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DIreito dos animais - disciplina - aula 2 -2021 2 - pdf-1 (1)

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UNIDADE I: 
ASPECTOS GERAIS E CONCEITUAIS 
Aula 2 
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Visão tradicional 
 Concepção antiga: animais como propriedade, objetos, 
sem sentimento ou dor. 
 Excluídos da esfera de preocupações 
 Animais como máquinas 
 Animais como meios para o homem 
 Não possuem raciocínio, linguagem 
 
Novas ideias - questionamentos 
 OBJETIVO da DISCIPLINA 
 EVOLUÇÃO: 
 Filósofos de Oxford 
 Richard Ryder 
 Especismo 
 {elitista 
 {seletista 
 Livros importantes. 
 Ongs, IAA 
 Revista Brasileira de Direito dos Animais 
 Livros importantes: 
 “Direito dos Animais” – Laerte Fernando Levai – 2004 
 “Direito dos Animais: Fundamentação e Novas 
Perspectivas. – Daniel Braga Lourenço 
 “A dignidade da vida e os direitos fundamentais para 
além dos humanos” – Ingo Wolfgang Sarlet; Fernanda 
Medeiros e outros 
 
 
 “ Por uma teoria dos princípios: O princípio 
constitucional da razoabilidade”. Fábio Corrêa Souza 
de Oliveira” 
 Experimentação Animal: Razões e emoções pra uma 
ética” – Rita Leal Paixão 
 “O Direito e os Animais: Uma abordagem ética, 
filosófica e normativa” – Danielle Tetu Rodrigues 
 “Abolicionismo Animal” – Heron José de Santana 
Gordilho 
 “Animais em juízo” - Tagore Trajano 
 Congressos (mundial e nacional), palestras 
 Monografias, dissertações, teses ... 
 Disciplinas em universidades: 
 UFBA, UFRJ (Centro de ética Animal e Ambiental) 
 UFF, UFRRJ, Veiga, USU 
 Filmes : Terráqueos , carne é Fraca ... 
 Comissão na OAB 
Correntes filosóficas 
 1) Bem estarismo e Abolicionismo 
 A) Bem estarismo 
 Diminuição do sofrimento, melhorar condições de vida 
 Liberdades básicas ( 5 liberdades) 
 - livre de fome e sede; 
 - livre de dor, lesões, doenças; 
 -Livre de medo e estresse; 
 - livre de desconforto; 
 - livre para expressar comportamento natural 
 Início – 1975 – Reino Unido – análise dos produtos de 
origem animal – melhorar as o tratamento 
 Análise científica- termo bem estarismo 
 
 B) Abolicionismo 
 - fim de toda utilização 
 Veganismo + educação 
 Animais = escravos 
 Homem negro = escravo = coisa = propriedade 
 Animal = escravo = coisa = propriedade 
 
 ABOLICIONISMO 
 
 X 
 
 BEM ESTARISMO 
 PENSADORES (idade média) 
 São Francisco de Assis (1182 – 1226) 
Livro “San Francesco e gli animali” 
 1225 Cântico das criaturas 
Precursor do pensamento ecológico 
 X 
 São Tomás de Aquino (Aristóteles) 
 
 
Cântico das criaturas 
 “Altíssimo, Onipotente, Bom Senhor/Teus são o Louvor, a Glória, a Honra e 
toda a Bênção/Louvado sejas, meu Senhor, com todas as Tuas 
criaturas/Especialmente o senhor irmão Sol/Que clareia o dia e que, com a sua 
luz, nos ilumina/Ele é belo e radiante, com grande esplendor/De Ti, Altíssimo, 
é a imagem/Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã Lua e pelas estrelas, que no 
céu formaste, claras, preciosas e belas/ Louvado sejas, meu Senhor. Pelo irmão 
vento, Pelo ar e pelas nuvens/ Pelo sereno e por todo o tempo em que dás 
sustento às Tuas criaturas/Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, útil e 
humilde, preciosa e casta/ Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo, com o 
qual iluminas a noite/ Ele é belo e alegre, vigoroso e forte/ Louvado sejas, meu 
Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa, produz frutos 
diversos, flores e ervas/ 
Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam pelo Teu amor e suportam as 
enfermidades e tribulações/ 
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual homem 
algum pode escapar/ Louvai todos e bendizei o meu Senhor!/ Dai-lhe graças e 
servi-o com grande humildade!/” 
 
antropocentrismo x ecologia 
 OBS: Curiosidade : Idade média há relatos de 
julgamentos contra animais??? 
 
