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Artigo Pirâmide de Hans Kelsen - Aluno Daniel Gomes

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PIRÂMIDE DE HANS KELSEN
Daniel Gomes da Silva¹
Resumo
Para uma boa compreensão do Direito, se faz necessário conhecer o conceito de hierarquia das normas. O jusfilósofo austríaco Hans Kelsen, através do que a doutrina denomina “Pirâmide de Kelsen”, esclarece que as normas jurídicas inferiores (normas fundadas) retiram seu fundamento da validade das normas jurídicas superiores (normas fundantes). Assim, para que uma norma tenha validade no ordenamento jurídico ela deve ter sua criação, função e aplicação baseada por uma norma superior.
Palavras-chave: Hans Kelsen; Hierarquia de normas; Pirâmide de Kelsen; Normas fundadas; Normas fundantes.
1 Introdução
O Direito possui a particularidade de regular sua própria criação, logo uma norma só é válida porque foi criada e determinada por uma outra norma superior àquela. O neopositivista vienense Hans Kelsen, em sua teoria da hierarquia das normas, chama essa relação de criação de supra-infra-ordenação. A norma que regula a produção é a norma superior (norma fundante) e a norma produzida é a norma inferior (norma fundada).
O modo de criação, função e aplicação das normas inferiores são determinadas pelas normas hierarquicamente superiores, ocorrendo em muitas das vezes a determinação com relação ao conteúdo a ser disposto na norma inferior por parte da norma superior.
Segundo Kelsen (1999, p. 155), a ordem jurídica não é um sistema de normas jurídicas ordenadas no mesmo plano, situadas umas ao lado das outras, mas é uma construção escalonada de diferentes camadas ou níveis de normas jurídicas. A sua unidade é produto da conexão de dependência que resulta do fato de a validade de uma norma, que foi produzida de acordo com outra norma, se apoiar sobre essa outra norma, cuja produção, por sua vez, é determinada por outra; e assim por diante, até abicar finalmente na norma fundamental - pressuposta. A norma fundamental - hipotética, nestes termos - é, portanto, o fundamento de validade último que constitui a unidade desta interconexão criadora.
2 Desenvolvimento
Conforme já explanado na parte introdutória do presente artigo, ao se elaborar uma norma jurídica, esta deve ter seu embasamento (criação, função e aplicação) moldado por uma norma hierarquicamente superior, formando assim uma estrutura piramidal, onde a norma fundante (superior) situasse acima da norma fundada (inferior).
A norma que se apresenta como fundamento de outra norma é em relação a essa, uma norma superior, sendo assim, a norma fundamental (superior) é o pressuposto de validade de todo o ordenamento jurídico abaixo dela na estrutura da pirâmide. Dessa forma, a norma jurídica é válida porque a norma que a fundamenta é pressuposta como válida. Sendo assim, podemos concluir que se a norma fundamentadora perder sua validade a ordem jurídica que por ela se fundamentava por consequência, se torna inválida.
Com o fito em exemplificar e melhor compreendermos a teoria da hierarquia das normas, e sua pirâmide, formuladas por Kelsen, utilizaremos o escalonamento normativo jurídico brasileiro. A pirâmide de Kelsen no ordenamento jurídico brasileiro tem atualmente a Constituição Federal de 1988 (CF/88) como seu vértice (topo), por ser ela o fundamento de validade de todas as demais normas do sistema. Assim nenhuma norma do ordenamento jurídico pode se opor à Constituição Federal de 1988, sendo ela superior a todas as demais normas jurídicas, as quais são, por isso mesmo, denominadas infraconstitucionais.
Na Constituição Federal de 1988 existem normas constitucionais originárias e normas constitucionais derivadas. As normas constitucionais originárias são produto do Poder Constituinte Originário (aquele que elabora uma nova Constituição) e integram o texto constitucional desde que ele foi promulgado. Por sua vez, as normas constitucionais derivadas são aquelas que resultam da manifestação do Poder Constituinte Derivado (aquele que altera a Constituição) através das chamadas emendas constitucionais, que também se situam no topo da pirâmide de Kelsen.
