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Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL ❖ Para que as células do corpo funcionem normalmente, elas devem estar banhadas por líquido extracelular com concentração constante de eletrólitos e outros solutos. Os Rins Excretam o Excesso de Água pela Produção de Urina Diluída ❖ Excesso de água no corpo e queda da osmolaridade do líquido corporal, os rins podem excretar urina com osmolaridade de até 50mOsm/L ❖ Quando existe déficit de água e a osmolaridade do líquido extracelular se eleva, os rins podem excretar urina com concentração de 1.200 a 1.400 mOsm/L. O Hormônio Antidiurético Controla a Concentração Urinária ❖ Quando a osmolaridade dos líquidos corporais se eleva, a glândula hipófise posterior secreta mais ADH, o que aumenta a permeabilidade dos túbulos distais e duetos coletores à água, diminuindo o volume urinário, porém sem alterações acentuadas na excreção renal dos solutos. Mecanismos Renais para a Excreção de Urina Diluída ❖ O rim executa essa função pela manutenção da reabsorção de solutos, ao mesmo tempo que deixa de reabsorver a maior parte da água do líquido tubular nas partes distais do néfron O Líquido Tubular Permanece Isosmótico noTúbulo Proximal ❖ O líquido do túbulo proximal permanece isosmótico ao plasma, com osmolaridade de aproximadamente 300 mOsm/L. ❖ Conforme o líquido chega ao ramo descendente da alça de Henle, a água é reabsorvida, por osmose, e o líquido tubular atinge o equilíbrio com o líquido intersticial adjacente da medula renal que é bastante hipertônico O Líquido Tubular é Diluído no Ramo Ascendente da Alça de Henle. ❖ O ramo ascendente da alça de Henle, especialmente no segmento espesso ocorre ávida reabsorção de sódio, potássio e cloreto. ❖ Entretanto, essa porção do segmento tubular é impermeável à água, mesmo em presença de grande quantidade de ADH O Líquido Tubular É Ainda Mais Diluído nos Túbulos Distais e Coletores na Ausência do ADH. ❖ Na ausência do ADH, essa porção do túbulo também é impermeável à água, e a reabsorção extra de solutos faz com que o líquido tubular fique ainda mais diluído, diminuindo sua osmolaridade para valores em torno de 50mOsm/L. ❖ O mecanismo de formação de urina diluída consiste na reabsorção contínua de solutos, a partir dos segmentos distais do sistema tubular sem reabsorção de água. Os Rins Conservam Água Excretando Urina Concentrada ❖ Quando ocorre déficit hídrico no corpo, o rim gera urina concentrada por continuar a excretar solutos, ao mesmo tempo em que aumenta a reabsorção de água, diminuindo o volume de urina formado. ❖ O rim humano pode produzir urina com osmolaridade máxima de 1.200 a 1.400mOsm/L, quatro a cinco vezes a osmolaridade do plasma. Por que então a ingestão de água do mar causa desidratação? ❖ Os rins devem também excretar outros solutos, especialmente ureia que sozinha contribui com cerca de 600mOsm/L quando a urina é maximalmente concentrada. ❖ Portanto, a concentração máxima do cloreto de sódio que pode ser excretada pelos rins é de cerca de 600mOsm/L. ❖ Assim, para cada litro de água salgada ingerida, 1,5L de urina seria necessário para livrar o corpo de 1.200miliosmóis de cloreto de sódio ingerido, além dos 600miliosmóis dos outros solutos, como a ureia. ❖ Isso resultaria em perda real de meio litro de líquido para cada litro de água do mar ingerido; tal fato explica a ocorrência de rápida desidratação em vítimas de naufrágio que ingerem a água do mar. Gravidade Específica da Urina ❖ A gravidade específica da urina é com frequência utilizada no ambiente clínico para dar estimativa rápida da concentração de solutos na urina. Quanto mais concentrada for a urina, maior será sua gravidade específica. ❖ Na maioria das vezes, a gravidade específica de urina aumenta linearmente com o aumento da osmolaridade urinária ❖ A gravidade específica da urina é em geral expressa em gramas/mL; nos humanos, em condições normais, varia entre 1,002 e 1,028 g/mL Requerimentos para a Excreção de Urina Concentrada —Níveis Elevados de ADH e Medula Renal Hiperosmótica ↪ FORMAÇÃO DA URINA Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL 1. Nível alto de ADH 2. Alta osmolaridade do líquido intersticial medular renal que produz o gradiente osmótico necessário para a reabsorção de água em presença de altos níveis de ADH. ❖ O interstício medular renal que circunda os duetos coletores é normalmente hiperosmótico; dessa forma, quando os níveis do ADH estão elevados, a água se desloca, através da membrana tubular, por osmose para o interstício renal e, então, retorna à circulação sanguínea pelos vasa recta ❖ Líquido intersticial da medula renal se torna hiperosmótico. Esse processo envolve a atuação do mecanismo de contracorrente. ❖ O mecanismo de contracorrente depende da disposição anatômica peculiar das alças de Henle e dos vasa recta, dos capilares peritubulares especializados da medula renal O Mecanismo de Contracorrente Cera o Interstício Medular Renal Hiperosmótico ❖ A osmolaridade do líquido intersticial, em quase todas as partes do corpo, é de cerca de 300mOsm/L, o que representa valor similar à osmolaridade do plasma. ❖ A osmolaridade do líquido intersticial medular renal é muito mais alta e pode aumentar progressivamente para 1.200 a 1.400 mOsm/L 1) Transporte ativo de íons sódio e cotransporte de íons potássio, cloreto e outros íons, do ramo ascendente espesso da alça de Henlepara o interstício medular 2) Transporte ativo de íons dos duetos coletores para o interstício medular 3) Difusão facilitada de grande quantidade de ureia, dos duetos coletores medulares internos para o interstício medular 4) Difusão de apenas pequena quantidade de água dos túbulos medulares para o interstício medular, em proporção bastante inferior à reabsorção de solutos para o interstício medular Características Especiais da Alça de Henle Que Mantêm Solutos na Medula Renal ❖ O ramo ascendente espesso é praticamente impermeável à água, os solutos transportados não são acompanhados pelo fluxo osmótico de água para o interstício ❖ Ocorre certa reabsorção de cloreto de sódio pelo ramo ascendente delgado da alça de Henle que é também impermeável à água, o que também aumenta a concentração de solutos do interstício medular renal. ❖ ETAPA 1 A alça de Henle cheia de líquido com concentração de 300 mOsm/L, a mesma da que deixa o túbulo proximal ❖ ETAPA 2 Bomba de íons ativa do ramo ascendente espesso na alça de Henle reduz a concentração tubular e eleva a concentração do interstício, e estabelece gradiente de concentração de 200mOsm/L entre o líquido tubular e o líquido intersticial ❖ ETAPA 3 Rápido equilíbrio osmótico atingido entre o líquido tubular, no ramo descendente da alça de Henle, e o líquido intersticial, devido ao movimento de água por osmose ❖ ETAPA 4 Fluxo adicional de líquido do túbulo proximal para a alça de Henle, fazendo com que o líquido hiperosmótico, formado no ramo descendente, flua para o ramo ascendente ❖ ETAPA 5 Uma vez chegado ao ramo ascendente, íons adicionais são bombeados para o interstício, com retenção da água no líquido tubular, até que seja estabelecido de 200mOsm/L com a osmolaridade do líquido intersticial aumentando para 500mOsm/L ❖ ETAPA 6 Mais uma vez, o líquido no ramo descendente atinge o equilíbrio com o líquido intersticial medular hiperosmótico e, à medida que o líquido tubular hiperosmótico do ramo descendente da alça de Henle flui para o ramo ascendente, ainda mais soluto é bombeado dos túbulospara o interstício medular ❖ ETAPA 7 Com tempo suficiente, esse processo gradativamente retém solutos na medula e multiplica o gradiente de concentração, estabelecido pelo bombeamento ativo de íons para fora do ramo ascendente espesso da alça de Henle, elevando por fim a osmolaridade do líquido intersticial para 1.200 a 1.400mOsm/L Papel do TúbuloDistai e dos Duetos Coletores na Excreção de Urina Concentrada ❖ Na ausência do ADH, esse segmento fica quase impermeável à água e não pode reabsorvê-la, mas continua a reabsorver solutos, diluindo ainda mais a urina ❖ A água reabsorvida é rapidamente conduzida pelos vasa recta para o sangue venoso. Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL A Ureia Contribui para um Interstício Medular Renal Hiperosmótico e para a Formação de Urina Concentrada 1) É filtrada na cápsula de Bowman, portanto faz parte do filtrado glomerular; 2) 50% é reabsorvida no ramo descendente da alça de Henle; 3) É impermeável nas regiões de medula externa e córtex, principalmente no túbulo distal e ductos coletores; 4) Na presença de ADH, há intensa reabsorção de íons e água no néfron, de maneira que no ducto coletor a concentração de ureia será altíssima; 5) Em altas concentrações de ureia e na vigência de ADH, esse hormônio ativa transportadores específicos (UT-A3) que aumentam a difusão da ureia para o líquido intersticial medular; 6) A ureia pode atuar num processo de recirculação, potencializando a concentração medular. Ou seja, vai para líquido intersticial, aumenta sua osmolaridade e adentra a alça de Henle por transportadores, como a UT-A2. Sistema de Feedback Osmorreceptor-ADH 1) O aumento da osmolaridade do líquido extracelular (ou elevação na concentração plasmática de sódio) provoca o murchamento de neurônios específicos, referidos como células osmorreceptoras, localizadas no hipotálamo anterior, próximo aos núcleos supraópticos. 2) O murchamento estimula as células osmorreceptoras fazendo-as enviar sinais a outros neurônios situados nos núcleos supraópticos; que retransmitem esses sinais pelo pedículo da glândula hipófise para a hipófise posterior. 3) Esses potenciais de ação conduzidos até a hipófise posterior estimulam a liberação de ADH, armazenado em vesículas secretórias, nas terminações nervosas. 4) O ADH entra na corrente sanguínea e é transportado até os rins, onde promove o aumento da permeabilidade da porção final dos túbulos distais, dos túbulos coletores corticais e dos duetos coletores medulares à água. 5) A permeabilidade elevada à água, nos segmentos distais do néfron, leva a aumento da reabsorção de água e à excreção de pequeno volume de urina concentrada. Síntese de ADH pelos Núcleos Supraópticos e Paraventriculares do Hipotálamo e Liberação de ADH pela Glândula Hipófise Posterior ❖ O hipotálamo contém dois tipos de grandes neurônios que sintetizam ADH: células dos núcleos supraópticos e dos núcleos paraventriculares do hipotálamo. ❖ Ambos os núcleos emitem prolongamentos axonais para a hipófise posterior. Uma vez sintetizado, o ADH é transportado pelos axônios neuronais até suas extremidades que chegam à glândula hipófise posterior. ❖ Os impulsos nervosos passam por essas terminações nervosas, alterando a permeabilidade da membrana e aumentando a entrada de cálcio. ❖ O ADH armazenado nas vesículas das terminações nervosas é liberado em resposta ao incremento da entrada de cálcio ❖ A segunda área neuronal no controle da osmolaridade e da secreção do ADH está situada ao longo da região anteroventral do terceiro ventrículo,conhecida como região AV3V. ❖ Na parte superior dessa região, existe estrutura, referida como órgão subfornical, e na parte inferior existe outra estrutura, referida como órgão vasculoso da lâmina terminal. ❖ Localizado entre esses dois órgãos, fica o núcleo pré-óptico mediano que apresenta múltiplas conexões nervosas com os dois órgãos, bem como Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL com os núcleos supraópticos e os centros de controle da pressão sanguínea no bulbo. ❖ As lesões na região AV3V provocam múltiplos déficits no controle da secreção de ADH, da sede, do apetite pelo sale da pressão sanguínea. ❖ A estimulação elétrica dessa região ou sua estimulação pela angiotensina II pode aumentar a secreção do ADH, a sede e o apetite pelo sal. ❖ Essas células enviam sinais nervosos aos núcleos supraópticos para controlar sua atividade e a secreção do ADH. É provável também que esses sinais induzam à sede, em resposta ao aumento da osmolaridade do líquido extracelular. ❖ Tanto o órgão subfornical como o órgão vasculoso da lâmina terminal têm suprimento vascular, sem barreira hematoencefálica típica, que impede a difusão da maior parte dos íons do sangue para o tecido cerebral. ❖ Isso torna possível a passagem de íons e outros solutos do sangue para o líquido intersticial dessa região. ❖ Como resultado, os osmorreceptores respondem rapidamente às alterações na osmolaridade do líquido