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Governança Corporativa Unidade 3

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GOVERNANÇA 
CORPORATIVA
Jéfferson Colombo
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147
G721 Governança Corporativa [recurso eletrônico] / Giancarlo 
 Giacomelli... [et al.] ; [revisão técnica: Gisele Lozada]. – 
 Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 
 Editado também como livro impresso em 2017.
 ISBN 978-85-9502-169-3
 1. Governança. 2. Administração pública. I. Giacomelli, 
 Giancarlo. 
CDU 336.773
Prestação de contas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o propósito da prestação de contas.
 � Reconhecer a legislação que regulamenta a prestação de contas no 
setor público.
 � Analisar os requisitos necessários para que ocorra a prestação de 
contas.
Introdução
A prestação de contas é um dos pilares básicos de sustentação da gover-
nança corporativa. Ela é uma ferramenta essencial para o monitoramento 
das atividades desenvolvidas pelos agentes de governança, permitindo 
às partes interessadas avaliar os atos – e também as eventuais omissões 
– dos gestores. Prestar contas é, portanto, uma prática de governança 
indispensável às organizações, que permite um alinhamento de inte-
resses permanente entre aqueles que estão dentro e fora do ambiente 
organizacional.
O dever de prestar contas é importante tanto na administração pública 
quanto na iniciativa privada. No setor público, a prestação de contas 
representa uma obrigação constitucional de todos os indivíduos que 
tiveram arrecadação e dos que administram ou têm por responsabilidade 
a gestão de dinheiro, bens e valores públicos. No setor privado, é um 
instrumento de responsabilização de gestores por seus atos e omissões, 
fazendo com que atuem de maneira responsável e diligente no âmbito 
de seus papéis. O dever de prestar contas por si só gera um incentivo 
para que as ações dos gestores estejam alinhadas com as expectativas 
dos demais agentes.
Neste texto, você vai estudar o propósito de prestar contas e vai co-
nhecer a legislação que baliza as ações de prestação de contas no setor 
público e que gera transparência aos contribuintes. Por último, você vai 
conhecer os requisitos para a efetiva prestação de contas.
Qual é o propósito de prestar contas?
A prestação de contas, também conhecida como accountability, termo análogo 
em língua inglesa, é um dos pilares básicos de qualquer sistema eficaz de 
governança corporativa, tanto no setor público quanto no setor privado (Figura 
1). O ato de prestar contas no ambiente organizacional é de responsabilidade 
dos agentes de governança, que devem fazê-lo de modo claro, conciso, com-
preensível e tempestivo (INSTITUTO..., 2015). É importante salientar que 
os responsáveis pela prestação de contas devem assumir integralmente as 
consequências não apenas de seus atos, mas também de suas omissões, dentro 
das atribuições e competências que seus cargos lhe conferem. Um dos propó-
sitos da prestação de contas é, portanto, alinhar interesses entre as diversas 
partes interessadas, nos ambientes interno e externo de uma organização, em 
conjunto com outros mecanismos de governança.
Figura 1. A prestação de contas é prática importante nos setores público e privado.
Fonte: PORTRAIT IMAGES ASIA BY NONWARIT/Shutterstock.com
Prestação de contas252
Você sabe quem são os agentes de governança?
Indivíduos e órgãos envolvidos no sistema de governança, como sócios, administra-
dores, conselheiros fiscais, auditores, conselho de administração, conselho fiscal, etc. 
(INSTITUTO..., 2015).
Sob uma perspectiva teórica, a necessidade de prestar contas advém de 
interesses potencialmente conflitantes entre agentes dentro de uma organização 
(ASSAF NETO, 2017). Por exemplo, nas modernas corporações, a separação 
entre propriedade e administração abre espaço para o seguinte questionamento: 
será que os administradores (isto é, aqueles que administram a organização) 
estão tomando decisões que atendam aos interesses dos proprietários (sócios 
ou acionistas)? Ou será que os administradores estão atuando no sentido de 
maximizar seu próprio bem-estar, otimizando a sua renda esperada e mini-
mizando o risco de serem desligados da empresa? Essas perguntas, centrais 
no debate sobre o papel da governança corporativa nas organizações, expõem 
a necessidade de os agentes com participação ativa no processo decisório das 
empresas prestarem contas de suas atividades, arcando com as consequências 
de seus atos e omissões.
