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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO FACULDADE DE ENGENHARIA DE RESENDE CURSO DE ENGENHARIA CIVIL AUTORA: CAROLINE TEIXEIRA LOPES APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PEGADA ECOLÓGICA NA ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Resende - RJ 2017 AUTORA: CAROLINE TEIXEIRA LOPES APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PEGADA ECOLÓGICA NA ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Trabalho de conclusão de Curso (TCC) apresentado ao curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia de Resende – AEDB/ FER, para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientadora: Profª Juliana Gonçalves Fernandes Resende – RJ 2017 LOPES, Caroline Teixeira. Aplicação da Metodologia Pegada Ecológica na Associação Educacional Dom Bosco/ por Caroline Teixeira Lopes - Resende – RJ. Associação Educacional Dom Bosco, 2017. 74p. Trabalho de Conclusão de Curso – Associação Educacional Dom Bosco, Engenharia Civil, 2017. Orientador: Prof. MSc. Juliana Gonçalves Fernandes. 1. Sustentabilidade; 2. Pegada Ecológica; 3. Consciência sustentável CAROLINE TEIXEIRA LOPES APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PEGADA ECOLÓGICA NA ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Associação Educacional Dom Bosco, Faculdade de Engenharia de Resende, Curso de Engenharia Civil, como requisito parcial para obtenção do Grau de Engenheiro (a) Civil. BANCA EXAMINADORA Profª Me. Juliana Gonçalves Fernandes _________________________________ Orientadora Profª Me. Iara da Silva Almeida _______________________________________ Convidada Prof. Me. Otacílio Leôncio da Silva Júnior _______________________________ Convidado Resende, 02 de dezembro de 2017. DEDICATÓRIA Dedico a todas as pessoas que de forma voluntária ou involuntária estiveram comigo durante esses anos, aos que dedicaram um pouco do seu tempo a me dar apoio e carinho durante esses últimos anos intensos. A todos que afloraram em mim o desejo de perseverar e o gosto pelo conhecimento. Aos que ficam felizes com a minha realização e sabem o quão importante ela é para mim. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, por não me deixar desistir e sempre estar comigo nos momentos de dúvida e lágrimas, não foi nada fácil chegar até aqui, mas graças a Ele consegui. Aos meus pais, irmãos, amigos e as várias famílias que ganhei durante esses cinco anos, que me deram apoio quando eu precisei, que me acolheram e permitiram através de gestos simples e singelos de incentivo, não me deixar desanimar. Por todo incentivo, apoio e carinho, sou grata. Agradeço ao apoio e incentivo dos professores, por todo conhecimento a mim transferido. A minha orientadora Juliana Gonçalves Fernandes, agradeço pela orientação e apoio. Agradeço a todos que me apoiaram neste período. Por todos os conhecimentos transmitidos, risos e lágrimas compartilhados. Obrigada pelo apoio e carinho. “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…” Mario Quintana RESUMO As universidades são vistas como objetivo a ser alcançado e local detentor do conhecimento, ao qual todos querem pertencer. Deste modo, estas são exemplos positivos do conhecimento, sendo indispensável que apresentem informaões e aprendizados que serão levados para toda a vida. A consciência sustentável vem sendo difundida no meio universitário, e cada vez mais pesquisas e indicadores relacionados a esse tema estão sendo discutidos. Nesse contexto de consciência sustentável, surgiu a Pegada Ecológica (PE), um indicador que mensura a área necessária para produzir os recursos que serão responsáveis por sanar a demanda de uma determinada população, seu fácil entendimento e aplicação tornam esse indicador um dos mais utilizados. Neste contexto, foi escolhida para ser aplicada neste trabalho, analisando assim sua aplicabilidade no ambiente universitário, a Pegada Ecológica na Associação Educacional Dom Bosco. Esta foi calculada com base na metodologia aplicada na Universidade de Santiago de Compostela e Universidade de São Paulo campus de São Carlos. Para o cálculo foram utilizados parâmetros essenciais, tais como: consumo de papel, consumo de água, consumo de energia, área construída e mobilidade e transporte. Através do cálculo foi encontrado um valor de Pegada Ecológica de 66,47ha/ano no caso da sua aplicação utilizando florestas em crescimento e 231,48 ha/ano caso seja utilizado como parâmetro florestas tropicais já existentes, ambos os valores são bem maiores que a área da instituição. Mesmo revelando que a PE deve ser melhorada, este estudo revelou os parâmetros que merecem mais atenção por causarem maior impacto. Com o desenvolvimento deste trabalho foi possível perceber que este indicador pode ser um instrumento que auxilia a consciência ecológica e a tomada de decisões de todos dentro da instituição, pois mostra de forma mensurável como o modo de vida do ser humano impacta o locais por onde vive e passa. Sua aplicação pode servir como uma forma de controle de ações, incentivo à sustentabilidade e uma forma de mostrar o desenvolvimento sustentável da instituição. Palavras-chave: Sustentabilidade; Pegada Ecológica; Consciência sustentável ABSTRACT Universities are seen as a goal to be achieved and a place that holds knowledge, to which everyone wants to belong to. In this way, these are positive examples of knowledge, being indispensable that they present information and learning that will be taken for the whole life. Sustainable awareness has been widespread in the university environment, researches and indicators related to this theme are being more and more discussed. In the context of sustainable consciousness, the Ecological Footprint, an indicator that measures the necessary area to produce the resources that will be responsible for a demand of a particular population, its easy understanding and application make this indicator one of the most used. In this context, it was chosen to be applied in this work, assessing its applicability in the university environment, the Ecological Footprint at Dom Bosco Educational Association. It was calculated based on the methodology applied at University of Santiago de Compostela and at University of São Paulo, São Carlos campus. Essential parameters such as paper consumption, water consumption, energy consumption, built-up area and mobility and transportation were used for calculation. Through the calculation, an Ecological Footprint value of 66.47hga/year was found in the case of its application using growing forests and 231,48 ha/year if used as a parameter for existing tropical forests, both values are much higher than the area of the institution. Even showing that the Ecological Footprint should be improved, this study revealed the parameters that deserve more attention because they cause greater impact. With the development of this work it was possible to perceive that this indicator can be an instrument that assists ecological awareness and the decision making of every person in the institution, since it shows in a measurable way how the way of life of human beings impacts the places where they live and spend time. Its application can work as a way of controlling actions, a stimulus towards sustainability and a way to show the sustainable development of the institution. Keywords: Sustainability; Ecological Footprint; Sustainable Awareness LISTA DE FIGURAS Figura 1: Biocapacidade total por país em 2012, em hectares globais (hag). ........... 25 Figura 2: Razão entre Pegada Ecológica e Biocapacidademundial. ........................ 26 Figura 3: Pegada Ecológica mundial 1961-2012. ...................................................... 32 Figura 4: Média da pegada ecológica per capita para países de alta, média e baixa rende por tipo de terra, em 1961, 1985 e 2012. ....................................................... 33 Figura 5: Mapa global da pegada ecológica nacional por pessoa em 2012 .............. 34 Figura 6: Diminuição da biocapacidade brasileira. .................................................... 35 Figura 7: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. .............................................. 38 Figura 8: Tendências globais da pegada ecológica para 1961- 2012 e extrapolação estatística para 2013-2020. ....................................................................................... 39 Figura 9: Projeções tendenciais. ............................................................................... 41 Figura 10: Localização da AEDB ............................................................................... 42 Figura 11: Associação Educacional Dom Bosco na década de 60. .......................... 44 Figura 12: Entrada da Associação Educacional Dom Bosco atualmente. ................. 45 Figura 13: CO2 liberado por cada fator de conversão ............................................... 61 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Fatores de emissão utilizados no cálculo de cada parâmetro e respectivas fontes de consulta ........................................................................................................ 48 Tabela 2: Fatores de emissão para meios de transporte ............................................. 48 Tabela 3: Fator de emissão associado ao transporte de automóvel por passageiro ... 48 Tabela 4: Níveis de ocupação em automóveis ............................................................ 