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APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PEGADA ECOLÓGICA NA ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO

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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO 
FACULDADE DE ENGENHARIA DE RESENDE 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTORA: CAROLINE TEIXEIRA LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PEGADA ECOLÓGICA NA 
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resende - RJ 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
AUTORA: CAROLINE TEIXEIRA LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PEGADA ECOLÓGICA NA 
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de Curso (TCC) 
apresentado ao curso de Engenharia Civil da 
Faculdade de Engenharia de Resende – AEDB/ 
FER, para obtenção do grau de Engenheiro 
Civil. 
Orientadora: Profª Juliana Gonçalves 
Fernandes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resende – RJ 
 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOPES, Caroline Teixeira. 
 
Aplicação da Metodologia Pegada Ecológica na Associação Educacional Dom Bosco/ 
por Caroline Teixeira Lopes - Resende – RJ. Associação Educacional Dom Bosco, 
2017. 74p. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso – Associação Educacional Dom Bosco, Engenharia 
Civil, 2017. 
 
Orientador: Prof. MSc. Juliana Gonçalves Fernandes. 
 
1. Sustentabilidade; 2. Pegada Ecológica; 3. Consciência sustentável 
 
CAROLINE TEIXEIRA LOPES 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PEGADA ECOLÓGICA NA 
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Associação Educacional Dom Bosco, 
Faculdade de Engenharia de Resende, Curso 
de Engenharia Civil, como requisito parcial para 
obtenção do Grau de Engenheiro (a) Civil. 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Profª Me. Juliana Gonçalves Fernandes _________________________________ 
 
Orientadora 
 
 
Profª Me. Iara da Silva Almeida _______________________________________ 
Convidada 
 
 
 
Prof. Me. Otacílio Leôncio da Silva Júnior _______________________________ 
Convidado 
 
 
 
Resende, 02 de dezembro de 2017. 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico a todas as pessoas que de forma voluntária ou involuntária estiveram comigo 
durante esses anos, aos que dedicaram um pouco do seu tempo a me dar apoio e 
carinho durante esses últimos anos intensos. A todos que afloraram em mim o desejo 
de perseverar e o gosto pelo conhecimento. Aos que ficam felizes com a minha 
realização e sabem o quão importante ela é para mim. 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus, por não me deixar desistir e sempre estar comigo nos momentos de 
dúvida e lágrimas, não foi nada fácil chegar até aqui, mas graças a Ele consegui. 
Aos meus pais, irmãos, amigos e as várias famílias que ganhei durante esses cinco 
anos, que me deram apoio quando eu precisei, que me acolheram e permitiram 
através de gestos simples e singelos de incentivo, não me deixar desanimar. Por todo 
incentivo, apoio e carinho, sou grata. 
Agradeço ao apoio e incentivo dos professores, por todo conhecimento a mim 
transferido. A minha orientadora Juliana Gonçalves Fernandes, agradeço pela 
orientação e apoio. 
Agradeço a todos que me apoiaram neste período. Por todos os conhecimentos 
transmitidos, risos e lágrimas compartilhados. Obrigada pelo apoio e carinho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…” 
Mario Quintana 
 
RESUMO 
 
As universidades são vistas como objetivo a ser alcançado e local detentor do 
conhecimento, ao qual todos querem pertencer. Deste modo, estas são exemplos 
positivos do conhecimento, sendo indispensável que apresentem informaões e 
aprendizados que serão levados para toda a vida. A consciência sustentável vem 
sendo difundida no meio universitário, e cada vez mais pesquisas e indicadores 
relacionados a esse tema estão sendo discutidos. Nesse contexto de consciência 
sustentável, surgiu a Pegada Ecológica (PE), um indicador que mensura a área 
necessária para produzir os recursos que serão responsáveis por sanar a demanda de 
uma determinada população, seu fácil entendimento e aplicação tornam esse indicador 
um dos mais utilizados. Neste contexto, foi escolhida para ser aplicada neste trabalho, 
analisando assim sua aplicabilidade no ambiente universitário, a Pegada Ecológica na 
Associação Educacional Dom Bosco. Esta foi calculada com base na metodologia 
aplicada na Universidade de Santiago de Compostela e Universidade de São Paulo 
campus de São Carlos. Para o cálculo foram utilizados parâmetros essenciais, tais 
como: consumo de papel, consumo de água, consumo de energia, área construída e 
mobilidade e transporte. Através do cálculo foi encontrado um valor de Pegada 
Ecológica de 66,47ha/ano no caso da sua aplicação utilizando florestas em 
crescimento e 231,48 ha/ano caso seja utilizado como parâmetro florestas tropicais já 
existentes, ambos os valores são bem maiores que a área da instituição. Mesmo 
revelando que a PE deve ser melhorada, este estudo revelou os parâmetros que 
merecem mais atenção por causarem maior impacto. Com o desenvolvimento deste 
trabalho foi possível perceber que este indicador pode ser um instrumento que auxilia 
a consciência ecológica e a tomada de decisões de todos dentro da instituição, pois 
mostra de forma mensurável como o modo de vida do ser humano impacta o locais por 
onde vive e passa. Sua aplicação pode servir como uma forma de controle de ações, 
incentivo à sustentabilidade e uma forma de mostrar o desenvolvimento sustentável da 
instituição. 
 
Palavras-chave: Sustentabilidade; Pegada Ecológica; Consciência sustentável 
 
ABSTRACT 
 
Universities are seen as a goal to be achieved and a place that holds knowledge, to 
which everyone wants to belong to. In this way, these are positive examples of 
knowledge, being indispensable that they present information and learning that will be 
taken for the whole life. Sustainable awareness has been widespread in the university 
environment, researches and indicators related to this theme are being more and more 
discussed. In the context of sustainable consciousness, the Ecological Footprint, an 
indicator that measures the necessary area to produce the resources that will be 
responsible for a demand of a particular population, its easy understanding and 
application make this indicator one of the most used. In this context, it was chosen to 
be applied in this work, assessing its applicability in the university environment, the 
Ecological Footprint at Dom Bosco Educational Association. It was calculated based on 
the methodology applied at University of Santiago de Compostela and at University of 
São Paulo, São Carlos campus. Essential parameters such as paper consumption, 
water consumption, energy consumption, built-up area and mobility and transportation 
were used for calculation. Through the calculation, an Ecological Footprint value of 
66.47hga/year was found in the case of its application using growing forests and 
231,48 ha/year if used as a parameter for existing tropical forests, both values are 
much higher than the area of the institution. Even showing that the Ecological Footprint 
should be improved, this study revealed the parameters that deserve more attention 
because they cause greater impact. With the development of this work it was possible 
to perceive that this indicator can be an instrument that assists ecological awareness 
and the decision making of every person in the institution, since it shows in a 
measurable way how the way of life of human beings impacts the places where they 
live and spend time. Its application can work as a way of controlling actions, a stimulus 
towards sustainability and a way to show the sustainable development of the institution. 
 
 
 
Keywords: Sustainability; Ecological Footprint; Sustainable Awareness 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Biocapacidade total por país em 2012, em hectares globais (hag). ........... 25 
Figura 2: Razão entre Pegada Ecológica e Biocapacidademundial. ........................ 26 
Figura 3: Pegada Ecológica mundial 1961-2012. ...................................................... 32 
Figura 4: Média da pegada ecológica per capita para países de alta, média e baixa 
rende por tipo de terra, em 1961, 1985 e 2012. ....................................................... 33 
Figura 5: Mapa global da pegada ecológica nacional por pessoa em 2012 .............. 34 
Figura 6: Diminuição da biocapacidade brasileira. .................................................... 35 
Figura 7: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. .............................................. 38 
Figura 8: Tendências globais da pegada ecológica para 1961- 2012 e extrapolação 
estatística para 2013-2020. ....................................................................................... 39 
Figura 9: Projeções tendenciais. ............................................................................... 41 
Figura 10: Localização da AEDB ............................................................................... 42 
Figura 11: Associação Educacional Dom Bosco na década de 60. .......................... 44 
Figura 12: Entrada da Associação Educacional Dom Bosco atualmente. ................. 45 
Figura 13: CO2 liberado por cada fator de conversão ............................................... 61 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Fatores de emissão utilizados no cálculo de cada parâmetro e respectivas 
fontes de consulta ........................................................................................................ 48 
Tabela 2: Fatores de emissão para meios de transporte ............................................. 48 
Tabela 3: Fator de emissão associado ao transporte de automóvel por passageiro ... 48 
Tabela 4: Níveis de ocupação em automóveis ............................................................ 49 
Tabela 5: Quantidade de pacotes de papel consumida por ano .................................. 50 
Tabela 6: Fator de conversão do papel ....................................................................... 51 
Tabela 7: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de papel por ano .................... 51 
Tabela 8: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de papel.................. 52 
Tabela 9: Consumo de água nos prédios de 1 a 4 ...................................................... 52 
Tabela 10: Consumo de água no prédio 5 ................................................................... 53 
Tabela 11: Consumo de água total anual .................................................................... 53 
Tabela 12: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de água por ano .................... 54 
Tabela 13: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de água ................. 54 
Tabela 14: Consumo de energia elétrica ..................................................................... 54 
Tabela 15: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica por ano ... 55 
Tabela 16: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica. 55 
Tabela 17: Áreas da Instituição ................................................................................... 55 
Tabela 18: Quantidade de CO2 liberado pela área construída .................................... 56 
Tabela 19: CO2 liberado por ano ................................................................................. 56 
Tabela 20: Área de absorção para o CO2 liberado pela área construída por ano ....... 56 
Tabela 21: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro ....................................... 57 
Tabela 22: Quilometragem mensal e total anual da Kombi ......................................... 57 
Tabela 23: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro Branca ........................... 58 
Tabela 24: Quilometragem mensal e total anual do Fox .............................................. 58 
Tabela 25: Quilometragem mensal e total anual do Uno ............................................. 59 
Tabela 26: Quilomentragem anual dos automóveis ..................................................... 60 
Tabela 27: Quantidade de CO2 liberado pelos quimômetros rodados ......................... 60 
Tabela 28: Área de absorção para o CO2 liberado pelos automóveis por ano ............ 60 
Tabela 29: Resultados gerais de CO2 liberado e área necessária para absorção ....... 61 
Tabela 30: Comparação entre AEDB e USP São Carlos ............................................. 62 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Pesquisas mundiais sobre indicadores de Sustentabilidade Ambiental ...... 28 
Quadro 2: Pesquisas sobre Indicadores de Sustentabilidade Amiental no Brasil ........ 30 
Quadro 3: Data déficit mundial .................................................................................... 40 
 