É na assembleia geral de acionistas, ou na reunião de sócios (dependendo da natureza 
jurídica da empresa), que ocorre um momento relevante de prestação de contas e 
exercício de transparência pela administração (INSTITUTO..., 2015). 
No caso das unidades da administração pública, em que a parte benefi-
ciada pela prestação de contas é o próprio contribuinte, há algumas nuances 
importantes. Conforme a Constituição Federal (Art. 70, parágrafo único), 
“prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que 
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores 
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária”. Além de ser prevista constitucionalmente, a 
253Prestação de contas
prestação de contas representa um dos pilares da governança corporativa, como 
já mencionado, tanto na gestão pública quanto na privada, caracterizando-se 
como um instrumento fundamental da democracia, indispensável ao controle 
social da gestão dos recursos públicos (CARREIRO, 2014). Especificamente 
no que concerne à administração pública, a definição de metas e a avaliação 
dos gestores responsáveis são instrumentos indispensáveis para os cidadãos 
monitorarem o uso dos recursos públicos. Eventuais ajustes no sistema de 
governança podem ser feitos após a análise cuidadosa da atuação de cada 
agente, tendo em vista seus direitos e deveres e o exercício de suas funções de 
maneira independente, diligente e proativa. Na próxima seção, você verá mais 
detalhes sobre os princípios constitucionais e a legislação que regulamenta a 
prestação de contas no setor público.
Já no setor privado, embora não exista previsão constitucional para tal, 
a prestação de contas é um dos aspectos de governança corporativa mais 
importantes para as organizações. Segundo o IBGC (INSTITUTO..., 2016), 
a prestação de contas é um dos princípios básicos de um sistema eficaz de 
governança corporativa, junto com a transparência, a equidade e a respon-
sabilidade corporativa. Com a separação clara dos papéis entre os atores do 
processo de governança – proprietários, conselheiros e gestores –, prestar 
contas é uma forma de reduzir o grau de assimetria de informação existente 
entre esses atores, permitindo um monitoramento continuado das ações de 
cada um deles.
Um dos marcos históricos da governança corporativa, a lei Sarbanes-Oxley, 
teve como foco exatamente a prestação de contas (ROSSETTI; ANDRADE, 
2014). Segundo o documento, o diretor executivo (CEO, na sigla equivalente 
em língua inglesa) e o diretor financeiro (CFO), na divulgação dos relatórios 
periódicos previstos em lei, devem certificar-se de que:
 � revisaram os relatórios e não existem falsas declarações ou omissões 
de fatores relevantes;
 � as demonstrações financeiras revelam com exatidão a posição finan-
ceira, os resultados das operações e os fluxos de caixa;
 � divulgaram aos auditores e ao comitê de auditoria todas as deficiências 
significativas que eventualmente existam nos controles internos, bem 
como quaisquer fraudes evidenciadas, ou mudanças significativas 
ocorridas após a sua avaliação;
 � têm responsabilidade pelo estabelecimento de controles internos, pelos 
seus desenhos e processos e pela avaliação e monitoramento de sua 
eficácia.
Prestação de contas254
A prestação de contas é,portanto, um aspecto de governança corporativa 
essencial nas empresas privadas, independentemente do tamanho, da natureza 
jurídica ou da estrutura de controle. Nas pequenas empresas, por exemplo, 
a prestação de contas, mesmo que não aconteça com a mesma formalidade 
que ocorre nas grandes empresas, é um instrumento que cria incentivos para 
que os gestores atuem de maneira responsável e diligente, beneficiando os 
proprietários e visando a continuidade e a perenidade da empresa.
Um exemplo da importância e do propósito de prestar contas ocorre na avaliação do 
cumprimento das metas de uma determinada organização. É somente por meio da 
avaliação de desempenho de cada agente de governança e de sua respectiva prestação 
de contas que os sócios e demais partes interessadas podem avaliar se a organização 
está de fato atuando no sentido de atingir as metas estabelecidas.
