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Medicina da família e comunidade - med 301

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Resumo MED 301 
Medicina da Família e da Comunidade 
 
Por Murilo Leone Miranda Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
2 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
 
 
SUMÁRIO 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS _______________________ 3 
História _________________________________________ 3 
Antes do SUS _____________________________________ 3 
Os problemas ____________________________________ 3 
As revoltas e discussões ____________________________ 3 
Princípios do SUS _________________________________ 4 
A evolução _______________________________________ 4 
Recursos ________________________________________ 5 
O Processo de Implantação do SUS: As Normas 
Operacionais _____________________________________ 5 
Funcionamento do SUS ____________________________ 7 
Financiamento do SUS _____________________________ 7 
PROMOÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE ______________________ 9 
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS _____________________ 9 
PREVENÇÃO ________________________________________ 9 
Tipos de Prevenção_______________________________ 10 
PACTO PELA SAÚDE _________________________________ 10 
Antes do pacto ser implementado __________________ 10 
Síntese dos problemas atuais do SUS ________________ 11 
Pacto pela Saúde → Portaria 399 - 2006 ______________ 11 
Principais mudanças instituídas pelo Pacto pela Saúde 2006
 _______________________________________________ 13 
Financiamento __________________________________ 13 
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) - 2017 __ 14 
Introdução ______________________________________ 14 
Características da Atenção Básica ___________________ 14 
Princípios e Diretrizes da Atenção Básica _____________ 15 
Infraestrutura, Ambiência e Funcionamento da Atenção 
Básica __________________________________________ 15 
Tipos de Equipe da Atenção Básica __________________ 16 
Algumas Novidades ______________________________ 18 
Atribuições dos profissionais da Atenção Básica _______ 18 
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade 
(PMAQ) ________________________________________ 20 
Financiamento da Atenção Básica (Tripartite) _________ 20 
Portaria Nº 2.979/2019 ______________________________ 21 
APS e os Desafios do SUS __________________________ 21 
Financiamento da APS (países da OCDE) _____________ 21 
O Novo Financiamento da APS _____________________ 21 
Síntese dos Resultados ____________________________ 23 
Perspectivas Imediatas e de Curto Prazo _____________ 23 
NOTA TÉCNICA Nº 3/2020-DESF/SAPS/MS____________ 24 
REDES E PROGRAMAS _______________________________ 25 
1. Saúde não tem preço ___________________________ 25 
2. Saúde toda hora _______________________________ 25 
3. Saúde Mais Perto de Você _______________________ 27 
4. Humaniza SUS (Prog. Nac. de Humanização da Gestão do 
SUS) ___________________________________________ 28 
5. Saúde sem limite ______________________________ 29 
6. Saúde conte com a gente ________________________ 29 
7. Saúde da Mulher ______________________________ 29 
8. S.O.S Emergência ______________________________ 29 
O Ministério da Saúde “rebatizou “os seus grandes 
programas ______________________________________ 29 
SAÚDE SUPLEMENTAR ______________________________ 30 
Categorias de planos de saúde no Brasil______________ 30 
Tipos de Cobertura Assistencial_____________________ 31 
Período de Carência ______________________________ 32 
Atendimento De Urgências E Emergências ____________ 32 
Cobertura ______________________________________ 32 
Novas Inclusões de Cobertura Obrigatória: definidas em 7 
De Junho De 2010 ________________________________ 32 
Saúde Suplementar No Brasil ______________________ 33 
Considerações Finais _____________________________ 33 
 
 
 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
3 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS 
História 
• República Velha (1889 – 1930): Época das campanhas de 
prevenção. Governo utilizava a força. 
• Era Vargas (1930 – 1964): Morbidade moderna (aumento dos 
casos de doenças degenerativas, neoplasias, hipertensão, 
diabetes). Transição demográfica e aumento da expectativa de 
vida. Mais acesso à saúde. 
• Autoritarismo (1964 – 1984): Transição epidemiológica 
(mudança nas causas de mortalidade, antes eram mais doenças 
infecto parasitárias agora são as doenças degenerativas, 
neoplasias, hipertensão, diabetes). Crise previdenciária. Em 
1982, iniciam-se as AIS - ações integradas de saúde 
(democratização do acesso). 
• Nova República (1985 – 1988): Aparecimento da AIDS, 
aumento de causas externas (traumatismo, lesões). VIII 
Conferência de Saúde (AIS → SUDS), levando à constituição de 
1988 relacionando saúde e cidadania. Antes só quem pagava 
tinha direito. 
• Constituição de 1988 → Lei 8080 → SUS 
 
Antes do SUS 
• 1900: Saúde para quem podia pagar ou em instituições de 
caridade. Sem participação do estado. 
• 1923: CAPs (Caixas de Aposentadorias e Pensões). Empresas 
tinham uma espécie de ‘caixa’ para assistência aos funcionários. 
Sem participação do estado. 
• 1930: IAPs (Instituto de Aposentadorias e Pensões) a União 
passou a participar dessas ‘caixas’ (Era Vargas). Atendiam 
determinada categoria profissional. No Brasil a realidade de 
pensamento era a “corrente americana”: construção de 
hospitais (ênfase na cura). 
• 1960: INPS (Instituto Nacional da Previdência Social). 
Militares (centralizadores). IAPs foram unificados e foi criado o 
INPS. Nessa época também foi gasta grande quantia com obras 
faraônicas – não na área da saúde. Como o controle passava a 
ser Nacional, os hospitais que foram construídos na década de 
30 começaram a ficar sucateados. Financiamento do sistema 
privado com desvio de verbas. 
• 1973: Falência da previdência no Brasil. Em uma tentativa de 
melhor controle dos gastos, e de contornar a situação, é criado 
o INAMPS (instituto Nacional da Assistência Médica e 
Previdência Social). Foi criado um limite e um teto para cada 
procedimento (problema: corrupção nos procedimentos com 
desvio de códigos de exames que pagavam mais). 
 
Os problemas 
• O acesso era restrito (tinha direito à saúde apenas aqueles que 
pagavam por ela). Direito à assistência era condicionado à 
contribuição do trabalhador. 
• Ênfase na cura. 
• Ministérios: existia uma divisão ministerial muito forte no 
Brasil. O Ministério da Saúde era responsável pelas ações 
preventivas, saneamento básico e vacinação. Quem exercia as 
ações curativas era o Ministério da Previdência. Nítida separação 
entre prevenção e cura. Recursos para as ações preventivas 
foram ficando escassos e acontece ressurgimento de doenças 
como febre amarela e leishmaniose. 
• CAPs, IAPs, INPS e INAMPS eram assistências médicas apenas 
curativas e beneficiavam apenas os trabalhadores da economia 
formal. Não era universal. 
• Medicina Ditatorial: não havia participação social na 
organização do sistema. 
 
As revoltas e discussões 
• Reforma Sanitária: Previdência entrou em crise. Saneamento 
precário e desigualdade social. Movimentos sociais durante 
governo militar. Surgimento do Movimento Reforma Sanitária 
em 1970, formado por profissionais da área. 
Tinham como propostas: integralização, universalização do 
acesso, foco na prevenção, descentralização da gestão, criação 
de um Fundo Único de Saúde (destinado unicamente a esse fim). 
• Plano CONASP/ AIS (Ações Integradas de Saúde) em 1983: O 
Conselho Consultivo de Administração de Saúde Previdenciária 
(CONASP) submeteu, ao Ministério da Previdência, o Plano de 
Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência. 
As AIS nasceram da discussão entre reformistas - organizados no 
CONASP - com o INAMPS com o intuito de integralizar ações do 
INAMPS e do Ministério da Saúde (prevenção). 
• VIII Conferência Nacional de Saúde (1986): Lema “Saúde, 
direito de todos, dever do Estado”.Criação das bases jurídicas 
para implantação do novo conceito. Mobilização da opinião 
pública e setores organizados. Criação do SUDS. 
• SUDS (Sistema Único e Descentralizado de Saúde) 1987: 
Transição para o SUS. Descentralização e integralização do 
sistema. 
• Constituição cidadã (1988): Aprovou a política de atenção 
universal à saúde e criação do Sistema Único de Saúde. Para 
solucionar os seguintes problemas foi proposto: 
Para o acesso restrito → Universalização 
Para a ênfase na cura → Integralidade e Equidade 
Ministérios → Descentralização, Regionalização e 
Hierarquização 
Medicina ditatorial → Participação Social 
Art. 196 da Constituição: Saúde é um direito de todos e um dever 
do Estado assegurado mediante políticas sociais e econômicas 
que visem a redução de doenças e acesso universal e igualitário. 
Com a criação do SUS, saúde deixa de ser ausência de doença e 
passa a ser o bem estar físico e emocional. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
4 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
Princípios do SUS 
 Princípios Éticos/Doutrinários 
Universalização Acesso a todos cidadãos. 
Integralidade 
Prevenção, cura e reabilitação. 
Prioridade para ações 
preventivas. 
 
Equidade 
Tratamento desigual 
(priorizando aquele que precisa 
mais). Tratar os diferentes de 
forma diferente. 
 Princípios Organizacionais/Operativos 
 
Descentralização 
Atribuições por nível de governo 
(mun., est. e fed.). 
Municipalização (quanto mais 
perto do problema a decisão for 
tomada, maior é a chance de 
acerto). 
 
Regionalização 
Serviços dispostos numa área 
geográfica delimitada e com a 
definição da população a ser 
atendida. 
 