 
 
LISTA DE EQUAÇÕES 
 
Equação 1: Conversão do consumo em emissão de CO2 ........................................... 47 
Equação 2: Conversão emissão CO2 em área necessária (ha) ................................... 47 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
hag – hectares globais - 1 hectare global, representa um um hectare biologicamente 
produtivo, medido em acordo com a produtividade média mundial 
PE – Pegada Ecológica 
SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia 
AEDB – Associação Educacional Dom Bosco 
USC – Universidade de Santiago de Compostela 
USP – Universidade de São Paulo 
T - tonelada 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO ........................................................................................................................... 8 
ABSTRACT ....................................................................................................................... 9 
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... 10 
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... 11 
LISTA DE QUADROS .................................................................................................... 12 
LISTA DE EQUAÇÕES .................................................................................................. 13 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................ 14 
SUMÁRIO ........................................................................................................................ 15 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17 
2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 19 
2.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 19 
2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 19 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 20 
3.1 Sustentabilidade ............................................................................................ 20 
3.2 Definição de Pegada Ecológica ........................................................................ 21 
3.3 Origem .................................................................................................................. 24 
3.4 Biocapacidade..................................................................................................... 24 
3.5 Outros Indicadores Ecológicos ........................................................................ 27 
3.6 Pegada Mundial .................................................................................................. 31 
3.7 Países e Suas Pegadas ...................................................................................... 33 
3.8 Pegada Brasileira ................................................................................................35 
3.9 Pegada Individual ............................................................................................... 36 
 
3.10 Desafios Mundiais Para a Sustentabilidade ............................................ 38 
3.11 Consequências Para o Planeta ................................................................. 38 
4. ÁREA DE ESTUDO.............................................................................................. 42 
4.1 Associação Educacional Dom Bosco .............................................................. 42 
5. METODOLOGIA ................................................................................................... 46 
5.1 Base de Cálculo .................................................................................................. 46 
5.2 Fatores de Emissão e Taxa de Absorção de CO2 .......................................... 47 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 50 
6.1 Consumo de Papel ............................................................................................. 50 
6.2 Consumo de Água .............................................................................................. 52 
6.3 Consumo de Energia .......................................................................................... 54 
6.4 Área Construída .................................................................................................. 55 
6.5 Mobilidade e Transporte .................................................................................... 56 
6.6 Consumo Geral de CO2 ...................................................................................... 60 
7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 64 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 65 
ANEXO 1 - Questionário para cálculo da PE individual ........................................... 71 
 
17 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Indicadores ecológicos e/ou de sustentabilidade são formas de se avaliar o 
estado de conservação e degradação de um ambiente, levando em conta diversos 
fatores como alterações na estrutura de um ecossistema, surgimento ou extinção de 
espécies, mudança de temperatura e outros aspectos importantes. 
Com o crescente desenvolvimento tecnológico e populacional, houve 
consequentemente um aumento no consumo de energia, água, papel, e na geração 
de resíduos, carbono, poluição e desmatamento, podendo levar futuramente o 
planeta a uma escassez de recursos. Isso se deve ao fato do ser humano realizar 
suas tarefas com irresponsabilidade e sem pensar nas suas consequências. 
Com base nessa probabilidade e com os problemas já enfrentados devido 
ao modo de vida mundial, indicadores de sustentabilidade vêm sendo elaborados e 
estudados a fim de alertar sobre os rastros gerados pelo homem, e modos de sanar 
ou pelo menos diminuir esse ritmo ao qual se vem destruindo o local onde se vive. 
A Agenda 21, em seu capítulo 40, chama a atenção para o fato dos 
indicadores de desenvolvimento utilizados pelos países não realizarem menção 
alguma a números relacionados à sustentabilidade. E apresenta informações sobre 
o trajeto que deverá ser traçado pelo ser humano tentar reverter ou ao menos 
amenizar os impactos causados. Salientando assim a necessidade de se conhecer 
meios para calcular o consumo humano e seu impacto na degradação ambiental. 
 
A natureza é uma tábua de salvação para a sobrevivência e um 
trampolim para a prosperidade. É importante ressalvar que estamos todos juntos 
nisto. Todos nós precisamos de alimentos, água potável e ar limpo - em qualquer 
lugar do mundo onde vivamos. Numa altura em que tantas pessoas ainda vivem 
na pobreza, é essencial trabalhar em conjunto para criar soluções que funcionem 
para todos. 
Marco Lambertini(2014) 
 
Pensando nessa necessidade de conhecimento sobre o nível de degradação 
ambiental, indicadores foram criados para expressar em números a influência 
humana no planeta. Neste trabalho será dada ênfase a Pegada Ecológica, uma 
18 
 
metodologia de contabilidade ambiental que avalia o consumo humano de recursos 
naturais e avalia se este vem sendo acima do que seria permitido. 
Inicialmente serão tratados assuntos referentes à definição, origem e 
objetivo da Pegada Ecológica, para aumentar o conhecimento sobre o tema. Em 
seguida biocapacidade, que é medida com a qual a Pegada é comparada. Outros 
indicadores ecológicos que são utilizados para se obter o grau de degradação 
ambiental causado pelo homem. Depois, Pegada Mundial, de alguns países, 
brasileira e individual, apresentando valores de pegada que podem ser comparados 
e relacionados entre si e com o elevado consumo de bens e serviços. Continuando o 
capítulo 2, têm-se possíveis mudanças de hábitos para reduzir a Pegada, 
consequências da alta Pegada, e tempo de vida que o planeta irá suportar esses 
rastros deixados. 
No capítulo 3 serão apresentados os objetivos e posteriormente no capítulo 
4, a área de estudo. A metodologia será mostrada no capítulo 5, este capítulo é 
composto pela base de cálculo da pegada e os fatores que influenciam na emissão 
de CO2. Os resultados obtidos, os cálculos realizados para obter a quantidade de 
CO2 liberados pela instituição e a área necessária para absorver esse gás será 
demonstrados no capítulo 6. A conclusão será exibida no capítulo 7. 
 
 
 
 
 
19 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVOS GERAIS 
 
Determinar o impacto ambiental da Associação Educacional Dom Bosco no 
meio ambiente utilizando o indicador Pegada Ecológica. 
 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Compreender o indicador Pegada Ecológica; 
 Aplicar a metodologia da Pegada Ecológica nos dados obtidos da área de 
estudo. 
 
 
 
20 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
3.1 SUSTENTABILIDADE 
 
Sustentabilidade é dar suporte a alguma condição, a algo ou alguém em 
algum professo ou tarefa. Etimologicamente, a palavra sustentável tem origem no 
latim "sustentare", que significa sustentar, apoiar e conservar. O conceito de 
sustentabilidade está normalmente relacionado com uma mentalidade, 
atitude ou estratégia que é ecologicamente correta, e viável no âmbito econômico, 
socialmente justa e com uma diversificação cultural (SIGNIFICADOS, 2017). 
Atualmente, o termo é bastante utilizado para designar o bom uso dos 
recursos naturais da Terra, e vem sendo colocado em destaque em diversos 
encontros e conferências de âmbito mundiais. As Conferências das Nações Unidas 
sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecidas como Rio-92, Rio +10 e Rio +20, 
tem tido papel importante na discussão deste tema e na criação de uma consciência 
mais sustentável. 
Na Rio-92, ficou acordado, então, que os países em desenvolvimento 
deveriam receber apoio financeiro e tecnológico para alcançarem outro modelo de 
desenvolvimento que seja sustentável, inclusive com a redução dos padrões de 
consumo — especialmente de combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral). 
Com essa decisão, a união possível entre meio ambiente e desenvolvimento 
avançou, superando os conflitos registrados nas reuniões anteriores patrocinadas 
pela ONU, como na Conferência de Estocolmo, em 1972. A partir da Rio-92 foi 
elaborada a Agenda 21 cujo objetivo é conciliar métodos de proteção ambiental, 
justiça social e eficiência econômica, e serve de base para as negociações que 
envolvem o meio ambiente (SENADO, 2017). 
Durante a Rio+10, os países revisaram as metas da Agenda 21 e se 
concentraram em áreas carentes de maior esforço para implementação, com um 
plano de ação global que buscaria conciliar desenvolvimento da sociedade e 
preservação do meio ambiente para as gerações futuras. 
O objetivo principal era a adoção de um plano de ação de 153 artigos, 
divididos em 615 pontos,sobre pobreza e miséria, consumo, gestão de recursos 
naturais, globalização, direitos humanos, assistência oficial ao desenvolvimento, 
21 
 
contribuição do setor privado ao meio ambiente, entre outros. Também foi sugerida, 
na Rio+10, a criação de instituições multilaterais mais eficientes, com mais poder 
para auxiliar os países a atingir o desenvolvimento sustentável (SENADO, 2017). 
A Rio+20 teve a missão de renovar compromissos com o desenvolvimento 
sustentável em meio a urgências ambientais, sociais, econômicas e políticas que 
entravam a definição de metas para evitar degradação do meio ambiente (SENADO, 
2017). 
 
