema a decisão for tomada, maior é a chance de acerto). Regionalização Serviços dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida. Hierarquização SUS é organizado em 3 níveis de complexidade: Baixa (unidades básicas de saúde), Média (hospitais secundários e ambulatórios de especialidades) e Alta (hospitais terciários). A porta de entrada deve ser através da atenção básica (baixa complexidade). Referência e contrarreferência*. Participação Social Conselhos e Conferências. Resolubilidade Resolver os problemas (em cada nível de assistência e de forma integral). Complementariedade Participação do serviço privado. * O modelo SUS de hierarquização do sistema e de referência e contrarreferência do paciente procura garantir ao cidadão acesso aos serviços do sistema público de saúde - desde o mais simples até o mais complexo - de acordo com as reais necessidades do tratamento. Pacientes de alta complexidade atendidos, por exemplo, em unidades básicas de saúde ou em hospitais secundários, podem ser encaminhados (referência) para hospitais de alta complexidade (hospitais terciários). Depois de ter sua necessidade atendida e seu quadro clínico estabilizado, o paciente é reencaminhado (contrarreferência) para uma unidade de menor complexidade, para dar seguimento ao tratamento. A evolução O SUS estava na constituição, mas precisava ser regulamentado. Essa regulamentação foi propiciada pela Lei Orgânica da Saúde, formada pelas Leis 8.080 e 8.142. • Lei 8.080 (1990): Lei que instituiu o SUS. Trata sobre a Organização, direção e gestão do SUS, Participação complementar dos serviços privados. De uma forma geral trata sobre o funcionamento do SUS. Cabe à direção: . Nacional: Definir e formular políticas/normas. . Estadual: Controlar (coordenar) o que foi definido. . Municipal: Executar (colocar em prática). A direção Nacional pode executar? Sim! Vigilância de portos, aeroportos e fronteiras ou em situações inusitadas. E o setor privado? Pode atuar de forma livre e complementar (preferência: instituições filantrópicas e privadas não lucrativas). → A lei 8.080 é falha: . Faltou a participação social nas decisões. . Apresentava dificuldades na transferência de recursos. • Lei 8.142 (1990): Complementa lei 8.080. Dispõe sobre gastos (transferências intergovernamentais de recursos financeiros) e participação popular na gestão da saúde. 1. Gastos: Transferência regular e automática dos recursos do Fundo Nacional de Saúde para os Municípios, Estados e Distrito Federal. 2. Participação Popular: 50%/50%. Conselhos e Conferências. Possuem caráter PARITÁRIO: ter igualdade na porcentagem de participantes. . 50% = Usuários. . 50% = Profissionais de saúde (25%), profissionais de serviço (12,5%), representantes do Governo (12,5%). 2.1. Conselhos: Existem os Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais. . Ocorrem com uma frequência mensal. . Controlam os gastos e a execução. Função: Verificar se a assistência à saúde prestada no Estado e no município está atendendo às necessidades da população. Composto por Membros do governo, profissionais de saúde e usuários. Os conselhos são Permanentes e Deliberativos. . Permanentes = O conselho deve sempre existir, logo ele só será extinguido com a criação de uma lei federal. . Deliberativos = Fixar os objetivos e políticas. Conversar para analisar e resolver o problema. 2.2. Conferências: Existem as Conferências Nacionais, Estaduais e Municipais. Função: Analisam avanços e retrocessos, avaliar a situação da saúde e propor mudanças e novas diretrizes nos níveis correspondentes. . Acontecem de 4 em 4 anos. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 5 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari . Convocadas pelo Executivo ou pelos Conselhos. . Avaliam a situação da saúde e criam diretrizes da Política de Saúde. Conselhos de Saúde • Permanentes e deliberativos. • 50% dos membros são usuários. • Atuam no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos. • Reúnem-se uma vez por mês. Conferências de Saúde • Realizadas de 4-4 anos. • 50% dos membros são usuários. • Propõem diretrizes para a formulação das políticas de saúde. Recursos Os recursos do SUS são provenientes do Fundo Nacional de Saúde (FNS). São repassados de forma regular (mensalmente) e automática. Os recursos do fundo nacional de saúde (FNS) serão alocados como: 1. Despesas de custeio e de capital: do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades. 2. Investimentos previstos em lei orçamentária: de iniciativa do Poder Legislativo; aprovadas pelo Congresso Nacional. 3. Investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde; 4. Cobertura das ações e serviços de saúde, a serem implementados pelos: Municípios, Estados e Distrito Federal (DF); Os recursos para cobertura das ações e serviços de saúde, a serem implementados pelos estados e municípios: 1. Destinar-se-ão: a investimentos na rede de serviços; à cobertura ambulatorial e hospitalar; às demais ações de saúde. 2. Serão repassados para os Municípios, Estados e DF: de forma regular e automática; de acordo com os critérios previstos na Lei nº 8.080/90. 3. Serão destinados em sua maior parte aos municípios; o restante aos Estados. Os municípios poderão estabelecer consórcio para a execução de ações e serviços de saúde, remanejando entre si, parcelas desses recursos. O Processo de Implantação do SUS: As Normas Operacionais A partir de 1991, foram criadas leis para acertar e adequar o funcionamento de SUS, só que não foram chamadas de LEIS e sim NORMAS. São elas: NOB (Norma Operacional Básica) e NOAS (Norma Operacional de Assistência à Saúde). A Lei Orgânica da Saúde (8.080 e 8.142) só foi completamente regulamentada de fato em 2011. Por esse motivo, foram necessárias as Normas para colocar o SUS em funcionamento nesse período. Estas normas definem as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que estados e municípios possam assumir as responsabilidades dentro do Sistema. Durante a década de 90 foi realizada a municipalização gradual do SUS, mediante as NOBs que buscava avançarnas negociações entra o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). • NOB 91: Centraliza a gestão no nível Federal. Ocorre a implementação dos Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e Ambulatorial (SIA). Municípios se comportam como prestadores de serviços (não como gestores). Valorizou principalmente as atividades hospitalares e ambulatoriais, perpetuando a lógica da assistência médica historicamente desenvolvida pelo INAMPS e não pelo Ministério da Saúde (prevenção), como se esperava após as Leis Orgânicas da Saúde. Prestadores públicos e privados recebem dinheiro do MS de acordo com a produção (volume de atendimento). Como os recursos financeiros se concentravam na esfera federal, os estados e municípios aderiram à cultura da produtividade, preocupando-se em produzir o maior número possível de procedimentos médicos, sem se importar com a qualidade e a resolutividade deles. Desfaz as normas anteriores, centralizou o descentralizado. Não agregou nada. • NOB 93 Inicia o processo de Descentralização. Municípios passam a ser os GESTORES: “municipalização é o caminho”. Até 1993, quando houve a criação da NOB 93, as ações e serviços de saúde de caráter curativo e individual, produzidas pelos estados e municípios, eram “compradas” pelo governo federal por meio do INAMPS. Dessa forma, as instituições de saúde estaduais e municipais, apesar da sua relevância pública, eram tratadas como meras prestadoras de consultas médicas e outros procedimentos cobertos pelo INAMPS. A NOB 93 começou a modificar essa situação. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 6 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari Gestão: incipientes/parcial/semiplena (o município assume a completa gestão da prestação de serviços da rede pública em seu território, exceto as unidades hospitalares sob gestão estadual). São constituídas as Comissões Intergestores Bipartite (município com estado) e Tripartite (município, estado e federação) como importantes espaços de negociação entre gestores para o gerenciamento do processo da descentralização: a. Bipartite (Estadual): Composta de forma paritária por representantes das Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS). O secretário de saúde do município da capital será considerado membro nato dessa comissão. b. Tripartite (Nacional): Integrada paritariamente por representantes do MS, do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). • NOB 96 Consolida a municipalização. Poder pleno pelo município. Consolidar como gestor da saúde os municípios e o distrito federal. Reorganiza a gestão dos procedimentos de alta complexidade ambulatorial com a criação da Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC). . Criação do PAB (Piso de Atenção Básica). Consiste em recursos financeiros federais destinados a ações de Atenção Básica. Definido pela multiplicação de um valor per capita nacional pela população de cada município. Transferência regular e automática pelo número de cabeças que vivem na cidade. Principal estratégia do município: criar Programa de Saúde da Família (PSF – Atual ESF) e o Programa de Agentes Comunitários De Saúde (PACS). . Criação de dois tipos de gestão: → Gestão plena da atenção básica: município toma conta de toda atenção básica (consulta médica odontológica). Município recebe o piso da atenção básica (PAB) e o piso básico de vigilância sanitária. Permite que os municípios tenham Programa de Saúde da Família (PSF) com os profissionais como médico, enfermeiro, dentista. Sendo essa a porta de entrada do paciente no SUS. → Gestão plena do sistema municipal: município toma conta de toda atenção básica e, também, dos maiores níveis de complexidade (média e alta). Garantia de prestação de serviços de referência aos não residentes, no caso de referência externa ao município. Os municípios que não aderirem a nenhum tipo de gestão ficam na condição de prestadores de serviços e a gestão do SUS no seu território será feita pelo estado. Poder pleno pelo município • Gestão plena da atenção básica: atenção básica. • Gestão plena do sistema municipal: atenção básica, média e alta complexidade. Piso da Atenção Básica (PAB): recursos financeiros federais destinados às ações de Atenção Básica. . Fixo: Destinado a todos os municípios. . Variável: recursos financeiros destinados a estimular a implantação das seguintes estratégias: saúde na escola, do adolescente, bucal, família, NASF, PMAQ, academias de saúde, consultórios de rua, atenção domiciliar, equipe multidisciplinar de apoio. • NOAS 2001 Promove a equidade nos recursos e no acesso à saúde em todos os níveis de atenção. Ampliação da Atenção Básica (atingir 100% de municipalização). Adota a estratégia de regionalização por meio de um Plano Diretor de Regionalização (PDR), que propõe a divisão administrativa do estado em sub-regiões. Elabora o Plano Diretor da regionalização: acesso à saúde mais perto da residência (ex.: Assistência pré-natal, parto e puerpério; Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil). Reuniu regiões de saúde e definiu um município de referência - atendimento de média complexidade (recebe o seu recurso e do serviço de média complexidade). → Ampliação da Atenção Ambulatorial: PAB ampliado. . Observação na urgência. . Atendimento domiciliar (médico/ enfermeira). . Cirurgias ambulatoriais. . ECG, teste imunológico de gravidez. . Estímulo para que não sobrecarreguem o município referência. • NOAS 2002: Instituiu o plano diretor de regionalização. → Institui a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada: O município passa a gerenciar todas as unidades básicas de saúde em seu território e recebe recursos por habitantes/ano. Define estratégias mínimas: Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia, Ações Epidemiológicas (controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, controle da hipertensão arterial, controle da diabetes mellitus, saúde da criança, saúde da mulher e a saúde bucal). → Regionalização Organizada: Acesso à saúde o mais próximo da residência. Município referência recebe mais $ para média complexidade. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 7 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari PDR: Instrumento de gestão para a Regionalização Plano realizados com base nas necessidades assistenciais da população e na garantia dos cidadãos aos serviços em todos os níveis de atenção à saúde, o mais próximo possível de sua residência. Define: Regiões de Saúde, Microrregião de Saúde, Módulo Assistencial (Município Polo e Município Sede). . Região de Saúde: não necessariamente coincidente com a divisão administrativa do estado. Considera-se as características demográficas, socioeconômica, geográficas, epidemiológicas etc. . Microrregião de Saúde: é a unidade territorial mínima para qualificação na assistência à saúde, que deverá dispor de complexidade assistencial acima do exigido para os Módulos Assistenciais. Um Município Polo pode ser identificado como uma Microrregião de Saúde. . Módulo Assistencial: Modulo territorial com resolubilidade correspondente ao primeiro nível de referência. Ex.: atividades ambulatoriais e internação hospitalar. Constituído por um ou mais municípios. Dividido em Município Polo e Município Sede. . Município Polo: Este município apresenta o papel de referência para os outros municípios, em qualquer nível de atenção. Ex.: JF. . Município Sede: Ter a capacidade de ofertar a totalidade dos Serviços Básicos (Clínica Médica; Clínica Pediátrica; Obstetrícia), e alguns serviços de médiae alta complexidade, com suficiência para sua população e para população dos municípios a eles adscrito. *Município Polo ou Sede podem ser Microrregiões. Funcionamento do SUS O SUS é um sistema regionalizado e hierarquizado (nível de complexidade crescente), que integra o conjunto das ações de saúde da União, Estados, Distrito Federal e municípios. Cada parte cumpre funções e competências específicas, mas articuladas entre si, o que caracteriza os níveis de gestão do SUS nas três esferas governamentais. Gestor municipal (Secretário Municipal de Saúde): garantir acesso aos serviços de saúde. Formulação da política municipal de saúde e a provisão das ações e serviços de saúde, financiados com recursos próprios ou transferidos pelo gestor federal e/ou estadual do SUS. Participação social: existência dos Conselhos de Saúde estruturados nos três níveis do governo. • Pactuação e negociação As comissões intergestores Bipartite (esferas estadual e municipal) e Tripartite (esferas municipal, estadual e federal) são instâncias de negociação e pactuação em que se acordam sempre por consenso, questões relativas à organização do sistema de saúde. 