extracelular, exercendo potente controle sobre a secreção do ADH e a sensação de sede, como discutido adiante. Estimulação Reflexa Cardiovascular da Liberação do ADH pela Baixa na Pressão Arterial e/ou no Volume Sanguíneo ❖ A liberação de ADH é também controlada por reflexos cardiovasculares que respondem a quedas na pressão sanguínea e/ou no volume sanguíneo, e incluem (1) os reflexos barorreceptores arteriaise (2) os reflexos cardio-pulmonares, ❖ Os estímulos aferentes são conduzidos pelos nervos vago e glossofaríngeo, fazendo sinapses nos núcleos do trato solitário. As projeções, a partir desses núcleos, retransmitem os sinais para os núcleos hipotalâmicos, que controlam a síntese e a secreção do ADH. ❖ Dessa forma, além da osmolaridade elevada, dois outros estímulos aumentam a secreção do ADH: (1) diminuição da pressão arterial e (2) redução do volume sanguíneo. ❖ A diminuição do volume sanguíneo efetivo ou aumento da osmolaridade do líquido extracelular estimulam a secreção de ADH. ❖ Náusea é estímulo potente para a liberação de ADH, que pode aumentar por até 100 vezes o normal após o vômito. ❖ Além disso, os fármacos como a nicotina e a morfina estimulam a liberação do ADH, enquanto outros fármacos, como o álcool, inibem sua liberação. A ocorrência de diurese acentuada, após a ingestão de álcool, se deve em parte à inibição da liberação de ADH. A Importância da Sede no Controle da Osmolaridade e da Concentração de Sódio do Líquido Extracelular ❖ Ao longo da parede anteroventral do terceiro ventrículo, que promove a liberação do ADH também estimula a sede. ❖ Situada antero lateralmente no núcleo pré-óptico, existe outra área diminuta que, quando estimulada eletricamente, provoca sede imediata que continua enquanto durar a estimulação. ❖ Todas essas áreas em conjunto recebem o nome de centro da sede. ❖ A osmolaridade elevada do líquido cefalorraquidiano, no terceiro ventrículo, apresenta basicamente o mesmo efeito de promover a sede. Estímulos para a Sede ❖ Osmolaridade elevada do líquido extracelular, que promove a desidratação intracelular nos centros da sede ❖ Baixa do volume do líquido extracelular e da pressão arterial também estimula a sede ❖ Angiotensina II atua sobre o órgão subfornical e sobre o órgão vasculoso da lâmina terminal. ❖ O ressecamento da boca e das mucosas do esôfago pode causar a sensação de sede. ❖ A capacidade dos animais e seres humanos de “medir” a ingestão de líquido é importante, já que isso evita a hiper-hidratação ❖ Sempre existe tendência para a desidratação, com aumento resultante da osmolaridade e da concentração de sódio do líquido extracelular. ❖ Quando a concentração de sódio aumenta por apenas cerca de 2 mEq/L acima do normal, o mecanismo da sede é ativado, causando o desejo de beber líquidos. A isso é dado o nome de limiar para a ingestão de água ❖ Aumento do consumo de sódio por até seis vezes o normal resulta em pequeno efeito sobre a concentração plasmática desse íon, desde que os mecanismos do ADH e da sede estejam funcionando normalmente. ❖ Quando um desses dois mecanismos falha, o outro restante, funcionando normalmente, ainda consegue controlar a osmolaridade do líquido extracelular ea concentração de sódio com eficácia razoável ❖ Esse controle a longo prazo da PA está relacionado à homeostasia do volume de líquido corporal, determinado pelo balanço entre a ingestão e a ↪ CONTROLE DA P.A PELOS RINS Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL eliminação de líquido ❖ O sistema rim-líquidos corporais para o controle da PA atua lenta mas poderosamente como se segue: se o volume sanguíneo aumenta e a capacitância vascular não é alterada, a PA se elevará também. Essa elevação faz com que os rins excretem o volume excessivo, normalizando assim a pressão. ❖ Pequena elevação da pode duplicar o débito renal de água (diurese de pressão), bem como duplicar a eliminação de sal (natriurese de pressão). Quantificação da Diurese de Pressão como Base para o Controle da Pressão Arterial ❖ Sob pressão arterial de 50mmHg, o débito urinário é praticamente nulo. Sob 100mmHg, seu valor é normal, e sob 200 mmHg é cerca de seis a oito vezes maior