3.2 DEFINIÇÃO DE PEGADA ECOLÓGICA 
 
Cada ser vivo necessita de uma quantidade mínima de espaço natural 
produtivo para sobreviver. Os humanos, neste e noutros aspectos, são semelhantes 
às outras espécies. Na verdade, a nossa sobrevivência depende da existência de 
alimentos, de uma fonte constante de energia, da capacidade de os vários resíduos 
que produzimos serem absorvidos e, assim, deixarem de constituir uma ameaça, 
bem como da disponibilidade de matérias-primas para os processos produtivos. 
Pegada Ecológica (PE) é uma forma de contabilizar e gerenciar o impacto 
causado ao meio ambiente pelo modo de vida da população mundial, seu consumo 
de recursos exagerado, sua produção de resíduos exagerada e seu modo de vida 
inconsequente. As marcas geradas são impactantes, e se não for dada a ela sua 
devida importância, talvez irreversível (WWF BRASIL, 2012). 
A cada ano a Pegada faz uma avaliação histórica dos recursos utilizados e 
dos que foram produzidos no último ano, a partir disso avalia-se a atual situação do 
planeta ou de determinada região. 
A Global Footprint Network (2013) define pegada ecológica como sendo a 
medida da quantidade de área de terra e de água biologicamente produtiva que um 
indivíduo, população ou atividade requer para produzir todos os recursos que 
consome e para absorver os resíduos que gera, usando a tecnologia vigente e 
práticas de gestão de recursos. Geralmente é medida em hectares globais, 
considerando que o comércio é global e a pegada de um indivíduo ou país inclui 
terra ou água de todo o mundo. 
Pegada Ecológica é uma medida criada para responder ao questionamento: 
Quanto da capacidade regenerativa de nosso planeta estamos usando? Através do 
22 
 
cálculo da demanda que o consumo humano e a produção de lixo exercem sobre a 
Biosfera (GAODI ET AL. ,2012) 
O principal objetivo é quantificar os recursos que utilizamos da natureza para 
sustentar nosso modo de vida, baseia-se nos bens materiais, forma de se alimentar, 
produção de resíduos e poluição enfim, hábitos de consumo da população. E a partir 
de então, pode-se estimar o quão forte cada ser humano impacta sobre a natureza, 
a força e a devastação que seu caminhar deixam para trás (BORBA E COSTA, 
2007). 
A Pegada Ecológica permite uma leitura e interpretação da realidade, as 
diferentes culturas presentes nos países e no mundo, e seus modos de vida. Relata 
problemas como injustiça e desigualdade, através dos diferentes níveis de consumo 
de recursos. E mostra que a igualdade, a conscientização e a preocupação de cada 
um com o planeta possa ser a chave para uma Pegada melhor. 
Segundo Dias (2002), a Pegada Ecológica é um indicador que permite 
estabeceler de forma clara e simples, as relações de dependência entre as 
atividades humanas e os recursos naturais necessários para a realização das 
mesmas e para a absorção dos resíduos gerados. O grau de dependência é 
estimado em áreas de terras ou de mar produtivas, necessárias para sustentar a 
manutenção dessa relação. 
Dentre a ―família de pegadas‖, a Pegada Ecológica difere dos outros dois 
métodos da pegada – a Pegada Hídrica e a Pegada de Carbono – no que diz 
respeito a sua abrangência de análise. 
 Enquanto a Pegada Ecológica avalia o impacto do consumo de forma mais 
abrangente sobre a biosfera, a Pegada Hídrica relaciona o impacto sobre os 
recursos hídricos e sobre uma cadeia produtiva específica. Este enfoque é também 
uma característica da Pegada de Carbono, que analisa a emissão de Gases de 
Efeito Estufa (GEE) a partir de uma atividade ou processo produtivo. A Pegada 
Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do 
consumo das populações humanas sobre os recursos naturais (BECKER ET AL., 
2012). 
Segundo William Rees e Mathis Wackernagel (1996), criadores da Pegada 
existem cinco fatores importantes para seu cálculo: 
23 
 
 Terra Bioprodutiva: terra para a colheita, pastoreio, corte de madeira, e outras 
atividade de grande impacto; 
 Mar Bioprodutivo: área necessária para pesca e extrativismo; 
 Terra de Energia: área de florestas e mar necessária para a absorção de 
emissões de carbono; 
 Terra Construída: área para casas, construções, estradas e infraestrutura; 
 Terra de Biodiversidade: áreas de terra e águas destinadas à preservação da 
biodiversidade. 
Com base nesses fatores foram definidos os componentes da Pegada 
Ecológica (BECKER, ET AL., 2012): 
 Carbono: Representa a extensão de áreas florestais capaz de sequestrar 
emissões de CO2 derivadas da queima de combustíveis fósseis, excluindo-se 
a parcela absorvida pelos oceanos que provoca a acidificação. 
 Áreas de cultivo: Representa a extensão de áreas de cultivo usadas para a 
produção de alimentos e fibras para consumo humano, bem como para a 
produção de ração para o gado, oleaginosas e borracha. 
 Pastagens: Representa a extensão de áreas de pastagem utilizadas para a 
criação de gado de corte e leiteiro e para a produção de couro e produtos de 
lã. 
 Florestas: Representa a extensão de áreas florestais necessárias para o 
fornecimento de produtos madeireiros, celulose e lenha. 
 Áreas construídas: Representa a extensão de áreas cobertas por 
infraestrutura humana, inclusive transportes, habitação, estruturas industriais 
e reservatórios para a geração de energia hidrelétrica. 
 Estoques pesqueiros: Calculada a partir da estimativa de produção primária 
necessária para sustentar os peixes e mariscos capturados, com base em 
dados de captura relativos a espécies marinhas e de água doce. 
 
 
 
 
24 
 
3.3 ORIGEM 
 
Os especialistas William Rees e Mathis Wackernagel procuravam por formas 
para medir as marcas geradas pelo ser humano no planeta, na década de 90. 
Em 1996, estes cientistas publicaram o livro Our Ecological Footprint: 
Reducing Human Impact on the Earth (traduzido para o português Pegada Ecológica 
– reduzindo o impacto do ser humano na Terra), apontando uma nova concepção no 
universo da sustentabilidade ao mundo (WWF - BRASIL, 2012). 
Garcia (2008) levando em conta as ideias de Mathis Wackernagel, um dos 
fundadores do indicador, escreveu o artigo: O homem que inventou a Pegada 
Ecológica, e neste, relatava a já nada aceitável a situação da pegada por habitante. 
―No mundo todo, há cerca de 1,8 hectares de terrenos produtivos por cada habitante. 
Mas, em média, cada pessoa utiliza 2,2 hectares. Ou seja, a Terra não consegue 
repor o que o ser humano consome ao longo de um ano. A conta está no vermelho. 
Fazendo uma análise histórica sobre a Pegada Ecológica, até a década de 
1970, a terra conseguia suprir as necessidades humanas, o que não vem ocorrendo 
atualmente. No ano de 2010, segundo o relatório Planeta Vivo (2014), a média da 
Pegada Ecológica mundial per capita é em torno de 2,6 hectares globais, enquanto a 
biocapacidade per capita é de 1,7 hectare global. O que deixa um déficit ecológico 
de 0,9 gha/cap, ou seja, a população mundial consome um planeta e meio, 
ultrapassando assim a capacidade do planeta em 50%. Com o aumento rápido do 
valor da Pegada, em pouco tempo é provável que o planeta não suporte mais suprir 
as necessidades básicas da sua população. 
 
3.4 BIOCAPACIDADE 
 
Capacidade biológica ou biocapacidade é o montante de recursosúteis 
produzidos pelos ecossistemas e a aptidão destes de absorver os resíduos gerados 
pelo ser humano, ou seja, pode-se dizer que é a capacidade regenerativa da terra. É 
a medida usada de comparação com a Pegada Ecológica (WWF - BRASIL, 2012). 
O cálculo da biocapacidade considera a área de terra livre e sua capacidade 
de produção, esse valor é obtido em hectare levando em conta as culturas ou 
árvores inseridas em uma área. 
25 
 
Os fatores abrangidos são para a realização do cálculo da biocapacidade 
são: 
 Terras cultiváveis para a produção de alimentos, fibras, biocombustíveis; 
 Pastagens para produtos de origem animal, como carne, leite, couro e lã; 
 Áreas de pesca costeiras e continentais; 
 Florestas, que tanto fornecem madeira como podem absorver CO2 ; 
 Áreas urbanizadas, que ocupam solos agrícolas; 
 Hidroeletricidade, que ocupam área com seus reservatórios. 
Na figura 1 é apresentado um mapa com a biocapacidade mundial, percebe-
se através dele que Brasil, China, Estados Unidos, Rússia e Índia respondem por 
quase metade da biocapacidade total do planeta. 
 
Figura 1: Biocapacidade total por país em 2012, em hectares globais (hag). 
Fonte WWF, 2012. 
 
 
Esses poucos países funcionam como centros da biocapacidade global, 
porque estão entre os exportadores primários de recursos para os demais países. 
Isso resulta numa grande pressão sobre os ecossistemas desses países e, sem 
26 
 
dúvida, contribui para a perda de habitat. Esse é um exemplo onde a pressão advém 
das atividades de consumo em outros países distantes (GALLI ET AL., 2014). 
Os avanços tecnológicos, as matérias-primas agrícolas e a irrigação 
impulsionaram os rendimentos médios por hectare de área produtiva, especialmente 
para áreas de cultivo, aumentando a biocapacidade total do planeta em 9,9-12 mil 
milhões de hectares globais (hag) entre 1961 e 2010. No entanto, durante o mesmo 
período, a população humana mundial aumentou de 3,1 bilhões para quase 7 
bilhões, reduzindo a biocapacidade disponível per capita em 3,2-1,7 gha. Enquanto 
isso, a Pegada Ecológica aumentou 2,5-2,7 gha per capita. Assim, apesar do 
aumento da biocapacidade global, há menos margem de manobra para responder a 
estes desafios. Com projeções de população mundial em cerca de 9,6 bilhões de 
habitantes em 2050 e 11 bilhões até 2100, a biocapacidade disponível para cada 
habitante vai reduzir-se ainda mais, e será cada vez mais difícil manter a 
biocapacidade face à degradação dos solos, à escassez de água doce e ao aumento 
dos custos de energia (WWF, 2014). 
A seguir, conforme apresentado na figura 2, tem-se uma noção sobre o 
crescente déficit ecológico do planeta ao longo dos anos. Tal figura apresenta a 
divisão de Pegada por Biocapacidade, quanto maior o valor dessa divisão, mais se 
está degradando o planeta. 
 