1. Programação das ações 2. Distribuição dos recursos 3. Definição de responsabilidades dos estados e municípios. Essas comissões promovem a articulação entre as esferas do governo para otimizar a execução das ações e serviços no SUS. . CI Bipartite: no âmbito de cada Estado; composta de forma paritária por representantes das Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS). . CI Tripartite: fórum nacional; composta por representantes do MS, do Conselho Nacional de Secretário Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). As suas decisões estão subordinadas à aprovação dos Conselhos de Saúde. • Conselhos de Saúde A sociedade participa do planejamento e controle da execução das ações e serviços de saúde. Essa participação se dá por meio dos Conselhos municipais, estaduais e nacional de saúde. Com poder deliberativo, os conselhos são formados por representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços e dos profissionais de saúde. Para que os Municípios recebam quaisquer recursos do Ministério da Saúde ou se habilitem a seus Programas é obrigatório que o Conselho municipal de saúde exista e funcione. • Fundos de Saúde Instituídos no âmbito dos estados, municípios e do Distrito Federal, têm receitas especificadas e vinculadas às ações e serviços públicos de saúde. A Lei Orgânica da Saúde define que os recursos financeiros do SUS serão depositados em contas especiais no Fundo Municipal e Fundo Estadual de Saúde e movimentados sob fiscalização dos Conselhos de Saúde. A existência e funcionamento dos Conselhos de Saúde são requisitos exigidos para a habilitação ao recebimento dos recursos federais repassados fundo a fundo, desde a edição da Lei Orgânica da Saúde em 1990. Financiamento do SUS Cada Política de assistência à saúde do governo tem uma divisão percentual específica de responsabilidade de recursos. Varia a porcentagem da responsabilidade de cada esfera de governo para cada programa de saúde. As estratégias mais caras apresentam maior responsabilidade por parte da esfera federal. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 8 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari • A origem dos recursos do SUS Segundo a Constituição Federal (1988), o financiamento do SUS é uma responsabilidade da União, dos Estados, Distrito federal e Municípios. Os recursos federais são provenientes do Fundo Nacional de Saúde, que recebe quantias do INSS, do PIS, da COFINS e da CLSS. A participação Federal foi decrescendo durante as décadas. . Década de 80: Federal contribuía com dinheiro que não era específico da saúde. Previdência social e orçamento fiscal. Participação da União com 80%. . Década de 90: União 63%, Estados 20%, Municípios 17%. . De 2000 a 2012: Emenda Constitucional nº 29 estabeleceu a base de cálculos e os percentuais mínimos de recursos orçamentários que a União, os Estados, Distrito Federal e os Municípios são obrigados a aplicar em ações e serviços públicos de saúde. Lei Complementar 141/2012 da E. Constitucional nº 29/2000 . Município: Mínimo de 15% da receita de impostos municipais. . Estado/DF: Mínimo de 12% da receita de impostos estaduais. . União: Percentual do PIB + Valor aplicado no ano anterior. • Blocos de recursos (6 Blocos): O recurso não pode ser remanejado entre os blocos. 1. Atenção Básica: PAB fixo + PAB Variável 2. Atenção Média/alta complexidade: É o que mais gasta (2/3). SAMU, FAEC (Fundo de Ações Estratégicas e Compensações). 3. Vigilância em saúde: epidemiológica (ambiental + sanitária). 4. Ações farmacêuticas: básicas, estratégicas (doenças endêmicas, AIDS, insulina) e excepcionais (Tb, DRC, Hepatite B e C, Fibrose cística). Medicamentos oferecidos no posto ou farmácia popular. 5. Gestão do SUS. 6. Investimento em saúde: projetos apresentados. • Lei Complementar 141 que sancionou a E.C. nº 29 → Despesas do SUS: . Vigilância em saúde incluindo a epidemiologia e a sanitária. . Atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de complexidade. . Capacitação pessoal de saúde do SUS. . Investimento em pesquisas e inovações tecnológicas. . Produção, aquisição e distribuição de insumos específicos: imunobiológicos, sangue e hemoderivados, medicamentos e equipamentos médico-odontológicos. . Saneamento básico de domicílios ou pequenas comunidades que seja aprovado pelo Conselho de saúde (pequena e pontual). Entretanto, saneamento básico não é responsabilidade da saúde. . Manejo ambiental vinculado ao controle de vetores de doenças. . Investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de estabelecimentos públicos de saúde. . Remuneração do pessoal ativo da área de saúde. . Ações de apoios administrativos realizadas pelas instituições públicas do SUS. . Gestão do sistema público de saúde e operação de unidades prestadoras de serviços públicos de saúde. → Não são consideradas despesas do SUS: . Pagamento de aposentadorias e pensões. . Pessoal ativo quando em atividade alheia à comunidade. . Limpeza urbana e remoção de resíduos. . Preservação e correção do meio ambiente. . Obras de infraestrutura, ainda que para beneficiar diretamente a saúde. • Instrumentos de acompanhamento, fiscalização e controle SIOPS (Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em saúde do Ministério da Saúde): Sistema que permite via internet organizar e executar a coleta, processamento e armazenamento relacionados às receitas e despesas totais de saúde. Estas informações devem ser divulgadas aos diversos órgãos de fiscalização (Conselhos, Câmaras Legislativas etc.). • Composição das fontes de financiamento dos gastos do Governo Federal . CPMF: era a segunda fonte mais importante. Foi extinta em 2007. . COFINS: Contribuição federal tributária incidente sobre a receita bruta das empresas em geral, destinada a financiar a seguridade social. . CSLL-empresas: Incide sobre o lucro das empresas. . Fundo de combate e erradicação da Pobreza: Esse Fundo aplica os seus recursos em ações suplementares de nutrição, habitação, saúde, educação, reforço de renda familiar e outros programas. . DPVAT: Seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres. • As transferências de recursos no âmbito do SUS Recursos federais → repassados a Estados e Municípios por transferências diretas do Fundo Nacional de saúde aos fundos estaduais e municipais. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 9 Murilo Leone Fajardo | GiovanaArrighi Ferrari NOBs: operacionalizou o SUS transferindo os recursos para os Estados e municípios. Os recursos de custeio da esfera federal destinados à assistência à saúde podem ser executados segundo duas modalidades: . Transferência Regular e automática (fundo a fundo). . Remuneração por serviços produzidos. Para onde os recursos vão? Para os 6 blocos. 1. Atenção Primária 2. Atenção média/alta complexidade 3. Vigilância em saúde 4. Ações farmacêuticas 5. Gestão do SUS 6. Investimento em saúde (projetos) • Emenda Constitucional nº 86 de 2015 Propõe a mudança na porcentagem de responsabilidade pela união. Estudaremos no período seguinte. • Portaria 3992/2017 Os repasses, antes realizados em seis blocos temáticos, passarão a ser feitos em duas modalidades: custeio e investimento. • Emenda Constitucional 95 (PEC do Teto) A partir de 2018 a saúde irá seguir o critério da inflação; os gastos federais com a saúde passarão a ser corrigidos apenas pela inflação. Serão desvinculados das receitas na federação. Estudaremos no período seguinte. PROMOÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE • Relatório de Flexner (1910) → Constatou a precariedade do ensino médico. Estabelece uma organização para a graduação de medicina que, anteriormente, era desorganizada. Médico, prestador de serviços, medicina científica. • Relatório de Dawson (1920) → Ideia de Atenção Primária. Princípios do SUS. O Relatório de Dawson definiu 2 características básicas da APS: a regionalização (os serviços de saúde organizados para atender áreas definidas com características próprias) e a integralidade que define que os cuidados em saúde devem ser tanto curativos quanto preventivos. Essa organização caracteriza-se pela hierarquização nos níveis de saúde. • Declaração de Alma-Ata (1978) → promoção da Atenção Primária à saúde. Durante a I Conferência em Cuidados Primários à Saúde, foi proposto o maior nível de saúde até o ano 2000, por meio da APS, conhecida como “Saúde para todos no ano 2000”. Nessa Conferência foi escrita a Declaração de Alma-Ata, em que 134 países (inclusive o Brasil) assinaram uma carta comprometendo- se a modificar seus sistemas de saúde. A partir de Alma-Ata se definiu, em nível mundial, a saúde como um direito do cidadão, defendendo a ideia de que a saúde depende da elaboração de políticas públicas, que vão desde o comprometimento com o planejamento até a equidade social, passando pelo fortalecimento da sociedade, por meio do acesso à educação e informação e direito à participação social para o fortalecimento das ações de saúde a serem implantadas. • Carta de Otawa (1986) → Tratar sobre promoção da saúde. A Promoção da Saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. Defendia a criação de ambientes sustentáveis. • Relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) → embrião do SUS. HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS A história natural da doença refere-se a uma descrição da progressão ininterrupta de uma doença em um indivíduo desde o momento da exposição aos agentes causais até a recuperação ou a morte. Sua utilidade maior é de apontar os diferentes métodos de prevenção e controle, tornando operacionais as medidas de prevenção. Tríade epidemiológica: Nome dado ao conjunto de processos interativos entre o agente, o susceptível (hospedeiro) e o ambiente. A História Natural da Doença tem 2 períodos sequenciados: 1. Período de pré-patogênese: Compreende a evolução das inter-relações dinâmicas entre condicionantes ecológicos e socio-econômicos-culturais. 