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Setembro 2012 Análise de Carregamento Hidrodinâmico em Estruturas Flutuantes João Henrique VOLPINI Mattos Engenheiro Naval Regional Sales Manager - Maritime & Offshore Solutions (South America), DNV Software Baia da Guanabara – Abril 2010 Parte I – A Excitação Presenter Presentation Notes © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Hidrodinâmica Slide 2 Resistência ao avanço : Avalia a resistência contra o movimento causada primariamente pelo fluxo de água ao longo do casco. Propulsão : A força para mover o navio através da água é dado por propulsores de vários tipos, jatos de água, vela, etc. Sua iteração com o meio irá definir a eficiência propulsiva. Carregamento hidrodinâmico : Avalia as pressões, forças e momentos induzidos no casco pelas ondas, correnteza, etc. Movimento do navio : Avalia os movimentos (deslocamentos, velocidade e acelerações) da embarcação e sua resposta em ondas. Manobrabilidade : Avalia o controle e manutenção da posição e direção da embarcação. É uma especialidade da mecânica dos fluidos que trata da iteração entre corpos rígidos e fluidos (notadamente incompressíveis) através do estudo do escoamento ao longo do casco da unidade, bem como em outros corpos como pás do propulsor, leme, túnel do impelidor lateral, etc. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Características Importantes Algumas características do comportamento em ondas são importantes no projeto de uma unidade flutuante, sob o ponto de vista da segurança e conforto : - Movimentos e acelerações em diversos pontos do casco - Tensões ocorrentes em pontos do casco. - Ocorrência de batida de proa (slamming). - Incidência de água no convés (green sea). - Ocorrência de emersão do propulsor. - Perda de velocidade em ondas. Slide 3 Para calcular tudo isto, o primeiro passo é uma compreensão adequada das ondas : seu com- portamento real, seus modelos matemáticos, sua distribuição no tempo e no espaço, ... © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 4 Alguma Matemática (não tão) Básica © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Aí Vem Coisa .... Você que provavelmente tem um background em matemática, engenharia civil, mecânica dos fluidos ou física, certamente não tem medo de derivadas parciais ou funções de transferência quadráticas … Ou tem ? Na matemática aplicada à hidrodinâmica, temos que conhecer alguns conceitos; cálculo vetorial, equações diferenciais, operadores diferenciais, números complexos... Não que este conhecimento seja fundamental a compreensão deste texto, mas será se quiser ler posteriormente algum livro ou artigo sobre o assunto. Slide 5 Presenter Presentation Notes ... Um curso de engenharia eletrônica antes é interessante. Eles utilizam todos estes conceitos matemáticos no seu dia a dia. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Alfabeto Grego Slide 6 LETRA NOME UTILIZAÇÃO α Alpha β Beta Ângulo entre o aproamento e a direção da onda, parâmetro de escala de Weibull γ Gamma Fator de intensificação de pico, assimetria δ Delta Amplitude da onda ε Epsilon Largura de banda ζ Zeta Elevação da onda η Eta θ Teta Parâmetro de localização de Weibull, ângulo de arfagem ι Iota κ Kappa λ Lambda Comprimento da onda μ Mu Profundidade relativa, média estatística de valores LETRA NOME UTILIZAÇÃO ν Nu Coeficiente de viscosidade cinemática ξ Xi Fator de amortecimento ο Omicron π Pi 3.1415926535897932384626... ρ Rho Densidade σ Sigma Desvio padrão τ Tau Período de retorno υ Upsilon φ Phi Função de distribuição acumulada, ângulo de jogo, potencial de velocidades χ Chi ψ Psi Ângulo de guinada ω Omega Frequência angular Presenter Presentation Notes 1º passo – aprender grego arcaico ! © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Produto Escalar O produto escalar (ou produto interno) entre dois vetores A e B é um número real resultado do produto do comprimento de A pela projeção de B em A Em um sistemas de coordenadas ortonormal de n dimensões, onde então Slide 7 ( )θcos. BABA =• ( ) ( ) nn n i ii n n babababa bbb aaa +++==• = = ∑ − ... ,,..., ,,..., 2211 1 21 21 BA B A A B |B|cos(θ) Presenter Presentation Notes As principais propriedades do produto escalar são as seguintes: • comutativo: A·B = B·A • distributivo em relação à adição : A· (B + B) = A·B + A·C • λ ∈ R, (λ A) · B¯ = λ (A · B). • A · A = 0 se, e somente se, A = 0. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Produto Vetorial Slide 8 O produto vetorial (ou produto externo) entre dois vetores A e B no espaço tridimensional é um outro vetor perpendicular a ambos os vetores (ou normal ao plano formado por ambos) Em notação matricial, se então A A ₓ B B |A ₓ B| ( )nBABA ˆsin. θ =× n é o vetor unitário perpendicular tanto a A quanto a B [ ] [ ]321321321321 bbbbbbaaaaaia =++==++= kjiBkjiA e =−+−+−=× 321 321122131132332 det)()()( bbb aaababababababa kji kjiBA i, j, k são os vetores unitários nas direções x,y,z Presenter Presentation Notes Propriedades algébricas : O produto vetorial é anticomutativo, A × B = -B × A, Distributivo sobre a adição, A × (B + C) = A × B + A × C, É compatível com a multiplicação escalar, tal que (rA) × B = A × (rB) = r(A × B) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Funções Trigonométricas e Hiperbólicas Enquanto as funções trigonométricas geram círculos, as funções hiperbóli- cas vão gerar uma hipérbole. Slide 9 𝑥= cos𝛼 𝑦 = sin𝛼 𝑥= cosh𝛼 = 𝑒𝛼 + 𝑒−𝛼 2 𝑦 = sinh𝛼 = 𝑒𝛼 − 𝑒−𝛼 2 x2 + y2 = 1 sincos tan sinh cosh tanh Presenter Presentation Notes É importante conhecer a forma das funções para saber quando aproximá-las pelo ângulo e quando tendem a infinito. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 10 Em vários processos físicos existem grandezas que variam com a posição e o tempo e que podem ser representadas por uma função f(x,y,z,t) que é denominada campo. Um campo é estacionário quando independe do tempo f(x,y,z). Um campo é escalar quando a grandeza característica do campo é escalar. Exemplos : Campo • A distribuição de temperatura em uma sala. • A intensidade do som em um cinema. • O campo magnético terrestre. • A velocidade da água em uma pia aberta. Campo escalar Campo vetorial zyxzyxf sin53),,( 2 −+= )3,5,53(),,( xyxzyzxzyxF += © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Foi introduzido pelo matemático irlandês William Rowan Hamilton, sendo usado no cálculo vetorial para denominar o operador diferencial. Em coordenadas cartesianas ou ou Em coordenadas cilíndricas Em coordenadas esféricas Slide 11 O Operador Nabla zyx ˆˆˆ zyx ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ zρ ˆˆ1ˆ z∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ ϕ ϕρρ kji zyx ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ ϕ ϕθθ ˆ sin 1ˆ1ˆ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ rrr θr i, j, k são os vetores unitários nas direções x,y,z ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ zyx ,, ρ William Rowan Hamilton Matemático irlandês 1806-1865 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 12 Gradiente É uma função vetorial que indica o sentido e direção da maior alteração do valor uma função escalar por unidade de espaço. Suponha um campo escalar f(x,y,z), então Exemplo : kji z f y f x ff ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ kji zyf zyxzyxf cos103 então sin53),,(se 2 −+=∇ −+= O gradiente de f(x,y) em (x,y) é normal à “curva de nível” no ponto (x,y), apontando para a direção de crescimento máximo de f(x,y). Em suma, o gradiente de uma função escalar é um vetor com módulo, direção e sentido que representa a taxa máxima de crescimento desta função escalar. Presenter Presentation Notes Gradientessó podem ser aplicados sobre funções escalares. No gradiente derivamos a função em relação a cada um dos eixos. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 13 Divergente Divergente de um campo vetorial F é um escalar que representa o fluxo do vetor por unidade de volume Ele é calculado como o produto escalar entre o operador e um campo vetorial. Suponha um campo vetorial , então Ou seja, divergente é um operador que mede a magnitude da “fonte” ou “sumidouro” de um campo vetorial em um dado ponto, isto é, pode ser entendido como um escalar que mede a dispersão dos vetores do campo em um determinado ponto. z F y F x F zyx ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =•∇ F dS VVSV ∫∫→=•∇ )(0 .lim nFF kjiF zyx FFF ++= V é o volume em uma região arbitrária S(V) é a superfície deste volume n é o vetor normal à área Exemplo : Se o ar é aquecido em uma sala, ele irá se expandir em todas as direções. O divergente será positivo pois se obser- varmos um pequeno volume desta região teremos mais ar saindo do que entrando neste volume : uma fonte. yyzyxyzyx sin21sin3)55()cos10()23( +=−+=•∇−++−++−= VkjiV ∇ Presenter Presentation Notes Divergente só pode ser aplicado sobre funções vetoriais. No divergente derivamos os componentes da função em cada eixo em relação a este eixo, somando aritméticamente seus valores © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 14 Rotacional Suponha um campo vetorial , então Ou em termos matriciais kjiF ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ =×∇ y F x F x F z F z F y F xyzxyz kjiF zyx FFF ++= zyx FFF zyx ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =×∇ kji F A Fds c A ∫ → =•×∇ 0 limˆ)( nF A direção do rotacional aponta para o eixo de rotação e sua magnitude é dada pelo módulo do rotacional. O rotacional de um campo vetorial pode ser entendido físicamente como uma medida de sua circulação por unidade de área (vorticidade). kjiVkjiV 265 )55()cos10()23( −+=×∇−++−++−= zyxyzyx Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholçtz Médico e físico alemão 1821-1894 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 15 Laplaciano O operador Laplaciano é um escalar definido como o divergente de um gradiente. Na verdade, isto é uma simplificação, pois ele também pode ser aplicado a campos vetoriais. 