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Tratament� d� ferida� Pel� É o maior órgão/sistema. Forma uma barreira entre órgãos internos e o ambiente externo e participa em numerosos processos orgânicos. É contínua com a mucosa nas aberturas externas dos sistemas digestório, respiratório e urogenital. Epiderme: células vivas em contínua divisão, cobertas na superfície por células mortas que originalmente estavam mais profundas na derme, mas que foram empurradas para cima pelas células recém-desenvolvidas e mais diferenciadas abaixo delas; Derme: constitui a maior porção da pele, conferindo-lhe força e estrutura. Contém vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, glândulas sudoríparas e sebáceas e raízes pilosas. Hipoderme (tec. subcutâneo): é a camada mais interna da pele. Tecido adiposo, que proporciona um acolchoamento entre as camadas cutâneas, os músculos e os ossos. Promove a mobilidade da pele, modela os contornos do corpo e o isolamento térmico. - Funçõe� d� pel� Ela é a principal barreira de proteção do organismo e tem como funções básicas impedir a perda excessiva de líquidos, proteger da ação de agentes externos, (inclusive microbianos), manter a temperatura corpórea, sintetizar vitamina D com a exposição aos raios solares, agir como órgão do sentido e participar da termorregulação ➔ Proteção: proporciona uma proteção muito efetiva contra a invasão por microo. outros materiais estranhos, meio ambiente, abrasões, perda de líquidos, subs. nociva; ➔ Termorregulação: O corpo produz continuamente calor em consequência do metabolismo dos alimentos na produção de energia. Esse calor é dissipado através da pele. A velocidade de perda de calor depende principalmente da temperatura da superfície da pele, que é uma função do fluxo sanguíneo cutâneo ➔ Sensibilidade: As terminações receptoras dos nervos na pele permitem ao corpo monitorar constantemente as condições do ambiente imediato. Ferid� É toda e qualquer injúria/lesão que acontece no tecido epitelial, mucosas ou órgãos que demonstre prejuízo às funções básicas. É representada, em alguns casos, pela interrupção da continuidade de um tecido corpóreo em maior ou em menor extensão, causada por qualquer tipo de trauma seja físico, químico, mecânico ou desencadeada por uma afecção clínica. ⇒ aciona os mecanismos de contra-ataque; Pode ou não haver uma solução de continuidade (contato com o meio externo). Varia de acordo com a localização; - Classificaçã� - quant� � etiologi�: Aguda: quando há ruptura da vascularização com desencadeamento do processo de homeostasia. São originadas de cirurgias/traumas e a reparação ocorre em tempo adequado (sem complicações); -Respondem ao tratamento e seguem sem complicações; Crônica: quando há desvio (interferências - infecções, diabetes, vascularização) na sequência do processo de cicatricial fisiológico. Não são reparadas em tempo esperado e apresentam complicações; -Lenta e de longa duração; -Podem ser recorrentes; - quant� a� conteúd� microbian� [gra� d� contaminaçã�]: Limpa: não apresentam sinais de infecção e são feitas em condições assépticas. É isenta de microo ⇒ consideramos com uma lesão planejada/controlada; -Ex: lesão superficial; incisão cirúrgica; Limpa contaminada: contaminação grosseira, com o t ↓6h entre o trauma e o atendimento e sem contaminação significativa. - Ex: de acidente doméstico ou em situações cirúrgicas em que houve contato com o trato genital Contaminada: Feridas acidentais com mais de 6 horas de trauma e o atendimento/contaminante; Pode ficar infectada; - Em ambiente cirúrgico, uma ferida é considerada contaminada quando a técnica asséptica não foi devidamente respeitado. Infectada: presença de agente infeccioso local com evidência de intensa reação inflamatória e destruição tecidual. Pode haver exsudato purulento. - aquelas que apresentam sinais nítidos de infecção como edema, calor, rubor e