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PATOLOGIA hipertensao arterial A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ ou medicamentoso) superam os riscos o que é? caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. fatotes de risco -SEXO:Em faixas etárias mais jovens, a PA é mais elevada entre homens, mas a elevação pressórica por década se apresenta maior nas mulheres. Assim, na sexta década de vida, a PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência de HA, maior. -OBESIDADE:A principal característica do desenvolvimento da hipertensão arterial na obesidade é o aumento da retenção de sódio e líquidos pelo rim SEDENTARISMO: Há uma associação direta entre sedentarismo, elevação da PA e da HA. -INGESTÃO DE SODIO E POTASSIO A ingestão elevada de sódio tem-se mostrado um fator de risco para a elevação da PA, e consequentemente, da maior prevalência de HA. O aumento na ingestão de potássio reduz os níveis pressóricos. -ALCOOL: é rico em açúcar e calorias, o que pode aumentar ainda mais o risco a longo prazo de pressão alta, com o aumento da gordura corporal.O consumo de álcool também aumenta a quantidade de lipídios (gordura) que estão na corrente sanguínea. o diagnostico de HA é verificado via avaliacao do risco cardiovascular juntamente com possíveis lesoes de órgão- alvo. A medida da PA deve ser realizada no exame fisico no consultório e tambem fora dele. -IDADE: Com o envelhecimento, a PAS torna-se um problema mais significante, resultante do enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias. classificaçãoclassificação diagnosticodiagnostico hipertensao arterial -a normotensão verdadeira (NV) como as medidas da PA no consultório e fora do consultório normais monoterapia: A monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HA estágio 1 com risco CV baixo ou com PA 130-139/85-89 mmHg de risco CV alto ou para indivíduos idosos e/ou frágeis. Nesses perfis de pacientes, a redução da PA desejada é pequena ou deve ser feita de maneira gradual medicamentosos fenótipos -a Hipertensão do avental branco quando a PA é elevada no consultório, mas é normal fora dele -reducao de peso e circunferencial abdominal -reducao do consumo de sodio -prática de exercicios fisicos -reducao do estresse -alimentacao saudavel As cinco principais classes de fármacos anti- hipertensivos – diuréticos (DIU), bloqueadores dos canais de cálcio (BCC), inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA) e betabloqueadores (BB) demonstraram reduções significativas da PA -Hipertensão Mascarada quando a PA é normal no consultório, mas é elevada fora dele. não medicamentosos tratamentostratamentos Diuréticos (DIU): O mecanismo da ação anti-hipertensiva dos DIU relaciona- se inicialmente a seus efeitos natriuréticos, com a diminuição do volume circulante e do volume extracelular efeitos: Os principais efeitos adversos dos DIU são fraqueza, cãibras, hipovolemia ,disfunção erétil e hipopotassemia As classes de anti-hipertensivos consideradas preferenciais para o controle da PA em monoterapia inicial são: • DIU tiazídicos ou similares; • BCC; • IECA; • BRA. Bloqueadores dos canais de cálcio (bcc): Esta classe de medicamentos bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas das arteríolas, reduz a disponibilidade de cálcio no interior das células dificultando a contração muscular e, consequentemente, diminui a RVP por vasodilatação Os BCC são classificados em dois tipos básicos: os di-hidropiridínicos e os não di- hidropiridínicos. Os di-hidropiridínicos (anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino, levanlodipino, lercanidipino, lacidipino) exercem efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como medicamentos anti-hipertensivos. Os BCC não di-hidropiridínicos, como as difenilalquilaminas (verapamila) e as benzotiazepinas (diltiazem), têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução cardíacos. hipertensao arterial efeitos:O edema maleolar costuma ser o efeito colateral mais registrado e resulta da própria ação vasodilatadora (mais arterial que venosa), promovendo a transudação capilar. A cefaleia latejante e as tonturas são comuns. O rubor facial é mais comum com os BCC di-hidropiridínicos de ação rápida. Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) São medicamentos anti-hipertensivos eficazes que têm como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, responsável a um só tempo pela transformação de angiotensina I em angiotensina II (vasoconstritora) e pela redução da degradação da bradicinina (vasodilatadora). efeitos: Habitualmente, são bem tolerados pela maioria dos pacientes hipertensos, sendo a tosse seca seu principal efeito colateral, acometendo 5 a 20% dos usuários. Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II (BRA) Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações próprias da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação de aldosterona). efeitos: São incomuns os efeitos adversos relacionados com os BRA, sendo o exantema raramente observado. De forma semelhante aos IECA, os BRA podem promover a redução inicial da filtração glomerular por vasodilatação das arteríolas eferentes, diminuindo a pressão de filtração glomerular, mas esse efeito é nefroprotetor a longo prazo. -betabloqueadores: Os BB são úteis quando há certas condições clínicas específicas: pós-infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina do peito, IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr), para o controle da frequência cardíaca (FC) e em mulheres com potencial de engravidar. efeitos:Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão, astenia e disfunção sexual. Os BB são contraindicados em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus. Simpatolíticos de Ação Central Os alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores alfa-2 