 
 
Hierarquização 
SUS é organizado em 3 níveis de 
complexidade: Baixa (unidades 
básicas de saúde), Média 
(hospitais secundários e 
ambulatórios de especialidades) 
e Alta (hospitais terciários). 
A porta de entrada deve ser 
através da atenção básica (baixa 
complexidade). 
Referência e contrarreferência*. 
Participação Social Conselhos e Conferências. 
Resolubilidade 
Resolver os problemas (em cada 
nível de assistência e de forma 
integral). 
Complementariedade Participação do serviço privado. 
 
* O modelo SUS de hierarquização do sistema e de referência e 
contrarreferência do paciente procura garantir ao cidadão 
acesso aos serviços do sistema público de saúde - desde o mais 
simples até o mais complexo - de acordo com as reais 
necessidades do tratamento. 
Pacientes de alta complexidade atendidos, por exemplo, em 
unidades básicas de saúde ou em hospitais secundários, podem 
ser encaminhados (referência) para hospitais de alta 
complexidade (hospitais terciários). 
Depois de ter sua necessidade atendida e seu quadro clínico 
estabilizado, o paciente é reencaminhado (contrarreferência) 
para uma unidade de menor complexidade, para dar seguimento 
ao tratamento. 
 
A evolução 
O SUS estava na constituição, mas precisava ser regulamentado. 
Essa regulamentação foi propiciada pela Lei Orgânica da Saúde, 
formada pelas Leis 8.080 e 8.142. 
 
• Lei 8.080 (1990): Lei que instituiu o SUS. Trata sobre a 
Organização, direção e gestão do SUS, Participação 
complementar dos serviços privados. De uma forma geral trata 
sobre o funcionamento do SUS. 
Cabe à direção: 
. Nacional: Definir e formular políticas/normas. 
. Estadual: Controlar (coordenar) o que foi definido. 
. Municipal: Executar (colocar em prática). 
 
A direção Nacional pode executar? Sim! Vigilância de portos, 
aeroportos e fronteiras ou em situações inusitadas. 
E o setor privado? Pode atuar de forma livre e complementar 
(preferência: instituições filantrópicas e privadas não lucrativas). 
→ A lei 8.080 é falha: 
. Faltou a participação social nas decisões. 
. Apresentava dificuldades na transferência de recursos. 
 
• Lei 8.142 (1990): Complementa lei 8.080. Dispõe sobre gastos 
(transferências intergovernamentais de recursos financeiros) e 
participação popular na gestão da saúde. 
1. Gastos: Transferência regular e automática dos recursos do 
Fundo Nacional de Saúde para os Municípios, Estados e Distrito 
Federal. 
2. Participação Popular: 50%/50%. 
Conselhos e Conferências. 
Possuem caráter PARITÁRIO: ter igualdade na porcentagem de 
participantes. 
. 50% = Usuários. 
. 50% = Profissionais de saúde (25%), profissionais de serviço 
(12,5%), representantes do Governo (12,5%). 
2.1. Conselhos: Existem os Conselhos Nacionais, Estaduais e 
Municipais. 
. Ocorrem com uma frequência mensal. 
. Controlam os gastos e a execução. 
Função: Verificar se a assistência à saúde prestada no Estado e 
no município está atendendo às necessidades da população. 
Composto por Membros do governo, profissionais de saúde e 
usuários. Os conselhos são Permanentes e Deliberativos. 
. Permanentes = O conselho deve sempre existir, logo 
ele só será extinguido com a criação de uma lei federal. 
. Deliberativos = Fixar os objetivos e políticas. 
Conversar para analisar e resolver o problema. 
2.2. Conferências: Existem as Conferências Nacionais, Estaduais 
e Municipais. 
Função: Analisam avanços e retrocessos, avaliar a situação da 
saúde e propor mudanças e novas diretrizes nos níveis 
correspondentes. 
. Acontecem de 4 em 4 anos. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
5 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
. Convocadas pelo Executivo ou pelos Conselhos. 
. Avaliam a situação da saúde e criam diretrizes da Política de 
Saúde. 
 
 Conselhos de Saúde 
• Permanentes e deliberativos. 
• 50% dos membros são usuários. 
• Atuam no controle da execução da política de saúde, 
inclusive nos aspectos econômicos. 
• Reúnem-se uma vez por mês. 
 
 Conferências de Saúde 
• Realizadas de 4-4 anos. 
• 50% dos membros são usuários. 
• Propõem diretrizes para a formulação das políticas de 
saúde. 
 
 
Recursos 
Os recursos do SUS são provenientes do Fundo Nacional de 
Saúde (FNS). São repassados de forma regular (mensalmente) e 
automática. 
Os recursos do fundo nacional de saúde (FNS) serão alocados 
como: 
1. Despesas de custeio e de capital: do Ministério da 
Saúde, seus órgãos e entidades. 
2. Investimentos previstos em lei orçamentária: de 
iniciativa do Poder Legislativo; aprovadas pelo 
Congresso Nacional. 
3. Investimentos previstos no Plano Quinquenal do 
Ministério da Saúde; 
4. Cobertura das ações e serviços de saúde, a serem 
implementados pelos: Municípios, Estados e Distrito 
Federal (DF); 
Os recursos para cobertura das ações e serviços de saúde, a 
serem implementados pelos estados e municípios: 
1. Destinar-se-ão: a investimentos na rede de serviços; à 
cobertura ambulatorial e hospitalar; às demais ações 
de saúde. 
2. Serão repassados para os Municípios, Estados e DF: de 
forma regular e automática; de acordo com os critérios 
previstos na Lei nº 8.080/90. 
3. Serão destinados em sua maior parte aos municípios; 
o restante aos Estados. 
 Os municípios poderão estabelecer consórcio para a execução 
de ações e serviços de saúde, remanejando entre si, parcelas 
desses recursos. 
 
O Processo de Implantação do SUS: As Normas Operacionais 
A partir de 1991, foram criadas leis para acertar e adequar o 
funcionamento de SUS, só que não foram chamadas de LEIS e 
sim NORMAS. São elas: NOB (Norma Operacional Básica) e NOAS 
(Norma Operacional de Assistência à Saúde). 
A Lei Orgânica da Saúde (8.080 e 8.142) só foi completamente 
regulamentada de fato em 2011. Por esse motivo, foram 
necessárias as Normas para colocar o SUS em funcionamento 
nesse período. 
Estas normas definem as competências de cada esfera de 
governo e as condições necessárias para que estados e 
municípios possam assumir as responsabilidades dentro do 
Sistema. 
Durante a década de 90 foi realizada a municipalização gradual 
do SUS, mediante as NOBs que buscava avançarnas negociações 
entra o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretarias 
de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretários 
Municipais de Saúde (CONASEMS). 
 
• NOB 91: Centraliza a gestão no nível Federal. 
Ocorre a implementação dos Sistema de Informação Hospitalar 
(SIH) e Ambulatorial (SIA). 
Municípios se comportam como prestadores de serviços (não 
como gestores). 
Valorizou principalmente as atividades hospitalares e 
ambulatoriais, perpetuando a lógica da assistência médica 
historicamente desenvolvida pelo INAMPS e não pelo Ministério 
da Saúde (prevenção), como se esperava após as Leis Orgânicas 
da Saúde. 
Prestadores públicos e privados recebem dinheiro do MS de 
acordo com a produção (volume de atendimento). Como os 
recursos financeiros se concentravam na esfera federal, os 
estados e municípios aderiram à cultura da produtividade, 
preocupando-se em produzir o maior número possível de 
procedimentos médicos, sem se importar com a qualidade e a 
resolutividade deles. 
Desfaz as normas anteriores, centralizou o descentralizado. Não 
agregou nada. 
 
• NOB 93 
Inicia o processo de Descentralização. 
Municípios passam a ser os GESTORES: “municipalização é o 
caminho”. 
Até 1993, quando houve a criação da NOB 93, as ações e serviços 
de saúde de caráter curativo e individual, produzidas pelos 
estados e municípios, eram “compradas” pelo governo federal 
por meio do INAMPS. 
Dessa forma, as instituições de saúde estaduais e municipais, 
apesar da sua relevância pública, eram tratadas como meras 
prestadoras de consultas médicas e outros procedimentos 
cobertos pelo INAMPS. A NOB 93 começou a modificar essa 
situação. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
6 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
Gestão: incipientes/parcial/semiplena (o município assume a 
completa gestão da prestação de serviços da rede pública em 
seu território, exceto as unidades hospitalares sob gestão 
estadual). 
São constituídas as Comissões Intergestores Bipartite 
(município com estado) e Tripartite (município, estado e 
federação) como importantes espaços de negociação entre 
gestores para o gerenciamento do processo da descentralização: 
 a. Bipartite (Estadual): Composta de forma paritária por 
representantes das Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do 
Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde 
(COSEMS). O secretário de saúde do município da capital será 
considerado membro nato dessa comissão. 
b. Tripartite (Nacional): Integrada paritariamente por 
representantes do MS, do Conselho Nacional de Secretários 
Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de 
Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). 
 