2. Período de patogênese: inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado. Detecção precoce de doenças, não foca apenas na cura. Este modelo considera quatro níveis de evolução da doença no período de patogênese: 1. Interação agente-sujeito. 2. Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas. 3. Sinais e Sintomas. 4. Cronicidade MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 10 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari PREVENÇÃO A prevenção trabalha com a detecção precoce dos agravos e fatores de risco e causas. A prevenção é abrangente, inclui a ação dos profissionais em saúde, mas não é só. A estes cabe uma parcela importante da ação preventiva: a decisão técnica, a ação direta e parte da ação educativa. No coletivo, a ação preventiva deve começar ao nível das estruturas socioeconômicas (campanhas de promoção de saúde). Tipos de Prevenção 1. Primária Atua no período Pré-Patogênico. Conjunto de ações que visam evitar a doença na população removendo fatores casuais. Indivíduo não está doente ainda. Inclui: a. Promoção da saúde (Primordial): Prevenção em locais sem risco iminente. Moradia adequada, escolas, áreas de lazer, alimentação, educação. b. Proteção específica: Locais onde existe risco iminente. Imunização, higiene pessoal e do lar, proteção contra acidentes, saúde ocupacional, controle de vetores. Pegadinha de prova: Se for controle de vetor da dengue em lugar que não tem exposição ao risco, por exemplo fumassê onde não tem caso de dengue, considera-se como Proteção da saúde (Primordial). Se for em lugar com LIRA alto é Proteção Específica. Isso vale para qualquer situação. 2. Secundária Atua no Período Patogênico. Realizada no indivíduo, já sob ação do agente patológico. Visam identificar e corrigir o mais precocemente possível qualquer desvio da normalidade, de forma a colocar o indivíduo de imediato na situação saudável. Tem como objetivo a diminuição da prevalência da doença (isso acontece nas doenças infecciosas e neoplasias, por exemplo, que são doenças que curam). Não possível com doenças tipo Hipertensão e Diabetes pois são doenças que ainda não tem cura. Nesses casos a prevalência com tratamento aumentará. Ex: realização de inquéritos para descoberta precoce de pacientes com tuberculose na comunidade. A Prevenção Secundária inclui: a. Diagnóstico: Intuito de descoberta e isolamento de casos na comunidade: Inquérito para descoberta de casos na comunidade. Exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos. Isolamento para evitar a propagação de doenças. b. Tratamento precoce: Para evitar a propagação da doença. O tratamento é através do rastreamento, a doença pode não estar instalada. c. Limitação da invalidez: evitar complicações e sequelas. 3. Terciária Atua no Período Patogênico. Prevenção da incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação (ex.: terapia ocupacional, fisioterapia). Conjunto de ações que visam reduzir a incapacidade para permitir uma rápida e melhor reintegração do indivíduo na sociedade. O processo de reeducação e readaptação de pessoas com defeitos após acidentes ou devido a sequelas de doenças é exemplo de prevenção em nível terciário. . Reabilitação (impedir a incapacidade total). . O tratamento na doença já instalada para reduzir ou impedir incapacitações. . Fisioterapia. . Terapia ocupacional: Emprego para o reabilitado. Reintegração do trabalhador na empresa, até mesmo em outra função, quando não consegue exercer o mesmo tipo de atividade que exercia antes. 4. Quaternária Prevenção da iatrogenia e a prevenção da prevenção inapropriada (ex.: excesso de medicações e exames). Deixar os pacientes com o mínimo de medicamentos necessários, tirar o excesso de exames, internação, medicamentos. PACTO PELA SAÚDE Antes do pacto ser implementado → Constituição federal de 1988: Estrutura do SUS. Possibilitou a institucionalização do SUS. Em 1990 surgiram as leis orgânicas (Lei 8.080 e Lei 8.142). → Lei 8080 . Reforça os princípios e diretrizes do SUS. . Municipalização: descentralização. → Lei 8142. Hierarquização. . Participação da comunidade. . Conferências de saúde e conselhos de saúde. . Dispõe sobre as transferências de recursos financeiros e fundos de saúde. Amadurecimento do SUS: criação das NOBs, cujo principal objetivo era a municipalização que descentralizou o poder, tirando do federal. Elas ajudaram a operacionalizar o SUS. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 11 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari → NOB 91 . Regulamentação do pagamento. . Definição de critérios (unidade de cobertura ambulatorial). → NOB 92 . Início do movimento municipalista. → NOB 93 . Descentralização das ações e serviços de saúde (a ousadia de cumprir e fazer cumprir a lei). . Municipalização. . Gestão semiplena, CIB e CIT. → NOB 96 . Gestão plena com responsabilidade pela saúde do cidadão - tetos financeiros e incentivo ao PSF e PACS. .Gestão Plena da AB, Gestão Plena do Sistema, PPI e PAB. Surgiram as NOAS com o objetivo de instituir a regionalização para que a população seja atendida em todos os níveis de saúde. Ocorre a ampliação da atenção básica. → NOAS 2001 . Aprofundando a descentralização com equidade no acesso. → NOAS 2002 . PDR: Plano diretor regional (PDR): intuito de respeitar a realidade de cada local, criar os critérios de cada local (ex.: criaram o direito e novas oportunidades de tratamento mais próximo de casa). . PDR: Definiu município polo e microrregiões. Síntese dos problemas atuais do SUS 1. Infraestrutura . Distribuição desigual dos recursos físicos, humanos e materiais. . Concentração de serviços de alta complexidade. . Deficiente oferta de assistência de reabilitação e readaptação. 2. Organização dos serviços . Ineficácia da atenção básica/sobrecarga dos demais níveis de assistência. . Dificuldade de acesso à atenção de média e alta complexidade. . Dificuldade na cooperação entre as esferas de governo. . Crescimento dos planos de saúde em desarticulação com o SUS, consolidando dupla porta de entrada no sistema. 3. Gestão . Definição insuficiente dos papéis e responsabilidades das três esferas do governo e dificuldades na comunicação/informação entre os 3 níveis do governo. . “Modus operandi” do controle social provocando as tensões e disputas abrangendo as competências e a legitimidade entre as instâncias executivas do SUS e o aparato do controle social. 4. Financiamento . Recursos insuficientes para cumprir os princípios de universalidade, integralidade e das ações judiciais consequentes da EC 29. . Necessidade de definição e efetivação das fontes de financiamento para o setor da saúde. . Forte dependência dos sistemas municipais e estaduais dos recursos federais. . Dificuldade em garantir a transparência na alocação de recursos. 