Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– TERMOGÊNESE A termogênese é um processo no qual o corpo gera calor. Todos os animais de sangue quente participam da termogênese e algumas plantas também são capazes de gerar calor. O objetivo da termogênese é que o corpo mantenha sua temperatura estável, para que possa funcionar da maneira mais eficiente possível e que ele possa acessar certo tipo de energia. Termogênese obrigatória É a somatória de todo o calor produzido no organismo, estando este em vigília e repouso, na temperatura ambiente e em jejum de pelo menos 12h. Termogênese facultativa É a queima de energia na forma de calor, em resposta a estímulos externos, como frio, atividade física e dieta (efeito térmico dos alimentos). - Termogênese induzida pela ingestão de alimentos; - Termogênese induzida pelo frio; - Termogênese induzida pelo exercício físico. TERMÓLISE É a parte da termorregulação que compreende a perda de calor dos animais Os animais possuem mecanismos básicos para perder/absorver calor para o ambiente. Estes mecanismos podem ser divididos em duas categorias: os NÃOEVAPORATIVOS ou SENSÍVEL e os EVAPORATIVOS OU LATENTES. Os meios não-evaporativos incluem condução, convecção e radiação e requerem um diferencial de temperatura entre o animal e o meio ambiente. Os evaporativos ou latentes incluem a perda de calor por evaporação de água por respiração e sudação (mudança do estado da água de líquido para gasoso). A condução térmica é o mecanismo de transferência de energia térmica entre dois corpos ou entre partes de um mesmo corpo, através da energia cinética das moléculas, esse fluxo passa das moléculas de alta energia para as de baixa, ou seja, de zonas de alta temperatura para outra inferior. É necessário um contato direto entre as moléculas dos corpos envolvidos. A convecção ocorre quando uma corrente de fluído líquido ou gasoso, que absorve energia térmica em um dado local e que então se desloca para outro local, onde se mistura com porções mais frias desse fluído e para elas transfere a energia térmica. Quando o animal é envolto pela atmosfera, cuja temperatura é inferior à da sua superfície, a energia térmica é transferida por condução do animal para a camada limite. TERMORREGULAÇÃO A NÍVEL DE SISTEMA NERVOSO Quando eles são submetidos a um ambiente com temperatura inferior à temperatura corporal, ocorre dissipação de calor do seu corpo para o ambiente, processo normal quando tomadas como base as leis físicas de transferência de calor, pelas quais se pode concluir que há tendência ao equilíbrio. Essas situações são percebidas pelos termorreceptores periféricos (células localizadas na pele) e analisadas por mecanismos neurais, que tomam a decisão adequada e ativam os agentes específicos. O hipotálamo é o principal centro controlador da temperatura corporal dos animais, sendo responsável pelo sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático), que coordena as respostas fisiológicas ao ambiente adverso. Há dois tipos de termorreceptores; receptores para o frio e receptores para o calor. Quando ocorre um aumento da temperatura corporal, os receptores de calor reagem, acionando mecanismos responsáveis pela dissipação do calor corpóreo extra, como aumento do ritmo respiratório, vasodilatação periferal etc. Em situações de frio, a queda na temperatura corporal promoverá ativação nos mecanismos fisiológicos de conservação de calor como diminuição da frequência respiratória, vasoconstrição periférica, piloereção, etc. HORMÔNIOS TIREOIDIANOS Sabe-se que a temperatura ambiente, por meio de seu efeito sobre o sistema neuroendócrino, influencia o comportamento animal e os hormônios da tireoide, tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), exercem importante papel na adaptação do animal às mudanças ambientais. Entretanto, o T3 é o mais ligado com a termogênese. Resultados de pesquisas nos mostram que o ambiente quente diminui a atividade da tireoide e as temperaturas frias aumentam a sua atividade, em várias espécies. Alguns estudos com monogástricos têm mostrado que a motilidade do trato gastrointestinal é reduzida pelo hipotireoidismo e aumentada pela administração de hormônios da tireoide. Tal fato evidencia que a mudança na atividade da tireoide, por causa da exposição do animal às diferentes temperaturas ambientais, pode estar associada à mudança da motilidade intestinal, o que influencia a taxa de passagem da digesta e resulta em alteração na digestibilidade dos nutrientes da ração. De maneira geral, existe uma relação inversa entre a atividade da tireoide e a temperatura ambiente, em várias espécies. Dessa maneira, os hormônios tireoidianos, entre outros, aumentam a produção de calor pelo metabolismo, estando envolvidos no processo de adaptação dos animais ao frio, por elevar a taxa metabólica. Dentre outros fatores fisiológicos que afetam os animais em baixas temperaturas, destacam-se o estímulo do aumento da secreção de tiroxina, e a ativação da epinefrina e norepinefrina, os quais propiciam maior oxidação dos alimentos, com o consequente aumento da produção de energia e incremento do metabolismo celular. Desta maneira, deve-se evitar ou atenuar a ocorrência do estresse térmico, utilizando métodos de alimentação com níveis nutricionais adequados, compatíveis aos ambientes adversos nos quais os animais forem submetidos. RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS As respostas comportamentais físicas e químicas são desencadeadas por diferentes espécies animais, no sentido de manutenção da temperatura corporal. Quando a temperatura efetiva ambiental se eleva acima do limite superior da zona de conforto térmico (ponto A’, do gráfico) o animal realiza alterações na postura corporal, aumentando sua superfície de exposição, de modo que tal reação possibilite maior dissipação de calor para o ambiente. Com a elevação da temperatura, ultrapassando a zona de calor intenso (B’), a animal demanda mecanismos internos de termorregulação, como aumento do ritmo respiratório. Na respiração arquejante, o ar inspirado fica saturado com vapor d´água, à medida que passa sobre os ossos turbinados nasais, sendo o calor para a vaporização providenciado pelo suprimento sanguíneo das vias nasais. Por isso, ocorre resfriamento dentro da região nasal, sendo o sangue venoso que drena essa região mais frio que o sangue arterial que segue para as vias nasais. Animais de grande porte como bovinos e equinos se utilizam da sudorese como importante mecanismo de perda de calor por evaporação, ao contrário do suíno. A respiração arquejante é mais importante em espécies menores como cães, ovinos, suínos e aves. Outra importante resposta comportamental utilizada pelos animais expostos ao calor seria a diminuição no consumo de alimentos, com o objetivo de diminuir o calor produzido pelas reações metabólicas do processo de digestão, que deverá ser dissipado para o ambiente.
Compartilhar