dor. Cicatrizaçã� É o processo fisiológico através do qual o organismo restaura e restabelece os tecidos lesionados. A finalidade desse processo é mobilizar diferentes células do organismo portador da lesão encarregadas no combate a infecção, limpeza, ferida e sua reparação. - Envolve processos catábolicos (degradação, limpeza e digestão enzimática) e anabólico (proliferação e reparação); - Evolução do processo cicatricial relacionadas a fatores locais e sistêmicos que podem interferir no ciclo; Tratamento oferecido favorece o processo fisiológico. A maioria tem o objetivo de estimular o processo de cicatrização. Conhecer sobre esse processo de cicatrização permite uma avaliação melhor e uma escolha de tratamento adequado, entendendo que as interferências podem acelerar ou retardar o processo. Fase� d� cicatrizaçã� É imediatamente iniciado o processo de cicatrização constituído de fases. Estas fases geralmente ocorrem em sequência, mas pode haver uma sobreposição das fases e o tempo pode ser diferente em cada uma delas. Fase inflamatória (48-72h): é uma reação local não-específica à lesão do tecido ou invasão bacteriana. É uma parte importante dos mecanismos de defesa do corpo. ↑PERMEABILIDADE VASCULAR, MIGRAÇÃO CÉL. POR QUIMIOTAXIA, SECREÇÃO DE CITOCINAS E FATORES DE CRESCIMENTO (FCE). O sistema de coagulação é ativado. A defesa contra os microo acontecem pela ação dos neutrófilos (os primeiros a chegarem). Os macrofágos promovem o desbridamento da ferida. Nas feridas agudas ocorre inflamação. E nas crônicas ocorre hemostase e inflamação. Exige recursos energéticos e um bom aporte sanguíneo que promova uma boa oxigenação. Essa fase é vital para a estimulação da criação de um novo tecido. A exposição que lesiona os vasos leva a agregação plaquetária⇒ ativa via de coagulação ⇒ vasoconstrição inicial de capilares e arteríolas para estancar o sangramento ⇒ eritrócitos e plaquetas vão se aderindo ao local lesionado ⇒ depois têm-se vasodilatação e aumento da PV; ↑PV e vários agentes quimiotáticos facilitam a diapedese dos neutrófilos ao sítio da inflamação; vasodilatação + ↑PV = sinais clínicos da inflamação (dor, edema, rubor, calor) Obs: em feridas limpas podem durar até 36h. É uma tentativa de limitar o dano por meio do estanque sanguíneo, selamento da superfície e remoção de qualquer microo ou agente estranho e tecido necrótico. O tratamento baseia-se na preservação do processo inflamatório para o novo tecido ser formado. Fase proliferativa (1-14 dias): período de construção do tecidos Os fibroblastos estimulam a produção de colágeno (ptn de sustentação do novo tecido). Irão compor a matriz extracelular depois desse momento. A angiogênese promove a eliminação de coágulos de fibrina e a formação de uma neovascularização (capilares) devido à presença de enzimas específicas. O colágeno e a neovascularização resultantes produzem capilares (muito frágeis e facilmente danificáveis) resultando no tecido de granulação. Granulação: forma o tecido de granulação e a partir dele forma-se o epitélio. Produz colágeno pelos fribroblastos. é um tecido frágil e pode haver lesão ⇒ atrasa o processo cicatricial; Epitelização: formação de um tecido novo pela produção de células epiteliais. As novas células selam a ferida. Envolve a mudança de queratinócitos no local. - Os macrófagos liberam o fator de crescimento epidérmico (FCE), que estimula a proliferação e a migração das células epiteliais. - Os queratinócitos, sintetizam a fibronectina, a qual forma uma matriz temporária ao longo da qual as células migram. Contração: ↓ tamanho da lesão pela ação especializada dos fibroblastos. O tecido granuloso tem: leito capilar, fibroblasto, macrofágos e rede de colágeno, fibronectina e ácido hialurônico. Fase de maturação 14-21 dias: ocorre a deposição de colágeno de maneira organizada. Aqui, o colágeno produzido inicialmente é mais fino que o colágeno produzido na pele