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DIREITO TRIBUTÁRIO

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Isabela Silva 
DIREITO TRIBUTÁRIO – TEORIA GERAL: 
Doutrina base: MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Tributário. 2018. 
 
❖ NOÇÕES GERAIS: 
 
➢ Existe divergência na doutrina quanto ao conceito de Direito Tributário, embora 
haja pontos de contato entre as diversas conceituações, cada autor escolhe certos elementos que 
considera mais significativo, vejamos nos exemplos conceituais a seguir; 
➢ Rubens Gomes de Souza, conceitua: “Direito tributário é o ramo do direito 
público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes de 
atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao 
conceito de tributos.” 
→Normas de direito público devem ser interpretadas de forma a favorecer a coletividade; → 
todos os princípios do ramo do direito público servem para limitar a atuação do Estado; 
➢ Ricardo Lobo Torres, através de uma conceituação objetivo-funcional voltada 
para as atividades estatais, conceitua: “Direito tributário é o conjunto de normas e princípios 
que regulam a atividade financeira relacionada a instituição e cobrança de tributos: 
impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios.”; → este último por exemplo para 
guerra; 
 
❖ CONSIDERAÇÕES SOBRE NÚCLEOS CONCEITUAIS: 
 
➢ a) “atividade financeira para a obtenção de receitas”: O Direito Tributário 
estuda a disciplina normativa de atividades estatais cuja finalidade precípua é a captação de 
recursos (receitas) para o custeio do Estado. Por essa razão as regras tributárias aproximam-
se da fronteira com o Direito Financeiro, ramo do direito público voltado à análise do regime 
jurídico das receitas e despesas do Estado, assim, quando o dinheiro do contribuinte ingressa 
nos cofres públicos termina o Direito Tributário e começa o Direito Financeiro; 
➢ b) “limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão”: o papel fundamental 
desempenhado pelo Direito Tributário é o de regrar as atividades fiscais, estabelecendo 
restrições ao poder de cobrar tributos como forma de proteger os direitos do contribuinte; 
desse modo, apresenta-se como limitador do poder tributante e garantidor dos direitos do 
contribuinte; 
Isabela Silva 
➢ c) “instituição e cobrança de tributos”: o objeto do Direito Tributário é a 
disciplina jurídica de três atividades estatais interligadas, a saber: 1) a instituição de tributos; 
2) a cobrança de tributos; 3) a fiscalização do pagamento tributos; → esses podem ser 
delegados (competência material); 
➢ d) “ramo didaticamente autônomo”: Não é uma autonomia cientifica, mas 
meramente didática na medida em que as fronteiras entre o Direito Tributário e os demais ramos 
são definidas segundo critérios de simples conveniência para melhor compreensão do 
ordenamento; 
➢ e) “disciplina jurídica dos tributos”: constitui um ramo jurídico integralmente 
constituído em torno de um único instituto – o tributo; 
➢ Alexandre Mazza, conceitua o Direito Tributário como “o ramo do direito 
público que estuda os princípios e normas disciplinadores do exercício das atividades de 
instituição, cobrança e fiscalização.” 
➢ O Doutrinador divide o referido conceito em três partes fundamentais, vejamos: 
➢ a) “ramo do direito público”: o Direito Tributário é classificado como ramo do 
direito público por estudar atividades estatais; 
➢ b) “estuda princípios e normas”: significa dizer que existem dois tipos de regras 
jurídicas pertencentes ao Direito Tributário: 1) princípios: regras gerais que veiculam valores 
essenciais do sistema jurídico; 2) normas: regras específicas que disciplinam determinados 
comportamentos; 
➢ c) “disciplinadores do exercício das atividades de instituição, cobrança e 
fiscalização de tributos”: essas são as três atividades estatais que compõem o campo específico 
de interesse do Direito Tributário; 
 
❖ NATUREZA JURÍDICA OU TAXONOMIA: 
 