Legislação que regulamenta a prestação de 
contas no setor público
Você sabia que a Constituição Federal (CF), em seus art. 70-75, determina as 
diretrizes gerais do processo de fiscalização contábil, financeira e orçamen-
tária na administração pública direta e indireta? De acordo com o art. 70, 
esse processo de fiscalização é exercido pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. A pres-
tação de contas será conduzida observando-se os princípios da legalidade, 
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas 
(BRASIL, 1988).
A legislação que regulamenta o processo de prestação de contas no setor 
público está exposta no decreto-lei Nº 200/67, posteriormente reproduzido 
pelo decreto-lei nº 93.872/86 (BRASIL, 1986). Essa legislação impõe que o 
utilizador de recursos públicos terá de justificar seu bom e regular emprego 
na conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autorida-
des administrativas competentes (art. 145). A prestação de contas ocorrerá 
em frequência anual, e o órgão de controle interno manterá um sistema de 
acompanhamento contínuo da execução de projetos e atividades pelos órgãos 
255Prestação de contas
e entidades da Administração Federal, direta e indireta, sob sua jurisdição, 
de forma a lhe permitir, a qualquer tempo, pronunciar-se sobre a eficiência 
e a eficácia da gestão. As tomadas de contas e prestação de contas serão 
encaminhadas ao Tribunal de Contas da União (TCU) no exercício financeiro 
imediatamente seguinte àquele a que se referirem.
Você sabia que o entendimento do Supremo Tribunal Federal (Mandado de Segurança 
nº 21.644/DF) é de que o dever de prestar contas é da pessoa física responsável por 
bens e valores públicos, e não da entidade? Além disso, tal obrigação independe do 
fato de a pessoa física ser agente público ou não.
Cabe salientar que o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, 
é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU). Este 
importante órgão de fiscalização, integrado por nove Ministros e com sede 
no Distrito Federal, analisa e julga as contas dos administradores de recursos 
públicos federais. O dinheiro pode estar sob a responsabilidade de servidores, 
gestores ou de qualquer outra pessoa física ou jurídica. O TCU é tribunal e 
julga, mas não faz parte do Judiciário; está ligado ao Legislativo, mas sem 
subordinação. Resumidamente, compete ao TCU: apreciar as contas anuais 
do Presidente da República e de responsáveis por bens e valores públicos na 
esfera federal; apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal; e realizar 
inspeções e auditorias nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário.
O Tribunal de Contas da União (TCU) tem uma série de 
outras atribuições legais determinadas na Constituição 
Federal. Para aprender mais, leia integralmente o art. 71 
da Carta Magna (BRASIL, 1988). 
https://goo.gl/HwJ1Q
Prestação de contas256
O Relatório de Gestão
Nas unidades da administração pública, o instrumento de prestação de contas 
para a sociedade, exigido e analisado por órgãos de controle internos e externos, 
é o Relatório de Gestão. O Tribunal de Contas da União, por meio da Instrução 
Normativa – TCU Nº 63, de 1º de Setembro de 2010, em seu art. 1º, parágrafo 
único, item II (BRASIL, 2010), definiu que o Relatório de Gestão considera 
“documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional ou patrimonial, organizados para permitir a visão 
sistêmica do desempenho e da conformidade da gestão dos responsáveis por 
uma ou mais unidades jurisdicionadas durante um exercício financeiro”. 
O Relatório de Gestão é elaborado de acordo com cada exercício financeiro. 
Nele, são feitas demonstrações aos órgãos de controle interno e externo a 
título de prestação de contas, as quais são ordinárias e em frequência anual. 
Na administração pública federal, alguns desses relatórios de gestão, selecio-
nados segundo critérios de risco, materialidade e relevância, são apreciados 
pelo TCU, sob a forma de tomadas e prestações de contas. Estas tomadas e 
prestações de contas são analisadas sob os aspectos de legalidade, legitimidade, 
economicidade, eficiência e eficácia, e a partir desses aspectos as contas são 
julgadas regulares, regulares com ressalvas, irregulares ou iliquidáveis:
 � Regulares: as contas são julgadas como regulares quando expressam, de 
forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, além de 
observarem os princípios da legalidade, legitimidade e economicidade 
dos atos de gestão do gestor responsável.
