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Resumo Teoria de Campo

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Resumo Cap. 3 – Teoria de Campo
A Teoria de Campo Gestalt foi inicialmente desenvolvida de modo formal no início da década de 20, pelo filósofo e psicólogo alemão Max Wertheimer em torno da ideia de um modelo organizado, uma estrutura, expressa pela palavra alemã gestalt em contrapartida à ideia defendida pela corrente Elementarista, pela qual o todo seria igual à soma das partes. Na verdade, essa ideia não seria nova, pois, segundo Murphy, já estaria estabelecida entre os pré‐socráticos, que previam a primazia do princípio da ordem sobre os elementos. Esse movimento que surge na Alemanha fecundou no bojo de um outro movimento filosófico que muito influenciou a Psicologia ‐ o estruturalismo. 
O estruturalismo em Psicologia acontece como contraponto à posição elementarista (e, em particular, o behaviorismo) que imperava no seio das discussões acadêmicas sobre o comportamento humano. Os behavioristas montaram toda a sua trama teórica na crença de que só era possível explicar toda e qualquer organização complexa inter‐relacionada em termos da identificação dos elementos mais simples e suas associações. A aprendizagem se dava pelo acúmulo de respostas simples em si mesmas, que iam‐se associando, somando‐se, para chegarem a um complexo padrão de hábitos. Nesse sentido, toda e qualquer aprendizagem, da mais simples a mais sofisticada, estaria sempre reduzida à formação de hábitos (ou condicionamentos). Por isso, aliás, é que esses autores são também chamados de Elementaristas, Atomistas ou Conexionistas. 
Em oposição a essa postura científica, surgiu, como já se apontou acima, a corrente estruturalista, da qual fazem parte várias teorias, como, por exemplo, a Teoria de Campo Gestalt, que estamos agora estudando; a Teoria da Epistemologia Genética de Piaget e seus seguidores e a Teoria de Vygotsky e, para muitos, também a Psicanálise.
 Todas as teorias estruturalistas, inclusive a teoria gestáltica, têm como matriz de pensamento científico a noção de que um fenômeno não pode ser explicado pelo estudo isolado de suas partes constituintes. Para essa corrente filosófica, é fundamental levar‐se em conta a estrutura que relaciona essas partes, e, consequentemente, as relações que os atributos ou aspectos das partes apresentam. 
Os atributos ou aspectos das partes componentes do todo são principalmente definidos pelas relações com o sistema (como um todo) em que estão funcionando. Nesse sentido, é fundamental a relação entre o elemento e o contexto em que está inserido, contexto esse que lhe conferirá uma determinada qualidade. 
A ideia central é, portanto, que a estrutura organizadora do todo não se reduz (mas transcende) à coleção ou soma das partes desse todo. Tendo como referencial básico o conceito de estrutura, a teoria gestáltica caminhou no sentido de adotar a percepção (e, não as sensações), como a estrutura básica do ato de aprender, entendendo perceber como conhecer para, com base nos dados recolhidos, promover-se a coordenação da conduta. Perceber não é, apenas, perceber objetos concretos. Percebemos, além dos objetos concretos, objetos ideais. E, sobretudo, percebemos relações. Foram exatamente os gestaltistas que insistiram no fato de que percebemos também relações.
O desenvolvimento da Teoria de Campo na Psicologia acarretou grandes mudanças nas matrizes de pensamento científico vigentes até então em relação ao comportamento humano e, em particular, à aprendizagem. 
Dada uma situação concreta, o ato de perceber absorve não só as unidades concretas que as compõem, mas também, e em condições prioritárias, as relações que, entre elas, se estabelecem. Para os gestaltistas, se o homem não tivesse a capacidade de analisar um fenômeno, só perceberia estruturas, ou seja, as Gestalten, nas quais estariam sempre presentes as relações. Estabelecer relações é um fenômeno que era considerado acessível somente aos processos de pensamento. Devemos, pois, à corrente gestaltista, a redução das diferenças entre o ato de perceber e o de pensar; para eles, o pensamento se distinguira da percepção apenas pela sua maior flexibilidade, ou seja, as estruturas mentais seriam mais reversíveis do que as estruturas perceptuais. 
Para os gestaltistas, a percepção tem também uma função defensiva que protege a estrutura psíquica contra eventuais estímulos que venham a ser significados como ameaçadores ao sujeito. A percepção é, assim, o seu guardião atento, que vai lutar pela sua integridade e nunca ficar a serviço de sua destruição. Essa foi também uma grande preocupação da Psicanálise, inclusive anterior às formulações dos gestaltistas. 
 O comportamento humano é o resultado de como ele percebe o mundo e como se percebe no mundo. 
Outro ponto importante da Teoria de Campo Gestalt, principalmente desenvolvida por K.Lewin, foi a preocupação com a importância da motivação no ato de aprender, conferindo, portanto, às intenções (vontades) uma função estrutural na aprendizagem e ver o interesse como a relação entre o espaço do campo psicológico, em que está a vontade, e o campo psicológico, em que se acham representadas as possibilidades do que satisfaz à vontade

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