5. Modelo de atenção . Modelo de atenção inadequado: curativista, assistencialista e com profissionais despreparados. . Modelo centrado na oferta de serviços - dificuldades de reversão do modelo hospitalocêntrico para aquela organizado a partir da atenção básica. . Má qualidade do atendimento - baixa capacidade resolutiva. Pacto pela Saúde → Portaria 399 - 2006 Ao longo da história do SUS, houve muitos avanços e desafios permanentes a superar. Isso exigiu, dos gestores, um movimento constante de mudanças, pela via das reformas incrementais. Contudo, esse modelo parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de imporem-se normas gerais a um país tão grande e desigual; de outro, pela sua fixação em conteúdos normativos de caráter técnico-processual, tratados, em geral, com detalhamento excessivo e enorme complexidade. Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do SUS assumem o compromisso público, da construção de um PACTO PELA SAÚDE 2006, anualmente revisado, que tenha como base os princípios constitucionais do SUS, com ênfase nas necessidades de saúde da população e que implicará o exercício simultâneo de definição de prioridades articuladas e integradas sob a forma de três pactos: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. O Pacto pela Saúde 2006: foi um compromisso criado entre as esferas para organizar o que estava errado. As esferas do governo assinaram um termo de compromisso de gestão, para que pudesse ser delegado a cada esfera o seu compromisso e meta. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 12 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari → Aperfeiçoamento do SUS (de política de governo para política de Estado). → Fortaleceu a atenção à saúde, o financeiro e a participação popular. → Contribuiu a gestão e a consolidação do SUS. → Qualificar a Gestão Pública do SUS (aumento da eficiência e efetividade). → Foi firmado no contrato de intergestores tripartite - Federal (MS), Estadual (CONASS), Municipal (CONASEMS). → Redefiniu as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades da saúde da população e em busca da equidade. Pacto pela vida As 3 esferas do governo se juntaram para decidir 6 maiores prioridades de cuidados (de atenção à saúde) do SUS. Que ficaram conhecidos como compromissos sanitários. Derivados da análise da situação de saúde da população. → Prioridades: 1. Atenção à saúde do idoso. 2. Controle do câncer de colo de útero e de mama. 3. Redução da mortalidade infantil e materna: Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarreica e por pneumonias. 4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias: Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária, Influenza, Hepatite E Aids. 5. Promoção da saúde: ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira (responsabilidade individual da prática de atividade física regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo). 6. Fortalecimento da atenção básica: Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família (PSF) como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS. → Em 2008, através da portaria nº. 325 surgiram mais 5 prioridades: 7. Saúde do trabalhador. 8. Saúde mental. 9. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência. 10. Atenção integrada às pessoas em situação de risco ou violência. 11. Saúde do homem. → Em 2010 através da Portaria n°. 3840 no Pacto pela Saúde para o ano de 2011, surgiu mais 1 prioridade: 12. Monitoramento da Saúde Bucal. Pacto em defesa do SUS Reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos. Vem para reafirmar as ideias da reforma sanitarista (princípios de Equidade, Universalidade) e rever as questões do financiamento e os direitos. → Repolitização: defesa do SUS (estratégia para mobilizar a sociedade). Mostra que o dinheiro que o SUS recebia não era o suficiente. → Diretrizes: consolidação da reforma sanitária brasileira e qualificação do SUS como política pública. → Iniciativas: . Politização da saúde - promoção da cidadania. . Mobilização social - saúde como direito de todos. . Financiamento de acordo com necessidades do sistema. → Ações: . Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais (sociedade estabeleceu um diálogo além dos limites do SUS –conselhos e conferências para promovendo uma maior participação da sociedade) → Os que lutam pelos direitos da saúde e da cidadania. . Publicação da Carta dos direitos dos usuários SUS: Mostra os direitos e deveres para os usuários. . Regulamentação da EC 29: Bipartite e Tripartite. . Orçamento SUS: Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas. Pacto em gestão Valorizou as relações solidárias entre os gestores, definindo as responsabilidades, contribuindo para o fortalecimento de gestão em cada eixo.Tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. Estabelece as responsabilidades de cada ente federativo de forma a reduzir competências concorrentes e a tornar mais evidente o que cabe a cada gestor, contribuindo para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária. → Objetivos: Definir as responsabilidades de cada instância gestora. Descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os estados, e, destes, para os municípios, promovendo um choque de descentralização, acompanhado da desburocratização dos processos normativos. Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na descentralização; regionalização; financiamento; programação pactuada e integrada; regulação; participação e controle social; planejamento; gestão do trabalho e educação na saúde. → Responsabilidades sanitárias: Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS, superando o atual processo de habilitação. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 13 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari → Regionalização: Garantir acesso, qualidade das ações e serviços de saúde no território regional, garantir a integralidade na atenção à saúde. Potencializar o processo de descentralização, fortalecendo estados e municípios para exercerem o papel de gestores na organização das demandas das diferentes regiões → Participação e controle social: Apoio aos conselhos, conferências e movimentos sociais. Estímulo à participação e avaliação dos cidadãos nos serviços de saúde e fortalecimento das ouvidorias. → Financiamento: . Responsabilidade das 3 esferas de gestão no financiamento do SUS. Redução de iniquidade. . Prioridades para investimento: Estímulo à regionalização, atenção básica. . Repasse fundo a fundo – modalidade preferencial de transferência de recursos entre gestores. . Financiamento federal de custeio em 6 blocos, que serão regulamentados em portarias específicas (publicada pela Atenção Básica). Principais mudanças instituídas pelo Pacto pela Saúde 2006 Reformula o processo normativo do Sistema Único de Saúde (SUS), focando em resultados. Envolver a sociedade na defesa do SUS e na alocação de mais recursos para a Saúde. Avança na operacionalização do SUS, com possibilidade de ações e serviços mais adequados à realidade de cada Estado e região. Define as responsabilidades de cada gestor (estadual, municipal e federal). O processo de descentralização permitirá maior autonomia para o gestor estadual e municipal, na definição dos modelos organizacionais. Fortalece o papel das Comissões Intergestores Bipartite (CIBs). Não há um modelo de regionalização. Cada processo de descentralização permitirá maior autonomia para o gestor estadual e municipal, na definição dos modelos organizacionais. A mudança na alocação dos recursos do SUS permitirá uma maior autonomia dos Gestores na definição de prioridades. A Regulação e a Gestão dos prestadores de serviços ficarão sob a responsabilidade do gestor estadual ou municipal conforme a definição na CIBs. O Termo de Compromisso de Gestão é o instrumento que formalizará as responsabilidades dos gestores e deve refletir os