• NOB 96 
Consolida a municipalização. Poder pleno pelo município. 
Consolidar como gestor da saúde os municípios e o distrito 
federal. 
Reorganiza a gestão dos procedimentos de alta complexidade 
ambulatorial com a criação da Autorização de Procedimentos 
de Alta Complexidade (APAC). 
. Criação do PAB (Piso de Atenção Básica). Consiste em recursos 
financeiros federais destinados a ações de Atenção Básica. 
Definido pela multiplicação de um valor per capita nacional pela 
população de cada município. 
Transferência regular e automática pelo número de cabeças que 
vivem na cidade. 
Principal estratégia do município: criar Programa de Saúde da 
Família (PSF – Atual ESF) e o Programa de Agentes 
Comunitários De Saúde (PACS). 
. Criação de dois tipos de gestão: 
→ Gestão plena da atenção básica: município toma conta de 
toda atenção básica (consulta médica odontológica). Município 
recebe o piso da atenção básica (PAB) e o piso básico de 
vigilância sanitária. Permite que os municípios tenham Programa 
de Saúde da Família (PSF) com os profissionais como médico, 
enfermeiro, dentista. Sendo essa a porta de entrada do paciente 
no SUS. 
→ Gestão plena do sistema municipal: município toma conta de 
toda atenção básica e, também, dos maiores níveis de 
complexidade (média e alta). Garantia de prestação de serviços 
de referência aos não residentes, no caso de referência externa 
ao município. 
Os municípios que não aderirem a nenhum tipo de gestão ficam 
na condição de prestadores de serviços e a gestão do SUS no seu 
território será feita pelo estado. 
 
Poder pleno pelo município 
• Gestão plena da atenção básica: atenção básica. 
• Gestão plena do sistema municipal: atenção básica, média 
e alta complexidade. 
 
Piso da Atenção Básica (PAB): recursos financeiros federais 
destinados às ações de Atenção Básica. 
. Fixo: Destinado a todos os municípios. 
. Variável: recursos financeiros destinados a estimular a 
implantação das seguintes estratégias: saúde na escola, do 
adolescente, bucal, família, NASF, PMAQ, academias de saúde, 
consultórios de rua, atenção domiciliar, equipe multidisciplinar 
de apoio. 
 
• NOAS 2001 
Promove a equidade nos recursos e no acesso à saúde em todos 
os níveis de atenção. 
Ampliação da Atenção Básica (atingir 100% de municipalização). 
Adota a estratégia de regionalização por meio de um Plano 
Diretor de Regionalização (PDR), que propõe a divisão 
administrativa do estado em sub-regiões. 
Elabora o Plano Diretor da regionalização: acesso à saúde mais 
perto da residência (ex.: Assistência pré-natal, parto e puerpério; 
Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil). 
Reuniu regiões de saúde e definiu um município de referência - 
atendimento de média complexidade (recebe o seu recurso e do 
serviço de média complexidade). 
→ Ampliação da Atenção Ambulatorial: PAB ampliado. 
. Observação na urgência. 
. Atendimento domiciliar (médico/ enfermeira). 
. Cirurgias ambulatoriais. 
. ECG, teste imunológico de gravidez. 
. Estímulo para que não sobrecarreguem o município referência. 
 
• NOAS 2002: Instituiu o plano diretor de regionalização. 
→ Institui a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada: O 
município passa a gerenciar todas as unidades básicas de saúde 
em seu território e recebe recursos por habitantes/ano. 
Define estratégias mínimas: Clínica Médica, Pediatria, 
Ginecologia, Ações Epidemiológicas (controle da tuberculose, a 
eliminação da hanseníase, controle da hipertensão arterial, 
controle da diabetes mellitus, saúde da criança, saúde da mulher 
e a saúde bucal). 
→ Regionalização Organizada: Acesso à saúde o mais próximo da 
residência. Município referência recebe mais $ para média 
complexidade. 
 
 
 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
7 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
PDR: Instrumento de gestão para a Regionalização 
Plano realizados com base nas necessidades assistenciais da 
população e na garantia dos cidadãos aos serviços em todos os 
níveis de atenção à saúde, o mais próximo possível de sua 
residência. 
Define: Regiões de Saúde, Microrregião de Saúde, Módulo 
Assistencial (Município Polo e Município Sede). 
. Região de Saúde: não necessariamente coincidente com a 
divisão administrativa do estado. Considera-se as características 
demográficas, socioeconômica, geográficas, epidemiológicas 
etc. 
. Microrregião de Saúde: é a unidade territorial mínima para 
qualificação na assistência à saúde, que deverá dispor de 
complexidade assistencial acima do exigido para os Módulos 
Assistenciais. Um Município Polo pode ser identificado como 
uma Microrregião de Saúde. 
. Módulo Assistencial: Modulo territorial com resolubilidade 
correspondente ao primeiro nível de referência. Ex.: atividades 
ambulatoriais e internação hospitalar. Constituído por um ou 
mais municípios. Dividido em Município Polo e Município Sede. 
. Município Polo: Este município apresenta o papel de referência 
para os outros municípios, em qualquer nível de atenção. Ex.: 
JF. 
. Município Sede: Ter a capacidade de ofertar a totalidade dos 
Serviços Básicos (Clínica Médica; Clínica Pediátrica; Obstetrícia), 
e alguns serviços de médiae alta complexidade, com suficiência 
para sua população e para população dos municípios a eles 
adscrito. 
*Município Polo ou Sede podem ser Microrregiões. 
 
Funcionamento do SUS 
O SUS é um sistema regionalizado e hierarquizado (nível de 
complexidade crescente), que integra o conjunto das ações de 
saúde da União, Estados, Distrito Federal e municípios. 
Cada parte cumpre funções e competências específicas, mas 
articuladas entre si, o que caracteriza os níveis de gestão do SUS 
nas três esferas governamentais. 
Gestor municipal (Secretário Municipal de Saúde): garantir 
acesso aos serviços de saúde. Formulação da política municipal 
de saúde e a provisão das ações e serviços de saúde, financiados 
com recursos próprios ou transferidos pelo gestor federal e/ou 
estadual do SUS. 
Participação social: existência dos Conselhos de Saúde 
estruturados nos três níveis do governo. 
 
• Pactuação e negociação 
As comissões intergestores Bipartite (esferas estadual e 
municipal) e Tripartite (esferas municipal, estadual e federal) são 
instâncias de negociação e pactuação em que se acordam 
sempre por consenso, questões relativas à organização do 
sistema de saúde. 
1. Programação das ações 
2. Distribuição dos recursos 
3. Definição de responsabilidades dos estados e 
municípios. 
Essas comissões promovem a articulação entre as esferas do 
governo para otimizar a execução das ações e serviços no SUS. 
. CI Bipartite: no âmbito de cada Estado; composta de forma 
paritária por representantes das Secretaria Estadual de Saúde 
(SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde 
(COSEMS). 
. CI Tripartite: fórum nacional; composta por representantes do 
MS, do Conselho Nacional de Secretário Estaduais de Saúde 
(CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de 
Saúde (CONASEMS). 
As suas decisões estão subordinadas à aprovação dos Conselhos 
de Saúde. 
• Conselhos de Saúde 
A sociedade participa do planejamento e controle da execução 
das ações e serviços de saúde. Essa participação se dá por meio 
dos Conselhos municipais, estaduais e nacional de saúde. 
Com poder deliberativo, os conselhos são formados por 
representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços 
e dos profissionais de saúde. 
Para que os Municípios recebam quaisquer recursos do 
Ministério da Saúde ou se habilitem a seus Programas é 
obrigatório que o Conselho municipal de saúde exista e 
funcione. 
 
• Fundos de Saúde 
Instituídos no âmbito dos estados, municípios e do Distrito 
Federal, têm receitas especificadas e vinculadas às ações e 
serviços públicos de saúde. 
A Lei Orgânica da Saúde define que os recursos financeiros do 
SUS serão depositados em contas especiais no Fundo Municipal 
e Fundo Estadual de Saúde e movimentados sob fiscalização dos 
Conselhos de Saúde. 
A existência e funcionamento dos Conselhos de Saúde são 
requisitos exigidos para a habilitação ao recebimento dos 
recursos federais repassados fundo a fundo, desde a edição da 
Lei Orgânica da Saúde em 1990. 
 
Financiamento do SUS 
Cada Política de assistência à saúde do governo tem uma divisão 
percentual específica de responsabilidade de recursos. Varia a 
porcentagem da responsabilidade de cada esfera de governo 
para cada programa de saúde. As estratégias mais caras 
apresentam maior responsabilidade por parte da esfera federal. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
8 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
• A origem dos recursos do SUS 
Segundo a Constituição Federal (1988), o financiamento do SUS 
é uma responsabilidade da União, dos Estados, Distrito federal e 
Municípios. 
Os recursos federais são provenientes do Fundo Nacional de 
Saúde, que recebe quantias do INSS, do PIS, da COFINS e da CLSS. 
A participação Federal foi decrescendo durante as décadas. 
. Década de 80: Federal contribuía com dinheiro que não era 
específico da saúde. Previdência social e orçamento fiscal. 
Participação da União com 80%. 
. Década de 90: União 63%, Estados 20%, Municípios 17%. 
. De 2000 a 2012: Emenda Constitucional nº 29 estabeleceu a 
base de cálculos e os percentuais mínimos de recursos 
orçamentários que a União, os Estados, Distrito Federal e os 
Municípios são obrigados a aplicar em ações e serviços públicos 
de saúde. 
Lei Complementar 141/2012 da E. Constitucional nº 29/2000 
. Município: Mínimo de 15% da receita de impostos municipais. 
. Estado/DF: Mínimo de 12% da receita de impostos estaduais. 
. União: Percentual do PIB + Valor aplicado no ano anterior. 
 