49 Tabela 5: Quantidade de pacotes de papel consumida por ano .................................. 50 Tabela 6: Fator de conversão do papel ....................................................................... 51 Tabela 7: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de papel por ano .................... 51 Tabela 8: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de papel.................. 52 Tabela 9: Consumo de água nos prédios de 1 a 4 ...................................................... 52 Tabela 10: Consumo de água no prédio 5 ................................................................... 53 Tabela 11: Consumo de água total anual .................................................................... 53 Tabela 12: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de água por ano .................... 54 Tabela 13: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de água ................. 54 Tabela 14: Consumo de energia elétrica ..................................................................... 54 Tabela 15: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica por ano ... 55 Tabela 16: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica. 55 Tabela 17: Áreas da Instituição ................................................................................... 55 Tabela 18: Quantidade de CO2 liberado pela área construída .................................... 56 Tabela 19: CO2 liberado por ano ................................................................................. 56 Tabela 20: Área de absorção para o CO2 liberado pela área construída por ano ....... 56 Tabela 21: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro ....................................... 57 Tabela 22: Quilometragem mensal e total anual da Kombi ......................................... 57 Tabela 23: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro Branca ........................... 58 Tabela 24: Quilometragem mensal e total anual do Fox .............................................. 58 Tabela 25: Quilometragem mensal e total anual do Uno ............................................. 59 Tabela 26: Quilomentragem anual dos automóveis ..................................................... 60 Tabela 27: Quantidade de CO2 liberado pelos quimômetros rodados ......................... 60 Tabela 28: Área de absorção para o CO2 liberado pelos automóveis por ano ............ 60 Tabela 29: Resultados gerais de CO2 liberado e área necessária para absorção ....... 61 Tabela 30: Comparação entre AEDB e USP São Carlos ............................................. 62 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Pesquisas mundiais sobre indicadores de Sustentabilidade Ambiental ...... 28 Quadro 2: Pesquisas sobre Indicadores de Sustentabilidade Amiental no Brasil ........ 30 Quadro 3: Data déficit mundial .................................................................................... 40 LISTA DE EQUAÇÕES Equação 1: Conversão do consumo em emissão de CO2 ........................................... 47 Equação 2: Conversão emissão CO2 em área necessária (ha) ................................... 47 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS hag – hectares globais - 1 hectare global, representa um um hectare biologicamente produtivo, medido em acordo com a produtividade média mundial PE – Pegada Ecológica SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia AEDB – Associação Educacional Dom Bosco USC – Universidade de Santiago de Compostela USP – Universidade de São Paulo T - tonelada SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................................... 8 ABSTRACT ....................................................................................................................... 9 LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... 10 LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... 11 LISTA DE QUADROS .................................................................................................... 12 LISTA DE EQUAÇÕES .................................................................................................. 13 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................ 14 SUMÁRIO ........................................................................................................................ 15 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17 2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 19 2.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 19 2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 19 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 20 3.1 Sustentabilidade ............................................................................................ 20 3.2 Definição de Pegada Ecológica ........................................................................ 21 3.3 Origem .................................................................................................................. 24 3.4 Biocapacidade..................................................................................................... 24 3.5 Outros Indicadores Ecológicos ........................................................................ 27 3.6 Pegada Mundial .................................................................................................. 31 3.7 Países e Suas Pegadas ...................................................................................... 33 3.8 Pegada Brasileira ................................................................................................35 3.9 Pegada Individual ............................................................................................... 36 3.10 Desafios Mundiais Para a Sustentabilidade ............................................ 38 3.11 Consequências Para o Planeta ................................................................. 38 4. ÁREA DE ESTUDO.............................................................................................. 42 4.1 Associação Educacional Dom Bosco .............................................................. 42 5. METODOLOGIA ................................................................................................... 46 5.1 Base de Cálculo .................................................................................................. 46 5.2 Fatores de Emissão e Taxa de Absorção de CO2 .......................................... 47 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 50 6.1 Consumo de Papel ............................................................................................. 50 6.2 Consumo de Água .............................................................................................. 52 6.3 Consumo de Energia .......................................................................................... 54 6.4 Área Construída .................................................................................................. 55 6.5 Mobilidade e Transporte .................................................................................... 56 6.6 Consumo Geral de CO2 ...................................................................................... 60 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 64 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 65 ANEXO 1 - Questionário para cálculo da PE individual ........................................... 71 17 1. INTRODUÇÃO Indicadores ecológicos e/ou de sustentabilidade são formas de se avaliar o estado de conservação e degradação de um ambiente, levando em conta diversos fatores como alterações na estrutura de um ecossistema, surgimento ou extinção de espécies, mudança de temperatura e outros aspectos importantes. Com o crescente desenvolvimento tecnológico e populacional, houve consequentemente um aumento no consumo de energia, água, papel, e na geração de resíduos, carbono, poluição e desmatamento, podendo levar futuramente o planeta a uma escassez de recursos. Isso se deve ao fato do ser humano realizar suas tarefas com irresponsabilidade e sem pensar nas suas consequências. Com base nessa probabilidade e com os problemas já enfrentados devido ao modo de vida mundial, indicadores de sustentabilidade vêm sendo elaborados e estudados a fim de alertar sobre os rastros gerados pelo homem, e modos de sanar ou pelo menos diminuir esse ritmo ao qual se vem destruindo o local onde se vive. A Agenda 21, em seu capítulo 40, chama a atenção para o fato dos indicadores de desenvolvimento utilizados pelos países não realizarem menção alguma a números relacionados à sustentabilidade. E apresenta informações sobre o trajeto que deverá ser traçado pelo ser humano tentar reverter ou ao menos amenizar os impactos causados. Salientando assim a necessidade de se conhecer meios para calcular o consumo humano e seu impacto na degradação ambiental. A natureza é uma tábua de salvação para a sobrevivência e um trampolim para a prosperidade. É importante ressalvar que estamos todos juntos nisto. Todos nós precisamos de alimentos, água potável e ar limpo - em qualquer lugar do mundo onde vivamos. Numa altura em que tantas pessoas ainda vivem na pobreza, é essencial trabalhar em conjunto para criar soluções que funcionem para todos. Marco Lambertini(2014) Pensando nessa necessidade de conhecimento sobre o nível de degradação ambiental, indicadores foram criados