íntegra. Durante a maturação, a ferida fica menos vascularizada porque há redução da necessidade de levar células até o local da ferida. A divisão celular cessa quando as células se encontram devido à inibição por contato; a feridacontrai-se devido à capacidade contrátil dos microblastos e as margens da ferida se unem. De forma gradual, o tecido de granulação vai sendo remodelado. A ferida vai sendo fechada por uma contração centrípeta ao redor da pele, reduzindo a desorganização. Há ↓ fibroblastos e da rede de capilares. Ao longo do tempo a ferida fica + plana e clara. Tip�� d� cicatrizaçã� - Cicatrizaçã� po� 1ª intençã� Processo ocorre dentro do tempo fisiológico esperado, quando é possível fazer a junção dos bordos da lesão por meio de suturas ou qualquer outro tipo de aproximação. -Há uma perda mínima de tecido -Bordas passíveis de ajuste por sutura; -Curativo: é apenas para a proteção; -Não há necessidade de meio úmido (não pode deixar úmido); ⇒ um curativo seco!! Ex: incisões cirúrgicas Não há tratamento! Deixar o processo natural de cicatrização ocorrer. Cuidados de enf: 1º limpa com o SF; 2º seca (antisséptico- clorexidina). - Cicatrizaçã� po� 2ª intençã� Relacionado a ferimentos infectados e a lesões com perda acentuada de tecido, onde não é possível fazer a junção dos bordos. -Curativo ⇒ tratar para favorecer a formação do tec. granulação. -Há necessidade de manutenção de meio úmido (a ferida não é secada!). 1ºlimpa (SF) 2º usa coberturas e produtos que favorecem o meio úmido. - Cicatrizaçã� po� 3ª intençã� Quando há fatores que retardam a cicatrização de uma lesão inicialmente submetida a um fechamento por primeira intenção. Ocorre quando a lesão é deixada aberta para drenagem de exsudato e posteriormente fechada. -Era para fechar como 1ª intenção, porém alguns fatores retardaram o ciclo de cicatrização. -Há um tratamento como as de segunda intenção. -Pode re-suturar e depois de tratar, se possível, e ao tratar fazer como de 1ª intenção. Fatore� qu� interfere� n� cicatrizaçã� - Agent� lesiv� -Extensão da lesão: quanto maior a extensão, maior o tempo de cicatrização; -Duração e persistência ⇒ quanto maior o agente causador (persistência) na lesão, maior o tempo de cicatrização. -Fatores locais: aqueles relacionados às condições da ferida. - Tecido desvitalizado, necrose tecidual. Para a formação de um novo é preciso ter só tecido de granulação. - Manter a Tº e umidade ideais; - Pressão na cicatriz; ⇒ a pressão excessiva, por exemplo, prejudica a irrigação sanguínea; - Incontinência fecal/urinária também alteram a integridade da pele; -Fatores sistêmicos: relacionados às condições gerais do indivíduo, (como: idade, estado nutricional, tabagismo, doenças crônicas de base, dor, insuficiências vasculares, utilização de alguns medicamentos tipo drogas imunossupressoras, corticosteroides, anti-inflamatórios). ↓ oxigenação, ↓ suprimento sanguíneo; - Relacionad�� a� curativ� - a forma de cuidar da ferida podem interferir ⇒ ter uma limpeza rigorosa e cuidadosa em toda extensão e profundidade; -uso de agentes citotóxicos⇒ anti sépticos (PVP-I, clorexidina) ⇒ causa destruição celular ⇒ pode atrapalhar a cicatrização. -produtos que aderem a ferida ⇒ destroem o tecido granular ⇒ Ex: gaze -a forma de retirar o curativo anterior -técnica incorreta de execução de curativo ⇒ infecção Técnica de limpeza: “irrigação com jatos de soro fisiológico a 0,9% ou água destilada aquecidos, que serão suficientes para remover os corpos estranhos e os tecidos frouxamente aderidos, além de preservar tecido de granulação.” Curativ�� O tratamento é realizado no intuito de promover a cicatrização (na maioria das vezes), e o curativo propõe um meio adequado (seco ou úmido) para que aconteça. Devem ser escolhidos que favoreçam a cicatrização das lesões. A limpeza do local da ferida também é vital para que ocorra a reparação tecidual. - Mei� úmid� - Estimula a