que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. Os efeitos bem definidos dessa classe são: diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, o que contribui para a bradicardia relativa e a hipotensão notada na posição ortostática; discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco; redução nos níveis plasmáticos de renina; e retenção de fluidos. São representantes desse grupo: metildopa, clonidina e o inibidor dos receptores imidazolínicos rilmenidina efeitos:Os medicamentos dessa classe apresentam reações adversas decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção erétil. hipertensao arterial Alfabloqueadores os medicamentos dessa classe agem como antagonistas competitivos dos receptores alfa-1 pós-sinápticos, reduzindo a RVP sem mudanças no débito cardíaco. Promovem maior redução pressórica quando na posição ortostática e na taquicardia reflexa. Por isso, é comum a hipotensão postural, comumente descrita na primeira dose. efeitos: Podem provocar hipotensão sintomática na primeira dose. O fenômeno de tolerância é frequente, necessitando aumento da dose para manter o efeito anti-hipertensivo (taquifilaxia). A incontinência urinária em mulheres pode ser causada pelo uso de alfabloqueadores. Há evidência de que os pacientes tratados com doxazosina têm maior risco de incidência de IC. Vasodilatadores Diretos Os medicamentosdessa classe, ativos por via oral, são a hidralazina e o minoxidil. Atuam diretamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando à redução da RVP. efeitos: Os efeitos colaterais da hidralazina são cefaleia, flushing, taquicardia reflexa e reação lupus-like (dose-dependente).Seu uso pode também acarretar anorexia, náusea, vômito e diarreia. Os vasodilatadores podem provocar retenção de sódio e água, com o aumento do volume circulante e da taquicardia reflexa. Um efeito colateral frequente do minoxidil é o hirsutismo, que ocorre em aproximadamente 80% dos pacientes. Inibidores Diretos da Renina O alisquireno, único representante da classe disponível comercialmente, promove a inibição direta da ação da renina com a consequente diminuição da formação de angiotensina II. Outras ações podem contribuir para a redução da PA e a proteção tissular, como redução da atividade plasmática de renina, bloqueio de receptor celular próprio de renina/pró- renina e diminuição da síntese intracelular de angiotensina II. efeitos:Seu uso é contraindicado na gravidez pelas mesmas razões dos IECA e BRA. hipertensao arterial -alterações da PA, como as encontradas na hipertensão ou em outras patologias, resultariam da disfunção dos sistemas de controle de pressão arterial. Com esse enfoque, os mecanismos neuro- humorais de ajuste instantâneo que definem as alterações apropriadas do débito cardíaco, da resistência periférica e do retorno venoso adaptadas ao ponto de operação (ou a pressão arterial do indivíduo, seja ele hiper, hipo ou normotenso) dependem da modulação do sistema cardiovascular, feita pela interação de mecanismos complexos. Entre eles, destacam-se o sistema nervoso autônomo e as diferentes alças hormonais acionados elevação da pressão arterial Durante elevações da PA, há grande deformação da parede e ativação dos pressorreceptores que geram os potenciais de ação. Os sinais são conduzidos ao sistema nervoso central (SNC), especificamente ao núcleo do trato solitário (NTS) via nervo glossofaríngeo (fibras caro- tídeas) e vago (fibras aórticas). Neurônios secundários do NTS excitam neurônios pré-ganglionares do pa- rassimpático localizados no núcleo dorsal motor do vago e no núcleo ambíguo, que por sua vez se projetam (eferentes vagais) aos neurônios pós- ganglionares intramurais situados no coração, determinando aumento da atividade vagal e queda da freqüência cardíaca (FC) O tônus simpático para o coração e vasos, por outro lado, é reduzido, uma vez que outros neurônios do NTS, quando estimulados por aumento da PA, excitam o bulbo ventrolateral caudal que inibe os neurônios pré-motores simpáticos do bulbo ventrolateral rostral. Ocorre, assim, redução da contratilidade cardíaca e bradicardia e, também, queda da resistência vascular periférica que levam à redução da PA. Desempenha não só na regulação da pressão arterial como também no equilíbrio eletrolítico. o sistema renina-angiotensina mantém a pressão arterial por meio da angiotensina II que é um vasoconstritor , gerada na circulação em uma cascata enzimática iniciada pela renina, que é secretada pelas células justaglomerulares do rim A renina cliva o angio- tensinogênio produzido no fígado, gerando o decapeptídeo inativo angio- tensina I, que dá origem à angiotensina II pela ação da enzima conversora de angiotensina (ECA). !! angiotensina estimula producao de aldosterona contribuindo para o aumento de sódio e agua aumentando a volemia=aumenta a PA respostas neurais respostas neuro-humorais humorais Sistema renina-angiotensina quimioreceptores São os quimiorreceptores localizados estrategicamente no circuito arterial (corpúsculos aórticos e carotídeos) que detectam os aumentos ou as que- das de PO2, PCO2 e/ou pH e desencadeiam respostas homeostáticas para corrigir essas variações. Além disso, quedas da PO2 e do pH e/ou elevações de PCO2, por exemplo, alteram a freqüência dos potenciais das aferên- cias quimiossensíveis que se projetam no NTS, no SNC, determinando alterações na PA. a estimulação dos quimiorreceptores aumenta a freqüência e a amplitude da respira- ção provocando aumento da ventilação que restaura os gases sanguíneos e traz o pH aos valores normais.enviam impulsos para o centros cardiovasculares e respiratórios. aumenta a estimulacao simpatica provocando vasocontricao = elevacao da PA neuro- reflexo barroceptor Os barorreceptores são sensores de pressão, localizados nas paredes do seio carotídeo e do arco aórtico. Eles transmitem