que o normal. ❖ Se a PA se eleve para 150mmHg, o débito renal de água e sal é cerca de três vezes maior que a ingestão. Portanto, o corpo perde líquido, e o volume sanguíneo e a PA diminuem. ❖ Se a PA cair abaixo do ponto de equilíbrio, a ingestão de água e de sal passa a ser maior que o débito. Portanto, o volume do líquido corporal aumenta junto com o volume sanguíneo, e a PA se eleva de novo até atingir precisamente o ponto de equilíbrio. ❖ Os efeitos potentes do aumento crônico da PA no débito urinário são porque a pressão aumentada tem efeitos, não apenas hemodinâmicos diretos na excreção renal como também efeitos indiretos, mediados por alterações nervosas e hormonais. Diminuindo a atividade do sistema nervoso simpático e de vários hormônios, tais como angiotensina II e aldosterona que tendem a reduzir a excreção renal de sal e de água. ❖ Indivíduos com danos renais ou com secreção excessiva de hormônios antinatriuréticos, tais como angiotensina II ou aldosterona, no entanto, podem ser sensíveis ao sal com curva de débito renal atenuada. Nesses casos, mesmo aumentos moderados na ingestão de sal podem causar aumentos significativos da pressão arterial. Incapacidade da Resistência Periférica Total Aumentada de Elevar a Pressão Arterial a Longo Prazo se a Ingestão de Líquido e a Função Renal não se Alterarem ❖ A PA é igual ao débito cardíaco multiplicado pela resistência periférica total ❖ O aumento da resistência nos vasos sanguíneos em qualquer parte do corpo exceto nos rins, não altera o ponto de equilíbrio do controle da pressão sanguínea que é ditado pelos rins. Ao contrário, os rins começam de imediato a responder à alta pressão arterial, provocando diurese e natriurese de pressão. ❖ Quando a resistência periférica total aumenta, ela também aumenta a resistência vascular intrarrenal ao mesmo tempo, o que altera a função dos rins, podendo causar hipertensão por deslocar a curva de função renal para nível mais alto de pressão, ❖ O aumento da resistência renal é o fator causai, e não a resistência periférica total elevada O Aumento do Volume de Líquido Pode Elevar a Pressão Arterial por Aumentar o Débito Cardíaco ou a Resistência Periférica Total ❖ O aumento no débito cardíaco pode elevar a PA. Um deles é o efeito direto do débito cardíaco sobre a pressão, e o outro é efeito indireto que eleva a resistência vascular periférica total, por meio da autorregulação do fluxo sanguíneo. ❖ Quando sangue em excesso flui pelo tecido, a vasculatura tecidual local se contrai, normalizando o fluxo sanguíneo, por meio da “autorregulação”, elevando a resistência periférica total. A Importância do Sal (NaCl) no Mecanismo Rim- Líquidos Corporais para o Controle da Pressão Arterial ❖ O aumento da ingestão de sal tem probabilidade muito maior de elevar a PA que o aumento da ingestão de água. ❖ Quando tem excesso de sal no LEC, a osmolalidade do líquido aumenta, o que estimula o centro da sede no encéfalo, fazendo com que a pessoa beba quantidade maior de água para normalizar a concentração extracelular de sal, aumentando o volume do LEC. ❖ O aumento da osmolalidade no LEC estimula o sistema hipotálamo-hipófise posterior, que passa a liberar maior quantidade de hormônio antidiurético, e ele faz com que os rins reabsorvam mais água pelos túbulos renais, reduzindo o volume excretado de urina e elevando o volume do LEC. Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL ❖ Pequenos aumentos do LEC e do sangue podem aumentar muito PA, se a capacidade vascular não aumentar ao mesmo tempo, o acúmulo extra de pequena quantidade de sal no corpo pode aumentar a PA. A Hipertensão Crônica (Pressão Sanguínea Alta) É Causada pelo Déficit de Excreção Renal de Líquido ❖ Os efeitos letais da hipertensão ocorrem por três modos principais: 1) O trabalho cardíaco excessivo leva à insuficiência cardíaca e à doença coronariana, causando a morte por ataque cardíaco. 