para expressar em números a influência humana no planeta. Neste trabalho será dada ênfase a Pegada Ecológica, uma 18 metodologia de contabilidade ambiental que avalia o consumo humano de recursos naturais e avalia se este vem sendo acima do que seria permitido. Inicialmente serão tratados assuntos referentes à definição, origem e objetivo da Pegada Ecológica, para aumentar o conhecimento sobre o tema. Em seguida biocapacidade, que é medida com a qual a Pegada é comparada. Outros indicadores ecológicos que são utilizados para se obter o grau de degradação ambiental causado pelo homem. Depois, Pegada Mundial, de alguns países, brasileira e individual, apresentando valores de pegada que podem ser comparados e relacionados entre si e com o elevado consumo de bens e serviços. Continuando o capítulo 2, têm-se possíveis mudanças de hábitos para reduzir a Pegada, consequências da alta Pegada, e tempo de vida que o planeta irá suportar esses rastros deixados. No capítulo 3 serão apresentados os objetivos e posteriormente no capítulo 4, a área de estudo. A metodologia será mostrada no capítulo 5, este capítulo é composto pela base de cálculo da pegada e os fatores que influenciam na emissão de CO2. Os resultados obtidos, os cálculos realizados para obter a quantidade de CO2 liberados pela instituição e a área necessária para absorver esse gás será demonstrados no capítulo 6. A conclusão será exibida no capítulo 7. 19 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS Determinar o impacto ambiental da Associação Educacional Dom Bosco no meio ambiente utilizando o indicador Pegada Ecológica. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Compreender o indicador Pegada Ecológica; Aplicar a metodologia da Pegada Ecológica nos dados obtidos da área de estudo. 20 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 SUSTENTABILIDADE Sustentabilidade é dar suporte a alguma condição, a algo ou alguém em algum professo ou tarefa. Etimologicamente, a palavra sustentável tem origem no latim "sustentare", que significa sustentar, apoiar e conservar. O conceito de sustentabilidade está normalmente relacionado com uma mentalidade, atitude ou estratégia que é ecologicamente correta, e viável no âmbito econômico, socialmente justa e com uma diversificação cultural (SIGNIFICADOS, 2017). Atualmente, o termo é bastante utilizado para designar o bom uso dos recursos naturais da Terra, e vem sendo colocado em destaque em diversos encontros e conferências de âmbito mundiais. As Conferências das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecidas como Rio-92, Rio +10 e Rio +20, tem tido papel importante na discussão deste tema e na criação de uma consciência mais sustentável. Na Rio-92, ficou acordado, então, que os países em desenvolvimento deveriam receber apoio financeiro e tecnológico para alcançarem outro modelo de desenvolvimento que seja sustentável, inclusive com a redução dos padrões de consumo — especialmente de combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral). Com essa decisão, a união possível entre meio ambiente e desenvolvimento avançou, superando os conflitos registrados nas reuniões anteriores patrocinadas pela ONU, como na Conferência de Estocolmo, em 1972. A partir da Rio-92 foi elaborada a Agenda 21 cujo objetivo é conciliar métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica, e serve de base para as negociações que envolvem o meio ambiente (SENADO, 2017). Durante a Rio+10, os países revisaram as metas da Agenda 21 e se concentraram em áreas carentes de maior esforço para implementação, com um plano de ação global que buscaria conciliar desenvolvimento da sociedade e preservação do meio ambiente para as gerações futuras. O objetivo principal era a adoção de um plano de ação de 153 artigos, divididos em 615 pontos,sobre pobreza e miséria, consumo, gestão de recursos naturais, globalização, direitos humanos, assistência oficial ao desenvolvimento, 21 contribuição do setor privado ao meio ambiente, entre outros. Também foi sugerida, na Rio+10, a criação de instituições multilaterais mais eficientes, com mais poder para auxiliar os países a atingir o desenvolvimento sustentável (SENADO, 2017). A Rio+20 teve a missão de renovar compromissos com o desenvolvimento sustentável em meio a urgências ambientais, sociais, econômicas e políticas que entravam a definição de metas para evitar degradação do meio ambiente (SENADO, 2017). 3.2 DEFINIÇÃO DE PEGADA ECOLÓGICA Cada ser vivo necessita de uma quantidade mínima de espaço natural produtivo para sobreviver. Os humanos, neste e noutros aspectos, são semelhantes às outras espécies. Na verdade, a nossa sobrevivência depende da existência de alimentos, de uma fonte constante de energia, da capacidade de os vários resíduos que produzimos serem absorvidos e, assim, deixarem de constituir uma ameaça, bem como da disponibilidade de matérias-primas para os processos produtivos. Pegada Ecológica (PE) é uma forma de contabilizar e gerenciar o impacto causado ao meio ambiente pelo modo de vida da população mundial, seu consumo de recursos exagerado, sua produção de resíduos exagerada e seu modo de vida inconsequente. As marcas geradas são impactantes, e se não for dada a ela sua devida importância, talvez irreversível (WWF BRASIL, 2012). A cada ano a Pegada faz uma avaliação histórica dos recursos utilizados e dos que foram produzidos no último ano, a partir disso avalia-se a atual situação do planeta ou de determinada região. A Global Footprint Network (2013) define pegada ecológica como sendo a medida da quantidade de área de terra e de água biologicamente produtiva que um indivíduo, população ou atividade requer para produzir todos os recursos que consome e para absorver os resíduos que gera, usando a tecnologia vigente e práticas de gestão de recursos. Geralmente é medida em hectares globais, considerando que o comércio é global e a pegada de um indivíduo ou país inclui terra ou água de todo o mundo. Pegada Ecológica é uma medida criada para responder ao questionamento: Quanto da capacidade regenerativa de nosso planeta estamos usando? Através do 22 cálculo da demanda que o consumo humano e a produção de lixo exercem sobre a Biosfera (GAODI ET AL. ,2012) O principal objetivo é quantificar os recursos que utilizamos da natureza para sustentar nosso modo de vida, baseia-se nos bens materiais, forma de se alimentar, produção de resíduos e poluição enfim, hábitos de consumo da população. E a partir de então, pode-se estimar o quão forte cada ser humano impacta sobre a natureza, a força e a devastação que seu caminhar deixam para trás (BORBA E COSTA, 2007). A Pegada Ecológica permite uma leitura e interpretação da realidade, as diferentes culturas presentes nos países e no mundo, e seus modos de vida. Relata problemas como injustiça e desigualdade, através dos diferentes níveis de consumo de recursos. E mostra que a igualdade, a conscientização e a preocupação de cada um com o planeta possa ser a chave para uma Pegada melhor. Segundo Dias (2002), a Pegada Ecológica é um indicador que permite estabeceler de forma clara e simples, as relações de dependência entre as atividades humanas e os recursos naturais necessários para a realização das mesmas e para a absorção dos resíduos gerados. O grau de dependência é estimado em áreas de terras ou de mar produtivas, necessárias para sustentar a manutenção dessa relação. Dentre a ―família de pegadas‖, a Pegada Ecológica difere dos outros dois métodos da pegada – a Pegada Hídrica e a Pegada de Carbono – no que diz respeito a sua abrangência de análise. Enquanto a Pegada Ecológica avalia o impacto do consumo de forma mais abrangente sobre a biosfera, a Pegada Hídrica relaciona o impacto sobre os recursos hídricos e sobre uma cadeia produtiva específica. Este enfoque é também uma característica da Pegada de Carbono, que analisa a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) a partir de uma atividade ou processo produtivo. A Pegada Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos naturais (BECKER ET AL., 2012). Segundo William Rees e Mathis Wackernagel (1996), criadores da Pegada existem cinco fatores importantes para seu cálculo: 23 Terra Bioprodutiva: terra para a colheita, pastoreio, corte de madeira, e outras atividade de grande impacto; Mar Bioprodutivo: área necessária para pesca e extrativismo; Terra de Energia: área de florestas e mar necessária para a absorção de emissões de carbono; Terra Construída: área para casas, construções, estradas e infraestrutura; Terra de Biodiversidade: áreas de terra e águas destinadas à preservação da biodiversidade. Com base nesses fatores foram definidos os componentes da Pegada Ecológica (BECKER, ET AL., 2012): Carbono: Representa a extensão de áreas florestais capaz de sequestrar emissões de CO2 derivadas da queima de combustíveis fósseis, excluindo-se a parcela absorvida pelos oceanos que provoca a acidificação. Áreas de cultivo: Representa a extensão de áreas de cultivo usadas para a produção de alimentos e fibras para consumo humano, bem como para a produção de ração para o gado, oleaginosas e borracha. Pastagens: Representa a extensão de áreas de pastagem utilizadas para a criação de gado de corte e leiteiro e para a produção de couro e produtos de lã. Florestas: Representa a extensão de áreas florestais necessárias para o fornecimento de produtos madeireiros, celulose e lenha. Áreas construídas: Representa a extensão