informações sobre a pressão arterial aos centros vasomotores cardiovasculares no tronco encefálico.Os barorreceptores do seio carotídeo são reativos aos aumentos ou diminuições da pressão arterial, enquanto os barorreceptores do arco aórtico são principalmente sensíveis aos aumentos da pressão arterial. Eles funcionam como mecanorreceptores, que percebem a variação da pressão arterial por meio do estiramento. O aumento da pressão arterial causa aumento do estiramento dos barorreceptores e aumento da frequência de disparo dos nervos aferentes. O contrário ocorre com a redução da pressão arterial. Importante salientar que os barorreceptores são muito sensíveis às variações de pressão e a velocidade de variação da pressão. O ESTÍMULO MAIS FORTE PARA O BARORRECEPTOR É A MUDANÇA RÁPIDA NA PRESSÃO ARTERIAL. !!! A sensibilidade dos barorreceptores pode ser alterada por doença, como a hipertensão arterial crônica. Situação em que ocorre diminuição da sensibilidade a aumentos na pressão arterial. Facilitando a neurofisiologia por detrás do reflexo barorreceptor: As informações captadas pelos barorreceptores do seio carotídeo são transportadas para o tronco encefálico por meio do nervo do seio carotídeo e as informações oriundas do arco aórtico são transportadas por meio do nervo vago. Após ascender ao tronco encefálico, as informações são integradas no bulbo, no núcleo do trato solitário. O bulho direcionará as mudanças da atividade de vários centros cardiovasculares (sabe o que esse núcleo faz? Direciona o aumento ou diminuição no fluxo eferente dos sistemas nervosos simpático e parassimpático). hipertensao arterial hipertensao arterial a obesidade é uma conseqüência de desequilíbrio hormonal (principalmente a ativação do eixo hipotálamo-hipofise- adrenal) e de uma dieta hipercalórica. a adiposidade de distribuição central ou intra-abdominal é que tem relação direta com as alterações metabólicas e citocinas encontradas nos pacientes com a síndrome metabólica Os AGL estão entre os principais fatores liberados para a circulação pelo tecido adiposo. Eles compreendem a cadeia lateral dos triglicérides, têm grande importância nos mecanismos da síndrome e encontram-se elevados em indivíduos com obesidade intra- abdominal. Quando os AGL permanecem elevados por tempo prolongado têm ação direta sobre a sinalização da insulina em nível muscular e hepático, reduzindo as respostas normais à insulina, isto é, diminuindo a incorporação de glicose pelo músculo esquelético. associacoes patológicas dislipidemia obesidade intolerancia a glicose aterosclerose doenca renal diabetes melittus insuficiencia cardiaca acidente vascular enceflico infarto agudo do miocardio disfuncao endotelial hipertrofia ventricular esquerda obesidadeobesidade As evidências, na literatura médica, levam a crer que os produtos do adipócito (adipocitocinas) contribuem de alguma forma com alterações encontradas nos pacientes com a síndrome metabólica, como a hipertensão, resistência à insulina, hipertrigliceridemia, HDL- colesterol baixo e outros. As células endoteliais, que controlam o tônus vascular, liberam fatores que determinam a atividade contrátil das células musculares lisas. O óxido nítrico (NO) é produzido continuamente pelas células endoteliais, por meio da oxidação do aminoácido L-arginina em L-citrulina. Esse processo é regulado pela ação de duas enzimas endoteliais: NO sintase (eNOS) e nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato 21(NADPH) oxidase10. O NO está envolvido com mecanismos que regulamo fluxo sanguíneo, os quais participam da modulação da pressão arterial em indivíduos normotensos e hipertensos8. Dentre estes estão o controle da resistência vascular, a adaptação do fluxo sanguíneo às demandas metabólicas e o remodelamento do diâmetro do vaso ao fluxo de volume circulante. Elevações do colesterol plasmático se associam com maior concentração de dimetilarginina assimétrica, um análogo natural da eNOS que, por competição, inibe a produção de NO8. Portanto, os níveis de colesterol plasmáticos estão intimamente correlacionados com a função endotelial e, por conseguinte, com a hipertensão arterial. !!!Os pacientes com apnéia noturna, freqüentemente apresentam hipercolesterolemia. Por causar disfunção endotelial, estudos demonstraram que a hipercolesterolemia impede o relaxamento da artéria carótida durante a hipóxia. disfuncao endotelialdisfuncao endotelial hipertensao arterial hipertensão arterial sistêmica (HAS) e dislipidemia, se observa que existe influência entre as comorbidades tanto a nível pressórico quanto inflamatório, pois ambas aumentam a formação de ROS gerando estresse oxidativo. é necessário entender que a ativação exacerbada do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA) devido à tentativa incessante do corpo de restaurar níveis pressóricos normais,produz quantidades excessivas de ROS. sua vez, aumenta a concentração dessas moléculas, principalmente por meio das proteínas de baixo peso molecular oxidadas (OxLDL);13 além da maior expressão de receptores AT1 os quais, atuam diretamente na vasoconstrição por meio da ação da angiotensina II. Em relação aos pacientes hipertensos, estudos sugerem que a ativação sustentada do SRAA gera produção exacerbada de ROS por meio da angiotensina II estimulando NAD(P)H o qual produz ânions de radical superóxido. Consequentemente, ocorre inativação de óxido nítrico, impedindo sua ação crucial de vasodilatador sistêmico que é vital para contornar a HAS aos pacientes dislipidêmicos, é certo que apresentam níveis aumentados de lipoproteínas que desenvolverão resposta inflamatória endotelial.Tal resposta, recruta macrófagos, linfócitos, neutrófilos e células dendríticas para transformá-las em lipoproteínas de baixo peso molecular, as quais serão, posteriormente, oxidadas gerando dano oxidativo e maior disfunção