Figura 2: Razão entre Pegada Ecológica e Biocapacidade mundial. 
 
Fonte: O problema do desenvolvimento sustentável, 2017. 
27 
 
3.5 OUTROS INDICADORES ECOLÓGICOS 
 
Segundo Philippi (2005), ―a função de um indicador é fornecer uma pista de 
um problema de grande importância ou tornar perceptível uma tendência que não 
está imediatamente visível, favorecendo maior dinamismo no processo de gestão‖. 
De acordo com a necessidade de medir a sustentabilidade ambiental 
(processo dinâmico e permanente), surgem novos indicadores e índices buscando 
avaliar o grau de sustentabilidade alcançado. Segundo Grover (2003) apud SEI 
(2006) ―os indicadores ambientais começaram a atrair as atenções no final dos anos 
70, embora se possa dizer que desde meados de 1800 há registros de indicadores, 
utilizando dados de qualidade do ar e temperatura‖. 
Através de Indicadores de Sustentabilidade Ambiental busca-se apresentar 
de forma simples, transparente e acessível, as complexas interações que envolvem 
a gestão do ambiente, possibilitando que a comunidade e tomadores de decisão se 
conscientizem do quadro social, econômico e ecológico que se apresenta. 
Principais objetivos do uso de Indicadores de Sustetabilidade Ambiental 
(SEI, 2006): 
 Avaliação do estado: Os indicadores são gerados a partir de dados de 
monitoramento especificos. Para cada análise se identifica o estado atual de 
determinados aspectos ambientais. 
 Avaliação do desempenho: Os indicadores ajudam a avaliar o desempenho 
ou concretização, se uma base de comparação estiver claramente 
identificada, especialmente se há limites ou limiares estabelecidos. 
 Avaliação do funcionamento: Os indicadores ajudam a avaliar o 
funcionamento dos sistemas ambientais com base em dados históricos. 
 Avaliação de causa: Os indicadores são importantes para apoiar a 
investigação das causas, como as interligações entre as pressões e as 
condições ambientais, contribuindo para a proposição de soluções. 
 Avaliação dos cenários: Os indicadores fornecem dados reais que ajudam na 
projeção de cenários futuros. 
Para a determinação de indicadores de sustentabilidade é importante adotar 
o pensamento sistêmico que envolve a interação entre fatores econômicos, sociais e 
28 
 
ecológicos; sendo que a estrutura lógica dessa sistematização tem considerado 
como modelo básico a concepção conhecida como Pressão–Estado–Resposta 
(PER) que foi desenvolvido e adotado originalmente pela Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (SEI, 2006). 
Segundo SEI (2006) estudos têm contribuído para o aperfeiçoamento do 
modelo PER, dando origem a novas adaptações, tais como: 
 Força Motriz–Situação–Resposta (FMSR) ou (DSR). 
 Força Motriz–Pressão–Situação–Impacto–Resposta (FMPSIR) ou (DPSIR). 
 Pressão–Estado–Impacto–Resposta (PEIR). 
 Pressão–Estado–Resposta–Efeitos (PERE). 
Onde os aspectos anteriormente citados podem ser assim definidos: 
 Pressão: atividades humanas demandando recursos naturais e emitindo 
poluentes de diversas ordens. 
 Estado: situação observada a partir da pressão exercida. 
 Impacto: consequência adversa ou benéfica proveniente da pressão exercida. 
 Resposta: ações governamentais para a melhoria das condições ambientais. 
 Efeitos: resultados obtidos a partir da resposta dada. 
Pesquisas em torno da definição de indicadores de sustentabilidade 
começaram a acontecer no cenário mundial logo após a introdução do conceito de 
desenvolvimento sustentável no Relatório de Brundtland em 1987. Abaixo serão 
listados alguns estudos desenvolvidos ao redor do mundo sobre desenvolvimento 
dos indicadores ecológicos. 
 
Quadro 1: Pesquisas mundiais sobre indicadores de Sustentabilidade Ambiental 
Pesquisas mundiais sobre Indicadores de Sustentabilidade Ambiental 
1990 
Pesquisa de indicadores do Seattle Sustentável realizada nos Estados 
Unidos abrangendo quarenta indicadores das áreas econômicas, sociais 
e ambientais. 
1993 
ONU lançou o manual de contas nacionais, a contabilidade ambiental e 
econômica integrada, como subsídio às politicas sociais, econômicas e 
ambientais integradas por intermédio de indicadores de riqueza 
nacional, PIB, consumo e formação de capital. 
29 
 
1995 
Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), uma orgnização das 
Nações Unidas (ONU), aprova o programa para a construção de 
indicadores e no ano seguinte distribui a países-teste um conjunto de 
134 parâmetros. 
1995 
Foram iniciados os estudos para o desenvolvimento do indiador Painel 
de Sustentabilidade que hoje são liderados para o Grupo Construtivo em 
Indicadores de Sustentabilidade (CGSDI – sigla em inglês) do Canadá. 
1995 
O indicador Barômetro de Sustentabilidade foi desenvolvido por diversos 
especialistas ligados a dois institutos: União Internacional para a 
Conservação da Natureza (IUCN – sigla em inglês) localizado em 
Switzerland na Europa, e o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento 
Internacional (IDRC – sigla em inglês) localizado no Uruguai. 
1996 
O indicador Pegada Ecológica criado porWilliam Rees e Mathis 
Wackernagel no início da década de 90, foi divulgado em 1996 através 
do livro: Nossa pagada ecológica. O impacto humano sobre a Terra. 
1998 
Centro de Economia e Ética para o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(C3ED – sigla em francês) da França, lança o documento ‗Valor para o 
desenvolvimento sustentável: métodos e indicadores políticos‘. 
1999 
Comissão Européia lança ―Rumo a um perfil de sustentabilidade local – 
indicadores comuns europeus‖ 
1999 
Conselho Nacional de Pesquisa publicao ―A nossa caminhada comum: a 
transição em direção a sustentabilidade‖ que analisa um sistema de 
indicadores. 
1999 
Professor Newman da Universidade de Murdoch, Austrália propõe 
indicadores para avaliar as demandas, os resíduos e as condições de 
vida das cidades. 
2000 
Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada ao 
Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc – sigla em 
inglês), finaliza sua fase de testes e adota uma abordagem temática e 
reduz para 57 o número de indicadores de sustentabilidade. 
30 
 
2001 
Banco Mundial lança o relatório ―Expandir a medida da riqueza: os 
indicadores de desenvolvimento ambiental sustentével‖. 
2005 
Iniciativa de Relatório Global (GRI – sigla em inglês) dos EUA que 
propõem indicadores de sustentabilidade para Relatórios de 
Sustentabilidade das Empresas 
Fonte: Gerreiro (2004); SEI (2006); Bellen (2004) 
 
No Brasil foi intensificada a pesquisa por indicadores de sustentabilidade 
após a realização da conferência Rio 92, conforme detalhado no quadro 2. 
 
Quadro 2: Pesquisas sobre Indicadores de Sustentabilidade Amiental no Brasil 
Pesquisas brasileiras sobre Indicadores de Sustentabilidade Ambiental 
1994 
Prefeitura de Belo Horizonte adotou o Índice de Qualidade de Vida 
Urbana – IQVU com onze variáveis (abastecimento, assistência 
social, educação, esportes, cultura, habitação, infra-estrutura urbana, 
meio ambiente, saúde, serviços urbanos e segurança urbana) que 
foram decompostas em 29 componentes que por sua vez se 
desdobraram em 75 indicadores. 
1995 
Programa Nacional de Indicadores de Sustentabilidade (PNIS) do 
Ministério do Meio Ambiente. 
1997 
Índice de Sustentabilidade de Blumenau (ISB) elabodadi pela 
Fundação Municipal de Meio Ambiente (Faema), em parceria com a 
Universidade de Blumenau (FURB). 
1998 
Programa Nacional Integrado de Monitoramento Ambiental (Monitore) 
com o objetivo de coordenar, articular e disseminar práticas de 
monitoramento ambiental, promover o intercâmbio de informações 
sobre qualidade ambiental e assim possibilitar uma análise integrada 
no Brasil buscando a inter-relação com os principais fatores de 
pressão, tendo sido adotado o modelo Pressão-Estado-Resposta da 
OCDE. O programa não foi adiante e em 2000 foi interrompido. 
31 
 
2002 
IBGE lança o livro ―Indicadores de Desenvolvimento Sustentável‖ 
apresentando 50 indicadores que contemplam as dimensões social, 
ambiental, aconômico e institucional. 
2002 
GEO Cidade de São Paulo é uma publicação sobre o Panoramo do 
Meio Ambiente Urbano da Prefeitura de São Paulo (PMSP) e do 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 
Iniciado em 2002 com a primeira publicação em 2004. 
2008 
IBGE lança o livro ―Indicadores de Desnvolvimeto Sustentável – 
2008‖ apresentando 60 indicadores que contemplam as dimensões 
social, ambiental, econômico e institucional. 
Fonte: Gerreiro (2004); Geo Cidade de São Paulo (2004) e IBGE (2008c) 
 
3.6 PEGADA MUNDIAL 
 
A demanda da população mundial por recursos vem sendo maior que a 
capacidade do planeta de produzir recursos desde os anos 80. Esse aumento de 
demanda se deve ao consumismo inconsequente e à perda acelerada da 
biodiversidade, isto é, o desaparecimento de espécies animais e vegetais. 
 Atualmente segundo o Relatório Planeta Vivo, WWF (2014), os rastros 
deixados pelo modo de vida da humanidade mostram que 1,5 planetas Terra estão 
sendo utilizados para suprir as necessidades dos seus habitantes. E pode-se 
perceber através da figura 3 abaixo o crescimento da pegada mundial através dos 
anos. 
 