• Blocos de recursos (6 Blocos): O recurso não pode ser 
remanejado entre os blocos. 
1. Atenção Básica: PAB fixo + PAB Variável 
2. Atenção Média/alta complexidade: É o que mais 
gasta (2/3). SAMU, FAEC (Fundo de Ações Estratégicas 
e Compensações). 
3. Vigilância em saúde: epidemiológica (ambiental + 
sanitária). 
4. Ações farmacêuticas: básicas, estratégicas (doenças 
endêmicas, AIDS, insulina) e excepcionais (Tb, DRC, 
Hepatite B e C, Fibrose cística). Medicamentos 
oferecidos no posto ou farmácia popular. 
5. Gestão do SUS. 
6. Investimento em saúde: projetos apresentados. 
 
• Lei Complementar 141 que sancionou a E.C. nº 29 
→ Despesas do SUS: 
. Vigilância em saúde incluindo a epidemiologia e a sanitária. 
. Atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de 
complexidade. 
. Capacitação pessoal de saúde do SUS. 
. Investimento em pesquisas e inovações tecnológicas. 
. Produção, aquisição e distribuição de insumos específicos: 
imunobiológicos, sangue e hemoderivados, medicamentos e 
equipamentos médico-odontológicos. 
. Saneamento básico de domicílios ou pequenas comunidades 
que seja aprovado pelo Conselho de saúde (pequena e pontual). 
Entretanto, saneamento básico não é responsabilidade da 
saúde. 
. Manejo ambiental vinculado ao controle de vetores de 
doenças. 
. Investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de 
obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de 
estabelecimentos públicos de saúde. 
. Remuneração do pessoal ativo da área de saúde. 
. Ações de apoios administrativos realizadas pelas instituições 
públicas do SUS. 
. Gestão do sistema público de saúde e operação de unidades 
prestadoras de serviços públicos de saúde. 
 
→ Não são consideradas despesas do SUS: 
. Pagamento de aposentadorias e pensões. 
. Pessoal ativo quando em atividade alheia à comunidade. 
. Limpeza urbana e remoção de resíduos. 
. Preservação e correção do meio ambiente. 
. Obras de infraestrutura, ainda que para beneficiar diretamente 
a saúde. 
• Instrumentos de acompanhamento, fiscalização e controle 
SIOPS (Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em 
saúde do Ministério da Saúde): Sistema que permite via internet 
organizar e executar a coleta, processamento e armazenamento 
relacionados às receitas e despesas totais de saúde. 
Estas informações devem ser divulgadas aos diversos órgãos de 
fiscalização (Conselhos, Câmaras Legislativas etc.). 
 
• Composição das fontes de financiamento dos gastos do 
Governo Federal 
. CPMF: era a segunda fonte mais importante. Foi extinta em 
2007. 
. COFINS: Contribuição federal tributária incidente sobre a 
receita bruta das empresas em geral, destinada a financiar a 
seguridade social. 
. CSLL-empresas: Incide sobre o lucro das empresas. 
. Fundo de combate e erradicação da Pobreza: Esse Fundo aplica 
os seus recursos em ações suplementares de nutrição, 
habitação, saúde, educação, reforço de renda familiar e outros 
programas. 
. DPVAT: Seguro obrigatório de danos pessoais causados por 
veículos automotores de vias terrestres. 
 
• As transferências de recursos no âmbito do SUS 
Recursos federais → repassados a Estados e Municípios por 
transferências diretas do Fundo Nacional de saúde aos fundos 
estaduais e municipais. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
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Murilo Leone Fajardo | GiovanaArrighi Ferrari 
NOBs: operacionalizou o SUS transferindo os recursos para os 
Estados e municípios. 
Os recursos de custeio da esfera federal destinados à assistência 
à saúde podem ser executados segundo duas modalidades: 
. Transferência Regular e automática (fundo a fundo). 
. Remuneração por serviços produzidos. 
 
Para onde os recursos vão? Para os 6 blocos. 
1. Atenção Primária 
2. Atenção média/alta complexidade 
3. Vigilância em saúde 
4. Ações farmacêuticas 
5. Gestão do SUS 
6. Investimento em saúde (projetos) 
 
• Emenda Constitucional nº 86 de 2015 
Propõe a mudança na porcentagem de responsabilidade pela 
união. 
Estudaremos no período seguinte. 
 
• Portaria 3992/2017 
Os repasses, antes realizados em seis blocos temáticos, passarão 
a ser feitos em duas modalidades: custeio e investimento. 
 
• Emenda Constitucional 95 (PEC do Teto) 
A partir de 2018 a saúde irá seguir o critério da inflação; os gastos 
federais com a saúde passarão a ser corrigidos apenas pela 
inflação. Serão desvinculados das receitas na federação. 
Estudaremos no período seguinte. 
 
PROMOÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE 
• Relatório de Flexner (1910) → Constatou a precariedade do 
ensino médico. Estabelece uma organização para a graduação de 
medicina que, anteriormente, era desorganizada. Médico, 
prestador de serviços, medicina científica. 
• Relatório de Dawson (1920) → Ideia de Atenção Primária. 
Princípios do SUS. O Relatório de Dawson definiu 2 
características básicas da APS: a regionalização (os serviços de 
saúde organizados para atender áreas definidas com 
características próprias) e a integralidade que define que os 
cuidados em saúde devem ser tanto curativos quanto 
preventivos. Essa organização caracteriza-se pela 
hierarquização nos níveis de saúde. 
• Declaração de Alma-Ata (1978) → promoção da Atenção 
Primária à saúde. 
Durante a I Conferência em Cuidados Primários à Saúde, foi 
proposto o maior nível de saúde até o ano 2000, por meio da 
APS, conhecida como “Saúde para todos no ano 2000”. Nessa 
Conferência foi escrita a Declaração de Alma-Ata, em que 134 
países (inclusive o Brasil) assinaram uma carta comprometendo-
se a modificar seus sistemas de saúde. 
A partir de Alma-Ata se definiu, em nível mundial, a saúde como 
um direito do cidadão, defendendo a ideia de que a saúde 
depende da elaboração de políticas públicas, que vão desde o 
comprometimento com o planejamento até a equidade social, 
passando pelo fortalecimento da sociedade, por meio do acesso 
à educação e informação e direito à participação social para o 
fortalecimento das ações de saúde a serem implantadas. 
• Carta de Otawa (1986) → Tratar sobre promoção da saúde. A 
Promoção da Saúde é o nome dado ao processo de capacitação 
da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida 
e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse 
processo. Defendia a criação de ambientes sustentáveis. 
• Relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) → 
embrião do SUS. 
 
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS 
A história natural da doença refere-se a uma descrição da 
progressão ininterrupta de uma doença em um indivíduo desde 
o momento da exposição aos agentes causais até a recuperação 
ou a morte. 
Sua utilidade maior é de apontar os diferentes métodos de 
prevenção e controle, tornando operacionais as medidas de 
prevenção. 
Tríade epidemiológica: Nome dado ao conjunto de processos 
interativos entre o agente, o susceptível (hospedeiro) e o 
ambiente. 
A História Natural da Doença tem 2 períodos sequenciados: 
1. Período de pré-patogênese: Compreende a evolução das 
inter-relações dinâmicas entre condicionantes ecológicos e 
socio-econômicos-culturais. 
2. Período de patogênese: inicia com as primeiras ações que os 
agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado. Detecção 
precoce de doenças, não foca apenas na cura. Este modelo 
considera quatro níveis de evolução da doença no período de 
patogênese: 
1. Interação agente-sujeito. 
2. Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas. 
3. Sinais e Sintomas. 
4. Cronicidade 
 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
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Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
PREVENÇÃO 
A prevenção trabalha com a detecção precoce dos agravos e 
fatores de risco e causas. 
A prevenção é abrangente, inclui a ação dos profissionais em 
saúde, mas não é só. A estes cabe uma parcela importante da 
ação preventiva: a decisão técnica, a ação direta e parte da ação 
educativa. No coletivo, a ação preventiva deve começar ao nível 
das estruturas socioeconômicas (campanhas de promoção de 
saúde). 
 
Tipos de Prevenção 
1. Primária 
Atua no período Pré-Patogênico. Conjunto de ações que visam 
evitar a doença na população removendo fatores casuais. 
Indivíduo não está doente ainda. Inclui: 
a. Promoção da saúde (Primordial): Prevenção em locais sem 
risco iminente. Moradia adequada, escolas, áreas de lazer, 
alimentação, educação. 
b. Proteção específica: Locais onde existe risco iminente. 
Imunização, higiene pessoal e do lar, proteção contra acidentes, 
saúde ocupacional, controle de vetores. 
Pegadinha de prova: Se for controle de vetor da dengue em lugar 
que não tem exposição ao risco, por exemplo fumassê onde não 
tem caso de dengue, considera-se como Proteção da saúde 
(Primordial). Se for em lugar com LIRA alto é Proteção 
Específica. Isso vale para qualquer situação. 
 