epitelização, formação do tecido de granulação e vascularização da ferida; - Facilita remoção do tecido necrótico e impedir a formação de espessamento de fibrina; - Barreira protetora aos microo.; - diminui a dor ⇒ porque protege as terminações nervosas; - Mantém a Tº corpórea; ⇒ o rompimento leva a perda de calor, e o meio úmido evita essa perda; - Evita a perda excessiva de líquidos; - Evita traumas, principalmente no tecido de granulação, na troca de curativo; - Impedir a formação de esfacelos; - Promover maior vascularização. - O curativ� idea� ➔ Manter a umidade na interface da ferida; (acelera a epitelização). ➔ Remover e absorver o excesso de exsudato; ➔ Permitir a troca gasosa; ➔ Promover o desbridamento autolítico (evita o mecânico); ➔ Promovem e isolamento térmico; ➔ Protege as feridas e manter ela sem traumas; ➔ Deve ser impermeável a micro., água e outros fluídos; ➔ Ser de fácil aplicação; ➔ Tratar as cavidades existentes na úlcera; ➔ Alivia a dor; ➔ Proporcionar condições favoráveis às atividades diárias do paciente; ➔ Promover cicatrização; Cuidad�� básic�� -Lavagem das mãos (antes e após); -Obedecer princípios de assepsia para evitar contaminação; -Luvas estéreis/pinças estéreis; Técnica limpa: limpa, utilizar água corrente e gaze não estéril. Luvas como EPI. Realizar técnica em domicílio. Técnica estéril: o uso no ambiente hospitalar, uma vez que a existência de microrganismos patogênicos e a possibilidade de infecção cruzada são maiores. -Curativos removidos para inspeção da lesão devem SEMPRE ser trocados; -Vários curativos ⇒ limpar do menos contaminado para o mais contaminado; Tip�� d� curativ�� -Oclusivo: esse vai tapar a ferida; “...coberturas devem ser oclusivas para garantir a temperatura, umidade e impermeabilidade contra microrganismos, bem como proporcionar hemostasia, amenizar dor e odor, ser confortável e preencher espaço morto.” -Compressivo: usado para reduzir o fluxo sanguíneo; Algodão + esparadrapo + gaze ⇒ pressiona! Podem ser comercialmente produzidos ou feitos de maneira barata com compressas ou ataduras de gaze estéreis ou não estéreis. Cobrem o medicamento tópico que é aplicado a uma lesão cutânea. -Aberto: realizado em ferimentos descobertos sem necessidade de oclusão; -Seco: feridas de 1ª intenção ⇒ ocluir sem deixar úmido; -úmido: é fechado com gaze umedecida. Curativ�� d� catetere� � fixadore� extern�� Alguns curativos são feitos, mas não possuem a intenção de serem fechados naquele momento. Alguns procedimentos são feitos e invadem à pele ao estabelecer dispositivos e causam lesão. Os cateteres são colocados em vasos de grande calibre, como por exemplo, as veias/artérias subclávias. Nesses casos, o curativo é feito para proteger a área contra microorganismos. Essa área lesionada precisa ser mantida limpa e o uso de soluções antissépticas (Clorexedina, álcool 70%) minimizam à colonização de microorganismos. - À área deve ser lavada com SF 0.9%, à solução anti séptica deve ser aplicada . Esses curativos precisam ser sempre mantidos secos, então após a lavagem é importante sempre secar ao redor da área. A área deve ser inspecionada diariamente para a detecção precoce de sinais de infecção. Curativ�� e� dren�� O dreno é um tubo/passagem que tem o objetivo de retirar o exsudato na incisão/ferida. Podem ser classificado em abertos e fechados. Aqui as feridas são intencionais e não previsão de cicatrização enquanto o dispositivo está inserido. A limpeza é feita com SF 0,9% e depois a solução anti séptica é passada nas bordas da lesão. A solução só é passada em incisões pequenas, e nunca em grandes por que pode afetar a cicatrização! A quantidade da drenagem induz a frequência na troca do curativo. No pequeno, trocar depois de um dia. Curativ�� e� ferida� (2ª e 3ª intenção) Essas lesões são normalmente abertas, precisam de um curativo limpo, oclusivo e necessitam da manutenção do meio úmido. Nesse casos, não