endotelial. dislipidemia e asterosclerose Resultando então, em aumento de radicais livres que gerarão proliferação celular desregulada, apoptose, inflamação e remodelamento vascular. A dislipidemia em combinação com a hipertensão arterial se torna um fator de risco para o aparecimento da doença aterosclerótica, que é definida como uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial, que causa dano à camada íntima de artérias de médio e grande calibre. A disfunção endotelial promovida por esses fatores de risco aumenta a per- meabilidade da camada íntima às lipoproteínas plasmáticas, auxiliando na retenção das mesmas no espaço subendotelial. E assim, a partir da oxidação das partículas de LDL-c, retidas no espaço subendotelial, expõe diversos neoepítopos das mesmas, tornando-as imunogênicas. A patogênese ocorre a partir da oxidação das molécu- las de LDL-c, que passam a ser LDLox e assim, ativando mediadores inflamatórios responsáveis pela estimulação de moléculas de adesão vascular (VCAM-1), moléculas de adesão intercelular (ICAM-1), selectina e plaquetas (P-selectina), selectinas endoteliais (E-selectina) e pela atração de monócitos, linfócitos B e T, mediados por interleucinas I e VI até chegar na camada subendotelial, desse modo, quanto maior a concentração dessas lipoproteínas, mais intenso será o processo aterosclerótico. !!! Se observa também, que com o aumento da rigidez da artéria, a pressão arterial tende a aumentar, assim, a pessoa obterá uma maior pressão sistólica, como também uma menor pressão diastólica . hipertensao arterial Logo, o enrijecimento arterial promove um aumento na pós-carga aumentando o debito cardíaco devido ao aumento de uma maior pressão para o fluxo sanguineo que está obstruindo. A pos carga contribui tambem para o aumento do ventrículo esquerdo, assim como uma diminuição de perfusão coronariana. Tais mudanças a médio e longo prazo podem ocasionar hipertrofia do ventrículo esquerdo, assim como isquemia coronária e aumento do estresse vascular, facilitando o rompimento das placas ateroscleróticas hipertrofia ventricular esquerda A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) corresponde ao aumento da massa do ventrículo esquerdo. Geralmente, surge como resposta adaptativa ao estresse hemodinâmico, que se acredita ter um papel compensatório para melhorar o desempenho cardíaco e diminuir a tensão da parede ventricular e o consumo de oxigênio. Na presença de condições estressantes crônicas, como hipertensão e doença valvular, desenvolve-se uma forma de hipertrofia patológica, caracterizada por aumento excessivo das dimensões ventriculares, acompanhada de disfunção miocárdica e fibrose. Esses são sinais pressagiosos do desenvolvimento de insuficiência cardíaca e remodelação patológica. Inicialmente, o processo ocorre dentro dos limites normais, mas persistindo os mecanismos fisiopatológicos, o processo evolui atingindo níveis anormais. Várias condições clínicas e doenças cardiovasculares. pulmonar(exentrica e direita)=dilatacao da camara cardiaca sistemica HAS(concentrica e esquerda =diminuicao da camara cardiaca Existem basicamente dois tipos de hipertrofia do ventrículo esquerdo: Concentrica ocorre nos ventrículos submetidos predominantemente à sobrecarga de pressão e aumento da resistência vascular sistêmica, que é a forma mais comum nos indivíduos com hipertensão arterial sistêmica. A elevação da pressão promove aumento da tensão sistólica parietal, adição de sarcômeros em paralelo, aumento da espessura da parede e mantém normal, ou mesmo diminuído, o diâmetro da cavidade. Excêntrica surge nos indivíduos com sobrecarga predominantemente do tipo volumétrica, como nas insuficiências valvares, obesidade e em parte dos indivíduos com hipertensão arterial, particularmente os obesos. O aumento do diâmetro da cavidade acarreta elevação da tensão diastólica parietal (pré-carga) e adição de sarcômeros em série, aumentando conseqüentemente o diâmetro interno da cavidade O principal mecanismo de HVE parece ser a sobrecarga hemodinâmica (fator mecânico) a que está submetido o ventrículo esquerdo, seja sobre- carga de pressão ou de volume. Essa sobrecarga parece causar deformação e estiramento das células miocárdicas que geram sinais intracelu- lares, que culminam com o crescimento do miócitos. fatores neuro- humorais e hormonais foram identificados como participantes do processo de crescimento da célula cardíaca, tais como: substâncias agonistas dos receptores alfa e betaadrenérgicos, angiotensina II, tiroxina, glicocorticóides, insulina, hormônio do crescimento e glucagon hipertensao arterial sistólica diastólica diversas evidências clínicas e epidemiológicas demonstraram que a HVE é um importante fator de risco para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca (IC) sistólica e diastólica. Além da massa miocárdica, a geometria ventricular também influencia o desenvolvimento de IC. A IC pode ser classificada etapa do ciclo como: a IC diastólica é caracterizada por alta prevalência de aumento na espessura relativa da parede do VE, além de anormalidades no relaxamento ativo e na rigidez passiva ventricular. E sistolica que esta relacionada a dilatacao ventricular aumentando tamanho do coracao surgimento de 3º e 4º bulha. o tipo de IC relacionada à HVE inclui não apenas aquela com “enfraquecimento” do músculo cardíaco, mas também com outro aspecto de “degeneração” miocárdica a disfunção diastólica. Também nesse contexto, a HVE está associada à presença de IC com função sistólica preservada, apontando-se para uma relação inversa entre massa ventricular esquerda e desempenho diastólico insuficiencia cardiaca Diversos mecanismos têm sido propostos para explicar aprogressão para IC em indivíduos portadores de HVE. Em primeiro lugar, estima-se que a HVE induza à disfunção miocárdica por apresentar redução no suprimento