2. Secundária 
Atua no Período Patogênico. Realizada no indivíduo, já sob ação 
do agente patológico. Visam identificar e corrigir o mais 
precocemente possível qualquer desvio da normalidade, de 
forma a colocar o indivíduo de imediato na situação saudável. 
Tem como objetivo a diminuição da prevalência da doença (isso 
acontece nas doenças infecciosas e neoplasias, por exemplo, 
que são doenças que curam). Não possível com doenças tipo 
Hipertensão e Diabetes pois são doenças que ainda não tem 
cura. Nesses casos a prevalência com tratamento aumentará. Ex: 
realização de inquéritos para descoberta precoce de pacientes 
com tuberculose na comunidade. 
A Prevenção Secundária inclui: 
a. Diagnóstico: Intuito de descoberta e isolamento de casos na 
comunidade: Inquérito para descoberta de casos na 
comunidade. Exames periódicos, individuais, para detecção 
precoce de casos. Isolamento para evitar a propagação de 
doenças. 
b. Tratamento precoce: Para evitar a propagação da doença. O 
tratamento é através do rastreamento, a doença pode não estar 
instalada. 
c. Limitação da invalidez: evitar complicações e sequelas. 
3. Terciária 
Atua no Período Patogênico. Prevenção da incapacidade através 
de medidas destinadas à reabilitação (ex.: terapia ocupacional, 
fisioterapia). 
Conjunto de ações que visam reduzir a incapacidade para 
permitir uma rápida e melhor reintegração do indivíduo na 
sociedade. 
O processo de reeducação e readaptação de pessoas com 
defeitos após acidentes ou devido a sequelas de doenças é 
exemplo de prevenção em nível terciário. 
. Reabilitação (impedir a incapacidade total). 
. O tratamento na doença já instalada para reduzir ou impedir 
incapacitações. 
. Fisioterapia. 
. Terapia ocupacional: Emprego para o reabilitado. Reintegração 
do trabalhador na empresa, até mesmo em outra função, 
quando não consegue exercer o mesmo tipo de atividade que 
exercia antes. 
 
4. Quaternária 
Prevenção da iatrogenia e a prevenção da prevenção 
inapropriada (ex.: excesso de medicações e exames). Deixar os 
pacientes com o mínimo de medicamentos necessários, tirar o 
excesso de exames, internação, medicamentos. 
 
PACTO PELA SAÚDE 
Antes do pacto ser implementado 
→ Constituição federal de 1988: Estrutura do SUS. Possibilitou a 
institucionalização do SUS. 
 
Em 1990 surgiram as leis orgânicas (Lei 8.080 e Lei 8.142). 
→ Lei 8080 
. Reforça os princípios e diretrizes do SUS. 
. Municipalização: descentralização. 
→ Lei 8142. Hierarquização. 
. Participação da comunidade. 
. Conferências de saúde e conselhos de saúde. 
. Dispõe sobre as transferências de recursos financeiros e fundos 
de saúde. 
 
Amadurecimento do SUS: criação das NOBs, cujo principal 
objetivo era a municipalização que descentralizou o poder, 
tirando do federal. Elas ajudaram a operacionalizar o SUS. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
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Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
→ NOB 91 
. Regulamentação do pagamento. 
. Definição de critérios (unidade de cobertura ambulatorial). 
→ NOB 92 
. Início do movimento municipalista. 
→ NOB 93 
. Descentralização das ações e serviços de saúde (a ousadia de 
cumprir e fazer cumprir a lei). 
. Municipalização. 
. Gestão semiplena, CIB e CIT. 
→ NOB 96 
. Gestão plena com responsabilidade pela saúde do cidadão - 
tetos financeiros e incentivo ao PSF e PACS. 
.Gestão Plena da AB, Gestão Plena do Sistema, PPI e PAB. 
 
Surgiram as NOAS com o objetivo de instituir a regionalização 
para que a população seja atendida em todos os níveis de saúde. 
Ocorre a ampliação da atenção básica. 
→ NOAS 2001 
. Aprofundando a descentralização com equidade no acesso. 
→ NOAS 2002 
. PDR: Plano diretor regional (PDR): intuito de respeitar a 
realidade de cada local, criar os critérios de cada local (ex.: 
criaram o direito e novas oportunidades de tratamento mais 
próximo de casa). 
. PDR: Definiu município polo e microrregiões. 
 
Síntese dos problemas atuais do SUS 
1. Infraestrutura 
. Distribuição desigual dos recursos físicos, humanos e materiais. 
. Concentração de serviços de alta complexidade. 
. Deficiente oferta de assistência de reabilitação e readaptação. 
 
2. Organização dos serviços 
. Ineficácia da atenção básica/sobrecarga dos demais níveis de 
assistência. 
. Dificuldade de acesso à atenção de média e alta complexidade. 
. Dificuldade na cooperação entre as esferas de governo. 
. Crescimento dos planos de saúde em desarticulação com o SUS, 
consolidando dupla porta de entrada no sistema. 
 
3. Gestão 
. Definição insuficiente dos papéis e responsabilidades das três 
esferas do governo e dificuldades na comunicação/informação 
entre os 3 níveis do governo. 
. “Modus operandi” do controle social provocando as tensões e 
disputas abrangendo as competências e a legitimidade entre as 
instâncias executivas do SUS e o aparato do controle social. 
 
4. Financiamento 
. Recursos insuficientes para cumprir os princípios de 
universalidade, integralidade e das ações judiciais consequentes 
da EC 29. 
. Necessidade de definição e efetivação das fontes de 
financiamento para o setor da saúde. 
. Forte dependência dos sistemas municipais e estaduais dos 
recursos federais. 
. Dificuldade em garantir a transparência na alocação de 
recursos. 
 
5. Modelo de atenção 
. Modelo de atenção inadequado: curativista, assistencialista e 
com profissionais despreparados. 
. Modelo centrado na oferta de serviços - dificuldades de 
reversão do modelo hospitalocêntrico para aquela organizado a 
partir da atenção básica. 
. Má qualidade do atendimento - baixa capacidade resolutiva. 
Pacto pela Saúde → Portaria 399 - 2006 
Ao longo da história do SUS, houve muitos avanços e desafios 
permanentes a superar. Isso exigiu, dos gestores, um 
movimento constante de mudanças, pela via das reformas 
incrementais. Contudo, esse modelo parece ter se esgotado, de 
um lado, pela dificuldade de imporem-se normas gerais a um 
país tão grande e desigual; de outro, pela sua fixação em 
conteúdos normativos de caráter técnico-processual, tratados, 
em geral, com detalhamento excessivo e enorme complexidade. 
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores 
do SUS assumem o compromisso público, da construção de um 
PACTO PELA SAÚDE 2006, anualmente revisado, que tenha 
como base os princípios constitucionais do SUS, com ênfase nas 
necessidades de saúde da população e que implicará o exercício 
simultâneo de definição de prioridades articuladas e integradas 
sob a forma de três pactos: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do 
SUS e Pacto de Gestão do SUS. 
O Pacto pela Saúde 2006: foi um compromisso criado entre as 
esferas para organizar o que estava errado. As esferas do 
governo assinaram um termo de compromisso de gestão, para 
que pudesse ser delegado a cada esfera o seu compromisso e 
meta. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
12 
Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
→ Aperfeiçoamento do SUS (de política de governo para política 
de Estado). 
→ Fortaleceu a atenção à saúde, o financeiro e a participação 
popular. 
→ Contribuiu a gestão e a consolidação do SUS. 
→ Qualificar a Gestão Pública do SUS (aumento da eficiência e 
efetividade). 
→ Foi firmado no contrato de intergestores tripartite - Federal 
(MS), Estadual (CONASS), Municipal (CONASEMS). 
→ Redefiniu as responsabilidades de cada gestor em função das 
necessidades da saúde da população e em busca da equidade. 
 
Pacto pela vida 
As 3 esferas do governo se juntaram para decidir 6 maiores 
prioridades de cuidados (de atenção à saúde) do SUS. Que 
ficaram conhecidos como compromissos sanitários. Derivados 
da análise da situação de saúde da população. 
→ Prioridades: 
1. Atenção à saúde do idoso. 
2. Controle do câncer de colo de útero e de mama. 
3. Redução da mortalidade infantil e materna: Reduzir a mortalidade 
materna, infantil neonatal, infantil por doença diarreica e por pneumonias. 
4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças 
emergentes e endemias: Dengue, Hanseníase, Tuberculose, 
Malária, Influenza, Hepatite E Aids. 
5. Promoção da saúde: ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da 
população brasileira (responsabilidade individual da prática de atividade física 
regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo). 
6. Fortalecimento da atenção básica: Consolidar e qualificar a estratégia 
da Saúde da Família (PSF) como modelo de atenção básica à saúde e como centro 
ordenador das redes de atenção à saúde do SUS. 
 
→ Em 2008, através da portaria nº. 325 surgiram mais 5 
prioridades: 
7. Saúde do trabalhador. 
8. Saúde mental. 
9. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de 
saúde às pessoas com deficiência. 
10. Atenção integrada às pessoas em situação de risco ou 
violência. 
11. Saúde do homem. 
 