de áreas cobertas por infraestrutura humana, inclusive transportes, habitação, estruturas industriais e reservatórios para a geração de energia hidrelétrica. Estoques pesqueiros: Calculada a partir da estimativa de produção primária necessária para sustentar os peixes e mariscos capturados, com base em dados de captura relativos a espécies marinhas e de água doce. 24 3.3 ORIGEM Os especialistas William Rees e Mathis Wackernagel procuravam por formas para medir as marcas geradas pelo ser humano no planeta, na década de 90. Em 1996, estes cientistas publicaram o livro Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth (traduzido para o português Pegada Ecológica – reduzindo o impacto do ser humano na Terra), apontando uma nova concepção no universo da sustentabilidade ao mundo (WWF - BRASIL, 2012). Garcia (2008) levando em conta as ideias de Mathis Wackernagel, um dos fundadores do indicador, escreveu o artigo: O homem que inventou a Pegada Ecológica, e neste, relatava a já nada aceitável a situação da pegada por habitante. ―No mundo todo, há cerca de 1,8 hectares de terrenos produtivos por cada habitante. Mas, em média, cada pessoa utiliza 2,2 hectares. Ou seja, a Terra não consegue repor o que o ser humano consome ao longo de um ano. A conta está no vermelho. Fazendo uma análise histórica sobre a Pegada Ecológica, até a década de 1970, a terra conseguia suprir as necessidades humanas, o que não vem ocorrendo atualmente. No ano de 2010, segundo o relatório Planeta Vivo (2014), a média da Pegada Ecológica mundial per capita é em torno de 2,6 hectares globais, enquanto a biocapacidade per capita é de 1,7 hectare global. O que deixa um déficit ecológico de 0,9 gha/cap, ou seja, a população mundial consome um planeta e meio, ultrapassando assim a capacidade do planeta em 50%. Com o aumento rápido do valor da Pegada, em pouco tempo é provável que o planeta não suporte mais suprir as necessidades básicas da sua população. 3.4 BIOCAPACIDADE Capacidade biológica ou biocapacidade é o montante de recursosúteis produzidos pelos ecossistemas e a aptidão destes de absorver os resíduos gerados pelo ser humano, ou seja, pode-se dizer que é a capacidade regenerativa da terra. É a medida usada de comparação com a Pegada Ecológica (WWF - BRASIL, 2012). O cálculo da biocapacidade considera a área de terra livre e sua capacidade de produção, esse valor é obtido em hectare levando em conta as culturas ou árvores inseridas em uma área. 25 Os fatores abrangidos são para a realização do cálculo da biocapacidade são: Terras cultiváveis para a produção de alimentos, fibras, biocombustíveis; Pastagens para produtos de origem animal, como carne, leite, couro e lã; Áreas de pesca costeiras e continentais; Florestas, que tanto fornecem madeira como podem absorver CO2 ; Áreas urbanizadas, que ocupam solos agrícolas; Hidroeletricidade, que ocupam área com seus reservatórios. Na figura 1 é apresentado um mapa com a biocapacidade mundial, percebe- se através dele que Brasil, China, Estados Unidos, Rússia e Índia respondem por quase metade da biocapacidade total do planeta. Figura 1: Biocapacidade total por país em 2012, em hectares globais (hag). Fonte WWF, 2012. Esses poucos países funcionam como centros da biocapacidade global, porque estão entre os exportadores primários de recursos para os demais países. Isso resulta numa grande pressão sobre os ecossistemas desses países e, sem 26 dúvida, contribui para a perda de habitat. Esse é um exemplo onde a pressão advém das atividades de consumo em outros países distantes (GALLI ET AL., 2014). Os avanços tecnológicos, as matérias-primas agrícolas e a irrigação impulsionaram os rendimentos médios por hectare de área produtiva, especialmente para áreas de cultivo, aumentando a biocapacidade total do planeta em 9,9-12 mil milhões de hectares globais (hag) entre 1961 e 2010. No entanto, durante o mesmo período, a população humana mundial aumentou de 3,1 bilhões para quase 7 bilhões, reduzindo a biocapacidade disponível per capita em 3,2-1,7 gha. Enquanto isso, a Pegada Ecológica aumentou 2,5-2,7 gha per capita. Assim, apesar do aumento da biocapacidade global, há menos margem de manobra para responder a estes desafios. Com projeções de população mundial em cerca de 9,6 bilhões de habitantes em 2050 e 11 bilhões até 2100, a biocapacidade disponível para cada habitante vai reduzir-se ainda mais, e será cada vez mais difícil manter a biocapacidade face à degradação dos solos, à escassez de água doce e ao aumento dos custos de energia (WWF, 2014). A seguir, conforme apresentado na figura 2, tem-se uma noção sobre o crescente déficit ecológico do planeta ao longo dos anos. Tal figura apresenta a divisão de Pegada por Biocapacidade, quanto maior o valor dessa divisão, mais se está degradando o planeta. Figura 2: Razão entre Pegada Ecológica e Biocapacidade mundial. Fonte: O problema do desenvolvimento sustentável, 2017. 27 3.5 OUTROS INDICADORES ECOLÓGICOS Segundo Philippi (2005), ―a função de um indicador é fornecer uma pista de um problema de grande importância ou tornar perceptível uma tendência que não está imediatamente visível, favorecendo maior dinamismo no processo de gestão‖. De acordo com a necessidade de medir a sustentabilidade ambiental (processo dinâmico e permanente), surgem novos indicadores e índices buscando avaliar o grau de sustentabilidade alcançado. Segundo Grover (2003) apud SEI (2006) ―os indicadores ambientais começaram a atrair as atenções no final dos anos 70, embora se possa dizer que desde meados de 1800 há registros de indicadores, utilizando dados de qualidade do ar e temperatura‖. Através de Indicadores de Sustentabilidade Ambiental busca-se apresentar de forma simples, transparente e acessível, as complexas interações que envolvem a gestão do ambiente, possibilitando que a comunidade e tomadores de decisão se conscientizem do quadro social, econômico e ecológico que se apresenta. Principais objetivos do uso de Indicadores de Sustetabilidade Ambiental (SEI, 2006): Avaliação do estado: Os indicadores são gerados a partir de dados de monitoramento especificos. Para cada análise se identifica o estado atual de determinados aspectos ambientais. Avaliação do desempenho: Os indicadores ajudam a avaliar o desempenho ou concretização, se uma base de comparação estiver claramente identificada, especialmente se há limites ou limiares estabelecidos. Avaliação do funcionamento: Os indicadores ajudam a avaliar o funcionamento dos sistemas ambientais com base em dados históricos. Avaliação de causa: Os indicadores são importantes para apoiar a investigação das causas, como as interligações entre as pressões e as condições ambientais, contribuindo para a proposição de soluções. Avaliação dos cenários: Os indicadores fornecem dados reais que ajudam na projeção de cenários futuros. Para a determinação de indicadores de sustentabilidade é importante adotar o pensamento sistêmico que envolve a interação entre fatores econômicos, sociais e 28 ecológicos; sendo que a estrutura lógica dessa sistematização tem considerado como modelo básico a concepção conhecida como Pressão–Estado–Resposta (PER) que foi desenvolvido e adotado originalmente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (SEI, 2006). Segundo SEI (2006) estudos têm contribuído para o aperfeiçoamento do modelo PER, dando origem a novas adaptações, tais como: Força Motriz–Situação–Resposta (FMSR) ou (DSR). Força Motriz–Pressão–Situação–Impacto–Resposta (FMPSIR) ou (DPSIR). Pressão–Estado–Impacto–Resposta (PEIR). Pressão–Estado–Resposta–Efeitos (PERE). Onde os aspectos anteriormente citados podem ser assim definidos: Pressão: atividades humanas demandando recursos naturais e emitindo poluentes de diversas ordens. Estado: situação observada a partir da pressão exercida. Impacto: consequência adversa ou benéfica proveniente da pressão exercida. Resposta: ações governamentais para a melhoria das condições ambientais. Efeitos: resultados obtidos a partir da resposta dada. Pesquisas em torno da definição de indicadores de sustentabilidade começaram a acontecer no cenário mundial logo após a introdução do conceito de desenvolvimento sustentável no Relatório de Brundtland em 1987. Abaixo serão listados alguns estudos desenvolvidos ao redor do mundo sobre desenvolvimento dos indicadores ecológicos. Quadro 1: Pesquisas mundiais sobre indicadores de Sustentabilidade Ambiental Pesquisas mundiais sobre Indicadores de Sustentabilidade Ambiental 1990 Pesquisa de indicadores do Seattle Sustentável realizada nos Estados Unidos abrangendo quarenta indicadores das áreas econômicas, sociais e ambientais. 1993 ONU lançou o manual de contas nacionais, a contabilidade ambiental e econômica integrada, como subsídio às politicas sociais, econômicas e ambientais integradas por intermédio de indicadores de riqueza nacional, PIB, consumo e formação de capital. 29 1995 Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), uma orgnização das Nações Unidas (ONU), aprova o programa para a construção de indicadores e no ano seguinte distribui a países-teste um conjunto de 134 parâmetros. 1995 Foram iniciados os estudos para o desenvolvimento do indiador Painel de Sustentabilidade que hoje são liderados para o Grupo Construtivo em Indicadores de Sustentabilidade (CGSDI – sigla em inglês) do Canadá. 