de oxigênio e nutrientes para os miócitos cardíacos A explicação para esse fenômeno se deve a vários fatores, tais como: 1. Redução na densidade de arteríolas e capilares coronários, resultante de um aumento desproporcional dos miócitos cardíacos e do interstício; 2. Aumento da espessura parietal das artérias coronárias e presença de fibrose perivascular, com conseqüente redução da reserva coronária; 3. Aumento do tecido conjuntivo intersticial, o qual pode atuar como obstáculo à chegada de oxigênio e outros nutrientes aos miócitos cardíacos. Em segundo lugar, o desenvolvimento desordenado de fibrose ao redor dos miócitos cardíacos pode provocar uma oposição mecânica a essas células, comprometendo o desempenho miocárdico. Por outro lado, é possível que alterações na degradação da matriz extracelular também exerçam um papel na transição de HVE para IC. Nesse contexto, destacam-se as metaloproteinases, as quais são enzimas que quebram o colágeno e têm sua ação restringida por inibidores tissulares endógenos, conhecidos pela sigla TIMPs (tissue inhibitors of matrix metalloproteinases. A HVE é um fator de risco independente para o desenvolvimento de IC sistólica e diastólica, sendo a hipertrofia concêntrica o padrão geométrico mais associado à progressão para IC Classicamente, as alterações morfológicas do ventrículo esquerdo (VE) induzidas pela hipertensão arterial são divididas em três padrões geométricos: 1. Remodelamento concêntrico (aumento da espessura relativa da parede ventricular, porém, com massa cardíaca normal); 2. Hipertrofia concêntrica (au- mento da espessura relativa da parede ventricular e da massa cardíaca); 3. Hipertrofia excêntrica (aumento da massa cardíaca com elevação do volume da cavidade ventricular). MATOS-SOUZA, José Roberto; FRANCHINI, Kleber Gomes; JUNIOR, Wilson Nadruz. Hipertrofia ventricular esquerda: o caminho para a insuficiência cardíaca. Rev Bras Hipertens vol, v. 15, n. 2, p. 71-74, 2008. Quando ocorre queda da função cardíaca, mecanismos adaptativos são estimulados procurando corrigir a disfunção ventricular .Nos pequenos danos miocárdicos estes conseguem melhorar a função e, muitas vezes, normalizá-la. Nos comprometimentos maiores estes mecanismos são insuficientes e muitas vezes a sua contínua estimulação pode provocar um círculo vicioso que pode levar a futura deterioração da função cardíaca. O mecanismo de Frank-Starling é usualmente um dos primeiros a ser estimulado e melhora a função cardíaca. Nas lesões maiores não é suficiente e a continua dilatação cardíaca dela advinda se torna um mecanismo desadaptativo. Vários estudos mostram que a continua dilatação (remodelação ventricular), é deletéria e que quanto maior a dilatação ventricular pior o prognóstico do paciente. A estimulação simpática e a neuro-humoral também podem ser adaptativas no início dos quadros, mas a sua perpetuação ou maior intensidade de estimulação é deletéria para o coração. Análise dos dados dos grandes estudos multicêntricos em IC permitiram compreender melhor a estimulação neuro-humoral e como ocorre esta estimulação. Na fase inicial aumentam principalmente os neuro-hormônios com efeito vasodilatador, como o fator atrial natriurético, que induz vasodilatação arterial e conseqüente melhora da função cardíaca. Nos casos de dano cardíaco de pequena monta, esta estimulação é suficiente para normalização da função cardíaca. Nos danos mais extensos a maior etimulação neuro-humoral se faz com predomínio dos neuro- hormônios com efeito vasoconstritor, que induzem aumento da resistência e piora da função cardíaca, levando o coração para um círculo vicioso de agravamento progressivo De há muito documentou-se que nas formas avançadas, quanto maior os níveis de noradrenalina, adrenalina, renina, arginina- vasopressina, pior a evolução e maior a mortalidade. Hoje sabemos que alguns medicamentos, mas não todos, podem melhorar a história natural da IC. Drogas que modulem esta estimulação neuro-humoral aumentada são aquelas que influenciam positivamente a evolução da doença tratamento clinico a terapêutica baseada no tripé, digital, diuréticos e inibidores da enzima conversora tem provocado as melhores respostas, com redução de manifestações clínicas, de necessidade de hospitalizações e de mortalidade. DIGITAL:o digital reduz a estimulação neuro- humoral, melhora o desempenho físico, reduz hospitalizações e não aumenta sua mortalidade. . hipertensao arterial DIURETICOS: Os diuréticos são medicamentos indispensáveis para a compensação dos pacientes. Não conhecemos estudos em que os diuréticos não sejam empregados. O seu uso, entretanto causa interferem na qualidade de vida de quem o toma. Embora no paciente em anasarca ninguém questione o seu valor, assim que a dispnéia e o edema são controlados procura-se reduzir a sua administração pois o seu uso implica em mais idas ao banheiro e cerceia a sua livre locomoção. Devemos destacar seus efeitos colaterais, hipopotassemia, elevação da creatinina e ácido úrico, hipotensão, câimbras etc. Inibidores da enzima conversora : São hoje drogas consideradas indispensáveis no tratamento da IC, pelos benefícios demonstrados em vários estudos A prescrição dos inibidores da ECA em pacientes sintomáticos resulta, entre outras vantagens, na redução dos sintomas, melhora na qualidade de vida e no desempenho físico, redução do número de hospitalizações, redução da mortalidade .Em alguns casos estes resultados decorrem da redução da dilatação das câmaras ventriculares e da melhora do desempenho cardíaco. Antagonistas da angiotensina II: tratamento com estes antagonistas modulam a estimulação neuro-humoral aumentada e reduzem as alterações hemodinâmicas características da IC, com efeitos semelhante aos inibidores da ECA. BARRETTO, Antonio Carlos Pereira; RAMIRES, José Antonio Franchini. Insuficiência cardíaca. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 71, n. 4, p. 635- 642, 1998. hipertensao arterial exames para ic diagnostico para ic hipertensao arterial Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das principais causas de doença renal crônica (DRC) e da sua progressão para o estágio terminal da doença renal (DRCT), juntamente com o diabetes. O sobrepeso e a obesidade estão associados a alterações renais hemodinâmicas, estruturais e histológicas, bem como desordens metabólicas e bioquímicas que predispõem à doença renal, mesmo com a função renal estando normal nos exames convencionais A obesidade leva ao aumento da reabsorção tubular renal de sódio, prejudicando a natriurese pressórica e causando expansão de volume devido à ação do sistema nervoso simpático (SNS) e sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). Ocorre também compressão dos rins, especialmente quando a obesidade visceral está presente. O aumento na reabsorção de sódio e a consequente expansão de volume é um evento central no desenvolvimento da HAS associada à obesidade. Algumas evidências sugerem que o aumento na reabsorção de sódio ocorre em alguns segmentos além do túbulo proximal, possivelmente na alça de Henle. Há ainda um aumento no fluxo sanguíneo renal, na taxa de filtração glomerular (TFG) e na fração de filtração. doenca renal A hiperfiltração glomerular, associada ao aumento da pressão sanguínea e outras alterações metabólicas, como a resistência insulínica e DM, resultam em dano renal e redução da TFG. A ativação do SNS também contribui para a hipertensão associada à obesidade. Há evidência de que a desnervação renal reduz a retenção de sódio e a hipertensão da obesidade, sugerindo que a ativação do SNS induzida pela obesidade aumenta a pressão sanguínea sobretudo pela retenção de sódio, mais do que pela vasoconstrição. Os mecanismos que levam à ativação do SNS na obesidade ainda não são completamente conhecidos, mas vários fatores têm sido propostos como desencadeadores,incluindo hiperinsulinemia, hiperleptinemia, aumento dos níveis de ácidos graxos e angiotensina II e alterações nos barorreceptores. O aumento dos níveis de leptina está associado à ativação do SNS e o seu efeito no aumento da pressão sanguínea também inclui inibição da síntese de óxido nítrico (vasodilatador potente). Uma produção aumentada de endotelina-1 também tem sido observada em indivíduos obesos, o que contribui para a elevação da pressão arterial e consequente disfunção renal.3 Estudos recentes também evidenciam que os níveis séricos de endotelina-1 estão aumentados em pacientes com DRC e hipertensão intradialítica,25 sugerindo que esta substância desempenha um papel central na gênese da hipertensão na DRC e está possivelmente associada à hipertensão em pacientes obesos. . hipertensao arterial SILVA JUNIOR, Geraldo Bezerra da et al. Obesidade e doença renal. Brazilian Journal of Nephrology, v. 39, n. 1, p. 65-69, 2017. febre reumatica A Febre Reumática (FR) e a Cardiopatia Reumática Crônica (CRC) são complicações não supurativas da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta- hemolítico do grupo A (EBGA) e decorrem de resposta imune tardia a esta infecção, em populações geneticamente predispostas origem da doença parece estar associada a uma reação cruzada de anticorpos produzidos originalmente contra produtos e estruturas dos estreptococos, porém passam a reconhecer também as células do hospedeiro, que se tornam alvos dos anticorpos produzidos contra o antígeno infeccioso, processo chamado mimetização molecular as respostas imunes mediadas por linfócitos B e T estão envolvidos no processo inflamatório da FR. Além disso, também há produção de citocinas inflamatórias que exacerbam a reação autoimune, sendo responsáveis pela progressão e manutenção da lesão valvar crônica introdução AFR é uma doença inflamatória que pode ser causada após infecções por Streptococcus pyogenes do grupo A. Essa bactéria contém na camada mais externas as proteínas M, T e R e o ácido lipotecóico, que é o responsável pela adesão da bactéria a fibronectina do epitélio da orofaringe sendo necessário para a colonização bacteriana Existem cepas vinculadas à promoção de doenças autoimunes como soro tipos M1, M3, M5, M24, M27. Essas são ricas em proteína M e é essa proteína que detém mimetismo molecular com: o sistemas cardíaco: as proteínas miosina, queratina e outras proteínas do tecido cardíaco humano articulares: A lesão articular surge devido à semelhança do ácido hialurônico do estreptococo com o ácido dos tecidos humanos, ocorrendo a formação de anticorpos que atuam contra a cartilagem das articulações. neurológico:De modo semelhante, anticorpos que reagem de forma cruzada com a membrana dos estreptococos citados, atuam contra o citoplasma de neurônios localizados nos núcleos caudados e subtalâmico do cérebro, resultando na coréia de Sydenham patologia Isso acarreta em uma confusão do sistema imune que entende células normais do organismo como patogênicas. Portanto as células protetoras como linfócitos e macrófagos atacam as células corporais comuns e sadias gerando a doença autoimune. Assim sendo, a resposta imunológica do individuo ao patógeno é o causador das complicações dessa doença gerando as inflamações nas áreas em que o mimetismo molecular ocorre.. manisfestcoes clinicas As manifestações clinicas se apresentam entre 2 semanas até 6 meses pós infecção estreptocócica,podendo atingir diversos sistemas do organismo. Todavia, as manifestações mais comuns são as caracterizadas como achados maiores do critério de Jones (ver diagnostico) são elas: poliartrite, cardite, coréia, eritema marginado e nódulos subcutâneos. Artrite: Dor e acometimento de articulações do corpo. Característica mais comum está no seu caráter migratório, ou seja, caso a inflamação comece na articulação do punho logo ira