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Thais de Paula - Med 105 Órgãos genitais internos femininos Resumo da aula - Prof. Josemberg ➢ Introdução: Histerossalpingografia é um exame médico que estuda as vias pérvias dos órgãos genitais femininos, por essa possibilidade de estudar essa via pérvia entendemos que existe uma comunicação dos órgãos genitais feminino externos com os internos e além disso, dos internos com a estrutura interna do abdome, a cavidade peritoneal. Nesse exame, o médico introduz pelo óstio interno da vagina um instrumento metálico que vai depositar no fórnice da vagina (no fundo da vagina) um líquido radiopaco que vai preencher o óstio do útero, sua cavidade, transborda pelas tubas uterinas de ambos os lados e se perde na cavidade peritoneal (mostrando uma distribuição difusa do líquido no exame). Isso nos mostra que a mulher possui uma comunicação entre os meios interno e externo, o que é importante já que o peritônio é um órgão essencial e pode gerar grandes complicações em casos de peritonite. Porém, as mulheres possuem vários mecanismos para evitar que isso ocorra. Os órgãos na cavidade pélvica feminina se distribuem da seguinte maneira: Na linha mediana o primeiro órgão é a bexiga urinária localizada posteriormente à sínfise púbica, após ela, na região média vêm o útero e posteriormente a ele, na região pré sacral, está o reto. O peritônio envolve essas estruturas femininas, diferente do homem que não possui mesos relacionados com os órgãos genitais internos. 1 O grande meso que envolve tuba uterina, a parte lateral do útero e ovários é chamado de ligamento largo do útero, que é dividido em três partes para envolver cada um desses três órgãos: - parte ovárica: mesovário - parte uterina: mesométrio - parte tubária: mesossalpinge (“salpinge” = tuba) Na linha mediana, o ligamento largo do útero se divide em duas estruturas que são mais profundas que são as escavações: escavação vesicouterina (entre o útero e a bexiga) e escavação retouterina (entre o útero e o reto). Essas escavações possuem contato com os órgãos laterais e as regiões laterais são chamadas fossas, que variam bastante na sua forma, já que os órgãos podem aumentar de tamanho ou diminuir dependendo do seu enchimento. As fossas laterais à bexiga urinária são as fossas vesicais e as fossas laterais ao reto são as fossas pararretais. Quem é mais profundo na região posterior à vagina e útero? a escavação retouterina ou a fossa pararretal? isso depende entre os indivíduos. Mas como esses dois são a estruturas mais baixas da cavidade peritoneal existe possibilidade de se acessa a escavação retouterina via vagina, fazendo um acesso de 45 graus, pelo fórnice posterior, o que permite a coleta de líquidos peritoneais para análises clínicas (por exemplo para avaliar se existe uma infecção peritonial). O órgão externo da mulher pode ser chamado de pudendo feminino ou de vulva. ➢ Ovário: são as gônadas femininas, são estruturas parecidas com os testículos em sua forma, mas são menores. O útero fica sobre a bexiga, se debruçando sobre ela, o que torna a tuba uterina e os ovários estruturas posteriores e também levemente inferiores. Com isso, eles tem a função 2 primordial de serem as gônadas e portanto produzirem os oócitos femininos (na realidade não produzir, e sim maturá-los e expeli-los já que a mulher já nasce com os oócitos prontos e só precisa maturá-los, diferente do homem que produzem espermatozóides constantemente). Além disso, tem importante função hormonal e de conferir características sexuais secundárias à mulher. Ficam relacionados com as paredes da cavidade pélvica e abraçados pela tuba uterina. Eles possuem duas extremidades: uma uterina e uma tubária. Sua coloração é rósea bem clara quase acinzentado e é fosco quando comparado com a característica brilhosa do útero (por ser envolto por peritônio). A característica fosca é devido a ele ser revestido por um mesotélio próprio, que é uma camada de células cúbicas que o reveste, o que é muito importante pois dele são expelidos os oócitos e com isso parte dessa membrana envolve e protege o oócito. O ovário é a única estrutura que é realmente intraperitoneal, ou seja, o peritônio não passa sobre ele, ele penetrou furando o peritônio e fica dentro da cavidade peritoneal. Sua margem é fixada no ligamento largo do útero, mas não é envolto pelo peritônio, está dentro dele. Ao observar a extremidade uterina do ovário em um corte vemos que o ligamento largo é como se fosse um “T”, ele possui uma parte que vai somente para a tuba, uma parte que se prende na borda do ovário, que é o mesovário e o restante que está lateral ao útero e é o mesométrio (maior parte do ligamento). Outras formas de fixação do ovário além do mesométrio são o ligamento suspensor do ovário (que possui esse nome de maneira irônica já que não o suspende, sendo apenas uma prega peritoneal por onde passam os vasos sanguíneos e linfáticos do ovário) e o ligamento útero-ovárico (que é um resquício do gubernáculo da mulher, como ele não traciona o ovário até os lábios maiores do pudendo que seria o homólogo do escroto na mulher, ele fica como resquício fixando o ovário e relacionando-o com a parte do fundo do útero, formando esse ligamento). 