→ Em 2010 através da Portaria n°. 3840 no Pacto pela Saúde 
para o ano de 2011, surgiu mais 1 prioridade: 
12. Monitoramento da Saúde Bucal. 
Pacto em defesa do SUS 
Reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de 
governos. Vem para reafirmar as ideias da reforma sanitarista 
(princípios de Equidade, Universalidade) e rever as questões do 
financiamento e os direitos. 
→ Repolitização: defesa do SUS (estratégia para mobilizar a 
sociedade). Mostra que o dinheiro que o SUS recebia não era o 
suficiente. 
→ Diretrizes: consolidação da reforma sanitária brasileira e 
qualificação do SUS como política pública. 
→ Iniciativas: 
. Politização da saúde - promoção da cidadania. 
. Mobilização social - saúde como direito de todos. 
. Financiamento de acordo com necessidades do sistema. 
→ Ações: 
. Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos 
sociais (sociedade estabeleceu um diálogo além dos limites do 
SUS –conselhos e conferências para promovendo uma maior 
participação da sociedade) → Os que lutam pelos direitos da 
saúde e da cidadania. 
. Publicação da Carta dos direitos dos usuários SUS: Mostra os 
direitos e deveres para os usuários. 
. Regulamentação da EC 29: Bipartite e Tripartite. 
. Orçamento SUS: Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos 
orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o 
compromisso de cada uma delas. 
Pacto em gestão 
Valorizou as relações solidárias entre os gestores, definindo as 
responsabilidades, contribuindo para o fortalecimento de gestão 
em cada eixo.Tornar mais claro quem deve fazer o quê, 
contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão 
compartilhada e solidária do SUS. 
Estabelece as responsabilidades de cada ente federativo de 
forma a reduzir competências concorrentes e a tornar mais 
evidente o que cabe a cada gestor, contribuindo para o 
fortalecimento da gestão compartilhada e solidária. 
→ Objetivos: Definir as responsabilidades de cada instância 
gestora. Descentralização de atribuições do Ministério da Saúde 
para os estados, e, destes, para os municípios, promovendo um 
choque de descentralização, acompanhado da 
desburocratização dos processos normativos. 
Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na 
descentralização; regionalização; financiamento; programação 
pactuada e integrada; regulação; participação e controle social; 
planejamento; gestão do trabalho e educação na saúde. 
→ Responsabilidades sanitárias: Definir de forma inequívoca a 
responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS, 
superando o atual processo de habilitação. 
MED 301 – MEDICINA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
 
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Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
→ Regionalização: Garantir acesso, qualidade das ações e 
serviços de saúde no território regional, garantir a integralidade 
na atenção à saúde. Potencializar o processo de 
descentralização, fortalecendo estados e municípios para 
exercerem o papel de gestores na organização das demandas 
das diferentes regiões 
→ Participação e controle social: Apoio aos conselhos, 
conferências e movimentos sociais. Estímulo à participação e 
avaliação dos cidadãos nos serviços de saúde e fortalecimento 
das ouvidorias. 
→ Financiamento: 
. Responsabilidade das 3 esferas de gestão no financiamento do 
SUS. Redução de iniquidade. 
. Prioridades para investimento: Estímulo à regionalização, 
atenção básica. 
. Repasse fundo a fundo – modalidade preferencial de 
transferência de recursos entre gestores. 
. Financiamento federal de custeio em 6 blocos, que serão 
regulamentados em portarias específicas (publicada pela 
Atenção Básica). 
 
Principais mudanças instituídas pelo Pacto pela Saúde 2006 
Reformula o processo normativo do Sistema Único de Saúde 
(SUS), focando em resultados. 
Envolver a sociedade na defesa do SUS e na alocação de mais 
recursos para a Saúde. 
Avança na operacionalização do SUS, com possibilidade de ações 
e serviços mais adequados à realidade de cada Estado e região. 
Define as responsabilidades de cada gestor (estadual, municipal 
e federal). 
O processo de descentralização permitirá maior autonomia para 
o gestor estadual e municipal, na definição dos modelos 
organizacionais. 
Fortalece o papel das Comissões Intergestores Bipartite (CIBs). 
Não há um modelo de regionalização. Cada processo de 
descentralização permitirá maior autonomia para o gestor 
estadual e municipal, na definição dos modelos organizacionais. 
A mudança na alocação dos recursos do SUS permitirá uma 
maior autonomia dos Gestores na definição de prioridades. 
A Regulação e a Gestão dos prestadores de serviços ficarão sob 
a responsabilidade do gestor estadual ou municipal conforme a 
definição na CIBs. 
O Termo de Compromisso de Gestão é o instrumento que 
formalizará as responsabilidades dos gestores e deve refletir os 
consensos sobre vários aspectos da gestão do SUS em cada 
Estado. 
 
Financiamento 
Os princípios básicos universalidade, equidade e integralidade só 
podem ser viabilizados com um forte modelo de financiamento. 
 
→ Emenda constitucional de 29 
. Estabelece a participação da união, estados e municípios e DF. 
. Vinculação obrigatória de arrecadação dos impostos e a 
aplicação de recursos do setor, com base em percentual da 
receita (União: montante empenhado no ano anterior + variação 
nominal do PIB | Estado: 12% | Município: 15%). 
. Recursos voltados para ações e serviços públicos de saúde 
previstos no plano de saúde e aplicados por meio do fundo. 
 
→ Fundo de saúde: 
.Fundo Nacional de Saúde. 
.Fundo Estadual de Saúde. 
.Fundo Municipal de Saúde: recursos repassados pelos FNS e FES 
+ recursos próprios. 
. Lei 8080: Os recursos financeiros do SUS serão depositados em 
conta especial, em cada esfera de sua atuação e movimentados 
sob a fiscalização dos respectivos conselhos de saúde. 
. Lei 8142: Estados, municípios e DF devem ter fundo de saúde 
para receber os recursos. 
 
→ SIOPS: Sistema de informações de orçamentos público de 
saúde. Coleta e a sistematização de informações e despesas com 
ações e serviços de saúde. 
 
→ Lei de responsabilidade fiscal: código de conduta dos 
administradores públicos – normas e limites para administrar as 
finanças. 
 
→ Blocos de financiamento: criados em 2007 através da Portaria 
Nº 204. Regulamenta o financiamento e a transferência dos 
recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma 
de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e 
controle. 
 
I - Atenção básica 
. PAB fixo. 
. PAB variável: Saúde da família, agentes comunitários, saúde 
bucal, compensação de especificidades regionais, incentivo a 
saúde do penitenciário. 
 
II - Atenção média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar 
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Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
. Componente limite financeiro da média e alta complexidade: 
centro de especialidades odontológicas, laboratório de prótese 
dentária, SAMU, hospitais de pequeno porte. 
. Componente fundo de ações estratégicas e compensação: 
Transplantes, ações emergenciais, procedimentos regulados 
pela central nacional de regulação da alta complexidade 
(cardiologia, neurologia, oncologia, ortopedia). 
 
III - Vigilância em saúde 
. Vigilância epidemiológica e ambiental: Campanhas de 
vacinação, incentivo do programa DST/AIDS, registro de câncer, 
atividade de promoção à saúde, laboratórios de saúde pública. 
. Vigilância sanitária em saúde: termo de ajuste e metas (TAM), 
Piso de atenção básica sanitária. 
 
IV - Assistência farmacêutica 
. Básico da assistência farmacêutica: Fixo per capta, variável per 
capta (hipertensão, diabetes, asma, rinite, saúde mental). 
. Estratégico da assistência: Controle de endemias, tais como 
tuberculose, malária. 
. Medicamentos de dispensação excepcional. 
 
V - Gestão do SUS 
. Regulação, controle, avaliação e auditoria. 
. Planejamento e orçamento. 
. Programação. 
. Regionalização. 
 
VI - Investimento em projetos 
. Implantação e qualificação de centros de atenção psicossocial. 
. Políticas eletivas. 
. Adesão e contratualização dos hospitais filantrópicos. 
 
Em 28 de dezembro de 2017 esse 6 blocos viraram 2 blocos: 
I - Custeio 
II - Capital 
 
Principais mudanças instituídas pelo Pacto pela saúde 2006 
→ Reformula o processo normativo do Sistema único, focando 
em resultados. 
→ Envolve a sociedade na defesa do SUS. 
→ Avança na operacionalização do SUS, com possibilidades de 
ações mais adequadas à realidade de cada estado e região. 
→ Define as responsabilidade de cada gestor. 
→ Processo de descentralização permitirá maior autonomia para 
o gestor estadual e municipal. 
→ Fortalece o papel da bipartite. 
 
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) - 2017 
Introdução 
Após a Constituição de 1988, a Atenção Primária à Saúde (APS) 
tornou-se o modelo de saúde preconizado pelo SUS. 
Em 1991, criou-se o Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde (PACS) e em 1994 o Programa Saúde da Família (PSF) 
representando modelos de Atenção Primária à Saúde (APS) 
bastante restritos, pois focalizam populações específicas 
(carentes) e ofereciam serviços restritos ao enfrentamento de 
problemas específicos. 
A partir de 1997, com a publicação pelo Ministério da Saúde do 
documento “PSF: uma reorientação do modelo assistencial”, a 
APS foi alçada à condição de estratégia estruturante de 
organização do sistemade saúde brasileiro. 
A primeira Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) foi 
publicada pela Portaria 648 de 2006. Em 2011 a PNAB teve 
algumas alterações através da Portaria 2.488. 
A versão da PNAB de 2011 manteve a essência, embora tenha 
feito algumas mudanças (exemplo: a flexibilização da carga 
horária de médicos antes contratados obrigatoriamente em 
regime de 40 horas semanais, podendo, desde então, 
estabelecer contratos de 20, 30 ou 40h semanais). 
Em 2017, a Portaria 2.436, aprovou uma nova versão da PNAB, 
em que a Estratégia de Saúde da Família deixou de ser o único 
modelo para a organização da Atenção Básica no Brasil; passou 
a ser admitida também a composição de equipes 
multiprofissionais apenas por médicos, enfermeiros e técnicos 
ou auxiliares de enfermagem, portanto sem o Agente 
Comunitário de Saúde (ACS), com carga horária mínima para os 
médicos de 10h semanais. 
 