é recomendado o curativo seco. A umidade favorece a angiogênese e formação do tecido de granulação. Umidificar a ferida com o SF 0,9% e seca somente as bordas, o leito deve ficar úmido. ⇒ A limpeza é feita por meio de irrigação com solução fisiologica sob pressão ⇒ A irrigação é capaz de remover partículas, bactérias e exsudato. NÃO é recomendado esfregaro leito da ferida por causar destruição do tecido neoformado. (com exceção nos desbridamentos); Em ambientes frios, atentar-se se o Sf está na Tº do ambiente. Para isso, deve se aquecer, para ficar na Tº corporal. O tipo de tratamento e o local depende do tipo e condições da ferida. O curativo deve ser trocado sempre que o curativo secundário estiver saturando. O nº de trocas de curativo está relacionado a quantidade de drenagem e características da secreção. (Ps: gaze e esparadrapo trocados diariamente, outras coberturas possuem especificações); Obs: a troca de curativos pode abaixar a Tº da superfície em vários graus ⇒ expõe a ferida e atrapalha o processo de cicatrização ⇒ Sempre analisar a necessidade da frequência de trocas, visto que o ↑frequência = ↓cicatrização; (A cobertura ideal é aquela que absorve o exsudato, e por isso ele diminui, e não atrapalha tanto na cicatrização); Feridas de 1ª intenção = curativo seco!!! Avaliaçã� d� ferid� Para a escolha da cobertura adequada/curativo no tratamento de uma ferida é essencial que previamente ocorra uma avaliação criteriosa de alguns fatores. Levar em consideração as evidências clínicas e anatômicas da ferida: tamanho, profundidade, bordos, se há tecido de granulação ou necrótico, presença e característica do exsudato e pele perilesional. - Tipos de tecido: os que estão presentes são indicadores da fase de cicatrização, evolução do tratamento e sua eficácia; Tecido inviável: esse é formado no processo de cicatrização com o intuito de regenerar a área lesionada. Aqui há uma apresentação de um tecido de granulação. Tecido inviável: é um tecido desvitalizado, geralmente composto por necrose, que estão relacionados a diferentes tipos de mortes teciduais. - Os principais tecidos que podem estar no leito da lesão; Necrose: Geralmente de coloração enegrecida e que pode ter consistência dura (necrose seca/escara) ou mole (necrose úmida); Esfacelo: Tecido necrosado de consistência delgada, de coloração amarela ou acastanhada, Granulação: Tecido avermelhado umedecido e firme, indicativo de boa evolução do processo cicatricial; Epitelização: tecido de cor rosada, indicativo de encerramento da ferida que surge a partir das margens. No tratament� dessas feridas, deve se considerar ações simples que visam remover barreiras que possam impedir a cicatrização. T (TECIDO INVIÁVEL): sempre avaliar se há tecidos mortos, inviáveis, necróticos. Caso seja positivo, é indicado a realização de um desbridamento. I (INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO): analisar se há presença desses processos, visto que, proteases e baixos FCE (secretados por células imunológicas) e ↑citocinas inflamatórias atrapalham o processo de cicatrização. Realizar a limpeza da ferida e analisar as condições de uso de anti-inflamatórios e antibacterianos. M (MANUTENÇÃO DA FERIDA): a cicatrização da ferida precisa de umidade. Leito seco ⇒ migração lenta de células; Excesso de exsudato leva a maceração das margens. E (EPITELIZAÇÃO DAS BORDAS): momento importante da cicatrização. SE houver migração de queratinócitos, as células da ferida não respondem. Etapa� d� tratament� d� ferid�/lesã� Envolve etapas que possuem processos em sequência que estão diretamente ligados uns aos outros. Devem ser seguidos esses 3 passos, após a avaliação da ferida. Esse momento envolve a avaliação das condições clínicas do paciente, o uso de analgésicos, o cuidado com o curativo e o desbridamento do tecido inviável. É sempre necessário a avaliação diária e evolução da ferida para analisar o progresso dos processos e julgar a efetividade das prescrições e procedimentos realizados. 