 � Regulares com ressalvas: as ressalvas decorrem da existência de 
impropriedades ou falhas de natureza formal de que não resultem 
danos ao erário.
 � Irregulares: as contas são julgadas irregulares quando se observa 
omissão no dever de prestá-las, ou então ato de gestão ilegal, ilegítimo 
ou antieconômico. Ainda, são razões que ensejam o julgamento de 
contas como irregulares a infração à norma legal de contabilidade, 
além do desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
 � Iliquidáveis: quando caso fortuito ou motivo de força maior tornam 
materialmente impossível o julgamento do mérito.
257Prestação de contas
Vale lembrar que os Estados, o Distrito Federal e os municípios devem 
obedecer às mesmas normas estabelecidas à União no que tange à organização, 
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito 
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Há 
a ressalva, no entanto, de que as Constituições estaduais disporão sobre os 
Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete conselheiros.
Quando examina as contas anuais de um órgão, o TCU analisa, de forma geral, a 
transferência de recurso por meio de convênio ou instrumento semelhante. Se houver 
algum indício de irregularidade, o TCU pode abrir processo para apuração específica, 
por iniciativa própria ou por meio de denúncia, representação, solicitação do Con-
gresso Nacional ou indicação do controle interno (Art. 254, Regimento Interno do 
TCU) (BRASIL, 2015).
Requisitos necessários para a prestação de 
contas
O ato de prestar contas no setor público é obrigatório para determinados 
agentes públicos. As contas desses administradores e responsáveis devem 
ser submetidas anualmente à tomada ou prestação de contas, organizadas de 
acordo com as regras estabelecidas em Instrução Normativa do próprio TCU. 
De acordo com o Regimento Interno do TCU, tem o dever de prestar contas:
 � qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores 
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, 
assuma obrigações de natureza pecuniária;
 � os dirigentes de empresas públicas e sociedade de economia mista 
constituídas com recursos da União;
 � os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob inter-
venção ou que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou 
permanentemente, o patrimônio daUnião ou de outra entidade federal;
Prestação de contas258
 � os responsáveis pelas contas nacionais das empresas supranacionais de 
cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos 
termos do tratado constitutivo;
 � os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de 
direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço 
de interesse público ou social;
 � todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos 
à sua fiscalização por expressa disposição em lei.
Esses agentes, ao prestar contas, devem seguir alguns requisitos, consi-
derados exigências mínimas. Repare que o processo de prestação de contas 
exige a seguinte documentação, ou seja, é composto das seguintes peças 
(BRASIL, 2004):
a) rol de responsáveis, observado o disposto no capítulo III do título II 
desta instrução normativa;
b) relatório de gestão, emitido pelos responsáveis;
c) demonstrativos contábeis, exigidos pela legislação aplicável e necessá-
rios à gestão orçamentária, financeira e patrimonial;
d) declaração expressa da respectiva unidade de pessoal de que os res-
ponsáveis a que se refere o inciso I estão em dia com a exigência de 
apresentação da declaração de bens e rendas de que trata a Lei nº 8.730, 
de 10 de novembro de 1993;
e) relatórios e pareceres de órgãos e entidades que devam se pronunciar 
sobre as contas ou sobre a gestão da unidade jurisdicionada, consoante 
previsto em lei ou em seus atos constitutivos;
f) relatório de auditoria de gestão, emitido pelo órgão de controle interno 
competente;
g) certificado de auditoria, emitido pelo órgão de controle interno 
competente;
h) parecer conclusivo do dirigente do órgão de controle interno compe-
tente; e 
i) pronunciamento expresso do Ministro de Estado supervisor da unidade 
jurisdicionada ou da autoridade de nível hierárquico equivalente sobre as 
contas e o parecer do dirigente do órgão de controle interno competente 
atestando haver tomado conhecimento das conclusões nele contidas.
259Prestação de contas
A documentação que faz parte da composição da prestação de contas é 
apresentada seguindo exigências estabelecidas em conformidade com a na-
tureza jurídica da entidade do setor público. Ela também segue a modalidade 
do instrumento de descentralização escolhido – podendo ser convênio, ajuste 
ou acordo – ou a forma de concessão dos recursos – contribuição, auxílio ou 
suprimento de fundos.