Características da Atenção Básica 
. É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e 
capilaridade, próxima da vida das pessoas. 
. Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta 
de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à 
Saúde (RAS). 
. Orienta-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade, 
do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da 
atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e 
da participação social. 
. Considera o sujeito em sua singularidade e inserção 
sociocultural, buscando produzir a atenção integral. 
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Murilo Leone Fajardo | Giovana Arrighi Ferrari 
A Atenção Básica é uma rede de atendimento de elevada 
complexidade e, ao mesmo tempo, de baixa densidade 
tecnológica. 
Tecnologia de Elevada Complexidade: exige elevado 
conhecimento para desenvolvê-la (conhecimento técnico). 
Tecnologia de Baixa Densidade: não requer a utilização de 
equipamentos de elevada tecnologia industrial. 
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de 
saúde no âmbito individual e coletivo. 
Abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de 
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução dos 
danos, e a manutenção da saúde. 
Tem o objetivo de desenvolver uma atenção integral que 
impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos 
determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. 
A Atenção Básica considera a pessoa em: Singularidade e 
Inserção Social. 
Dessa forma, busca produzir a atenção integral e incorporar as 
ações de vigilância em saúde - a qual constitui, um processo 
contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e 
disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde. 
Além disso, visa o planejamento e a implementação de ações 
públicas para a proteção da saúde da população, a prevenção e 
o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a 
promoção da saúde. 
Atenção Básica e Conceito Ampliado de Saúde 
A atenção Básica, bem como os outros pontos da rede, deve 
levar em consideração que a saúde é um conjunto de fatores 
condicionantes e determinantes, não apenas a ausência de 
doenças. Este conceito é conhecido como conceito ampliado de 
saúde, descrito inclusive no artigo 3º da CF/88. 
 
 
Princípios e Diretrizes da Atenção Básica 
PRINCÍPIOS 
. Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a 
serviços de saúde de qualidade e resolutivos caracterizados 
como a porta de entrada aberta e preferencial da Rede de 
Atenção à Saúde (primeiro contato), acolhendo as pessoas e 
promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção 
às suas necessidades de saúde. As equipes que atuam na 
Atenção Básica devem receber e ouvir todas as pessoas que 
procuram seus serviços de modo universal, de fácil acesso e sem 
diferenciações. 
. Equidade: Considerar que o direito à saúde passa pelas 
diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Tratamento 
desigual para casos diferentes (prioridades no atendimento). 
. Integralidade: Promoção e manutenção da saúde, da 
prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, 
redução de danos e dos cuidados paliativos. 
DIRETRIZES 
. Regionalização e hierarquização: Considera-se região de 
saúde, como um recorte espacial estratégico para fins de 
planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços 
de saúde em determinada localidade, e a hierarquização como 
forma de organização de pontos de atenção da Rede de Atenção 
à Saúde entre si, com fluxos e referências estabelecidos. 
. Territorialização e Adscrição: considera-se Território a unidade 
geográfica única, de construção descentralizada do SUS, na 
execução das ações estratégicas destinadas a vigilância, 
promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os 
Territórios são destinados para dinamizar a ação em saúde 
pública, possibilitando uma ampla visão de cada unidade 
geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma 
que atendam à necessidade da população adscrita e/ou as 
populações específicas. 
. População Adscrita: população que está presente no território 
da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de 
vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, 
garantindo a continuidade das ações de saúde e a 
longitudinalidade do cuidado e com objetivo de ser referência 
para o seu cuidado. 
. Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento 
de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as 
pessoas a desenvolverem conhecimentos e tomar decisões 
embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de 
forma mais efetiva. 
. Resolutividade: deve ser capaz de resolver a grande maioria 
dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado 
do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário. 
. Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da 
relação de cuidado, com construção de vínculo e 
responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do 
tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os 
efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na 
vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo 
os riscos de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento 
das histórias de vida e da falta de coordenação do cuidado. 
. Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo 
dos usuários entre os diversos pontos de atenção das RAS. 
. Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde 
localmente, contribuindo para que o planejamento das ações, 
assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das 
necessidades de saúde da população. 
. Participação da comunidade: estimular a participação das 
pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde da 
Atenção Básica e a competência cultural no cuidado. 
 
Infraestrutura, Ambiência e Funcionamento da Atenção Básica 
. A PNAB estipula como responsabilidade do governo apoiar e 
estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família (ESF) como 
ESTRATÉGIA PRIORITÁRIA de expansão, consolidação e 
qualificação da Atenção Básica. 
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. Estratégia de Saúde da Família: PRINCIPAL ESTRATÉGIA de 
organização de atenção básica. Nesses casos os profissionais 
têm que estar mais preparados para atender casos mais simples, 
cumprindo a ideia de prevenção. É necessária uma equipe 
mínima que é a Equipe de Saúde da Família (eSF) para ter a ESF. 
. Na Portaria, todos os estabelecimentos de saúde que prestem 
ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, são 
denominados Unidade Básica de Saúde - UBS. 
Na prática, UBS é uma estrutura física de atenção básica onde 
existem vários tipos de equipes e serviços de saúde. As UBS 
polarizam as estruturas de Estratégia Saúde da Família, que são 
serviços de atenção básica estruturados nas comunidades, com 
atuação um pouco mais simples.Ou seja, as UBS e Estratégia Saúde da Família são componentes 
da Atenção Básica. 
. Funcionamento Atenção Básica: Carga horária mínima de 40 
horas semanais, no mínimo 5 dias na semana e nos 12 meses do 
ano. 
. Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados 
através das instâncias de participação social. 
. População adscrita por Equipe de Atenção Básica (eAB) e 
Equipe de Saúde da Família (eSF): 2000 a 3500 pessoas, 
localizadas dentro de seu território. 
. Equipes que podem estar presentes na Atenção Básica: Equipe 
de Atenção Básica (eAB), Equipe de Saúde da Família (eSF), 
Equipe Saúde Bucal (eSB), Núcleo Ampliado de Saúde da Família 
e Atenção Básica (Nasf-AB), Estratégia de Agente Comunitários 
de Saúde (EACS). 
As ações e serviços da atenção básica, deverão seguir padrões 
essenciais e ampliados: 
1. Padrões essenciais: ações e procedimentos básicos 
relacionados a condições básica/essenciais de acesso e 
qualidade na AB. AB mínima. 
2.Padrões ampliados: ações e procedimentos considerados 
estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de 
acesso e qualidade na AB, considerando especificidades locais, 
indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde. 
AB Máxima. 
 
→ Deverá ser afixada em local visível, próximo à entrada da UBS: 
. Identificação e horário de atendimento. 
. Mapa de abrangência com a cobertura de cada equipe. 
. Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos 
componentes de cada equipe da UBS. 
. Relação dos serviços disponíveis. 
. Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. 
 
 
Tipos de Equipe da Atenção Básica 
Composição mínima da Equipe de Saúde da Família (eSF) 
Equipe mínima para ter Estratégia Saúde da Família. 
. 1 médico, preferencialmente da especialidade medicina da 
família e comunidade; 
. 1 enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da 
família; 
. 1 auxiliar ou técnico em enfermagem; 
. Agentes comunitários de saúde (ACS): as atividades realizadas 
por esses agentes são assistidas por profissional de saúde de 
nível superior, membro da equipe, após o treinamento 
específico e fornecimento de equipamentos adequados. Aferir 
pressão, orientar as famílias, medir glicemia capilar. Ex.: Saúde 
em domicílio. 
→ Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da 
equipe multiprofissional: 
.Agentes Comunitários de Endemias (ACE): profissionais 
responsáveis pela vigilância epidemiológica realizando a 
cobertura no município. 
.Profissionais de saúde bucal: 1 cirurgião dentista 
(preferencialmente especialista em saúde da família), 1 auxiliar 
ou técnico em saúde bucal. 
O número de ACS por equipe é definido conforme base 
populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e 
socioeconômicos, de acordo com a definição local. 
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e 
vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da 
população com número máximo de 750 pessoas por ACS. 
Para a eSF, há a obrigatoriedade de carga horária de 40 horas 
semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF. 
Dessa forma, os profissionais da Estratégia Saúde da Família 
poderão estar vinculados a apenas uma eSF, no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) vigente. 
Na Estratégia Saúde da Família é OBRIGATÓRIA a participação 
de um Agente Comunitário (ACS). Pode se acrescentar o AGE 
(agente comunitário de endemias) - mas não é obrigatório. 
*Esta equipe busca favorecer uma reorientação do processo de 
trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e 
impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades. 
 
Composição mínima da Equipe de Atenção Básica (eAB) 
. Médicos, preferencialmente da especialidade medicina da 
família e comunidade; 
. Enfermeiros, preferencialmente especialista em saúde da 
família; 
. 1 auxiliar ou técnico em enfermagem; 
 
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→ Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da 
equipe multiprofissional: 
. Agentes Comunitários de Saúde (ACS). 
.Agentes Comunitários de Endemias (ACE). 
.Profissionais de saúde bucal: Dentistas (preferencialmente 
especialista em saúde da família), auxiliares ou técnicos em 
saúde bucal. 
A composição da carga horária mínima por categoria profissional 
deverá ser de 10 horas, com no máximo de 3 profissionais por 
categoria, devendo somar no mínimo 40 horas semanais. 
 