32 
 
Figura 3: Pegada Ecológica mundial 1961-2012. 
 
Fonte WWF, 2014. 
 
Nesse ritmo de consumo, com o crescimento da população mundial e baixa 
preocupação em relação em relação à sustentabilidade, logo o planeta chegará à 
escassez. 
Quando questionado em uma entrevista em 2012 durante a Rio+20 sobre 
como explicar para a população a respeito da necessidade de se fazer sacrifícios em 
nome do desenvolvimento dos países emergentes, Wackernage, criador da Pegada 
Ecológical disse “Acho que poucos países levam a sério essa conversa. O modelo 
econômico atual é mais forte que uma crença religiosa, pois não existem diferentes 
vertentes. Na economia todo mundo acredita na mesma doutrina, que não é 
consistente com a realidade física. Se eu fosse o Obama (presidente americano na 
época), diria que a nossa meta é nos comprometer a construir a nossa riqueza. 
Temos que nos julgar todo ano, e ver se a nossa riqueza diminuiu ou não. Os 
discursos de muitos presidentes ainda são papo furado sobre recursos naturais. Eles 
falam que estão comprometidos com um PIB alto, e não com uma riqueza natural 
alta.‖ 
 
 
 
33 
 
3.7 PAÍSES E SUAS PEGADAS 
 
Como já era de se esperar os países com maior Pegada são os que 
possuem maior rendimento econômico; e na maioria deles, o carbono é o maior 
componente da Pegada. (WWF, 2014). 
O agrupamento das Pegadas Ecológicas por nível de renda nacional revela 
a desigualdade da demanda nacional por recursos renováveis e serviços ecológicos, 
a figura a seguir revela como tal desigualdade mudou ao longo do tempo. (WWF, 
2012). 
A figura 4 fará uma comparação entre os valores de Pegadas dos países 
de alta, média e baixa renda, mostrando a relação entre pegada e desenvolvimento. 
 
Figura 4: Média da pegada ecológica per capita para países de alta, média e baixa rende por 
tipo de terra, em 1961, 1985 e 2012. 
 
Fonte WWF, 2012. 
 
A figura 5 mostra a Pegada Ecológica média por pessoa e por país em 2012. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Figura 5: Mapa global da pegada ecológica nacional por pessoa em 2012 
 
Fonte WWF, 2012. 
 
Em 2012, os países com as maiores pegadas ecológicos per capita segundo 
o Relatório Olho Vivos eram (WWF, 2012): 
1º Luxemburgo (15,8 gha), 
2º Aruba (11,9 gha), 
3º Qatar (10,8 gha), 
4º Austrália (9,3 gha), 
5º EUA (8,2 gha), 
6º Canada (8,2 gha), 
7º Kuwait (8,1 gha), 
8º Singapura (8,0 gha), 
9º Trinidad e Tobago (7,9 gha), 
10º Oman (7,5 gha), 
11º Bahrain (7,5 gha) 
12º Suécia (7,3 gha). 
 
 
35 
 
3.8 PEGADA BRASILEIRA 
 
A Pegada Ecológica brasileira tem mostrado uma tendência de aumento 
pouco acentuada até 2005, o que indica estabilidade nos padrões de consumo neste 
período. (BECKER, ET AL., 2012) 
A Pegada brasileira é 2,9 hectares globais por pessoa (hag), número esse 
superior à pegada mundial que é de 2,7 hag. Em contrapartida o Brasil possui uma 
biocapacidade per capita de 9,6 hag, superior a mundial que é de 1,7 gha, porém 
essa biocapacidade vem sofrendo forte declívio com o passar dos anos. A figura 6 
mostra o declínio da biocapacidade brasileira. 
 
Figura 6: Diminuição da biocapacidade brasileira. 
 
Fonte : WWF A PE de São Paulo, 2012. 
 
Ainda assim, o Brasil encontra-se em uma importante posição no cenário 
mundial, como um dos maiores credores ecológicos do planeta, situando-se em um 
favorável cenário na nova economia verde (WWF A PE de São Paulo, 2012). 
Para se manter nesta posição de credor ecológico, o Brasil precisa reverter 
este quadro de declínio de sua biocapacidade e diminuir a Pegada Ecológica de sua 
população por meio do consumo consciente dos recursos e da manutenção da 
estabilidade populacional (WWF A PE de São Paulo, 2012). 
36 
 
3.9 PEGADA INDIVIDUAL 
 
A Pegada individual leva emconta os consumos diários de uma pessoa, 
leva-se em conta: consumo de água, energia, alimentação, consumo e descarte e 
transporte (WWF, 2012). 
 
 Água 
Diariamente o ser humano usa água para realizar diversas tarefas, e essa 
demanda a se julgar pela população mundial não é pequena. 
O consumo mundial médio diário é de 40 litros de água por pessoa. Um 
europeu gasta de 140 a 200 litros por dia, um norte-americano, de 200 a 250 litros, 
enquanto em algumas regiões da África há somente 15 litros de água disponíveis a 
cada dia para cada morador. 
Segundo dados de uma pesquisa publicada na Folha de São Paulo (2015), o 
brasileiro gasta em média 163 litros de água no ano de 2013, média bem acima da 
mundial (WWF, 2012). 
 
 Energia 
O aumento do uso de eletrodomésticos e eletroeletrônicos exige uma maior 
produção de energia elétrica. Está na maioria das vezes não é renovável causando 
assim um grande impacto para sua geração. A maior parte da energia gerada no 
Brasil é proveniente de hidrelétricas, o que exige um grande impacto ambiental 
(WWF, 2012). 
 
 Alimentação 
Uma alimentação baseada em produtos industrializados não tem favorecido 
em nada a Pegada e a saúde da população, que atualmente come mais do que 
necessita, gerando um grande índice de obesidade principalmente em países mais 
desenvolvidos (WWF, 2012). 
 
 Consumo e descarte 
37 
 
Quanto maior o consumo, maior a produção de resíduos, e isso vêm 
aumentando devido ao incentivo ao consumo. A média mundial de resíduos gerados 
diariamente chega a 1kg por pessoa(WWF, 2012). 
 
 Transporte 
A maioria dos meios de transportes utilizados necessita de combustíveis não 
renováveis, que contribui para aumentar o nível de poluição diário. Este enorme 
problema agrava o aquecimento global e ocasiona o aumento de doenças 
respiratórias (WWF, 2012). 
Para reduzir o valor da pegada individual e assim contribuir com o planeta 
medidas simples podem ser tomadas (WWF BRASIL, 2012): 
 Consumir alimentos orgânicos e dentro da estação; 
 Evitar o consumo diário de proteínas, devido a grande quantidade de água 
necessária para a sua produção; 
 Opte por transportes coletivos; 
 Pratique a coleta seletiva; 
 Elimine hábitos consumistas; 
 Não compre produtos ilegais; 
 Equipamentos e tecnologias com baixo consumo de energia; 
 Evite desperdícios; 
 Utilize transporte público sempre que possível; 
 Mantenha seu veículo em bom estado. 
 
Para o cálculo da PE individual, os dados solicitados e analisados são mais 
simples e fáceis de se obter, em anexo será apresentado alguns pontos e perguntas 
por meio de um questionário, que ajudam a mensurar a Pegada Individual, e a 
pontuação de cada uma, exemplificando uma forma de fazer o cálculo individual 
(Scarpa, 2012). 
 
Tendo os pontos feitos por cada indivíduo nas questões acima, sabe-se se 
este está contribuindo para o futuro do planeta ou não. Uma maior pontuação indica 
uma maior cotribuição para o bem do planeta, pontuações menores mostram que o 
modo de vida deve ser revisto e melhorado para um futuro sustentável. 
38 
 
3.10 DESAFIOS MUNDIAIS PARA A SUSTENTABILIDADE 
 
O século 21 coloca um duplo desafio para a humanidade: manter a natureza 
em todas as suas muitas formas e funções e criar um lar equitativo para a população 
num planeta finito. Esse duplo desafio foi destacado para a Agenda da Organização 
das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável cuja meta é obter melhoria 
até 2030. (WWF, 2016). 
A seguir a figura 7 mostra os objetivos de um desenvolvimento sustentável, 
meios de diminuir os rastros deixados no meio ambiente, e desta forma, diminuir a 
PE mundial. 
 
Figura 7: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 
 
Fonte: ONU/ WWF, 2016. 
 
3.11 CONSEQUÊNCIAS PARA O PLANETA 
 
O Relatório Planeta Vivo, WWF (2010) mostrou essencialmente que a perda 
da biodiversidade global foi de 30%: ―A humanidade não está mais vivendo dos juros 
da natureza, mas esgotando seu capital‖ e, ―a esse nível de déficit ecológico, a 
exaustão dos ativos ecológicos e o colapso em grande escala dos ecossistemas 
parecem cada vez mais prováveis‖, afirma o relatório. 
39 
 
A figura 8 a seguir apresenta a tendência global da pegada ecológica e sua 
projeção, a linha vermelha representa a pegada ecológica da humanidade, enquanto 
a linha verde representa a biocapacidade da Terra. 
 
Figura 8: Tendências globais da pegada ecológica para 1961- 2012 e extrapolação estatística 
para 2013-2020. 
 
Fonte: WWF, 2010. 
 