Tomada e prestação de contas são coisas diferentes:
 � Prestação de contas: quando uma unidade jurisdicionada está obrigada a apresentar 
as contas, o faz espontaneamente, no prazo estabelecido. Neste caso, será autuado 
pelo TCU o processo de prestação de contas ordinárias.
 � Tomada de contas: quando um órgão de controle (interno ou externo) toma as 
contas da UJ que estando obrigada a prestar contas, não o faz no prazo estabele-
cido. Neste caso, será autuado pelo TCU processo de tomada de contas ordinárias.
Chama-se requisito a condição necessária para que um determinado ob-
jetivo seja satisfeito. Com base nisso, é importante destacar que, para uma 
prestação de contas satisfatória, alguns requisitos devem ser observados, seja 
em organizações públicas, seja em organizações privadas. O IBGC (INSTI-
TUTO.., 2016) salienta que o ato de prestar contas deve ocorrer de maneira 
concisa, clara, compreensível e dentro de um prazo razoável. Esses aspectos 
são importantes porque vão determinar a eficácia das ações de prestação 
de contas, sejam elas oriundas de relatórios informados ao mercado ou de 
avaliações internas das empresas (como a análise de desempenho e resultados 
da diretoria executiva, por exemplo).
Outro requisito para a prestação de contas é que as informações econômico-
-financeiras prestadas estejam em conformidade com os princípios contábeis 
vigentes, garantindo que as informações contidas nos relatórios reflitam a 
realidade financeira e contábil da entidade. Práticas corporativas como a 
contabilidade criativa – a manipulação da realidade patrimonial da entidade 
– afrontam o princípio da prestação de contas em um ambiente de governança 
corporativa eficiente.
Prestação de contas260
Finalmente, um terceiro requisito para a prestação de contas eficaz é que 
ela não observe apenas os princípios contábeis ou as regulações vigentes, mas 
que esteja alinhada também às melhores práticas de governança – práticas 
que vão além das exigências dos órgãos reguladores ou fiscalizadores, e 
que criam valor para os proprietários a partir de um melhor alinhamento de 
interesses. Com base nessas orientações, a prestação de contas pode ser um 
instrumento eficaz no sistema de governança corporativa de organizações 
públicas e privadas.
Se a prestação de contas não observar os requisitos básicos para sua eficácia, ela será 
pouco ou nada informativa para as partes interessadas. Por isso, é importante que os 
atos de prestação de contas de organizações públicas e privadas obedeçam a alguns 
critérios, como a tempestividade, a clareza e a compreensibilidade.
1. Observe as questões apresentadas 
e escolha a correta com relação 
à responsabilidade da tomada 
e prestação de contas.
a) Conforme exposto na legislação, 
é permitido observar que todo o 
gasto público obrigatoriamente 
deverá ter uma base e também 
o certificado de veracidade.
b) A prestação de contas se 
refere a um processo próprio 
da contabilidade aplicada 
nas empresas privadas.
c) O TCU orienta que os Conselhos 
de Contabilidade devem adotar 
critérios para a constituição 
da prestação de contas do 
exercício, conforme estrutura 
determinada pelo próprio 
TCU, em concordância com 
as Instruções Normativas e 
com as Decisões Normativas 
determinadas pelo CFC.
d) A legislação que regula 
a prestação de contas 
pode ser verificada no 
Decreto-lei nº 299/67, art. 
93, que foi reformulado pelo 
Decreto-lei nº 93.872/86.
e) O art. 50 do Decreto-lei 
nº 93.872/86 trata sobre o 
processo facultativo das 
auditorias do órgão setorial 
de controle interno.
2. Através de Instruções Normativas, 
o TCU determina quem serão 
261Prestação de contas
os responsáveis pela tomada e 
prestação de contas. Analisando 
quem são os responsáveis nesse 
processo, verifique as opções 
apresentadas e indique a correta.
a) São considerados os dirigentes 
da unidade contábil ou que 
têm responsabilidade na gestão 
dos programas contábeis 
definidos no Plano Plurianual.
b) É considerado responsável 
também o organizador do TCU.
c) O dirigente com poder mediano 
da unidade jurisdicionada de 
uma unidade administrativa que 
foi unificada às contas de uma 
entidade dirigente, considerando 
também o profissional contábil, 
como nas entidades privadas.
d) Aquele que tem controle 
de operações de crédito, 
avais, garantias e direitos da 
União também é definido 
como responsável.
e) Consideramos também o 
contador, que monitora 
a gestão financeira e 
orçamentária, da arrecadação 
das receitas, do almoxarifado 
e dos materiais de estoque 
ou dos depósitos relativos a 
mercadorias e bens retidos.
