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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 1 1.HISTÓRIA DO ACRE: O PROCESSO DE OCUPA- ÇÃO DAS TERRAS ACREANAS, A OCUPAÇÃO IN- DÍGENA, A IMIGRAÇÃO NORDESTINA E A PRODU- ÇÃO DA BORRACHA, A INSURREIÇÃO ACREANA E ANEXAÇÃO DO ACRE AO BRASIL. A CHEGADA DOS “PAULISTAS” NAS TERRAS ACREANAS A PARTIR DOS ANOS 70 DO SÉCULO PASSADO: ÊXODO RURAL, CONFLITOS PELA TERRA E INVA- SÕES DO ESPAÇO URBANO. 2. A EVOLUÇÃO PO- LÍTICA DO ACRE: TERRITÓRIO A ESTADO. ACRE: DESAFIOS PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL. As secas nordestinas e o apelo econômico da borracha -- produto que no fim do século XIX começava sua trajetória de preços altos nos mercados internacionais -- inscrevem-se entre as causas predominantes na movimen- tação de massas humanas em busca do Eldorado acriano. As penetrações portuguesas do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no Brasil durante o século XVIII. Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse espanhola, fato que se tornou matéria dos tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefon- so (1777). Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas bacias do Guaporé e do Madeira, estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do Mamoré e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do Javari. O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova capitania real de Mato Grosso (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: Vila Bela (1752), às margens do Guaporé, Vila Maria (1778), no rio Paraguai, e Casalvasco (1783). Até meados do século XIX não se pensou em povoamento sistemático da área. Nessa época, o gran- de manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando sua colonização de modo inteiramente espontâneo. A política econômica do império, orientada para a atividade agrário- exportadora com base no café, não comportava o aproveitamento e a incorporação dos territórios do extremo ocidental. Desse descaso resultou que no Atlas do Império do Brasil (1868), de Cândido Mendes de Almeida, modelar em seu tempo, não figurassem o rio Acre e seus principais tributá- rios, completamente desconhecidos dos geógrafos. Apesar de tal política, alguns sertanistas brasileiros exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao Brasil, ao Peru ou à Bolívia. Assim, ainda em meados do século XIX, no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no mercado internacio- nal, várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instala- ção dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do rio Purus; Manuel Urbano da Encarnação, índio mura grande conhece- dor da região, atingiu o rio Acre, subindo-o até as proximidades do Xapuri; e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto Tarauacá. Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em terras bolivianas. As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de borracha e a penetração de colonos brasileiros na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites. Após várias negociações fracassadas, em 1867 assinou-se o Tratado de Ayacucho, que reconhecia o uti possidetis colonial. A divisória foi estabelecida pelo parale- lo da confluência dos rios Beni-Mamoré, em direção ao leste, até a nascen- te do Javari, embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio. Ocupação cearense. À proporção que subia no mercado o preço da borracha, crescia a demanda e aumentava a corrida para a Amazônia. Os seringais multiplicavam-se, assim, pelos vales do Acre, do Purus e, mais a oeste, do Tarauacá: em um ano (1873-1874), na bacia do Purus, a popula- ção subiu de cerca de mil para quatro mil habitantes. Por outro lado, o governo imperial, já sensível às ofertas decorrentes da procura da borra- cha, considerou brasileiro todo o vale do Purus. Também na segunda metade do século XIX registraram-se perturba- ções no equilíbrio demográfico e geoeconômico do império, com o surto cafeeiro no Sul canalizando os recursos financeiros e de mão-de-obra, em detrimento do Nordeste. O empobrecimento crescente dessa região impul- sionou ondas migratórias em direção ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O movimento de populações tornou-se particularmente ativo durante a seca prolongada no interior nordestino, de 1877 a 1880, expul- sando centenas de cearenses, que rumaram para os seringais em busca de trabalho. O avanço da migração cearense processou-se até as margens do Ju- ruá e acelerou a ocupação das terras que mais tarde a Bolívia reclamaria. Os grandes leitos fluviais e a rede de seus tributários eram então intensa- mente trafegados por flotilhas de embarcações do mais variado porte, transportando colonos, mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais afastados. Os governos do Amazonas e do Pará logo instituí- ram as chamadas "casas aviadoras", que financiavam vários tipos de operações, garantiam créditos e promoviam o incentivo comercial nos seringais. Planta nativa, a seringueira escondia-se no emaranhado de outras ár- vores, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da borracha a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em ziguezague na selva. Do seringal surgiu a figura humana do seringueiro, associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão. Um moran- do no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domí- nio patriarcal, outro, na barraca, de construção tosca, no meio da selva. (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.) Completara-se, assim, antes de findar o século XIX, a ocupação brasi- leira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três vales hidrográficos, uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir borracha. Todo esse labor, porém, se operava no solo da Bolívia, país que, por fatalidade da geografia, não pudera completar a integração social e econômica, e mesmo política e geográfica, dos extensos vales do Acre, do alto Purus e do alto Juruá na comunidade nacional. Com efeito, o artigo 1º do Tratado de Ayacucho, concluído pelo Brasil e pela Bolívia em 1867, mandara que a linha de fronteira fosse uma paralela tirada da foz do rio Beni com o Mamoré (10o20'), até encontrar a nascente do Javari. Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari. No ano de 1877, no entanto, época dos primeiros estabelecimentos de brasileiros no Acre, ninguém sabia por onde passava o limite previsto naquele tratado. Ignorava-se, por outra parte, a exata latitude da nascente do Javari. Eram problemas técnico-geográficos difíceis de solver com presteza, devido à falta de recursos materiais. A direção dos rios da borra- cha foi a trilha natural da conquista nordestina (sobretudo do cearense), da qual também participaram grupos de paraenses e amazonenses. A questão acreana. Em 1890, um oficial boliviano, Juan Manuel Pando, alertou seu governo para o fato de que na bacia do Juruá havia mais de 300 seringais, com a ocupação dos brasileiros implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia. A penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64o até além do de 72o, numa extensão de mais de mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência do Beni-Mamoré, segundo o tratado de 1867.Nomeou-se, em 1895, nova comissão para o ajuste da divisória. O re- presentante brasileiro, Taumaturgo de Azevedo, demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali esta- belecidos. Em 1899, os bolivianos estabeleceram um posto administrativo em Puerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 2 as atividades dos brasileiros. No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os antigos limites na confluência Beni-Mamoré. Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia. No mesmo ano em que a Bolívia implantou administração em Puerto Alonso (1899), registra- ram-se duas sérias contestações. Em abril, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação ar- mada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o Bolivian Syndicate, a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador do Amazonas, José Cardoso Ramalho Júnior, informado do ajuste por um funcionário do consulado boliviano em Belém, o espanhol Luis Gálvez de Arias, enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso. Gálvez proclamou ali a República do Acre, tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas. O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao Brasil, a exemplo do que fizera o Texas, na América do Norte. Ante os protestos da Bolívia, o presi- dente Campos Sales extinguiu a efêmera república (março de 1900, oito meses após sua criação). Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a Europa. Reinstalaram-se, então, os bolivianos na região, onde sofreram, a se- guir, ataque de uma outra expedição que se constituíra em Manaus, com a ajuda do novo governador Silvério Néri, que também se opunha, nos basti- dores, ao domínio da Bolívia sobre o Acre, de onde provinham, em forma de impostos, grandes quantias para o tesouro estadual. Composta de moços intelectuais, da boêmia de Manaus, a "Expedição dos Poetas" desbaratou-se após rápido combate em frente a Puerto Alonso (dezembro de 1900). Ação de Plácido de Castro e intervenção diplomática. Por fim, comerci- antes e proprietários no rio Acre resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da Escola Militar de Porto Alegre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de Xapuri, no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902). Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou Puerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903). Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver a Bolívia arren- dado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (chartered company), semelhante aos que operavam na Ásia e na África. O Bolivian Syndicate, constituído por capitais ingleses e americanos, iria empossar-se na admi- nistração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Represen- tantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (rio Acre), abaixo de Puerto Alonso, mas desistiram da missão porque os revolucionários domi- navam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana. Aclamado governador do Estado Independente do Acre, Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O barão do Rio Branco assumira o Ministério do Exterior e seu primeiro ato foi afastar o Bolivian Syndicate. Os banquei- ros responsáveis pelo negócio aceitaram em Nova York a proposta do Brasil: dez mil libras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903). Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a Bolívia um modus vivendi que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10o20', por destacamentos do exército brasileiro, na zona que se desig- nou como Acre Setentrional. Do paralelo 10o20, para o sul -- o Acre Meridi- onal -- subsistiu a governança de Plácido de Castro, sediada em Xapuri. A 17 de novembro de 1903, Rio Branco e o plenipotenciário Assis Bra- sil assinaram com os representantes da Bolívia o tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões de libras esterlinas, ou 36.268 contos e 870 mil-réis em moeda e câmbio da época), e por troca de territórios (pequenas áreas no Amazonas e no Mato Grosso). Em con- sequência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridio- nal e o Acre Setentrional a constituírem o Território Brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei no 1.181, de 25 de fevereiro de 1904, e do decreto 5.188, de 7 de abril de 1904, em três departamentos adminis- trativos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, chefiados por prefeitos da livre escolha e nomeação do presidente da república. Solucionada a parte da Bolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com o Peru. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do Amazonas. Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus (1900, 1901 e 1903) e no Alto Juruá (1898 e 1902). Os brasileiros, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903). Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um modus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um confli- to armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas. À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909. Com esse ato completou-se a integração político-jurídica do território na comuni- dade brasileira. De território a estado. A organização administrativa do Acre, decretada em 1904, alterou-se em 1912, com a criação de mais um departamento: o do Alto Tarauacá, desmembrado do departamento do Alto Juruá. De 1920 até 1962, a administração do território do Acre era unificada, exercida por um governador, de livre escolha e nomeação do presidente da república. A constituição de 1934 concedeu ao território o direito de ter dois represen- tantes na Câmara dos Deputados, critério mantido pela constituição de 1946. Em 1957, o deputado federal José Guiomard dos Santos apresentou projeto que elevava o território a estado; daí resultou a lei nº 4.069, de 12 de junho de 1962. Dois anos depois, o governador José Augusto de Araújo teve suspensos seus direitos políticos. Em 1988, o assassinato do ecologis- ta Chico Mendes abalou o país, e em 1992 foi morto em São Paulo o pró- prio governador do estado, Edmundo Pinto. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 3. GEOGRAFIA DO ACRE: ASPECTOS GEOGRÁFI- COS E ECOLÓGICOS DA AMAZÔNIA E DO ACRE. FORMAÇÃO ECONÔMICA DO ACRE. PROCESSO DE ANEXAÇÃO DO ACRE AO BRASIL: TRATADOS E LIMITES. MUNICÍPIOS E POPULAÇÕES DO ACRE: POPULAÇÃO E LOCALIZAÇÃO. NOVA CONFIGU- RAÇÃO DO MAPA. MICRORREGIÕES. ATUAIS MU- NICÍPIOS. O Acre é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no sudoeste da região Norte e tem como limites os estados do Amazonas a norte, Rondônia a leste,a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e oeste. Ocupa uma área de 152.581,4 km², sendo pouco menor que a Tunísia. Sua capital é a cidade de Rio Branco. História Até o início do século XX o Acre pertencia à Bolívia. Porém, desde o princípio do século XIX, grande parte de sua população era de brasileiros que exploravam seringais e que, na prática, acabaram criando um território independente. Em 1899, os bolivianos tentaram assegurar o controle da área, mas os brasileiros se revoltaram e houve confrontos fronteiriços, gerando o episódio que ficou conhecido como a Questão do Acre. Em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Brasil recebeu a posse definitiva da região. O Acre foi então integrado ao Brasil como território, dividido em três departamentos. O território passou para o domínio brasileiro em troca do pagamento de dois milhões de libras esterlinas, de terras de Mato Grosso e do acordo de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 3 Palácio Rio Branco, sede do governo, e obelisco em homenagem aos heróis da Revolução Acreana Tendo sido unificado em 1920, em 15 de junho de 1962 foi elevado à categoria de estado, sendo o primeiro a ser governado por uma brasileira, a professora Iolanda Fleming. Durante a segunda guerra mundial, os seringais da Indochina foram tomados pelos japoneses, e o Acre dessa forma representou um grande marco na história Ocidental e Mundial, mudando o curso da guerra a favor dos Aliados e graças aos soldados da borracha oriundos principalmente do sertão do Ceará (Ver: Segundo ciclo da borracha). E foi sem dúvida graças ao Acre e sua contribuição decisiva na vitória dos Aliados, que o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização até então estagnada do Centro-sul, que não possuía ainda indústrias pesadas de base (Ver: Acordos de Washington). Em 4 de abril de 2008, o Acre venceu uma questão judicial com o Estado do Amazonas em relação ao litígio em torno da Linha Cunha Gomes, que culminou no anexo de parte dos municípios Envira, Guajará, Boca do Acre, Pauni, Eirunepé e Ipixuna. A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a 11.583,87 km². GEOGRAFIA Relevo Um planalto com altitude média de 200 metros domina grande parte do Acre. Vegetação A maior parte do Estado ainda é formada por mata intocável, protegida principalmente pelo estabelecimento de florestas de proteção integral, reservas indígenas e reservas extrativistas. Hidrografia Rios Juruá, rio Purus, rio Acre, Tarauacá, Muru, Embirá e Xapuri são seus rios mais importantes. Demografia Os municípios mais populosos são: Rio Branco, com 290.639 habitantes (IBGE 2006); Cruzeiro do Sul, com 86.725 habitantes; Feijó, com 39.365 habitantes; Sena Madureira, com 33.614 habitantes; Tarauacá, com 30.711 habitantes; Senador Guiomard com 21.000 habitantes e Brasileia, com 18.056 habitantes. Etnias Cor/Raça (IBGE 2006) [2] Porcentagem Pardos 66,5% Brancos 26,0% Negros 6,8% Amarelos ou indígenas 0,7% Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração). CULTURA A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da região Norte. A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do latex, já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida. No artesanato os artigos confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Do seringal surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do latex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu um homem chamado Chico Mendes, que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da ONU, o Prêmio Global 500 Anos. Em Rio Branco encontra-se uma comunidade religiosa chamada Alto Santo (Centro de Iluminação Cristã Universal) que pratica o Ritual do Santo Daime, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, um chá natural feito com folhas e cipó, usado pelos índios como forma de aproximação a Deus. Todos tomam o chá, inclusive as crianças e os idosos. Os integrantes usam fardas de marinheiro e cantam o hinário, intercalando com Ave-Marias e Pai-Nossos. Economia Passarela Joaquim Macedo, símbolo da capital acreana, Rio Branco, centro político e financeiro do estado. O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no extrativismo, com destaque para extração de madeira por meio de manejo florestal, o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta. O Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID - financia um projeto de US$ 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de desenvolvimento sustentável. Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto). Apelidos � Extremo do Brasil � Estado das Seringueiras � Estado do Látex � Extremo Oeste APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 4 TRANSPORTES Rodovias � BR-364 - Juntamente com a BR-317 é a principal rodovia do Acre. A leste liga Rio Branco ao estado de Rondônia e ao restante do país. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a Cruzeiro do sul, segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Rodrigues Alves. � BR-317 - Tem extensão de 330 km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Brasileia na fronteira com a República da Bolívia, a partir de Brasileia a estrada continua por mais 110km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o Peru. A rodovia tornar-se-á um importante eixo de exportação do Brasil, pois quando a estrada no lado peruano estiver concluída (aproximadamente três anos), o Brasil estará totalmente ligado a Cuzco e aos dois principais portos do país vizinho. � AC-040 - Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade de Plácido de Castro também fazendo fronteira com a Bolívia. � AC-401 - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade de Acrelândia, já próxima da BR-364. � AC-010 - Tem extensão de 55 km, Ligando Rio Branco até a cidade história de Porto Acre, já na divisa com o Amazonas. Acreanos ilustres � Adib Jatene - Médico, ex-ministro da Saúde (fundou o Instituto do Coração); � Armando Nogueira - Jornalista e escritor; � Chico Mendes (Francisco Alves Mendes Filho) - Líder seringueiro e mártir; � Enéas Carneiro - Político. Formado em Medicina e especialista em Cardiologia; � Glória Perez - Novelista; � Iolanda Fleming - Primeira governadora mulher do Brasil; � Jarbas Passarinho - Militar e político; � João Donato - Músico. Foi um dos responsáveis pelo surgimento da Bossa Nova; � José Vasconcelos - Humorista, ator e dramaturgo;� Miguel Jerônimo Ferrante - ex-Ministro do STF e escritor, pai de Glória Pérez; � Marina Silva - Ambientalista, pedagoga e política, ex-ministra do Meio Ambiente. � Tião Viana - Médico e Senador Fuso horário brasileiro No dia 23 de junho de 2008 entrou em vigor a lei 11.662/08. Criada pelo senador Tião Viana (PT), essa lei determina que o Acre e parte do Estado do Amazonas, que faziam parte do quarto fuso horário brasileiro, passem a ter apenas uma hora a menos em relação ao horário de Brasília. Já o Estado do Pará passa a ter o mesmo horário da capital federal. Essa proposta tem gerado polêmica, pois, de acordo com pesquisadores a inclusão do Acre no quarto fuso horário estava correta, considerando a posição geográfica do estado. A população do estado também tem feitos críticas ao novo horário, pois, quem trabalha ou estuda na parte da manhã, está tendo de sair de casa ainda de madrugada. A situação é ainda mais crítica para os moradores da Região do Vale do Juruá, onde o Sol nasce cerca de meia hora após surgir na capital Rio Branco. Acre A incorporação do Acre ao Brasil foi um fato singular na história do pa- ís: deveu-se às populações do Nordeste, que povoaram o território e o tornaram produtivo, repetindo proeza dos bandeirantes dos séculos XVI e XVII. A ocupação da região começou na segunda metade do século XIX, quando nordestinos flagelados pelas secas acorreram para lá em busca da riqueza natural dos seringais. No entanto, a incorporação definitiva do Acre ao Brasil se deu no começo do século XX, após décadas de conflitos arma- dos e disputas diplomáticas com a Bolívia e o Peru. O estado do Acre situa-se no sudoeste da Amazônia brasileira, na re- gião Norte, onde ocupa uma área de 153.150km2. Limita-se com o estado do Amazonas, ao norte; o Peru, ao sul; a Bolívia, a sudeste; e o estado de Rondônia, a leste. Sua capital é Rio Branco. Geografia física. Praticamente todo o relevo do estado do Acre se inte- gra no baixo platô arenítico, ou terra firme, unidade morfológica que domina a maior parte da Amazônia brasileira. Esses terrenos se inclinam, no Acre, de sudoeste para nordeste, com topografia, em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a serra da Contamana ou do Divisor, ao longo da frontei- ra ocidental, com as maiores altitudes do estado (609m). Cerca de 63% da superfície estadual fica entre 200 e 300m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135. O clima é quente e muito úmido, do tipo Am de Köppen, e as tempera- turas médias mensais variam entre 24 e 27o C. As chuvas atingem o total anual de 2.100mm, com uma nítida estação seca nos meses de junho, julho e agosto. A floresta amazônica recobre todo o território estadual. Muito rica em seringueiras da espécie mais valiosa (Hevea brasiliensis), a floresta garante ao Acre o lugar de primeiro produtor nacional de borracha. Os principais rios do Acre, navegáveis apenas nas cheias (Juruá, Tarauacá, Embira, Purus, Iaco e Acre), atravessam o estado com cursos quase para- lelos e só vão confluir fora de seu território. População. É escassa a população do estado. Mais da metade concen- tra-se em dois municípios, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. A distribuição geográfica da população, dispersa ao longo dos rios, reflete a dependência da navegação fluvial para as comunicações. Pouco mais da metade dos habitantes vive na zona rural, e cerca de sessenta por cento da população ativa ocupa-se de atividades extrativas. Povoações distantes entre si por dias de caminhada pela floresta e que por vezes, no período das chuvas, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da saúde pública. Dos municípios, apenas Rio Branco tem abastecimento de água encanada, mas não possui serviço de esgoto, o que impede o controle da disenteria amebiana endêmica. A malária é a maior causa de mortalidade infantil. (Para dados demográficos, ver DATAPÉDIA.) Economia. A economia acreana repousa na exploração de recursos na- turais. O mais importante é a borracha, produto no qual se baseou o povo- amento da região. A extração da borracha se faz ao longo dos rios, pois a seringueira é árvore de mata de igapó. Os tipos produzidos são caucho, cernambi caucho, cernambi rama e cernambi seringa. A maior parte da produção estadual cabe à bacia do rio Purus. Nessa região destaca-se o vale do rio Acre, que, além de possuir o maior número de seringueiras, é também região rica em castanheiras. A floresta acreana é também objeto de exploração madeireira, e a caça nela praticada parece contribuir de forma substancial para a alimentação local. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 5 A agricultura reduz-se a pequenas culturas de mandioca, feijão, cana- de-açúcar e arroz. A indústria de transformação compreende pouco mais que algumas serrarias e pequenas fábricas de rapadura e de farinha de mandioca. Como os rios mantêm no estado cursos aproximadamente paralelos, as comunicações entre os diversos vales se fazem pelas confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão das estradas que integram a ligação Rio Branco-Porto Velho-Cuiabá-Limeira, o Acre passou a contar com transporte rodoviário para o Sudeste do país. (Para dados econômi- cos, ver DATAPÉDIA.) História. As secas nordestinas e o apelo econômico da borracha -- pro- duto que no fim do século XIX começava sua trajetória de preços altos nos mercados internacionais -- inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca do Eldorado acriano. As penetrações portuguesas do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no Brasil durante o século XVIII. Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse espanhola, fato que se tornou matéria dos tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777). Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas bacias do Guaporé e do Madeira, estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do Mamoré e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do Javari. O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova capitania real de Mato Grosso (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: Vila Bela (1752), às margens do Guaporé, Vila Maria (1778), no rio Paraguai, e Casalvasco (1783). Até meados do século XIX não se pensou em povoamento sistemático da área. Nessa época, o gran- de manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando sua colonização de modo inteiramente espontâneo. A política econômica do império, orientada para a atividade agrário- exportadora com base no café, não comportava o aproveitamento e a incorporação dos territórios do extremo ocidental. Desse descaso resultou que no Atlas do Império do Brasil (1868), de Cândido Mendes de Almeida, modelar em seu tempo, não figurassem o rio Acre e seus principais tributá- rios, completamente desconhecidos dos geógrafos. Apesar de tal política, alguns sertanistas brasileiros exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao Brasil, ao Peru ou à Bolívia. Assim, ainda em meados do século XIX, no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no mercado internacio- nal, várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instala- ção dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do rio Purus; Manuel Urbano da Encarnação, índio mura grande conhece- dor da região, atingiu o rio Acre, subindo-o até as proximidades do Xapuri; e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto Tarauacá. Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em terras bolivianas. Asatividades exploradoras, a importância industrial das reservas de borracha e a penetração de colonos brasileiros na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites. Após várias negociações fracassadas, em 1867 assinou-se o Tratado de Ayacucho, que reconhecia o uti possidetis colonial. A divisória foi estabelecida pelo parale- lo da confluência dos rios Beni-Mamoré, em direção ao leste, até a nascen- te do Javari, embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio. Ocupação cearense. À proporção que subia no mercado o preço da borracha, crescia a demanda e aumentava a corrida para a Amazônia. Os seringais multiplicavam-se, assim, pelos vales do Acre, do Purus e, mais a oeste, do Tarauacá: em um ano (1873-1874), na bacia do Purus, a popula- ção subiu de cerca de mil para quatro mil habitantes. Por outro lado, o governo imperial, já sensível às ofertas decorrentes da procura da borra- cha, considerou brasileiro todo o vale do Purus. Também na segunda metade do século XIX registraram-se perturba- ções no equilíbrio demográfico e geoeconômico do império, com o surto cafeeiro no Sul canalizando os recursos financeiros e de mão-de-obra, em detrimento do Nordeste. O empobrecimento crescente dessa região impul- sionou ondas migratórias em direção ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O movimento de populações tornou-se particularmente ativo durante a seca prolongada no interior nordestino, de 1877 a 1880, expul- sando centenas de cearenses, que rumaram para os seringais em busca de trabalho. O avanço da migração cearense processou-se até as margens do Ju- ruá e acelerou a ocupação das terras que mais tarde a Bolívia reclamaria. Os grandes leitos fluviais e a rede de seus tributários eram então intensa- mente trafegados por flotilhas de embarcações do mais variado porte, transportando colonos, mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais afastados. Os governos do Amazonas e do Pará logo instituí- ram as chamadas "casas aviadoras", que financiavam vários tipos de operações, garantiam créditos e promoviam o incentivo comercial nos seringais. Planta nativa, a seringueira escondia-se no emaranhado de outras ár- vores, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da borracha a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em ziguezague na selva. Do seringal surgiu a figura humana do seringueiro, associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão. Um moran- do no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domí- nio patriarcal, outro, na barraca, de construção tosca, no meio da selva. (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.) Completara-se, assim, antes de findar o século XIX, a ocupação brasi- leira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três vales hidrográficos, uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir borracha. Todo esse labor, porém, se operava no solo da Bolívia, país que, por fatalidade da geografia, não pudera completar a integração social e econômica, e mesmo política e geográfica, dos extensos vales do Acre, do alto Purus e do alto Juruá na comunidade nacional. Com efeito, o artigo 1º do Tratado de Ayacucho, concluído pelo Brasil e pela Bolívia em 1867, mandara que a linha de fronteira fosse uma paralela tirada da foz do rio Beni com o Mamoré (10o20'), até encontrar a nascente do Javari. Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari. No ano de 1877, no entanto, época dos primeiros estabelecimentos de brasileiros no Acre, ninguém sabia por onde passava o limite previsto naquele tratado. Ignorava-se, por outra parte, a exata latitude da nascente do Javari. Eram problemas técnico-geográficos difíceis de solver com presteza, devido à falta de recursos materiais. A direção dos rios da borra- cha foi a trilha natural da conquista nordestina (sobretudo do cearense), da qual também participaram grupos de paraenses e amazonenses. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 6 A questão acreana. Em 1890, um oficial boliviano, Juan Manuel Pando, alertou seu governo para o fato de que na bacia do Juruá havia mais de 300 seringais, com a ocupação dos brasileiros implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia. A penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64o até além do de 72o, numa extensão de mais de mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência do Beni-Mamoré, segundo o tratado de 1867. Nomeou-se, em 1895, nova comissão para o ajuste da divisória. O re- presentante brasileiro, Taumaturgo de Azevedo, demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali esta- belecidos. Em 1899, os bolivianos estabeleceram um posto administrativo em Puerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros. No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os antigos limites na confluência Beni-Mamoré. Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia. No mesmo ano em que a Bolívia implantou administração em Puerto Alonso (1899), registra- ram-se duas sérias contestações. Em abril, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação ar- mada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o Bolivian Syndicate, a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador do Amazonas, José Cardoso Ramalho Júnior, informado do ajuste por um funcionário do consulado boliviano em Belém, o espanhol Luis Gálvez de Arias, enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso. Gálvez proclamou ali a República do Acre, tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas. O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao Brasil, a exemplo do que fizera o Texas, na América do Norte. Ante os protestos da Bolívia, o presi- dente Campos Sales extinguiu a efêmera república (março de 1900, oito meses após sua criação). Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a Europa. Reinstalaram-se, então, os bolivianos na região, onde sofreram, a se- guir, ataque de uma outra expedição que se constituíra em Manaus, com a ajuda do novo governador Silvério Néri, que também se opunha, nos basti- dores, ao domínio da Bolívia sobre o Acre, de onde provinham, em forma de impostos, grandes quantias para o tesouro estadual. Composta de moços intelectuais, da boêmia de Manaus, a "Expedição dos Poetas" desbaratou-se após rápido combate em frente a Puerto Alonso (dezembro de 1900). Ação de Plácido de Castro e intervenção diplomática. Por fim, comerci- antes e proprietários no rio Acre resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da Escola Militar de Porto Alegre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de Xapuri, no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902). Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou Puerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903). Influíra no espírito de Plácido de Castro ofato de haver a Bolívia arren- dado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (chartered company), semelhante aos que operavam na Ásia e na África. O Bolivian Syndicate, constituído por capitais ingleses e americanos, iria empossar-se na admi- nistração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Represen- tantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (rio Acre), abaixo de Puerto Alonso, mas desistiram da missão porque os revolucionários domi- navam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana. Aclamado governador do Estado Independente do Acre, Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O barão do Rio Branco assumira o Ministério do Exterior e seu primeiro ato foi afastar o Bolivian Syndicate. Os banquei- ros responsáveis pelo negócio aceitaram em Nova York a proposta do Brasil: dez mil libras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903). Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a Bolívia um modus vivendi que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10o20', por destacamentos do exército brasileiro, na zona que se desig- nou como Acre Setentrional. Do paralelo 10o20, para o sul -- o Acre Meridi- onal -- subsistiu a governança de Plácido de Castro, sediada em Xapuri. A 17 de novembro de 1903, Rio Branco e o plenipotenciário Assis Bra- sil assinaram com os representantes da Bolívia o tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões de libras esterlinas, ou 36.268 contos e 870 mil-réis em moeda e câmbio da época), e por troca de territórios (pequenas áreas no Amazonas e no Mato Grosso). Em con- sequência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridio- nal e o Acre Setentrional a constituírem o Território Brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei no 1.181, de 25 de fevereiro de 1904, e do decreto 5.188, de 7 de abril de 1904, em três departamentos adminis- trativos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, chefiados por prefeitos da livre escolha e nomeação do presidente da república. Solucionada a parte da Bolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com o Peru. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do Amazonas. Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus (1900, 1901 e 1903) e no Alto Juruá (1898 e 1902). Os brasileiros, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903). Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um modus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um confli- to armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas. À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909. Com esse ato completou-se a integração político-jurídica do território na comuni- dade brasileira. De território a estado. A organização administrativa do Acre, decretada em 1904, alterou-se em 1912, com a criação de mais um departamento: o do Alto Tarauacá, desmembrado do departamento do Alto Juruá. De 1920 até 1962, a administração do território do Acre era unificada, exercida por um governador, de livre escolha e nomeação do presidente da república. A constituição de 1934 concedeu ao território o direito de ter dois represen- tantes na Câmara dos Deputados, critério mantido pela constituição de APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 7 1946. Em 1957, o deputado federal José Guiomard dos Santos apresentou projeto que elevava o território a estado; daí resultou a lei nº 4.069, de 12 de junho de 1962. Dois anos depois, o governador José Augusto de Araújo teve suspensos seus direitos políticos. Em 1988, o assassinato do ecologis- ta Chico Mendes abalou o país, e em 1992 foi morto em São Paulo o pró- prio governador do estado, Edmundo Pinto. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Sobre o Acre O Acre é um dos 27 estados brasileiros. Ele é o 15º em extensão terri- torial, com uma superfície de 164.221,36 Km², correspondente a 4,26% da Região Norte e a 1,92% do território nacional. O Estado está situado num planalto com altitude média de 200 m, loca- lizado no sudoeste da Região Norte, entre as latitudes de -7°06´56 N e longitude - 73º 48' 05"N, latitude de - 11º 08' 41"S e longitude - 68º 42' 59"S. Os limites do Estado são formados por fronteiras internacionais com Peru (O) e Bolívia (S) e por divisas estaduais com os estados do Amazonas (N) e Rondônia (L). As cidades mais populosas são: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e Sena Madureira. O nome Acre surgiu de “Aquiri”, que significa “rio dos jacarés” na língua nativa dos índios Apurinãs, os habitantes originais da região banhada pelo rio que empresta o nome ao estado. Os exploradores da região transcreve- ram o nome do dialeto indígena, dando origem ao nome Acre. Os primeiros habitantes da região eram os índios, até 1877, quando imigrantes nordesti- nos arregimentados por seringalistas para trabalhar na extração do látex, devido aos altos preços da borracha no mercado internacional, iniciaram a abertura de seringais. Este território, antes pertencente à Bolívia e ao Peru, foi aos poucos sendo ocupado por brasileiros. O imigrantes avançaram pelas vias hidrográficas do rio Acre, Alto-Purus e Alto-Juruá, o que aumen- tou a população de local de brancos em cerca de quatro vezes em um ano. Buscando garantir o domínio da área, os bolivianos instituíram a co- brança de impostos sobre a extração da borracha e a fundação da cidade de Puerto Alonso. Após conflitos armados a cidade foi retomada por brasi- leiros e rebatizada como Porto Acre. A revolta dos brasileiros diante destas medidas resultou em conflitos que só tiveram fim com a assinatura do Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903, no qual o Brasil adqui- riu o território do Acre. Na região de fronteira com o Peru também houve controvérsias quanto aos limites territoriais. Em setembro de 1903, os peruanos foram expulsos das áreas ocupadas, sendo resolvido o impasse territorial em 8 de setembro de 1909, tendo como representante nas nego- ciações o Barão do Rio Branco, então Ministro das Relações Exteriores. Unificada a partir de 1920, a administração do Acre passou a ser exer- cida por um governador nomeado pelo Presidente da República. Até que em 15 de Junho de 1962 foi sancionada pelo Presidente da República João Goulart a Lei 4.070, que elevou o Acre a categoria de Estado. E em Outu- bro de 1962 foi eleito o primeiro governador do Estado do Acre, José Au- gusto de Araújo. Dados gerais � Sigla: AC � Habitante: acreano � Capital: Rio Branco � População: 686.652 (estimativa IBGE/2006) � Área: 164.221 km² � Densidade populacional: 4,18 hab/km² � Hora local (em relação à Brasília): -2h. Situação geográfica � Localização: sudoeste da região Norte. � Limites: Amazonas (N); Rondônia (L); Bolívia (SE); Peru (S e O). � Características: planalto (maior parte do território); Serra da Con- tamana (O). � Clima: equatorial. � Rios principais: Juruá, Tarauacá, Muru, Envira, Xapuri, Purus, Iaco, Acre. � Número de municípios: 22 Governo � Governador: Arnóbio Marques de Almeida Junior (Binho) - PT � Vice: Carlos César Messias - PP Cidades mais populosas � Rio Branco – Capital: 314.127 hab.(8.831 Km²) � Cruzeiro do Sul: 86.725 hab. (8.816 Km²) � Feijó: 39.365 hab. (27.964 Km²) � Sena Madureira: 33.614 hab. (23.732 Km²) � Tarauacá: 30.711hab. (20.199 Km²) � Senador Guiomard: 21.000 hab. (2.321 Km²) Fonte: IBGE, 2006; CPI dos limites do Estado do Acre, 2006. Fonte - http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1392 A ECONOMIA DO ESTADO DO ACRE Fonte – http://www.ac.gov.br/sectas/agenda_social/economia.htm Os dados revelam um rápido crescimento do Produto Interno Bruto - PIB do Acre nas duas últimas décadas. Nos anos 70 o PIB cresceu a 11,45% a.a. - crescimento rápido, menor, contudo, que a média brasileira (12,54% a.a.) e bem menor que a média da Região Norte (17,54% a.a.). Na primeira metade da década de 80, apesar da crise que se reflete no cresci- mento do PIB nacional a meros 1,6% a.a., o Acre mantém elevada a taxa de crescimento (5,48%), agora praticamente acompanhando o ritmo de crescimento do PIB regional. Em termos setoriais observa-se uma queda drástica da participação do setor primário no PIB, passando de 40,8% em 1970, para 16,7% em 1985. O setor secundário, por sua vez, alarga sua participação de 2,9% para 23,5% no período. Enfocando mais de perto o setor secundário constata-se que, em 1990, o Estado do Acre apresentava 508 estabelecimentos industriais, sendo 140 ligados ao processamento de produtos alimentares e 201 ao setor madeirei- ro e mobiliário. No total, os estabelecimentos industriais empregavam apenas 7.017 pessoas (numa média em torno de 13 pessoas por estabele- cimento). Considerando a população do Estado em 1991 (417.489 habitan- tes) e estimando sua parcela economicamente ativa (População Economi- camente Ativa - PEA), com base na proporção média do Brasil (38%), verifica-se que o emprego industrial no Estado situa-se em torno de 7% da PEA urbana de 98.954 pessoas, o que nos permite indicar que a expansão industrial ocorrida, não obstante apontar para uma melhor estruturação da oferta de produtos manufaturados localmente, não foi capaz de impedir a formação dos "cinturões de pobreza" nos centros urbanos locais, com destaque para Rio Branco como um dos mais expressivos problemas sociais gerados pela migração rural/urbana. Quanto à perda de posição do setor primário na composição do PIB es- tadual deve-se por em relevo a crise do extrativismo da borracha e da castanha, historicamente a base da economia do Acre. Esse subsetor vem sofrendo sérios reveses nos últimos anos, em função da tendência decli- nante dos preços. Note-se que em uma das regiões do Estado, o Vale do Acre, estes dois produtos fazem parte do leque de alternativas das mesmas estruturas de produção familiar camponesa. Percebe-se, também, para estes dois produtos uma tendência inversa das quantidades e preços: enquanto, nos anos oitenta, caem sistematicamente os preços, as quanti- dades produzidas mostram-se ascendentes sem compensarem, contudo, a perda de valor da produção. Enquanto agravam-se os problemas decorrentes da flutuação do preço dos produtos extrativistas, borracha e castanha, amplia-se o rebanho bovino no Acre. De 72.166 cabeças, em 1970, o rebanho estadual passa para 404.434 cabeças de 1990. Destes 333.521 cabeças (82,5%) se encon- tram no Vale do Acre. Há que se lembrar, entretanto, que também em relação à pecuária, constata-se uma crise de preços desde 1982 - tendên- cia que se acentua a partir de 1985. Os diversos problemas vividos pelos moradores das zonas urbana e ru- ral do Estado, ora elencados, estão a merecer uma atenção especial. As APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 8 políticas públicas sociais articuladas nos vários níveis de governo, tendo como ressonância, a busca do desenvolvimento sustentável e humano, mostram-se eficazes quando desenvolvidas