consensos sobre vários aspectos da gestão do SUS em cada Estado. Financiamento Os princípios básicos universalidade, equidade e integralidade só podem ser viabilizados com um forte modelo de financiamento. → Emenda constitucional de 29 . Estabelece a participação da união, estados e municípios e DF. . Vinculação obrigatória de arrecadação dos impostos e a aplicação de recursos do setor, com base em percentual da receita (União: montante empenhado no ano anterior + variação nominal do PIB | Estado: 12% | Município: 15%). . Recursos voltados para ações e serviços públicos de saúde previstos no plano de saúde e aplicados por meio do fundo. → Fundo de saúde: .Fundo Nacional de Saúde. .Fundo Estadual de Saúde. .Fundo Municipal de Saúde: recursos repassados pelos FNS e FES + recursos próprios. . Lei 8080: Os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação e movimentados sob a fiscalização dos respectivos conselhos de saúde. . Lei 8142: Estados, municípios e DF devem ter fundo de saúde para receber os recursos. → SIOPS: Sistema de informações de orçamentos público de saúde. Coleta e a sistematização de informações e despesas com ações e serviços de saúde. → Lei de responsabilidade fiscal: código de conduta dos administradores públicos – normas e limites para administrar as finanças. → Blocos de financiamento: criados em 2007 através da Portaria Nº 204. Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. I - Atenção básica . PAB fixo. . PAB variável: Saúde da família, agentes comunitários, saúde bucal, compensação de especificidades regionais, incentivo a saúde do penitenciário. II - Atenção média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 14 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari . Componente limite financeiro da média e alta complexidade: centro de especialidades odontológicas, laboratório de prótese dentária, SAMU, hospitais de pequeno porte. . Componente fundo de ações estratégicas e compensação: Transplantes, ações emergenciais, procedimentos regulados pela central nacional de regulação da alta complexidade (cardiologia, neurologia, oncologia, ortopedia). III - Vigilância em saúde . Vigilância epidemiológica e ambiental: Campanhas de vacinação, incentivo do programa DST/AIDS, registro de câncer, atividade de promoção à saúde, laboratórios de saúde pública. . Vigilância sanitária em saúde: termo de ajuste e metas (TAM), Piso de atenção básica sanitária. IV - Assistência farmacêutica . Básico da assistência farmacêutica: Fixo per capta, variável per capta (hipertensão, diabetes, asma, rinite, saúde mental). . Estratégico da assistência: Controle de endemias, tais como tuberculose, malária. . Medicamentos de dispensação excepcional. V - Gestão do SUS . Regulação, controle, avaliação e auditoria. . Planejamento e orçamento. . Programação. . Regionalização. VI - Investimento em projetos . Implantação e qualificação de centros de atenção psicossocial. . Políticas eletivas. . Adesão e contratualização dos hospitais filantrópicos. Em 28 de dezembro de 2017 esse 6 blocos viraram 2 blocos: I - Custeio II - Capital Principais mudanças instituídas pelo Pacto pela saúde 2006 → Reformula o processo normativo do Sistema único, focando em resultados. → Envolve a sociedade na defesa do SUS. → Avança na operacionalização do SUS, com possibilidades de ações mais adequadas à realidade de cada estado e região. → Define as responsabilidade de cada gestor. → Processo de descentralização permitirá maior autonomia para o gestor estadual e municipal. → Fortalece o papel da bipartite. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) - 2017 Introdução Após a Constituição de 1988, a Atenção Primária à Saúde (APS) tornou-se o modelo de saúde preconizado pelo SUS. Em 1991, criou-se o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e em 1994 o Programa Saúde da Família (PSF) representando modelos de Atenção Primária à Saúde (APS) bastante restritos, pois focalizam populações específicas (carentes) e ofereciam serviços restritos ao enfrentamento de problemas específicos. A partir de 1997, com a publicação pelo Ministério da Saúde do documento “PSF: uma reorientação do modelo assistencial”, a APS foi alçada à condição de estratégia estruturante de organização do sistemade saúde brasileiro. A primeira Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) foi publicada pela Portaria 648 de 2006. Em 2011 a PNAB teve algumas alterações através da Portaria 2.488. A versão da PNAB de 2011 manteve a essência, embora tenha feito algumas mudanças (exemplo: a flexibilização da carga horária de médicos antes contratados obrigatoriamente em regime de 40 horas semanais, podendo, desde então, estabelecer contratos de 20, 30 ou 40h semanais). Em 2017, a Portaria 2.436, aprovou uma nova versão da PNAB, em que a Estratégia de Saúde da Família deixou de ser o único modelo para a organização da Atenção Básica no Brasil; passou a ser admitida também a composição de equipes multiprofissionais apenas por médicos, enfermeiros e técnicos ou auxiliares de enfermagem, portanto sem o Agente Comunitário de Saúde (ACS), com carga horária mínima para os médicos de 10h semanais. Características da Atenção Básica . É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das pessoas. . Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde (RAS). . Orienta-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. . Considera o sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 15 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari A Atenção Básica é uma rede de atendimento de elevada complexidade e, ao mesmo tempo, de baixa densidade tecnológica. Tecnologia de Elevada Complexidade: exige elevado conhecimento para desenvolvê-la (conhecimento técnico). Tecnologia de Baixa Densidade: não requer a utilização de equipamentos de elevada tecnologia industrial. A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo. Abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução dos danos, e a manutenção da saúde. Tem o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. A Atenção Básica considera a pessoa em: Singularidade e Inserção Social. Dessa forma, busca produzir a atenção integral e incorporar as ações de vigilância em saúde - a qual constitui, um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde. Além disso, visa o planejamento e a implementação de ações públicas para a proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. Atenção Básica e Conceito Ampliado de Saúde A atenção Básica, bem como os outros pontos da rede, deve levar em consideração que a saúde é um conjunto de fatores condicionantes e determinantes, não apenas a ausência de doenças. Este conceito é conhecido como conceito ampliado de saúde, descrito inclusive no artigo 3º da CF/88. Princípios e Diretrizes da Atenção Básica PRINCÍPIOS . Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da Rede de Atenção à Saúde (primeiro contato), acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. As equipes que atuam na Atenção Básica devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações. . Equidade: Considerar que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Tratamento desigual para casos diferentes (prioridades no atendimento). . Integralidade: Promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. DIRETRIZES . Regionalização e hierarquização: Considera-se região de saúde, como um recorte espacial estratégico para fins de planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em determinada localidade, e a hierarquização como forma de organização de pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde entre si, com fluxos e referências estabelecidos. . Territorialização e Adscrição: considera-se Território a unidade geográfica única, de construção descentralizada do SUS, na execução das ações estratégicas destinadas a vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os Territórios são destinados para dinamizar a ação em saúde pública, possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que atendam à necessidade da população adscrita e/ou as populações específicas. . População Adscrita: população que está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com objetivo de ser referência para o seu cuidado. . Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem conhecimentos e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. . Resolutividade: deve ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário. . Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da falta de coordenação do cuidado. . Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os diversos pontos de atenção das RAS. . Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde localmente, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde da população. . Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde da Atenção Básica e a competência cultural no cuidado. Infraestrutura, Ambiência e Funcionamento da Atenção Básica . A PNAB estipula como responsabilidade do governo apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família (ESF) como ESTRATÉGIA PRIORITÁRIA de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica. MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 16 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari . Estratégia de Saúde da Família: PRINCIPAL ESTRATÉGIA de organização de atenção básica. Nesses casos os profissionais têm que estar mais preparados para atender casos mais simples, cumprindo a ideia de prevenção. É necessária uma equipe mínima que é a Equipe de Saúde da Família (eSF) para ter a ESF. . Na Portaria, todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, são denominados Unidade Básica de Saúde - UBS. Na prática, UBS é uma estrutura física de atenção básica onde existem vários tipos de equipes e serviços de saúde. As UBS polarizam as estruturas de Estratégia Saúde da Família, que são serviços de atenção básica estruturados nas comunidades, com atuação um pouco mais simples.Ou seja, as UBS e Estratégia Saúde da Família são componentes da Atenção Básica. . Funcionamento Atenção Básica: Carga horária mínima de 40 horas semanais, no mínimo 5 dias na semana e nos 12 meses do ano. . Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados através das instâncias de participação social. . População adscrita por Equipe de Atenção Básica (eAB) e Equipe de Saúde da Família (eSF): 2000 a 3500 pessoas, localizadas dentro de seu território. . Equipes que podem estar presentes na Atenção Básica: Equipe de Atenção Básica (eAB), Equipe de Saúde da Família (eSF), Equipe Saúde Bucal (eSB), Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), Estratégia de Agente Comunitários de Saúde (EACS). As ações e serviços da atenção básica, deverão seguir padrões essenciais e ampliados: 1. Padrões essenciais: ações e procedimentos básicos relacionados a condições básica/essenciais de acesso e qualidade na AB. AB mínima. 2.Padrões ampliados: ações e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na AB, considerando especificidades locais, indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde. AB Máxima. → Deverá ser afixada em local visível, próximo à entrada da UBS: . Identificação e horário de atendimento. . Mapa de abrangência com a cobertura de cada equipe. . Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos componentes de cada equipe da UBS. . Relação dos serviços disponíveis. . Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. Tipos de Equipe da Atenção Básica Composição mínima da Equipe de Saúde da Família (eSF) Equipe mínima para ter Estratégia Saúde da Família. . 1 médico, preferencialmente da especialidade medicina da família e comunidade; . 1 enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; . 1 auxiliar ou técnico em enfermagem; . Agentes comunitários de saúde (ACS): as atividades realizadas por esses agentes são assistidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equipe, após o treinamento específico e fornecimento de equipamentos adequados. Aferir pressão, orientar as famílias, medir glicemia capilar. Ex.: Saúde em domicílio. → Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional: .Agentes Comunitários de Endemias (ACE): profissionais responsáveis pela vigilância epidemiológica realizando a cobertura no município. .Profissionais de saúde bucal: 1 cirurgião dentista (preferencialmente especialista em saúde da família), 1 auxiliar ou técnico em saúde bucal. O número de ACS por equipe é definido conforme base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com a definição local. Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750 pessoas por ACS. Para a eSF, há a obrigatoriedade de carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da Estratégia Saúde da Família poderão estar vinculados a apenas uma eSF, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) vigente. Na Estratégia Saúde da Família é OBRIGATÓRIA a participação de um Agente Comunitário (ACS). Pode se acrescentar o AGE (agente comunitário de endemias) - mas não é obrigatório. *Esta equipe busca favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades. Composição mínima da Equipe de Atenção Básica (eAB) . Médicos, preferencialmente da especialidade medicina da família e comunidade; . Enfermeiros, preferencialmente especialista em saúde da família; . 1 auxiliar ou técnico em enfermagem; MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 17 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari → Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional: . Agentes Comunitários de Saúde (ACS). .Agentes Comunitários de Endemias (ACE). .Profissionais de saúde bucal: Dentistas (preferencialmente especialista em saúde da família), auxiliares ou técnicos em saúde bucal. A composição da carga horária mínima por categoria profissional deverá ser de 10 horas, com no máximo de 3 profissionais por categoria, devendo somar no mínimo 40 horas semanais. Equipe da Saúde Bucal (eSB) Os profissionais de saúde bucal que compõem a eSF e eAB devem estar vinculados à uma UBS ou à Unidade Odontológica Móvel. . Modalidade I: Cirurgião-dentista e técnico em saúde bucal (TSB) ou auxiliar em saúde bucal (ASB); . Modalidade II: Cirurgião-dentista, técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou outro TSB. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB) O Nasf é uma equipe multiprofissional da Atenção Básica, que deve atuar de maneira integrada e de modo complementar às equipes de Saúde da Família (eSF), ampliando sua abrangência e resolubilidade, apoiando-as e compartilhando saberes. Atua de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das eSF e eAB. O Nasf não tem unidade física independente. Trabalham em conjunto com as equipes, ocupando uma sala dentro de uma UBS ou uma ESF. → Compete especificamente à equipe do Nasf – AB: . Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na AB à que estão vinculadas. . Contribuir para a integralidade, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários. . Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente. . Desenvolver intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade. . Promover ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção de saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no território. O Nasf-AB é uma equipe multiprofissional interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde complementar às equipes que atuam na atenção básica. Ressalta-se que os núcleos de apoio não se constituem como serviços com unidades físicas independentes e especiais - ele NÃO é a porta de entrada da atenção básica e sim um complemento. → Portaria 3124 criou as modalidades do NASF: Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social recomenda-se a cobertura de 100% da população no número máximo de 750 pessoas por ACS em uma microárea. Exemplo: Se eu houver, dentro de um município, um território com 3.750 pessoas cadastradas em uma ESF ou UBS, são definidas 5 microáreas com no máximo 750 pessoas por ACS. → São itens necessários à implantação da EACS: . Existência de uma UBS, inscrita nos CNES; . O número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido com base na população (critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos), conforme legislação vigente; Modalidade Carga horária Nº de equipes vinculadas Custeio mensal Custeio PMAQ Nasf 1 Mín. 200h semanais 5 a 9 eSF R$20.000 R$1.000 - 5.000 Nasf 2 Mín. 120h semanais 3 a 4 eSF R$12.000 R$600 – 3.000 Nasf 3 Mín. 80h semanais 1 a 2 eSF R$8.000 R$400 - 2.000 MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 18 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari . Carga horaria integral de 40 horas semanais por toda a equipe de ACS, por cada membro da equipe; composta por ACS e enfermeiro supervisor; . O enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no CNES; . Cada ACS deve ter uma microáreacom até 750 pessoas; . A atividade do ACS deve dar pela lógica do planejamento do processo de trabalho a partir das necessidades do território, com priorização para população com maior grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico; . A atuação em ações básicas de saúde deve visar a integralidade do cuidado no território; . Os ACS devem cadastrar, preencher e informar os dados através do SIS para a AB vigente. Equipes de Atenção Básica para Populações Específicas Considerando as especificidades loco regionais, os municípios da Amazônia Legal e Regiões Pantaneiras, por exemplo, podem optar entre 2 arranjos organizacionais para eSF, além dos existentes para o restante do país: . Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR). . Equipe de Saúde da Família Fluviais (eSFF). . Outras modalidades: Equipe de Consultório na Rua (eCR) e Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP). Algumas Novidades → Gerente de Atenção Básica PNAB 2011 Não reconhecia este trabalhador. PNAB 2017 Reconhece a figura do gerente de UBS, recomendando sua inserção na equipe, a depender da necessidade local; Não há previsão de recursos adicionais para equipes com este trabalhador; Gerente de AB deve ter nível superior, preferencialmente da área da saúde. Caso seja enfermeiro, a UBS deverá ter outro enfermeiro para as ações de cunho clínico. → Territorialização / Vínculo PNAB 2011 Usuário só podia se vincular a uma UBS. PNAB 2017 Usuário pode se vincular a mais de uma UBS. Atribuições dos profissionais da Atenção Básica 1. Atribuições comuns a todos os profissionais que integram as equipes: . Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis com ênfase nas suas características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas; . Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns aos quais aquela população está exposta; . Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos problemas de saúde e fatores que colocam em risco a saúde; . Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de vigilância e de vigilância epidemiológica, nas diferentes fases do ciclo de vida; . Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de vínculo de confiança, de afeto, de respeito; . Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento; . Resolver os problemas de saúde do nível de atenção básica; . Garantir acesso à continuidade do tratamento dentro de um sistema de referência e contrarreferência para os casos de maios complexidade ou que necessitem de internação hospitalar; . Prestar assistência integral à população adscrita, respondendo à demanda de forma contínua e racionalista; . Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde; . Promovendo ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes na comunidade para o enfretamento conjunto dos problemas identificados; . Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitos de cidadania, de direitos à saúde e suas bases legais; . Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos conselhos locais de saúde e no conselho Municipal de Saúde; . Auxiliar na implantação do cartão Nacional de Saúde. 2. Atribuições específicas do médico . Realizar consultas clínicas aos usuários da sua área adstrita; . Executar as ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de vida: criança, adolescente, mulher, adultos e idosos; . Realizar consultas e procedimentos na USF e, quando necessário, no domicílio; . Realizar as atividades clínicas correspondentes às áreas prioritárias na intervenção na atenção Básica, definidas na Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS 2001; . Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva; MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 19 Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari . Fomentar a criação de grupos de patologias específicas, como de hipertensos, de diabéticos, de saúde mental etc.; . Realizar o pronto atendimento médico nas urgências e emergências; . Encaminhar aos serviços de maior complexidade, quando necessário, garantindo a continuidade do tratamento na USF, por meio de um sistema de acompanhamento e referência e contrarreferência; . Realizar pequenas cirurgias ambulatórias; . Indicar internação hospitalar; . Solicitar exames complementares; . Verificar e atestar óbito. 3. Atribuições do Enfermeiro na Atenção Básica . Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras), em todos os ciclos de vida; . Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; .Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos; .Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; . Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela rede local; . Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; . Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS; . Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos relacionados a sua área de competência na UBS; e . Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4. Atribuições específicas do Agente Comunitário de Saúde O Agente Comunitário de Saúde (ACS) mora na comunidade e está vinculado à USF que atende a comunidade. Ele faz parte do time da Saúde da Família! Atualmente, não mora necessariamente na comunidade, essa era a proposta inicial do governo. Quem é o agente comunitário? É alguém que se destaca na comunidade, pela capacidade de se comunicar com as pessoas, pela liderança natural que exerce. O ACS funciona como elo entre a ESF e a comunidade. Está em contato permanente com as famílias, o que facilita o trabalho de vigilância e promoção da saúde, realizado por toda a equipe. É também um elo cultural, que dá mais força ao trabalho educativo, ao unir dois universos culturais distintos: o do saber científico e o do saber popular. O seu trabalho é feito nos domicílios de sua área de abrangência. As atribuições específicas do ACS são as seguintes: . Realizar mapeamento de sua área; . Cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro; . Identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco; . Identificar área de risco; . Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde, encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento odontológico, quando necessário; . Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, nas áreas prioritárias da Atenção Básicas; . Realizar, por meio de visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas as famílias sob sua responsabilidade; . Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros da equipe, sobre a situação das famílias acompanhadas, particularmente aquelas em situações de risco; . Desenvolver ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na promoção da saúde e na prevenção de doenças; . Promover a educação e a
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