1995 O indicador Barômetro de Sustentabilidade foi desenvolvido por diversos especialistas ligados a dois institutos: União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN – sigla em inglês) localizado em Switzerland na Europa, e o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento Internacional (IDRC – sigla em inglês) localizado no Uruguai. 1996 O indicador Pegada Ecológica criado porWilliam Rees e Mathis Wackernagel no início da década de 90, foi divulgado em 1996 através do livro: Nossa pagada ecológica. O impacto humano sobre a Terra. 1998 Centro de Economia e Ética para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (C3ED – sigla em francês) da França, lança o documento ‗Valor para o desenvolvimento sustentável: métodos e indicadores políticos‘. 1999 Comissão Européia lança ―Rumo a um perfil de sustentabilidade local – indicadores comuns europeus‖ 1999 Conselho Nacional de Pesquisa publicao ―A nossa caminhada comum: a transição em direção a sustentabilidade‖ que analisa um sistema de indicadores. 1999 Professor Newman da Universidade de Murdoch, Austrália propõe indicadores para avaliar as demandas, os resíduos e as condições de vida das cidades. 2000 Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc – sigla em inglês), finaliza sua fase de testes e adota uma abordagem temática e reduz para 57 o número de indicadores de sustentabilidade. 30 2001 Banco Mundial lança o relatório ―Expandir a medida da riqueza: os indicadores de desenvolvimento ambiental sustentével‖. 2005 Iniciativa de Relatório Global (GRI – sigla em inglês) dos EUA que propõem indicadores de sustentabilidade para Relatórios de Sustentabilidade das Empresas Fonte: Gerreiro (2004); SEI (2006); Bellen (2004) No Brasil foi intensificada a pesquisa por indicadores de sustentabilidade após a realização da conferência Rio 92, conforme detalhado no quadro 2. Quadro 2: Pesquisas sobre Indicadores de Sustentabilidade Amiental no Brasil Pesquisas brasileiras sobre Indicadores de Sustentabilidade Ambiental 1994 Prefeitura de Belo Horizonte adotou o Índice de Qualidade de Vida Urbana – IQVU com onze variáveis (abastecimento, assistência social, educação, esportes, cultura, habitação, infra-estrutura urbana, meio ambiente, saúde, serviços urbanos e segurança urbana) que foram decompostas em 29 componentes que por sua vez se desdobraram em 75 indicadores. 1995 Programa Nacional de Indicadores de Sustentabilidade (PNIS) do Ministério do Meio Ambiente. 1997 Índice de Sustentabilidade de Blumenau (ISB) elabodadi pela Fundação Municipal de Meio Ambiente (Faema), em parceria com a Universidade de Blumenau (FURB). 1998 Programa Nacional Integrado de Monitoramento Ambiental (Monitore) com o objetivo de coordenar, articular e disseminar práticas de monitoramento ambiental, promover o intercâmbio de informações sobre qualidade ambiental e assim possibilitar uma análise integrada no Brasil buscando a inter-relação com os principais fatores de pressão, tendo sido adotado o modelo Pressão-Estado-Resposta da OCDE. O programa não foi adiante e em 2000 foi interrompido. 31 2002 IBGE lança o livro ―Indicadores de Desenvolvimento Sustentável‖ apresentando 50 indicadores que contemplam as dimensões social, ambiental, aconômico e institucional. 2002 GEO Cidade de São Paulo é uma publicação sobre o Panoramo do Meio Ambiente Urbano da Prefeitura de São Paulo (PMSP) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Iniciado em 2002 com a primeira publicação em 2004. 2008 IBGE lança o livro ―Indicadores de Desnvolvimeto Sustentável – 2008‖ apresentando 60 indicadores que contemplam as dimensões social, ambiental, econômico e institucional. Fonte: Gerreiro (2004); Geo Cidade de São Paulo (2004) e IBGE (2008c) 3.6 PEGADA MUNDIAL A demanda da população mundial por recursos vem sendo maior que a capacidade do planeta de produzir recursos desde os anos 80. Esse aumento de demanda se deve ao consumismo inconsequente e à perda acelerada da biodiversidade, isto é, o desaparecimento de espécies animais e vegetais. Atualmente segundo o Relatório Planeta Vivo, WWF (2014), os rastros deixados pelo modo de vida da humanidade mostram que 1,5 planetas Terra estão sendo utilizados para suprir as necessidades dos seus habitantes. E pode-se perceber através da figura 3 abaixo o crescimento da pegada mundial através dos anos. 32 Figura 3: Pegada Ecológica mundial 1961-2012. Fonte WWF, 2014. Nesse ritmo de consumo, com o crescimento da população mundial e baixa preocupação em relação em relação à sustentabilidade, logo o planeta chegará à escassez. Quando questionado em uma entrevista em 2012 durante a Rio+20 sobre como explicar para a população a respeito da necessidade de se fazer sacrifícios em nome do desenvolvimento dos países emergentes, Wackernage, criador da Pegada Ecológical disse “Acho que poucos países levam a sério essa conversa. O modelo econômico atual é mais forte que uma crença religiosa, pois não existem diferentes vertentes. Na economia todo mundo acredita na mesma doutrina, que não é consistente com a realidade física. Se eu fosse o Obama (presidente americano na época), diria que a nossa meta é nos comprometer a construir a nossa riqueza. Temos que nos julgar todo ano, e ver se a nossa riqueza diminuiu ou não. Os discursos de muitos presidentes ainda são papo furado sobre recursos naturais. Eles falam que estão comprometidos com um PIB alto, e não com uma riqueza natural alta.‖ 33 3.7 PAÍSES E SUAS PEGADAS Como já era de se esperar os países com maior Pegada são os que possuem maior rendimento econômico; e na maioria deles, o carbono é o maior componente da Pegada. (WWF, 2014). O agrupamento das Pegadas Ecológicas por nível de renda nacional revela a desigualdade da demanda nacional por recursos renováveis e serviços ecológicos, a figura a seguir revela como tal desigualdade mudou ao longo do tempo. (WWF, 2012). A figura 4 fará uma comparação entre os valores de Pegadas dos países de alta, média e baixa renda, mostrando a relação entre pegada e desenvolvimento. Figura 4: Média da pegada ecológica per capita para países de alta, média e baixa rende por tipo de terra, em 1961, 1985 e 2012. Fonte WWF, 2012. A figura 5 mostra a Pegada Ecológica média por pessoa e por país em 2012. 34 Figura 5: Mapa global da pegada ecológica nacional por pessoa em 2012 Fonte WWF, 2012. Em 2012, os países com as maiores pegadas ecológicos per capita segundo o Relatório Olho Vivos eram (WWF, 2012): 1º Luxemburgo (15,8 gha), 2º Aruba (11,9 gha), 3º Qatar (10,8 gha), 4º Austrália (9,3 gha), 5º EUA (8,2 gha), 6º Canada (8,2 gha), 7º Kuwait (8,1 gha), 8º Singapura (8,0 gha), 9º Trinidad e Tobago (7,9 gha), 10º Oman (7,5 gha), 11º Bahrain (7,5 gha) 12º Suécia (7,3 gha). 35 3.8 PEGADA BRASILEIRA A Pegada Ecológica brasileira tem mostrado uma tendência de aumento pouco acentuada até 2005, o que indica estabilidade nos padrões de consumo neste período. (BECKER, ET AL., 2012) A Pegada brasileira é 2,9 hectares globais por pessoa (hag), número esse superior à pegada mundial que é de 2,7 hag. Em contrapartida o Brasil possui uma biocapacidade per capita de 9,6 hag, superior a mundial que é de 1,7 gha, porém essa biocapacidade vem sofrendo forte declívio com o passar dos anos. A figura 6 mostra o declínio da biocapacidade brasileira. Figura 6: Diminuição da biocapacidade brasileira. Fonte : WWF A PE de São Paulo, 2012. Ainda assim, o Brasil encontra-se em uma importante posição no cenário mundial, como um dos maiores credores ecológicos do planeta, situando-se em um favorável cenário na nova economia verde (WWF A PE de São Paulo, 2012). Para se manter nesta posição de credor ecológico, o Brasil precisa reverter este quadro de declínio de sua biocapacidade e diminuir a Pegada Ecológica de sua população por meio do consumo consciente dos recursos e da manutenção da estabilidade populacional (WWF A PE de São Paulo, 2012). 36 3.9 PEGADA INDIVIDUAL A Pegada individual leva emconta os consumos diários de uma pessoa, leva-se em conta: consumo de água, energia, alimentação, consumo e descarte e transporte (WWF, 2012). Água Diariamente o ser humano usa água para realizar diversas tarefas, e essa demanda a se julgar pela população mundial não é pequena. O consumo mundial médio diário é de 40 litros de água por pessoa. Um europeu gasta de 140 a 200 litros por dia, um norte-americano, de 200 a 250 litros, enquanto em algumas regiões da África há somente 15 litros de água disponíveis a cada dia para cada morador. Segundo dados de uma pesquisa publicada na Folha de São Paulo (2015), o brasileiro gasta em média 163 litros de água no ano de 2013, média bem acima da mundial (WWF, 2012). Energia O aumento do uso de eletrodomésticos e eletroeletrônicos exige uma maior produção de energia elétrica. Está na maioria das vezes não é renovável causando assim um grande impacto para sua geração. A maior parte da energia gerada no Brasil é proveniente de hidrelétricas, o que exige um grande impacto ambiental (WWF, 2012). Alimentação Uma alimentação baseada em produtos industrializados não tem favorecido em nada a Pegada e a saúde da população, que atualmente come mais do que necessita, gerando um grande índice de obesidade principalmente em países mais desenvolvidos (WWF, 2012). Consumo e descarte 37 Quanto maior o consumo, maior a produção de resíduos, e isso vêm aumentando devido ao incentivo ao consumo. A média mundial de resíduos gerados diariamente chega a 1kg por pessoa(WWF, 2012). Transporte A maioria dos meios de transportes utilizados necessita de combustíveis não renováveis, que contribui para aumentar o nível de poluição diário. Este enorme problema agrava o aquecimento global e ocasiona o aumento de doenças respiratórias (WWF, 2012). Para reduzir o valor da pegada individual e assim contribuir com o planeta medidas simples podem ser tomadas (WWF BRASIL, 2012): Consumir alimentos orgânicos e dentro da estação; Evitar o consumo diário de proteínas, devido a grande quantidade de água necessária para a sua produção; Opte por transportes coletivos; Pratique a coleta seletiva; Elimine hábitos consumistas; Não compre produtos ilegais; Equipamentos e tecnologias com baixo consumo de energia; Evite desperdícios; Utilize transporte público sempre que possível; Mantenha seu veículo em bom estado. Para o cálculo da PE individual, os dados solicitados e analisados são mais simples e fáceis de se obter, em anexo será apresentado alguns pontos e perguntas por meio de um questionário, que ajudam a mensurar a Pegada Individual, e a pontuação de cada uma, exemplificando uma forma de fazer o cálculo individual (Scarpa, 2012). Tendo os pontos feitos por cada indivíduo nas questões acima, sabe-se se este está contribuindo para o futuro do planeta ou não. Uma maior pontuação indica uma maior cotribuição para o bem do planeta, pontuações menores mostram que o modo de vida deve ser revisto e melhorado para um futuro sustentável. 