2 2 2 2 2 2 2 z f y f x ffff ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∆=∇=∇•∇ Exemplo : Fisicamente o Laplaciano pode ser visualizado como uma medida da “concavidade” ou mudança de direção de uma função - uma rampa linear teria Laplaciano nulo. kjiFF zyx FFF 2222 ∇+∇+∇=∇=∇×∇ Laplaciano escalar aplicado a um campo escalar. Laplaciano vetorial aplicado a um campo vetorial. Pode ser encarado como a soma dos laplacianos dos componentes ortogonais. Equação de Laplace 02 =∇ f Pierre Simon Laplace Matemático francês 1749-1827 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 16 Escoamento Potencial Em fluidodinâmica, um escoamento potencial é aquele que pode descrever o campo de velocidades como o gradiente de uma função escalar : o potencial de velocidades. Exemplo matemático Se o escoamento é potencial, então Se o fluido é incompressível, então O escoamento potencial não apresenta turbulência nem camada limite. ϕ∇=v 0=×∇ v 02 =∇ ϕ )2,3(),( 23),( = += yx yxyx v ϕ O rotacional é nulo O Laplacianol é nulo © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 17 Teorema de Green Matematicamente, o Teorema de Green relaciona a integral de linha ao longo de uma curva fechada no plano com a integral dupla sobre a região limitada por esta curva. Seja C uma curva simples fechada derivável e D a região do plano delimitada por C. Sejam P e Q duas funções reais de variável real com derivadas parciais contínuas na região contendo D, então : ∫ ∫∫ ∂ − ∂ ∂ =+ C D dA dy P x QQdyPdx Na fluidodinâmica este teorema é utilizado para descrever o relacionamento pelo qual um fluido incompressível se move ao longo ou através de uma fronteira em um plano e o modo pelo qual ele se move dentro desta região. George Green Matemático inglês 1793-1841 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 18 Física (meio) Básica © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Milha Náutica : A definição atual da milha náutica (ou milha marítima) foi adotada em 1929 pela First International Extraordinary Hydrographic Conference, realizada em Mônaco. 1 mn = 1852 m Milha NáuticaNáutica Milha Slide 19 Historicamente a milha náutica foi definida como sendo o comprimento de 1 minuto de arco ao nível do mar, medida ao longo dos meridianos ou do equador. A milha terrestre é definida como 5280 pés (1609.344 m), e historicamente foi definida na Roma antiga como a distância percorrida em 1000 passos por uma coluna de soldados. Presenter Presentation Notes A milha náutica também é utilizada nos meios aeronáuticos. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Nó O nó (knot) é a unidade de velocidade normalmente utilizada nos meios marítimos. 1 nó = 1 mn/h = 1852 m/h = 0.5144 m/s = 1,852 km/h Slide 20 O nome veio historicamente do processo utilizado para medir velocidades, onde uma corda com nós espaçados de 50 pés, amarrada a uma tábua de madeira triangular com pesos (para se manter afundada) era jogada pela popa. Uma ampulheta de 30 segundos era utilizada, contando-se quantos nós passavam pela amurada neste intervalo. 50 ft x 0.3048 m = 0.51 m/s 30 s 1 ft Demonstração © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Leis de Newton 1ª Lei (Lei da Inércia) 2ª Lei (Princípio Fundamental da Dinâmica) 3ª Lei (Princípio da Ação e Reação) Slide 21 Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta a menos que seja obrigado a mudar por forças impressas a ele. A mudança do movimento é proporcional à força motriz impressa e se faz segundo a linha reta pela qual se imprime esta força. A uma ação sempre se opõe uma reação igual em sentido contrário. Isaac Newton Físico inglês 1642-1727 00 =⇒=∑ dt dvF avvpF m dt dm dt md dt d ==== )( ∑∑ −= abba ,, FF Não é preguiça, é inércia ! Presenter Presentation Notes Lembra do 2º grau ? © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Equação de Bernoulli Para um fluxo permanente sem viscosidade e incompressível, um aumento na velocidade do fluido ocorre simultaneamente com uma diminuição na pressão ou na energia potencial do fluido. Slide 22 constante 2 2 =++ ρ pghv O princípio de Bernoulli pode ser utilizado para justificar a força de sustentação de um aerofólio. Se o ar na parte superior do mesmo se move mais rapidamente do que na parte inferior, haverá uma diferença de pressão para cima. Daniel Bernoulli Matemático holandês 1700-1782 Presenter Presentation Notes Este princípio não diz porque o ar na parte superior se move mais rapidamente. Não é por causa do caminho mais longo, senão uma placa plana inclinada não sofreria lift. Isto é explicado pela circulação, condição de Kutta. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Equação de Navier-Stokes São equações diferenciais que descrevem o escoamento de fluidos Newtonianos. Elas são equações a derivadas parciais que permitem determinar os campos de velocidade e de pressão num escoamento. Estas equações estabelecem que mudanças no momento e aceleração de uma partícula fluída são simplesmente o resultado das mudanças na pressão e forças viscosas dissipativas (similar a fricção) atuando dentro do fluido. Em notação vetorial, assumem a seguinte forma Para escoamentos invíscitos (μ=0) chega-se à equação de Euler Slide 23 Claude Louis Marie Henri Navier Engenheiro e matemático francês 1785-1832 George GabrielStokes Matemático e físoco irlandês 1819-1903 Vpg Dt VD 2∇+∇−= µρρ Massa por unidade de volume vezes aceleração Força gravitacional por unidade de volume Força de pressão por unidade de volume Força viscosa por unidade de volume pg Dt VD ∇−= ρρ Presenter Presentation Notes Um fluido newtoniano é um fluido em que cada componente da tensão cisalhante é proporcional ao gradiente de velocidade na direção normal a essa componente. A constante de proporcionalidade é a viscosidade dinâmica. Estas são equações diferenciais que descrevem o movimento do fluido, e que diferentemente das equações algébricas, não procuram estabelecer uma relação entre as variáveis de interesse (por exemplo. velocidade e pressão). Em vez disto, elas estabelecem relações entre as taxas de variação ou fluxos destas quantidades. Em termos matemáticos, estas razões correspondem a suas derivadas. As equações de Navier-Stokes para o caso mais simples de um fluido ideal com viscosidade zero, estabelecem que a aceleração (a razão de variação da velocidade) é proporcional a derivada da pressão interna © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 24 Ondas de Gravidade Presenter Presentation Notes Não há ondas apenas na superfície do mar. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Ondas de Gravidade Ondas geradas no meio fluido ou na interface entre a água e o ar, tendo como força de restauração principal a gravidade. Mesmo não transportando massa (ao menos na teoria linear), transportam energia (quem viaja é a forma da onda, não a matéria). Slide 25 A medida em que a profundidade aumenta, o movimento das partículas diminue. A uma profundidade igual a metade do comprimento da onda o movimento orbital das particulas é menos que 5% o da superfície. Presenter Presentation Notes A tensão superficial é insignificante. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Origem das Ondas de Gravidade Correntes de ar : Resultante da ação do vento soprando em uma extensão suficiente da superfície do oceano (pista). Correntes marítimas : Devido ao efeito dos campos de pressão atmosférica que geram os ventos e as correntes marítimas. Marés : Associada a variação do nível médio da superfície livre da água, causada pela interferência da Lua e do Sol sobre o campo gravitacional da Terra. Deslocamentos de terra ou gelo. Slide 26 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Características Gerais das Ondas Oceânicas Irregulares e randômicas em formato, altura, comprimento e velocidade de propagação. Slide 27 Classificação : • Wind seas (vagas) : Geradas pelo vento no local, em geral não possuem uma direção coerente nem formato definido. • Swell (marulho ou ondulação) : As mais comuns. se propagam por milhares de quilometros, tendendo a se alinhar e agrupar em séries. Em um determinado local pode existir swell vindo de vários outros locais. • Tsunami : Gerada por perturbações sísmicas (terremotos, erupções vulcânicas, etc.). Não oferecem perigo em alto mar. • De capilaridade : Formadas no início das correntes de vento, morrem quando o vento termina, sendo amortecidas pela tensão superficial da água. Presenter Presentation Notes Um modelo randômico pode ser criado pela soma de vários componentes de onda regulares com diferentes amplitudes, frequências e direções. Tsunamis tem comprimento de onda de 130 a 160 km,´podendo atingir 1000 km, períodos de 15 min a 2 h e velocidades maiores que 360 nós (650 km/h). Sua altura em grandes profundidades é de menos de 1 m, mas em águas rasas a velocidade e comprimento diminuem e sua altura pode alcanças 30 m. Meteoro K-T. 65 milhões de anos. 5-10 km, 72.000 km/h, onda de 900 