1) Limpez�: é realizada uma limpeza rigorosa e cuidadosa em toda sua extensão e profundidade; A ferida deve ser irrigada com jatos de SF 0,9% (a temperatura corporal), que são capazes de remover exsudato, corpos estranhos, tecidos que estão aderidos frouxamente e ainda assim consegue preservar o tecido de granulação. Não esfregar a área para não causar trauma no tecido que está sendo formado. 2) Desbridament�: envolve a remoção de tecido não viável, de bactérias e corpos estranhos, para permitir a regeneração do tecido saudável subjacente. Sempre é preciso preservar o tecido que está sendo formado! São usadas técnicas mecânicas e químicas durante esse processo que proporcionam meios favoráveis para a cicatrização. As feridas precisam ser analisadas, segundo o seu aspecto, para que haja a indicação de desbridamento. ⇒ Alguns tecidos que estão mortos (inviáveis) precisam ser retirados: Necrose de coagulação: decorre de isquemia de qualquer tecido (exceto cerebral). É determinada pela desnaturação na maioria das proteínas celulares devido a queda acentuada do ph e do CO2. Necrose de liquefação: associada a infecção por agentes biológicos (principalmente bactérias) ⇒ nota-se a presença de tecidos amolecidos; Fibrina ou esfacelo: na lesão, a fibrina é aderente aos tecidos e tem coloração esbranquiçadas/amareladas. Pode recobrir toda a extensão da úlcera ou como pontos de fibrina recobrindo parcialmente a lesão; Infectadas: quando há presença de microorganismos; Para que a cicatrização ocorra, o tecido morto precisa ser removido. A debridação promove limpeza, reduz a contaminação e promove a cicatrização. Tipos de desbridamento: depende sempre do tipo da ferida e a indicação;. Cirúrgico: remoção do tecido necrótico por procedimento cirúrgico sob anestesia. É realizado pelo médico (cirurgião vascular ou plástico). É uma intervenção de urgência, e é a técnica mais rápida para a remoção do tecido necrótico. A sua desvantagem é que ele também retira o tecido de granulação e interfere no processo de cicatrização. É indicado quando houver: de coagulação (caracterizada pela presença de crosta preta ou escura) ou necrose de liquefação (caracterizada pela presença de tecido amarelo/esverdeado). Mecânico: aplicação de forma mecânica, diretamente sobre o tecido, a fim de facilitar a sua remoção, promovendo um meio ideal para a ação de coberturas primárias. Indicado em último caso porque causa a destruição do tecido viável e dor. Enzimático: aplicação tópica de enzimas desbridantes diretamente no tecido necrótico. Prático, seguro e pode ser associado ao cirúrgico e mecânico. Existem concentrações diferentes para cada produto (colagenose e papaína), o enfermeiro que vai decidir a concentração segundo a sua avaliação da ferida. **é realizado escarotomia para abrir espaço para o produto retirar/degradar o tecido; Autolítico: utiliza as enzimas do próprio corpo para a destruição do tecido desvitalizado. Induzem as próprias enzimas a realizarem a retirada do tecido. A utilização de coberturas primárias promove um meio úmido adequado, estimula a migração leucocitária e a ação das enzimas (proteases, colagenases) no leito da ferida sobre a necrose. O desbridamento autolítico está indicado para todos os tipos de necroses, inclusive para pacientes com CI a outros desbridamentos. Vantagens: favorecem o meio úmido, não interferem na angiogênese, diminuem a dor, não destroem o tecido de granulação. Desvantagens: é mais lento do que os outros desbridamento. Pode macerar (tecido perilesional fica intumescido devido a umidade excessiva) o epitélio das bordas ⇒ sempre importante retirar o excesso e secar as bordas. Ex: hidrogel. - OBS: Deiscência: é o rompimento da incisão cirúrgica (99% das vezes a causa é uma infecção). A completa envolve a evisceração (saída do conteúdo da