38 3.10 DESAFIOS MUNDIAIS PARA A SUSTENTABILIDADE O século 21 coloca um duplo desafio para a humanidade: manter a natureza em todas as suas muitas formas e funções e criar um lar equitativo para a população num planeta finito. Esse duplo desafio foi destacado para a Agenda da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável cuja meta é obter melhoria até 2030. (WWF, 2016). A seguir a figura 7 mostra os objetivos de um desenvolvimento sustentável, meios de diminuir os rastros deixados no meio ambiente, e desta forma, diminuir a PE mundial. Figura 7: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Fonte: ONU/ WWF, 2016. 3.11 CONSEQUÊNCIAS PARA O PLANETA O Relatório Planeta Vivo, WWF (2010) mostrou essencialmente que a perda da biodiversidade global foi de 30%: ―A humanidade não está mais vivendo dos juros da natureza, mas esgotando seu capital‖ e, ―a esse nível de déficit ecológico, a exaustão dos ativos ecológicos e o colapso em grande escala dos ecossistemas parecem cada vez mais prováveis‖, afirma o relatório. 39 A figura 8 a seguir apresenta a tendência global da pegada ecológica e sua projeção, a linha vermelha representa a pegada ecológica da humanidade, enquanto a linha verde representa a biocapacidade da Terra. Figura 8: Tendências globais da pegada ecológica para 1961- 2012 e extrapolação estatística para 2013-2020. Fonte: WWF, 2010. O cálculo feito pela Global Footprint Network (GFN), organização internacional pela sustentabilidade, parceira global da Rede WWF, que monitora a Pegada Ecológica das cidades do mundo inteiro, mostra que desde 2000, a data em que o mundo esgota sua capacidade tem surgido cada vez mais cedo: de 1º de outubro em 2000 a 08 de agosto em 2016 no decorrer dos anos. A tendência é essa data passar cada vez mais para o início do ano. O quadro 3 mostra as datas do déficit mundial entre 2000 e 2016. 40 Quadro 3: Data déficit mundial Sobrecarga da Terra por ano 2000 5 de outubro 2001 4 de outubro 2002 30 de setembro 2003 21 de setembro 2004 13 de setembro 2005 6 de setembro 2006 4 de setembro 2007 2 de setembro 2008 4 de setembro 2009 8 de setembro 2010 31 de agosto 2011 27 de agosto 2012 25 de agosto 2013 22 de agosto 2014 19 de agosto 2015 13 de agosto 2016 8 de agosto 2017 2 de agosto Fonte: WWF Brasil, 2017. O futuro não é animador. Pelo atual ritmo, em 2050 serão necessários dois planetas Terra para suportar as necessidades humanas de solo arável, água, florestas e espaço para ocupação urbana, segundo a Global Footprint Network (2010), conforme pode ser visto na figura 9 a seguir. 41 Figura 9: Projeções tendenciais. Fonte: WWF, 2010. 42 4. ÁREA DE ESTUDO 4.1 ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO A Associação Educacional Dom Bosco está sediada em Resende, município de aproximadamente 130 mil habitantes, situado na região do Vale do Paraíba, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, às margens da Rodovia Presidente Dutra. Localizada em posição geográfica estratégica entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, a cidade de Resende está no coração do principal eixo macroeconômico do país, responsável por 65% do Produto Interno Bruto brasileiro (AEDB,2017). A figura 10 mostra a localização da instituição. Figura 10: Localização da AEDB Coordenadas geográficas: 22° 29‘ 02‖ S; 44° 28‘ 19‖ O Fonte: Google Earth, 2017. 43 Na região Sul Fluminense estão instaladas indústrias de grande porte, como a companhia do ramo metal, mecânico e siderúrgico. Só o município de Resende concentra cerca de 80 indústrias de grande e médio porte (AEDB, 2017). Hoje, a região das Agulhas Negras – que engloba os municípios de Resende, Porto Real e Itatiaia – tornou-se o maior polo automotivo do Estado do Rio de Janeiro e um dos maiores do Brasil, formado pelas montadoras MAN Latin America (ex Volkswagen Caminhões e Ônibus), Peugeot-Citroen, Nissan, Hyundai e a Land Rover (AEDB, 2017). A indústria não é a única riqueza de Resende. O município sede da AEDB conta, também, com precioso patrimônio natural, formado por extensa área de proteção ambiental da Serra Mantiqueira, incluindo o Parque Nacional do Itatiaia, com seus rios, cachoeiras e florestas que abrigam rica flora e fauna. Dessa forma Resende concilia o desenvolvimento econômico impulsionado pela indústria, com a qualidade de vida proporcionada por natureza tão exuberante em seu entorno (AEDB, 2017). Fundada em 1964 pelo Professor Coronel Antonio Esteves, a Associação Educacional Dom Bosco – AEDB foi a primeira instituição de ensino superior privada de Resende e uma das primeiras da região Sul Fluminense, criada com a missão de preparar o jovem para as atividades econômicasque estavam se desenvolvendo na região, com o começo da industrialização (AEDB, 2017). A figura 11 apresenta a AEDB no início da década de 1960. 44 Figura 11: Associação Educacional Dom Bosco na década de 60. Fonte: AEDB, 2017. Iniciou suas atividades em 1968 com a instalação da Faculdade de Ciências Econômicas Dom Bosco, que funcionou, provisoriamente, em salas do Colégio Dom Bosco, cedidas por seu diretor, Dr. João Vilella. Em 1971 iniciaram-se as obras de construção da sede própria, em terreno doado pelo General Antenor O‘Reilly, que foi inaugurada em 1972 (AEDB, 2017). Em 1974, foi criada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco, oferecendo, inicialmente, os cursos de Pedagogia e Letras. Com a criação do Colégio de Aplicação, em 1993, e do Centro de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão – CPGE, em 1998, a AEDB passou a oferecer o ciclo completo do ensino, da pré-escola à pós-graduação (AEDB, 2017). Também em 1998 foi criada a Faculdade de Engenharia de Resende, oferecendo inicialmente o curso de Engenharia Elétrica-Eletrônica. Hoje, são cinco cursos de Engenharia (AEDB, 2017). 45 A figura 12 mostra a atual entrada da Associação Educacional Dom Bosco. Figura 12: Entrada da Associação Educacional Dom Bosco atualmente. Fonte: AEDB, 2017. É neste cenário que está instalada a Associação Educacional Dom Bosco, instituição mantenedora de três Faculdades que oferecem 18 cursos de graduação, nas áreas de Negócios, Educação e Engenharia, sendo cinco tecnológicos de curta duração, atendendo cerca de 2.500 alunos, com o objetivo de formar profissionais qualificados para atender à demanda do mercado de trabalho, sempre em expansão, da região Sul Fluminense (AEDB, 2017). Fechando o ciclo do ensino, a AEDB, através do Centro de Pesquisa, Pós- Graduação e Extensão – CPGE, oferece diversos cursos de pós-graduação e programa de MBA, em convênio com a Fundação Getúlio Vargas – FGV, além de mestrado em parceria com a Universidade Estadual Paulista – UNESP. E mantém o Colégio de Aplicação, com classes de Educação Infantil até o Ensino Médio (AEDB, 2017). 46 5. METODOLOGIA Ecologicamente ligada com o desenvolvimento sustentável de uma população, a Pegada baseia-se em dados históricos para estabelecer sua base de cálculo, estabelecendo o que foi utilizado, mas sem poder afirmar o que deveria cada membro da população utilizar. Isto porque, a divisão de recursos e condições para adquirir estes não faz parte dos valores utilizados. A Pegada só pode estipular a biocapacidade disponível em uma cidade, ou país, mas não como essa é distribuída entre seus indivíduos, pois isso é uma questão de políticas públicas e desigualdade social. A Pegada Ecológica tem se difundido com o passar dos anos, porém os estudos sobre o sua teoria e sua aplicação com base nas adversidades locais, pode tornar a pesquisa um pouco delimitada. Para a elaboração desse trabalho, foram utlizadas as equações aplicadas no cálculo da Pegada Ecológica na Universidade de Santiago de Compostela, elas levam em conta os fatores presentes na área de estudo e os fatores de conversão de dados da literatura adotada. 5.1 BASE DE CÁLCULO O cálculo da Pegada Ecológica pode não representar fielmente a realidade vivida, pois os dados coletados podem apresentar alguma defasagem. A PE se trata de uma forma simplificada de abordar alguns parâmetros que influenciam no nível de degradação ambiental. Na base de cálculo foram levados em conta os seguintes critérios: Consumo de água; Consumo de energia elétrica; Consumo de papel; Área total e área construída; Transportes e média de quilometragem; Número de funcionários e alunos; Quantidade de resíduos gerados. 