Cabe lembrar que as normas constitucionais não apresentam hierarquia entre si. Dessa forma, uma norma constitucional originária tem a mesma hierarquia que uma norma derivada.
Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 os tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados em cada uma das casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser equivalentes às emendas constitucionais. Sendo assim, tais tratados e convenções situam-se no topo da pirâmide de Kelsen, tendo “status” de emenda constitucional.
É importante frisar que, segundo o Superior Tribunal Federal (STF), os demais tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo rito ordinário (normal), têm “status” supralegal. Isso significa que se situam logo abaixo da Constituição e acima das demais normas do ordenamento jurídico.
As normas situadas abaixo da Constituição Federal de 1988 e dos tratados internacionais sobre direitos humanos são as leis, sejam elas complementares, ordinárias ou delegadas; as medidas provisórias; os decretos legislativos; as resoluções legislativas; os tratados internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos.
Por fim, situados abaixo das leis na Pirâmide de Kelsen encontram-se as normas infralegais. Tais normas são consideradas como secundárias, não gerando direitos, nem obrigações. Todavia, seu texto não pode contrariar as normas superiores, sob pena de invalidade. Exemplos de normas infralegais são os decretos regulamentares, as portarias, as instruções normativas, etc.
As normas federais, estaduais, distritais e municipais possuem o mesmo grau hierárquico. Assim, um eventual conflito entre normas federais e estaduais ou entre normas estaduais e municipais não será resolvido por um critério hierárquico; a solução dependerá da repartição constitucional de competências. Portanto, descabe afirmar a superioridade da lei federal em face da lei estadual ou municipal. Afinal, no exercício de suas competências legislativas constitucionais, cada ente federado é dotado de autonomia política, inexistindo subordinação entre estes. (LEITE, Gisele. 2017, p. online).
Todavia, conforme explica Gisele Leite (2017, p. online), existe relação hierárquica entre a Constituição Federal e as constituições estaduais e Leis Orgânicas municipais. Pois nesse caso, a Carta Magna situa-se em plano superior em relação a todas as demais.
Figura 1 – Representação da Pirâmide de Kelsen no ordenamento jurídico brasileiro. 
Fonte: próprio autor.
3 Conclusão
Conforme visto no presente artigo, a teoria da hierarquia das normas de Hans Kelsen e sua pirâmide são adotadas no ordenamento jurídico brasileiro e em outros diversos países.
Nela, a lei fundamentadora, no caso a Constituição Federal, é a base para a elaboração das demais normas, as quais serão chamadas de infraconstitucionais e estarão situadas abaixo dela na estrutura piramidal. Sendo assim, nenhuma norma do ordenamento jurídico brasileiro pode se opor à Constituição Federal de 1988, sendo ela superior a todas as demais normas jurídicas.
Caso ocorra confronto entre as normas, a norma superior prevalecerá, sendo a inferior invalidade após o pertinente processo de solução de conflito de normas.
Referências
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito, Martins Fontes, São Paulo, 1999;
LEITE, Gisele. Sobre a hierarquia das leis no direito brasileiro. In: JusBrasil. 2017. Disponível em:<https://professoragiseleleite.jusbrasil.com.br/artigos/568078901/sobre-a-hierarquia-das-leis-no-direito-brasileiro >. Acesso em nov. 2020.
NETO, João Celso. A hierarquia das normas e sua inobservância. In: Jus.com.br. 2019. Disponível em:< https://jus.com.br/artigos/73280/a-hierarquia-das-normas-e-sua-inobservancia >. Acesso em nov. 2020.
CF/88;
Emendas Const;
Tratados Internacionais
de Direitos Humanos 
(aprovados em rito sumário).
Tratados Internacionais
de Direitos Humanos 
(aprovados em ritoordinário).
Leis complementares, ordinárias ou delegadas; as medidas provisórias; os decretos legislativos; as resoluções legislativas; os tratados internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos.
decretos regulamentares, as portarias, as instruções normativas.
¹ Pós-graduado em Gestão Pública (UCDB-MS); graduado em Análise de Sistema (FINOM-MG); graduando em Direto (Estácio-DF); Policial Civil do Distrito Federal; e-mail: danielgregui@gmail.com.

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