m. Capilares tem comprimento de onda muito pequeno (até 1.7 cm) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Como as Ondas Nascem Em geral resultam do vento soprando sobre uma grande área do oceano (pista - fetch) durante um bom tempo. Slide 28 - Inicialmente o movimento turbulento do ar começa a perturbar o equilíbrio da água pela ação de pulsos de pressão sobre a superfície, surgindo as ondas de capilaridade (ripples). - Se o vento aumentar, as ondas começam a se formar e a interferir na passagem do vento. Ele encontra maior resistência para vencer as cristas e cavados e tem início a transferência de energia para a superfície da água. - Se o vento continua por mais tempo e distância, a velocidade das ondas pode se igualar a sua velocidade (ou mesmo ultrapassá-la), formando o que é chamado de “mar totalmente desenvolvido” (a energia ganha do vento é igual à perdida para a gravidade). © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Influência da Pista e Velocidade do Vento Na figura podemos estimar a altura significativa das ondas, partindo dos valores de velocidade do vento (eixo vertical) e comprimento da pista (eixo horizontal), ou velocidade do vento e sua duração (linhas tracejadas), determinando a altura das ondas (linhas cheias). Slide 29 Ve lo cid ad e d o v en to (m /s) Duração (h) Comprimento da pista (km) Al tu ra (m ) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Como as Ondas Morrem Perdem energia devido ao espalhamento. Empinamento (shoaling). É o processo no qual a altura da onda aumenta a medida em que a profundidade diminue (a profundidade é considerada rasa quando d <= λ/20). Seu período é mantido, mas o comprimento e velocidades também diminuem. A onda quebra quando sua altura é maior que 78% da profundidade ou menor que 1/7 do seu comprimento. Dependendo da inclinação do fundo, da altura e do comprimento da onda (em águas profundas), a forma da arrebentação pode variar Slide 30 - Deslizantes : inclinação suave - Tubulares : Inclinação intermediária - Ascendentes : Inclinação acentuada. Na verdade as ondas nunca quebram. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Altura Máxima das Ondas A altura da onda é limitada pela sua quebra. A altura máxima por quebra é dada por A altura máxima por quebra também pode ser mostrada como uma função do período da onda para diferentes profundidades, como no gráfico Slide 31 = λ πλ dHb 2tanh142.0 7 λ =bH Em águas profundas Em águas rasas a altura de quebra pode ser tão baixa como 78% da profundidade local, mas em regiões extensas e muito planas pode diminuir a 55% da profundidade local. Presenter Presentation Notes A tangente hiperbólica de um grande número tende a 1. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Ondas Internas Propagam-se na interface de separação entre massas de água com densidades diferentes. Qualquer perturbação é suficiente para provocar estas ondas. Slide 32 Com frequência bem mais baixa do que as ondas de superfície (períodos entre 10 e 20 min), mas com amplitude significativamente maior (dezenas de metros), as ondas internas fazem com que as partículas que estão na superfície (como detritos, derramamento de petróleo, etc.) convirjam e se acumulem sobre os seus cavados. Presenter Presentation Notes Períodos de 10 a 20 min. Amplitude até 150m. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 33 Medindo as Ondas © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 34 Teoria das Ondas Na análise de estruturas submetidas a carregamento de ondas, elas podem ser modeladas por métodos determinísticos ou estocásticos. Quanto à Regularidade Quanto à Linearidade Ondas Regulares : São periódicas e uniformes, possuindo um comprimento λ, período T e uma altura H bem definidos. Ondas Irregulares : pode ser representado pela superposição linear de ondas regulares com diferentes amplitudes, frequências e fases. Ondas Lineares : Satisfazem as condições do movimento ser irrotacional e o fluido incompressível (a matéria não se desloca). Ondas Não-Lineares : As partes “altas” da onda se movem mais rápido que as “baixas”. Presenter Presentation NotesO comportamento determinístico é governado por leis exatas; o comportamento estocástico é governado pelo acaso. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. λ AC AT Hx z Características Físicas das Ondas 1 Comprimento da onda λ [m] é a distância entre duas cristas sucessivas. Período da onda T [s] é o intervalo de tempo para a onda percorrer um ciclo completo. Velocidade de fase é a velocidade de propagação da forma da onda [m/s]. Frequência da onda [Hz] é número de ciclos que a onda realiza por unidade de tempo. Frequência angular da onda [rad/s]. Número de onda [rad/m] é o número de ciclos da onda por unidade de com- primento. Slide 35 T c λ= T f 1= f T ππω 2= 2 = T, f e ω estão interligados λ π2 = k © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Características Físicas das Ondas 2 Altura ou amplitude da crista AC é a distância do nível de águas paradas até a crista. Profundidade ou amplitude do cavado AT é a distância do nível de águas paradas até o cavado. Altura da onda H é a distância vertical do cavado até a crista H = AC + AT Ondas lineares são simétricas em relação ao nível médio da água. Ondas regulares não lineares são assimétricas, (AC > AT), e a velocidade de fase c depende da altura da onda H. Slide 36 λ AC AT Hx z Presenter Presentation Notes Se a esbeltez for grande (> 1/7) a onda tende a quebrar © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Características Físicas das Ondas 3 Esbeltez é a proporção entre a altura da onda e seu comprimento Altura relativa é a proporção entre a altura da onda e a profundidade Profundidade relativa é a proporção entre a profundidade e o comprimento da onda Slide 37 λ AC AT Hx z Leito marinho d d H λ µ d= Horace Lamb Matemático inglês 1849-1934 λ HS = © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Grupos de Ondas Slide 38 )tanh( )2sinh( 21 2 1 kd k g kd kdcg += == λ π λ πω dgkdgk 2tanh2)tanh( Na teoria linear de ondas pode ser demonstrado que a velocidade de fase depende do comprimento da onda e profundidade local Em um local do oceano são gerados trens de ondas com vários comprimentos de onda e períodos ligeiramente diferentes. Estas ondas vão interferir formando um único grupo de ondas resultantes. Velocidade de grupo cg é a velocidade pela qual a modulação das amplitudes da onda (a energia) se propaga. Relação de dispersão para ondas lineares [rad/s] 2 = λ π π λ dgc 2tanh Presenter Presentation Notes A relação de dispersão para ondas lineares estabelece que existe apenas uma única relação entre w, k e d (ou T, L e d). Logo, se duas quantidades são conhecidas, a terceira é encontrada. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Escala de Estado de Mar WMO O conceito de estado de mar (sea state) é vago, pois não indica o período das ondas. Entretanto, é largamente utilizado. Definido pela World Meteorological Organization, é baseado na Escala de Douglas para “wind seas”. Slide 39 CÓDIGO WMO DESIGNAÇÃO ALTURA DAS ONDAS (m) 0 Espelhado 0 1 Chão 0-0.1 2 Encrespado 0.1-0.5 3 Pequena vaga 0.5-1.25 4 Cavado 1.25-2.5 5 Grosso 2.5-4 6 Alteroso 4-6 7 Tempestuoso 6-9 8 Encapelado 9-14 9 Excepcional 14+ WMO 4 WMO 9WMO 7 WMO 6 Henry Percy Dougllas Hidrógrafo inglês 1879-1939 Presenter Presentation Notes Não confundir com Escala Beaufort para ventos, embora haja uma certa correlação. Na escala Beaufort U (nós) = 1.87 x B ^ 1.5 (B = fator Beaulfort) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Caracterização do Estado de Mar Slide 40 O estado de mar é melhor caracterizado por várias estatísticas, sendo as principais : - Altura significativa Hs. - Período médio entre cruzamentos zero Tz ou período de pico Tp - Direção da propagação das ondas Alguns destes parâmetros são historicamente obtidos por estimativas visuais feitas por um observador treinado. Outros podem ser obtidos a partir de análises estatísticas a partir de uma tabulação dos dados coletados H1/3, Hrms). Finalmente, através de análises estatísticas mais complexas a partir do espectro de distribuição de energia, parâmetros mais confiáveis podem ser obtidos (Hs, Tp, σ, etc.) (s)83.2 (m)68.1 44.0 75.0 Vp Vs TT HH = = Presenter Presentation Notes Hs é a média de alturas do terço mais alto das ondas. Tz tembém é conhecido como período espectral médio. Tp é o periodo da onda com máxima energia, determinado pelo seu espectro. A comparação entre Hv e Hs foi feita pela comparação de mais de 2 milhões de observações com os valores medidos por bóias. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Obtenção dos Dados por Ondógrafo Em geral é utilizado um ondógrafo para registrar ao longo do tempo as elevações ocorridas. Com o uso de acelerômetros é possível também coletar informações relacionadas às direções de incidência das ondas. Vários parâmetros podem ser obtidos da série temporal. Slide 41 Após a retirada do ruído da série temporal é aplicada a FFT, convertendo os sinais de elevação em função do tempo para uma modalidade de energia associada à frequência (δ2/ω x ω). O ajuste do espectro é feito por expres- sões matemáticas que o definem em função de alguns parâmetros como forma, altura significativa de onda e período de pico. Presenter Presentation Notes Frequência típica de coleta : 1 a 2 Hz Duração da coleta 30 min Com FFT o número de operações para o cálculo vai de N**2 para Nlog(N). Ex, se N = 3600 vai de 12.960.000 para 12.800 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Análise da Série Temporal 1 Slide 42 sinal envelope Tempo (s) El ev aç ão (m ) Série Temporal Tabulação dos Dados Probabilidade Relativa H (m) Probabilidade Acumulada H (m) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Análise da Série Temporal 2 A partir da análise de um registro das alturas de onda, vários parâmetros podem ser estabelecidos. Slide 43 PARÂMETRO VALOR Amplitude média Ā 0.04 m Desvio padrão σ 2.40 m Amplitude média quadrática Arms 2.40 m Amplitude máxima Amax 9.97 m Amplitude mínima Amin -8.18 m Cruzamentos 0 ↑ 1112 Nº Máximos 1289 Nº Mínimos 1282 Altura Pico-Pico ↑ 17.64 m Altura Pico-Pico ↓ 17.07 m Período médio de cruzamento zero Tz 9.71 s Período médio entre cristas Tc 8.38 s H1/3 9.25 m H1/10 11.78 m © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Obtenção dos Dados por Satélite Satélites de observação com vários tipos de sensores, radares e câmeras são utilizados atualmente. Slide 44 Da imagem complexa pode-se gerar a imagem amplitude, que é o módulo da imagem complexa. Para a medição de altura de ondas (e de terreno) é utilizado o radar SAR (Synthetic Aperture Radar). O radar gera um pulso que é refletido, contendo duas informações importantes : a amplitude do sinal de retorno e a diferença de fase em relação ao sinal irradiado, que juntos são tratados como uma imagem complexa bruta. Satélite ERS-2 (1995) Funcionamento do SAR Imagem amplitude (cores claras são ondas maiores) Presenter Presentation Notes Os satélites de observação são classificados em duas grandes categorias. �Satélites geoestacionários, como os satélites Meteosat, que está posicionado em órbita geoestacionária a 36 000 km de altitude. �Estes satélites perspectiva suficiente para olhar a cada instante o quinto da superfície da Terra, os contras de sua resolução espacial é limitada uma vez que é da ordem de km. Sua aparente imobilidade pode transmitir imagens do lugar de observação, a cada 15 minutos para o Meteosat 8. �Os satélites de órbita polar, como SPOT, ENVISAT, Jason, ou NOAA evoluir em órbitas chamado "baixo", cerca de 800 km. Devido à baixa altitude, estes satélites diferem sobre os detalhes da superfície. ERS = European Remote-Sensing SatelliteERS-2, foi lançado em 21 de abril de 1995, em um foguete Ariane 4, do Centro Espacial da Guiana, perto de Kourou, Guiana francesa. ERS-2 funcionou sem giroscópios desde fevereiro de 2001, resultando em alguma degradação dos dados fornecidos pelos instrumentos. A unidade de fita a bordo falhou em 22 de junho de 2003, deixando os instrumentos que operam apenas dentro de visibilidade de uma estação terrena. Desde a falha de unidade de fita, estações terrestres adicionais foram adicionadas para aumentar a funcionalidade do satélite na coleta de dados. Apesar do lançamento do Envsat em 2002, sua vida útil foi aumentada até 2011. Ao longo de uma série de queimas em julho, agosto e setembro para levá-lo a uma órbita mais baixa, o ERS-2 finalmente foi esvaziado de todos os combustíveis em 5 de setembro de 2011. Às 13:16:38 as baterias foram desligadas, deixando a nave espacial em uma órbita onde irá reentrar na atmosfera da terra e desintegrar-se com segurança no prazo de 15 anos. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 45 Ondas Regulares © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Teorias de Ondas Airy : A elevação da onda é aproximada por uma senóide. Stokes : A altura da crista é maior que a altura do cavado. Cristas mais agudas do que o cavado. Cnoidal : Cristas muito mais agudas do que o cavado. Solitária : A altura da crista é praticamente igual a altura da onda (não há cavados). Slide 46 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. O Problema a Ser Resolvido Conservação da massa Conservação do momento Condições de contorno Equações : Slide 47 Determinar o potencial do campo de velocidades das ondas de superfície φ. Hipóteses básicas : 1. Fluido incompressível (densidade constante) 2. Fluido invíscido (não tem viscosidade) : escoamento irrotacional 3. Movimento coplanar (despreze espalhamento - eixo y) λ H d x z ζ(x,t) Leito marinho z = -d Nível da água z = 0 Presenter Presentation Notes Invíscido = sem viscosidade © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Equações de Conservação da Massa e Momento Equação geral de Navier-Stokes : 01 =•∇+ v Dt D ρ ρ Hipótese 1: Fluido incompressível 0 0 =•∇ = v Dt D ρ Hipótese 2 : Movimento irrotacional ϕ∇= =×∇ v v 0 Hipótese 3 : Nada se move em y A densidade é constante. O divergente de velocidades é nulo. (água que entra = água que sai) O rotacional de velocidades é nulo. A velocidade pode ser expressa como o gradiente de uma função potencial. Não há escoamento transversal então então A variação da massa em um volume infinitesimal é igual à massa que nele entra menos a massa que sai. Slide 48 0= ∂ ∂ y ϕ Equação de Bernoulli não estacionária: 0=++ ∂ ∂ − gzp t ρ φ Presenter Presentation Notes Dro/Dt = derivada total. Ro é função de várias variáveis (x,y,z,t) que por sua vez são funções de uma única variável t (ao seguirmos uma linha de fluxo) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Condições de Contorno No leito do oceano (em z = -d) : 0= ∂ ∂ z ϕ Slide 49 Na superfície livre (z = ζ) : – Condição de contorno cinemática : uma partícula do fluido que está na superfície livre lá permanece (sua velocidade vertical é igual a velocidade vertical da superfície do fluido). – Condição de contorno dinâmica : A pressão atmosférica é considerada nula pois uma pressão constante não exerce força resultante sobre o corpo. A velocidade do fluido normal ao fundo é nula. ζζϕζϕ = ∂ ∂ ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∂ ∂ − z xxtz em 0. =+ ∂ ∂ − ζϕ g t Bernoulli aplicado a z = ζ onde p = 0 Considerando que a altura da onda seja pequena quando comparada ao seu comprimento, o termo de inclinação δζ/δx=0. tz ∂ ∂ = ∂ ∂ − ζϕ © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. O Resultado Linear Considerando uma onda senoidal onde são conhecidas a amplitude H, o comprimento λ e seu período T, a elevação de sua superfície pode ser expressa por Através da separação de variáveis chegamos à solução Aplicando esta solução a Bernoulli em z=0, chegamos à relação de dispersão 50 ( ) ( ) λ ππωωζ 22sin 2 , ==− = k T tkxHtx e onde ( ) ( )[ ]( ) ( )tkxkd zdkgHtzx ω ω φ −+ = cos cosh cosh 2 ,, == λ π λ πω dgkdgk 2tanh2)tanh(2 Presenter Presentation Notes Como c = w/k, observa-se que ondas com comprimentos de onda mais longos se propagam mais rapidamente do que ondas mais curtas, havendo, portanto, dispersão. O caráter dispersivo em águas profundas faz com que ondas com diferentes características se propaguem independentemente. Em profundidades pequenas, C = SQRT(gd), significando que todas as ondas se propagam com a mesma velocidade a qual é função apenas da profundidade. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Influência da Profundidade nas Ondas A teoria linear de ondas é uma solução da equação de Laplace, o que leva a seguinte formulação para a velocidade de fase A partir daí podemos verificar porque a profundidade da água pode ser classificada em 3 categorias : - Águas profundas Para profundidades maiores que 50% do comprimento da onda, a velocidade de fase não é influenciada pela profundidade. Este é o caso da maior parte das ondas na superfície do oceano. - Águas rasas Quando a profundidade é menor que 5% do comprimento da onda, a velocidade de fase é dependente somente da profundidade, não sendo mais uma função do seu comprimento. - Águas intermediárias Para todos os outros casos, ambos a profundidade e o comprimento tem uma influência significativa na velocidade de fase. Slide 51 π λ λ π λ 2 0.12tanh5.0 gcdd =⇒≈ ⇒> gdcdπdd =⇒≈ ⇒< λ π λλ 22tanh05.0 2 = λ π π λ dgc 2tanh λλ 5.005.0 << d Presenter Presentation Notes Tanh(PI)=0.99627 e Tanh(0.1PI)=0.30422 enquanto 0.01PI=0.31416 : erros na faixa e abaixo de 3% © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Teoria de Onda de Airy (Onda Senoidal) Slide 52 A altura da onda é pequena em comparação com seu comprimento ou profundidade da água. Condições de contorno na superfície livre são satisfeitas no nível médio de águas tranquilas e não no nível real de elevação das ondas. Parâmetros que definem uma onda linear : H (ou ζa), d, T, ʎ λ ζa x z crista cavado George Biddell Airy Astrônomo inglês 1801-1892 Presenter Presentation Notes Desenvolvida por George Biddel Airy (matemático e astrônomo britânico) no século 19 (Tides and Waves – 1841). As condições de contorno são linearizadas, desprezando-se os termos de seunga ordem e superiores, obtendo-se apenas a solução de primeira ordem. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Relação de dispersão [m/s] Comprimento da onda [m] Velocidade de fase [m/s] Velocidade de grupo [m/s] Elevação da superfície ζ = ζa sin(kx - ωt) [m] Pressão subsuperficial p = ρ g exp(kz) ζa sin(kx - ωt) [Pa] onde g = aceleração da gravidade (9.81 m/s2) ρ = densidade da água (1025 kg/m3) Observe que z se torna mais negativo a medida em que vamos para o fundo. Ondas Senoidais em Águas Profundas Slide 53 π λ πω 2.2 g k ggTgc ==== Para águas profundas (d > 0.5 λ) π λ 2 2gT = λ πggk 2==Ω 2422 1 cgTg k gcg ==== πω Presenter Presentation Notes Formulação para velocidades, acelerações e deslocamentos podem ser encontradas em RP-C205. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Ondas Senoidais em Águas Intermediárias Slide 54 Para águas intermediárias (0.5 λ < d < 0.05 λ) A formulação envolve funções hiperbólicas, fazendo com que vários parâmetros tenham que ser calculados por métodos numéricos ou aproximações. Relação de dispersão Comprimento da onda λ é a solução de Velocidade de fase Velocidade de grupo Pressão subsuperfícial = λ π λ ππ dg T 2tanh22 2 ( )dk k gc .tanh= [ ] ).sin(. ).cosh( ).(cosh.. xkt hk zhkgp −.+= ωρ ==Ω λ π λ π dgkdgk 2tanh2)tanh( )tanh( )2sinh( 21 2 1 kd k g kd kdcg += Presenter Presentation Notes O gráfico foi calculado em função de fórmulação polinomial de 4ª ordem apredentada no DNV-RP-C205. Formulação para velocidades, acelerações e deslocamentos podem ser encontradas em RP-C205. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Ondas Senoidais em Águas Rasas Slide 55 Para águas rasas (d < 0.05 λ) Relação de dispersão Comprimento da onda Velocidade de fase Velocidade de grupo Pressão subsuperficial (aproximadamente a hidrostática) p = ρg(ζ + z) gdT=λ gdc = gdgdk λ π2 ==Ω cgdcg == © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Teoria de Onda de Stokes A medida em que a altura da onda aumenta com relação ao comprimento, (esbeltez S aumenta) ela vai se afastando da onda linear. Slide 56 Cavado mais achatado (e longo) do que a cris- ta. Amplitude até a crista é maior que amplitude até o cavado. O movimento das partículas não é fechado, havendo um pequeno deslocamento na dire- ção da propagação (Stokes drift). Por isto as ondas conseguem transportar sedi- mentos, derrames de petróleo, etc. O equacionamento da onda é feito através de expansão em série de Taylor. O último termo da série define a ordem da onda de Stokes. George Gabriel Stokes Matemático irlândes 1819-1903 Presenter Presentation Notes Desenvolvida por George Gabriel Stokes, matemático e físico irlândes (On the Theory of Oscillatory Waves, 1847) Se pararmos no primeiro elemento da série iremos recair na onda de Airy. sen(x)=x-x^3/6+x^5/120-x^7/5040... © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Parâmetros da Onda de Stokes de 2ª Ordem Velocidade de fase Elevação da superfície Pressão subsuperficial Stokes drift Slide 57 ( )kd k gc tanh= [ ] )](2cos[)2cosh(2 )(sinh )cosh( 3 2 tkxkd kd kdH ω λ πζ −+ 8 = { }1)](2cosh[ 2sinh4 )](2cos[ 3 1 )(sinh )](2cosh[ 2sinh4 3 2 2 2 −+−− − + = dzk kd)( gHtkx kd dzk kd)( gHp λ ρπω λ ρπ cHU kd dzkcHU 2 2 2 . )(sinh )](2cosh[. = + = λ π λ π Aproximação para águas profundas Qualquer profundidade Presenter Presentation Notes Formulação para velocidades, acelerações e deslocamentos podem ser encontradas em RP-C205. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Teoria de Onda Cnoidal É uma solução periódica não-linear e exata da equação não linear diferen- cial parcial proposta por Korteweg e de Vries (equação KdV). É utilizada para descrever ondas de gravidade de comprimento extrema- mente grandes quando comparados à profundidade. Aplicável quando λ > 5d e A solução das equações é complexa, dependendo de aproximações numéricas. Além disto é instável quando o número de onda k é elevado. Outra solução foi proposta por Benjamin-Bona-Mahomy (equação BBM). Slide 58 g dT 7> Diederik Korteweg Matemático holandês 1848-1941 Gustav de Vries Matemático iholandês 1866-1934 Presenter Presentation Notes Derivadas em 1985 por Diederick Korteweg e Gustav de Vries (matemáticos holandeses) Thomas Brooke Benjamin (físico e matemático inglês), Jerry Lloyd Bona (matemático americano) e John J. Mahony (matemático australiano) (Model equations for long waves in nonlinear dispersive systems, 1972) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Onda Solitária É uma onda em águas rasas (solitão) que consiste em um único desloca- mento de água acima do seu nível médio. Foi descrita pela primeira vez em 1834 por John Scott Russel quando ele observou a onda causada pela parada brusca de uma barcaça em um canal. É uma descrição razoável da onda causada por um tsunami, mas é utilizada também na progressão de ondas periódicas quando a profundidade é menor que 10% do comprimento da onda. Teoricamente seu comprimento é infinito, mas para propósitos práticos : - Velocidade de fase - Número de onda - Comprimento da onda - Elevação Slide 59 )( Hdgc += 34 3 d Hk = )]([sech2 ctxkH − = ζ k πλ 2 = John Scott Russell Engenheiro naval escocês 1808-1882 Presenter Presentation Notes Engenheiro escocês (Report on Waves, 1844) Em x = λ/2 a amplitude da onda já é de 0.74% de H © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Aplicabilidade das Teorias de Ondas Três parâmetros são utilizados para determinar qual teoria de ondas deve ser aplicado a um problema específico : - Altura da onda H - Período da onda T - Profundidade da lâmina d’água d Adimensionais decorrentes : - Esbeltez (steepness) - Profundidade relativa - Número de Ursell Slide 60 3 2 == µ λ S d HU R 3 . 22 gT HHS π λ == 22 gT dd π λ µ == UR mede o impacto da profundidade sobre a não-linearidade da onda Subrata Kumar Chakrabarti Engenheiro indiano 1941-2009 Presenter Presentation Notes O número de Ursell indica a não-linearidade das ondas de gravidade (indica a proporção entre o termo de 2ª ordem e o de 1ª na onda de Stokes) Ex. : T = 15s, d=1000m, H=7m x=0.45 y = 0.003 Stokes 2ª ordem © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Quiz 1 Calcule a velocidade de fase e a velocidade de grupo para uma onda linear de comprimento 200m nas profundidades de 2000, 80 e 10m. Slide 61 𝜆 = 200 k = 2𝜋 200 =0,0314 ondas/m 2 = λ π π λ dgc 2tanh += )2sinh( 21 2 kd kdccg λ π2 = k d (m) c (m/s) cg (m/s) 2000 17,67 8,84 80 17,56 9,36 10 9,74 9,43 Uma onda regular plana propaga-se em águas profundas com período de 16s. Qual o comprimento da onda e sua velocidade de fase m/s ? m/s 25 .2 16.81,9 .2 === ππ gTc m 400 2 16.81,9 2 22 === ππ λ gT © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Quiz 2 No projeto de navios aliviadores para a Bacia de Campos, a Petrobrás recomenda Hs=3.5m e Tp=9s. Qual seria a teoria de ondas a utilizar ? Investigue nas profundi- dades mínima e máxima da bacia (100m e 2500m). Slide 62 Vazamento de óleo em uma FPSO no Campo de Tupi a 250km da costa, em lâmina d’água de 2000m ! Ondas de 1.5m de altura com período de 6s e comprimento de 40m são medidas no local. Em quanto tempo as manchas de óleo começarão a aparecer nas praias ? Desconsidere a variação de profundidade até a costa e o vento. 00424,0 6.81,9 5,1 66,5 6.81,9 2000 22 22 == == gT H gT d m/s ondas/m 67,6 6 40 157,0 40 22 === === T c k λ π λ π mês s m/s 1107,2 09250 250000 0925,067,6. 40 5,1 6 2 2 === = = = x , t U cHU π λ π Stokes 2ª ordem 00189,0 9.81,9 5,1 126,0 9.81,9 100 22 22 == == gT H gT d 00189,0 9.81,9 5,1 145,3 9.81,9 2500 22 22 == == gT H gT d d=100m d=2500m Em ambos os casos a utilização de Stokes 2ª ordem seria suficie- nte (embora a Petrobrás requeira sempre 5ª ordem). © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 63 Ondas Irregulares © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Ondas Irregulares 1 Na fase de projeto preliminar as ondas regulares representam um bom modelo para a representação do estado do mar. Slide 64 Um estado real de mar apresenta características aleatórias de amplitude, frequência e fase, havendo a impossibilidade matemática de definir uma relação sólida que determine seu comporta- mento : é um processo estocástico. Quando se considera o modelo estocástico pode-se representar o estado de mar formado pela superposição de diferentes ondas senoidais com diferentes amplitudes, frequências e fases (hipótese Gaussiana). Presenter Presentation Notes Padrões estocásticos são aqueles que têm origem em processos não determinísticos, com origem em eventos aleatórios © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Quão Acertadaé Esta Hipótese ? Na hipótese Gaussiana, o processo é completamente descrito por : - Média - Variância A partir de dados obtidos no mar, pode ser afirmado que : - Para mar calmo a moderado (< 4m) ele pode ser considerado estacionário para períodos de mais de 20 minutos. Para estados de mar mais severos isto pode ser questionado mesmo para períodos de 20 minutos. - Para estados de mar acima do moderado (4 a 8m) os modelos Gaussianos ainda são precisos, mas o desvio aumenta com a severidade do estado de mar. - Se o mar é suficientemente profundo, a elevação da onda pode ser considerada Gaussiana, independentemente do estado de mar. Slide 65 Presenter Presentation Notes Na teoria da probabilidade e na estatística, a variância de uma variável aleatória é uma medida da sua dispersão estatística, indicando quão longe em geral os seus valores se encontram do valor esperado. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Ondas Irregulares 3 Slide 66 2 2 agE ζρ= ...)( 2 2 3 2 2 2 1 +++= aaa gE ζζζρ As ondas irregulares são caracterizadas por um espectro de onda que descreve a distribuição de energia (altura) em relação à sua frequência ou período. O mar irregular é descrito pela sua energia total e não pela forma da onda. Para uma onda senoidal simples a densidade de energia é descrita por Para um mar irregular, composto por um somatório de ondas senoidais, a densidade de energia será Presenter Presentation Notes Densidade de energia média da onda por unidade de área, equivalente à adição da energia cinética e da energia potencial. A energia da onda (E), ou seja, a densidade de energia média da onda por unidade de área superficial das ondas de gravidade (em J/m2) é, de acordo com a teoria linear das ondas, proporcional à altura da onda (H). Podemos retornar do espectro de energia para a forma da onda ? Não ! Precisariamos do espectro de fases. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Ondas Irregulares 4 Se a irregularidade das ondas observadas é somente na direção do vento dominante, de modo que existe várias ondas unidire- cionais com separação variável mas mantendo seu paralelismo, o mar é conhe- cido como de cristas longas (long-crested). Se as irregularidades são aparentes ao longo das cristas das ondas em ângulos perpendiculares ao vento, o mar é conheci- do como de cristas curtas (short-crested ou confused sea). Slide 67 Após o vento ter soprado de forma constante por um período de tempo, a elevação do mar pode ser assumida como estatísticamente estável. Isto é conhecido como “mar totalmente desenvolvido”. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 68 Alguma Estatística (não tão) Básica © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuições de Probabilidade 1 Distribuição de probabilidade é uma função que descreve a probabilidade de uma variável randômica assumir determinados valores. Considerando que uma variável aleatória discreta x toma os valores x1, ...xn, então : - Média aritmética : - Valor eficaz : - Média geométrica : - Moda : É o valor de maior frequência. - Mediana : Dependendo se o número de elementos ordenados for ímpar ou par, é o valor central ou a média dos valores próximos ao centro. - Desvio padrão : - Variância : Slide 69 ∑ = +++ == n i n i n xxxx n x 1 21 ...1 ( )∑ = − − = n i i xxn 1 2 1 1σ 2σ n xxxx n x n n i irms 22 2 2 1 1 2 ...1 +++== ∑ = n n n i n ig xxxxx ...211 =Π= = Presenter Presentation Notes Média é o valor esperado como valor médio de várias observações, e não o valor esperado de uma observação. Valor eficaz ou valor médio quadrático é uma medida estatística da magnitude de uma quantidade variável Desvio padrão e variância são medidas da dispersão estatística. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Mediana : Md é o valor de x para o qual F(x)=0.5 Moda : Mo é o valor de maior frequência Desvio padrão : Distribuições de Probabilidade 2 Uma variável randômica contínua x tem uma função de distribuição de probabilidade f(x) de modo que a probabilidade P da variável estar entre dois valores a e b é A função F da distribuição acumulada de x é Média : Slide 70 ∫=≤≤ b a dxxfbxa )(]P[ ∫ ∞− = x dxxfxF )()( moda mediana média f(x) F(x) ∫ +∞ ∞− = dxxfx )(.µ ( )∫ +∞ ∞− −= dxxfx )(.2µσ f(x) Presenter Presentation Notes F também é conhecida como função acumulada de probabilidades de não excedência Q=1-F é conhecida como curva de probabilidade de excedência Definir média, mediana e moda. Média é a média ponderada de todos os valores possíveis que uma variável randômica contínua pode assumir. Mediana é o valor que separa a metade inferior da metade superior na distribuição de probabilidade. Moda é o valor que ocorre com maior frequência. Sequencia 1,2,3,4 : Média 2.5 Mediana 2.5 Sequência 1,2,4,8 : Média 4.75 Mediana 3 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Assimetria : Indica o grau de afastamento da simetria de uma distribuição 1º Coeficiente de Pearson : 2º Coeficiente de Pearson : Assimetria : Indica o grau de afastamento da simetria de uma distribuiçãoAssimetria : Indica o grau de afastamento da simetria de uma distribuiçãoAssimetria : Indica o grau de afastamento da simetria de uma distribuição Distribuições de Probabilidade 3 Slide 71 σ µγ )(3 dM−= σ µγ )( oM−= Curtose : Indica o grau de achatamento de uma distribuição, indicando a concentração de valores nas suas caudas, em relação a uma distribuição normal ( ) 3 )(. 3 4 − − = ∫ +∞ ∞− σ µ dxxfx c Simétrica Assimetria positiva Assimetria negativa do MM ==µ µ≤≤ do MM od MM ≤≤µ Presenter Presentation Notes c varia de -2 a +infinito c=0 distribuição normal © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuições de Probabilidade 4 Algumas formas de distribuição de probabilidade : Slide 72 Distribuição Parâmetros Características Aplicabilidade Aspecto Discreta Valores e probabi- lidade de ocorrên- cia destes valores Assume apenas os va- lores fornecidos Utilizada na escolha de parâmetros das entidades. Por ex., em uma loja 30% dos clientes compram merca- dorias no balcão e 70% nas prate- leiras. Uniforme Maior e menor va-lor Todos os valores no intervalo têm a mesma probabilidade de ocor- rência Quando não se tem nenhuma infor- mação sobre o processo ou apenas os valores limites. Triangular Menor valor, mo-da e maior valor Simétrica ou não Quando se conhece a moda, o me- nor e o maior valor que podem ocor- rer. Exponencial Média Variância alta e caudapara a direita Grande variabilidade dos valores. Independência entre um valor e outro. Muitos valores baixos e pou- cos altos. Utilizada em estatística de falhas. Normal Média e desviopadrão Simétrica com forma de sino. Variabilidade controlada pelo des- vio padrão. Probabilidade de valores acima e abaixo da média são iguais. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuições de Probabilidade 5 Procurando dar um tratamento matemático aos mais diversos fenômenos da natureza, diversos tipos de funções de distribuição foram desenvolvidos: Slide 73 – Beta – Cauchy – Dagum – Fisher-Tippet – Gama – Gaussiana – Gumbel – Laplace – Levy – Pareto – Qui-Quadrado – Rayleigh – Rice – Von Mises – Weibull – Etc. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuição Normal ou Gaussiana Considerada a mais proeminente distribuição de probabilidade na estatística (simplicidade, conveniência para vários tipos de amostragens, etc.) Formulação : - Função de distribuição : - Distribuição acumulada : - Média ( = moda e mediana) : μ - Variância : σ 2 Slide 74 ( ) − −= 2 2 2 exp 2 1)( σ µ πσ xxf ( ) dxxxF x ∫ ∞− − −= 2 2 2 exp 2 1)( σ µ πσ Regra 68-95-99.7 Carl Friedrich Gauss Matemático alemão 1777-1855 Presenter Presentation Notes X pode ir de – infinito a + infinito Regra 68-95-99.7© Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuição de Rayleigh É um tipo de distribuição observada quando a magnitude total de um vetor é relacionada às suas componentes direcionais não correlacionadas mas normalmente distribuídas e com a mesma variância (ex.: velocidade do vento, propagação das ondas do mar, etc.). Formulação : - Função de distribuição : - Distribuição acumulada : - Média : - Mediana : - Moda : - Variância : Slide 75 −= 2 2 2 2 exp)( σσ xxxf −−= 2 2 2 exp1)( σ xxF σπσ 253.1 2 ≈ σσ 177.1)4ln( ≈ σ 22 429.0 2 4 σσπ ≈− f(x) F(x) John William Strut (Lord Rayleigh) Matemático inglês 1842-1919 Presenter Presentation Notes X é um real positivo Idealizada por Lord Rayleigh no final do século XIX para descrever a distribuição da intensidade dos sons emitidos por um número infinito de fontes. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuição de Weibull 1 É utilizada extensivamente em análise de confiabilidade e de falha, gover- nando o tempo para a ocorrência do elo mais fraco de vários processos simultâneos de falha. Formulação para 3 parâmetros : - Função de distribuição : - Distribuição acumulada : onde k = parâmetro de forma β = parâmetro de escala ϴ = parâmetro de localização Se considerarmos x como o tempo para a falha Slide 76 − − − = − kk xxkxf β θ β θ β exp)( 1 k < 1 indica que a taxa de falha diminui com o tempo (mortalidade infantil). k = 1 indica que a taxa de falha independe do tempo. k > 1 indica que a taxa de falha aumenta com o tempo (morte por velhice). f(x) x F(x) x − −−= k xxF β θexp1)( Ernest Hajlmar Waloddi Weibull Engenheiro suíço 1887-1979 Se θ = 0 recaímos na distribuição de Weibull de 2 parâmetros © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuição de Weibull 2 - Média : - Mediana : - Moda : - Variância : - Assimetria : Slide 77 Para a determinação dos parâmetros a partir de dados coletados são utili- zados os momentos da função de distribuição γσµ === 3 2 21 mmm { } { }2 3 2 3 )/11()/21( )/11(2)/11()/21(3)/31( kk kkkk +Γ−+Γ +Γ++Γ+Γ−+Γ =γ k k k 1 1 −+ βθ k 1 )]2[ln(βθ + +Γ+= k 11 βθµ 1)!-(n(n) GamaFunção =Γ +Γ− +Γ= kk 1121 222 βσ ∫ +∞ = 0 )(. dxxfxm nn © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Distribuição de Gumbel (log-Weibull) Utilizada para modelar a distribuição dos máximos de um número de amos- tras de várias distribuições (estatística de extremos). Formulação : - Função de distribuição : - Distribuição acumulada : - Média : - Mediana : - Moda : μ - Desvio padrão : Slide 78 − −−= β µxxF expexp1)( γβµ + ( )( )2lnlnβµ − 6 βπσ = − − − = β µ β µ β xxxf expexpexp1)( Emil Julius Gumbel Matemático alemão 1891-1966 γ= 0,57721 (constante de Euler-Mascheroni) Presenter Presentation Notes X é um real positivo © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Quiz O seguinte histograma de altura de ondas foi obtido de uma série temporal em uma amostra de um sistema de ondas irregulares : Slide 79 1. Qual é a altura significativa H1/3 desta amostragem ? 2. Nesta tempestade, qual a probabilidade que a altura da onda exceda 2.75m ? H (m) Nº Obs. < 0.25 0 0.25-0.75 30 0.75-1.25 60 1.25-1.75 110 1.75-2.25 42 2.25-2.75 28 2.75-3.25 18 3.25-3.75 10 3.75-4.25 2 > 4.25 0 Presenter Presentation Notes 1 : 2.51m 2: 0.10 Utilize a planilha HISTO01 para calcular os resultados. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 80 Espectros © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Espectro de Densidade de Energia O registro das ondas não pode ser escrito como uma onda senoidal, mas pode ser caracterizado por várias ondas com diferentes amplitudes, perío- dos e fases. Slide 81 Uma vez calculadas estas ampli- tudes e períodos das ondas com- ponentes (a fase é desprezada), é plotado um espectro de densidade de energia em função da frequên- cia. frequência de ns ida de de e ne rg ia Am pli tud e ζ( m ) tempo (s) A densidade de energia em um partitular inter- valo de frequência é dado por A partir do espectro e de sua idealização mate- mática vários outros parâmetros podem ser cal- culados. ω ζρ 2 2g © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Características dos Espectros Slide 82 Características espectrais importantes: – Momento espectral de ordem n – Momento espectral de ordem 0 (área sob a curva) – Desvio padrão – Período médio ∫ ∞ )= 0 0 ( ωω dSm 0m=0σ – Período médio de cruzamento zero ou período médio dos zeros ascendentes – Período médio entre picos – Período modal T0 (ou período de pico Tp) é o período no qual o máximo de energia ocorre. – Largura de banda – Altura significativa ........................................ – Se a largura de banda do espectro for estreita (ε =0) então – Se a banda for larga (ε =1) então −= −1= 2 2 40 2 2 1 z p T T mm mε 2 0 02 2 m mTT mz π== 4 2 24 2 m mTm π= ∫ ∞ = 0 )( ωωω dSm nn −= 2 14ou 2 03/1 εmHH s 04 mHS = 0 0 828.2 2 4 mmHS ≈= ω [rad/s] S [m 2/ (r ad /s )] ω0, T0, f0 T 1 0 01 2 m mTT m π== Presenter Presentation Notes Periodo médio Tm01 corresponde a frequência média do espectro. H1/3 também é representado por Hs A largura de banda classifica a irregularidade do estado de mar. A maioria dos espectros de mar tem largura de banda estreita e < 0.6. Não confundir Tp com Tz © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Idealização Matemática dos Espectros Várias idealizações matemáticas dos espectros de ondas do mar estão disponíveis na literatura. - Bretschneider de um parâmetro (HS). O período associado é típico de mares totalmente desenvolvidos). - Pierson-Moskovitz (1964). O espectro é definido pela velocidade nominal do vento a uma altura de 19.5 m acima do nível do mar. Utilizado em mar totalmente desenvolvido. - Bretschneider de dois parâmetros ou ISSC (HS e ). Substitue PM quando a modelagem de mar totalmente desenvolvido é muito restritiva. - JONSWAP (JOint North Sea WAve Project 1973). Utilizado para descrever ondas em águas costeiras em mares não totalmente desenvolvidos. Apresenta um pico mais estreito que o ITTC. - DNV. Uma formulação mais generalizada do espectro, utilizando um fator de intensificação de pico que é determinado a partir da altura de onda e do período modal. - Ochi-Hubble (1976). É um espectro formulado para descrever mares que sejam uma combinação de 2 estados de mar diferentes. É um espectro de 2 picos. - Torsethaugen (1996). É obtido pelo ajuste de 2 funções JONSWAP generalizadas a um espectro médio obtido na plataforma continental norueguesa. Slide 83 T © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. É conhecida apenas a altura significativa Hs. Distribuição espectral onde e Frequência modal Espectro Bretschneider de 1 Parâmetro É definido apenas em termos da altura de onda, sendo utilizado apenas em mares plenamente desenvolvidos. Slide 84 2 2 11.300811.0 SH g == βα −=) 5 4exp( ω β ω αωBS sH g4.00 =ω Charles L. Bretschneider Engenheiro americano 1895-1975 Constante de Philips © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. São conhecidas a altura significativa HS e o período médio . Distribuição espectral onde e Momento espectral de ordem 0 Altura característica Período médio de cruzamento zero Período de pico Espectro Bretschneider de 2 Parâmetros ou ITTC É um espectro de banda larga que contém todas as frequênciasde onda até o infinito. Entretanto, na prática as ondas de alta frequência (ripples) são negligenciadas e o espectro efetivamente se torna de banda estreita. Slide 85 −=) 5 4exp( ω β ω αωITTCS 44 2 69175.172 TT HS == βα β α 40 =m TTz 92.0= TTP 296.1= 04 mHS = T Presenter Presentation Notes ISSC : International Ship and Offshore Structures Congress Recomendado pelo ITTC para mar plenamente desenvolvido sem vagas. Também conhecido como Pierson-Moskowitz modificado. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Espectro Pierson-Moskowitz Assume que um vento constante de velocidade U19.5 incidiu por um longo tempo em uma grande área, e que as ondas estão em equilíbrio com ele (mar totalmente desenvolvido). Slide 86 É conhecida a velocidade do vento a 19.5 m de altura U19.5. Distribuição espectral onde e Altura de onda significativa Período de pico −=) 5 4 5.19 exp( U gSPM ω β ω αω 74.0.00811.0 2 == βα g g UHS 2 5.1921.0= g UTP 5.191644.7= Atualmente a velocidade do vento é medida a 10 m de altura, e considera-se a seguinte relação Outra formulação do espectro 105.19 .026,1 UU ≈ −= −4 5 4 2 4 5exp 16 5 p p SPM HS ω ω ω ω Willard J. Pierson Jr. Oceanógrafo americano 1922-2003 Lionel I. Moskowiz Oceanógrafo americano 1937- Presenter Presentation Notes Recomendado pelo ITTC para mar desenvolvido © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Espectro JONSWAP Similar ao espectro de Pierson-Moskowitz, exceto que as ondas continuam a crescer com a distância ou tempo, e o pico do espectro é mais pronunciado por um fator de intensificação de pico γ. É utilizado em águas costeiras. São conhecidas a altura significativa HS e o período de pico Tp. Distribuição espectral onde γ = em geral 3.3 Slide 87 − − = 2 5.0exp )()( P P PMJ SAS σω ωω γ γωω )ln(287.01 γγ −=A >= ≤= = 0 0 para09.0 para07.0 ωωσ ωωσ σ b a P P T πω 2= É o espectro utilizado pela Petrobrás na costa brasileira. Para a Bacia de Campos : γ γγ + + == − 89.10 5e4.6 491.0 pzp TTT JS é um modelo razoável quando 0.56.3 ≤< S P H T Presenter Presentation Notes JOint North Sea WAve Project Recomendado pelo ITTC para mar não totalmente desenvolvido. Γ é ajustado estatisticamente. Criado a partir de um extenso programa de medições entre 1968 e 1969 no Mar do Norte, entre a Alemanha e a Islândia. Adotado como padrão pelo ITTC em 1984. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Espectro DNV Uma formulação mais generalizada de espectro que recai em Bretschneider quando γ = 1 e em JONSWAP quando γ = 3.3 Slide 88 0.10.5 15.175.5exp0.56.3 0.56.3se =⇒> −=⇒≤< =⇒≤ γ γ γ S P S P S P S P H T H T H T H T O fator de intensificação de pico γ depende da altura significativa e do período modal. Distribuição espectral onde − − −= 2 2 12 1exp 5 4 exp)( PDNVS ω ω σ γ ω β ω αω >= ≤= = 0 0 para09.0 para07.0 ωωσ ωωσ σ b a P P T πω 2= [ ] 4 4 4 2 4 20 )ln(287.015 P P S T T H πβ γπα = −= © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Comparação entre Espectros Slide 89 ESPECTRO H T γ VWIND OBS. ITTC Requerido Requerido 1.0 Não aplicável Mar desenvolvido BRETSCNEIDER Requerido Especificado pelo método 1.0 Não aplicável Mar desenvolvido JONSWAP Requerido Requerido 3.3 Não aplicável Mar não desenvolvido DNV Requerido Requerido 1.0~5.0 Não aplicável Qualquer mar PIERSON- MOSKOWITZ Estimado pelo método Estimado pelo método Não aplicável Requerido Mar desenvolvido ITTC JONSWAP © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Espectros Direcionais Para mares confusos (short-crested) um espectro direcional é mais realístico e muito importante para o cálculo das cargas nas estruturas marítimas, pois o movimento de resposta depende altamente do ângulo de encontro. Para simulação é comum separar o espectro direcional como um produto de duas funções : Slide 90 𝑆 𝜔,𝜒 = 𝑆 𝜔 .𝑀(𝜒) 𝑀(𝜒) é a função de espalhamento © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Função de Espalhamento Onde 𝜒0 é a direção dominante de propagação das ondas, e os valores de s=1 e 2 são comu- mente utilizados. Slide 91 para caso contrário Presenter Presentation Notes Esta função é bastante utilizada em Engenharia Oceânica, apesar de ser extremamente conservativa pois considera o mesmo espalhamento para todas as componentes de frequência. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Quiz ω (Hz) 0.5 0.7 0.9 1.1 1.3 1.5 Sζ (ω) 0.00 0.75 0.95 0.43 0.12 0.00 Slide 92 Um espectro simplificado de energia de ondas é dado por : 1. Utilizando o método dos trapézios, calcule a altura significativa, o período médio T e o período médio de cruzamento zero Tz. Dê uma explicação física de cada um. 2. Determine a probabilidade de exceder uma onda de 4m neste espectro, utilizando a função de densidade de probabilidade de Rayleigh. 3. Determine também o número de vezes por hora que esta altura de onda será excedida. 4. Explique o termo mo na função de densidade de probabilidade de Rayleigh. 5. Qual a probabilidade da altura significativa de onda H1/3 ser excedida ? 6. Qual a desvantagem de utilizar Tz quando analizando um espectro de ondas medidas ? De ns ida de es pe ctr al (m 2 s ) Frequência angular (rad/s) Presenter Presentation Notes 1 : H1/3 = 2.7 T=7.0 Tz = 6.9 2 : P = 1.2% 3 : 6.3 x por hora (Tz deve ser utilizado) 4 : A magnitude de m0 na distribuição de Rayleigh é a área espectral da variável considerada. Esta distribuição é válida para espectros mais ou menos estreitos. 5 : P = exp(-2) = 0.135 6 : A incerteza do rabo truncado do espectro tem uma influência maior em Tz do que em T. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 93 A Onda Centenária © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Segurança dos Sistemas Estruturais Oceânicos A segurança é vinculada à idéia de sobrevivência aos riscos inerentes ao meio em que estiver envolvida a estrutura. As estruturas devem ser projetadas de modo a suportar as tensões provenientes das ações ambientais mais extremas durante sua vida útil e dentro de um custo econômico aceitável. Alturas significativa de onda em um período de 50 ou 100 anos é um parâ- metro que pode ser estimado por meio da estatística de valores extremos. Slide 94 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Estatísticas de Curto e Longo Prazo Estatísticas de curto prazo são válidas somente para um período de tempo de até uns poucos dias, enquanto uma tempestade mantém suas carac- terísticas básicas. Para cada tempestade ou amostra podemos utilizar a altura de onda significativa Hs e o período de cruzamento zero Tz para construir um espec- tro e então determinar as estatísticas de curto prazo. Durante este período o mar é descrito por um espectro estacionário S(ω,ζ). No longo prazo o mar não é estacionário. As estatísticas de longo prazo podem ser representadas como a soma de várias estatísticas de curto prazo, analisando em conjunto um grupo de tempestades com diferentes durações a alturas de onda. Em geral são feitas diversas medições curtas a intervalos pré-determinados (ex.: medições de 3 em 3 horas com duração de 10 a 30 minutos). Slide 95 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Quadrados de Marsden As estatísticas das ondas não se alteram somente em função do tempo; também dependem da área geográfica onde estão sendo feitas as medições. Os quadrados de Marsden (QMD) dividem o globo em uma grade que segue os palalelos e meridianos, de 10º em 10º, identificando cada quadradopor um número. Slide 96 Os quadrados podem ainda ser subdivididos em 100 par- tes (10 x 10), numerados de 0 a 99, de modo a melhorar a precisão. 1 mn = 1` medido sobre o equador = 1852 m William Marsden Historiador inglês 1754-1836 Presenter Presentation Notes Esta subdivisão é utilizada pela World Meteorological Organization (WMO). A projeção apresentada é a de Mercartor. Na superfície real do Globo as células são aproximadamente quadradas próximo ao equador, e se tornam progressivamnte estreitas e curvas a medida em que se aproximam dos pólos. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Recomendação 34 do IACS para Dados de Ondas Divide o globo em 52 zonas náu- ticas para estimativa dos parâ- metros de distribuição de longo prazo. Apresenta os parâmetros para distibuição por Weibull de 2 pa- râmetros para cada área. Utilizado para determinação do momento fletor em ondas sobre a viga-navio. Slide 97 © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Obtenção da Altura da Onda Centenária 1 1. Selecione os dados relevantes. Em geral, Hmax e Thmax ou Hs e Tp ou Tz para cada amostra. 2. Ajuste os parâmetros da distribuição selecionada aos dados coletados. Existem vários métodos de ajuste. 3. Defina o período de retorno (ou intervalo de recor- rência) da onda, pelo menos 3x a vida útil da estrutura (por ex. 50 ou 100 anos). 4. Calcule o valor altura significativa de onda e o período correspondente. Slide 98 LOCAL Bacia de Campos Golfo do México RETORNO 10 anos 100 anos 10 anos 100 anos Hs [m] 7.2 7.8 10.0 15.8 Tp [s] 14.8 15.6 13.0 15.4 Hmax [m] 13.3 14.5 17.7 27.9 Thmax [s] 14.4 15.0 11.7 13.9 Presenter Presentation Notes Os furacões Dennis, Katrina e Rita alteraram os valores do GOM. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Obtenção da Altura da Onda Centenária 2 Selecione os dados relevantes (no caso Hs). Não se esqueça de verificar a duração de cada amostra. Slide 99 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0 2 4 6 8 10 12 14 16 f( H s) Hs Escolha o tipo de distribuição a utilizar (no caso Weibull de dois parâmetros ⇒ θ=0). © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Obtenção da Altura da Onda Centenária 3 Integre numericamente a curva anterior obtendo a probabilidade acumu- lada F para cada Hs. Calcule a probabilidade de excedência de F (Q = 1 – F). Lembre-se que em Weibull de 2 p. então A correlação entre Q e Hs pode ser melhor observada em uma escala logarítma. Plote X = ln(Hs) contra Y = ln(-ln(Q)). Slide 100 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 ln (- ln (Q) ) ln (Hs) exp)( exp1)( −= −−= kk xxQxxF ββ Por mínimos quadrados ajuste uma reta aos pontos, determinando os coeficientes a e b de Y = aX+b Determine os parâmetros de forma e escala k e β da distribuição de Weibull. −=⇒−= = k bkb ka expln ββ Presenter Presentation Notes Atenção ! Lambda não é comprimento de onda © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Obtenção da Altura da Onda Centenária 4 Defina o período de retorno. No nosso exemplo, τ = 100 anos. Admitindo-se ondas com persistência de 3 horas, haverá 2922 registros de ondas por ano, portanto em τ anos a probabilidade de não excedência do valor de retorno será de Determine o valor de Hs100. Slide 101 99999658.0 292200 11 2922 11)( 100 =−=−= τS HQ Quanto estimando valores extremos, é importante que a cauda da distribuição ajustada tenha uma boa correlação com os dados coletados. Nestes casos em geral é utilizada a distribuição de Weibull de 3 parâmetros. Uma outra alternativa é utilizarmos Hmax ao invés de Hs em cada amostra. Neste caso, em geral é utilizada a distribuição de Gumbel. Para estimativa do período da onda (necessário para determinação do seu comprimento), em geral se fazem análises de distribuição conjunta H-T. © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 102 Vento © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Slide 103 Vento Vento é o deslocamento de ar, que migra de regiões de alta pressão atmosférica para pontos onde esta pressão é menor. Normalmente são classificados por sua velocidade, duração, tipos de forças que causam, regiões nos quais eles ocorrem e seus efeitos. - Ventos com grande variação de velocidade em curso espaço de tempo são chamados de rajadas, que podem também se referir aos cursos momentos em que a velocidade do vento é máxima. - Ventos fortes de duração intermediária (cerca de 1 minuto) são chamados de instabilidade ou lufada. - Ventos de longa duração tem diversos nomes, associados com sua intensidade média, como brisa, vento, tempestade, furacão. Rajada em UK Ciclone em SC © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Escala de Beaufort É uma escala que mede a intensidade dos ventos tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes no mar e em terra. Slide 104 Francis Beaufort Hidrógrafo irlandês 1774-1857 Grau Designação m/s km/h nós Aspecto do mar Efeitos em terra 0 Calmo <0,3 <1 <1 Espelhado Fumaça sobe na vertical 1 Aragem 0,3 a 1,5 1 a 5 1 a 3 Pequenas rugas na superfície do mar Fumaça indica direcção do vento 2 Brisa leve 1,6 a 3,3 6 a 11 4 a 6 Ligeira ondulação sem rebentação As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar 3 Brisa fraca 3,4 a 5,4 12 a 19 7 a 10 Ondulação até 60 cm, com algunscarneiros As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento 4 Brisa moderada 5,5 a 7,9 20 a 28 11 a 16 Ondulação até 1 m, carneiros frequentes Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores 5 Brisa forte 8 a 10,7 29 a 38 17 a 21 Ondulação até 2.5 m, com cristas e muitoscarneiros Movimentação de grandes galhos e árvores pequenas 6 Vento fresco 10,8 a 13,8 39 a 49 22 a 27 Ondas grandes até 3.5 m; borrifos Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda chuva aberto; assobio em fios de postes 7 Vento forte 13,9 a 17,1 50 a 61 28 a 33 Mar revolto até 4.5 m com espuma e borrifos Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento 8 Ventania 17,2 a 20,7 62 a 74 34 a 40 Mar revolto até 5 m com rebentação e faixas de espuma Quebram-se galhos de árvores; dificuldade em andar contra o vento; barcos permanecem nos portos 9 Ventania forte 20,8 a 24,4 75 a 88 41 a 47 Mar revolto até 7 m; visibilidade precária Danos em árvores e pequenas construções; impossível andar contra o vento 10 Tempestade 24,5 a 28,4 89 a 102 48 a 55 Mar revolto até 9 m; superfície do mar branca Árvores arrancadas; danos estruturais em construções 11 Tempestade violenta 28,5 a 32,6 103 a 117 56 a 63 Mar revolto até 11 m; pequenos navios sobem nas vagas Estragos generalizados em construções 12 Furacão >32,7 >118 >64 Mar todo de espuma, com até 14 m; visibilidade nula Estragos graves e generalizados em construções © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Modelagem do Vento Normalmente é dividido em duas componentes : um valor médio e um valor flutuante ou rajada (gust). É um fenômeno 3D, mas em aplicações marítimas é restrito a 2D, e as velocidades são consideradas apenas no plano horizontal, não havendo componentes verticais. O vento é parametrizado pela velocidade U e direção ψ. Sua direção é tomada na direção em que o vento está vindo, medida a partir do norte, positiva para leste. Slide 105 Sensores de direção e velocidade média do vento (anemômetro) © Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Componente Médio do Vento Flutuações de variação lenta na velocidade e direção média do vento podem ser modeladas como um processo de 1ª ordem de Gauss-Markov , isto é, segue uma distribuição Gaussiana e os estados anteriores são irrelevantes para a predição dos estados seguintes, desde que o estado atual seja conhecido. Slide 106 Presenter Presentation Notes
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