cavidade) ⇒ não se coloca o órgão de volta ⇒ realiza compressa estéril e SF em cima e aciona equipe cirúrgica; Cuidados importante: se a ferida começar a abrir deve-se identificar a causa potencial e corrigi-lá; Sempre avaliar cuidadosamente em busca de indícios de infecção; Quando há muita deiscência a ferida deve ser suturada novamente; 3) Escolh� d� um� cobe�tur�: produtos e coberturas são escolhidos para proteger e auxiliar no processo de cicatrização. Esses são recursos que cobrem a ferida com o objetivo de favorecer o processo de cicatrização e protegê-la.A cobertura precisa eliminar tecido não viável, minimizar o risco da infecção, atender as metas de terapia, ser prático, manter custo-benefício, etc. (MS/INCA 2009). **Ler resumo sobre as coberturas** Registr� da� ferida� É responsabilidade da equipe de saúde registrar a avaliação das feridas, intervenções, progressão, especificidades do tratamento no prontuário do paciente. Esse registro inclui garantir a qualidade e continuidade dos registros. A descrição da ferida e das condutas adotadas qualifica a assistência ao paciente, permitindo um acompanhamento preciso da evolução da ferida por todos os membros da equipe de saúde. A análise diária da ferida permite a tradução de todos os conhecimentos e informações daquela situação, de forma a ordenar o cuidado pela equipe. O aspecto do tecido presente no leito da ferida reflete a fase de sua cicatrização, bem como a ocorrência ou não de complicações. Avaliar e registrar a evolução da ferida é necessário para determinar o tratamento apropriado para cada caso. O que deve constar no registro: -tipo de ferida; ⇒ a causa da ferida - tempo de duração da ferida: (aguda, crônica e grau de contaminação) -localização ⇒ região anatômica acometida (Ex: LPP em região sacral); -dimensão: medir os bordos da ferida (diâmetro, comprimento, largura, altura, profundidade); -tipo de tecido (TIME) ⇒ o tecido do leito da ferida, o meio (umidade), epitelização (bordas); -característica do exsudato: aspecto, quantidade ou ausência; -pele perilesão: aspecto e condição da pele que rodeia a lesão; -descrição do procedimento: aspecto do curativo, técnica de limpeza, e a cobertura escolhida; -previsão de troca do curativo: registrar a periodicidade da troca; - dor ou queixas relacionadas ao tratamento: se a analgesia prescrita está adequada, se está sendo possível realizar a limpeza da ferida; Lesã� po� pressã� (LPP) É caracterizada por uma ferida localizada na pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre forças de compressão e tração tecidual. A pressão prolongada varia conforme a: intensidade, duração e força. Indica a qualidade do serviço de saúde e dos cuidados prestados, visto que, a LPP pode ser evitada pela mudança de decúbito num período de tempo estabelecido pela equipe de enfermagem. Pode trazer muitos prejuízos ao paciente e sua família, como o sofrimento, dor e até a morte. Pode acontecer por: Cisalhamento: a gravidade ↓força, o paciente vai “descendo” da cama ⇒ o enfermeiro puxa o paciente para cima↑ ⇒ forças contrárias; “fenômeno de deformação ao qual um corpo está sujeito quando as forças que sobre ele agem provocam um deslocamento em planos diferentes, mantendo o volume constante.” Fricção: por objetos ou em superfícies que aumentam a pressão no local e abrem (lesionam) a pele; Fatores de risco (FR) que predispõem a LPP: -mobilidade comprometida, imobilidade; -desequilíbrios nutricionais; -desidratação; -peso corporal inadequado; -alterações cutâneas relacionada a idade (quanto mais idoso maior risco) -pouca perfusão tissular (hipóxia) -baixa percepção sensorial -pele sensível -condições clínicas desfavoráveis -incontinência urinária/fecal -higiene corporal dificultada -uso de produtos químicos para pele+umidade -resíduos de substâncias na pele/umidade -manuseio/posicionamento inadequado do individuo; Prevenção da LPP: -avaliação regular do