 Livro: “A Nova ordem ecológica: A árvore, o animal e o 
homem.” Autor: Luc Ferry. 
 “1545... Processo contra besouros ... O caso foi 
resolvido com a vitória dos insetos, defendidos é 
verdade pelo advogado escolhido para eles, como 
exigia o processo, pelo próprio juiz episcopal. Este 
último, usando como argumento o fato de os animais, 
criados por Deus, possuírem o mesmo direito que os 
homens de se alimentarem de vegetais, recusara-se a 
excomungar os besouros, limitando-se, através de uma 
disposição datada de 8 de maio de 1546, a prescrever 
rezas públicas aos infelizes habitantes, intimados a se 
arrependerem sinceramente de seus pecados e a 
invocar a misericórdia divina ....” 
 Podiam também ser amaldiçoados. 1451. 
 Sanguessugas .... Depois de dar 3 dias para saírem das 
águas que infestavam, o bispo de Lausanne, 
constatando que seu ultimato permanecia sem efeito, 
foi em pessoa ao local para fulminar o anátema 
seguinte: “Em nome de Deus todo-poderoso, de toda a 
corte celeste, da santa Igreja divina, eu os amaldiçoo 
onde quer que estejam, e serão malditos, vocês e seus 
descendentes, até que tenham desaparecido de todos 
os lugares. 
 Immanuel Kant (1724 – 1804) 
 Obra: Fundamentos da metafísica dos costumes 
 Dignidade humana 
 Crueldade com animais = mais cruel com homem 
 “O homem deve agir de maneira que considere a 
humanidade tanto na sua pessoa como nas demais, 
tendo sempre um fim e não apenas como meio” 
 
 Jeremy Bentham (1748 – 1832) 
 Obra: Uma introdução aos princípios da moral e da 
legislação 
 Utilitarismo = maior felicidade 
 Animais = sujeitos deste princípio 
 Base remota da senciência = capacidade de sofrer 
 (...) Pode vir o dia em que o resto da criação animal adquira aqueles 
direitos que nunca lhes deveriam ter sido tirados, se não fosse por 
tirania. Os franceses já descobriram que a cor preta da pele não 
constitui motivo algum pelo qual um ser humano possa ser entregue, 
sem recuperação, ao capricho do verdugo. Pode chegar o dia em que se 
reconhecerá que o número de pernas, a pele peluda, ou a extremidade 
do os sacrum constituem razões igualmente insuficientes para 
abandonar um ser sensível à mesma sorte. Que outro fator poderia 
demarcar a linha divisória que distingue os homens dos outros 
animais? Seria a faculdade de raciocinar, ou talvez a de falar? Todavia, 
um cavalo ou um cão adulto é incomparavelmente mais racional e mais 
social e educado que um bebê de um dia, ou de uma semana, ou 
mesmo de um mês. Entretanto, suponhamos que o caso fosse outro: 
mesmo nesta hipótese, que se demonstraria com isso? O problema 
não consiste em saber se os animais podem raciocinar; tampouco 
interessa se falam ou não; o verdadeiro problema é este: PODEM 
ELES SOFRER?” (grifo nosso) 
 Charles Darwin (1809 – 1882) 
 - Teoria da evolução das espécies 
 Obra: “A origem do homem” “A expressão das emoções 
no homem e nos animais” (1871, 1872) 
 Origem animal 
 Dor, sofrimento, medo .... = animais = homem = 
sensíveis 
 “Vimos que os sentimentos e 
a intuição, as várias emoções 
e faculdades, tais como amor, 
memória, atenção e 
curiosidade, imitação, razão, 
etc., das quais o homem se 
orgulha, podem ser 
encontradas em estado 
incipiente, ou mesmo, por 
vezes, numa condição bem 
desenvolvida, nos animais.” 
 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.lifenews.com/humape.jpg&imgrefurl=http://www.lifenews.com/bio2518.html&usg=__OtiSacvGZeFMpH3sZSLpHOKSUH4=&h=225&w=224&sz=24&hl=pt-BR&start=45&um=1&itbs=1&tbnid=jG8VSShTOrOKxM:&tbnh=108&tbnw=108&prev=/images?q=peter+singer+fotos&start=40&um=1&hl=pt-BR&sa=N&ndsp=20&tbs=isch:1
FILÓSOFOS - ATUALIDADE 
 1) PETER SINGER 
 Livros: 
 Libertação Animal – 1975 (português 2004) 
 Ética Prática – 1979 (português 1998) 
 