juntamente com a comunidade local de cada município. O conjunto de ações embasadas em compromissos assumidos pelo Governo do Estado, pelos governos municipais e a sociedade civil organi- zada, é, em princípio, o caminho para uma intervenção qualitativa nos problemas que afligem a população acreana, mudando significativamente os indicadores sociais, hoje verificados. As políticas até aqui implementadas no campo social, foram em sua maioria de caráter compensatório ou supletivo, não atingindo de fato as causas estruturais dos problemas. As intervenções que a "Agenda Social para o Acre" propõe, caracterizam alternativas viáveis e concretas de políticas socioeconômicas articuladas e implementadas pelos diversos atores sociais do Estado, como resposta às demandas apresentadas pelas comunidades. SITUAÇÃO SÓCIO ECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS POR REGIO- NAL: Perfil socioeconômico e indicadores sociais da Regional do Juruá A Regional do Juruá, composta pelos municípios de Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo e Rodrigues Alves, limita-se ao norte com Estado do Amazonas, ao sul e oeste com a Repúbli- ca do Peru e ao leste com os municípios de Tarauacá e Jordão. Com área total 29.686,2 km2, representando 19,39% do território do Estado, tem uma população de 87.609 habitantes, com densidade de 2,95 hab./km2, com concentração de povos indígenas de várias etnias. Os municípios da Regional do Juruá, tipicamente agroflorestais, inclusi- ve com exploração irracional de madeiras de lei, têm razoável produção agrícola, destacando-se a cultura permanente de guaraná, a produção de farinha de mandioca de excelente qualidade e forte comércio local. Sofreu recentes melhorias na sua infraestrutura urbana e malha viária, todavia, permanece isolada da capital a maior parte do ano, por falta de acesso terrestre. Este fato fortalece sua relação comercial com o Estado do Ama- zonas. Os municípios da Regional têm potencialidades para desenvolver a in- dústria da construção civil (principalmente as cerâmicas), a industrialização e beneficiamento da borracha, a indústria de transformação de madeira e movelaria, a indústria do turismo. Quanto ao desenvolvimento da agricultura e pecuária, a regional apresenta potencialidades para o beneficiamento de guaraná e café, plantio de frutas tropicais, consumo interno de culturas de subsistência, psicultura, pecuária e criação de pequenos animais. Relati- vamente ao extrativismo, as potencialidades para a extração e manejo de madeiras, cultura do açaí e extração de borracha e copaíba, são potenciali- dades inerentes da regional. Porém os indicadores sociais apresentados pelo conjunto dos municí- pios da Regional do Juruá não diferem dos indicadores do Brasil de forma positiva, ao contrário, as demandas são alargadas. A esperança de vida ao nascer, dos povos da regional fica em torno dos 64 anos, sendo a taxa de mortalidade infantil menor que a média geral do Acre: 53,5 de cada 1000 nascidos vivos. A média do Acre é de 60,98, enquanto que a do Brasil é de 49,9. Os problemas educacionais nesta região são críticos. Se a média na- cional de analfabetismo é de 19,4%, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodri- gues Alves, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, apresentam uma média de 48,05%. O número de crianças de 07 a 14 anos que não frequentam a escola, é significativamente grande, girando em torno de 44,8%, sendo que a média do Brasil é de 22,7%. Outros indicadores, como os que apresenta- remos a seguir, ilustram o quadro socioeconômico dos municípios da regional do Juruá: • Renda familiar média per capita em salários mínimos de 0,42%, enquanto no Estado do Acre é de 0,85% e no Brasil, de 1,31%; • Percentagem de pessoas com renda insuficiente de 78,68%; en- quanto no Estado do Acre é de 59,94% e no Brasil é de 45,46%; • População com abastecimento adequado de água de 15,6%, en- quanto no Estado do Acre é de 44,4% e no Brasil é de 83,9%; • Populaçãocom instalações adequadas de esgoto em torno de 21,6%, enquanto no Estado do Acre é de 32,8% e no Brasil é de 58,9%. Perfil socioeconômico e indicadores sociais da Regional do Ta- rauacá e Envira A Regional do Tarauacá e Envira, composta pelos municípios de Ta- rauacá, Feijó e Jordão, limita-se ao norte com Estado do Amazonas, ao sul com a República do Peru, ao leste com os municípios de Santa Rosa e Manuel Urbano e ao leste com os municípios de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Cruzeiro do Sul. Com área total 45.538,6 km2, representan- do 29,74% do território do Estado, tem uma população de 49.893 habitan- tes, com densidade de 1,10 hab./km2. Com baixa densidade demográfica, a Regional do Tarauacá e Envira, é a área com maior predominância de população indígena. A Regional do Tarauacá e Envira é tipicamente agroflorestal, com ra- zoável produção pecuária, porém com uma ação predatória conduzida simultaneamente por fazendeiros e grandes empresas rurais de extração de madeira. Devido ao isolamento por um período considerável durante o ano por falta de estradas ligando à capital, os municípios mantêm fortes relações comerciais com a Regional do Juruá. Os municípios da Regional dispõem de potencialidades para desenvol- ver a indústria da construção civil (cerâmica), industrialização e beneficia- mento de borracha e sobretudo, a indústria de transformação de madeira e movelaria. Quanto às suas potencialidades rurais, pode incrementar a agricultura e a pecuária, sobretudo para o consumo do mercado local, assim como as culturas de subsistência. Existe potencial para desenvolver agroindústrias de frutas tropicais, a piscicultura, além do extrativismo e manejo de madeiras, da borracha e copaíba, do açaí e outra frutas regio- nais. Quanto a outros indicadores sociais desta regional, observa-se que a esperança de vida ao nascer cai para 62 anos, a média do Estado, com uma taxa de mortalidade infantil de 59,81 da cada 1000 nascidos vivos. Com relação ao analfabetismo da população com mais 15 anos, os índices são alarmantes, representando 61%, enquanto que para todo o Estado, o número é 34,3% e no Brasil é de 19,4%. O número de crianças de 07 a 14 anos de idade que não frequenta a escola é de 44,8 nessa regional. Os demais indicadores apresentados a seguir, determinam outras ca- racterísticas dos povos que moram nos municípios da Regional do Taraua- cá e Envira: • Crianças entre 10 a 14 anos que trabalham, tem índice é de 7,5%, enquanto no Acre é de 8,4% e no Brasil, é de 8,6%; • Renda familiar média per capita em salários mínimos e 0,41%, en- quanto no Estado do Acre é de 0,85% e no Brasil, é de 1,31%; • Percentagem de pessoas com renda insuficiente é de 81,96%, en- quanto no Estado do Acre é de 59,94% e no Brasil, é de 45,46%; • População com abastecimento adequado de água em torno de 23,1%, enquanto no Estado do Acre é de 44,4% e no Brasil, é de 83,9%; • População com instalações adequadas de esgoto de 21,6%, en- quanto no Estado do Acre é de 32,8% e no Brasil, é de 58,9%. Perfil socioeconômico e indicadores sociais da Regional do Purus A Regional do Purus, composta pelos municípios de Manuel Urbano, Sena Madureira e Santa Rosa do Purus, limita-se ao norte com o Estado do Amazonas, ao sul com o município de Assis Brasil, a leste com os municí- pios de Assis Brasil, Brasileia, Xapuri, Rio Branco e Bujari e a oeste com a República do Peru e o município de Feijó. Ocupando uma área de 40.823,6 km2, a regional participa com 26,66% do território do Estado. Tem uma população 30.254 habitantes, com uma densidade demográfica de 0,74 (hab./km2), uma das menores de todo o Estado. Conta também, com a presença de populações indígenas de várias etnias. Por serem tipicamente florestal, extrativistas é com razoável produção pecuária, os municípios apresentam um quadro de desenvolvimento e exploração diferente dos demais. Um dos municípios da Regional, o de Sena Madureira, tem sofrido com a ação predatória da exploração madei- APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 9 reira. Foram realizadas várias apreensões de madeiras nobres, principal- mente do mogno, extraídas ilegalmente da região. Nessa atividade de exploração, são registrados casos de trabalhos forçados, caracterizando a existência de semiescravidão na Regional. A Regional apresenta hoje um baixo nível de emprego e renda. Porém, mesmo com as potencialidades naturais, a deficiência energética acentua- da compromete o seu desenvolvimento econômico. Exceto Sena Madurei- ra, os demais municípios da Regional sofrem com o isolamento em período considerável do ano por vias terrestres, sendo que o município de Santa Rosa não possui ligação terrestre. O deslocamento por via fluvial demora cerca de oito dias do município mais próximo. Quanto às potencialidades da Regional do Purus, por ter uma grande mancha de madeiras nobres em sua vegetação, pode desenvolver a indús- tria da transformação de madeiras e movelaria. Apresenta também potenci- alidades para o desenvolvimento da indústria cerâmica, a indústria pesquei- ra, a pecuária e seus