Equipe da Saúde Bucal (eSB) 
Os profissionais de saúde bucal que compõem a eSF e eAB 
devem estar vinculados à uma UBS ou à Unidade Odontológica 
Móvel. 
. Modalidade I: Cirurgião-dentista e técnico em saúde bucal (TSB) 
ou auxiliar em saúde bucal (ASB); 
. Modalidade II: Cirurgião-dentista, técnico em saúde bucal (TSB) 
e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou outro TSB. 
 
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-
AB) 
O Nasf é uma equipe multiprofissional da Atenção Básica, que 
deve atuar de maneira integrada e de modo complementar às 
equipes de Saúde da Família (eSF), ampliando sua abrangência e 
resolubilidade, apoiando-as e compartilhando saberes. 
Atua de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e 
pedagógico) aos profissionais das eSF e eAB. 
O Nasf não tem unidade física independente. Trabalham em 
conjunto com as equipes, ocupando uma sala dentro de uma 
UBS ou uma ESF. 
→ Compete especificamente à equipe do Nasf – AB: 
. Participar do planejamento conjunto com as equipes que 
atuam na AB à que estão vinculadas. 
. Contribuir para a integralidade, auxiliando no aumento da 
capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e 
necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto 
sanitários. 
. Realizar discussão de casos, atendimento individual, 
compartilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos 
terapêuticos, educação permanente. 
. Desenvolver intervenções no território e na saúde de grupos 
populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade. 
. Promover ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção 
de saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre 
outros, no território. 
O Nasf-AB é uma equipe multiprofissional interdisciplinar 
composta por categorias de profissionais da saúde 
complementar às equipes que atuam na atenção básica. 
Ressalta-se que os núcleos de apoio não se constituem como 
serviços com unidades físicas independentes e especiais - ele 
NÃO é a porta de entrada da atenção básica e sim um 
complemento. 
→ Portaria 3124 criou as modalidades do NASF: 
 
 
 
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) 
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e 
vulnerabilidade social recomenda-se a cobertura de 100% da 
população no número máximo de 750 pessoas por ACS em uma 
microárea. 
Exemplo: Se eu houver, dentro de um município, um território 
com 3.750 pessoas cadastradas em uma ESF ou UBS, são 
definidas 5 microáreas com no máximo 750 pessoas por ACS. 
→ São itens necessários à implantação da EACS: 
. Existência de uma UBS, inscrita nos CNES; 
. O número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido com 
base na população (critérios demográficos, epidemiológicos e 
socioeconômicos), conforme legislação vigente; 
Modalidade 
Carga 
horária 
Nº de 
equipes 
vinculadas 
Custeio 
mensal 
Custeio 
PMAQ 
Nasf 1 
Mín. 200h 
semanais 
5 a 9 eSF R$20.000 
R$1.000 
- 5.000 
Nasf 2 
Mín. 120h 
semanais 
3 a 4 eSF R$12.000 
R$600 – 
3.000 
Nasf 3 
Mín. 80h 
semanais 
1 a 2 eSF R$8.000 
R$400 - 
2.000 
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. Carga horaria integral de 40 horas semanais por toda a equipe 
de ACS, por cada membro da equipe; composta por ACS e 
enfermeiro supervisor; 
. O enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no 
CNES; 
. Cada ACS deve ter uma microáreacom até 750 pessoas; 
. A atividade do ACS deve dar pela lógica do planejamento do 
processo de trabalho a partir das necessidades do território, com 
priorização para população com maior grau de vulnerabilidade e 
de risco epidemiológico; 
. A atuação em ações básicas de saúde deve visar a integralidade 
do cuidado no território; 
. Os ACS devem cadastrar, preencher e informar os dados 
através do SIS para a AB vigente. 
 
Equipes de Atenção Básica para Populações Específicas 
Considerando as especificidades loco regionais, os municípios da 
Amazônia Legal e Regiões Pantaneiras, por exemplo, podem 
optar entre 2 arranjos organizacionais para eSF, além dos 
existentes para o restante do país: 
. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR). 
. Equipe de Saúde da Família Fluviais (eSFF). 
. Outras modalidades: Equipe de Consultório na Rua (eCR) e 
Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP). 
 
Algumas Novidades 
→ Gerente de Atenção Básica 
PNAB 2011 
Não reconhecia este trabalhador. 
 
PNAB 2017 
Reconhece a figura do gerente de UBS, 
recomendando sua inserção na equipe, a 
depender da necessidade local; 
Não há previsão de recursos adicionais para 
equipes com este trabalhador; 
Gerente de AB deve ter nível superior, 
preferencialmente da área da saúde. Caso seja 
enfermeiro, a UBS deverá ter outro 
enfermeiro para as ações de cunho clínico. 
 
 
→ Territorialização / Vínculo 
PNAB 2011 
 
Usuário só podia se vincular a uma UBS. 
 
PNAB 2017 
 
Usuário pode se vincular a mais de uma UBS. 
 
 
 
Atribuições dos profissionais da Atenção Básica 
1. Atribuições comuns a todos os profissionais que integram as 
equipes: 
. Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis 
com ênfase nas suas características sociais, econômicas, 
culturais, demográficas e epidemiológicas; 
. Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais 
comuns aos quais aquela população está exposta; 
. Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local 
para o enfrentamento dos problemas de saúde e fatores que 
colocam em risco a saúde; 
. Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os 
procedimentos de vigilância e de vigilância epidemiológica, nas 
diferentes fases do ciclo de vida; 
. Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação 
de vínculo de confiança, de afeto, de respeito; 
. Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento; 
. Resolver os problemas de saúde do nível de atenção básica; 
. Garantir acesso à continuidade do tratamento dentro de um 
sistema de referência e contrarreferência para os casos de maios 
complexidade ou que necessitem de internação hospitalar; 
. Prestar assistência integral à população adscrita, respondendo 
à demanda de forma contínua e racionalista; 
. Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação 
para a saúde; 
. Promovendo ações intersetoriais e parcerias com organizações 
formais e informais existentes na comunidade para o 
enfretamento conjunto dos problemas identificados; 
. Fomentar a participação popular, discutindo com a 
comunidade conceitos de cidadania, de direitos à saúde e suas 
bases legais; 
. Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade 
nos conselhos locais de saúde e no conselho Municipal de 
Saúde; 
. Auxiliar na implantação do cartão Nacional de Saúde. 
 
2. Atribuições específicas do médico 
. Realizar consultas clínicas aos usuários da sua área adstrita; 
. Executar as ações de assistência integral em todas as fases do 
ciclo de vida: criança, adolescente, mulher, adultos e idosos; 
. Realizar consultas e procedimentos na USF e, quando 
necessário, no domicílio; 
. Realizar as atividades clínicas correspondentes às áreas 
prioritárias na intervenção na atenção Básica, definidas na 
Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS 2001; 
. Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva; 
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. Fomentar a criação de grupos de patologias específicas, como 
de hipertensos, de diabéticos, de saúde mental etc.; 
. Realizar o pronto atendimento médico nas urgências e 
emergências; 
. Encaminhar aos serviços de maior complexidade, quando 
necessário, garantindo a continuidade do tratamento na USF, 
por meio de um sistema de acompanhamento e referência e 
contrarreferência; 
. Realizar pequenas cirurgias ambulatórias; 
. Indicar internação hospitalar; 
. Solicitar exames complementares; 
. Verificar e atestar óbito. 
 
3. Atribuições do Enfermeiro na Atenção Básica 
. Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às 
equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos 
demais espaços comunitários (escolas, associações entre 
outras), em todos os ciclos de vida; 
. Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar 
exames complementares, prescrever medicações conforme 
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras 
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, 
municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições 
legais da profissão; 
.Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada 
e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos; 
.Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados 
para as pessoas que possuem condições crônicas no território, 
junto aos demais membros da equipe; 
. Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, 
usuários a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela 
rede local; 
. Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos 
técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com 
os outros membros da equipe; 
. Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e 
ACS; 
. Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos 
relacionados a sua área de competência na UBS; e 
. Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e 
que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 
 
4. Atribuições específicas do Agente Comunitário de Saúde 
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) mora na comunidade e 
está vinculado à USF que atende a comunidade. Ele faz parte do 
time da Saúde da Família! Atualmente, não mora 
necessariamente na comunidade, essa era a proposta inicial do 
governo. 
Quem é o agente comunitário? É alguém que se destaca na 
comunidade, pela capacidade de se comunicar com as pessoas, 
pela liderança natural que exerce. O ACS funciona como elo 
entre a ESF e a comunidade. 
Está em contato permanente com as famílias, o que facilita o 
trabalho de vigilância e promoção da saúde, realizado por toda 
a equipe. É também um elo cultural, que dá mais força ao 
trabalho educativo, ao unir dois universos culturais distintos: o 
do saber científico e o do saber popular. 
O seu trabalho é feito nos domicílios de sua área de abrangência. 
As atribuições específicas do ACS são as seguintes: 
. Realizar mapeamento de sua área; 
. Cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse 
cadastro; 
. Identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco; 
. Identificar área de risco; 
. Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de 
saúde, encaminhando-as e até agendando consultas, exames e 
atendimento odontológico, quando necessário; 
. Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, nas 
áreas prioritárias da Atenção Básicas; 
. Realizar, por meio de visita domiciliar, acompanhamento 
mensal de todas as famílias sob sua responsabilidade; 
. Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros 
da equipe, sobre a situação das famílias acompanhadas, 
particularmente aquelas em situações de risco; 
. Desenvolver ações de educação e vigilância à saúde, com 
ênfase na promoção da saúde e na prevenção de doenças; 
. Promover a educação e a

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