3. Com relação aos critérios utilizados 
para a prestação de contas, analise 
e aponte a alternativa correta.
a) As regras que orientam sobre 
o envio da documentação 
estão dispostas na Instrução 
Normativa nº 67/04 do TCU.
b) Define-se dentro dos processos 
as contas nacionais das entidades 
supranacionais, em que a União 
tenha participação do capital 
social, de forma direta ou indireta, 
cumprindo o acordo constitutivo.
c) As empresas públicas deverão 
efetuar a prestação de contas a 
órgãos e entidades repassadoras 
de auxílio, incentivos, 
privilégios e outros critérios 
de transferência de valores.
d) Quanto ao processo de contas 
agregado, é possível verificar 
que a gestão de unidades 
administrativas é parte integrante 
da estrutura relacionada à 
unidade jurisdicionada.
e) O processo de contas 
consolidado se refere a contas 
ordinárias, é organizado 
com o intuito de impedir 
a análise sistêmica relativa 
à gestãodas unidades 
jurisdicionais subordinadas a 
uma unidade centralizada.
4. Ainda dentro do procedimento 
de elaboração da prestação de 
contas, assinale a opção correta.
a) A relevância representa um dos 
procedimentos necessários à 
prestação de contas. Nela é 
abordada a importância social 
ou econômica relativa a uma 
fração jurisdicionada referente 
à Administração Pública 
federal ou para a sociedade.
b) A materialidade representa de 
forma exclusiva a demonstração 
do valor patrimonial.
c) Referente às avaliações 
executadas pela Câmara de 
Controle Interno dos Conselhos 
Federais de Contabilidade, 
a conformidade representa 
um dos critérios definidos, 
que desconsidera o modelo 
regulamentário e operacional.
d) O risco representa a 
Prestação de contas262
vulnerabilidade de eventos 
que já são esperados, como 
as falhas e ilegalidades.
e) Já existem métodos definidos 
para a realização de controle 
referente às contas nacionais 
das entidades supranacionais, 
sem ocorrer exceções.
5. Sobre a documentação que 
envolve a prestação de contas, 
assinale a alternativa correta.
a) O relatório referente às compras 
realizadas pelo almoxarifado 
deve ser observado dentro do 
processo de prestação de contas, 
conforme a documentação.
b) Na documentação são 
compreendidos os laudos 
ou pareceres exclusivos de 
órgãos externos à entidade.
c) O parecer relativo à unidade de 
auditoria interna efetuada nas 
unidades deve ser considerado 
parte da documentação 
de prestação de contas.
d) O parecer com as conclusões 
do dirigente ligado à unidade 
de controle externo.
e) Os documentos que 
compõem a prestação de 
contas são demonstrados 
seguindo exigências 
definidas em conformidade 
com a natureza física da 
entidade do setor privado.
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1988. Dis-
ponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso 
em: 29 set. 2017.
BRASIL. Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986. Brasília, DF, 1986. Disponível 
em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d93872.htm>. Acesso em: 15 ago. 2017.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Instrução Normativa TCU nº 47, de 2004. Brasília, DF, 
2004. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/sobre/legislacao/arquivos/instrucoes-
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BRASIL. Tribunal de Contas da União. Instrução Normativa TCU Nº 63, de 1º de setembro 
de 2010. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/sobre/legislacao/
arquivos/instrucoes-normativas/in-tcu-63-2010.pdf>. Acesso em: 11 out. 2017.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Regimento Interno. Brasília, DF, 2015. Disponível 
em: <http://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A24D
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263Prestação de contas
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ROSSETI, J. P.; ANDRADE, A. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento 
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Leitura recomendada
SILVEIRA, A. D. M. Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
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