paciente -mudança de decúbito -proteger proeminências ósseas -colchões especiais -hidratação da pele -aplicação da escala de Braden ⇒ identificar os indivíduos de risco -avaliar a perfusão -evitar produtos que causam lesão (urina, fezes ⇒ sempre trocar a fralda) -minimizar os FR -educação em saúde ⇒ família e comunidade -estabelecer medidas gerais e dar suporte material (uma estrutura que favorece); A avaliação clínica são fundamentais para a avaliação de risco de desenvolvimento da lesão. Uma dessas é a avaliação do estadiamento da lesão feito pelas classificações abaixo. -Estági� 1 “Eritem� esbranquiçad�”: “Pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode parecer diferente em pele de cor escura”. Atinge a epiderme: basicamente, é uma pele íntegra que não embranquece (hiperemia fixa). Não há o rompimento tecidual. A ocorrência de mudanças na sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento) podem preceder as mudanças visuais. -Estági� 2 “Perd� d� pel� e� su� espessur� parcia� co� exp�siçã� d� derm� “ “O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido e pode também apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida.” Atinge a derme, superficialmente, caracteriza-se por abrasão ou úlcera. ⇒ ocorre pela perda tecidual e comprometimento da epi/derme, ou em ambos. (ULCERAÇÃO) Tecidos profundos/adiposos não são visíveis. Tecido de granulação, escara, esfacelo não estão presentes. As lesões geralmente resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e no calcâneo. -Estági� 3 “Perd� d� pel� e� su� espessur� tota�” “A gordura é visível e, frequentemente, tecido de granulação e epíbole (lesão com margens enroladas) estão presentes.” Lesão profunda! Atinge o subcutâneo. Têm-se presença de úlcera profunda com comprometimento total da pele e necrose tecidual do subcutâneo. - Esfacelo e/ou escara podem estar visíveis. - Podem ocorrer descolamento e túneis. Não há exposição de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso. -Estági� 4 “Perd� d� pel� e� su� espessur� tota� � perd� tissula�” “Exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso.” - Nessa aqui atinge os músculos e estruturas ósseas. - Esfacelo e /ou escara podem estar visíveis. - Epíbole (lesão com bordas enroladas), descolamento e/ou túneis ocorrem frequentemente. -Lp� nã� classificáve�: “Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular.” Aqui não consegue-se saber o que tem por baixo. Há uma perda de pele em sua espessura total na qual a extensão do dano não pode ser classificada por estar encoberta pelo esfacelo ou escara. - Ao ser removido, lesão por pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. ESCARA ESTÁVEL (ISTO É, SECA, ADERENTE, SEM ERITEMA OU FLUTUAÇÃO) EM MEMBRO ISQUÊMICO OU NO CALCÂNEO NÃO DEVE SER REMOVIDA”. -Lp� tissula� profund�: Há descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece. É chamada de lesão com leito escurecido. “Lesão resultante de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na interface osso-músculo.” Ocorre o extravasamento de sangue da parte mais profunda para a parte mais externa. A pele pode estar intacta ou não, com a área localizada persistente de descoração vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece. A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a extensão atual da lesão tissular ou resolver sem perda tissular. Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda total de tecido. Quando ulcerar será provavelmente uma lesão de estágio 4. -Lp� relacionad� � disp�sitiv� médic�: Resultantes de dispositivos criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos (pele). É um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação com o cisalhamento. -Lesã� po� pressã� e� membrana� muc�sa�: Quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local de dano. Ex: pot tubo orotraqueal;
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