O cálculo feito pela Global Footprint Network (GFN), organização 
internacional pela sustentabilidade, parceira global da Rede WWF, que monitora a 
Pegada Ecológica das cidades do mundo inteiro, mostra que desde 2000, a data em 
que o mundo esgota sua capacidade tem surgido cada vez mais cedo: de 1º de 
outubro em 2000 a 08 de agosto em 2016 no decorrer dos anos. A tendência é essa 
data passar cada vez mais para o início do ano. 
O quadro 3 mostra as datas do déficit mundial entre 2000 e 2016. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Quadro 3: Data déficit mundial 
Sobrecarga da Terra por ano 
2000 5 de outubro 
2001 4 de outubro 
2002 30 de setembro 
2003 21 de setembro 
2004 13 de setembro 
2005 6 de setembro 
2006 4 de setembro 
2007 2 de setembro 
2008 4 de setembro 
2009 8 de setembro 
2010 31 de agosto 
2011 27 de agosto 
2012 25 de agosto 
2013 22 de agosto 
2014 19 de agosto 
2015 13 de agosto 
2016 8 de agosto 
2017 2 de agosto 
 Fonte: WWF Brasil, 2017. 
 
O futuro não é animador. Pelo atual ritmo, em 2050 serão necessários dois 
planetas Terra para suportar as necessidades humanas de solo arável, água, 
florestas e espaço para ocupação urbana, segundo a Global Footprint Network 
(2010), conforme pode ser visto na figura 9 a seguir. 
 
41 
 
Figura 9: Projeções tendenciais. 
 
 Fonte: WWF, 2010. 
 
42 
 
4. ÁREA DE ESTUDO 
 
4.1 ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO 
 
A Associação Educacional Dom Bosco está sediada em Resende, município 
de aproximadamente 130 mil habitantes, situado na região do Vale do Paraíba, no 
Sul do Estado do Rio de Janeiro, às margens da Rodovia Presidente Dutra. 
Localizada em posição geográfica estratégica entre o Rio de Janeiro, São Paulo e 
Belo Horizonte, a cidade de Resende está no coração do principal eixo 
macroeconômico do país, responsável por 65% do Produto Interno Bruto brasileiro 
(AEDB,2017). 
A figura 10 mostra a localização da instituição. 
Figura 10: Localização da AEDB 
 
Coordenadas geográficas: 22° 29‘ 02‖ S; 44° 28‘ 19‖ O 
Fonte: Google Earth, 2017. 
43 
 
Na região Sul Fluminense estão instaladas indústrias de grande porte, como 
a companhia do ramo metal, mecânico e siderúrgico. Só o município de Resende 
concentra cerca de 80 indústrias de grande e médio porte (AEDB, 2017). 
Hoje, a região das Agulhas Negras – que engloba os municípios de 
Resende, Porto Real e Itatiaia – tornou-se o maior polo automotivo do Estado do Rio 
de Janeiro e um dos maiores do Brasil, formado pelas montadoras MAN Latin 
America (ex Volkswagen Caminhões e Ônibus), Peugeot-Citroen, Nissan, Hyundai e 
a Land Rover (AEDB, 2017). 
A indústria não é a única riqueza de Resende. O município sede da AEDB 
conta, também, com precioso patrimônio natural, formado por extensa área de 
proteção ambiental da Serra Mantiqueira, incluindo o Parque Nacional do Itatiaia, 
com seus rios, cachoeiras e florestas que abrigam rica flora e fauna. Dessa forma 
Resende concilia o desenvolvimento econômico impulsionado pela indústria, com a 
qualidade de vida proporcionada por natureza tão exuberante em seu entorno 
(AEDB, 2017). 
Fundada em 1964 pelo Professor Coronel Antonio Esteves, a Associação 
Educacional Dom Bosco – AEDB foi a primeira instituição de ensino superior privada 
de Resende e uma das primeiras da região Sul Fluminense, criada com a missão de 
preparar o jovem para as atividades econômicasque estavam se desenvolvendo na 
região, com o começo da industrialização (AEDB, 2017). 
A figura 11 apresenta a AEDB no início da década de 1960. 
 
 
 
 
 
44 
 
Figura 11: Associação Educacional Dom Bosco na década de 60. 
 
Fonte: AEDB, 2017. 
Iniciou suas atividades em 1968 com a instalação da Faculdade de Ciências 
Econômicas Dom Bosco, que funcionou, provisoriamente, em salas do Colégio Dom 
Bosco, cedidas por seu diretor, Dr. João Vilella. Em 1971 iniciaram-se as obras de 
construção da sede própria, em terreno doado pelo General Antenor O‘Reilly, que foi 
inaugurada em 1972 (AEDB, 2017). 
Em 1974, foi criada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco, 
oferecendo, inicialmente, os cursos de Pedagogia e Letras. Com a criação do 
Colégio de Aplicação, em 1993, e do Centro de Pesquisa, Pós-graduação e 
Extensão – CPGE, em 1998, a AEDB passou a oferecer o ciclo completo do ensino, 
da pré-escola à pós-graduação (AEDB, 2017). 
Também em 1998 foi criada a Faculdade de Engenharia de Resende, 
oferecendo inicialmente o curso de Engenharia Elétrica-Eletrônica. Hoje, são cinco 
cursos de Engenharia (AEDB, 2017). 
45 
 
A figura 12 mostra a atual entrada da Associação Educacional Dom Bosco. 
Figura 12: Entrada da Associação Educacional Dom Bosco atualmente. 
 
Fonte: AEDB, 2017. 
 
É neste cenário que está instalada a Associação Educacional Dom Bosco, 
instituição mantenedora de três Faculdades que oferecem 18 cursos de graduação, 
nas áreas de Negócios, Educação e Engenharia, sendo cinco tecnológicos de curta 
duração, atendendo cerca de 2.500 alunos, com o objetivo de formar profissionais 
qualificados para atender à demanda do mercado de trabalho, sempre em expansão, 
da região Sul Fluminense (AEDB, 2017). 
Fechando o ciclo do ensino, a AEDB, através do Centro de Pesquisa, Pós-
Graduação e Extensão – CPGE, oferece diversos cursos de pós-graduação e 
programa de MBA, em convênio com a Fundação Getúlio Vargas – FGV, além de 
mestrado em parceria com a Universidade Estadual Paulista – UNESP. E mantém o 
Colégio de Aplicação, com classes de Educação Infantil até o Ensino Médio (AEDB, 
2017). 
 
 
46 
 
5. METODOLOGIA 
 
Ecologicamente ligada com o desenvolvimento sustentável de uma 
população, a Pegada baseia-se em dados históricos para estabelecer sua base de 
cálculo, estabelecendo o que foi utilizado, mas sem poder afirmar o que deveria 
cada membro da população utilizar. Isto porque, a divisão de recursos e condições 
para adquirir estes não faz parte dos valores utilizados. A Pegada só pode estipular 
a biocapacidade disponível em uma cidade, ou país, mas não como essa é 
distribuída entre seus indivíduos, pois isso é uma questão de políticas públicas e 
desigualdade social. 
A Pegada Ecológica tem se difundido com o passar dos anos, porém os 
estudos sobre o sua teoria e sua aplicação com base nas adversidades locais, pode 
tornar a pesquisa um pouco delimitada. 
Para a elaboração desse trabalho, foram utlizadas as equações aplicadas no 
cálculo da Pegada Ecológica na Universidade de Santiago de Compostela, elas 
levam em conta os fatores presentes na área de estudo e os fatores de conversão 
de dados da literatura adotada. 
 
5.1 BASE DE CÁLCULO 
 
O cálculo da Pegada Ecológica pode não representar fielmente a realidade 
vivida, pois os dados coletados podem apresentar alguma defasagem. A PE se trata 
de uma forma simplificada de abordar alguns parâmetros que influenciam no nível de 
degradação ambiental. 
Na base de cálculo foram levados em conta os seguintes critérios: 
 Consumo de água; 
 Consumo de energia elétrica; 
 Consumo de papel; 
 Área total e área construída; 
 Transportes e média de quilometragem; 
 Número de funcionários e alunos; 
 Quantidade de resíduos gerados. 
 
47 
 
Nesse caso, foram desconsiderados alguns parâmetros como vestuário e 
outros produtos consumidos, fontes de energia, alimentação. Por se tratar de uma 
universidade, os parâmetros utilizados são os mais significativos, de acordo com 
(PAULO ET AL., 2010) 
Para o cálculo, foram apanhados os valores de consumo total de cada área 
estudada, convertidos em massa de gás carbônico liberado e posteriormente em 
área verde necessária para a absorção desde. As equações abaixo demonstram 
esses cálculos. 
 
 ( ) ( ) (
 
 
⁄ ) 
Equação 1 
 
 ( ) 
 ( )
 〈
 
 
 ⁄
⁄ 〉⁄
 
Equação 2 
 
Os dados utilizados para o cálculo da Pegada Ecológia foram fornecidos 
pela controladoria da faculdade, são referentes ao período de junho/2016 a 
maio/2017. 
 
5.2 FATORES DE EMISSÃO E TAXA DE ABSORÇÃO DE CO2 
 
Cada recurso utilizado possui um fator de emissão de CO2 associado que 
compreende a quantidade de carbono emitida. Nas tabelas 2 a 5 serão 
apresentados fatores de emissão utilizados, e fatores que influenciam no cálculo dos 
parâmetros utilizados no cálculo da PE. 
 
 
 
 
 
48 
 
Tabela 1: Fatores de emissão utilizados no cálculo de cada parâmetro e respectivas fontes de 
consulta 
 
 
Fator de 
emissão 
Unidades Fonte 
Água 0,50 kgCO2/m³ 
Governo Municipal de Santiago de 
Compostela, Espanha apud 
Projeto Cálculo Pegada Ecológica 
Universidade de Santiago de 
Compostela (USC) 
Construção de 
edifícios 
 
520 kgCO2/m² 
Informe MIES, 1999 apud Projeto 
Cálculo Pegada Ecológica (USC) 
Energia elétrica 0,57 kgCO2/kWh 
Instituto Energético de Galicia, 
2007 apud Projeto Cálculo 
Pegada Ecológica (USC) 
Papel 
Reciclado 0,61 
kgCO2/kg 
papel 
Projeto Cálculo Pegada Ecológica 
(USC) 
Virgem 1,84 
Projeto cálculo pegada ecológica 
(USC) 
Fonte: USP, 2010. 
 