47 Nesse caso, foram desconsiderados alguns parâmetros como vestuário e outros produtos consumidos, fontes de energia, alimentação. Por se tratar de uma universidade, os parâmetros utilizados são os mais significativos, de acordo com (PAULO ET AL., 2010) Para o cálculo, foram apanhados os valores de consumo total de cada área estudada, convertidos em massa de gás carbônico liberado e posteriormente em área verde necessária para a absorção desde. As equações abaixo demonstram esses cálculos. ( ) ( ) ( ⁄ ) Equação 1 ( ) ( ) 〈 ⁄ ⁄ 〉⁄ Equação 2 Os dados utilizados para o cálculo da Pegada Ecológia foram fornecidos pela controladoria da faculdade, são referentes ao período de junho/2016 a maio/2017. 5.2 FATORES DE EMISSÃO E TAXA DE ABSORÇÃO DE CO2 Cada recurso utilizado possui um fator de emissão de CO2 associado que compreende a quantidade de carbono emitida. Nas tabelas 2 a 5 serão apresentados fatores de emissão utilizados, e fatores que influenciam no cálculo dos parâmetros utilizados no cálculo da PE. 48 Tabela 1: Fatores de emissão utilizados no cálculo de cada parâmetro e respectivas fontes de consulta Fator de emissão Unidades Fonte Água 0,50 kgCO2/m³ Governo Municipal de Santiago de Compostela, Espanha apud Projeto Cálculo Pegada Ecológica Universidade de Santiago de Compostela (USC) Construção de edifícios 520 kgCO2/m² Informe MIES, 1999 apud Projeto Cálculo Pegada Ecológica (USC) Energia elétrica 0,57 kgCO2/kWh Instituto Energético de Galicia, 2007 apud Projeto Cálculo Pegada Ecológica (USC) Papel Reciclado 0,61 kgCO2/kg papel Projeto Cálculo Pegada Ecológica (USC) Virgem 1,84 Projeto cálculo pegada ecológica (USC) Fonte: USP, 2010. Tabela 2: Fatores de emissão para meios de transporte Meio de Transporte Fator de Conversão Moto 0,07 kgCO2/km Ônibus 0,04 kgCO2/km Avião 0,11 kgCO2/km Fonte: USP, 2010. Tabela 3: Fator de emissão associado ao transporte de automóvel por passageiro Automóvel KgCO2/Km Nível de ocupação (%) 25 50 75 100 0,20 0,10 0,07 0,05 Fonte: USP, 2010. 49 Tabela 4: Níveis de ocupação em automóveis Nível de ocupação Pessoas 100% 5 75% 4 50% 3 25% 1 ou 2 Fonte: USP, 2010. Neste trabalho será feito o cálculo de emissão dos automóveis desconsiderando seu nível de ocupação, pois se trata de um veículo da faculdade, utilizado por funcionários, em média com ocupação de 1 a 2 funcionários. Sendo assim para todos será utilizado fator de conversão de 0,20 kgCO2/km. A taxa de absorsão média do carbono por florestas temperadas varia de 1,6 a 6,5 T de carbono por hectare por ano, dependendo das características locais. Segundo Wackernagel e Rees (1996), criadores da PE, florestas tropicais e boreais absorvem em média 1,8 T de CO2 por hectare por ano. Já florestas que serão implantadas que absorvem mais carbono, esse valor médio durante o seu crescimento é de 6,27 T de CO2 por hectare por ano, valor considerado por Rodrigues, Iglesias e Álvares, 2008. Será feito o cálculo para as duas possibilidades, para que seja possível analisar quanto o tipo de floresta pode influenciar no resultado. 50 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados apresentados estão na seguinte ordem: Consumo de papel; Consumo de água; Consumo de energia elétrica; Área construída; Mobilidade e transporte. 6.1 CONSUMO DE PAPEL Com base no volume de papel consumido pela faculdade ao longo do ano, elaborou-se a tabela 5, nela está apresentado a quantidade de pacotes com 500 folhas cada, utilizados pela faculdade. Tabela 5: Quantidade de pacotes de papel consumida por ano Consumo de papel chamex Entradas Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai 23/06/2016 500 08/09/2016 500 17/11/2016 500 14/02/2017 500 28/04/2017 500 Total 2500Fonte: Própria autora, 2017. Com base nos dados fornecidos, temos que o consumo anual gira em torno de 2500 pacotes de chamex, ou seja, 1.250.000 folhas. O fator de conversão do papel está descrito na tabela 7. 51 Tabela 6: Fator de conversão do papel Fator de conversão (kgCO2/kg papel) Fibra virgem 1,84 Reciclado 0,61 Fonte: Própria autora, 2017. De acordo com a tabela, os fatores de conversão do papel (1,84 TCO2/T papel de fibra virgem e 0,61 TCO2/T papel reciclado) variam de acordo com o tipo de materia, será considerado no cálculo que todo papel consumido pelos departamentos é feito a partir de fibra virgem. Para esse cálculo seguiu-se os seguintes passos: 1. Calculou-se o peso de cada folha: cada folha de papel tem a dimensão de 21,0 x 29,5 cm (0,062 m² de área) e que, a gramatura é de 75gramas/m², temos que o peso da folha é de 4,65g. 2. Calculou-se o peso total das folhas em toneladas, multiplicando o peso de cada folha pelo número total de folhas utilizadas pela Instituição. 3. Converteu-se o valor obtido em toneladas de CO2 liberados, a partir do de 1,84 TCO2/T papel, pois a vibra utilizada é virgem. A tabela 7 apresenta a quantidade de folhas consumidas, e respectivos peso (T) e quantidade de CO2 liberados (T). Tabela 7: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de papel por ano Qtd de folhas/ano Peso (T) CO2 liberado (T) 1.250.000 5,85 10,76 Fonte: Própria autora, 2017. Com base na quantidade de CO2 liberada, estimou-se a área necessária para a absorção do mesmo, levando em conta os dois tipos de florestas já citados. Os valores estão na tabela 8: 52 Tabela 8: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de papel CO2 liberado (T) Hectares necessários (ha/ano) Florestas em crescimento Florestas tropicais 10,76 1,72 5,98 Fonte: Própria autora, 2017. 6.2 CONSUMO DE ÁGUA Nas tabelas 9 e 10 é apresentado o consumo mensal e total anual de água nos prédios da instituição. Tabela 9: Consumo de água nos prédios de 1 a 4 Consumo de água (prédio 1 a 4) Mês Consumo (m³) Jun/16 352 Jul/16 499 Ago/16 310 Set/16 333 Out/16 315 Nov/16 380 Dez/16 343 Jan/17 252 Fev/17 310 Mar/17 539 Abr/17 467 Mai/17 298 Total 4.398 Fonte: Própria autora, 2017. 53 Tabela 10: Consumo de água no prédio 5 Consumo de água (prédio 5) Mês Consumo (m³) Jun/16 71 Jul/16 109 Ago/16 72 Set/16 71 Out/16 54 Nov/16 77 Dez/16 107 Jan/17 131 Fev/17 110 Mar/17 69 Abr/17 97 Mai/17 64 Total 968 Fonte: Própria autora, 2017. Os valores de conversão para cada m³ de água consumida libera 0,5 kg CO2. Com base nos valores de consumo, pode-se calcular o valor equivalente de gás carbônico emitido, apresentado na tabela 11. Tabela 11: Consumo de água total anual Prédios Consumo (m³) 1 a 4 4.398 5 968 Total 5.366 Fonte: Própria autora, 2017. Após o cálculo do consumo de água, aplica-se o fator de conversão já citado anteriormente, os dados estão na tabela 12. 54 Tabela 12: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de água por ano Consumo (m³) CO2 liberado (T) 5.37 2,68 Fonte: Própria autora, 2017. Com a quantidade de CO2 liberado, calcula-se a quantidade de área necessária dos diferentes tipos de florestas para suprir essa demanda. A tabela 13 mostra os resultados. Tabela 13: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de água CO2 liberado (T) Hectares necessários (ha/ano) Florestas em crescimento Florestas tropicais 2,68 0,43 1,49 Fonte: Própria autora, 2017. 6.3 CONSUMO DE ENERGIA Os valores mensais e total anual do consumo de energia elétrica da instituição estão presentes na tabela 14 abaixo. Tabela 14: Consumo de energia elétrica Consumo de Energia Mês Consumo (kWh) Jun/16 24.452 Jul/16 25.225 Ago/16 25.813 Set/16 26.620 Out/16 27.442 Nov/16 28.489 Dez/16 29.575 Jan/17 30.334 Fev/17 31.220 55 Mar/17 32.383 Abr/17 33.628 Mai/17 34.411 Total 349.592 Fonte: Própria autora, 2017. De acordo com o total de kWh consumido, obtém-se a quantidade de CO2 liberados aplicando o valor de 0,57 kgCO2/kWh. A relação está na tabela 15. Tabela 15: Quantidade de CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica por ano Consumo (kWh) CO2 liberado (T) 349.592 199,27 Fonte: Própria autora, 2017. Com o total de CO2 liberado obtém-se a área das florestas necessária para sua absorção. A tabela 16 mostra os dados. Tabela 16: Área de absorção para o CO2 liberado pelo consumo de energia elétrica CO2 liberado (T) Hectares necessários (ha/ano) Florestas em crescimento Florestas tropicais 199,27 31,78 110,70 Fonte: Própria autora, 2017 6.4 ÁREA CONSTRUÍDA A área total, construída e a taxa de ocupação se encontram na tabela 17. Tabela 17: Áreas da Instituição Área total (m²) Área construída (m²) 19.182,48 18.566,61 Fonte: Própria autora, 2017. 56 A partir da área construída encontra-se a quantidade de CO2 emitida, valor mostrado na tabela 18. Tabela 18: Quantidade de CO2 liberado pela área construída Área construída (m²) CO2 liberado (T) 18.566,61 9.654,64 Fonte: Própria autora, 2017. Após a conversão em quantidade de CO2 liberado, divide-se o valor encontrado por 50, pois esta é o tempo de vida útil da instituição, e a pegada é calculada anualmente. A tabela 19 apresenta esse valor após a divisão por ano. Tabela 19: CO2 liberado por ano CO2 liberado total (T) CO2 liberado por ano (T) 9.654,64 193,09 Fonte: Própria autora, 2017. A área nécessária para absorção do CO2 liberado por cada ano de vida da instituição é apresentada na tabela 20. Tabela 20: Área de absorção para o CO2 liberado pela área construída por ano CO2 liberado (T) Hectares necessários (ha/ano) Florestas em crescimento Florestas tropicais 193,09 30,80 107,27 Fonte: Própria autora, 2017. 