➢ Como já afirmado, o Direito Tributário classifica-se como ramo do direito 
público na medida em que as três atividades que pertencem ao seu objeto de estudos (criação, 
cobrança e fiscalização de tributos) são atividades que o ordenamento jurídico brasileiro define 
como próprias do Estado; 
➢ Do mesmo modo, por estabelecer uma disciplina de natureza substancial, e não 
adjetiva ou formal, o Direito Tributário é ramo do direito material; 
➢ Conforme a doutrina de Bernardo Ribeiro, o Direito Tributário apresenta-se 
como um ordenamento de direito obrigacional, vez que se estrutura a partir da ideia de uma 
Isabela Silva 
relação jurídica obrigacional ligando o Fisco e o contribuinte; → É pago direta ou 
indiretamente, mas é pago; 
➢ - Por fim, a jurisprudência pátria frequentemente refere-se ao Direito Tributário 
como um direito comum, no sentido de ser um ramo aplicável a generalidade das pessoas, e 
não um ramo especial ou excepcional; 
➢ - Conclui-se que o Direito Tributário possui quádrupla natureza jurídica: a) 
direito público; b) direito material; c) direito obrigacional e d) direito comum; 
 
❖ FINALIDADES DO DIREITO TRIBUTÁRIO: 
 
➢ Ao contrário do tributo, cuja razão de existir é propiciar a obtenção de recursos 
financeiros para o custeio do Estado, a finalidade do Direito Tributário é delimitar o poder de 
tributar evitando abusos no exercício das atividades do Fisco em prejuízo dos contribuintes; 
 
❖ CONCEITO DE ESTADO FISCAL: 
 
➢ Na história da formação do Estado Moderno, o denominado “Estado Fiscal” 
ou “Estado Tributário” sucedeu ao chamado Estado Patrimonial (século XVI), 
caracterizado por gerar sua própria riqueza, e posteriormente substituiu também o Estado 
de Polícia (Século XVIII), este último marcado pela ação intervencionista sobre a economia; 
➢ O Estado Fiscal, nascido a partir do século XVIII e cujo modelo hoje evoluiu 
para o “Estado Fiscal Social”, tem como características fundamental ser financiado 
essencialmente por meio de tributos, ou seja, os particulares são a fonte originária de 
riqueza, e não o próprio Estado; → A principal diferença é que no Estado Fiscal havia o 
objetivo apenas de fazer a arrecadação de receitas e aplicar igualitariamente, não havia 
preocupação, por exemplo, com o nível de desenvolvimento das regiões; o foco passa a ser a 
distribuição equânime, ao menos em teoria. 
*Zona franca de Manaus → estímulo do Estado Fiscal Social na forma de isenção de impostos 
para que empresas se instalem na região e a desenvolvam economicamente. 
 
❖ DIREITO TRIBUTÁRIO X DIREITO FINANCEIRO: 
Isabela Silva 
 
 
❖ AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO: 
 
➢ Algumas considerações servem como premissas inquestionáveis para 
responder perguntas sobre o tema em provas e concursos públicos: 
➢ a) o Direito tributário goza de autonomia didática frente aos demais ramos 
jurídicos; 
➢ b) a autonomia do Direito Tributário é sempre relativa, e não absoluta, na 
medida em que o ramo está interligado com diversas outras disciplinas jurídicas; 
➢ c) o Direito Tributário possui princípios específicos e normas próprias, 
tornando-se uma disciplina especializada em relação a outros ramos jurídicos; 
 