acometer as articulações do cotovelo e assim por diante. Geralmente acomete as articulações maiores e tem resposta satisfatória a utilização de anti-inflamatória terapia sem causar dano permanente posterior à melhora. Cardite: No coração, as lesões iniciais surgem nas valvas cardíacas sob a forma aparente de pequenas verrugas ao longo da linha de fechamento, podendo posteriormente, as valvas tornarem-se espessadas e deformadas, com as cordoalhas encurtadas, resultando em estenose ou insuficiência valvas. A valva mitral é mais frequentemente envolvida, vindo a seguir a aórtica, a tricúspide, e, raramente a pulmonar Pode ocorrer degeneração difusa e até necrose das células musculares cardíacas, com lesões inflamatórias perivasculares, formando os nódulos de Aschoff, que são formados por área central fibrinoide circundada por linfócitos, plasmócitos e grandes células basofílicas. Os nódulos subcutâneos se assemelham aos nódulos de Aschoff febre reumatica tratamento exames • Radiografia de tórax: deve ser realizada para investigação de car- diomegalia e de sinais de congestão pulmonar. A caracterização do progressivo aumento da área cardíaca à radiografia evidencia atividade reumática. A presença de congestão pulmonar caracte- riza a cardite grave; • Eletrocardiograma (ECG): os achados são inespecíficos e, em geral, transitórios. Alterações mais comuns: taquicardia sinusal, distúrbios de condução, alterações de ST-T e baixa voltagem do complexo QRS e da onda T no plano frontal. O intervalo PR aumentado é um critério menor. Pode ser encontrado em crianças normais e em pacientes com FR com ou sem cardite; • Ecocardiograma: a regurgitação mitral é a alteração mais frequente, seguida da regurgitação aórtica. Espessamento valvar é frequente, e têm sido observados nódulos valvares focais que desaparecem durante a evolução. A função ventricular esquerda é normal no episódio inicial. Derrame pericárdico é comum e em geral é pequeno -Ácido Acetisalicílico - -Naproxeno O tratamento da FR aguda tem dois objetivos: 1) Alívio sintomático durante a fase aguda; 2) Erradicação do estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Os anti-inflamatórios não-hormonais (AINH) são a base do tratamento da artralgia e da febre. Determinam uma rápida melhora dos sintomas. A falta de melhora da Artrite após os AINH é motivo para que se questione o diagnóstico de FR. Penicilina G Benzatina Penicilina V ou amoxicilina Eritromicina A cardite reumática não necessita de tratamento específico nos casos leves. A dor secundária à pericardite responde aos AINH. A insuficiência cardíaca merece o tratamento habitual com vasodilatadores e diuréticos. Os digitálicos devem ser usados com cautela, pela freqüente ocorrência de bloqueio atrioventricular. O uso de corticoesteróides tem sido defendido por muitos especialistas, sobretudo nos casos de cardite grave. Estudos recentes indicam a eficácia dos corticoesteróides, tais como a prednisona 2mg/Kg por 4 semanas, no encurtamento do período sintomático. Um estudo pequeno mostrou eficácia da imuneglobulina endovenosa em reduzir a duração da coréia. Portanto, como tratamento farmacológico da coréia de Sydenham as opções iniciais são o valproato de sódio isoladamente ou associado à prednisona. Devemos usar a menor dose necessária ao controle dos sintomas, pelo menor período possível. Ainda são necessários mais estudos para que avaliemos a indicação de imuneglobulina na coréia de Sydenham Sempre que for feito diagnóstico de FR aguda está recomendado o uso de antibióticos ativos contra estreptococos por um período de 7 a 10 dias, visando à erradicação desse agente. Tal conduta independe dos resultados da cultura ou da pesquisa de antígenos estreptocócicos. Na tabela 6 constam algumas opções de antimicrobianos para a erradicação. antimicrobianos para tratamento da faringite (profilaxia primária da FR): profilaxia O primeiro nível de profilaxia pode ser denominado profilaxia primordial. As estratégias nesse nível são a melhoria das condições de habitação e higiene da população, diminuindo assim a transmissão do estreptococo. Essa profilaxia foi a granderesponsável pela redução da prevalência de FR nos países desenvolvidos. Contudo, tais medidas dependem de decisões políticas e recursos que não estarão disponíveis em curto prazo nos países pobres com mais alta prevalência de FR. https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/naproxeno.htm https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/penicilina.htm https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/amoxicilina.htm https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/eritromicina.htm endocardite infecsiosa introducao Endocardite é uma doença em que agentes infecciosos invadem as superfícies endocárdicas, produzindo inflamação e danos. A infecção frequentemente produz vegetações, que são estruturas compostas de plaquetas, fibrina e microrganismos infecciosos. O aspecto da vegetação à ecocardiografia é de uma massa de material ecogênico, aderida a uma superfície endocárdica, geralmente anormal (valvas alteradas, locais de shunts, etc), e que apresenta uma mobilidade diferente da mobilidade da superfície à qual está aderida. Localiza-se geralmente na câmara para onde se dirige a regurgitação (face atrial na valva mitral e ventricular na valva aórtica) e tende a crescer nos folhetos das próteses biológicas e no anel das próteses mecânicas. Tradicionalmente, tem sido classificada como aguda ou subaguda, dependendo da duração dos sintomas; entretanto, a distinção é um pouco arbitrária. Uma classificação que considera os micro-organismos causadores e a valva comprometida é mais relevante do ponto de vista clínico. epidemiologia Cerca de 90% dos casos de endocardite infecciosa em valva nativa, adquiridos na comunidade, devem-se a estafilococos, estreptococos ou