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Poder legislativo: 1 � Poder legislativo: 9.1. ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO 9.1.1. Estrutura do Poder Legislativo federal A análise do Poder Legislativo (ou, de modo mais técnico, órgão legislativo) deve ser empreendida levando em conta a forma de Estado introduzida no Brasil verificando-se de que modo ocorre a sua manifestação em âmbito federal, estadual distrital e municipal. Assim, diz-se que no Brasil vigora o bicameralismo federativo, no âmbito federal Ou seja, o Poder Legislativo no Brasil, em âmbito federal, e bicameral, isto é, composto por duas casas a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, a primeira composta por representantes do povo e a segunda representando os Estados- membros e o Distrito Federal, adjetivando, assim, o nosso bicameralismo, que é do tipo federativo, como visto, Pelo exposto, outra não poderia ser a redação do art. 44 da CF/88 que diz: "O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal". As regras fundamentais sobre o legislativo federal serio estudadas individualmente, destacando-se a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as reuniões dos parlamentares, as comissões e demais regras atinentes aos Deputados e Senadores, como imunidades, incompatibilidades e impedimentos, perda do mandato etc. 9.1.2. Estrutura do Poder Legislativo estadual, municipal, distrital e dos Territórios Federais: O Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal, distrital e dos Territórios Poder legislativo: 2 Federais, estes últimos, quando criados, ao contrário da estrutura do legislativo federal, é do tipo unicameral, pois composto por uma única casa, conforme se observa pela leitura dos arts. 27.29.32 e 33, 83.9. ultima parte, todos da CF/88. 9.1.2.1. Estrutura do Poder Legislativo estadual unicameralismo: o legislativo estadual é composto pela Assembleia Legislativa, composta pelos Deputados Estaduais, também representantes do povo do Estado; Número de Deputados Estaduais: "o número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze" (art. 27, caput). Assim, até o número de 12 Deputados Federais, o número de Deputados Estaduais será obtido pela multiplicação por 3 (o triplo). Acima de 12, segue a seguinte fórmula: y = (x - 12)+ 36 → em que y corresponde ao número de Deputados Estaduais e x ao número de Deputados Federais. A fórmula, para facilitar, pode ser assim resumida: y = x + 24, em que y corresponde ao número de Deputados Estaduais e x ao número de Deputados Federais (quando forem acima de 12). Veja a tabela abaixo e "viva a matemática": mandato: o mandato dos Deputados Estaduais será de 4 anos; outras regras: as regras da CF sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas serão aplicadas aos parlamentares estaduais. (art. 27. 1.). Desta feita, o regime reservado aos parlamentares federais serão mesmo a ser observado pelos estaduais; renumeração: conforme estabelece inciso 2 do art. 27. subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, não podendo ser superior a 75 daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado og que dispõem os arts. 39, inciso 4, 57, inciso 7, 150, II, 153. III, 153. inciso 2.º, I. Trata-se de subteto do funcionalismo a ser observado no ámbito do Poder Legislativo Estadual, conforme a regra.lazida pela Reforma da Previdência (art. 37, XI FC n. 41/2003). Entendemos que o subteto do funcionalismo a ser observado no ámbito do Poder Legislativo Estadual continua sendo o subsídio do Deputado Estadual, apesar da novidade trazida no art. 37. inciso 12, pela EC nº 47/2005. Isso DE = (DF − 12) + 36 DE = DFX3 Poder legislativo: 3 porque a parte final é bem clara ao dizer que a flexibilização da "PEC Paralela" não se aplica ao subsídio do Deputado Estadual, que continua sendo o parametro e limite, nos termos do art. 37. XI, que não foi modificado. 