derivados, a indústria de beneficiamento e artefatos de borracha e agroindústrias. Possui também características importantes para o desenvolvimento da agricultura e pecuária para o consumo interno e de subsistência e pecuária de corte, a piscicultura, mas sobretudo, a produ- ção agroflorestal, extração e manejo de madeira, borracha e castanha da Amazônia. Com relação aos indicadores sociais, os municípios da Regional do Pu- rus, vêm apresentando índices drásticos de mortalidade infantil, chegando a casa dos 62,10 de cada 1000 nascidos vivos. Apresenta uma taxa de analfabetismo de 56,2% de sua população acima dos 15 anos de idade. Outro índice preocupante é o das crianças de 07 a 14 anos de idade que não frequentam a escola, que atinge mais da metade da população nesta faixa etária representando cerca de 52,4%. Os indicadores que se seguem, demonstram com maior propriedade a realidade socioeconômica dos municípios da Regional do Purus: • Crianças entre 10 a 14 anos que trabalham, com índice de 4,7%, enquanto no Estado do Acre é de 8,4% e no Brasil, é de 8,6%; • Renda familiar média per capita em salários mínimos de 0,43%, enquanto no Estado Acre é de 0,85% e no Brasil, é de 1,31%; • Percentagem de pessoas com renda insuficiente é de 80,0%, en- quanto no Estado do Acre é de 59,94% e no Brasil, é de 45,46%; • População com abastecimento adequado de água é de 20,3%, en- quanto no Estado do Acre é de 44,4% e no Brasil de 83,9%; • A população com instalações adequadas de esgoto é de 14,2%, enquanto no Estado do Acre é de 32,8% e no Brasil, é de 58,9%. Perfil socioeconômico e indicadores sociais da Regional do Alto Acre A Regional do Alto Acre, composta pelos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri, limita-se ao norte com os municípios de Rio Branco e Acrelândia, ao sul com as Repúblicas da Bolívia e Peru, ao leste com a República da Bolívia e a oeste com a República do Peru e o município de Sena Madureira. Os municípios da regional ocupam um espaço de 13.623,5 km2, participando com 8,89% do território do Estado. Sua população de 38.845 habitantes, apresentam uma densidade demográ- fica de 2,85 (hab./km2). A base econômica da Regional do Alto Acre, é o extrativismo com pre- dominância do corte de seringa e a coleta da castanha. Com razoável produção pecuária, sobretudo com o gado bovino, a regional apresenta uma característica peculiar, o da atuação predatória conduzida, de um lado, por fazendeiros e, de outro, o movimento sindical e de seringueiros nos "empates" para impedir esta ação, causando uma efervescência de confli- tos sociais rurais. Por ser uma região fronteiriça,a regional apresenta um forte fluxo mi- gratório, com o êxodo além fronteira, além da existência das Zonas de Livre Comércio, ainda por implantação definitiva e um intercâmbio econômico e social fortalecido com o Peru e a Bolívia. Os municípios da Regional apresentam organização e potencialidade para desenvolver a indústria de beneficiamento e transformação de madei- ra, indústria da pecuária de leite e de corte e seus derivados, a agricultura, indústria e beneficiamento da borracha e da castanha, agroindústrias, piscicultura, fruticultura e avicultura. Sua característica, apresenta potencia- lidades para a indústria do turismo, mas sobretudo, para o desenvolvimento sustentável com a extração e manejo de madeiras, castanha e borracha. Quanto aos seus indicadores sociais, a Regional apresenta um quadro de aberrações. De cada 1000 crianças nascidas vivas, morrem cerca de 67,0 fazendo ser a segunda maior taxa de mortalidade infantil de todo o Estado. Porém, sofre uma discreta queda nos índices de analfabetismo entre a população acima dos 15 anos, ficando entorno de 37,8%, e de crianças de 07 a 14 anos de idade fora da escola, o índice passa a ser de 38,7%. Outros indicadores sociais demonstram a realidade das pessoas que vivem nos municípios da Regional do Alto Acre: • Índice de crianças entre 10 a 14 anos que trabalham é de 9,9%, enquanto no Estado do Acre é 8,4% e no Brasil, é de 8,6%; • Renda familiar média per capita em salários mínimos de 0,59%, enquanto no Estado do Acre é de 0,85% e no Brasil, é de 1,31%; • Percentagem de pessoas com renda insuficiente de 65,10%, maior que a do Estado, que apresenta índice de 59,94% e no Brasil, é de 45,46%; • População com abastecimento adequado de água é de 38,9%, en- quanto no Estado é de 44,4% e no Brasil, de 83,9%; • População com instalações adequadas de esgoto é somente de 17,26%, enquanto no Estado o número já sobe para 32,8% e no Brasil, é de 58,9%. Perfil socioeconômico e indicadores sociais da Regional do Baixo Acre A Regional do Baixo Acre, composta pelos municípios de Acrelândia, Senador Guiomard, Plácido de Castro, Capixaba, Porto Acre, Bujari e Rio Branco, a capital do Estado, limita-se ao norte com o Estado do Amazonas, ao sul com a República da Bolívia e o município de Xapuri, ao leste com a república da Bolívia e ao oeste com o município de Sena Madureira. Seu território de 23.479,0 km2 participa de 15,33% da área territorial do Estado. Com uma população de 276.888 habitantes, mais da metade da população do Estado, apresenta por conseguinte a maior densidade demográfica, correspondendo a 11,79 (hab./km2). Comparando com as demais regionais, a Regional do Baixo Acre, tem alta densidade populacional. Caracteriza-se, por ter uma maior concentração de infraestrutura do Estado, com eixo rodoviário trafegável permanentemente ligando aos demais Estados do Centro-Sul do País, o que possibilita relações comerci- ais com os mesmos, sendo portanto, o primeiro contato direto com a frente de expansão de Rondônia e outros estados. São nesses municípios, principalmente Rio Branco, capital do Estado, por ser mais populoso, é que tem maior concentração de bolsões de misé- ria e de problemas sociais urbanos. Apesar destas condições aparentemente favoráveis, os municípios da regional apresentam baixo nível de geração de emprego e renda, com indústria e comércio parcos e sem capacidade de empregabilidade, sendo por conseguinte, o Estado o maior empregador. Os municípios são tipicamente agroflorestais, com boa produção pecu- ária e maior produção de agricultura no Estado. Apresenta concentração de grandes áreas antropizadas. A maior concentração de projetos de colonização do Estado, inclusive com a existência de "cidade-polo", para conter especialmente a migração do interior e retorno do homem ao meio rural e experiências diferenciada do uso social da floresta, são características dos municípios dessa regional. Apresentam um potencial para o desenvolvimento de atividades produ- tivas da indústria da transformação da madeira e movelaria, indústria da pecuária de corte e leite e seus derivados, indústria da construção civil, agroindústrias, indústria da confecção, serviço de apoio ao turismo, a piscicultura e a industrialização e transformação do pescado, indústria de APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 10 artefatos de borrachas, indústria cerâmica. Pode desenvolver ainda a criação de pequenos e médios animais, sistemas agroflorestais, hortifruti- grangeiros, agricultura, a extração e manejo de madeiras, borracha e castanha. Com relação a seus indicadores sociais, a regional do Baixo Rio Acre, apresenta o maior índice de mortalidade infantil de todo o Estado, chegan- do a 68,12 de cada 1000 nascidos vivos. A taxa de analfabetismo, diferente das demais regionais, já tem níveis mais baixos, de 31,0% entre a popula- ção acima de 15 anos. O índice de crianças de 07 a 14 anos de idade que não frequentam a escola é de 33,9%, sendo que a média do Estado, é de 37,3% e no Brasil é de 22,7%. Outros indicadores sociais a seguir, apontam a realidade dura vivida pelos moradores dos municípios que compõem a Regional do Baixo Acre: • Crianças entre 10 a 14 anos que trabalham tem índice de 9,4%, superior ao do Estado, que é de 8,4% e do Brasil, de 8,6%; • Renda familiar média per capita em salários mínimos é de 0,80%, enquanto no Estado a renda fica em 0,85% e no Brasil, é de 1,31%; • Percentagem de pessoas com renda insuficiente é de 59,24%, pouco abaixo do Estado, que é de 59,94% e do Brasil, de 45,46%; • População com abastecimento adequado de água é de 39,1%, en- quanto no Estado é de 44,4% e no Brasil, é de 83,9%; • População com instalações adequadas de esgoto é somente 24,2%, número bem inferior ao do Estado que é de 32,8% e do Brasil, de 58,9%. Indicadores sociais das áreas de abrangência da Agenda Social Frente ao conjunto de necessidades e demandas sociais de todo o Es- tado apresentadas no primeiro encontro da Agenda Social, foram eleitos os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves – Regional do Juruá, os municípios de Tarauacá, Jordão e Feijó – Regional de Taraua- cá e Envira, os municípios de Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa – Regional do Purus, os municípios de Brasileia, Assis Brasil, Epita- ciolândia e Xapuri – Regional do Alto Acre e, os municípios de Rio Branco, Capixaba, Acrelândia e Porto Acre – Regional do Baixo Acre, totalizando 16 (dezesseis) municípios