enterococos, germes comuns da pele, orofaringe e trato urogenital com acesso frequente à corrente sanguínea. Esses micro-organismos expressam receptores específicos para fixação e aderência a superfícies valvares danificadas. (Valvopatia degenerativa também está associada à endocardite infecciosa, particularmente em pacientes idosos) S. Aureus é o agente principal de endocardite infecciosa. Estreptococos viridans são os estreptococos mais comuns na endocardite infecciosa em valva nativa. Esse grupo de micro-organismos, que normalmente habita a orofaringe, inclui espécies como Streptococcus sanguis, Streptococcus mutans e Streptococcus mitis. Estreptococos do grupo B, micro-organismos β-hemolíticos que constituem também a flora orofaríngea e urogenital normal, mais frequentemente causam endocardite infecciosa em pacientes com cirrose ou diabetes melito e em usuários de drogas injetáveis. Em contrapartida, os estreptococos do grupo A, embora também β-hemolíticos, raramente causam endocardite infecciosa. S. aureus é o patógeno de maior preocupação entre os usuários de drogas injetáveis ou pacientes com histórico de tratamento médico recente. A evolução clínica da endocardite por S. aureus é tipicamente aguda, com progressão rápida. Uma vez que aproximadamente 12% dos pacientes com bacteriemia por S. aureus terão endocardite infecciosa, a possibilidade de comprometimento cardíaco sempre deve ser considerada em qualquer paciente com bacteriemia por S. aureus O grupo HACEK de micro-organismos Gram-negativos (Haemophilus sp., Actinobacillus actinomycetemcomitans, Cardiobacterium hominis, Eikenella corrodens e Kingella sp.) é responsável por cerca de 5% dos casos de endocardite. fisiopatologia lesão endocárdica agregação de plaquetas e fibrina, criando uma vegetação estéril, bacteriemia transitória resultando em semeadura na vegetação, proliferação microbiana sobre a superfície endocárdica invasão dela, com infecção metastática para órgãos viscerais e cérebro. Modelos experimentais de endocardite infecciosa demonstraram que o desenvolvimento da doença obedece a uma sequência previsível: endocardite infecsiosa A maioria dos casos de endocardite infecciosa começa com uma superfície endocárdica danificada. A lesão do endocárdio pode ser causada por vários fatores, que variam de doença reumática a degeneração senil e calcificação; de fato, qualquer turbulência excessiva ou gradiente de alta pressão pode causar lesão no endocárdio vizinho. Em seguida, agregados de fibrina- plaquetas se desenvolvem, formando vegetações estéreis e constituindo o que se denomina endocardite trombótica não bacteriana. Endocardite trombótica não bacteriana pode ocorrer espontaneamente em pacientes com doenças sistêmicas (p. ex., endocardite marântica em pacientes oncológicos ou outras doenças consumptivas, e a endocardite de Libman-Sacks no lúpus eritematoso sistêmico. Quando ocorre bacteriemia transitória – por exemplo, como resultado de infecção distante ou doença gengival –, a vegetação previamente estéril pode sofrer semeadura por bactérias. Algumas espécies bacterianas, como estafilococos e estreptococos, são mais avidamente aderentes do que outras às vegetações e, por essa razão, podem causar endocardite com mais frequência. As bactérias proliferam dentro da vegetação e podem alcançar uma carga de micro-organismos de 109 a 1011 unidades formadoras de colônias por grama de tecido. As superfícies das valvas cardíacas e as vegetações são avasculares, dificultando a antibioticoterapia e a cura. manifestacoes clinicas A maioria dos pacientes se queixa de febre e sintomasconstitucionais inespecíficos, como fadiga, mal-estar ou perda de peso. Aproximadamente 50% deles se queixam de sintomas musculoesqueléticos que variam de artrite franca a mialgias difusas; 5% a 10% dos pacientes têm lombalgia como principal queixa, mesmo na ausência de osteomielite ou abscesso epidural. Muitos usuários de drogas intravenosas com endocardite se queixam de dor torácica pleurítica, porque a endocardite da valva tricúspide simula pneumonia. diagnostico Os critérios de Duke se fundamentam amplamente no uso apropriad de hemoculturas e dados ecocardiográficos. Pelo menos três pares d hemoculturas (cada) par consistindo em um frasco aeróbico e um anaeróbico) N maioria dos casos de endocardite, na ausência de terapia antibiótica prévia, tod hemocultura é positiva porque a bacteriemia da endocardite é contínua a ecocardiografia transtorácica (ETT) quanto a ETE ecocardiografia transesofagic são exames altamente específicos (≈ 98%) quando usados como parte da avaliaçã diagnóstica de suspeita de endocardite. Em contrapartida, a ETE apresent sensibilidade de 90% a 95% endocardite infecsiosa diagnostico tratamento O tratamento antibiótico definitivo da endocarditeinfecciosa é guiado pelo resultado das hemoculturas, incluindo a pesquisa de suscetibilidade do micro- organismo a antimicrobianos. Embora, em geral, seja aconselhável iniciar o tratamento empírico antes de o resultado definitivo das culturas estar disponível, nem todos os pacientes admitidos para exclusão do diagnóstico de endocardite necessitam ser tratados empiricamente. Pacientes que estão clinicamente estáveis, com apresentação subaguda da doença e sem evidência de insuficiência cardíaca ou de outras complicações de órgãos-alvo, podem ser cuidadosamente observados sem antibióticos, permitindo a realização de hemoculturas seriadas. Em contraposição, os pacientes agudamente enfermos, aqueles com evidência de complicações de endocardite ou com alta suspeita de endocardite devem ser tratados com antibióticos enquanto aguardam o resultado de culturas. Na maioria dos casos de endocardite infecciosa, é aconselhável buscar o parecer de um infectologista para ajudar a planejar o esquema antibiótico apropriado.
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