3 Uma vez que os oócitos são maturados, eles eclodem e vão para um espaço que é a cavidade peritoneal, ficam ali por pouco tempo e são captados pelas tubas uterinas. ➢ Tubas uterinas: são dois condutos músculo mucosos que se dispõem de forma íntima com os ovários. Porém sua posição pode variar, mas sempre com uma extremidade no útero e a outra relacionada com o ovário. A principal fixação da tuba uterina é o mesossalpinge. Ela conduz o oócito e por isso possui dois orifícios: um perto do ovário (óstio abdominal da tuba uterina, que se abre para a cavidade peritoneal) e um no útero (óstio uterino da tuba uterina). É dividida em partes: - infundíbulo: parte mais dilatada repleta de fímbrias,que são como tentáculos. Uma das fímbrias está fixada ao ovário, a chamada fímbria ovárica, para dar umguia ao oócito que ali eclode - ampola: parte maior e mais dilatada da tuba, onde ocorre a fecundação. - istmo: parte mais estreitada - intramural ou parte uterina da tuba uterina: parte que atravessa a parede do útero (que é uma parede bem espessa por conta da musculatura lisa, o miométrio). Observamos que as tubas não ficam sempre iguais uma a outra na sua forma, podem estar até mesmo em posições diferentes, mas ambas cobrem os ovários e são ligadas ao útero na outra extremidade. Obs: A tuba uterina é o sítio da fecundação, então pode acontecer do blastocisto se implantar na tuba e gerar uma gravidez ectópica, ou especificamente nesse caso, uma gravidez tubária. Essa gravidez é incompatível com a vida visto que ela não possui a estrutura interna apropriada assim como o útero possui. 4 Obs 2: ligadura das trompas = antes era bem comum mas hoje está caindo em desuso. Procedimento de esterilização feminina que realiza o fechamento das tubas uterinas. Pode ser feito de várias maneiras: - cortando as tubas (o que é perigoso já que corta-se o peritônio junto) - clampeando - estrangulando Por envolver a cavidade peritoneal, ela tem caindo em desuso principalmente ao comparar com a facilidade que é fazer a vasectomia (ligadura dos ductos deferentes no homem). ➢ Útero: é um órgão extremamente dinâmico, com função de aninhar o novo ser humano e posteriormente expeli-lo na hora do parto, permitindo a perpetuação da espécie. Normalmente, está fletido/debruçado sobre o teto da bexiga urinária, mas não é um órgão tão fixo já que uma vez que ele está posicionado passivamente sobre a bexiga, os movimentos dela influenciam na posição do útero. Em geral, está no nível da abertura superior da pelve em uma mulher adulta, ficando mais próximo do abdome quando a bexiga está repleta. Ele se adapta completamente na gravidez para abrigar o novo ser. Na gravidez, todos os órgãos são estrangulados contra o diafragma, já que o útero cresce em direção ao abdome, que não possui parede óssea, sendo então complacente. Por essa razão a grávida pode apresentar: falta de ar (dispneia) ou problemas com continência fecal e miccional. O útero tem uma forma específica, parece uma estrutura fusiforme, mas não é. Ao traçar algumas linhas vemos como ele fica alinhado com os demais órgãos da pelve. 5 A forma do útero é que ele é antefletido e antevertido. Ou seja, traçando uma linha vaginal vemos que ela não é congruente com a linha da cavidade uterina nem com o colo do útero. A linha em vermelho é a da cavidade uterina, a roxa é a linha da vagina e a azul é a linha do colo do útero. O ângulo entre a cavidade uterina e a vagina, que é quase de 90 graus, representa a anteversão do útero, ou seja a cavidade uterina e a da vagina, não estão alinhadas pois o útero está flexionado anteriormente. Já o ângulo entre a cavidade uterina e o canal do colo do útero nos mostra que elas não estão alinhadas e com isso temos a anteflexão do útero, pois o útero possui uma angulação própria. Esse conceito é importante clinicamente já que podem existir outros tipos de ângulos. Dependendo do caso ele pode até estar alinhado com a vagina, o que é problemático já que a vagina é uma bainha (estrutura cavitária) e isso pode permitir/facilitar o prolapso do útero pela vagina. Com isso a versão é importante para a manutenção da posição do útero. 