6.5 MOBILIDADE E TRANSPORTE As tabelas 21 a 25 mostram a quilometragem percorrida por cada carro da instituição ao longo de um ano, deve-se ter em mente que não se levou em conta o número de ocupantes que estavam no automóvel, usando-se então o valor inteiro de 0,20 kg CO2/km. 57 Tabela 21: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro Saveiro Meses Km inicial Km final Km mensal Jun/16 44810 46163 1353 Jul/16 46163 47613 1450 Ago/16 47613 49353 1740 Set/16 49353 50742 1389 Out/16 50742 52363 1621 Nov/16 52363 53805 1442 Dez/16 53805 55060 1255 Jan/17 55060 56344 1284 Fev/17 56344 57589 1245 Mar/17 57589 58690 1101 Abr/17 58690 60048 1358 Mai/17 60048 61607 1559 Total 16.797 Fonte: Própria autora, 2017. Tabela 22: Quilometragem mensal e total anual da Kombi Kombi Meses Km inicial Km final Km mensal Jun/16 57645 58036 391 Jul/16 58036 58178 142 Ago/16 58178 58627 449 Set/16 58627 58685 58 Out/16 58685 58801 116 Nov/16 58801 59137 336 Dez/16 59137 59333 196 Jan/17 59333 59367 34 Fev/17 59367 59707 340 Mar/17 59707 59742 35 58 Abr/17 59742 59995 253 Mai/17 59995 60150 155 Total 2.505 Fonte: Própria autora, 2017. Tabela 23: Quilometragem mensal e total anual da Saveiro Branca Saveiro Branca Meses Km inicial Km final Km mensal Jun/16 153184 153650 466 Jul/16 153650 155322 1672 Ago/16 155322 155322 0 Set/16 155322 155322 0 Out/16 155322 157075 1753 Nov/16 157075 157075 0 Dez/16 157075 157075 0 Jan/17 157075 157075 0 Fev/17 157075 157199 124 Mar/17 157199 157805 606 Abr/17 157805 158330 525 Mai/17 158330 158330 0 Total 5.146 Fonte: Própria autora, 2017. Tabela 24: Quilometragem mensal e total anual do Fox Fox Meses Km inicial Km final Km mensal Jun/16 92319 94426 2107 Jul/16 94426 96146 1720 Ago/1696146 99487 3341 Set/16 99487 100512 1025 Out/16 100512 103516 3004 59 Nov/16 103516 105338 1822 Dez/16 105338 106635 1297 Jan/17 106635 108500 1865 Fev/17 105500 109478 3978 Mar/17 109478 111069 1591 Abr/17 111069 112969 1900 Mai/17 112969 114947 1978 Total 25.628 Fonte: Própria autora, 2017. Tabela 25: Quilometragem mensal e total anual do Uno Uno Meses Km inicial Km final Km mensal Jun/16 151473 151838 365 Jul/16 151838 151907 69 Ago/16 151907 152262 355 Set/16 152262 152433 171 Out/16 152433 152994 561 Nov/16 152994 153498 504 Dez/16 153498 154448 950 Jan/17 154448 154595 147 Fev/17 154595 155058 463 Mar/17 155058 155191 133 Abr/17 155191 155359 168 Mai/17 155359 155825 466 Total 4.352 Fonte: Própria autora, 2017. A tabela 26 apresenta a quilometragem total rodada por cada carro e a soma da quilometragem de todos eles. 60 Tabela 26: Quilomentragem anual dos automóveis Carro Km Saveiro 16.797 Kombi 2.505 Saveiro branca 5.146 Fox 25.628 Uno 4.352 Km total 54.428 Fonte: Própria autora, 2017. A conversão para a quantidade de CO2 por quilometro é demonstrada na tabela 27, levando em conta que foi considerado fator de conversão do carro apenas, não levando em conta a taxa de ocupação. Tabela 27: Quantidade de CO2 liberado pelos quimômetros rodados Km rodados CO2 liberado (T) 54.428 10,88 Fonte: Própria autora, 2017. A partir da quantidade de CO2 liberado, obtém-se a área de floresta necessária para atender essa demanda. A tabela 28 mostra os resultados. Tabela 28: Área de absorção para o CO2 liberado pelos automóveis por ano CO2 liberado (T) Hectares necessários (há/ano) Florestas em crescimento Florestas tropicais 10,88 1,74 6,04 Fonte: Própria autora, 2017. 6.6 CONSUMO GERAL DE CO2 Para se ter uma visão geral dos resultados, estes foram sintetizados na tabela 29. 61 Tabela 29: Resultados gerais de CO2 liberado e área necessária para absorção Fatores de emissão CO2 liberado (T) Hectares necessários (ha/ano) Florestas em crescimeto Florestas tropicais Consumo de papel 10,76 1,72 5,98 Consumo de água 2,68 0,43 1,49 Consumo de energia 199,27 31,78 110,70 Área construída 193,09 30,80 107,27 Mobilidade e Transporte 10,88 1,74 6,04 Total 416,68 66,47 231,48 Fonte: Própria autora, 2017. Se for levado em conta que a instituição possui aproximandamente 3000 pessoas frequentando suas instalações - número este que engloba funcionários e alunos - , temos que o valor da pegada individual é de 0,022 hag/ano. Através da figura 13, pode-se saber quais fatores mais influenciam o valor de pagada ecológica da instituição. Figura 13: CO2 liberado por cada fator de conversão Fonte: Própria autora, 2017. 2% 1% 48% 46% 3% Consumo de papel Consumo de água Consumo de energia Área construída Transporte e mobilidade 62 A figura revela que os consumos que causam maior impacto à instituição são consumo de energia e área construída, estes juntos representam 94% de todo CO2 liberado pela instituição. Apesar dos dois aspectos inflluenciarem quase que da mesma forma, o consumo de energia é o único que pode ser revisto e diminuído pela instituição, pois o forte impacto da área constuída se deve ao fato da área total da instituição ser pouco maior do que a construída. Com os recultados obtidos na AEDB e com o resultado da USP (Amaral, 2010), outra instituição que já fez a aplicação da PE em suas instituição podemos comparar o quantitativo entre as faculdades. Os dados da área de hectares necessários para suprir a emissão de CO2 por ano da USP São Carlos levou em conta nos seus cálculos florestas em crescimento, que consomem 6,27 T de CO2 por hectare por ano, sendo assim, este será o parãmetro para comparação. Vale lembrar que ambas utilizaram parâmetros utilizados e aplicados nos cálculos da USC. Os dados para comparação estão na tabela 30. Tabela 30: Comparação entre AEDB e USP São Carlos Fatores de emissão Hectares necessários (ha/ano) AEDB USP Consumo de papel 1,72 18,35 Consumo de água 0,43 12,88 Consumo de energia 31,78 1.027,49 Área construída 30,80 288,17 Mobilidade e Transporte 1,74 197,34 Total 66,47 1.544,23 Fonte: Própria autora, 2017. Com relação aos resultados das duas instituições, temos que a AEDB possui valores muito inferiores à USP, mas deve-se levar em conta que o número de aluno 63 nelas é bem diferente, a AEDB possui aproximadamente 3.000 pessoas circulando em seu interior diariamente, enquanto a instiruição paulista aproximadamente 8.000. Os percentuais que mais influenciam no resultado final também não são os mesmos, devido ao fato de na USP o quisito mobilidade ter sido calculado com base no modo como os alunos vão e voltam da instituição, e na AEDB forão considerados apenas os carros que pertencem à instituição. 64 7. CONCLUSÃO Com a compreensão sobre o tema indicadores de sustentabilidade, como funcionam e qual a importância de se mensurar esses dados no nosso cotidiano, fica mais claro e tangível a necessidade de se trabalhar levando em conta métodos de avaliação da sustentabilidade entrelaçados com o modo de vida da sociedade. Deve-se levar em conta as limitações do método. Mas vale ressaltar que este é um passo inicial, de fácil compreensão e que pode ser monitorado ao longo dos anos, permitindo à instiuição se reavaliar e se policiar, incentivando assim seus alunos a se inserir no cenário sustentável, e criar uma consciência ambiental. O levantamento de dados para cálculo a Pegada Ecológica mostram a relevância desses pontos no dia-a-dia, e como essa ferramenta, que necessita de dados simples para seu cálculo pode incentivar o interesse por pesquisas de cunho ambiental e por questionar o fato de se não relacionar desenvolvimento com sustentabilidade. Através dos dados obtidos pelo cálculo da PE na instituição sabe-se que esta possui parâmetros quepermitem uma PE baixa para as pessoas que fazem parte do seu corpo de funcionários e alunos, temos que a pega individual é de 0,022 hag/ano, um valor aceitável para uma instituição quando comparado com a USP de São Carlos que é de 0,19 hag/ano. Deve-se ter consciência que esse valor pode ser melhorado com mudanças simples de hábitos da instituição, a instalação de placas para captação de energia solar é uma boa saída para se reduzir a PE, uma vez que o consumo de energia possui grande influência nos valores obtidos pela instituição. 65 REFERÊNCIAS Agenda 21, capítulo 40; Disponível em: <http://www.mma.gov.br/destaques/item/720> Acesso em 27 de abril de 2017. Alves, José Eustáquio Diniz Alves. Pegada Ecológica e Biocapacidade; Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2012/05/23/pegada-ecologica-e-biocapacidade- artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/> Acesso em 27 de Abril de 2017. Amaral, Renata Castiglioni. Análise da aplicabilidade da pegada ecológica em contextos universitários: estudo de caso no campus de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2010. A Rio+20: Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável; Disponível em: <http://www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/rio20/a-rio20.aspx> Acesso em 05 de Dezembro de 2017. Associação Educacional Dom Bosco; Disponível em: http://www.aedb.br/. Acesso em 20 de Maio de 2017 Asta, Eduardo. Águas no Brasil; Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2015/01/118521-agua-no-brasil.shtml> Acesso em 07 de Maio de 2017. A Pegada Ecológica de São Paulo - Estado e Capital e a família de pegadas. WWF- Brasil, Brasília, 2012. . Becker, M., Martins, T. da S., Campos, F. de e Mitchell, J. (2012) A Pegada Ecológica de Campo Grande e a família
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