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Comperj BNDES & China no Pre-sal

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Comperj é prioridade estratégica para BNDES
Kelly Lima, RIO 
Com investimentos previstos na casa de US$ 8,4 bilhões e ainda sem composição acionária definida, o projeto de construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) é tido como prioridade estratégica no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para atender à demanda crescente do setor petroquímico prevista para os próximos anos. 
Segundo o gerente da área de insumos básicos do Departamento de Indústria Química do BNDES, Gabriel Lourenço Gomes, que vem participando dos estudos entre o banco e a Petrobrás, se a estatal tiver de abrir mão de algum investimento por causa da crise mundial,
 Certamente não será o Comperj. 
Uma alternativa seriam as duas refinarias Premium, que serão instaladas no Ceará e no Maranhão, com investimentos na casa dos US$ 30 bilhões. "São refinarias voltadas à exportação e eu não vejo sentido nisso no momento. Há uma queda na demanda americana e dificuldades em entrar no mercado europeu. Não se trata apenas de decisão de investimento. Para colocar o óleo das refinarias desses dois mercados, é necessária uma decisão geopolítica estratégica e muita negociação. Coisa que não está havendo." 
Segundo ele, diante do atual cenário mundial de dificuldade de acesso ao crédito e de recessão, o projeto do Comperj é visto como "estratégico" pelo BNDES por atender a uma demanda que deve crescer consideravelmente nos próximos anos. O Comperj também tornaria o Brasil auto-suficiente na matéria-prima petroquímica, agregando valor a um óleo que é ainda mais barato do que o Brent negociado no mercado internacional. 
China quer explorar o pré-sal com a Petrobrás
Presidente de estatal de petróleo offshore chinesa, Fu Chengyu, confirma planos de criar joint venture em 2009 para atuar no litoral brasileiro Jamil Chade, GENEBRA 
A China quer fechar já em 2009 uma joint venture com a Petrobrás para atuar na exploração da área de pré-sal e na produção de etanol. O presidente da China National Offshore Oil Corp (CNOOC), Fu Chengyu, confirmou que está negociando um plano com a empresa brasileira e que a Petrobrás vai no próximo mês para Pequim para tratar do assunto. 
O Estado antecipou ontem que os chineses prometem investimentos "multibilionários" em obras de exploração de petróleo no pré-sal. Fu garantiu que "não há crise" e que a estatal chinesa vai se aproveitar dos "momentos difíceis" para as empresas ocidentais e se posicionar nos mercados para garantir sua participação na costa brasileira.
"Em pouco tempo, vocês verão uma grande cooperação e joint venture entre a CNOOC e a Petrobrás", disse Fu, que comanda a maior empresa de petróleo offshore da China. "Estamos determinados a fazer um grande investimento no Brasil e queremos conversar sobre isso em detalhes com o governo brasileiro", disse ao Estado.
Fu não antecipa o valor do investimento. "Serão vários bilhões, isso eu posso garantir. O projeto é prioritário para nós. O total de recursos será definido quando o plano estiver concluído", disse. "Espero que seja já no próximo ano." 
A Agência Internacional de Energia (AIE) havia alertado há uma semana que a viabilidade do pré-sal poderia ser afetada diante da redução dos créditos nos mercados. A AIE estima que investimentos de US$ 600 bilhões serão necessários na costa brasileira para que a reserva seja explorada.
O presidente da estatal chinesa aponta que, para sua empresa, não há crise no momento e nem mesmo a queda no preço do barril parece ser um problema. "Vamos aproveitar que existem problemas com outros mercados nesse momento para nos fortalecer e isso incluirá a costa brasileira, onde temos muito interesse", afirmou Fu. "Temos tecnologia para isso e temos a capacidade de fornecer o que o Brasil precisa."
No setor do etanol, Fu destaca que sua empresa já produz 2,4 milhões de toneladas por ano. "Em quatro anos, queremos dobrar esse volume", disse. Segundo ele, o etanol é uma opção viável nas áreas do interior da China, onde há terras suficientes e uma população que tem dificuldades em obter energia elétrica. "Para essas partes do país, o etanol é ideal, inclusive como uma medida ambiental," disse. Já para as grandes metrópoles, a geração de energia com o etanol não seria adequada. "Cada opção deve ser usada conforme o contexto."
Não é apenas no Brasil que a empresa quer se expandir. Em Angola, as petrolíferas chinesas China Petrochemical Corp (Sinopec) e CNOOC estão a ponto de reforçar sua presença na produção petrolífera africana. O jornal americano Wall Street Journal publicou que, depois de mais de um ano de negociações difíceis, as duas petrolíferas chegaram a acordo com a Marathon Oil para ter uma participação de 20% em um bloco da costa angolana. O negócio está avaliado em US$ 1,8 bilhão. No negócio, os chineses deixaram para trás a Petrobrás, que também estava interessada.
Mas Fu garante que um eventual acordo com a Petrobrás também abriria caminho para que a empresa brasileira explorasse a costa chinesa. Na semana passada, a empresa anunciou mais uma descoberta de uma reserva, na baía de Bohai. "Queremos uma cooperação que funcione para as duas empresas", afirmou. 
A CNOOC produziu 72,9 milhões de barris de petróleo e 112,5 bilhões de pés cúbicos de gás natural nos seis primeiros meses do ano. Sua produção de petróleo foi 7,1% acima da marca registrada em 2007.

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