6 A posição do útero permite um exame muito comum em ginecologia que é a palpação bimanual. Nesse exame o médico introduz os dedos na vagina palpa o colo do útero e com a outra mão, pelo abdome, ele consegue palpar o restante do útero (seu fundo). Ao observar a forma do útero no sentido látero-lateral percebemos que ele possui um formato piriforme (forma de pira ou pera). O útero possui em duas partes: - o corpo que é o longo eixo do útero e acaba em uma região estreitada - a região estreitada é o istmo do útero - o colo é o restante inferior (possui o canal do colo do útero e possui dois óstios: óstio anatômico interno, que comunica o canal com a cavidade do útero e o óstio uterino, comunica o canal do colo com a vagina) - acima dos óstios da tuba uterina temos uma região do útero chamado de fundo do útero. E as pontas do fundo do útero que o dividem do corpo são chamadas de cornos do útero (como se fossem chifres), onde se implanta a tuba uterina No corpo temos: - seu envoltório próprio chamado de perimétrio - sua musculatura de parede que é o miométrio (sua contração expele o feto no parto e o endométrio que descama na menstruação mensalmente) - sua camada interna de revestimento que é o endométrio (se especifica e aumenta de espessura por ser quem fixa o blastocisto quando ele chega na cavidade uterina. 7 Ele se prepara mensalmente para a gravidez e descama na menstruação quando isso não ocorre) - e a cavidade uterina No colo é um pouco diferente: ele possui um perimétrio e miométrio, mas tem uma estrutura interna que não é igual ao endométrio. E o miométrio dele não é igual ao corpo pois é mais fibroso (com muitas fibras colágenas e algumas elástica) e possui tecido muscular liso. Obs: quando existe a fixação de endométrio em locais que não são a cavidade uterina temos a condição chamada de endometriose. Isso ocorre pois a mulher possui conexão entre útero, vagina, tuba uterina e cavidade peritoneal, com isso o endométrio pode se fixar em qualquer um desses locais, até mesmo no diafragma (já que pode se fixar em qualquer local da cavidade peritoneal). É um problema grave nas mulheres já que o diagnóstico é difícil de ser feito, podendo demorar até 10 anos. O útero passa por diversas fases da vida e com isso vai ter modificações: - Recém nascida: relação de 2 para o corpo e 1 para o colo do útero. - Criança: relação de 1 para o corpo e 1 para o colo do útero. - Púbere: relação de 2 para o corpo e 1 para o colo do útero. - Adulta nulípara: nunca teve filhos. Da nulíparapara a multípara vemos grande diferença no tamanho do útero e do miométrio. - Adulta multípara: teve mais de uma gestação. A relação do corpo para o colo do útero pode chegar a 3:1 ou 4:1 ou seja o corpo pode ser muito maior do que o colo. - Senescente: relação de 1 para o corpo e 1 para o colo do útero. 8 Obs: Miomas tumores benignos, gerados por proliferação celular descontrolada no miométrio, o que forma estruturas globiformis de músculo que podem chegar a tamanhos muito grandes. O crescimento é lento e a mulher pode achar apenas que está engordando ou gestando e o principal fator para a falta de busca de assistência média é a falta de conhecimento da condição. Formas de fixação do útero: são diversas. Todos os órgãos genitais femininos são fixados em geral de duas formas: - manutenção da sua posição de forma passiva: são relacionadas à fáscias e ligamentos. - manutenção de forma ativa ou dinâmica: relacionada a músculos (mm. do assoalho da pelve). O primeiro ligamento que ajuda a sustentar o útero é o ligamento largo do útero. Os outros são: - ligamento redondo do útero: é um remanescente do gubernáculo, que ao tracionar o ovário da região retroperitoneal para a cavidade pélvica se fixa fazendo um “cotovelo” ou seja parte fica no útero formando o ligamento útero-ovárico e a outra parte se continua para anterior e vai para o canal inguinal da mulher, que é o ligamento redondo. Logo, o conteúdo do canal inguinal da mulher é o ligamento redondo do útero que se fixa nos lábios maiores do pudendo feminino. - ligamento retouterino: é formado de fáscia endopélvica condensada, forma uma prega no peritônio que forma os limites da fossa pararretal e da escavação retouterina. Eles são chamados genericamente de sacrogenitais, já que não tem nada ligado ao reto, eles apenas vão para a região sacral (onde tem os vasos da região que vão formar a bainha hipogástrica da fáscia endopélvica condensada). 