9.1.2.2. Estrutura do Poder Legislativo municipal: unicameralismo: o legislativo municipal é composto pela Câmara Municipal (Câmara dos Vereadores), composta pelos Vereadores, representantes do povo do Município: número de Vereadores: o número de Vereadores será proporcional à população do Município, até os limites estabelecidos no art. 29. IV, nos termos da redação conferida pela EC n. 58, de 23.09.2009 Cabe lembrar que, antes da EC n. 58/2009, a Resolução n. 21.702/2004/TSE, partindo do julgamento do RE 197.917. que definiu a proporcionalidade em relação ao Municipio de Mira Estrela, produziu efeitos para todo o País. mandato: o mandato dos Vereadores será de 4 anos. inviolabilidade ou imunidade material: os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (art. 29. VIII, estudado mais adiante); remuneração: as regras sobre a remuneração dos Vereadores, inicialmente, foram fixadas no art. 29, V, da CF/88. Em seguida, a EC n. 1/92 acrescentou o inciso VI ao referido art. 29) que, por sua vez, foi alterado pela reforma administrativa (EC n. 19/98). Tanto na primeira reforma como na segunda fixou-se que o valor da remuneração dos Vereadores corresponderia a no máximo, 75% do subsídio, em espécie, fixado para os Deputados Estaduais, sendo fixado por lei de iniciativa da Câmara dos Vereadores. Felizmente, de maneira mais transparente, outra reforma sofreu o texto constitucional, por meio da EC n. 25. de 14.02.2000, que alterou o inciso VI do art. 29 e acres centou o art. 29-A à Constituição Federal, estipulando critérios mais claros e objetivos para o controle dos gastos públicos, no caso em análise do Poder Legislativo Municipal. Agora, com as novas regras, a fixação dos percentuais não ficará mais ao puro arbítrio dos Vereadores, através de lei de iniciativa da Câmara dos Vereadores, na medida em que os percentuais máximos já foram fixados pelo Poder legislativo: 4 próprio po- der constituinte derivado reformador, na EC n. 25/2000. De acordo com as novas regras, o limite máximo dos subsídios dos Vereadores continua a ser 75% do subsídio dos Deputados Estaduais, porém, variável de acordo com o número de habitantes de cada Município, segundo a tabela abaixo, não podendo o total da despesa com a remuneração dos Vereadores ultrapassar o montante de 5% da receita do Município. 9.1.2.4. Estrutura do Poder Legislativo distrital: unicameralismo: o legislativo distrital é exercido pela Cámara Legislativa (art. 32. caput) composta pelos Deputados Distritais, que representam o povo do Distrito Federal aplicação das características dos Estados: conforme determina o art. 32 inciso 3º aos Deputados Distritais e a Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art.23. ou seja, todas as regras estabelecidas para os Estados valem para o Distrito Federal. 9.1.2.5. Estrutura do Poder Legislativo dos Territórios Federais: Regra geral: o art. 33, inciso 3º, ultima parte, estabelece que a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. Como não existem Territorios Federais (apesar de poderem vir a ser criados), ainda não foi regulamentado tal dispositivo constitucional. Apenas cabe observar que, quando criados, de acordo com o art. 45.8 2.9, cada Território elegerá o número fixo de 4 Deputados Federais, para compor a Câmara dos Deputados do Congresso Nacional. 9.2. ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL O art. 48 e seus incisos tratam das atribuições conferidas ao Congresso Nacio- nal. Tais matérias dependerão de sanção presidencial para se aperfeiçoarem Convem lembrar a nova redação dada pela EC n. 32, de 11.09.2001, aos incisos Xe XI do referido art. 48, determinando caber ao Congresso Nacional,com a sanção do Presidente da República, dispor sobre: criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, ob- servado o que estabelece o art. 84, VI, "b", já que, quando vagos os cargos ou Poder legislativo: 5 fun- ções públicas, caberá ao Presidente, mediante decreto, dispor sobre a extinção; criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração Pública (confira também, o art. 88 da CF/88, alterado pela EC n. 32/2001). 9.5. DAS REUNIÕES: 9.5.1. Sessão legislativa ordinaria: Sessão legislativa ordinaria - art. 57, caput "Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-a, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 10 de agosto a 22 de dezembro" (EC nº 50/06) O art. 57, caput, estabelece, nos termos da nova redação conferida pela EC 11.50, de 14.02.2006, que o Congresso Nacional reunir-se-á anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1." de agosto a 22 de dezembro. Nesse período, chamado de sessão legislativa, os parlamentares se reúnem ordinariamente. Fora desse período, ou seja, de 18 a 31 de julho e de 23 de dezembro a 1." de fevereiro, temos o recesso parlamentar, e, havendo necessidade, os parlamentares serão convocados extraordinariamente. Como veremos abaixo ao tratar das comissões, durante o recesso parlamentar haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, com atribuições definidas no regimento comum (art. 58) inciso 4.