nesta primeira fase de implementação dos subpro- gramas da Agenda Social. Com a visita da equipe multidisciplinar, formada por técnicos de Secre- tarias do Estado, como uma preparação inicial para o desenvolvimento das ações integradas, foram identificadas as áreas com maior concentração de pobreza e, por consequência, a maior concentração de problemas sociais, sem infra-estrutura urbana e condições de habitabilidade em cada municí- pio. Nesta visita, com a participação de grupos da comunidade local, foram aplicados questionários de levantamento socioeconômico e levantamento de demandas específicas que caracterizam cada comunidade. Foi um olhar crítico sob a realidade vivenciada por inúmeras famílias pobres de nosso Estado e diagnóstico de suas necessidades imediatas. Este insumo valeu para a formulação de projetos e propostas de intervenção governamental aqui apresentadas. Com base no levantamento realizado in loco, foi identificado uma dis- paridade no nível de emprego e renda de cada comunidade. Há comunida- des que apenas 4% da sua população está trabalhando atualmente, fazen- do com que a renda média familiar fique em torno de R$ 56,00 (cinquenta e seis reais) enquanto a comunidade com maior número de pessoascom ocupação remunerada é de aproximadamente 54%, porém apresentando uma renda média de R$ 86,00 (oitenta e seis reais). A maioria das pessoas economicamente ativas da comunidade, tem em sua ocupação, uma ligação estreita com as atividades do campo, sendo agricultores ou diaristas. Na terceira categoria de ocupação. Encontram-se as empregadas domésticas, acompanhadas do trabalho no setor informal. O quadro relativo a escolaridade apresenta a média de pessoas com 2o grau igual a 3%, 1o grau com 12%, primário com 40% e analfabetos com 20%. Visualiza-se aí um elevado grau de pessoas sem formação escolar, dificultando inclusive a implementação de programas de geração de em- prego e renda na própria comunidade. A média de membros na família é de 5 pessoas. São cerca de 20%, famílias monoparentais chefiadas por mulheres. Com relação à composição familiar, vale a pena ilustrar que, só no bairro União, no município de Acre- lândia, em 123 famílias haviam 110 crianças na faixa etária de 0 a 6 anos de idade. Por termos uma população muito jovem, cujos índices segundo o IBGE são: de 26,61% da população entre 0 a 9 anos; 25,68% entre 10 a 19 anos; 17,51% entre 20 a 29 anos; 12,03% entre 30 a 39 anos; 8,02% entre 40 a 49 anos; 6,40% entre 50 a 64 anos e; 3,73% acima de 65 anos, a composição familiar apresenta um índice baixo de pessoas na faixa de idade economicamente ativa, girando em torno dos 45%, se deixarmos de fora, os jovens abaixo de 19 anos de idade. No levantamento in loco, foi constatado que nas áreas de maior con- centração de pobreza, cerca de 20% das famílias têm membro portador de necessidades especiais. Com relação às condições de moradias, observa-se que as residências são em sua maioria de madeira bruta, de dois cômodos (sala e cozinha), medindo em média 24m2, cerca de 90% precisam de benfeitorias, sejam de material para ampliação/reforma para atender as necessidades familiares, ou do oferecimento de unidade sanitária, para garantir a higienização necessária para o habitat, principalmente das crianças. Cerca de 90% das residências não dispõem sanitários, obrigando-os a utilizarem fossas ne- gras ou às margens de rios e igarapés, para as necessidades fisiológicas. A maioria das comunidades não dispõem do fornecimento de água tra- tada, utilizando para o consumo água proveniente de poços, água de nascentes, igarapés e rios, geralmente contaminadas pela inexistência de unidades sanitárias, ou tratamento domiciliar de efluente líquidos e resíduos sólidos. Outro fator que influencia na baixa qualidade ambiental nas comu- nidades, é a falta de coleta e destinação adequado do lixo, cuja média de 35% das famílias queimam o lixo, 55% jogam em terreno baldio, 32% jogam à margem de igarapés ou rios, e o restante das famílias não informaram. Com relação à água servida, cerca de 90% são jogadas em valas a céu aberto nas ruas, ou são destinadas aos rios e igarapés próximos das co- munidades. Esse quadro, não se constitui por si só, e, menos ainda, se acaba nele mesmo. Traz consigo sequelas de risco pessoal e social infinitamente grandes dentro da comunidade e seio familiar. É a desagregação familiar presente na comunidade e a violência doméstica; os índices de gravidez na adolescência, prostituição de adolescentes aliada à promiscuidade; níveis crescentes de alcoolismo entre a população adulta e jovem, além da droga- dição; baixo aproveitamento escolar, desistência e repetência por vários fatores, inclusive pelo agravo da desnutrição em consequência da pouca alimentação, dentre outros. Em fim, a gama de problemas apresentados, não pode continuar existindo na comunidade, criando obstáculos para o desenvolvimento social do Estado como um todo. Devido à falta de infraestrutura urbana e de equipamentos públicos na maioria dos municípios acreanos, a população não tem acesso à maioria dos serviços legalmente estabelecidos como direito básico do cidadão. Assim, para atingirmos a diversidade das necessidades levantadas nas comunidades, a pluralidade de sujeitos, de anseios e querência popular, foram definidos como campo de ação, um conjunto de 06 (seis) subprogra- mas (Educação e Convivência, Saúde e Saneamento, Habitação, Seguran- ça Pública e Cidadania, Geração de Emprego e Renda com a expectativa de gerar mudanças substancias nos indicadores sociais hoje verificados. A AGENDA SOCIAL NO CONTEXTO A prática dos movimentos sociais e populares locais, tem sido, ao lon- go dos anos, de promover o diálogo entre a sociedade civil e o Estado, como forma de se resolver problemas sociais, que afetam a sociedade. O objetivo do atual Governo, é dar um passo bem maior. Além do envolvimen- to dos vários seguimentos sociais na formulação de políticas públicas coerentes, buscar-se-á o envolvimento de parceiros nas administrações municipais e os vários setores do próprio Estado. A intervenção governamental deve, acima de tudo, ser integrada, tendo o envolvimento de todas as secretarias. Também ser articuladas com entidades representativas da sociedade civil, envolvendo a comunidade local beneficiária das decisões e processo de implementação. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos História e Geografia do Acre A Opção Certa Para a Sua Realização 11 Essa é a visão e a necessidade da Agenda Social, que busca dar res- postas com a participação integrada ao conjunto das necessidades verifica- das nas áreas de extrema pobreza. A ação coletiva busca a geração de impactos na realidade local, produzindo mudanças substanciais nos indica- dores sociais. Enquanto as crianças de 0 a 6 anos de idade, participam de atividades de educação infantil na própria comunidade, desenvolvidas pela Prefeitura do Município em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e a Secretaria Estadual de Cidadania, do Trabalho e Assistência Social, sua mãe e seus irmãos, participam de um conjunto de atividades multidisciplina- res voltados para cada faixa etária ou clientela. As atividades multidiscipli- nares terão a participação de demais órgãos do Governo, das administra- ções municipais e de entidades da comunidade. Neste contexto, a Agenda passa a ser a conjugação de esforços e a- ções integradas da equipe de governo, buscando parcerias com as admi- nistrações municipais e os setores da sociedade organizada, para mudan- ças substanciais na realidade de mulheres e homens, crianças, adolescen- tes, jovens, idosos e portadores de necessidades especiais. Os subprogramas então compostos por um conjunto de projetos dire- cionados para 16 comunidades ao mesmo tempo, com necessidades parecidas, porém com anseios diferentes. Será um importante processo que realizará alterações significativas na qualidade de vida das pessoas, proporcionando, acima de tudo, o desenvolvimento local integrado, humano e sustentável do Estado do Acre. Metodologia A Agenda Social Para o Acre, utilizando-se metodologicamente do princípio participativo, teve sua formulação iniciada através do levantamen- to de demandas e prioridades socioeconômicas para a população do Esta- do, com a participação de representantes da sociedade civil e de órgãos governamentais federais, estaduais e municipais. O estabelecimento desta parceria desde o princípio da concepção da Agenda, consubstancia inclusive sua própria execução. Pensar coletiva- mente e executar através de parcerias as ações propostas, para produzir maior impacto na realidade e mudar os indicadores sociais, de forma que gere na comunidade um processo de desenvolvimento humano e sustentá- vel, é o elemento constitutivo da Agenda que interage e a transforma, conforme o ambiente e a realidade local. Definido melhor a forma de intervenção através de processos participa- tivos, interativos e integrativos com a prática social, a Agenda se utiliza como estratégias de ação a sensibilização,
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