Tabela 2: Fatores de emissão para meios de transporte 
Meio de Transporte Fator de Conversão 
Moto 0,07 kgCO2/km 
Ônibus 0,04 kgCO2/km 
Avião 0,11 kgCO2/km 
Fonte: USP, 2010. 
 
 
Tabela 3: Fator de emissão associado ao transporte de automóvel por passageiro 
Automóvel 
KgCO2/Km 
Nível de ocupação (%) 
25 50 75 100 
0,20 0,10 0,07 0,05 
 Fonte: USP, 2010. 
 
 
49 
 
Tabela 4: Níveis de ocupação em automóveis 
Nível de ocupação Pessoas 
100% 5 
75% 4 
50% 3 
25% 1 ou 2 
 Fonte: USP, 2010. 
 
 
Neste trabalho será feito o cálculo de emissão dos automóveis 
desconsiderando seu nível de ocupação, pois se trata de um veículo da faculdade, 
utilizado por funcionários, em média com ocupação de 1 a 2 funcionários. Sendo 
assim para todos será utilizado fator de conversão de 0,20 kgCO2/km. 
A taxa de absorsão média do carbono por florestas temperadas varia de 1,6 
a 6,5 T de carbono por hectare por ano, dependendo das características locais. 
Segundo Wackernagel e Rees (1996), criadores da PE, florestas tropicais e boreais 
absorvem em média 1,8 T de CO2 por hectare por ano. Já florestas que serão 
implantadas que absorvem mais carbono, esse valor médio durante o seu 
crescimento é de 6,27 T de CO2 por hectare por ano, valor considerado por 
Rodrigues, Iglesias e Álvares, 2008. Será feito o cálculo para as duas 
possibilidades, para que seja possível analisar quanto o tipo de floresta pode 
influenciar no resultado. 
 
 
50 
 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os resultados apresentados estão na seguinte ordem: 
 Consumo de papel; 
 Consumo de água; 
 Consumo de energia elétrica; 
 Área construída; 
 Mobilidade e transporte. 
 
6.1 CONSUMO DE PAPEL 
 
Com base no volume de papel consumido pela faculdade ao longo do ano, 
elaborou-se a tabela 5, nela está apresentado a quantidade de pacotes com 500 
folhas cada, utilizados pela faculdade. 
 
Tabela 5: Quantidade de pacotes de papel consumida por ano 
Consumo de papel chamex 
Entradas Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai 
23/06/2016 500 
08/09/2016 
 
500 
 
 
17/11/2016 
 
500 
14/02/2017 
 
500 
28/04/2017 
 
 500 
Total 
 
 2500Fonte: Própria autora, 2017. 
Com base nos dados fornecidos, temos que o consumo anual gira em torno 
de 2500 pacotes de chamex, ou seja, 1.250.000 folhas. O fator de conversão do 
papel está descrito na tabela 7. 
 
51 
 
Tabela 6: Fator de conversão do papel 
Fator de conversão (kgCO2/kg papel) 
Fibra virgem 1,84 
Reciclado 0,61 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
De acordo com a tabela, os fatores de conversão do papel (1,84 TCO2/T 
papel de fibra virgem e 0,61 TCO2/T papel reciclado) variam de acordo com o tipo de 
materia, será considerado no cálculo que todo papel consumido pelos 
departamentos é feito a partir de fibra virgem. Para esse cálculo seguiu-se os 
seguintes passos: 
1. Calculou-se o peso de cada folha: cada folha de papel tem a 
dimensão de 21,0 x 29,5 cm (0,062 m² de área) e que, a gramatura é de 
75gramas/m², temos que o peso da folha é de 4,65g. 
2. Calculou-se o peso total das folhas em toneladas, multiplicando 
o peso de cada folha pelo número total de folhas utilizadas pela Instituição. 
3. Converteu-se o valor obtido em toneladas de CO2 liberados, a 
partir do de 1,84 TCO2/T papel, pois a vibra utilizada é virgem. 
A tabela 7 apresenta a quantidade de folhas consumidas, e respectivos peso (T) 
e quantidade de CO2 liberados (T). 
 
Tabela 7: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de papel por ano 
Qtd de folhas/ano Peso (T) CO2 liberado (T) 
1.250.000 5,85 10,76 
Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Com base na quantidade de CO2 liberada, estimou-se a área necessária 
para a absorção do mesmo, levando em conta os dois tipos de florestas já citados. 
Os valores estão na tabela 8: 
 
 
 
52 
 
Tabela 8: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de papel 
CO2 liberado (T) 
Hectares necessários (ha/ano) 
Florestas em crescimento Florestas tropicais 
10,76 1,72 5,98 
Fonte: Própria autora, 2017. 
 
6.2 CONSUMO DE ÁGUA 
 
Nas tabelas 9 e 10 é apresentado o consumo mensal e total anual de água 
nos prédios da instituição. 
 
Tabela 9: Consumo de água nos prédios de 1 a 4 
Consumo de água (prédio 1 a 4) 
Mês Consumo (m³) 
Jun/16 352 
Jul/16 499 
Ago/16 310 
Set/16 333 
Out/16 315 
Nov/16 380 
Dez/16 343 
Jan/17 252 
Fev/17 310 
Mar/17 539 
Abr/17 467 
Mai/17 298 
Total 4.398 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
 
 
 
53 
 
 
Tabela 10: Consumo de água no prédio 5 
Consumo de água (prédio 5) 
Mês Consumo (m³) 
Jun/16 71 
Jul/16 109 
Ago/16 72 
Set/16 71 
Out/16 54 
Nov/16 77 
Dez/16 107 
Jan/17 131 
Fev/17 110 
Mar/17 69 
Abr/17 97 
Mai/17 64 
Total 968 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Os valores de conversão para cada m³ de água consumida libera 0,5 kg 
CO2. Com base nos valores de consumo, pode-se calcular o valor equivalente de 
gás carbônico emitido, apresentado na tabela 11. 
 
 Tabela 11: Consumo de água total anual 
Prédios Consumo (m³) 
1 a 4 4.398 
5 968 
Total 5.366 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Após o cálculo do consumo de água, aplica-se o fator de conversão já citado 
anteriormente, os dados estão na tabela 12. 
 
54 
 
Tabela 12: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de água por ano 
Consumo (m³) CO2 liberado (T) 
5.37 2,68 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Com a quantidade de CO2 liberado, calcula-se a quantidade de área 
necessária dos diferentes tipos de florestas para suprir essa demanda. A tabela 13 
mostra os resultados. 
 
Tabela 13: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de água 
CO2 liberado (T) 
Hectares necessários (ha/ano) 
Florestas em crescimento Florestas tropicais 
2,68 0,43 1,49 
Fonte: Própria autora, 2017. 
 
6.3 CONSUMO DE ENERGIA 
 
Os valores mensais e total anual do consumo de energia elétrica da 
instituição estão presentes na tabela 14 abaixo. 
 
Tabela 14: Consumo de energia elétrica 
Consumo de Energia 
Mês Consumo (kWh) 
Jun/16 24.452 
Jul/16 25.225 
Ago/16 25.813 
Set/16 26.620 
Out/16 27.442 
Nov/16 28.489 
Dez/16 29.575 
Jan/17 30.334 
Fev/17 31.220 
55 
 
Mar/17 32.383 
Abr/17 33.628 
Mai/17 34.411 
Total 349.592 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
De acordo com o total de kWh consumido, obtém-se a quantidade de CO2 
liberados aplicando o valor de 0,57 kgCO2/kWh. A relação está na tabela 15. 
 
Tabela 15: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica por ano 
Consumo (kWh) CO2 liberado (T) 
349.592 199,27 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Com o total de CO2 liberado obtém-se a área das florestas necessária para 
sua absorção. A tabela 16 mostra os dados. 
 
Tabela 16: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica 
CO2 liberado (T) 
Hectares necessários (ha/ano) 
Florestas em crescimento Florestas tropicais 
199,27 31,78 110,70 
Fonte: Própria autora, 2017 
 
6.4 ÁREA CONSTRUÍDA 
 
A área total, construída e a taxa de ocupação se encontram na tabela 17. 
 
Tabela 17: Áreas da Instituição 
Área total (m²) Área construída (m²) 
19.182,48 18.566,61 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
56 
 
A partir da área construída encontra-se a quantidade de CO2 emitida, valor 
mostrado na tabela 18. 
 
Tabela 18: Quantidade de CO2 liberado pela área construída 
Área construída (m²) CO2 liberado (T) 
18.566,61 9.654,64 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Após a conversão em quantidade de CO2 liberado, divide-se o valor 
encontrado por 50, pois esta é o tempo de vida útil da instituição, e a pegada é 
calculada anualmente. A tabela 19 apresenta esse valor após a divisão por ano. 
 
Tabela 19: CO2 liberado por ano 
CO2 liberado total (T) 
 
CO2 liberado por ano (T) 
9.654,64 193,09 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
A área nécessária para absorção do CO2 liberado por cada ano de vida da 
instituição é apresentada na tabela 20. 
 
Tabela 20: Área de absorção para o CO2 liberado pela área construída por ano 
CO2 liberado (T) 
Hectares necessários (ha/ano) 
Florestas em crescimento Florestas tropicais 
193,09 30,80 107,27 
Fonte: Própria autora, 2017. 
 
6.5 MOBILIDADE E TRANSPORTE 
 
As tabelas 21 a 25 mostram a quilometragem percorrida por cada carro da 
instituição ao longo de um ano, deve-se ter em mente que não se levou em conta o 
número de ocupantes que estavam no automóvel, usando-se então o valor inteiro de 
0,20 kg CO2/km. 
 