9 Obs: Genericamente são os ligamentos sacrogenitais pois existem no homem como ligamento retovesical e na mulher é chamado de ligamento retouterino. Obs 2: O colo do útero se invagina na vagina, com isso possui uma porção vaginal (que fica no canal vaginal) e uma porção supravaginal. Por fim, temos a principal fixação passiva do útero é o: - ligamento transverso do colo do útero: ele vem da parede lateral da pelve e permite a passagem de vasos, sendo então uma estrutura da fáscia endopélvica condensada ou bainha hipogástrica. Ele é a lâmina média da bainha hipogástrica e nele passam os vasos uterinos (artéria uterina e plexo venoso pampiniforme que drena a região do útero e da vagina). Importante lembrar que o ureter passa abaixo do ligamento transverso do colo, o que dá origem ao termo “a água passa debaixo da ponte”, eles fazem a analogia do ligamento transverso como se ele fosse uma ponte que sustenta o colo do útero e a vagina e o ureter contém a urina que seria a água. Quandos os órgãos encontram a parede da pelve as suas fáscias se entrecruzam. A fáscia da parede é uma fáscia muscular e é chamada genericamente de fáscia membranácea parietal (que recobre os mm. do assoalho) já a fáscia dos órgãos é chamada genericamente de fáscia membranácea visceral. Quando a visceral da vagina encontra a fáscia parietal do assoalho elas formam um conjunto fibroso que se estende da parede lateral da vagina, que é chamado de paracolpo (para = paralelo; colpo = já que a vagina é um órgão de cópula), ou seja, ele é a estrutura fascial de entrecruzamento da fáscia membranácea parietal com a visceral da vagina. Como a vagina é uma estrutura tubular, ela precisa dessa arquitetura de sustentação para mantê-la assim. 10 O que preenche a região que não possui fáscia endopélvica condensada é a fáscia endopélvica frouxa (tecido adiposo). Obs: então todas as estruturas que se fixam no útero são: - tuba uterina - gubernáculo com os ligamentos útero-ovárico e redondo do útero - ligamento retouterino - ligamento transverso do colo - vagina Obs2: o exame do colo do útero é indispensável a manutenção da saúde da mulher e é feito abrindo as parede da vagina que estão sempre colabadas em situações que não está ocorrendo relação sexual. Além disso, o óstio do útero pode ter diferentes formas: se mais arredondado , fendiliforme ou com cicatrizes (quando a mulher já passou por um parto vaginal) A natureza do colo do útero é mais fibrosa portanto pode permitir laceamento e não conter um feto, gerando abortos espontâneos. Nesses casos em que o colo está sendo incompetente na manutenção do feto, o médico pode fazer um laço no colo, amarrando-o para manter o feto e a placenta dentro do útero. Caso a mãe tenha um parto vaginal, basta remover o laço para permitir a passagem no canal do parto (que é a junção do canal do colo do útero e vagina). Obs 3: nas histerossalpingografia o líquido radiopaco entra no óstio uterino, passa pelo canal do colo do útero, entra pelo óstio interno anatômico, passa pelo istmo, corpo, fundo, passa pelas partes da tuba uterina e extravasa na cavidade peritoneal ao passar pelo óstio abdominal da tuba uterina. 11 O útero também sítio de muitas variações anatômicas, podendo ser bicorno, com dois colos, podendo até a parede da vagina septada. Muitas vezes as variações só são vistas quando a mulher engravida e não necessariamente são um inconveniente à gravidez. O que precisa ocorrer para os órgãos genitais internos femininos mudarem de posição? Naturalmente eles mudam pouco dependendo do enchimento da bexiga e do reto e em casos de gestação. Porém, fora isso o que precisa acontecer? é preciso existir falhas nas estruturas que mantém eles na localização. Ou seja, falhas nos ligamentos e fáscias e nas dinâmicas da musculatura. Por que os homens não tem tantos prolapsos? pois as mulheres possuem a vagina, que é um conduto músculo mucoso de 7 a 9 cm de comprimento e é distensível. Além disso a uretra da mulher é menor do que a masculina o que faz comque os homens contraiam mais o períneo ao miccionar, o que fortalece a musculatura. Por fim, a mulher passa por gestações e por questões culturais existe uma relutância por algumas mulheres de entender o que é o seu órgão genital. Tudo isso pode levar a frouxidão das fáscias e ligamentos, a hipotrofia (fraqueza) do assoalho pélvico e com isso os órgãos vão sempre a caminho da vagina. A bexiga urinária pode herniar para a vagina (condição chamada de cistocele), o reto pode herniar (retocele) e por fim o útero pode descender evertendo a vagina (prolapso uterino). Em casos de prolapso grave (completa perda de mecanismo de sustentação ativa e passiva) é necessário um tratamento cirúrgico, pois leva a problemas na relação sexual, problemas na micção (incontinências) e pode ter incontinência fecal. O método mais usado para evitar a cirurgia, em estados menos graves, é a fisioterapia. 