º). Sem dúvida, essa primeira novidade trazida pela EC n. 50/2006, qual seja, a redução do recesso parlamentar de 90 para 55 dias, objetiva atender aos anseios e insatisfações da sociedade. Deve-se notar que a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (art. 57. 82.). Por fim, tendo definido o que venha a ser sessão legislativa ordinaria (reunido anual em Brasilia do Congresso Nacional, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 14 de agosto a 22 de dezembro), bem como legislatura (periodo de 4 anos que corresponde ao mandato dos Deputados Federais). conclui-se que cada legislatura é composta por 4 sessões legislativas ordinárias. 9.5.2. Hipóteses de convocação extraordinaria * A convocação extraordinária será feita, de acordo com o art. 57.8 6. pelo: Poder legislativo: 6 Presidente do Senado Federal: nas hipóteses de: a 1) decretação de estado de defesa; a 2) decretação de intervenção federal, a 3) pedido de autorização para a decretação de estado de sitio: a 4) para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da Republica; Presidente da República: em caso de urgência ou interesse público relevante e sempre com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (EC n. 50/2006); Presidente da Câmara dos Deputados: em caso de urgência ou interesse publico relevante e sempre com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (EC n. 50/2006); Presidente do Senado Federal: em caso de urgência ou interesse público relevante e sempre com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (EC 50/2006); Requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas: em caso de urgencia ou interesse público relevante e sempre com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (EC n. 50/2006); Importante observar que, na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese da $ 8. do art. 57 e vedado, ainda, o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação extraordinária (cf. art. 57. 7º); Como se percebe, a EC n. 50/2006, também respondendo às críticas da socie- dade que condenava, com rigor, o pagamento de parcela indenizatória em valor não superior ao do subsidio mensal, em ato moralizador, extinguiu o pagamento de qualquer valor extra durante a convocação extraordinária. Nessa linha, também o Congresso Nacional já havia abolido o pagamento da ajuda de custo durante a convocação extraordinária, mediante alteração do caput e revogação do $ 1.º do art. 3.º do Decreto Legislativo n. 7/95 pelo Decreto Legislativo n. 1/2006 Mas atenção: nos termos do art. 3.º do Decreto Legislativo n. 7/95, continua devida ao parlamentar, no início e no final previstos para a sessão legislativa ordi- nária, ajuda de custo equivalente ao valor da remuneração, ficando vedado o seu pagamento, contudo, na sessão legislativa extraordinária. 9.5.3. Reunião em sessão conjunta: Em determinadas hipóteses, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reu- nir-se-ão em sessão conjunta. Isso se dará, entre outros casos previstos na Consti- tuição, para, conforme o art. 57. 3º Poder legislativo: 7 I- inaugurar a sessão legislativa II - elaborar o regimento comune regular a criação de serviços comuns de duas Casas III- receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República IV- conhecer do veto e sobre ele deliberar. 9.5.4. Sessão preparatoria e mesas diretoras: Apesar de já termos visto que a sessão legislativa ordinária só começa em 2 de fevereiro, cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros eleição A 10 das respectivas Mesas, para mandato de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Nesse sentido, cabe alertar, portanto, que excepcionalmente o recesso parlamentar poderá ser de 54. e não 55 dias, já que, pela regra fixada no art. 57. inciso 4 em referidas hipóteses, o Congresso Nacional será reunido, ordinariamente, a partir de 1º de fevereiro as Mesas diretoras de cada Casa exercem funções administrativas (de policia, execução e administração), devendo, no tocante à sua constituição, ser assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa (art. 58. 1º).
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