❖ OBJETO DO DIREITO TRIBUTÁRIO: 
➢ A doutrina faz a partição do objeto do Direito Tributário em objeto imediato e 
objeto mediato; 
➢ O objeto imediato do Direito Tributário é o conjunto de princípios e normas 
que disciplinam a atuação do Fisco; 
➢ Enquanto o objeto mediato do Direito Tributário são as atividades de 
instituição, cobrança e fiscalização de tributos, a seguir analisadas: 
Isabela Silva 
➢ a) Instituição de tributo: instituir ou criar um tributo é atividade exercida em 
caráter exclusivo e indelegável pelo Poder Legislativo consistente na definição, por meio de 
lei, de todos os cincos aspectos da hipótese de incidência tributária (H.I.) a saber: 
1) aspecto material (fato gerador); → o que gera a cobrança de determinado tributo; ex.: ter a 
propriedade de veículo gera cobrança de IPVA; 
2) aspecto pessoal (credor e devedor); → o proprietáriodo carro; 
3) aspecto temporal (momento de ocorrência de fato gerador); → IPVA leva em consideração 
o período anual, incide a partir do dia 01/01 do ano; (a mesma coisa o IPTU); 
4) aspecto espacial ou territorial (local da ocorrência do fato gerador); →ex.: ISS: paga o ISS 
do município em que está prestando o serviço, ex.: daqui de SAJ presta serviço para um cliente 
em MG, paga o ISS daqui; 
5) aspecto quantitativo (valor devido); → Base cálculo (valor do bem: tabela fip, valor venal...) 
x alíquota (%), ex: imóvel no valor de 100mil x 1,5% da alíquota do IPTU = 1.500 (alíquota 
máxima do IPTU pode chegar a 15% nos casos de IPTU progressivo, previsto no Estatuto da 
Cidade, geralmente imposto por descumprimento de obrigação); 
 
Materialmente a aptidão para instituir tributo manifesta-se por meio de uma função legislativa 
e recebe o nome de competência tributária; 
➢ Inclui-se também na “instituição de tributo” a competência para majorar, reduzir 
e extinguir o tributo, as quais em princípio são igualmente exclusivas do Poder Legislativo; 
➢ Exceções ao princípio da legalidade: O art. 153, §1º, da CF, admite a 
modificação da alíquota de quatro impostos federais por meio de ato do Poder Executivo: a) 
Imposto de Importação (II), b) Imposto de Exportação (IE), c) Impostos sobre Operações 
Financeiras (IOF) e d) Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI). Além dessas hipóteses a 
CF ainda prevê a modificação de alíquotas por ato do Executivo para os casos do 
ICMS/combustíveis (art. 155, §4º, IV, “c” e da CIDE/combustíveis (art. 177, §4º, “b”); 
➢ OBS: Não é admitida a delegação entre entidades federativas da competência 
para criar tributos, assim a competência tributária é indelegável; 
➢ Portanto, a instituição de tributo é atividade exclusiva do Poder Legislativo e 
indelegável a outros poderes estatais ou a entidades federativas diversas ou a particulares; 
➢ b) Cobrança de tributo: é atividade materialmente administrativa exercida 
no âmbito do Poder Executivo ou, na linguagem utilizada pelo CTN da “Administração 
Tributária”, consistente na realização do devido processo legal para a arrecadação de tributos; 
Isabela Silva 
➢ ATENÇÃO: A competência para criar tributos é indelegável, mas admite-se 
delegação, por meio de lei, DA CAPACIDADE PARA COBRAR TRIBUTOS. É a chamada 
“parafiscalidade”, disciplinada no art. 7º do CTN; 
➢ A delegação da atividade administrativa de cobrar tributos pode favorecer outras 
pessoas federativas ou até pessoas jurídicas de direito privado, como Sindicatos e Conselhos de 
Classe; 
➢ Ao delegar a capacidade de cobrança de tributo permite-se também a aplicação 
dos recursos arrecadados nas finalidades institucionais da entidade delegada; 
➢ c) Fiscalização do tributo: constitui outra atividade de natureza 
administrativa exercida pelo Poder Executivo (Administração Tributária) e que se 
manifesta por meio de atos de polícia (atos administrativos de fiscalização) tendentes a 
estimular o contribuinte a pagar o tributo.

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