2) Pode lesar vaso sanguíneo cerebral importante (AVC), e pode provocar paralisia, demência, cegueira ❖ Lesar os rins, produzindo áreas de destruição renal e por fim insuficiência renal, uremia e morte. Hipertensão Causada por Aldosteronismo Primário ❖ Pequeno tumor em uma das glândulas adrenais secreta muita aldosterona. ❖ A aldosterona aumenta a intensidade da reabsorção de sal e de água pelos túbulos renais, reduzindo sua eliminação na urina e aumentando o volume do sangue e do LEC. O Sistema Renina-Angiotensina: Seu Papel no Controle da Pressão Arterial ❖ A renina é enzima proteica liberada pelos rins quando a PA cai para níveis muito baixos. ❖ A renina é sintetizada e armazenada em forma inativa (pró-renina) nas células justaglomerulares, situadas nas paredes das arteríolas aferentes. ❖ Quando a PA cai, reações intrínsecas dos rins fazem com que muitas das moléculas de pró- renina nas células JG sejam clivadas, liberando renina. ❖ A maior parte da renina é liberada no sangue que perfunde os rins para circular pelo corpo inteiro. Entretanto, pequenas quantidades de renina permanecem nos líquidos locais dos rins onde exercem diversas funções intrarrenais. ❖ Age enzimaticamente sobre outra proteína plasmática, a globulina referida como substrato de renina (ou angiotensinogênio), liberando peptídeo com 10 aminoácidos, a angiotensina I. ❖ A angiotensina I tem ligeiras propriedades vasoconstritoras, mas não suficientes para causar alterações significativas na função circulatória. ❖ Após a formação de angiotensina I, dois aminoácidos adicionais são removidos da angiotensina I, formando o peptídeo de oito aminoácidos angiotensina II. ❖ Essa conversão ocorre em grande parte nos pulmões, enquanto o sangue flui por seus pequenos vasos catalisados pela enzima conversora de angiotensina presente no endotélio dos vasos pulmonares. Outros tecidos, tais como rins e vasos sanguíneos, também contêm enzimas conversoras e, portanto, formam localmente angiotensina II. ❖ A angiotensina II é vasoconstritor extremamente potente, afetando também a função circulatória por outros modos. Entretanto, ela persiste no sangue por apenas 1 ou 2 minutos por ser rapidamente inativada por múltiplas enzimas sanguíneas e teciduais, coletivamente chamadas de angiotensinases. ❖ A vasoconstrição em muitas áreas do corpo, ocorre com muita rapidez. A vasoconstrição ocorre de modo muito intenso nas arteríolas e com intensidade muito menor nas veias. A constrição das arteríolas aumenta a resistência periférica total, elevando dessa forma a pressão arterial, ❖ A leve constrição das veias promove o aumento do retorno venoso do sangue para o coração, contribuindo para o maior bombeamento cardíaco contra a pressão elevada. ❖ A diminuição da excreção de sal e de água pelos rins. Isso eleva lentamente o volume do líquido extracelular, o que aumenta a pressão arterial durante as horas e dias subsequentes ❖ O sistema renina-angiotensinaé suficientemente potente para elevar a pressão arterial, no mínimo, até a metade do normal alguns minutos após hemorragia intensa. Portanto, em alguns casos, esse pode ser mecanismo salvador da vida para o corpo, em especial no choque circulatório. ❖ O sistema vasoconstritor renina-angiotensina precisa de cerca de 20 minutos para ser ativado. Desse modo, seu controle da pressão arterial é mais lento que os reflexos nervosos e o sistema simpático norepinefrina-epinefrina. Mecanismos dos Efeitos Renais Diretos da Angiotensina II Causadores da Retenção Renal de Sal e de Água. ❖ A constrição das arteríolas renais, o que diminui o fluxo sanguíneo pelos rins. ❖ O lento fluxo sanguíneo reduz a pressão nos capilares peritubulares, provocando a rápida reabsorção de líquido pelos túbulos. ❖ A angiotensina II tem também importantes ações diretas sobre as próprias células tubulares para aumentar a reabsorção de sal e de água. ❖ O resultado total desses efeitos é significativo reduzindo às vezes o débito urinário para menos que um quinto do normal. Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL Estimulação da Secreção de Aldosterona pela Angiotensina II e o Efeito da Aldosterona no Aumento da Retenção de Sal e de Água pelos Rins ❖ A angiotensina II é também um dos mais potentes estimuladores da secreção de aldosterona pelas glândulas adrenais, ❖ Aldosterona causa aumento acentuado da reabsorção de sódio pelos túbulos renais, elevando sua concentração no líquido extracelular. ❖ Essa elevação então causa a retenção de água como explicado antes, aumentando o volume do líquido extracelular e provocando de forma secundária maior elevação da pressão arterial a longo prazo. O Papel do Sistema Renina-Angiotensina na Manutenção da Pressão Arterial Normal Apesar de Grandes Variações na Ingestão de Sal ❖ O aumento da ingestão de sal como sendo o de elevar o volume do líquido extracelular que por sua vez aumenta a PA. ❖ Então, a PA elevada aumenta o fluxo sanguíneo pelos rins, além de outros efeitos, reduz a secreção de renina para nível muito mais baixo, e provoca sequencialmente a redução da retenção renal de sal e água, a quase normalização do volume do líquido extracelular, e por fim a quase normalização da pressão arterial. ❖ Assim, o sistema renina-angiotensina é mecanismo de feedback automático que contribui para a manutenção da PA em níveis próximos aos normais, mesmo quando a ingestão de sal é aumentada. Ao contrário, quando a ingestão de sal diminui para abaixo da normal ocorrem efeitos opostos. Tipos de Hipertensão em que Ocorre Participação da Angiotensina: Hipertensão Causada por Tumor Secretor de Renina ou por Infusão de Angiotensina II ❖ Ocasionalmente, ocorre tumor das células justaglomerulares (células JG) secretoras de renina, secretando enorme quantidade dessa substância; consequentemente é formada quantidade igualmente grande de angiotensina II. Hipertensão de Goldblatt de “Rim Único". ❖ Causada pelo mecanismo vasoconstritor da renina-angiotensina, isto é, devido ao baixo fluxo sanguíneo pelo rim após a constrição aguda da artéria renal, grande quantidade de renina é secretada pelo rim, isto aumenta a angiotensina II e a aldosterona no sangue Hipertensão de Goldblatt de "Dois Rins". ❖ O rim oposto “normal” retém sal e água devido à renina produzida pelo rim isquêmico. Essa renina provoca a formação de angiotensina II e de aldosterona, que circulam para o rim oposto e provocam retenção de sal e água ❖ A contrapartida clínica da hipertensão de Goldblatt de “dois rins” ocorre quando existe estenose de uma só artéria renal, por exemplo causada por aterosclerose em pessoa que tem dois rins. Hipertensão Causada por Rins Doentes que Se-cretam Cronicamente Renina. ❖ Com frequência, áreas focais em um ou em ambos os rins ficam patologicamente isquêmicas devido a constrições vasculares locais, enquanto outras áreas dos rins estão normais. ❖ O tecido focal isquêmico secreta renina, que, por sua vez, agindo por meio da formação de angiotensina II, faz com que a massa renal remanescente retenha sal e água. "Hipertensão Primária (Essencial)" ❖ Na maioria dos pacientes, o excesso de pesoe a vida sedentáriaparecem desempenhar papel primordial como causas da hipertensão ❖ A atividade nervosa simpática, especialmente nos rins, está aumentada nos pacientes com sobrepeso Hormônios como a leptina, liberados pelas células adiposas, podem estimular de forma direta múltiplas regiões do hipotálamo, o que por sua vez tem influência excitatória sobre os centros vasomotores do bulbo. ❖ Os níveis de angiotensina II e de aldosterona estão elevados por duas a três vezes em muitos pacientes obesos. Isso em parte pode ser causado pelo aumento da estimulação nervosa simpática, que aumenta a liberação de renina pelos rins e assim a formação de angiotensina II, que por sua vez estimula as glândulas adrenais a secretarem aldosterona. Tratamento da Hipertensão Essencial ❖ Duas classes gerais de fármacos são usadas para tratar a hipertensão: (1) fármacos vasodilatadores,que aumentam o fluxo sanguíneo renal e (2) fármacos natriuréticos ou diuréticos,que reduzem a reabsorção tubular de sal e de água. ❖ Os diferentes fármacos agem de uma das seguintes maneiras: (1) pela inibição de sinais nervosos simpáticos para os rins ou pelo bloqueio da ação da substância transmissora simpática na vasculatura renal e túbulos renais, (2) por relaxar diretamente os músculos lisos da vasculatura renal ou (3) pelo bloqueio da ação do sistema renina-angiotensina na vasculatura ou nos túbulos renais.
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