57 
 
Tabela 21: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro 
Saveiro 
Meses Km inicial Km final Km mensal 
Jun/16 44810 46163 1353 
Jul/16 46163 47613 1450 
Ago/16 47613 49353 1740 
Set/16 49353 50742 1389 
Out/16 50742 52363 1621 
Nov/16 52363 53805 1442 
Dez/16 53805 55060 1255 
Jan/17 55060 56344 1284 
Fev/17 56344 57589 1245 
Mar/17 57589 58690 1101 
Abr/17 58690 60048 1358 
Mai/17 60048 61607 1559 
Total 16.797 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Tabela 22: Quilometragem mensal e total anual da Kombi 
Kombi 
Meses Km inicial Km final Km mensal 
Jun/16 57645 58036 391 
Jul/16 58036 58178 142 
Ago/16 58178 58627 449 
Set/16 58627 58685 58 
Out/16 58685 58801 116 
Nov/16 58801 59137 336 
Dez/16 59137 59333 196 
Jan/17 59333 59367 34 
Fev/17 59367 59707 340 
Mar/17 59707 59742 35 
58 
 
Abr/17 59742 59995 253 
Mai/17 59995 60150 155 
Total 2.505 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Tabela 23: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro Branca 
Saveiro Branca 
Meses Km inicial Km final Km mensal 
Jun/16 153184 153650 466 
Jul/16 153650 155322 1672 
Ago/16 155322 155322 0 
Set/16 155322 155322 0 
Out/16 155322 157075 1753 
Nov/16 157075 157075 0 
Dez/16 157075 157075 0 
Jan/17 157075 157075 0 
Fev/17 157075 157199 124 
Mar/17 157199 157805 606 
Abr/17 157805 158330 525 
Mai/17 158330 158330 0 
Total 5.146 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Tabela 24: Quilometragem mensal e total anual do Fox 
Fox 
 Meses Km inicial Km final Km mensal 
Jun/16 92319 94426 2107 
Jul/16 94426 96146 1720 
Ago/1696146 99487 3341 
Set/16 99487 100512 1025 
Out/16 100512 103516 3004 
59 
 
Nov/16 103516 105338 1822 
Dez/16 105338 106635 1297 
Jan/17 106635 108500 1865 
Fev/17 105500 109478 3978 
Mar/17 109478 111069 1591 
Abr/17 111069 112969 1900 
Mai/17 112969 114947 1978 
Total 25.628 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Tabela 25: Quilometragem mensal e total anual do Uno 
Uno 
Meses Km inicial Km final Km mensal 
Jun/16 151473 151838 365 
Jul/16 151838 151907 69 
Ago/16 151907 152262 355 
Set/16 152262 152433 171 
Out/16 152433 152994 561 
Nov/16 152994 153498 504 
Dez/16 153498 154448 950 
Jan/17 154448 154595 147 
Fev/17 154595 155058 463 
Mar/17 155058 155191 133 
Abr/17 155191 155359 168 
Mai/17 155359 155825 466 
Total 4.352 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
A tabela 26 apresenta a quilometragem total rodada por cada carro e a 
soma da quilometragem de todos eles. 
 
 
60 
 
Tabela 26: Quilomentragem anual dos automóveis 
Carro Km 
Saveiro 16.797 
Kombi 2.505 
Saveiro branca 5.146 
Fox 25.628 
Uno 4.352 
Km total 54.428 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
A conversão para a quantidade de CO2 por quilometro é demonstrada na 
tabela 27, levando em conta que foi considerado fator de conversão do carro 
apenas, não levando em conta a taxa de ocupação. 
 
Tabela 27: Quantidade de CO2 liberado pelos quimômetros rodados 
Km rodados CO2 liberado (T) 
54.428 10,88 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
A partir da quantidade de CO2 liberado, obtém-se a área de floresta 
necessária para atender essa demanda. A tabela 28 mostra os resultados. 
 
Tabela 28: Área de absorção para o CO2 liberado pelos automóveis por ano 
CO2 liberado (T) 
Hectares necessários (há/ano) 
Florestas em crescimento Florestas tropicais 
10,88 1,74 6,04 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
6.6 CONSUMO GERAL DE CO2 
 
Para se ter uma visão geral dos resultados, estes foram sintetizados na 
tabela 29. 
 
61 
 
Tabela 29: Resultados gerais de CO2 liberado e área necessária para absorção 
Fatores de 
emissão 
CO2 liberado (T) 
Hectares necessários (ha/ano) 
Florestas em 
crescimeto 
Florestas 
tropicais 
Consumo de 
papel 
10,76 1,72 5,98 
Consumo de água 2,68 0,43 1,49 
Consumo de 
energia 
199,27 31,78 110,70 
Área construída 193,09 30,80 107,27 
Mobilidade e 
Transporte 
10,88 1,74 6,04 
Total 416,68 66,47 231,48 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Se for levado em conta que a instituição possui aproximandamente 3000 
pessoas frequentando suas instalações - número este que engloba funcionários e 
alunos - , temos que o valor da pegada individual é de 0,022 hag/ano. 
Através da figura 13, pode-se saber quais fatores mais influenciam o valor 
de pagada ecológica da instituição. 
 
Figura 13: CO2 liberado por cada fator de conversão 
 
Fonte: Própria autora, 2017. 
2% 
1% 
48% 
46% 
3% 
Consumo de papel
Consumo de água
Consumo de energia
Área construída
Transporte e mobilidade
62 
 
 
A figura revela que os consumos que causam maior impacto à instituição 
são consumo de energia e área construída, estes juntos representam 94% de todo 
CO2 liberado pela instituição. 
Apesar dos dois aspectos inflluenciarem quase que da mesma forma, o 
consumo de energia é o único que pode ser revisto e diminuído pela instituição, pois 
o forte impacto da área constuída se deve ao fato da área total da instituição ser 
pouco maior do que a construída. 
Com os recultados obtidos na AEDB e com o resultado da USP (Amaral, 
2010), outra instituição que já fez a aplicação da PE em suas instituição podemos 
comparar o quantitativo entre as faculdades. 
Os dados da área de hectares necessários para suprir a emissão de CO2 por 
ano da USP São Carlos levou em conta nos seus cálculos florestas em crescimento, 
que consomem 6,27 T de CO2 por hectare por ano, sendo assim, este será o 
parãmetro para comparação. Vale lembrar que ambas utilizaram parâmetros 
utilizados e aplicados nos cálculos da USC. Os dados para comparação estão na 
tabela 30. 
 
Tabela 30: Comparação entre AEDB e USP São Carlos 
Fatores de 
emissão 
Hectares necessários (ha/ano) 
AEDB USP 
Consumo de 
papel 
1,72 18,35 
Consumo de água 0,43 12,88 
Consumo de 
energia 
31,78 1.027,49 
Área construída 30,80 288,17 
Mobilidade e 
Transporte 
1,74 197,34 
Total 66,47 1.544,23 
 Fonte: Própria autora, 2017. 
 
Com relação aos resultados das duas instituições, temos que a AEDB possui 
valores muito inferiores à USP, mas deve-se levar em conta que o número de aluno 
63 
 
nelas é bem diferente, a AEDB possui aproximadamente 3.000 pessoas circulando 
em seu interior diariamente, enquanto a instiruição paulista aproximadamente 8.000. 
Os percentuais que mais influenciam no resultado final também não são os 
mesmos, devido ao fato de na USP o quisito mobilidade ter sido calculado com base 
no modo como os alunos vão e voltam da instituição, e na AEDB forão considerados 
apenas os carros que pertencem à instituição. 
 
64 
 
7. CONCLUSÃO 
 
Com a compreensão sobre o tema indicadores de sustentabilidade, como 
funcionam e qual a importância de se mensurar esses dados no nosso cotidiano, 
fica mais claro e tangível a necessidade de se trabalhar levando em conta 
métodos de avaliação da sustentabilidade entrelaçados com o modo de vida da 
sociedade. 
Deve-se levar em conta as limitações do método. Mas vale ressaltar que 
este é um passo inicial, de fácil compreensão e que pode ser monitorado ao longo 
dos anos, permitindo à instiuição se reavaliar e se policiar, incentivando assim 
seus alunos a se inserir no cenário sustentável, e criar uma consciência ambiental. 
O levantamento de dados para cálculo a Pegada Ecológica mostram a 
relevância desses pontos no dia-a-dia, e como essa ferramenta, que necessita de 
dados simples para seu cálculo pode incentivar o interesse por pesquisas de 
cunho ambiental e por questionar o fato de se não relacionar desenvolvimento com 
sustentabilidade. 
Através dos dados obtidos pelo cálculo da PE na instituição sabe-se que 
esta possui parâmetros quepermitem uma PE baixa para as pessoas que fazem 
parte do seu corpo de funcionários e alunos, temos que a pega individual é de 
0,022 hag/ano, um valor aceitável para uma instituição quando comparado com a 
USP de São Carlos que é de 0,19 hag/ano. 
Deve-se ter consciência que esse valor pode ser melhorado com mudanças 
simples de hábitos da instituição, a instalação de placas para captação de energia 
solar é uma boa saída para se reduzir a PE, uma vez que o consumo de energia 
possui grande influência nos valores obtidos pela instituição. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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<http://www.mma.gov.br/destaques/item/720> Acesso em 27 de abril de 2017. 
 
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<https://www.ecodebate.com.br/2012/05/23/pegada-ecologica-e-biocapacidade-
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Amaral, Renata Castiglioni. Análise da aplicabilidade da pegada ecológica em 
contextos universitários: estudo de caso no campus de São Carlos da Universidade 
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Disponível em: 
<http://www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/rio20/a-rio20.aspx> 
Acesso em 05 de Dezembro de 2017. 
 
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Asta, Eduardo. Águas no Brasil; Disponível em: 
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Acesso em 07 de Maio de 2017. 
 
A Pegada Ecológica de São Paulo - Estado e Capital e a família de pegadas. WWF-
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. 
Becker, M., Martins, T. da S., Campos, F. de e Mitchell, J. (2012) A Pegada 
Ecológica de Campo Grande e a família

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