 Utilitarismo consequencialista = depende das 
consequências 
 Todo ser afetado deve ser considerado = animais 
 Princípios morais e não apenas sentimento 
 Princípio da igual consideração de interesses = todos 
os envolvidos = racismo = sexismo = especismo 
 Inteligência não é parâmetro – dor é dor 
 

“... Em nossas deliberações morais, atribuímos o 
mesmo peso aos interesses semelhantes de todos os 
que são atingidos por nossos atos...” 
 
 (...) A única coisa que distingue o bebê do animal, aos olhos dos que 
alegam ter ele “direito a vida”, é ele ser, biologicamente, um membro da 
espécie homo sapiens, ao passo que os chimpanzés, os cães, os porcos 
não o são. Mas, usar essa diferença como base para conceder direito à 
vida ao bebê e não aos outros animais é, naturalmente, puro especismo 
(...) Para evitarmos o especismo, temos de admitir que seres 
semelhantes, em todos os aspectos relevantes, tenham direito 
semelhante à vida. O mero fato de um ser pertencer à nossa própria 
espécie biológica não se pode constituir em critério moralmente 
relevante para que se tenha esse direito (...) Um chimpanzé, um cão ou 
um porco, por exemplo, terão um grau superior de autoconsciência, e 
uma maior capacidade de estabelecer relações significativas com 
outros, do que um bebê gravemente retardado ou alguém em estado 
senil avançado. Portanto, se basearmos o direito à vida em tais 
características, precisaremos conceder a esses animais um direito à vida 
tão ou mais válido que aquele concedido a seres humanos retardados ou 
senis. 
 2) Tom Regan 
 Livro: Jaulas Vazias 2006 (Empty cages – 1983) 
 Princípio Kantiano = animais 
 Gandhi 
 Membro do conselho internacional da Revista 
Brasileira de Direito dos Animais 
 Teoria: sujeitos de uma vida 
 Visão abolicionista 
 
 
 “Se olharmos a questão “com olhos imparciais”, 
veremos um mundo transbordante de animais que são 
não apenas nossos parentes biológicos, como também 
nossos semelhantes psicológicos. Como nós, esses 
animais estão no mundo, conscientes do mundo e 
conscientes do que acontece com eles. E, como ocorre 
conosco, o que acontece com esses animais é 
importante para eles, quer alguém mais se preocupe 
com isto ou não. A despeito de nossas muitas 
diferenças, os seres humanos e os outros mamíferos 
são idênticos neste aspecto fundamental, crucial, nós e 
eles somos sujeitos de uma vida” 
 Jaulas vazias e não maiores 
 3 tipos de protetores: 
 - Vincianos 
 - Damascenos 
 -Relutantes 
 “...Será, mesmo, irremediavelmente ilusório imaginar um 
dia em que os casacos de pele, seguindo a trilha dos 
corpetes de osso de baleia, cairão no esquecimento da 
moda? Um dia em que os abatedouros existirão apenas nos 
livros de história? Um dia em que os laboratórios científicos 
do mundo terão um aviso na porta, dizendo ‘Não é 
permitida a entrada de animais?’ Quem é pessimista quanto 
às possibilidades morais da humanidade responderá que 
sim. Mas aqueles que, como eu, acreditam na capacidade 
humana para o bem, responderão que não. Não durante a 
minha vida, talvez, mas algum dia, certamente, os ativistas 
estarão presentes para testemunhar o triunfo dos direitos 
dos animais, o feliz dia em que, depois de anos de luta, 
todas as jaulas estarão vazias.” 
 
Gary Lawrence Francione 
 Advogado e professor de direito e filosofia da 
Universidade Estadual de New Jersey 
 Posição abolicionista. Animais não são propriedade 
humana. 
 Livro: Introduction to Animal Rights: Your Child or the 
Dog?. Philadelphia: Temple University Press, 2000

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