12 A pelve é uma “bacia sem fundo” então as estruturas são mantidas alí de três formas: - pelo ângulo abdomino pélvico de 45 graus deixando o abdome em um plano e a pelve em outra, o que ajuda a manter o peso das vísceras abdominais sobre a pelve - sustentação passiva: que são as fáscias e ligamentos - sustentação dinâmica ou ativa: que é a musculatura O homem tem dois orifícios a uretra e o canal anal, já a mulher tem três e a vagina além de ser maior ainda é distensível. Com isso são mais suscetíveis. ➢ Vagina: é o órgão de cópula da mulher. Possui uma estrutura verticalizada, tem uma parede músculo mucosa. Essa mucosa não possui glândulas, a secreção que a parede da vagina produz é uma reação acidófila da microbiota existente na vagina com a própria mucosa, liberando um líquido acidófilo que vai proteger da entrada de agentes nocivos na genitália interna feminina (visto que ao entrar poderiam chegar no peritônio). Boa parte da secreção mucosa encontrada na mulher é feita pelas glândulas do colo do útero. Ela é o órgão de cópula, mas também é o canal do parto e o canal para a eliminação do líquido menstrual. 13 Fixações da vagina: - paracolpo - ligamento transverso do colo - septo retovaginal - septo vesicovaginal A vagina é separada da bexiga urinária e do reto formando espaços com tecido conjuntivo que a fixam na região e ajudam a manter a sua estrutura. Os espaços são chamados de retovaginal e vesicovaginal e constituem septos de mesmo nome. São espaços pois cirurgicamente o médico consegue dissecar e abrir esse espaço que antes era virtual e septo pois para isso ele precisa divulsionar a fáscia endopélvica frouxa que é o tecido da região que mesmo sendo “frouxa” ela consegue auxiliar na sustentação passiva da vagina. Observando a relação da vagina com a porção vaginal do colo do útero vemos que ela abraça o colo do útero e ele invagina de forma a formar fossas ao redor dele, as fossas são chamadas de fórnice, o mais importante é o fórnice posterior que é o mais profundo e permite que, ao passar a parede da vagina, o médico acessa a escavação retouterina e possa puncionar líquidos da cavidade peritoneal. A vagina fica com suas paredes colabadas: a parede posterior e a anterior ficam em contato e as laterais ficam lateralmente de forma a manter uma estrutura de luz semelhante a um “H”. A vagina só se abre no ato sexual, na eliminação do líquido menstrual e no parto. O óstio da vagina no períneo é guarnecido por uma prega mucosa chamada de hímen, e ele não é prova de virgindade!! Já que ele é extremamente diversificado (circular, septado, cribriforme ou não existente). 14 A vagina se abre entre os lábios menores do pudendo feminino que é chamado de vestíbulo da vagina (ou seja, sua entrada). No vestíbulo da vagina existem duas aberturas: o óstio da vagina e o óstio da uretra. Obs: em casos de um hímen completamente fechado a menina pode apresentar problemas na menarca (primeira menstruação) pois ela não entende o que está acontecendo, o líquido menstrual pode se acumular de tal forma a causar graus variáveis de endometriose na criança. O tratamento necessário é seccionar o hímen. A vagina pode ter variações anatômicas, podendo ser septada completamente ou parcialmente, conduzindo dois canais vaginais. ➢ Drenagem linfática da pelve feminina: é importante saber já que é um sítio comum de câncer principalmente de colo de útero. O colo do útero possui drenagem para linfonodos ilíacos internos. A grande parte da pelve drena para linfonodos ilíacos externos. O fundo do útero, por estar associado ao ligamento redondo do útero, a linfa drena para linfonodos inguinais superficiais (na coxa). A tuba uterina e o ovário drenam diretamente para linfonodos aórticos (no lado esquerdo) ou cavais (no lado direito) ou lombares (nome genérico). Posteriormente, mais relacionado com o reto, drena para linfonodos sacrais que seguem para linfonodos ilíacos comuns e segue o resto do caminho da linfa. Inervação: plexo úterovaginal (inervação autonômica), apenas o quarto inferior que possui inervação diferenciada, que é somático (é a única parte que sente tato, calor, frio...). 15
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